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Francis Chaboussou - Plantas Doentes Pelo Uso de Agrotóxicos
Francis Chaboussou - Plantas Doentes Pelo Uso de Agrotóxicos
USO DE AGROTÓXICOS
Novas bases de uma prevenção contra
doenças e parasitas
– A teoria da trofobiose –
FRANCIS CHABOUSSOU
EDITORA
EXPRESSÃO POPULAR
Copyright © 2006, by Editora Expressão Popular
ISBN 85-87394-87-8
APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 9
PREFÁCIO ...................................................................................................... 11
À minha esposa, Jacqueline Thibault,
que, em sua vida e sempre ao longo de minha
carreira, não cessou de me apoiar e de me dar
o exemplo de coragem e de determinação.
Agradecimentos
*
A tradução literal do título deste livro em francês é As plantas doentes pelos
pesticidas (Les plantes malades des pestícides). Entretanto, no Brasil, a partir da
década de 1970, os pesticidas agrícolas passaram a ser chamados de agrotóxicos,
denominação, sem dúvida, mais apropriada e usada na tradução original, posição
seguida nesta revisão. (N. do R.)
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uma conduta de produção sem veneno: o professor para levar aos seus
alunos uma posição contrária à agronomia convencional e, finalmente,
àqueles pesquisadores, que se distanciaram da realidade que desçam
de seu frágil pedestal e venham para a planície onde está a vida e,
portanto, a verdade.
Quanto às pesquisas fitopatológicas e entomológicas cabe uma
reflexão: a quase totalidade dessas pesquisas concentra-se em elimi-
nar (se possível) o parasita. A partir das informações deste texto, seria
desejável que se conhecesse o contexto ambiental – manejo e fertili-
dade do solo, clima, vegetação espontânea, uso de agrotóxicos e fer-
tilizantes solúveis – e relacionar o aparecimento dos parasitas com
esses fatores, como Chaboussou analisa a partir do quarto capítulo.
Chaboussou, por sua formação e por seu campo de pesquisa,
dedicou-se ao controle de parasitas das plantas. Como pesquisador
eclético, porém, não esqueceu os animais. Para isso, dedicou, sob o
título de “A agricultura biológica e a saúde dos vertebrados”, parte do
oitavo capítulo às repercussões dos desequilíbrios nutricionais à saúde
animal e seus produtos.
A aplicação da teoria da trofobiose – ao dispensar o uso dos
agrotóxicos e adubos solúveis – reveste-se de importância singular na
proteção ambiental. Essa é, por outro lado, questão transcendental
para a própria sobrevivência da espécie humana. As conseqüências da
dilapidação ambiental são noticiadas cada vez com maior freqüência:
recentemente, a redução do tamanho das ostras cultivadas na baía de
Florianópolis motivada pela elevação da temperatura da água do mar,
é um exemplo.
A biocenose viabiliza o desencadeamento de importantes proces-
sos em solos ricos em matéria orgânica, porosos e com limitada
compactação, pois se ativa a “nutrição das plantas, via compostos
orgânicos mais complexos, que seriam absorvidos diretamente pelas
raízes e serviriam de base à construção, pela planta, de seus consti-
tuintes, especialmente das proteínas”. Essa teoria, alicerçada em
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PREFÁCIO
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Diplôme d’Etudes Approfondies (Diploma de Estudos Aprofundados). (N. da T.)
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Doryphore no original. Corresponde ao “Colorado potato beetle”. (N. Da T.)
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Po1ycrosis botrana. (N. da T.)
*
No original não existe a palavra agrotóxico. É usada a palavra pesticida. É,
entretanto, correto o uso da palavra agrotóxico, criada por A. Paschoal em 1975.
(N. do R).
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Polychrosis botrama S. e Clysia ambiguella Hb. (N. da T.)
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O termo oligoelemento é usado nesta obra como sinônimo de microelemento,
forma mais empregada no Brasil. Foi respeitada a forma original. (N. do R.)
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sofrem de doenças cujas causas têm sua origem num excesso de cuida-
dos fitossanitários; ele fala, então, de doenças “iatrogênicas”.
Certamente, não se poderia negar os imensos progressos da agri-
cultura industrial, graças, em particular, à seleção, às correções e aos
tratamentos fitossanitários! Nós temos, na França, belas culturas e
belas colheitas! Mas, voltando a uma comparação, talvez abusiva,
porém não desprovida de sentido, podemos também dizer que o
homem moderno vive certamente melhor e mais longamente que
aquele da Idade Média, eliminaram-se ou controlaram-se muitas das
grandes doenças epidêmicas: varíola, tuberculose, peste, malária...
Mas ele está, hoje em dia, sujeito a novas e múltiplas doenças orgâ-
nicas ou infecciosas (arteriosclerose, câncer, gripe). Do mesmo modo,
se é certo que as plantas cultivadas pagaram um pesado tributo a
certas calamidades epidêmicas ou certas pragas, bem antes do desen-
volvimento do controle químico moderno (requeima da batata que
arruinou a Irlanda, Phylloxera que arrasou os vinhedos europeus,
bicudo do algodão e cochonilhas dos citros nos Estados Unidos), só
se pode constatar a repetição incessante de afecções ou ataques que
sofrem as culturas industriais, o que acarreta, como para o homem,
um aumento crítico das despesas fitofarmacêuticas.
Tão logo desenvolveram-se os tratamentos fitossanitários na Fran-
ça, com a aparição de numerosos inseticidas, fungicidas ou herbicidas
sintéticos, nasceram duas palavras novas: “fitofarmárcia” e “fitiatria”,
a fitofarmácia teve um grande desenvolvimento, conduzindo ao nas-
cimento da indústria de agrotóxicos, mas, pode-se dizer que a fitiatria,
ou medicina das plantas, manteve-se superficial, aparentemente li-
mitada ao universo especializado da parasitologia: estudo de micoses,
bacterioses, viroses (fitopatologia) e dos parasitas animais das cultu-
ras (especialmente entomologia e nematologia).
Certamente os agrônomos, no campo da pesquisa agronômica de
fisiologia vegetal, preocuparam-se em melhorar o crescimento, a pro-
dução, a resistência das plantas cultivadas, e interessaram-se por tudo
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Institut National de Recherches Agronomiques (Instituto Nacional de Pesquisas
Agronômicas). (N. da T.)
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PRÓLOGO
Mais tarde, por outro lado, o DDT seria, de certa forma, subs-
tituído em tais processos “pró-ácaros” por toda uma série de outros
agrotóxicos sintéticos, como a maior parte de diferentes ésteres
fosfóricos, Parathion à frente, os carbamatos como o Carbaryl , os
ftalimidas, como Captan etc.
