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Agronegocio

As actividades das empresas rurais também podem ser denominadas por Agronegócio. O
agronegócio tem como finalidade do cultivo de terra, a exploraçãode animais e a
transformação dos produtos agrícolas. O termo agribusiness tem origem há mais de três
décadas, business e um termo que em inglês, corresponde a negocio, esta presente relação
com a actividade agrícola. Segundo Grateron (1996: 71), que: considerando a abrangência
do termo business, temos que tema em conta contabilidade como meio de controlo,
apuração de custos, determinação de preços, fornecimento de informações para o
processo de tomada de decisões, entre outras características não menos importantes que
ajudam a garantir o sucesso, neste caso , de cadeia agro – industrial. A contabilidade está,
estará presente em cada um dos elos da cadeia.

Para Marion (1996), o Agronegócio e a soma total de todas operações envolvidas na


produção e distribuição de produtos agrícolas, as operações envolvidas na produção
dentro das fazendas, o armazenamento, o processamento e a distribuição de produtos
agrícolas e dos itens produzidos por eles.

Marion define de forma mais clara e objectiva que o Agronegócio e a soma total de todas
operações que envolve a actividade rural. Observa – se no dia – a- dia que o Agronegócio
esta presente em quase todo o tipo de operações que fazemos. O Agronegócio e um
complexo de actividades ligadas directamente a actividade agropecuária, como o cultivo
de um vegetal, que e uma actividade directamente relacionada com a actividade rural.
Bem como o aparecimento de sectores secundários, como as empresas que fabricam
cercas de arame e activos imobilizados para utilização na agricultura.

Particularidades do Sector Agrícola

O sector agrícola apresenta particularidades que o diferencia dos demais sectores da


economia. O clima determina as épocas de plantio, tratos culturais, colheitas, escolha de
variedades e espécies, vegetais e animais. Algumas fases do processo produtivo se
desenvolvem sem a existência de trabalho físico. Não há flexibilidade para alterar a
sequência da produção e a terra e participante da produção.

Da mesma forma, a Contabilidade Rural, abrange não só o Sector Agrícola, mas também
as actividades Zootécnicas e agro – industriais, contem particularidades que a distingue
de forma acentuada da Contabilidade aplicada a outros sectores.

Na agricultura existem algumas etapas a serem desenvolvidas pelo empreendedor rural,


como o preparo do solo, preparo para o plantio, plantio de mudas e sementes, colheitas e
produtos colhidos. Devido a estas características peculiares, a Contabilidade Agrícola
possui particularidades que distingue da contabilidade relativa a área industrial.

Pode – se enumerar diversos aspectos peculiares a produção agrícola, sejam pelos factores
de produção, produtos agrícolas ou ainda pelos seus respectivos custos e produção. Entre
eles identifica – se:
1. Sazonalidade

Sazonalidades são flutuações que ocorrem uma vez no ano e se repetem anualmente.
(RIGGA, 1970: 47). Para Pinto ela l (1994), “tais movimentos decorrem normalmente
das variações climáticas relacionadas as estacões do ano, ou factores culturais
relacionados a efeitos de calendário “. Este último tem implicações com os factores de
produção, com produto e nos custos de oportunidade das máquinas e equipamentos.
Giustina (1995: 09), comenta que a variação dos padrões climáticos que se verifica ao
longo de um ano em qualquer região do mundo (mais marcada nas regiões temperadas e
menos nas regiões tropicais) faz com que a generalidade das produções agrícolas seja
marcadamente sazonal, produzindo – se em cada estacão do ano os produtos que melhor
aproveitam as características climáticas que nesse período vigoram.

Três aspectos a reter:

a) A Sazonalidade limita frequentemente as produções que se obtêm por falta de


disponibilidade (na qualidade, quantidade e oportunidade) dos factores de
produção necessários;
b) Existem normalmente elevados benefícios económicos privados quando se
conseguem eliminar os estrangulamentos provocados pela sazonalidade. Se estes
benefícios resultam da obtenção da produção mais elevadas e regulares, os
benefícios sociais são normalmente positivos, mas quando os benefícios privados
são acompanhados, por exemplo, da despensa da mão – de – obra assalariada
(fruto de tecnologias mais mecanizadas) com poucas alternativas de emprego, os
benefícios sociais podem ser baixos ou mesmo negativos.
c) E fundamental olhar os dados referentes a produção agrícola no contexto desta
sazonalidade, mesmo que eles sejam publicados numa base anual, como e
normalmente o caso das estatísticas agrícolas.

