Você está na página 1de 12

Universidade Federal Fluminense

Instituto de Matemática e Estatı́stica


Departamento de Matemática Aplicada

Cálculo III-A – Módulo 13 – Tutor


Exercı́cio 1: Verifique o teorema de Gauss calculando a integral de superfı́cie e a integral tripla para
o campo F~ (x, y, z) = 2x ~i + 2y ~j + z 2 ~k e S é a superfı́cie da seguinte região:

W = (x, y, z); x2 + y 2 ≤ 1 , 0 ≤ z ≤ 1 .

Solução: O esboço do sólido W está representado na figura que se segue.

z
~n1

1 S1

W S2
~n2

1 y
1
~n3
S3
x

Vemos que a fronteira de W é constituı́da de três superfı́cies: ∂W = S = S1 ∪ S2 ∪ S3 , como mostra


a figura acima. Orientando positivamente S = ∂W , devemos verificar que
ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = divF~ dV
∂W W

ou ZZ ZZ ZZ ZZZ
F~ · n~1 dS + F~ · n~2 dS + F~ · n~3 dS = divF~ dV .
S1 S2 S3 W

ZZ
Cálculo de F~ · n~1 dS
S1
p
Temos que S1 : z = 1, (x, y) ∈ D : x2 +y 2 ≤ 1, n~1 = ~k = (0, 0, 1) e dS = 1 + (zx )2 + (zy )2 dxdy =
Cálculo III-A Módulo 13 2


= 1 + 0 + 0 dxdy = dxdy. Então,
ZZ ZZ ZZ

~
F · n~1 dS = 2
2x, 2y, 1 · (0, 0, 1) dxdy = (0 + 0 + 1) dxdy =
S1 D D
ZZ
= dxdy = A(D) = π · 12 = π .
D

ZZ
Cálculo de F~ · n~2 dS
S2

(x, y, 0)
Temos que S2 : x2 +y 2 ≤ 1 com 0 ≤ z ≤ 1. Então, n~2 é exterior a W . Logo n~2 = = (x, y, 0).
1
Assim, ZZ ZZ ZZ
 
F~ · n~2 dS = 2x, 2y, z 2 · (x, y, 0) dS = 2x2 + 2y 2 dS =
S2 S2 S2
ZZ

=2 x2 + y 2 dS .
S2

Como x2 + y 2 em S2 é igual a 1, temos:


ZZ ZZ
~
F · n~2 dS = 2 dS = 2A(S2 ) = 2(2πrh)
S2 S2

com r = 1 e h = 1. Logo, ZZ
F~ · n~2 dS = 4π .
S2

ZZ
Cálculo de F~ · n~3 dS
S3

Temos que S3 : z = 0, (x, y) ∈ D : x2 + y p2


≤ 1. Como n~3 aponta para√baixo, então n~3 = −~k =
= (0, 0, −1). Temos, também, que dS = 1 + (zx )2 + (zy )2 dxdy = 1 + 0 + 0 dxdy = dxdy.
Então,
ZZ ZZ ZZ

~
F · n~3 dS = 2
2x, 2y, 0 · (0, 0, −1) dxdy = (0 + 0 + 0) dxdy = 0 .
S3 D D

Portanto, ZZ
F~ · ~n dS = π + 4π + 0 = 5π .
∂W

ZZZ
Cálculo de divF~ dV
W

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 3

Temos que divF~ = 2 + 2 + 2z = 4 + 2z. A descrição de W em coordenadas cilı́ndricas é


 0≤r≤1
Wrθz : 0 ≤ θ ≤ 2π . Como dV = rdrdθdz, então,

0≤z≤1
ZZZ ZZZ ZZZ
divF~ dV = (4 + 2z) dV = (4 + 2z) rdrdθdz =
W W Wrθz
Z 1Z 2π Z 1 Z 1 Z 2π Z 1
= (4 + 2z) rdzdθdr = r (4 + 2z) dzdθdr =
0 0 0 0 0 0
Z 1 Z 2π Z 1 Z 2π Z 1 h 2 i1
 1 r
= r 4z + z 2 0 dθdr = 5 r dθdr = 10π r dr = 10π = 5π .
0 0 0 0 0 2 0

Assim, o teorema de Gauss está verificado.