Assim, devido ao emprego de numerosos inseticidas sintéticos,
que haviam destronado os produtos minerais, assistiu-se ao nascimen-
to de uma nova indústria: a dos acaricidas.
Isto é, impuseram, ao mesmo tempo, aos agricultores novas e
pesadas coerções. Sobretudo, como teremos a oportunidade de men-
cionar neste trabalho, será demonstrado que numerosos acaricidas,
em princípio, destinados a exterminar os ácaros, os faziam, parado-
xalmente, proliferar, de acordo com o mesmo processo, pouco enten-
dido, e cujo estudo será objeto da primeira parte desta obra.
Entretanto, dois diferentes fatos, pelo menos, mereceriam aten-
ção. Por um lado, estes “desequilíbrios biológicos”, com.o foram chama-
dos, não diziam respeito somente às multiplicações de ácaros, mas
também de pulgões aleirodídeos, lepidópteros e até mesmos de
nematóides. Por outro lado, a utilização de certos agrotóxicos, como
os ditiocarbamatos (Maneb, Zineb, Mezineb), acarretam, também, o
desenvolvimento não só de pragas, mas de moléstias criptogâmicas
como Oidium e Botrytis. Certos observadores registravam até a expan-
são consecutiva de doenças viróticas. Trata-se de um grave fenôme-
no que parece estar bem confirmado, como demonstraremos.
Sem dúvida, seria suficiente apenas expor a diversidade destes
“desequilíbrios” que dizem respeito tanto a vírus, quanto a fungos
patógenos ou a ácaros, para perceber que o determinismo deste pro-
cesso não poderia residir, unicamente, na eventual destruição dos
inimigos naturais, que habitualmente é colocada como primeiro
argumento. Como pensamos mostrar na primeira parte desta obra
tudo se passa como se, por sua ação nefasta sobre o metabolismo da plan-
ta, os agrotóxicos rompessem a sua resistência natural.
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PRIMEIRA PARTE
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CAPÍTULO I
“Devemos ser curiosos para ver se o que vemos é o que sentimos ver. Devemos
analisá-lo, abri-lo, virá-lo, olha-lo por baixo e olhar atrás. O conformista,
simplesmente, não está programado para isso”.
James G. HORSFALL (The story of a nonconformist, 1975.)
1. DEFINIÇÃO
A) Proliferações de pragas
Ácaros: é o caso por nós estudado, sobre videiras, seguido aos tra-
tamentos da folhagem com agrotóxicos (CHABOUSSOU, 1969). Foi
possível mostrar que diversos inseticidas como DDT, Carbaryl e nu-
merosos fosforados acarretam proliferações tanto de ácaros vermelhos
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Basfungin. (N. da T.)
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Coeficiente de ataque
em 400 cachos
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Cepa
peso das folhas
em gramas
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CAPÍTULO II
INTRODUÇÃO
Acreditamos ter mostrado que a proliferação de pragas e, com mais
forte razão, o desenvolvimento de doenças, desencadeadas pelo uso de
agrotóxicos, não poderiam ser explicados somente pela destruição dos
eventuais inimigos naturais. No quarto capítulo, nos propomos a ex-
por suas causas tão profundamente quanto possível. Já sabemos que se
trata de fenômenos indiretos, que se atêm à modificação da fisiologia
da planta sob a ação dos produtos fitossanitários; quer se tratem de
inseticidas, de fungicidas e, com mais forte razão, dos herbicidas. Assim,
coloca-se em questão o problema das relações entre a planta e o que
podemos justamente chamar; seus “parasitas”. Estudando-o através de
um caso particular compreenderemos melhor toda a importância das
repercussões dos agrotóxicos sobre a saúde e a resistência do vegetal
assim tratado... E, freqüentemente, maltratado!
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MOLOT (op. cit.) chega à conclusão que “quanto mais elevada for
a concentração em glicídios dos colmos em fim de período vegetativo,
mais baixa será a percentagem de quebra na maturidade”. (Estas con-
clusões resultam de observações sobre 17 linhagens, em que os teores
de glicídios foram avaliados em 15 de setembro, enquanto a avaliação
da quebra – que se admite estar em estreita relação com a doença – foi
feita em meados de outubro, ou seja, um mês mais tarde.)
Entretanto, tal conclusão não existe sem levantar certas dificul-
dades que não escaparam a seu autor. MOLOT completa: “Ora, os
glicídios, compostos importantes da nutrição carbonada dos fungos,
favorecem o crescimento miceliano. Portanto, pelo menos nas con-
centrações em que eles existem, não é possível atribuir-lhes um pa-
pel fungistático. Ao contrário, é permitido pensar que eles variam
correlativamente com outros fatores bioquímicos capazes de inibir o
crescimento miceliano”.
Temos que subscrever esta conclusão, mas devemos confirmar,
enfaticamente, que é sob um outro ângulo, bem diferente da ação de
eventuais substâncias antagônicas ou tóxicas, que divisamos os pro-
blemas do determinismo da resistência. E, os resultados relatados
adiante podem, aliás, conduzir-nos, como no estudo que vamos
abordar,aos fatores de resistência do milho à helmintosporiose.
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2 – Influência da luminosidade
A energia luminosa apresenta uma influência positiva sobre as
sínteses. Ao contrário, com luminosidade alterada e em penúria de
água estas são reduzidas. Neste caso, a abundância de aminoácidos
e ácidos orgânicos é que sensibiliza nutricionalmente a planta em
relação aos organismos patogênicos. A influência da luminosidade é
confirmada pelo do fotoperíodo e, portanto, em condições iguais, à da
latitude. MOLOT lembra que se YOUNG et. alii. (1959) assinalam
um crescimento de sensibilidade do milho à Diplodia zeae quando se
desloca um mesmo híbrido de um estado do norte dos Estados
Unidos, como Minnesota, para um estado mais meridional, como o
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CAPÍTULO III
A TEORIA DA TROFOBIOSE
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Segundo certos puristas, o termo “parasita” deveria ser reservado aos inimigos
naturais das pragas, que usam o corpo destas para efetuar uma parte de sua evolução.
Contudo, decidimos conservar este vocábulo para designar as próprias pragas,
pois caracteriza bem a natureza das relações que ligam a planta e os organismos –
sejam eles quais forem – que vivem às suas expensas.
