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NATAL/RN
2021
ELI QUEIROZ ESPÍNOLA
NATAL/RN
2021
2
ELI QUEIROZ ESPÍNOLA
Banca Examinadora
3
AGRADECIMENTOS
4
Resumo
O presente trabalho se propõe a investigar, a princípio, os fundamentos da
necessidade analítica, tanto numa perspectiva histórica, quanto conceitual. A
pesquisa levará em consideração o debate associado ao problema do significado e
da definição na história da lógica e da tradição analítica, particularmente, no que se
refere aos enunciados analíticos. Um levantamento dos grandes proponentes e
críticos dos enunciados analíticos será parte desta pesquisa. O caráter de
necessidade, ou o modo de verdade de tais enunciados consiste apenas se o
significado é o caso, de maneira que negá-los implica autocontradição.
Secundariamente, como estudo de caso, visa inquirir, à luz da necessidade analítica,
a sétima tese da recente edição crítica, publicada em volume único, da Filosofia
Concreta, qual seja, “O Nada absoluto é a contradição de ‘alguma coisa há’”, de
autoria do filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos (1907-1968). Aqui, a definição
kantiana de analiticidade será o critério para avaliar a sétima tese como proposição
analítica. Também a preferência de Tugendhat pelo uso da necessidade analítica
porque está fundamentada no princípio da não contradição.
5
Abstract:
The present work proposes to investigate in principle the foundations of the analytical
necessity from both a historical and a conceptual perspective. The research will take
into account the debate associated with the problem of meaning and definition in the
history of logic and the analytical tradition, particularly with regard to analytical
statements. A survey of the great proponents and critics of the analytical statements
will be part of this research. The character of the need, or the mode of truth of such
statements, consists only if the meaning is the case, so that to deny them implies
self-contradiction. Secondly, as a case study, it aims to inquire, in the light of
analytical necessity, the seventh thesis of the recent critical edition, published in a
single volume, of Philosophy Concrete, "Absolute nothingness is the contradiction of
'something exists'", authored by the Brazilian philosopher Mário Ferreira dos Santos
(1907-1968). In particular, the Kantian definition of analyticity will be the criterion for
evaluating the seventh thesis as an analytical proposition. Also Tugendhat
preference for the use of analytical necessity, because it is based on the principle of
non-contradictionbased.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
1. DOS ENUNCIADOS ANALÍTICOS .................................................................. 9
2. DA NATUREZA DA NECESSIDADE ............................................................... 18
3. ESTUDO DE CASO: DO ESCRUTÍNIO DA TESE .......................................... 27
CONCLUSÃO ...................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 37
7
INTRODUÇÃO
8
1. DOS ENUNCIADOS ANALÍTICOS
Político). Trad. José C. de Souza, Jorge P. e João C. Costa. SP: Abril Cultural, 1983, pp. 176,177;
5 JARGER, Werner. Paidéia: A formação do homem grego. Trad. Artur Bandeira M. Parreira, SP:
9
to. Contudo é o filosofo estagirista quem formulou os axiomas da contradição, do
terceiro excluído, etc., e as regras do silogismo. Organon significa "instrumento",
cuja compilação dos tratados é problemática hoje.6 Chauí explica que Aristóteles usa
analíticos, analytikós, do verbo analyo que significa: desfazer ou desembaraçar
trama, fio, laço, isto é, os constituintes do pensamento e da linguagem, operação e
relação.7 Huisman oferece um resumo do organon, no qual indica a investigação do
discípulo de Platão no que se refere à definições e modalidades (cap. II, distinção de
nomes e proposições; cap. III, definição de atributo), predicação (cap IV, significaqdo
da predicação; cap. V, predicação da “substância”; caps. VI a IX, modos de
predicação), proposições e modalidade (Da interpretação, verdadeiro-falso,
afirmação-negação, universal-particular; cap. XII, proposições modais; cap. IX,
futuros contingentes).8 Durant descreve a racionalidade grega como “indisciplinada”
e “caótica” até as fórmulas de Aristóteles. E que após o filósofo de estargira, crises
políticas e econômicas enfraqueceram a mentalidade helênica. A lógica de
Aristóteles se alimentou dos vestígios da insistência socrático-platônica com
definições e refinamento conceitos. A “alma” da lógica reside no máximo rigor das
definições.9 Aristóteles explica que definir é adequar um objeto à classe ou grupo,
indicando com isso, o que há ou não em comum. Ao invés de mover-se dos fatos às
ideias (generalidades) como seu mestre, ele, na busca por definições, faz o inverso.