Exercı́cio 2: Aplique o teorema da divergência para obter o fluxo do campo F~ através de S, orientada
positivamente:

a) F~ (x, y, z) = (x2 + y 2 )~ip+ (y 2 − 2xy)~j + (4z − 2yz)~k, onde S é a superfı́cie do sólido W


limitado pelo cone x = y 2 + z 2 e pelo plano x = 3.

b) F~ (x, y, z) = (x3 + y sen ~ 3 ~ 3~


p z) i+(y + z sen x)
pj+z k, onde S é a superfı́cie do sólido W limitado
pelos hemisférios z = 4 − x2 − y 2 , z = 1 − x2 − y 2 e pelo plano z = 0.

c) F~ (x, y, z) = (xy 2 + cos z)~i+ (x2 y + sen z)~j+ ey ~k, onde S é a superfı́cie do sólido W limitado
pelo paraboloide z = x2 + y 2 e pelo plano z = 4.

Solução:

a) Invertendo os eixos coordenados, temos o esboço de W na figura que se segue.

D
3 z
3

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 4

Como F~ é de classe C 1 em R3 e S = ∂W está orientada positivamente, então, pelo teorema de


Gauss temos: ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = divF~ dV
S=∂W W

onde divF~ = 2x + 2y − 2x + 4 − 2y = 4. Logo,


ZZ ZZZ  
~ 1
F · ~n dS = 4 dV = 4V (W ) = 4 πr 2 h
3
S=∂W W
onde r = 3 e h = 3. Assim, ZZ
F~ · ~n dS = 36π .
S=∂W

b) O esboço do sólido W está representado na figura que se segue.

2
~n

W 1

~n

1 1 2 y
2
~n

x
Como F~ é de classe C 1 em R3 e S = ∂W está orientada positivamente, então pelo teorema de
Gauss, temos ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = divF~ dV
S=∂W W

onde divF~ = 3x2 + 3y 2 + 3z 2 = 3 (x2 + y 2 + z 2 ). Passando para coordenadas esféricas, temos
 1≤ρ≤2
2 2 2 2 2
x + y + z = ρ , dV = ρ sen φ dρdφdθ e Wρφθ : 0 ≤ θ ≤ 2π . Então,

0 ≤ φ ≤ π/2
ZZ ZZZ ZZZ
 
~
F · ~n dS = 3 2 2 2
x + y + z dV = 3 ρ2 ρ2 sen φ dρdφdθ =
S=∂W W Wρφθ
Z 2 Z π/2 Z 2π Z 2 h iπ/2
=3 ρ4 sen φ dθdφdρ = 6π ρ4 − cos φ dρ =
1 0 0 1
| {z } 0
= 1
h 5 i2
ρ 6π 186π
= 6π = (32 − 1) = .
5 1 5 5

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 5

c) O esboço de W está representado na figura que se segue.

z
~n

~n

D
2 y
2

Como F~ é de classe C 1 em R3 e S = ∂W está orientada positivamente, então, pelo teorema de


Gauss temos: ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = divF~ dV
S=∂W W

onde divF~ = y 2 + x2 =  x2 + y 2 . Passando para coordenadas cilı́ndricas, temos que x2 + y 2 = r 2 ,


 0≤r≤2
dV = rdrdθdz e Wrθz : 0 ≤ θ ≤ 2π . Então,
 2
r ≤z≤4
ZZ ZZZ ZZZ

F~ · ~n dS = 2 2
x + y dV = r 2 · r drdθdz =
S=∂W W Wrθz
Z 2 Z 2π Z 4 Z 2 Z 2π 
= r3 dzdθdr = r3 4 − r 2 dθdr =
0 0 r2 0 0
Z 2 Z 2 h i2
3 2
 3 5
 4r4 r6
= 2π r 4−r dr = 2π 4r − r dr = 2π − =
0 0 4 6 0
 
32 32π
= 2π 16 − = .
3 3

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 6

Exercı́cio 3: Fechando, de uma forma adequada, as superfı́cies abertas dadas e utilizando o teorema
de Gauss, calcule o fluxo do campo F~ através de S, com ~n exterior à superfı́cie fechada

a) F~ (x, y, z) = (0, 0, 2z), onde S é a superfı́cie do paralelepı́pedo limitado pelos planos coorde-
nados e pelos planos x = 1, y = 2 e z = 3, exceto a face superior;
b) F~ (x, y, z) = (x, y, z), onde S : x2 + y 2 + z 2 = a2 com z ≤ 0;

c) F~ (x, y, z) = z arctg(y 2) ~i + z 3 ln(x2 + 1) ~j + z ~k, onde S : z = 2 − x2 − y 2, com 1 ≤ z ≤ 2.

