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CURSO: Psicologia

DISCIPLINA: Desenvolvimento Humano 1 - Infância


PROFESSORA: Luanna Lua Sousa Felício
ENCONTRO: 2
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
Fecundação

• Fecundação ou concepção: o espermatozoide e o óvulo – os


gametas masculino e feminino, ou células sexuais – combinam-se
para criar o zigoto, que se duplica várias vezes por divisão celular
para produzir todas as células que compõem um bebê.

• A ovulação ocorre aproximadamente uma vez a cada 28 dias,


até a menopausa. O óvulo é arrastado ao longo de uma das
tubas uterinas em direção ao útero.

• Os espermatozoides são produzidos nos testículos ou glândulas


reprodutivas de um homem maduro, e são ejaculados no sêmen
no clímax sexual.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
Nascimentos múltiplos

• Gêmeos dizigóticos: acontece quando o corpo da mãe libera dois óvulos


em um curto espaço de tempo e ambos serem fecundados (não são
mais semelhantes em constituição hereditária do que outros irmãos
quaisquer, e podem ser do mesmo sexo ou de sexos diferentes). Podem
ter uma base genética.

• Gêmeos monozigóticos: acontece quando um único óvulo fecundado se


divide em dois. São usualmente chamados de gêmeos idênticos.
Poderão não ser idênticos em temperamento e em algumas
características física, (ex. padrões dentários e preferência no uso das
mãos). Ocorrem ao acaso.

• Trigêmeos, quadrigêmeos e outros nascimentos múltiplos podem resultar


de um desses processos ou de uma combinação deles.
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Mecanismos de hereditariedade
CÓDIGO GENÉTICO

• DNA: É o material genético de todas as células vivas. Consiste em quatro


unidades químicas chamadas bases. A (adenina) emparelha com T
(timina) e C (citosina) emparelha com G (guanina). Existem 3 bilhões de
pares de bases no DNA humano.

• Os cromossomos são espirais de DNA que consistem em segmentos


menores chamados de genes, as unidades funcionais da
hereditariedade. A sequência completa dos genes do corpo humano
constitui o genoma humano.

• A ação genética que dispara o crescimento do corpo e do cérebro


geralmente é regulada por níveis hormonais – tanto na mãe quanto no
bebê em desenvolvimento –, que são afetados por condições
ambientais.
DNA:

• A (adenina) emparelha com T (timina)


• C (citosina) emparelha com G (guanina).
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Mecanismos de hereditariedade
GENÉTICA E SEXUALIDADE

• Cromossomos sexuais são cromossomos X ou cromossomos Y.


O cromossomo sexual de todo óvulo é sempre X, mas o
espermatozoide pode conter um cromossomo X ou um
cromossomo Y.

• O cromossomo Y contém o gene para a masculinidade.

• Quando um óvulo (X) é fecundado por um espermatozoide X,


o zigoto formado é XX, geneticamente uma fêmea.

• Quando um óvulo (X) é fecundado por um espermatozoide Y,


o zigoto resultante é XY, geneticamente um macho
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Mecanismos de hereditariedade
PADRÕES DE TRANSMISSÃO GENÉTICA

• Alelos: são genes que podem produzir expressões alternativas de uma


mesma característica. Cada pessoa recebe um alelo materno e paterno
para um determinado traço.

• Alelos idênticos = indivíduo é homozigótico para uma dada característica;


Alelos diferentes = o indivíduo é heterozigótico.

• Herança dominante: Quando o alelo dominante é que governa. Quando


uma prole recebe pelo menos um alelo dominante para um traço, este
será́ expresso.

• Herança recessiva: a expressão de um traço recessivo, somente ocorre se a


pessoa receber dois alelos recessivos, um do pai e o outro da mãe.
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Mecanismos de hereditariedade

PADRÕES DE TRANSMISSÃO GENÉTICA

• Traços podem ser afetados por mutações: alterações permanentes no


material genético.

• Fenótipo: características observáveis de uma pessoa.

• Genótipo: constituição genética de uma pessoa, contendo tanto as


características expressas quanto as não expressas.