Os produtos agro-industriais, pois, são dependentes do comportamento sazonal de


oferta agrícola. Velocidade da produção, das vendas e a formação de stocks estão
de acordo com a velocidade especificada pelos estacões do ano.
Pinos e tal (1994) ressaltam que as causas da sazonalidade podem estar reunidas
em dois grandes grupos: as provocadas, directa ou indirectamente, pela existência
das estacões do ano; e as relações do calendário. A sazonalidade ligada ao
calendário deve – se a factores culturais que pode afectar a demanda por certos
produtos em determinadas épocas do ano.
O acompanhamento da demanda faz com que a capacidade produtiva seja ajustada
aplicando alguns métodos, onde tais métodos, podem não ser viáveis para todos
os tipos de produção, conforme Slack e tal (1997, 359), sendo:
• Horas – extras e tempo ocioso
• Varar o tamanho da forca de trabalho
• Usar pessoal em tempo parcial
• Subcontratação
2. Safra e Entressafra

Safra: segundo o dicionário Michaelis, significa “colheita, boa promessa de frutos”;


Entressafra: e o período que medeia entre uma safra e outra imediata, de determinado
produto.

“Sazonal”: refere – se a movimentação da produção dos preços ao longo do ano,


determinado pelos períodos de safra e entras safra. Como exemplo pode – se citar a
produçãopecuária, onde a primavera e o verão são considerados meses de safra. Nesse
período, o gado ganha peso, devido a melhoria das pastagens. No Outono e mo Inverno,
há o empobrecimento da pastagem, sendo esse período considerado de entras safra.

É importante salientar que o custo depende basicamente não só do período de safra e


entressafra, mas também de fenómenos climáticos e da oferta.

3. Aspectos de Demanda

Quando se trabalha a questão sazonalidade deve - se analisar a teoria de oferta e da


demanda, pois esta e uma ferramenta básica e poderosa para a análise, compreensão e
previsão, esta análise facilita a compreensão e a previsão de variações económicas que
afectam o preço do mercado e produção. Se os produtos agrícolas têm uma carência no
mercado, os preços também a subir, a fim de limitar o consumo. Porem se os produtos
agrícolas são fartos no mercado o preço tende a baixar a fim de induzir o consumo.

A oferta e Demanda: são factores que determinam o preço de mercado de uma


mercadoria, assim como a quantidade produzida.

Para Azevedo (1997: 57) “A quantidade demandada pelos produtos agro-industriais não
variam significativamente em relação ao preço – este preço varia consideravelmente
diante de pequenas variações na quantidade ofertada”.

Comparando – se a produção com a demanda, detecta – se excedente na safra e falta ne


entressafra.

Assim, as importações têm papel importante afim de regular o vácuo criado pelo
desequilíbrio sazonal.

4. Outros Factores

A condição climática também tem grande influência na produção agrícola, levando


muitas vezes a incerteza na produção. Devido a essas incertezas e pela necessidade de
obter um bom resultado, o agricultor utiliza – se de combinações de produtos a fim de
diminuir riscos de grandes perdas em caso de acidentes climáticos. Outra situação seria
os produtos agrícolas perecíveis, como por exemplo, os produtos derivados do leite, que
geram complicações quando armazenamento e condicionamento.

Na agricultura há algumas etapas a serem desenvolvidas pelo empreendedor rural comoo


preparo do solo, preparo para o plantio, plantio de mudas e sementes, colheitas e produtos
colhidos, devido a estas características peculiares, a Contabilidade Agrícola possui
particularidades que a distingue da Contabilidade relativa a área industrial.

Diante das características peculiares desta actividade, no caso da sazonalidade, a


contabilidade torna – se especifica. A sazonalidade da produção impõe oscilações no
preço de mercado para os produtos agrícolas, mas tal situação não inviabiliza o controlo
dos custos e receitas.

Razoes para a diversidade na contabilidade Agrícola:

• Anteriormente, não existiam orientações contabilísticas completas para a


agricultura
• Diversidade da actividade agrícola
• Natureza da actividade agrícola cria incerteza ou conflito quando aplicados os
modelos contabilísticos tradicionais (com base no custo histórico e realização)
• Eventos críticos (crescimento, degeneração, produção e procriação) podem
alterar substancialmente os activos biológicos.