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Os equilíbrios nutricionais
Dos diferentes fatores nutricionais antes enumerados, os glicídios
e os aminoácidos foram os mais estudados e, especialmente, as reper-
cussões de seu equilíbrio sobre o potencial biótico do inseto em
questão.
A princípio, distinguimos os alimentos energéticos, que mantêm
a vida – trata-se principalmente dos glicídios – e alimentos plásticos,
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Em inglês no original. (N. da T.)
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Por “cinzas” termo de tradução do artigo, pensamos que se deve entender como a
soma diversos elementos minerais.
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CAPÍTULO IV
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necessário que ele passe pela fase aquosa, que o veiculará até seu lo-
cal de ação. Esta fase aquosa constitui o meio vivo ao nível da célula,
como ao nível dos transportadores celulares (seiva, linfa, sangue). Uma
certa hidrossolubilidade é, portanto, necessária. E é, conseqüente-
mente, isto que chamamos de coeficiente de separação entre o óleo
e a água que condicionará seu transporte do meio exterior até seu local
de ação”. (Collectif , 1979).
Esta citação exige duas observações: a primeira é que os autores
exprimem-se como se o agrotóxico só pudesse agir no âmago do orga-
nismo visado, seja ele animal ou vegetal. Ora, classicamente, um
fungicida, à parte os produtos sistêmicos, tem reputação de agir na
superfície, pela barreira tóxica que ele constitui, pelo menos em
princípio, em relação aos esporos. Temos, portanto, uma nova atitude
envolvendo o modo de ação dos anticriptogâmicos que implicaria
uma ação dita curativa ou erradicante. Isto nos conduz a uma segunda
observação: de que maneira se produz esta ação e no que a modifica-
ção na fisiologia da planta, sob ação do produto, pode intervir? É isso,
precisamente, com que teremos que nos preocupar ao longo deste
trabalho.
O fato de que a cutícula e as paredes cuticulares das folhas con-
têm numerosos lipídios que facilitam a absorção de compostos
lipossolúveis explica, por exemplo, que um sal metálico como o óxi-
do de cobre hidratado resultante da aplicação da calda bordalesa,
possa penetrar na folha, como há muito tempo haviam afirmado
MILLARDET e GAYON (1887) e, mais recentemente, demonstra-
do por STRAUSS (1965).
A espessura da cutícula bem como o número e a repartição dos
estômatos também podem influir na penetração das caldas. Assim,
podem ser parcialmente explicadas as diferenças de sensibilidade em
relação a um mesmo agrotóxico, segundo a espécie e a variedade da
planta. Todavia, talvez seja a pressão osmótica das células que regule,
acima de tudo, a penetração das caldas.
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atualmente, isto não diminui o interesse de seu estudo, pois sua ação pode
ser comparada à das substâncias de crescimento (fig. 11).
Certas contradições surgem na natureza das repercussões. Assim,
parece que um mesmo produto não conduz, necessariamente, às mes-
mas conseqüências em todos os casos. Isto se explica porque a incidên-
cia do agrotóxico não é só função de sua natureza química e de sua dose,
mas, também, do estado inicial da planta e de sua nutrição; mas também
da época das intervenções em relação a seu ciclo fisiológico anual.
No limite, pode-se até dizer que, em função da natureza da planta
e de seu estágio, cada caso é diferente. De maneira geral, foi mostra-
do que os agrotóxicos apresentam uma ação sobre os principais pro-
cessos fisiológicos, como respiração, transpiração e fotossíntese. Assim
– e é principalmente isso que nos interessa com atenção à nossa te-
oria –, se pode afirmar que, por sua ação sobre os processos antago-
nistas de proteossíntese e de proteólise, os agrotóxicos são capazes de
modificar, de uma maneira mais ou menos acentuada e mais prolon-
gada, a relação entre as substâncias nitrogenadas e os glicídios, por
sua ação sobre os processos antagonistas de proteossíntese e proteólise.
O mesmo processo ocorre envolvendo as relações entre as diferentes
formas de nitrogênio, ou seja, os critérios do nível de proteossíntese,
correlacionados ao processo de resistência.
Por seus efeitos indiretos e nutricionais, estes processos parecem
explicar as repercussões maléficas e, também, benéficas dos agrotóxicos,
até agora utilizados sob um ângulo totalmente diferente do estímulo da
resistência da planta. Veremos a confirmação disto pelo estudo de diver-
sos tipos de ação de agrotóxicos.
3. REPERCUSSÕES DO DDT
(DICLORODIFENILTRICLORETANO) SOBRE A
FISIOLOGIA DA PLANTA
Desde 1949, CHAPMAN e ALLEN assinalam diferenças na
sensibilidade das plantas ao DDT, segundo sua natureza botânica.
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*
Oxynil e Chlrophame: nomenclatura desconhecida. Provavelmente se refere a
Ioxynil e Chloroprophame, respectivamente. Ambos são herbicidas que atuam em
nível de código transmissor. (N. da T.)
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1. Repercussões do Dicofol
Esse produto acarreta, ao contrário dos outros, um muito níti-
do aumento do nitrogênio protéico: em 6 de julho, o teor era o triplo
que nas testemunhas. Contudo, esta elevação é seguida de uma queda
importante em meados de agosto.
Inversamente, até o mês de julho, ou seja, no curso da primeira
parte do ciclo vegetativo, os teores em nitrogênio não-protéico
regridem, em comparação aos da testemunha. É apenas no fim de
agosto – começo de setembro, isto é, na época em que todas as folhas
entram em proteólise, que os teores em nitrogênio solúvel se elevam
nitidamente acima dos das testemunhas.
Estas repercussões parecem explicar porque com o emprego deste
acaricida e, ao contrário de numerosos outros produtos, não se constata
*
Refere-se à mistura Dimite + Chlorfensulphide, respectivamente. (N. da T.) Esses
produtos são conhecidos sob o nome comercial de Anilix ou Milbex. (N.do R.)
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2. Repercussões do Chlorphenamidine
As fig. 13 e 14 mostram que as incidências deste produto são
quase inversas às do Dicofol, ou seja, uma regressão do nitrogênio
protéico em comparação às testemunhas, que se prolonga até mea-
dos de agosto. Por outro lado, e parece correlativamente, registra-se um
considerável aumento de nitrogênio não-protéico (x 2,8).