• Transmissão multifatorial: combinação de fatores genéticos e ambientais


que produz certos traços complexos.
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Mecanismos de hereditariedade

PADRÕES DE TRANSMISSÃO GENÉTICA

• Epigênese: mecanismo que ativa ou desativa os genes e determina


funções das células.

• Mudanças epigenéticas podem ocorrer durante toda a vida em


resposta a fatores ambientais como nutrição, tabagismo, hábitos de
sono, estresse e atividade física. A epigenética pode contribuir para
doenças tão comuns quanto câncer, diabetes e cardiopatias
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Mecanismos de hereditariedade

INFLUÊNCIAS DA HEREDITARIEDADE E DO AMBIENTE

• Embora certos distúrbios físicos sejam praticamente 100% herdados, os


traços normais, como aqueles relacionados à inteligência e à
personalidade, estão sujeitos a um complexo conjunto de forças
hereditárias e ambientais.

• Da concepção em diante, ao longo de toda a vida, uma combinação


de fatores constitucionais (relacionados à constituição biológica e
psicológicas) e fatores sociais, econômicos e culturais ajudam a moldar
o desenvolvimento. Quanto mais vantajosas essas circunstâncias e as
experiências, maior é a probabilidade de um ótimo desenvolvimento.
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Mecanismos de hereditariedade

INFLUÊNCIAS DA HEREDITARIEDADE E DO AMBIENTE

• Traços físicos e fisiológicos


• Exemplo 1: obesidade
• Exemplo 2: família adotiva
• Exemplo 3: gêmeos

• Conclusão?
• Interação genótipo-ambiente
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ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

• 1º mês

- O crescimento é mais rápido que em qualquer outra fase


durante a vida pré́-natal ou pós-natal.
- No final do primeiro mês, ele mede pouco mais de 1
centímetro de comprimento.
- Possui fluxo de sangue, e seu coração bate 65 vezes por
minuto.
- Ele já́ possui um esboço de cérebro, rins, fígado e trato
digestivo. O cordão umbilical já́ está funcionando.
- Possui protuberâncias na cabeça que futuramente serão
os olhos, ouvidos, boca e nariz. O sexo ainda não pode
ser identificado por exames de imagem (apenas pela
sexagem fetal).
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

• 2º mês

- O embrião se torna um feto. Ele mede cerca de 2


centímetros e pesa aproximadamente 9 gramas. A
cabeça é metade do comprimento total do corpo.
- As partes da face estão nitidamente desenvolvidas, com
brotamentos de língua e dentes. Os braços têm mãos,
dedos e polegares, e as pernas têm joelhos, tornozelos,
pés e dedos.
- As células ósseas aparecem aproximadamente na oitava
semana. Impulsos cerebrais coordenam os sistemas de
órgãos. Os órgãos sexuais estão se desenvolvendo; as
batidas cardíacas são regulares. O estômago produz
sucos digestivos; o fígado produz células sanguíneas. Os
rins retiram ácido úrico do sangue. A pele é
suficientemente sensível para reagir à estimulação tátil.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

• 3º mês

- O feto pesa em torno de 28 gramas e mede


aproximadamente 7,5 centímetros de comprimento.
- Tem as unhas das mãos e dos pés, pálpebras (ainda
fechadas), cordas vocais, lábios e um nariz
proeminente. A cabeça ainda é grande e a testa é
alta.
- Seu sexo pode ser facilmente identificado. Os sistemas
de órgãos estão funcionando.
- As costelas e vértebras transformaram-se em
cartilagem. O feto pode agora efetuar uma variedade
de respostas especializadas: movimentar as pernas,
pés, polegares e cabeça; pode abrir e fechar a boca e
engolir.
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ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

• 4º mês

- O feto mede de 20 a 25 centímetros e pesa em torno


de 170 gramas.
- O cordão umbilical é tão longo quanto o feto e
continuará crescendo com ele. A placenta está agora
totalmente desenvolvida.
- A mãe consegue sentir os chutes do feto, um
movimento conhecido como agitação. As atividades
reflexas que apareceram no terceiro mês agora são
mais enérgicas em virtude do desenvolvimento
muscular.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