Características comuns nas diversas actividades rurais:

• Capacidade para mudar


• Gestão de mudança
• Medição de mudança
• Os Resultados obtidos resultam da transformação biológica:
Mudanças no activo (qualitativa e quantitativa)
Ou produção de produtos agrícolas

Determinação do ExercícioEconómico

Uma outra particularidade da contabilidade agrária esta na determinação do exercício


económico, que devido aos motivos anteriormente apresentados raramente poderá
coincidir com o ano civil. E, sendo assim, compreende – se que a definição deste período,
ou seja, a fixação da data em que começa e a data em que acaba, seja o primeiro problema
que se levanta ao pretender montar uma contabilidade agrícola.

Desta forma ao abordar a contabilidade rural, e importante fazer ressalva quanto ao


exercício económico. A prática de coincidir o final do ano calendário (31/12) com o fim
do exercício social e uma opção da empresa. Ao analisar actividade rural, tal não se aplica.
Na actividade agrícola, normalmente o reconhecimento da receita acontece durante ou
logo após a colheita.

De acordo com Crapaldi (1998), “[…] determina – se o inicio e o fim do ano agrícola
quando se obtém a colheita e a comercialização da actividade de maior renda bruta”. O
que leva a concentração da receita durante ou logo após a colheita, diferindo das demais
empresas que apresentam receitas e despesas constantes durante os meses do ano.
Normalmente a receita concentra – se durante ou logo após a colheita. A produção
agrícola e sazonal, concentrando – se portanto em determinado período do ano, mas
precisamente em alguns dias de um mês do ano.

O termino da colheita e, quase sempre, da comercialização desta colheita, temos


encerramento do ano agrícola, que e o período que vai do plantio a comercialização.

Segundo Giustina (1995), em consequência da sua produção sazonal, concentrada em


determinado período, muitas vezes em alguns dias do ano, parece coerente que após seu
término, proceda ao apuramento do resultado, importante na tomada de decisão do gestor,
sobretudo a respeito do que fazer no novo ano agrícola (período compreendido pela
plantação, colheita e comercialização da safra agrícola).

Caso ocorra o apuramento de resultado antes da colheita, período de plantas em


crescimento, o valor económico da cultura fica de difícil avaliação.

Algumas empresas armazenam a produção a espera de preços melhores. Neste caso o ano
agrícola encerra – se com a colheita.

Conclui – se portanto, que o momento ideal para medir o resultado do período será logo
após a colheita e sua respectiva comercialização.

Para as empresas optantes pela policultura, cujas colheitas ocorrem em períodos


diferentes, recomenda – se que o ano agrícola seja afixado em função da cultura mais
importante economicamente, ou seja, aquela que contribui com maior percentagem da
receita bruta do empreendimento rural.

Exemplo 1: consorcio de culturas onde se planta entre as ruas da cultura principal, plantas
de ciclo curto para maximização da área agricultavel. Podemos citar o consórcio entre a
cultura do café e feijão, com colheitas em épocas diferentes.

Exemplo 2: culturas diversas, em áreas distintas, com colheitas em épocas também


distintas, o ano agrícola serão fixadas com base na cultura de maior representatividade
económica.

No que se refere a actividade Zootécnica, o momento mais adequado para o enceramento


do exercício económico, seria de acordo com Marion (2002) após o nascimento dos
bezerros ou do desmame, considerando a cria, recria e engorda do gado bovino, ou então
no mês seguinte após a venda das reses para frigorífico.

De maneira geral, o nascimento dos bezerros encontra – se em determinados períodos do


ano. Há empresas pecuárias que planeiam lotes de nascimento para determinados
períodos do ano (em função da seca ou inverno, períodos de pastagem mau) por meio de
inseminação artificial ou do estacão de monta planificada, aceleração dos cios, utilização
de rufião, etc.
O facto de as culturas predominantes variarem com as explorações, alem de terem épocas
de colheita diferentes leva a concluir que só em fase de uma situação concreta se poderá
fixar o exercício económico de uma actividade agrícola.

Actividade Agrícola

Existem basicamente dois tipos de culturas que devemos considerar tendo em vista a
Contabilidade Agrícola: Culturas temporárias e permanentes

De acordo com Marion (2000), as culturas temporárias:são aquelas sujeitas ao replantio


após a colheita, tendo normalmente um período de vida útil curto e, sendo, após a colheita
arrancadas do solo para que seja realizado um novo plantio.

Ele define ainda as culturas permanentes: como sendo aquelas que permanecem
vinculadas ao solo e proporcionam mais de uma colheita de produção. Normalmente
atribui – se as culturas permanentes uma duração mínima de quatro anos.