Em outras palavras, na primeira parte do ciclo vegetativo da ma-
cieira, ou seja, aproximadamente até meados de julho, o Dicofol exerce
um claro efeito positivo sobre a proteossíntese, enquanto, ao contrá-
rio, se registra uma regressão do Chlorphenamidine. As repercussões
de ordem bioquímica deste último produto parecem explicar a
constatação de sua medíocre eficácia sobre videira* tanto em relação
à aranha vermelha (Panonychus ulmi) quanto à aranha amarela
(Eotetranychus carpini vitis). A elevação considerável da taxa de ni-
trogênio solúvel, registrada desde o mês de junho, com este produ-
to, só pode provocar um nítido aumento do potencial biótico dos
ácaros. Este fenômeno supera largamente o efeito acaricida imedia-
to e mais ou menos fugaz exercido pelo produto no momento de sua
aplicação.
*
Repercussões semelhantes foram registradas com Omethoate e Tetradifon.
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Esses fatores podem ser apenas interpretados como uma ação in-
direta e benéfica sobre a fisiologia da planta a proteger, isto é, uma
ação positiva sobre a proteossíntese, provocada pelo enxofre. Efetiva-
mente, TURREL (1950) e TURREL e WEBER (1955) demonstra-
ram que o enxofre elementar em pó constitui um nutriente para as
folhas de limoeiro, sendo encontrado nas proteínas da planta. É efe-
tivamente a este efeito “secundário” que um velho autor como
MARTRES (1862) atribuía a regressão do Oidium pelo enxofre. É útil
citá-lo: “O efeito do enxofre é notável; posto em contato com o micélio
e as caulículas de Oidium, ele os destrói; mas é sua ação sobre a vege-
tação geral da planta que dá, sem dúvida, a maior contribuição a seu
sucesso. Fez-se, há diversos anos, experiências muito interessantes sobre
os efeitos do enxofre como adubo, dando à vegetação de diversas
plantas um estímulo plenamente favorável a seu desenvolvimento. As
videiras tratadas com enxofre, sobretudo com o orvalho, sentem particu-
larmente o efeito deste tratamento quando estão doentes; imediatamen-
te, as folhas pálidas e retorcidas reverdecem tornam-se lustrosas e maleáveis,
os sarmentos alongam-se e, se o mal não é muito forte, vê-se as
inflorescências esbranquiçadas, que começam a cobrir a baga, desapare-
cerem, da mesma maneira que desaparecem, sobre o corpo dos animais
submetidos a uma alimentação sã e abundante, os parasitas que os pre-
judicam”.
Assim, por uma espécie de premonição notável, este modesto
observador punha em evidência o efeito anticriptogâmico do enxo-
fre por ação positiva sobre o crescimento da planta, isto é, a
proteossíntese.
Inversamente, NIGHTINGALE (1932) e EATON (1941)
mostraram que as plantas ricas em nitrogênio e pobres em enxofre
continham em seus tecidos grandes quantidades de nitrogênio
aminado livre, nitratos e carboidratos (glicídios). Eles imputam este
fenômeno a uma diminuição do teor de redução dos nitratos e a uma
menor síntese das proteínas, acompanhada de uma proteólise elevada.
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*
Em inglês, no original: taxa líquida de assimilação. (N. da T.)
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Resumo
O conjunto desses trabalhos mostra que todos os agrotóxicos
incorporados ao solo, seja intencionalmente para desinfecção, não-
intencionalmente, após tratamentos de controle de insetos ou fun-
gos ou tratamentos herbicidas, são capazes de afetar a fisiologia da
planta através de sua nutrição. Os herbicidas parecem os mais perigo-
sos, devido a sua dupla ação: efeito direto no momento do tratamento,
ainda que subletal, em relação à planta e ação indireta, pela inibição da
nitrificação ou da amonificação, conseqüente à destruição dos microrga-
nismos do solo.
ROTINI e SEQUI (1974) já tinham salientado que: “O empre-
go de inseticidas e herbicidas causa grandes problemas no que diz
respeito à integridade das características do solo”. A matéria orgâni-
ca e o húmus que dela deriva podem, de certa forma, servir de “tam-
pão”, reduzindo um pouco o atraso provocado por este ou aquele
agrotóxico na nitrificação. Contudo, pode-se perguntar o que acon-
tece com a matéria orgânica e o húmus assim “tratados”? ROTINI e
SEQUI (op. cit.) observam, oportunamente, que “se deveria conside-
rar mais a influência dos inseticidas e dos herbicidas sobre as enzimas do
solo”.
*
Pirimifosetil. (N. da T.)
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CAPÍTULO V
CAUSA DO DESENCADEAMENTO DE
MULTIPLICAÇÕES DE PRAGAS E DE
DOENÇAS PROVOCADAS PELOS
AGROTÓXICOS
“E através dos fenômenos de nutrição que podemos atingir os organismos vivos”. Claude
Bernard
142
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*
União Soviética. (N. da T.)
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machos fêmeas
Testemunhas 233 260 mg
Trigo oriundo de grãos-lindane 276 326 mg
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*
Agente da doença “Fire blight”. (N. da T.)
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*
São chamados tratamentos preventivos, isto é, a aplicação do agrotóxico sem que
haja a ocorrência de praga ou de doença. (N. do R.)
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*
Refere-se à castanheira européia. (N. da T.)
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*
“A sucessão das moléstias nos insetos”. (N. da T.)
166
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*
“Grasserie”, no original. (N. da T.) Grasserie é uma doença do bicho-da-seda caracterida
por um inchaço (gorduroso) anormal dos anéis do corpo do inseto. (N. do R.)
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*
Aliás, segundo BONDOUX (1963), é no pomar e não no depósito de frutas que se
deve iniciar o controle das doenças de armazenagem dos frutos. Acrescentaremos
que é o condicionamento adequado da árvore que deve preservá-la destes ataques.
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SEGUNDA PARTE
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CAPÍTULO VI
Entretanto,
“o biologista não poderá se satisfazer, a longo prazo, com uma solução que se detenha
no mal e não em suas causas. Portanto, ele deve preparar as bases de um sistema
que o conduza; a não mais considerar somente a ilusória erradicação de uma só
espécie através da química, mas ao conjunto de uma agrobiocenose, como reco-
menda a própria FAO. Nesse conjunto, como integrar-se-ão, harmoniosamente,
tanto os aspectos da ‘trofobiose’, no sentido de CHABOUSSOU (1961), como
a evolução dos organismos auxiliares (onipresentes mas pouco visíveis) e, ainda,
a competição interespecífica no próprio meio, ele mesmo em constante transfor-
mação, apesar ou devido à sua domesticação pelo homem”.
Pierre GRISON, Princípios e métodos de luta integrada, (Accademia Nazionale dei
Lincei. Quaderno no 128), Roma, 1968.