Aristóteles defenderá a definição como uma frase indicativa da essência de algo. 10
Na Idade Média, comenta Gilson que quanto ao problema lógico do
significado, Boécio interpretava a obra aristotélica à luz de Platão e isso por causa
da controvérsia dos universais. Bem depois, Santo Anselmo vai despontar pela vigor
e sutileza dialética raros, deixando uma contribuição que não se limita ao chamado
argumento ontológico: O ser do qual não se pode pensar nada maior. O que este fez
com os auxílios de que dispôs, Tomás de Aquino fará com fontes mais enriquecidas.
___________________________________________________________
6 ARISTÓTELES. In: HUISMAN, Denis. Dicionário dos filósofos. SP: Martins Fontes, 2001, pp. 62,64;
7 CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles, vol. I. São
Paulo: Companhia das Letras, 2002, pp. 357,358.
8 ORGANON. In: HUISMAN, Denis. Dicionário de obras filosóficas. Trad. Castilho Benedetti. SP:
Marilena. Introdução à história da filosofia: as escolas helenísticas, vol. II. São Paulo: Companhia das
Letras, 2010, p. 351;
11 GILSON, Etienne. A filosofia na idade média. Trad. Eduardo Brandão. SP: Martins Fontes, 2001,
pp. 160,161.
10
A obra dele foi reconhecida como interlocução entre lógica e revelação cristã. O
argumento ontológico será remanejado por São Boaventura, Descartes, Leibniz e
Hegel e criticado por Tomás de Aquino, Locke e Kant. Depois, Duns Scot divergirá
de Anselmo, para quem se poderia derivar a demonstração a priori acerca da
existência de Deus. Antes, essas demonstrações, devem ascender dos efeitos à
causa, ou seja, a posteriori. A busca de se provar, a partir da contradição do que
pode supor como decorrência da inexistência divina, foi mérito de Anselmo. Abelardo
se tornou um renomado professor de lógica e comentou escritos de Aristóteles e
Porfírio.12 Como comentador dos tratados de Boécio se afastou da perspectiva
platonizante, buscando a real intenção de Aristóteles. Ele traz a controvérsia dos
universais para o campo da lógica, no que se refere à validade das predicações e
não à teologia. A partir dele, a discussão se bifurca entre os partidários que
defendem a aplicabilidade da lógica às coisas (res), ou às palavras (voces).13
Na modernidade, Thomas Hobbes, quase não teve interesse pela lógica e
chegou até a definir o pensamento como um cômputo, um cálculo,14 fato que
influenciará Gottfried Wilhelm Leibniz (XVII) que chega a matematizar a lógica.15
Leibniz inicia, em determinada medida, uma tradição analítica.16 A semântica
clássica e filosofia da linguagem ordinária, caracterizarão a assim chamada 'virada
linguística’,35 isto é, “[...] esse ponto de inflexão em filosofia, chamado às vezes de
'virada lingüística’, insere-se numa tradição filosófica essencialmente austríaca
(sendo Bolzano um de seus ‘pais’), que já foi chamada (por A. Goffa) de tradição
semântica”. (SILVA, 2007, p 137). Mas em que consistiu exatamente essa virada
linguística?
Entre filósofos kantianos originou-se uma tradição semântica que adotou
o a priorismo kantiano, sem aceitar a ideia de intuição pura para fundamentar a
matemática. O problema é o a priori; o inimigo, a intuição pura de Kant; o propósito,
desenvolver uma concepção do a priori em que a intuição pura não desempenhasse
___________________________________________________________
12 ABELARDO. In: HUISMAN, Denis. Dicionário dos filósofos. SP: Martins Fontes, 2001, p. 3;
13 GILSON, Etienne. A filosofia na idade média. Trad. Eduardo Brandão. SP: Martins Fontes, 2001,
pp. 351,352;
14 KNEALE, William Kneale e Marta. O Desenvolvimento da Lógica. Lisboa: Fundação Calouste
11
papel. Bernard Placidus Johann Nepomuk Bolzano (1781-1848) teria sido o pioneiro
dessa tradição semântica. A “Lógica” de Lotze influenciou Gottlob Frege (a questão
do antipsicologismo, as proposições da aritmética como fundamentadas na lógica, a
reformulação do platonismo).17 A filosofia analítica ou Semântica formal foi
representada por Frege, Russell, o primeiro Wittgenstein, D. Davidson, M. Dummott,
E. Tugendhat. O conceito básico no que diz respeito à significação é o da
verdade.18
Quanto ao problema da definição nas diferentes tradições filosóficas,