De acordo com Anceles (2002), as culturas temporárias são aquelas que se extinguem
pela colheita, sendo seguida de um plantio, enquanto a permanente tem duração superior
a um ano ou proporciona mais de uma colheita sem necessidade de novo replantio,
recebendo apenas tratos culturais no intervalo entre as colheitas. Pode – se citar como
exemplo de culturas temporárias o milho, trigo, feijão, etc., e culturas permanentes a
laranjeira, mangueira, o cajueiro, etc.

Destas definições conclui – se que as culturas temporárias, também conhecidas como


anuais, possuem um período de vida curto entre plantio e a colheita. São exemplos os
plantios de feijão, arroz, trigo, soja, entre outros. As cultuas permanentes são aquelas que
não tem necessidade de replantio. Como por exemplo cultura de café, laranja, maçãs,
uvas, etc.

A diferença básica entre estas duas culturas e que a temporária ou anual esta sujeita ao
replantio e é arrancada do solo, enquanto a permanente ou perene esta vinculada ao solo,
dando produção por diversos anos.

No entanto ao se tentar definir uma cultura como permanente ou temporária, e necessário


conhecer não só a essência da cultura, mas também as peculiaridades de seu cultivo, pois
uma determinada cultura pode possuir características particulares que alteram o
entendimento segundo os conceitos anteriormente apresentados.

No caso do plantio do eucalipto, por exemplo, observa – se que essa cultura leva em
media 15 anos para estar formada e pronta para o corte. Após a colheita, o eucalipto pode
ser arrancado e replantado ou permitida a sua brotagem, isto e, permitir que após o corte,
a árvore brote e cresça.

Quando o cultivo de eucalipto se der pelo método de brotação, não se tem dúvida sobre a
sua classificação em cultura permanente, visto que essa cultura permanece vinculada ao
solo e proporciona mais uma produção. Se tratando de replantio da floresta, há uma
indicação de que seja classificada como temporária, por proporcionar apenas uma
colheita. No entanto, esta cultura leva 15 anos em media para ser formada, e no conceito
da cultura temporária apresentado por Marion (2000), ele especifica que normalmente o
período de vida útil e curto.

Classificação Das Culturas No Balançopatrimonial

As culturas permanentes podem ser compradas as máquinas em uma indústria. As


máquinas, classificadas no activo Permanente – imobilizados, são responsáveis pela
produção das existências que serão vendidas. Na actividade agrícola o processo e
semelhante. As culturas são classificadas como Activo Permanente, subgrupo
Imobilizado, e o resultado de sua produção (colheita) e classificado nas existências.

As culturas temporárias, por possuírem formação rápida, geralmente inferior a um ano,


são classificadas directamente no Activo Circulante, uma vez que se espera transformar
a colheita em dinheiro em período não superior a um ano ou um ciclooperacional.

O conceito de ciclo operacional e fundamentado para que se possa classificar uma cultura
no Activo Circulante ou no Activo Realizável a Longo Prazo. As culturas classificadas
nesse grupo de contas são apenas as culturas temporárias, visto que as culturas
permanentes são classificadas como Activo Permanente –Imobilizado, uma vez que
possuem características de máquinas.

E preciso estar sempre atento a essas situações, que em muitos casos geram dúvidas,
principalmente quanto ao ciclo de produção. Imagine uma empresa registando uma
floresta de eucalipto como Activo Circulante e adoptando um ciclo operacional de sete
anos. Não teria sentido elaborar demonstrações contabilísticas para evidenciar activos e
passivos, realizáveis ou Exigíveis, respectivamente, nos próximos sete anos. Surge então
outra dúvida quanto ao prazo mínimo e máximo aceite como ciclo operacional. Assim,
percebe – se que a maior dificuldade está no estabelecimento do prazo máximo a ser
considerado no ciclo operacional.

Outro ponto a ser levado em consideração na definição entre Activo Circulante e Activo
Razoável a Longo Prazo e se a cultura objecto de classificação refere – se a actividade
principal ou secundário da empresa agrícola.

Uma cultura classificada como temporária (apenas uma colheita e prazo de maturação até
dois anos) e que faz parte da actividade principal da empresa e classificada como Activo
Circulante, considerando o seu ciclo operacional. Se essa cultura faz parte da actividade
secundaria e possui prazo da maturação inferior a dois anos superior no ciclo operacional
definido pela actividade principal sugere – se a classificaçãoRealizável a Longo Prazo.