“Qualquer adubação que deixe a planta em sua condição fisiológica ótima con-
fere-lhe o máximo de resistência. Conseqüentemente, trata-se de fornecer à plan-
ta a adubação adequada, que lhe aporte os diversos elementos que ela exige, nas
proporções relativas a suas necessidades efetivas. Portanto, tanto o excesso como
a carência de um ou diversos elementos, que rompem o equilíbrio fisiológico nor-
mal da planta, são capazes de diminuir sua resistência natura”.
F. LABROUSSE, (Annales Agronomiques, 1932)
“Insetos e fungos não são a verdadeira causa da doença das plantas. Eles só ata-
cam plantas ruins ou plantas cultivadas incorretamente”.
Albert HOWARD (Testament Agricole)
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1. AS CONDIÇÕES DA PROTEOSSÍNTESE
COIC resume, assim, o que se sabe, atualmente, sobre a síntese
das proteínas: “Imaginemos uma fábrica onde máquinas de fabrica-
ção de ferramentas fabricariam peças individuais, e também aquelas
que constituem essas máquinas ferramentas, elas próprias; e onde
outras máquinas montadoras realizariam a montagem dessas peças,
tanto para construir as máquinas de fabricação de ferramentas, como
para as máquinas montadoras”.
“Transpondo isto para a célula viva (não considerando, aqui, o
fato de que a célula ainda se divide em duas células semelhantes a
si mesma), temos uma imagem grosseira de seu funcionamento quí-
mico”.
“A máquina montadora nº 1 (ácido desoxiribonucléico ou DNA)
pode autocopiar-se com a ajuda de certas peças individuais
(nucleotídeos de desoxiribose); ela realiza, assim, a montagem da
máquina montadora nº 2 (ácido ribonucléico ou RNA), com a aju-
da de peças individuais análogas (nucleotídeos de ribose).
Esta máquina no 2 (RNA) procede, por sua vez, à fabricação de
máquinas ou materiais extremamente diversos (proteínas), entre os
quais figuram as máquinas ferramenta (enzimas), que servem à fabri-
cação de peças individuais variadas, especialmente nucleotídeos e
aminoácidos”.
As ligações peptídicas que necessitam de energia ocorrem em
presença de ATP (trifosfato de adenosina) e com a intervenção da
coenzima A. O esquema da fig.21 destaca a intervenção das substân-
cias, isto é, dos diversos elementos que entram em jogo nesta síntese
das cadeias protéicas, a partir da alimentação da planta e da
fotossíntese (antigamente chamada assimilação clorofiliana).
A respeito dessas substâncias que constituem a matéria vegetal,
recordaremos que:
– 95%da matéria seca das plantas é composta de quatro elemen-
tos: carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio;
192
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2. OBJETIVO DA ADUBAÇÃO
Antes de abordar o estudo das repercussões sobre o metabolismo
e a resistência da planta, elemento por elemento, é útil recordar ra-
pidamente o objetivo da adubação.
A curto prazo, ela tem o papel de fornecer à planta todos os ele-
mentos de que necessita para se desenvolver e dar uma colheita “ren-
tável”. É o ponto de vista geralmente adotado pela agricultura
clássica, e que ninguém sonha contestar.*
A longo prazo, é oportuno prever a manutenção da fertilidade do
solo, além de não se provocar eventuais descontroles através de
agrotóxicos, introduzidos intencionalmente ou não no solo.
Em segundo lugar, é necessário evitar qualquer desequilíbrio ali-
mentar da planta, seja este resultante de desequilíbrios de ordem
quantitativa dos elementos colocados no solo ou da própria natureza
*
Atualmente, essa posição é contestada pela própria trofobiose em conjunto com
o ciclo etileno no solo, pela transmutação dos elementos com baixa energia,
sintetizada na “lei da fertilidade crescente”. (N. do R.)
193
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portanto, nas partes aéreas das plantas, pois nas raízes a evolução do
teor de Ca é praticamente idêntica numa espécie calcífuga, como o
tremoço, e numa calcícola, como a fava (BOUSQUET, 1971).
Outro fato importante referente ao metabolismo do cálcio: são os
numerosos “equilíbrios” em que está implicado. Já mencionamos o equi-
líbrio K+/Ca++, mas o cálcio está ligado a diversos outros elementos.
No milho, FALADE (1973) mostrou que o cálcio estimula a
absorção de K + e de Mg ++ até um determinado nível na solução
nutritiva, mas a inibe, ao contrário, em outros níveis. O potássio age
da mesma forma para a absorção de Ca++, enquanto o Mg++ comporta-
se de forma semelhante para a absorção de Ca e de K +.
SHEAR (1975) observa que, elevando-se suficientemente o teor
de Mg, a absorção de Ca pode ser aumentada.
Estas interrelações complexas podem explicar certos resultados
aparentemente contraditórios referentes às relações entre o Mg e as
afecções por carências de Ca, que nos ocuparemos mais adiante.
Assim, o blossom end rot* ou BER do tomate, bem como o coração
negro do aipo, estão relacionadas com os baixos valores da relação Ca/
total de sais solúveis.
Ora, como vimos, a suscetibilidade da planta está ligada a um teor
elevado do nitrogênio nos tecidos, o que parece significar que, nesse
caso, o equilíbrio catiônico é pouco favorável a um ótimo de
proteossíntese.
Outra relação clássica é a do cálcio e fósforo. O Ca estimula a ab-
sorção de fosfatos no milho, com certos teores de cátions, mas não
apresenta estes efeitos com outros, como para K e Mg (FALADE,
1973). Daí a importância, como veremos adiante, da relação Ca/P na
planta, no que diz respeito a sua resistência às doenças.
*
Em inglês no original. (N. da T.). A blossom-end-rot é uma doença fisiológica que
produz uma colaboração pálida nas flores, no decurso da floração. Ocorre em condições
desfavoráveis, com excesso de N e/ou carência de Ca. (Yepsen, 1966). (N. do R.)
203
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*
Em inglês no original. Gramínea do gênero Poa. (N. da T.). Poa protensis, pasto-
azul. (N. do R.)
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Assim, tanto o boro fornecido através das raízes como por pulveriza-
ções foliares aumenta o movimento do Ca nas maçãs.
O cálcio, além do equilíbrio que manteria com numerosos ele-
mentos, é considerado, ele próprio, como desempenhando o papel
de um oligoelemento, ou quase, e o de um antitóxico, em relação a
eventuais excessos de elementos como o Mg, Cu, Fe, Mn e Zn e,
talvez, de outros íons (WALLACE et alii., 1966). Este é um aspecto
importante a ser retido, considerando-se a terapêutica pelos
oligoelementos, que abordaremos no próximo capítulo.