certo autor argumenta "[...] Com efeito, as definições são tão importantes em filosofia
que alguns sustentaram que as definições são, em última análise, tudo o que há
para saber com respeito ao assunto" (FOSL, 2012, p. 46). Há quem divida a lógica
em três partes: teoria da formação de conceitos, dos juízos e da inferência. A teoria
da definição tá ligada à primeira. O definiendum da definição tem que ver com a
entidade ou objeto a ser definido, enquanto que o definens, o conceito empregado
no processo de definição. O dilema, com vista ao caráter informativo de uma
definição é sempre a busca de uma adequação material entre o definiens e o
definiendum, em que pese serem coisas distintas.19
A discussão, a seguir, versará sobre a relação entre definição e os
enunciados analíticos, a noção modal de tais enunciados e a defesa da necessidade
analítica pelos melhores expoentes, assim como questões subjacentes ao longo da
tradição filosófica. Alternativamente, convencionou-se falar de três modalidades, a
saber, a alética ou metafísica, a epistêmica e a analítica, como se pode ver na
Enciclopédia dos termos lógico-filosóficos:
Uma verdade pode ser 1) necessária ou contingente, 2) a priori ou a
posteriori, ou ainda 3) analítica ou sintética. As primeiras são modalidades
aléticas, as segundas epistêmicas e as terceiras semânticas. [...] A
analiticidade é uma modalidade semântica: uma frase é analítica sse o seu
valor de verdade é determinável recorrendo exclusivamente ao significado
dos termos usados na frase; e é sintética se o significado dos termos não é
suficiente para determinar o seu valor de verdade [...]. (GOMES, 2006, p.
526)
___________________________________________________________
17 PITT, Eduardo Antônio. A influência da tradição semântica analítica na filosofia de Frege, pp. 327,
329, BA, 2018. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/878/594.
Acesso em: 12/03/2020;
18 REZENDE, Antônio (Org.). Curso de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008, p. 254;
19 GREIMANN, Dirk Definição, pp. 1,2,10, Lisboa, 2015. Disponível em:
http://compendioemlinha.letras.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2015/05/greimann-definicao.pdf. Acesso
em: 12/03/2020.
12
Leibniz, na obra Monadologia, afirma que verdades de razão são
necessárias e seu oposto é impossível, ao passo que as verdades de fato são
contingentes e o oposto, possível. A ideia de que num juízo analítico, o conceito-
predicado estaria contido no conceito-sujeito corresponde a Leibniz.20 Os filósofos
wolffianos não faziam diferença entre os juízos, tratando todos como analíticos. 21 Em
Kant, só a uma classe de juízo analítico que é o governado pelo princípio da não
contradição, a qual ele contrasta com o sintético:
[...] ou o predicado E pertence ao sujeito A como algo contido (ocultamente)
nesse conceito A, ou B jaz completamente fora do conceito A, embora
esteja em conexão com o mesmo, No primeiro caso denomino o juízo
analítico, no outro sintético. (KANT, 1983, p. 27).
[...] são todas as proposições analíticas juízos a priori, mesmo que seus
conceitos sejam empíricos, por exemplo: ouro é um metal amarelo; pois,
para saber isso, não preciso de outra experiência além do meu conceito de
ouro, o qual contém que este corpo é amarelo e é metal [...]. (KANT, 1984,
p. 15)
20,22 WOLF, Ernst Tugendhat e Ursula. Propedêutica lógico-semântica. Trad. Fernando Augusto da
Rocha Rodrigues. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996, pp. 30,31,33,37;
21,24 JUÍZO ANALÍTICO; LÓGICA GERAL/TRANSCENDENTAL. In: CAYGILL, Howard. Dicionário
Kant. Trad. Álvaro Cabral. RJ: Jorge Zahar, 2000, pp. 208, 219;
23 O’BRIEN, Dan. Introdução à teoria do Conhecimento. Trad. Pedro Gaspar. Lisboa: Gradiva, 2013,
p. 63.
13
[...] Mas é um erro supor, como muitos filósofos fizeram, que a classe assim
definida dos juízos analíticos inclui todos os juízos que são verdadeiros
apenas por motivos lógicos. [...] de facto não é difícil encontrar passos na
literatura actual onde os filósofos procuram explicar a natureza da verdade
lógica usando a palavra ‘analítico’ embora a única definição moderna e
precisa da palavra pressuponha a lógica. (KNEALE, 1980, p. 363).