Assim, se uma empresa agrícola a actividade principal for o cultivo de soja, e


paralelamente a empresa cultivar ananás, esta cultura e classificada como Activo
Realizável a Longo Prazo, na conta existências visto que também e uma cultura
temporária e e classificada no Activo Circulante.
A tabela a Seguir ilustra essa classificação:

Permanente Activo Permanente - Imobilizado


• Ter mais de uma
colheita;
• Ter uma colheita com
maturação acima de
dois anos
Cultura

Actividade Activo Circulante


principal

Temporária: Actividade Activo razoável a


• Ter apenas uma secundaria e Longo Prazo
colheita possuir prazo de
• Ter prazo uma maturação inferior
maturação ate dois a dois anos e
anos superior ao ciclo
operacional
definido pela
actividade principal

Pode – se concluir então que a classificação de uma cultura no Activo Circulante, Activo
Realizável a Longo Prazo ou no Activo Permanente – Imobilizado depende não somente
do prazo que estas culturas levam para produzir, mas sobretudo da sua identificação como
permanentes ou temporárias, bem como se faz parte de actividade principal ou secundaria
da empresa.

Contabilização da Culturas Temporárias

Parta as culturas temporárias, a contabilização pelo custo histórico segundo Marion


(2002), consiste na acumulaçãode custos de produção da cultura em uma subconta com o
títuloespecífico da cultura em formação (arroz, trigo,milho,alho cebola, etc.) da conta
“Culturas Temporárias”no activo circulante como se estas culturas fossem uma
mercadoriaem andamento, uma vez que se espera transformar a colheita em dinheiro em
período não superior a um ano ou a um ciclo operacional. Os custos que compõem essa
rubrica são: sementes, fertilizantes, mudas, mão – de – obra, encargos sociais, energia,
demarcações, combustíveis, seguros, insecticidas, honorários, depreciação, havendo a
necessidade do rateio dos custos indirectos entre as diversas culturas, de forma
operacional. Os custos de colheita serão também acumulados na conta “cultura
Temporária em Formação”.
Os custos da cultura são identificáveis como os ligados directa ou indirectamente com as
culturas em questão, sendo lançados no Activo Circulante. Ex: sementes, mão – de – obra,
depreciação das maquinas utilizadas na cultura e outros.

As despesas do período apresentam todas as despesas são identificáveis com a cultura,


não podendo ser acumuladas nas existências (Activo Circulante), sendo apropriadas
directamente como despesa do período, no Resultado. Ex: honorários do controlador,
salários dos directores, gastos com material de expediente, entre outros.

Ainda segundo Marion (2002) após a colheita todo o custo acumulado na conta “Culturas
Temporárias”e transferido para uma nova conta, “Produtos Agrícolas”por exemplo, com
subcontas específicas por produto (arroz, milho, batata, etc.), em que serão acumulados
todos os custos posteriores a colheita. Nesta conta serão contabilizados os produtos
formados, prontos para a venda, serão somadas a essa conta, alem do valor transferido da
conta “Culturas em Formação”, os custos incorridos após a colheita, os adicionais de
manutenção e estocagem, que deixam os produtos em condições de comercialização.

A segregação das fases de contabilização em “Culturas Temporárias”e “Produtos


Agrícolas” é aconselhável pois permite identificar separadamente o custo de produção e
da colheita, permitindo assim, que os gestores da empresa agrícola conheçam melhor os
custos de formação da cultura e da colheita. Outro facto que se deve considerar ao fazer
essa segregação e que as culturas em formação, como definido por Marion (2002)
correspondem a mercadorias em andamento, não caracterizando desta forma mercadorias
disponíveis para a comercialização.

Estando o produto pronto para a venda, o proprietário pode decidir em armazenar por
mais de um período, no intuito de vende – lo em melhores condições. Nesse caso, ele não
poderá lançar as despesas geradas em custo de produto, mas sim, em despesa operacional.
Assim, tal despesa será considerada do período.

A medida que a produção for vendida, a proporção da venda dos produtos, credita – se
da conta “Produtos Agrícolas” e debita – se na conta “Custos do Produto Vendido”, por
transferência do valor do custo para uma conta da demonstração de resultados, sem deixar
de especificar o produto agrícola vendido, de modo a que se verifique o principio de
especialização de exercício pelo confronto das Receitas de vendas e do Custo do Produto
Vendido e o apuramento do Lucro Bruto.