206
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cálcio, que pode ser afetada por cada uma das condições discutidas
anteriormente, é essencial, se quisermos reduzir as perdas econômi-
cas acarretadas por estes distúrbios”.
No que diz respeito ao papel do cálcio, acreditamos ter mostra-
do que ele se encontra em estreita relação com a estimulação da
proteossíntese, como veremos confirmado. Entretanto, SHEAR tam-
bém faz alusão aos diferentes fatores ecológicos suscetíveis de agirem
indiretamente sobre o metabolismo do cálcio na planta (e, acrescen-
taremos, dos outros elementos).
Estes são, principalmente:
– solo seco (considerado o fator mais importante da necrose do
tomate);
– inversamente, as regas sucessivas;
– altas temperaturas.
Observamos, de passagem, que todos estes diferentes fatores unem-
se para provocar uma inibição da proteossíntese.
Assim, KYDREV e TJANKOVA (1960), estudando as relações
entre as modificações provocadas pela seca e a infecção das plantas por
Puccinia triticina Erikss, evidenciaram que a seca provoca na planta
certos fenômenos considerados como favoráveis à infecção, especial-
mente a elevação do teor de nitrogênio não-protéico e a queda do teor
de auxinas.
Também no trigo, SLUKHAI e OPANASENKO (1974), encon-
traram que o déficit em água perturba o metabolismo dos compos-
tos nitrogenados, com uma redução da síntese protéica e o aumento
considerável de certos aminoácidos, como a asparagina e a prolina.
Efetivamente, parece que o acúmulo de prolina é característico do
metabolismo das plantas deficientes em água (RUHLAND, 1958).
Acrescentaremos que é desnecessário procurar em outro lugar a causa
de certas multiplicações bruscas e aparentemente inexplicáveis de inse-
tos como, por exemplo, pulgões e cochonilhas. Uma deficiência das
plantas em água provoca uma hidrólise das proteínas nas folhas e, con-
207
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*
Adubo nitrogenado muito usado na Europa. Pouco conhecido no Brasil. (N. da T.)
208
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*
Podridão ou fendilhamento anular das raízes. (N. do R. )
*
Em inglês no original. Relatório da Divisão de Pesquisa. (N. da. T.)
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K + Ca + MG = constante.
213
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*
“Testamento Agrícola”. (N. da T.) Esta obra será publicada pela Editora Expressão
Popular. (N. do R.)
214
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*
Refere-se ao chá-da-Índia. (N. da T.). Thea sinensis L. (N. do R.)
**
Devido a sua vasta e longa experiência, HOWARD necessariamente tornou-se
filósofo e teorizador. Assim, às vezes, ele resumiu suas concepções de maneira um
pouco contundente e não conformista, de seu próprio estilo como estas que
deixamos à meditação do leitor:
“A ciência perde-se num labirinto de detalhes”.
“O problema jamais é considerado em seu conjunto”.
“O aumento do número de pesquisadores obscureceu mais do que clareou vastos
problemas biológicos”.
Enfim: “O trabalho de equipe não é um remédio para os inconvenientes do
retalhamento dos problemas. A renda tecida pelo trabalho de equipe freqüentemente
é cheia de buracos”.
215
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*
A obra básica de Ruch é La fècondité du sol, Le courrier du livre, Paris, 1972. O
original, em alemão, foi publicado em 1968, pela Karl T. Haus Verlag. O nome do
autor é H. P. Rusch. O original grafou-se sem o “c” (Rush). (N. do R.)
216
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*
Não esquecer que o autor refere-se ao Hemisfério Norte. (N. do R.)
*
Refere-se a esterco misturado com restos vegetais. (N. da T.)
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CAPÍTULO VII
“Uma proveitosa via de proteção da planta seria aberta se tivéssemos mais infor-
mações sobre os mecanismos naturais da resistência às doenças. Produtos quími-
cos sistêmicos, capazes de alterar o metabolismo da planta para induzir a
resistência, poderiam encontrar um lugar de destaque, para proteger os vegetais”.
Joseph KUC (The plant fights back, 1961)
1. CARÊNCIAS E DOENÇAS
Um agrônomo, no sentido estrito da palavra, observou: “Não se
exclui que existem relações entre as carências e determinadas doenças,
especialmente bacterianas e viróticas. As doenças podem favorecer as
manifestações de carência e vice-versa. Por exemplo, as árvores com carên-
cia de boro ou zinco poderiam ser mais sensíveis a determinadas doenças
viróticas ou bacterianas”. (TROCMÉ, 1964.)
É curioso que esta aproximação não tenha incitado os patologis-
tas a certos questionamentos, especialmente, de saberem se, efetiva-
mente, não haveria relação de causa e efeito entre carência e patogenia,
além da convergência de sintomas. Acreditamos não haver dúvida de
que a carência antes e, depois da doença, constituem uma seqüência
obrigatória. Propomo-nos a dar vários exemplos, a seguir:
1. Em relação à videira
COOK e GOHEEN (1961) observam, no momento da colhei-
ta, a similaridade de sintomas nas cepas com enrolamento foliar e nas
videiras com carência de potássio. Na análise, nota-se, os dois tipos
de videiras mostram carências de K e Mg, que são praticamente idên-
ticas nos limbos. A única diferença, no caso do enrolamento, é que
o K se acumula nos pecíolos e a concentração de Mg, aí, é baixa. É
praticamente o inverso que ocorre com carência apenas de K.
*
Trata-se do vinhedo experimental do INRA, Bordeaux.
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*
A grafia, no original de Chaboussou, cita os nomes das viroses em inglês, mas
trazemos significados como, “Vírus do inchamento do ramo do cacau”, não ocorre
no Brasil, Ceplac, 2006. (N. do R.).
244
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*
“Vírus da acanaladura do tronco”. Sarasola e Sarasola, 1975. (N. do R.)
*
“Vírus da pústula da casca”. Sarasola e Sarasola, 1975. (N. do R.)
245
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A) Correção de macroelementos
Como vimos no capítulo anterior, conforme o caso, o aporte de
K ou Ca no solo estimula a resistência da planta. A correção da ca-
rência produz um novo equilíbrio nos elementos catiônicos, especi-
almente na relação K/Ca, que parece ser uma das mais importantes.