25 LÓGICA GERAL/TRANSCENDENTAL. In: CAYGILL, Howard. Dicionário Kant. Trad. Álvaro Cabral.
RJ: Jorge Zahar, 2000, p. 219;
26 MIGUENS, Sofia. Filosofia da linguagem: uma introdução. Faculdade de Letras da Universidade de
135, 220;
29 COOPER, David E. As filosofias do mundo. Trad. Dinah de A. Azevedo. SP: Edições Loyola, 2002,
p. 483;
30 AUROUX, Sylvain. A filosofia da linguagem. Trad. José H. Nunes. Campinas, SP: UNICAMP, 1998,
Goubekian,1980, p. 451.
14
compostas de mais de uma forma. Contra Mill, Frege assevera que não se pode
escrever 1000.000=999.999+1, a não ser que se observe um milhão de objetos a se
decompor com tal exatidão.32 Outro crítico da noção kantiana de analiticidade será
um dos que estiveram na raiz do movimento da filosofia da linguagem, a saber,
Bolzano:
[...] se uma proposição é ou universalmente válida ou universalmente
inválida ele diz que a proposição é analítica a respeito dos constituintes
sobre que se efectuou a substituição e sintética de outro modo. [...] ele acha
que não é possível separar claramente as noções lógicas das noções não-
lógicas. [...] Ele queria esgotar o domínio das proposições com as duas
palavras “analítico” e 'sintético” e reparou que de acordo com o sentido de
Kant as proposições auto-contraditórias não seriam nem analíticas nem
sintéticas. (KNEALE, 1980, pp.370,371)
15
que é infalivelmente verdadeiro se obediente às regras que a lógica oferece [...]."
(SANTOS, 1959, p. 159). Por fim, ao discutir o reducionismo de certos autores, ainda
sobre proposições analiticamente verdadeiras e definições, ele explica o conceito de
necessidade intencional no contexto das aparentes tautologias:
[...] As definições são juízos determinativos de máxima determinação. Não
são, porém, tautológicas, como alguns afirmam, porque são juízos
analíticos, e consistem na precisão do que diz o conceito sujeito, sua
significação, que é dada por seu conteúdo noemático e, sobretudo, seu
conteúdo ontológico. (SANTOS, Vol. 1, 1962, pp. 114,115,155)
35 KRIPKE, Saul A. O nomear e a necessidade. Trad. Ricardo Santos. Lisboa: Gradiva, 2012, pp. 87,
190;
36 ANTISERI, G. Reale e D. História da filosofia, Vol. 7: de Freud à atualidade. Trad. Ivo Storniolo.
p. 251;
38 PONTES, André Nascimento. Em defesa da definição fregeana de analiticidade: Uma análise
crítica dos argumentos de Quine em Dois Dogmas, pp. 101,102,113, PB, 2014. Disponível em:
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/problemata/article/view/19366/11333. Acesso em: 12/03/2020;
16
ria.39 Há muita discussão sobre as condições de verdade para proposições
analíticas. Em nota, Haack, argumentará contra os críticos da relação entre verdade
e analiticidade:
[...] Os defensores da analiticidade poderiam replicar que, embora uma e a
mesma sentença possa, em certa época, exprimir uma verdade analítica, e
em outro tempo, uma verdade sintética, ou talvez uma falsidade, a
proposição originalmente expressa pela sentença permanece analítica,
embora a sentença deixe de expressá-la. (HAACK, 2002, pp. 231,232).
17
2. DA NATUREZA DA NECESSIDADE
José Viegas Filho. Brasília: Ed. Universidade de Brasília; SP: Impressa Oficial do Estado, 2001, p. 21;