Contabilização de Culturas Permanentes

No caso das culturas permanentes o processo de contabilização pelo custo pode ser
separado em duas fases. A primeira fase consiste em capitalizar os custos de formação da
cultura em uma conta específica do activo permanente. Na colheita, identificada como
segunda fase, e feita a transferência do custo ate então apropriado no activo permanente
para o activo circulante.

Na cultura permanente, segundo Marion (2002) os custos necessários para a formação da


cultura, como preparo do solo, sementes, mudas, irrigação, produtos químicos, adubação,
fornecidas, herbicidas, forragens, mão – de – obra, encargos sociais, manutenção,
arrendamento de equipamentos e terras, seguro de cultura e depreciação de equipamentos
utilizados na cultura, são capitalizados no Activo Permanente – Imobilizado, numa conta
que pode designar – se por “Cultura Permanente em Formação”, tendo como subconta do
tipo de cultura.

As despesas não ligadasdirecta ou indirectamente a formação da cultura permanente


deverão ser contabilizadas como despesas do período, na demonstração de Resultados.

Marion (2002) explica que após a formação da cultura, antes da primeira produção, facto
que pode levar alguns anos a acontecer, no caso de culturas produtivas, transferem – se
os custos para “Cultura Permanente em Formação”para uma conta denominada “Cultura
Permanente Formada”, que permanece no activo permanente – Imobilizado identificando
– se em subconta o tipo de cultura. A partir deste ponto, na fase produtiva, os custos que
surgirem não serão mais contabilizados no Imobilizado, mas no activo Circulante –
existências, geralmente, em uma conta intitulada “Colheita em Andamento”,
especificando o produto.

Todos os gastos incorridos com a colheita da primeira produção serão registados no


Activo Circulante em uma conta intitulada “Colheita em Andamento”, na subconta
respectiva do produto. Caracterizam – se como “custos com colheita”todos aqueles gastos
despendidos para que se tenha uma boa colheita. Eles são incorridos desde a formação da
cultura ate ao momento final da colheita Marion (1999) explica que “será adicionado ao
custo da colheita a depreciação (ou exaustão) da cultura permanente formada, sendo
considerada as quotas anuais compatíveis com o tempo da vida útil da cada cultura”.

Marion (2002) classifica – se no activo circulante a colheita por se tratar de uma


mercadoria em andamento, uma produção em formação que futuramente será destinada a
venda, pois o ciclo de floração e maturação do produto normalmente e longo.

No caso dos activos biológicos permanentes consumíveis, após que a cultura esteja
madura, os activos biológicos são colhidos tornando – se deste modo produto agrícola,
sendo contabilizados numa conta de existência que pode ser designada “Colheita em
Andamento”. Quando se inicia a extracção dos produtos agrícolas, os produtos extraídos
compõem as mercadorias; essas mercadorias podem ser as existências de mercadorias
para a venda ou ainda existências de matérias – prima.

Segundo Marion (2002), a conta “Colheitas em Andamento” será composta de todos


custos necessários para a Realização de colheita: quota de exaustão, bem como todos os
gastos relacionados a extracção das culturas, entre os quais pode – se destacar os custos
com a mão – de – obra e os respectivos encargos sociais, produtos químicos, irrigação,
combate aos insectos, formigas e pestes, seguros, serviços contratados de terceiros, alem
da depreciação dos equipamentosrelacionados a extracção das culturas; os recursos
aplicados na cultura permanente beneficiam a produtividade ao longo dos anos, o valor
não deve sobrecarregar a safra do ano, mas deve ser capitalizado no imobilizado e
repartido as safras seguintes por meio de depreciação ou, se for o caso , da exaustão.
Ao termino da colheita, o valor acumulado na conta “Colheita em Andamento”transfere
– se para a conta “Produtos Agrícolas”. Também do Activo Circulante – Mercadorias.
Nessa conta e acrescentado o gasto de beneficiamento ou condicionamento, se houver.

Desta forma o custo das existências será composto pela quota de exaustão, bem como
todos os gastos relacionados a extracção da floresta, entre os quais pode – se destacar os
custos com a mão – de – obra e os respectivos encargos sociais, produtos químicos,
irrigação, combate a insectos, formigas e pestes, seguros, serviços contratados de
terceiros, alem da depreciação dos equipamentos relacionados a extracção da floresta.

A medida que os produtos agrícolas forem vendidos e o respectivo custo transferido da


conta “Produtos Agrícolas” para a conta “Custos do Produto Vendido”. Sempre
descriminado o tipo da plantação, haverá a confrontação da Receita de vendas e do Custo
do Produto Vendido, apurando – se o Lucro Bruto.