• 5º mês

- Pesa entre 300 e 500 gramas e mede em torno de 30


centímetros.
- Começa a mostrar sinais de personalidade individual.
Ele já́ tem padrões definidos de sono e vigília, tem uma
posição favorita no útero (sua inclinação) e torna-se
mais ativo – chuta, contorce-se, estica-se e até soluça.
- Encostando-se o ouvido no abdômen da mãe, é
possível ouvir as batidas cardíacas do feto. As glândulas
sudoríparas e sebáceas estão funcionando.
- O sistema respiratório ainda não é adequado para
sustentar a vida fora do útero; o bebê que nasce nessa
fase geralmente não sobrevive.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

• 6º mês

- A taxa de crescimento fetal diminui um pouco – no


final do sexto mês, o feto mede cerca de 35
centímetros de comprimento e pesa em torno de 570
gramas.
- Tem camadas de gordura sob a pele; os olhos estão
completos, abrindo, fechando e vendo em todas as
direções. Ele pode ouvir e pode fechar a mão com
força.
- O feto que nasce prematuramente aos seis meses tem
poucas chances de sobrevivência, pois o aparato
respiratório ainda não amadureceu.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

• 7º mês

- Mede cerca de 40 centímetros de comprimento, e pesa


entre 1,5 e 2,5 quilos.
- Desenvolveu plenamente os padrões de reflexo. Ele
chora, respira e engole, e pode sugar o polegar.
- As chances de sobrevivência para um feto que pese
pelo menos 1,5 quilo são relativamente boas, contanto
que receba assistência médica intensiva.
Provavelmente precisará ficar numa incubadora até
atingir o peso de 2,5 quilos.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

• 8º mês

- Tem entre 45 e 50 centímetros de comprimento e pesa


de 2,5 a 3 quilos.
- Sua moradia está ficando apertada e, portanto, seus
movimentos tornam-se mais limitados.
- Durante este mês e no próximo, desenvolve-se uma
camada de gordura sobre o corpo do feto, a qual lhe
permitirá ajustar-se às temperaturas variáveis fora do
útero.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL

• 9º mês

- Por volta de uma semana antes do nascimento, o feto


para de crescer, tendo alcançado um peso médio de
aproximadamente 3,5 quilos e um comprimento em
torno de 50 centímetros; os meninos geralmente são
um pouco maiores e mais pesados que as meninas.
- Camadas de gordura continuam a se formar, os
sistemas de órgãos estão operando com mais
eficiência, o ritmo cardíaco aumenta e mais dejetos
são expelidos através do cordão umbilical.
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INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS: FATORES MATERNOS

• Teratógeno

• Nutrição e peso da mãe: Segundo as recomendações atuais, mulheres


abaixo do peso deveriam ganhar entre 13 e 18 quilos; aquelas com peso
normal, entre 11 e 16 quilos; e mulheres obesas, apenas de 5 a 9 quilos.

• Desnutrição pré-natal: Pode causar efeitos de longo prazo (ex.


osteoporose e esquizofrenia).

• Atividade física e trabalho pesado: Exercícios regulares evitam a


constipação e melhoram a respiração, a circulação, o tônus muscular e
a elasticidade da pele, o que contribui para uma gravidez mais
confortável e um parto mais fácil e seguro. Porém, condições de
trabalho exaustivas, fadiga ocupacional e longas horas de trabalho
podem estar associadas a um maior risco de nascimento prematuro.
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INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS: FATORES MATERNOS

• Consumo de drogas:

- Drogas podem atravessar a placenta, assim como o oxigênio, o dióxido


de carbono e a água o fazem. A vulnerabilidade é maior nos primeiros
meses de gestação, quando o desenvolvimento é mais rápido.
- Medicamentos;
- Álcool – Síndrome alcoólica fetal: retardo no crescimento, malformações
da face e do corpo e transtornos do sistema nervoso central);
- Nicotina – aumenta o risco de aborto espontâneo, atraso no
crescimento, parto de natimorto, cabeça com circunferência pequena,
morte súbita do lactente, cólica na primeira infância, transtorno
hipercinético (movimento excessivo) e problemas respiratórios,
neurológicos, cognitivos de atenção e comportamentais de longo prazo;
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS: FATORES MATERNOS