Assim, NGUYEN et alii. (1972), em seus trabalhos sobre “a
influência da adubação nitrogenada, fosfatada e potássica na incor-
poração dos aminoácidos às proteínas e os rendimentos da alfafa”,
concluem que: “A fertilização com K aumentou levemente a concentra-
ção de N total, diminuiu o acúmulo dos aminoácidos livres e favoreceu sua
incorporação às proteínas”.
O problema é que esse equilíbrio é difícil de ser conseguido atra-
vés de adubos solúveis. A própria adubação potássica, benéfica neste
caso, pode ser nefasta em outros, por exemplo, afetando a fixação de
nitrogênio pelo Rhizobium leguminosarum, provavelmente pela des-
truição desta bactéria (KOCH e MENGEL, 1972).
Também está bem estabelecido, sem dúvida, por um processo
análogo, que as aplicações de nitrogênio solúvel dificultam ou inibem
totalmente a fixação do nitrogênio atmosférico. Assim, na fertiliza-
ção das pastagens que tenham leguminosas,seria necessário evitar a
utilização de nitrogênio na forma solúvel, sob pena de vê-las desapa-
recerem.
Esses fatos, há muito constatados pelos agrobiologistas, fizeram
com que se banissem todos os adubos solúveis, com alguma aparên-
cia de razão.
Os adubos provocam repercussões múltiplas, diretamente sobre a
nutrição imediata da planta e, indiretamente, sobre a vida e fertilida-
de do solo, pela ação tóxica sobre os microrganismos. Se o adubo foi
distribuído ao nível do solo, torna-se impossível a generalização dos
efeitos desta ou daquela correção, em relação à resistência da planta.
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Icterícia, ou amarelecimento, da beterraba é causado pelo vírus BYV (Valíela,
1969). (N. do R.)
250
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*
Não se pode esquecer que a fisiologia da planta depende de sua fertilização e da
influência dos agrotóxicos aplicados. Por exemplo, na beterraba, não adiantaria
dosar bem os oligoelementos se os agrotóxicos, eventualmente aplicados, dessem
um efeito contrário.
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252
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*
Segundo CHAMPIGNY (1960), em Bryophyllum daigremontianum a relação N
protéico/N dos aminoácidos é de 17,4, nas folhas muito jovens; 15,9 nas jovens e
28,8 nas adultas.
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B) O caso do Enxofre
Já comentamos no capítulo quarto o caso do enxofre. Parece
comprovado que sua eficácia reside, principalmente, na sua ação
positiva sobre a proteossíntese. O enxofre elementar, aplicado sobre as
plantas, é encontrado em suas proteínas. Isto, aliás, não escapou à
obsevação de certos agricultores, que notaram o seu efeito benéfico sobre a
vegetação da planta. Por outro lado, ele também pode agir sobre a resis-
tência da planta através da fertilização do solo. Um exemplo nos é dado
pela colza.*
Há alguns anos, na região de Landes, Gasconha, desenvolvem-se
novas culturas, especialmente a colza. A implantação dessa oleaginosa
nesses solos leves, ácidos e altamente podzolizados, ao invés dos
habituais solos calcários, exigiu pesquisas relacionadas às correções.
As pesquisas realizadas pelo Centro de Pesquisa do INRA – Bordeaux,
que foram objeto de comunicação à Academia de Agricultura
(COURPRON et alii., 1973), podem ser assim resumidas: A seme-
adura de colza (variedade Sarepta) foi realizada em meados de outu-
bro, na quantidade de 4 kg de semente/ha. O aporte de cal teve
influência reduzida nos rendimentos. Ao contrário, a adubação com
enxofre levou a um aumento da produção de 150% sobre a testemunha,
fosse qual fosse a dose utilizada (50 a 100 kg/ha, em forma de sulfa-
to de amônia, distribuído em diferentes épocas).
Quanto às causas desse fenômeno, cremos melhor dar a palavra
aos pesquisadores: “Nas condições particulares deste experimento, o
efeito espetacular do aporte de enxofre é explicado pela correção da
carência do solo neste elemento, mas, sem dúvida, também, porque
*
A colza também é chamada de canola (canadá). (N. do R.)
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4. OS OLIGOELEMENTOS NA FISIOLOGIA E NA
RESISTÊNCIA DA PLANTA
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Por outro lado, sob certas condições, que precisariam ser melhor
definidas, os oligoelementos aumentam a concentração de P no te-
cido das plantas e de diversos grupos de combinações fosfóricas, re-
forçando, assim, a chegada do cálcio nas células. A partir do que se sabe
sobre o papel do cálcio, este fenômeno pode estar na origem da
estimulação da resistência (POLJAKOV, 1972).
Os efeitos benéficos do cálcio sobre a resistência da planta justifi-
cam plenamente a sua presença nas fórmulas à base de oligoelementos
desenvolvidas por algumas firmas comerciais.
Outras relações importantes dos oligoelementos referem-se ao
boro. Por isso, vamos consagrar-lhe um estudo particular.
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*
Em inglês no original. (N. da T.)
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*
Chaboussou refere-se ao Hemisfério Norte. (N. do R).
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*
A qual, freqüentemente, adiciona-se arseniato de chumbo, contra as lagarta do
cacho – este produto pode ter uma ação antifúngica. (Chaboussou). No original
Tordeuses de la grape. Tordeuse – nome de diversas borboletas (Tortricides), cuja
largarta enrola as folhas das plantas em cartuchos, fazendo um estojo protetor
(Petit, 1983) (N. do R.)
268
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*
A calda bordalesa, fungicida clássico contra o míldio da videira é igualmente eficaz
contra oídio.
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*
O Fentinacetato é usado como esterilizador de insetos, causando quebras
cromossômicas. (N. da T.) Esta posição visionária de Chaboussou deveria ser
analisada por todos os pesquisadores que se dedicam ao controle das pragas e
doenças. (N. do R.)
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*
No original, fourchettes. “Limite entre dois valores extremos”. (Petit Robert,
1983), ( N. do R. )
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281
CAPÍTULO VIII
284
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Quanto à qualidade:
a) Magnésio: provoca um aumento do teor de açúcar; o ótimo
da dose de Mg se situaria em torno de 2,5 kg/ha. Este valor
propicia a melhor densidade do mosto;
b) Molibdênio: a quantidade de matéria seca aumenta com
maiores teores, a ponto do máximo ainda não ser atingido
com 0,8 kg/ha. Inversamente, o teor mínimo de cinzas é
obtido com aproximadamente 0,2 kg/ha. A densidade e a
acidez volátil aumentam como a matéria seca enquanto o grau
alcoólico tem seu ótimo com aproximadamente 0,35 kg/ha;
c) Boro: a densidade e acidez total crescem com o teor de boro,
enquanto a acidez volátil atinge o mínimo com aproximada-
mente 6kg de borato/ha. O grau alcoólico tem seu ótimo com
aproximadamente 0,35 kg/ha;
d) Os resultados da degustação são assim caracterizados por
BERTRAND et alii. (op. cit.):
“Todas as amostras das parcelas que receberam aporte de
magnésio são melhores à degustação e mais coloridas. O vi-
nho da parcela testemunha pode ser considerado como um
vinho branco manchado, e os outros vinhos, como rosés”.