43 SILVA, Jairo José da. Filosofias da matemática. São Paulo: Editora UNESP, 2007, p. 183.
18
número de consequências do menor número possível de axiomas iniciais"
(JOLIVET, 1969, p. 122). A prova indireta da validade se dá pela inserção de outra
premissa que negue a conclusão, o que só pode resulta numa contradição.44
Chauí observa a hipótese, segundo a qual, Aristóteles escreveu as
Categorias e parte dos Tópicos antes do estudo das normas do raciocínio exaradas
em Analíticos. As relações entre possível, impossível e necessário, os medievais
sistematizaram como o “quadrado dos opostos", pela qualidade e quantidade das
proposições com as vogais a, e, i, o. A matéria dos Analíticos Anteriores explica o
raciocínio, como operação do pensamento mediata, a saber, por inferência, pela
qual especificamente a obtenção de uma proposição ocorre a partir de outras. Nos
Analíticos Posteriores, na visão de Chauí, “aprofunda-se a diferença com relação a
Platão”, pois excluirá a dialética como o método do conhecimento científico. Os
silogismos dialéticos tratam de proposições prováveis, possíveis, contingentes,
verossímeis. Os Analíticos Posteriores dão destaque a definições e perguntas
científicas (o quê? por quê? se? o que é?) que dizem respeito ao termo médio
silogístico com vistas à demonstração.45
Desde a antiguidade à modernidade, quanto à definições na matemática,
talvez o grande contributo de Leibniz tenha sido uma matemática das matemáticas,
uma matemática superior ou meta-matemática. Seja com respeito ao vocabulário,
seja com respeito à sintaxe, Leibniz buscou criar e definir terminologias precisa,
usando de generalizações e correspondências simbólico-funcionais entre as coisas e
os signos.46 Depois, declarará Kant, os juízos matemáticos da aritmética e da
geometria pura não são analíticos.47 Tal concepção marcará posteriormente, a tese
logicista que verá identificação entre verdades matemáticas e lógicas.48
Frege encabeçará o movimento logicista. Para ele, as leis dos números
são analíticas, posto que redutíveis à lógica (em sentido amplo). Nunca, até então,
colocou-se em questão a possibilidade de se derivar a matemática da lógica tradicio-
___________________________________________________________
44 BISPO, Carlos Alberto F. Introdução à lógica matemática. SP: Cengage Learning, 2012, p. 49;
45 CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles, vol. I. São
Paulo: Companhia das Letras, 2002, pp. 358, 366, 367, 375,376,377;
46 CHÂNTELET, François. A filosofia: De Galileu a J. J. Rousseau, v. 2. Lisboa: Publicações Dom
Marcel de Amorim e Perret Gentil Dit Maillard. SP: Paulus, 2010, p. 17;
51 HAACK, Susan Filosofia das lógicas. Trad. Cezar Augusto Mortari, Luiz Henrique de Araújo Dutra.
posteriores, Tópicos, Refutações sofísticas. Trad. Edson Bine. Bauru, SP: Edipro, 2005, p. 103.
20
verdade contingente se aplica a eventos contingentes segundo Ockham. C.
I. Lewis [...]. fala das leis da natureza como contingentes, como sinônimo
para "nâo-determinado", equiparando-se à liberdade. Bergson (e Sartre)
contingência tem que ver com indeterminísmo. (ABBAGNANO, 2007, pp.
233,234).
55 HAACK, Susan. Filosofia das lógicas. Trad. Cezar A. Mortari, Luiz Henrique de Araújo Dutra. São
Paulo: UNESP, 2002, pp. 229,230,231;
56 MOTLOCH, Martin. Necessidade, pp. 2,3, Lisboa, 2016. Disponível em:
http://compendioemlinha.letras.ulisboa.pt/wp-
content/uploads/2016/06/motloch_2016_necessidade_artigo.pdf. Acesso em: 12/03/2020;
57,59 NECESSIDADE. In: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi. São Paulo:
21
Seria impossível dizer verdadeiramente que o universo é um caos, uma vez
que se o universo fosse genuinamente caótico não existiria uma linguagem
para dizer isso. A linguagem depende de coisas e qualidades que possuem
suficiente persistência no tempo para serem identificadas por palavras e
essa mesma persistência é uma forma de uniformidade. (EVANS, 1995, p.
181)
60,61NECESSIDADE. In: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi. São Paulo:
Martins Fontes, 2007, p. 822;
62 LECLERC, André. O essencialismo desde Kripke, p. 30, Petrópolis, 2006. Disponível em:
https://gelogica.weebly.com/uploads/2/6/6/1/26617550/leclerc_o_essencialismo_desde_kripke.pdf.
Acesso em: 12/03/2020;
63 PLANTINGA, Alvin. The Nature of Necessity. Clarendon Press: Oxford 1974, pp. 2,5,8,9.
22
diz respeito ao que tá além dos recursos (tecnológica ou financeiramente) no
momento atual ou num futuro próximo.64
Por fim, a exposição terá como fulcro a apreciação por parte de Santos
sobre a necessidade:
Sabemos que o juízo é susceptível de determinações modais em número de
seis, como sejam: de maneira necessária, de maneira impossível, de
maneira possível, de maneira contingente e segundo a verdade e a
falsidade. Distinguido os modos lógicos e os semânticos dos modos
ontológicos, vemos, então, que os primeiros se referem às maneiras
conceptuais da modalidade lógica ou semântica, enquanto os últimos, que
nos interessam, referem-se q uma entidade que passaremos a precisar: o
modo de ser. (SANTOS, 5ª Edição, p. 131).