• Consumo de drogas:

- Maconha – defeitos congênitos; baixo peso e sintomas parecidos com


a abstinência (choro e tremores excessivos), no nascimento; e maior
risco de transtornos de atenção e de problemas de aprendizagem no
futuro.
- Cocaína – aborto espontâneo, retardo no crescimento, parto
prematuro, baixo peso no nascimento, cabeça pequena, defeitos
congênitos e desenvolvimento neurológico deficiente.
- Metanfetamina – está associada a uma restrição do crescimento fetal,
danos no cérebro fetal em áreas envolvidas com a aprendizagem,
memória e controle, e atraso no desenvolvimento.
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INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS: FATORES MATERNOS - DOENÇAS

• AIDS: poderá haver uma transmissão perinatal.


• Rubéola: quando contraída pela mulher antes da 11a semana
gestacional, provavelmente causará surdez e deficiências
cardíacas no bebê.
• Toxoplasmose: causada por um parasita alojado no corpo de
bovinos, ovelhas e porcos e no trato intestinal de gatos, no segundo
e no terceiro trimestres da gravidez, pode causar danos ao cérebro
do feto, distúrbio visual grave ou cegueira, convulsões ou aborto
espontâneo, parto de natimorto ou morte do bebê.
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INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS: FATORES MATERNOS

• Ansiedade, estresse e depressão materna: ansiedade materna


moderada pode até estimular a organização do cérebro em
desenvolvimento; o estresse foi associado a recém nascidos com
temperamento mais ativo e irritável; Depressão materna pode estar
associada comportamentos violentos e antissociais na adolescência.
• Idade materna: A chance de aborto espontâneo e parto de natimorto
aumenta com a idade materna. Mães adolescentes tendem a ter
bebês prematuros ou com peso abaixo do normal.
• Ameaças ambientais externas: Poluição do ar, substâncias químicas,
radiação, extremos de calor e umidade, bem como outras ameaças
ambientais podem afetar o desenvolvimento pré́-natal.

DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS: FATORES PATERNOS

• Exposição ao chumbo, maconha ou fumaça de tabaco, álcool ou


radiação em grande quantidade, pesticidas ou altos níveis de ozônio:
pode resultar em espermatozoides anormais ou de baixa qualidade.
• Nicotina: Homens que fumam têm maior probabilidade de transmitir
anomalias genéticas.
• Idade: Pais mais velhos podem ser uma fonte significativa de defeitos
congênitos devido à presença de espermatozoides danificados ou
deteriorados. A idade avançada do pai também pode ser um fator em
um número desproporcional de casos de esquizofrenia, transtorno
bipolar, autismo e transtornos relacionados.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL

• O rastreamento genético de defeitos e doenças;


• Incluem serviços educacionais, sociais e nutricionais, podem
ajudar a evitar a morte da mãe ou do bebê, bem como outras
complicações no parto;
• Podem fornecer, para aquelas que serão mães pela primeira vez,
informações sobre a gravidez, o parto e o cuidado infantil;
• Mulheres pobres que obtêm assistência pré́-natal se beneficiam
ao entrar em contato com outros serviços necessários e têm maior
probabilidade de receber assistência médica para os seus bebês
após o nascimento.
DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
NECESSIDADE DE ASSISTÊNCIA NO PERÍODO PRÉ-CONCEPÇÃO

• Exames físicos e a consideração de históricos médicos e


familiares;
• Vacinação para rubéola e hepatite B;
• Rastreamento de risco para doenças genéticas e infecciosas,
como as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis);
• Aconselhamento de mulheres para evitar o tabagismo e o álcool,
manter um peso corpóreo saudável e ingerir suplementos de
ácido fólico;
• Intervenção no caso de indícios de risco e também em
gestações de mulheres que tiveram problemas com a gravidez
no passado.
REFERÊNCIAS

 BEE, H. BOYD, D. A criança em desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre:


Artmed, 2011. (Capítulo 2)

 PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R.D.; MARTORELL, G. Desenvolvimento


humano. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. (Capítulo 3)
DÚVIDAS?

luannalua.psi@gmail.com
@luannalua.psi

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