Aquando a ocorrência de fatos extraordinários como incêndios, granizo, tempestades ou


qualquer outro efeito da natureza, provocando perda de capacidade, o valor
correspondente deve ser baixo do Activo Permanente sendo considerado comoperda do
período, no Resultado do Exercício, mesmo estando a perda coberta pelo seguro. Essas
perdas deverão ser classificadas no Resultado como Perdas não Operacionais. As perdas
normais, aquelas previsíveis ou ainda inerentes a plantação, serão consideradas como
custo do produto agrícola na conta Cultura Agrícola, no Activo Circulante.

Caso os recursos aplicados na cultura permanente beneficiem a produtividade ao longo


dos anos, o valor não deve sobrecarregar a safra do ano, mas deve ser incorporado ao
Imobilizado e diluído as safras por meio da depreciação ou, se for o caso, da exaustão.

Contabilização das Melhorias no Solo para o Cultivo

Os gastos com desmatamento, terraplanagem, desvios de leitos de rios ou córregos para


a irrigação, nivelamento do solo e outros preparos para tornar a terra bruta agricultavel,
não devem ser considerados como fazendo parte da primeira cultura, seja ela permanente
ou temporária, sob pena de sobrecarregar a primeira safra.

De acordo com Anceles (2002) “Os custos com desmatamento, correcção do solo, e outras
melhorias para propiciar o desenvolvimento da cultura agrícola que beneficia mais de
uma safra deve ser contabilizado por seu valor original, no Activo Referido, como
encargo das culturas agrícolas desenvolvidas na área, deduzidas as receitas líquidas
obtidas com a venda dos produtos oriundos do desmatamento.

Segundo horgren (2002) todas as despesas incorridas com o preparo da terra ate que ela
esteja completamente pronta para o seu pretendido deverão ser incorporados no custo da
terra. E sendo a terra um activo que não perde valor, estes custos não serão depreciáveis
e permanecerão no balanço.

Assim os custos de preparo e melhoramento do solo, podem ser incorporados a terra ou


contabilizados de forma independente dos amortizados ao longo dos anos.Na hipótese da
amortização como custo em vários períodos, a classificação correcta segundo Costa
(2004) e no Activo Permanente – Diferido. Quanto ao título da conta, a mais adequada,
segundo Marion (2002), seria “Melhoria”, pois conforme o mesmo afirma na
contabilidade, o termo Melhoria significa incremento na capacidade produtiva, que
envolve reforma significativa no activo de propriedade da empresa, com alterações
técnicas e de produtividade naquele activo.

Os correctivos aplicados ao solo, como calcário, adubação orgânica, etc., quando


beneficiarem em vários períodos, serão alojados também no Activo Deferido, para serem
amortizados com base na quantidade de períodos que irão beneficiar. Outros gastos, como
cercas, estradas, instalações e bebedouros, não devem ser contabilizados na conta
“Melhorias”ou incorporados a terra, mas sim individualmente ao Activo Permanente –
Imobilizados.

Depreciação, Amortização e Exaustão na actividade agrícola

Depreciação, significa: o esgotamento e o desgaste de um activo. Entretanto, no sentido


contabilístico, e um encargo financeiro que se tem sobre certas contas do activo
imobilizado, que reflecte o custo de utilização de um activo em um exercício
contabilístico dado, e mais, especialmente, reproduz a porção do custo monetário original
de ingresso desse activo que foi utilizado na obtenção de receitas de uns exercícios
contabilísticos em partícula, Crepaldi (1998).

O termo depreciação em contabilidade refere – se a imputação do custo dos activos fixos


as despesas durante a vida útil do activo de modo a fazer corresponder os custos as receitas
proporcionadas pelo activo, de acordo com o princípio de especialização de exercício,
Horgren (2002).

De acordo com Iudicibus, Martins e Gelbcke (1994), a depreciação aplica – se somente


aos bens tangíveis (maquinas, equipamentos), exaustão, aos recursos naturais Exauriveis
(reservas florestais, petrolíferas) e amortização, aos bens intangíveis (marcas e patentes).
Na agricultura não contradizendo os conceitos expostos, a depreciação e aplicada a
culturas permanentes, tais como, florestas ou árvores e todos os vegetais de menor porte,
dos quais são extraídos apenas os frutos, sendo ainda empreendimento da própria empresa
(MARION, 1996).