64 FOSL, Julian Baggini, Peter S. As ferramentas dos filósofos. Trad. Luciana Pudenzi. São Paulo:
Edições Loyola, 2012, pp. 252,253;
65 SANTOS, Mário Ferreira dos. Métodos Lógicos e Dialéticos, Vol. 2. São Paulo: Editora Logos
23
Uma das transformações que caracterizou o alvorecer da filosofia foi o
princípio da não contradição, ou simplesmente, princípio da contradição:
24
gar aquilo que é, e afirmar aquilo que não é, é falso, enquanto afirmar o que é, e
negar o que não é, é verdadeiro. No Livro VI, lemos: o verdadeiro e o falso não
estão nas coisas, mas no pensamento” (CHAUÍ, 2002, p. 380). O valor lógico de
uma proposição composta é sempre falso e não depende do valor lógico das
proposições simples.74 Para Santos, a negação sinaliza uma recusa de algo positivo
que, por seu turno, foi afirmado. Se ocorre uma negação, ocorre, com efeito, a
afirmação de algo que foi recusado e disso se segue que negação implica
afirmação. Do contrário negar nada, é nada negar.75 Para Tugendhat o princípio da
não contradição, como transcendental, é a condição de possibilidade para se falar
significativamente. O princípio da contradição se funda especialmente no significado
de "não" e "é", e no significado da forma do predicado. Uma frase em si só é
negativa em referência à outra. O "não" faz parte do conteúdo proposicional e como
os enunciados negativos representam a asserção de um oposto, o “não”, o oposto
de uma asserção.76 Santos explica que entre proposições contraditórias não pode
existir um termo. Pois, formalmente, havendo um, tem-se o caso de contraditórios
não perfeitos, uma vez que não se estar a afirmar a conformidade de algo a partir do
aspecto mesmo que o recusa. É necessário ter em mente as implicações modais. A
exclusão ou excludência pode ser total, como nos contraditórios e os correlativos
aqui da oposição, seriam o ente e o não ente. Pode ser parcial, o que pressupõe
privação, de maneira que a excludência se revela em graus. No caso dos contrários,
a excludência se deverá a razão dos mesmos se repelirem mutuamente.77 Assim,
Tugendhat distingue: “[...] Podemos portanto dizer que a necessidade presente nos
enunciados analíticos se funda em última instância no princípio da contradição.”
(WOLF, 1996, pp. 51,59,196).
Segundo Mill as definições são sempre nominais e não reais. Toda
proposição é aprendidas por indução, até o princípio da contradição, não seria a
priori do pensamento, mas empírico, como generalizações a partir da experiência.78
___________________________________________________________
74 BISPO, Carlos Alberto Ferreira. Introdução à lógica matemática. SP: Cengage Learning, 2012, p.
25;
75,77 SANTOS, Mário Ferreira dos. A Sabedoria do Ser e do Nada. São Paulo: Editora Matese, 1ª
25
Edmund Husserl reage tanto ao psicologismo quanto à tentativa empirista
de reduzir:
[...] na mesma consciência, atos de crença contraditórios não podem
perdurar, por menor que seja o período de tempo. Mas é isto efetivamente
uma lei? Podemos, efetivamente, formulá-la com generalidade ilimitada?
Onde estão as induções psicológicas que autorizam a sua admissão? Não
pode ter havido, e haver ainda homens que ocasionalmente, e.g.,
confundidos por sofismas, tomaram por verdadeiros simultaneamente juízos
opostos? Fizeram-se pesquisas científicas sobre se isto não acontece entre
os loucos e, talvez até mesmo para o caso de contradições manifestas? Se
se relativizam verdades lógicas posto que fundamentais, relativizar-se-á a
verdade em geral. (HUSSERL, 2014, p. 62, 111).
___________________________________________________________
79FOSL, Julian Baggini, Peter S. As ferramentas dos filósofos. Trad. Luciana Pudenzi. São Paulo:
Edições Loyola, 2012, p. 55.
26
3. ESTUDO DE CASO: DO ESCRUTÍNIO DA TESE
82 NADA. In: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi. São Paulo: Martins
Fontes, 2007, pp. 810, 811,812;
83,84 SANTOS, Mário Ferreira dos. Filosofia Concreta. São Paulo - SP: Editora Filocalia, 2020, pp. 26,
498.
28
necessariamente o Ser que se encontra como elemento originário, mas a
presença de algo que a partir daí, configura-se como Ser. (SANTOS, 2020,
p. 31).