Solução:

a) O esboço de S está representado na figura que se segue.

z
z
3
3 ~n1

S1

S
S

~n

1
2 1
x y 2
~n x y

0≤x≤1
Consideremos S = S ∪ S1 , onde S1 é dada por S1 : z = 3, (x, y) ∈ D : , orientada
0≤y≤1
p √
com n~1 = ~k e dS = 1 + (zx )2 + (zy )2 dxdy = 1 + 0 + 0 dxdy = dxdy.

Seja W o sólido limitado por S. Como ∂W = S está orientada positivamente e F~ é de classe C 1


em R3 , então, pelo teorema de Gauss, temos:
ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = divF~ dV
S=∂W W

onde divF~ = 0 + 0 + 2 = 2. Logo,


ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = 2 dV = 2V (W ) = 2(1 · 2 · 3) = 12
S=∂W W

ou ZZ ZZ
F~ · ~n dS + F~ · n~1 dS = 12 .
S S1

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 7

Mas,
ZZ ZZ ZZ
F~ · n~1 dS = (0, 0, 2 · 3) · (0, 0, 1) dxdy = 6 dxdy = 6A(D) = 6(1 · 2) = 12 .
S1 D D

Logo, ZZ
F~ · ~n dS = 12 − 12 = 0 .
S

b) O esboço de S está representado na figura que se segue.

z z
~n1

S1
a y a y
a a

S S
x ~n x
−a −a

Consideremos Sp = S ∪ S1 , onde S1 é dada por S1 : z = 0, (x, y) ∈ D : x2 + y 2 ≤ a2 , orientada com



n~1 = ~k e dS = 1 + (zx )2 + (zy )2 dxdy = 1 + 0 + 0 dxdy = dxdy.

Seja W o sólido limitado por S. Como a fronteira de W , S = ∂W , está orientada positivamente e


F~ é de classe C 1 em R3 , então, pelo teorema de Gauss, temos:
ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = divF~ dV
S=∂W W

onde divF~ = 1 + 1 + 1 = 3. Logo,


ZZ ZZZ  
~ 1 4 3
F · ~n dS = 3 dV = 3V (W ) = 3 · πa = 2πa3
2 3
S=∂W W

ou ZZ ZZ
F~ · ~n dS + F~ · n~1 dS = 2πa3 .
S S1

Mas, ZZ ZZ ZZ
F~ · n~1 dS = (x, y, 0) · (0, 0, 1) dxdy = 0 dxdy = 0
S1 D D

logo: ZZ
F~ · ~n dS = 2πa3 .
S

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 8

c) O esboço de S está representado na figura que se segue.


z z

2 2

~n ~n
S S

1 1

S1 ~n1

D
y 1 y
1

x x

é dada por S1 : z = 1, (x, y) ∈ D : x2 + y 2 ≤ 1, orientada com


Consideremos S = S ∪ S1 , onde S1 p

n~1 = −~k = (0, 0, −1) e onde dS = 1 + (zx )2 + (zy )2 dxdy = 1 + 0 + 0 dxdy = dxdy.

Seja W o sólido limitado por S. Como S = ∂W está orientada positivamente e F~ é de classe C 1


em R3 , então, pelo teorema de Gauss, temos
ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = divF~ dV
S=∂W W

onde divF~ = 0 + 0 + 1 = 1. Logo,


ZZ ZZZ
F~ · ~n dS = dV .
S=∂W W

ZZZ
Cálculo de dV
W

 0≤r≤1
Passando para coordenadas cilı́ndricas, temos dV = rdrdθdz e Wrθz : 0 ≤ θ ≤ 2π . Então,
 2
1≤z ≤2−r
ZZZ ZZZ Z 1 Z 2π Z 2−r 2
dV = r drdθdz = r dzdθdr =
0 0 1
W Wrθz
Z 1 Z 2π Z 1 Z 2π
2
 2

= r 2 − r − 1 dθdr = r 1−r dθdr =
0 0 0 0
Z 1 h i1
3
 r2 r4 2π π
= 2π r−r dr = 2π − = = .
0 2 4 0 4 2

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 9

Logo, ZZ
π
F~ · ~n dS =
2
S=∂W
ou ZZ ZZ
π
F~ · ~n dS + F~ · n~1 dS = .
2
S S1

Mas, ZZ ZZ
F~ · n~1 dS = (1 · arctg(y 2 ), 13 · ln(x2 + 1), 1) · (0, 0, −1) dxdy =
S1 D
ZZ
= −dxdy = −A(D) = −π · 12 = −π .
D

Finalmente: ZZ
π π 3π
F~ · ~n dS = − (−π) = + π = .
2 2 2
S

ZZ
Exercı́cio 4: Calcule (rotF~ ) · ~n dS, sendo F~ (x, y, z) = (ex − y) ~i + (xz + y 2 ) ~j + 2yz ~k e S é a
S
parte da esfera x2 + y 2 + z 2 − 4z = 0, com z ≤ 1, orientada com ~n exterior.