“As amostras de vinhos provenientes das parcelas que recebe-
ram aporte de molibdênio são melhores à degustação”.
“Os vinhos provenientes de parcelas tratadas com boro são
pouco coloridos. A diferença com a testemunha é pouco
sensível”.
Os pesquisadores observam que não foram colocados nem zinco,
nem manganês. Contudo, detectou-se baixos teores destes elementos.
Estas possíveis pequenas deficiências podiam provocar modificações
no teor de açúcar, já que o zinco joga um papel essencial na síntese
destes últimos.
Isto demonstra que os diversos nutrientes devem ser associados
num equilíbrio conveniente, a fim de se obter resultados satisfatórios
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*
Meio-dia (Midi) significa também o Sul da França e ou da Europa. (N. do R)
*
Doença causada por S. Hissutum, chama-se “esca”. Pommer, 2003. (N. do R.)
*
A doença causada por P. Rerriformis, chama-se “excariose” ou “podridão branca
da uva”. Pommer, 2003. (N. do R.). As citações no original são, respectivamente,
Esca e Excoriose. (N. do R. )
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*
Seleção Oppenheimer 4. (N. da T.)
**
Kober 5BB. (N. da T.)
291
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A) Considerações gerais
Como observou COÏC, “na agricultura, geralmente, a preocupa-
ção é maior com a quantidade do que com a qualidade”.
Às vezes nos preocupamos com uma certa qualidade, mas que só
diz respeito a um critério comercial. Freqüentemente, trata-se ape-
nas de um aspecto exterior. Assim, os frutos “manchados” são, comer-
cialmente, de “má qualidade”. É, igualmente, de má qualidade toda
a colheita maculada com resíduos de qualquer agrotóxico.
292
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2. A questão do enxofre
Segundo o COÏC: “A deficiência em enxofre traduz-se por um
acúmulo de nitrogênio solúvel, isto é, de aminoácidos e de peptídeos que
não puderam ser utilizados na construção das proteínas”.
294
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*
EAAI: Essencial Amino Acid Index. Expressão em inglês do índice criado por Oser
(1951), para definir a qualidade da proteína por seu conteúdo em aminoácidos
essenciais. (N. do R.)
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*
“Evolução e Nutrição”. (N. da T.)
298
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*
Grifado por Chaboussou (N. do R.)
301
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302
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*
Phaleum protense. ( N. do R.)
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Os trabalhos de SCHUPHAN
Em resumo, os trabalhos de SCHUPHAN comparam diversos
tipos de adubação, em culturas como espinafre, repolho crespo, batata
e cenoura. São consideradas a fertilização clássica NPK, utilizada iso-
ladamente e associada ao esterco, só esterco e, enfim, compostagem
biodinâmica.
Foram feitos três tipos de constatações:
– evolução da composição mineral do solo;
– composição das colheitas em diversos constituintes orgânicos
e minerais;
– repercussões sobre a saúde de bebês alimentados com produ-
tos obtidos desses diferentes tipos de fertilização.
No que se refere às transformações constatadas no solo, SCHUPHAN
registra:
1. A função reguladora do húmus na nutrição das plantas.
2. Sobre turfa, com o composto biodinâmico, concentrações extrema-
mente elevadas em K2O, O2, Na, P 2O5, Ca e Mn.
SCHUPHAN justifica este segundo ponto pelas quantidades
elevadas de elementos fornecidos a cada ano, e também pelo nível
relativamente moderado das colheitas.
Contudo, pelo que se sabe dos fenômenos ditos “de troca” e de
“mineralização”, provocados pela fertilização orgânica, é questionável
se são apenas estes os processos em questão. Vimos que, ao longo do
capítulo sexto, a matéria orgânica estimula a proteossíntese, princi-
palmente quando previamente fermentada. Veremos, adiante, uma
demonstração suplementar.
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CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES GERAIS
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“As doenças das plantas: modos de desenvolvimento e métodos de controle”.
Collectif. Traduzido do inglês (Publicação INRA).
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CONCLUSÕES
AS RAZÕES DAS ATUAIS DIFICULDADES DE
CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS
As considerações precedentes, que constituem um extremo resu-
mo deste trabalho, talvez permitam compreender as razões das difi-
culdades atuais de controle das doenças e pragas. Salta aos olhos que
elas são provenientes da insuficiência, para não dizer inexistência, de
trabalhos referentes às relações planta-parasita.
Ora, a este respeito, propomos uma teoria, a da trofobiose. Que seja
posta a prova! Assim, com base no conjunto dos fatos expostos neste
trabalho e em concordância com as concepções de certos fitopatologistas
como DUFRÉNOY, será possível verificar se ela é eficaz.
Em segundo lugar, é hora dos fitofarmacêuticos fazerem sua
autocrítica e, até, sua “mea culpa”. Como elo de ligação entre fabricantes
de agrotóxicos e usuários, é grande sua responsabilidade. Até agora,
os fitofarmacêuticos consideraram mais os casos notórios de
fitotoxicidade ou queimaduras, para excluir um agrotóxico da lista de
produtos registrados, do que sua repercussão sobre a fisiologia e,
portanto – repetimos – sobre a resistência das plantas.
A fitiatria está, atualmente, no mesmo ponto que estaria a me-
dicina, se negligenciasse as eventuais repercussões de um antibióti-
co ou cortisona, no organismo de um paciente!
Esta atitude é particularmente condenável, em relação aos
herbicidas: recentemente, num simpósio quase oficial, realizado na
França, não houve uma só comunicação referente às repercussões
desses produtos sobre os microrganismos e a vida do solo!
Por isso as dificuldades de se encontrar soluções viáveis no con-
trole de pragas e doenças. Um fracasso do controle químico exige outra
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P L A N T A S D O E N T E S P E L O U S O D E A G R O T Ó X I C O S
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F R A N C I S C H A B O U S S O U
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Marianne LEVY, 1955, Les protéines, Coll.. “Que Sais-Je”.
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