3ª edição, p. 49;
90 Id. Métodos Lógicos e Dialéticos, Vol. 1. São Paulo: Editora Logos Ltda, 1962, p. 222.
29
cado, é captada pela análise. [...] A verdade lógica dessa proposição
decorre do facto de pertencer o predicado à razão do sujeito, mas é também
ontológica por ser necessária. [...] é a priori, porque dispensa até a própria
experiência kantiana, porque dispensa a nós mesmos, a nossa experiência,
pois poderíamos não ser, sem que alguma coisa há deixasse de ser
verdadeiro apoditicamente. (SANTOS, 2020, p. 177.
100,102 Id. Filosofia Concreta. São Paulo - SP: Editora Filocalia, 2020, pp. 28, 90;
101 Id. A Sabedoria do Ser e do Nada. São Paulo: Editora Matese, 1ª Edição, Vol. 1, pp. 31,35.
30
do ser. Desvalor é carência de algo e nada de carência não implica desvalor. Um
desvalor só pode ter como referência algo positivo, a saber, a ausência de certo
valor em algo.103 Um desvalor absoluto, infinito, seria o mesmo que nada absoluto
que é ontologicamente impossível.104 No que diz respeito ao nada absoluto, Santos
define:
Não podemos emprestar-lhe efectibilidade, é a inefectibilidade, não só per
se, como, também; per accidens, porque também não podemos permitir que
o nada absoluto, pelo menos per accidens, pudesse efectivar qualquer
coisa. É uma inefectibilidade total, é uma ausência total, uma indigência
total de ser, é nenhuma coisa, não tem nenhum sentido reico, é
imparticipante, não participa de nenhum ser, não é participável por nenhum
ser. Consequentemente, é imparticipado. É de uma insubstancialidade total,
é algo que não é nem produzido nem improduzido, porque não há. É
totalmente nada, sem qualquer função, nem mesmo a de destruidor, porque
não tem nenhuma efectibilidade. Não tem limites, não tem contornos, não
tem perfis; é a negação pura. Não tem medidas, é imensurável, não é o fim,
nem o princípio, porque não há. Não tem nenhuma intensidade de ser, é a
antiteticidade total, é a eminência negativa, a impotencialidade, é a
aniquilação total. (SANTOS, Vol.1, 1ª Edição, pp. 55,56).
103 Id. A Sabedoria do Ser e do Nada. São Paulo: Editora Matese, 1ª Edição, Vol. 1, p. 55;
104 Id. Filosofia Concreta. São Paulo - SP: Editora Filocalia, 2020, p. 495.
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de um juízo" (KrV, A 598, 8 526). Referir-se a algo e dizer que esse algo
existe é uma redundância. Se a existência fosse um atributo, todas as
proposições existenciais afirmativas não seriam mais que tautologias, e
todas as proposições existenciais negativas seriam meras contradições. Por
outro lado, dizer que algo é não significa dizer que ele exista. O "é" não
pode subsistir por si mesmo: ele sempre alude a um modo no qual se supõe
que ele é isto ou aquilo. E se preenchemos o predicado por meio do existir,
dizendo que uma entidade determinada "é existente", ainda faltará
esclarecer a maneira, o como, o quando ou o onde da existência. (MORA,
Vol. II, 2001p. 956).
negativa (∀: nada, nenhum) é contraditá-la (┴) com a proposição existencial (∃:
32
A contraditória da tese seria: O nada absoluto “não” é a contradição de
que alguma coisa há. Ou “não é o caso que o nada absoluto é a contradição de
alguma coisa há”. Igualmente, fazendo a transposição da formal gramatical para a
O nada parcial (ou relativo) não pode ser caracterizado como vácuo, nem
como esvaziamento de ser.107 Só o ser enquanto tal pode limitar a si mesmo. Se o
nada que não é apto para limitar, se auto-constituísse como fronteiriço ao lado do
ser, já não seria nada, mas ser.108 Se o vácuo de Demócrito, que se interpõe entre
os entes, é algo, é positivo.109 A separação entre as coisas não pode ser absoluta,
porém apenas relativamente ao que se tem em consideração.110 Postulado o segun-
___________________________________________________________
106 Id. A Sabedoria do Ser e do Nada. São Paulo: Editora Matese, 1ª Edição, Vol. 1, pp. 56,58,61,62;
107 Id. Origem dos grandes erros filosóficos. São Paulo: Editora Matese, 1966, pp. 101, 136,138;
108,110 Id. Filosofia Concreta. São Paulo - SP: Editora Filocalia, 2020, pp. 495,38,206;