Solução: O esboço de S está representado na figura que se segue.

z
z
4
4

2
2

~n1
1 S1 1
S S
y y

√ 2
~n 2 ~n

x x

Consideremos S = S ∪ S1 ,ponde S1 é dada por S1 : z = 1, (x, y) ∈ D : x2 + y 2 ≤ ( 2)2 , orientada

com n~1 = ~k e onde dS = 1 + (zx )2 + (zy )2 dxdy = 1 + 0 + 0 dxdy = dxdy.

Seja W o sólido limitado por S. Como a fronteira de W , ∂W = S, está orientada positivamente e

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 10

rotF~ é de classe C 1 em R3 então, pelo teorema de Gauss, temos


ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = div(rotF~ ) dV
S=∂W W

onde div(rotF~ ) = ∇ · (∇ × F~ ) = 0, por propriedade dos operadores diferenciais (ver pág 10 do


Módulo 7). Então, ZZ ZZZ
~
(rotF ) · ~n dS = 0 dV = 0
S=∂W W
ou ZZ ZZ
(rotF~ ) · ~n dS + (rotF~ ) · n~1 dS = 0 .
S S1

ZZ
Cálculo de (rotF~ ) · n~1 dS
S1

Temos,
~i ~j ~k


∂ ∂ ∂
rotF~ =

= (2z − x, 0, z + 1)
∂x ∂y ∂z
x
e − y xz + y 2 2yz
Logo, ZZ ZZ
(rotF~ ) · n~1 dS = (2 · 1 − x, 0, 1 + 1) · (0, 0, 1) dxdy =
S1 D
ZZ ZZ
= (2 − x, 0, 2) · (0, 0, 1) dxdy = 2 dxdy = 2A(D) =
D D
√ 2

= 2 π( 3) = 6π .
Portanto, ZZ
(rotF~ ) · ~n dS = −6π .
S

Exercı́cio 5: Seja W a região limitada pelo cilindro parabólico z = 1 − x2 , o plano y + z = 2


e os planos coordenados z = 0 e y = 0. Calcule o fluxo do campo F~ = (x + e−y sen z) ~i+
+(y + arctg z) ~j + (sen x + cos y) ~k através da superfı́cie S de W com normal ~n exterior à W .

Solução: O esboço da região W está representado na figura que se segue.

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 11

z = 1 − x2 1

W ~n
y+z =2
~n −1

1
2
x y
~n

Como S = ∂W está orientada positivamente e F~ é de classe C 1 em R3 , então, pelo teorema de


Gauss, temos ZZ ZZZ
~
F · ~n dS = divF~ dV
S=∂W W

onde divF~ = 1 + 1 + 0 = 2. Logo,


ZZ ZZZ ZZZ
F~ · ~n dS = 2 dV = 2 dV
S=∂W W W

onde a região W é dada por

W = {(x, y, z); (x, z) ∈ Dxz e 0 ≤ y ≤ 2 − z}

com Dxz = projeção de W no plano xz.

z
1

Dxz

−1 1 x

UFF IME - GMA


Cálculo III-A Módulo 13 12


−1 ≤ x ≤ 1
Logo, temos Dxz : . Então,
0 ≤ z ≤ 1 − x2
ZZZ ZZ Z 2−z ZZ
dV = dy dxdz = (2 − z) dxdz =
0
W Dxz Dxz
Z 1 Z 1−x2 Z 1 h i1−x2
z2
= (2 − z) dzdx = 2z − dx =
−1 0 −1 2 0
Z 1
1  
= 4(1 − x2 ) − (1 − x2 )2 dx =
2 −1
Z 1
1 
= 4 − 4x2 − 1 + 2x2 − x4 dx =
2 −1
Z 1 h i
1  1 2x3 x5 1
= 3 − 2x2 − x4 dx = 3x − − =
2 −1 2 3 5 −1
 
1 2 1 32
= ·2 3− − = .
2 3 5 5

Logo, ZZ
32 64
F~ · ~n dS = 2 · = .
5 15
S=∂W

UFF IME - GMA

Você também pode gostar