109 Id. Filosofia da crise. São Paulo: Editora Logos LTDA, 1959, pp. 34,38.
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do (o não-ser relativo), não se negaria, total e absolutamente, que alguma coisa há,
mas apenas que esta ou aquela coisa não há.111 Mas, aceito que alguma coisa há,
não negamos total e categoricamente que alguma coisa não há, “alguma coisa há” e
“alguma coisa não há” são dois juízos particulares, sub-contrários, e a verdade de
um não implica necessária como realmente o são. 112 A privação consiste na
ausência de algo devido à natureza da coisa. Um homem cego é privado de visão,
por exemplo. Em certo sentido a privação é algo, tem positividade, é ser e a privação
de nada, nada de privação. Uma pedra não pode padecer de cegueira, porque a
visão não convém a natureza da pedra.113
Já se falou que a negação referente ao ser não é absoluta e se deve a
alguma perfeição de que o ser estaria privado. Trata-se de um negativo parcial e
positivo. Se não fosse positivo, seria o nada, sequer privação haveria. Esta negação,
esta recusa, tem como referência, não algo impossível, mas possível. Uma
impossibilidade recusada não teria conteúdo positivo.114 O negativo parcial tem que
ver com a ausência de propriedade relativa a uma entidade. Santos prossegue,
comentando acerca do nada relativo como: “[...] ausência de certa realidade num ser
real (ex.: nesta sala não há nada...; sobre este livro não há nada...)” (SANTOS, 5ª
Edição, p. 123). Se uma coisa é algo, é ser e menos que ser é nada.115 A ideia de
ser, por assim dizer, encerra certa perfeição. Seres finitos podem ser concebidos,
hibridamente, tanto da perspectiva do ser quanto da privação. Algo ainda pode ser
dito quanto à relação entre o nada relativo e o devir. O devir não pode anular, nem
aniquilar o ser, sem o qual, o devir não teria sentido objetivamente. O nada nem
perde, nem pode obter ser, visto que nada é.116 O nada não pode fluir, nem como
ausência transitar de um modo a outro, antes, durante ou depois.117 Ainda sobre o
nada relativo ou parcial, ele acrescenta:
[...] (a ausência de algo determinado) Pode ser apontado ao lado de tudo
quanto é finito, porque, ao lado desse ser, pode-se apontar o que ainda não
é, bem como a compreensão daquele exige o nada relativo, o que se lhe
ausenta para facilitar o melhor clareamento do que é. (SANTOS, 2020, p.
354).
111 Id. Ontologia e cosmologia. São Paulo: Editora Matese, 5ª edição, p. 123;
112,114,116 Id. Origem dos grandes erros filosóficos. São Paulo: Editora Matese, 1966, pp. 139,140;
113,115,117 Id. Filosofia Concreta. São Paulo - SP: Editora Filocalia, 2020, pp. 39,386,90.
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gação dos conceitos presentes e implicados na sétima tese busca seu fundamento
em princípios para além do da não contradição, conforme os critérios de Tugendhat,
mencionados no início do capítulo (seja no que se refere à relação entre enunciados
analíticos e o princípio da não contradição, seja a preferência pela noção de
necessidade numa acepção analítica), o que inclui os princípios da identidade, e dos
terceiro excluído, em corroboração ao levantamento ora empreendido, como nota-se
a seguir:
O nada relativo, isto é, a privação de uma propriedade, de um estado, de
uma perfeição, não é uma ausência absoluta de ser, mas apenas a
privação, neste ou naquele ser, de tais ou quais perfeições.
Conseguintemente, o nada relativo não é meio termo entre ser e nada
absoluto. A partir deste postulado, podem-se demonstrar os princípios
ontológicos de identidade, de não contradição e o de terceiro excluído, que
são os axiomas que servem de fundamento ao filosofar de Aristóteles.
Provado que não há um meio-termo entre o nada absoluto e o ser, que
estivesse fora do nada e fora do ser (já que o nada relativo é apenas o ser
possível), o que é, portanto, é (fundamento do princípio de identidade). Do
que se diz que é, não se pode simultaneamente dizer que não é
(fundamento do princípio de não-contradição), e de algo se diz que é ou não
é, não cabendo, consequentemente, uma outra possibilidade, enquanto o
ser for considerado formalmente (fundamento do princípio de terceiro
excluído). (SANTOS, 2020, p. 49).
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118 Id. Filosofias da Afirmação e da Negação. São Paulo: Editora Logos LTDA, 1959, p. 108.
35
CONCLUSÃO
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