A exaustão ocorre quando a arvore e cortada ou extraída do solo, como acontece com a
cana – de – açúcar e com os eucaliptos. Outros exemplos seriam as pastagens e as florestas
e espécies vegetais destinadas ao corte, para a industrialização, consumo, ou
comercialização. Tanto para a depreciação quanto para a exaustão, o períodoserá
determinado em função de numero de anos de produção (vida útil) e de corte de arvores,
ou da produção total estimada. A taxa só pode ser definida por um agrónomo ou pelo
agricultor, que detêm conhecimento desta informação. A depreciaçãosó terá inicio por
ocasião da primeira colheita, pois enquanto a cultura estiver em formação, não deve sofrer
depreciação. Isto porque a depreciação corresponde a perda de eficiência ou capacidade
de produção, e na fase de crescimento da planta e que a potencialidade deprodução
aumenta (Costa, 2004)

A amortização aplica – se na aquisição de direitos sobre empreendimentos de propriedade


de terceiros, apropriando – se ao longo do período contratado. Exemplo dos casos de
aquisição de direitos de extracção de madeira de floresta pertencente a terceiros ou de
exploração de pomar alheio, por prazo determinado, a preço único e prefixado.

A depreciação e também utilizado nos implementosagrícolas, como tractores, colheitas,


aparelhos agrícolas, etc. Nesse caso, a depreciação e calculada por hora, pois a apreciação
e em decorrência do uso as respectivas culturas ou projectos.

A depreciação somente se inicia por ocasião da primeira colheita. Enquanto a cultura


estiver em formação, não deve sofrer depreciação. Isto porque a depreciação
correspondente a perda de eficiência ou capacidade de produção, e na fase de crescimento
da planta e que a potencialidade de produção aumenta. Para se estipular o percentual
mensal ou anual de depreciação, tom – se em conta o tempo de vida útil do bem.

Desta forma pode – se concluir que as depreciações são apropriadas as contas


responsáveis das culturas que produzem frutos, pois a arvore não e extraída do solo e o
seu produto final e a fruta e não a própria arvore. Então, reconhece – se o desgaste da
árvore proporcionalmente a sua capacidade produtiva ate que essa não tenha mais
capacidade de produzir. Qualquer melhoriaque aumente a capacidade deprodução da
cultura ou aumente sua vida útil deve ser tomada como motivo para a revisão do prazo de
depreciação da cultura.

Quando se trata de cultura em que o produto de comercialização, consumo ou matéria –


prima a ser transformada for a própria arvore e que seja da propriedade da mesma empresa
não ocorrera o reconhecimento da perda do valor do imobilizado através da depreciação
mas, sim da exaustão. Nesse caso, será apropriado ao custo das existências de cada
período o montante que expressa a parcela consumida pela sua exploração.

Quando se trata de floresta e espécies vegetais de menor porte, o cálculo da quota da


exaustão, conforme descreve Marion (2000) será realizadocom observação do seguinte
critério:

a) Apura – se inicialmente, o percentual que representa o volume dos recursos


florestais utilizados ou quantidade de arvores extraídas durante o período – base
em relação ao volume ou a quantidade de arvores existentes na floresta no inicio
de ano – base;
b) O percentual encontrado será aplicado sobre o valor da floresta registado no
Activo e o resultado será considerado como custo dos recursos florestais
extraídos.

Quando as florestas forem formadas por processo de rebrota, deve – se estar atento ao
calculo da exaustão, visto que, que se calcula de forma incorrecta, acarretam distorções
no resultado do exercício. Essas florestas são exploradas três ou quatro vezes conforme a
região onde esta plantada a cultura e de acordo com o fim a que se destina a madeira.Uma
floresta de eucalipto, por exemplo que e cortada quatro vezes, o calculo da exaustão e
feita proporcionalmente a esse corte. O exemplo a seguir ilustra esse cálculo:

• Floresta composta por 10.000 árvores


• Valor da floresta: 100.000,00mt
• Arvores extraídas 40.000,00mt (40%)
• Numero de vezes que a floresta será cortada=04
• % de exaustão = 40% (arvores extraídas) *25% exaustão (100% da floresta) 4
cortes = 100%
• 100.000,00*10%= 10.000,00 (custo do eucalipto)

No exemplo anterior, perceba – se que o custo a ser apropriado ao Activo Circulante e de


10.000,00mt, que representa a 40% das arvores extraídas em uma primeira cultura

Outro caso semelhante da exaustão, e o da cultura de cana – de – açúcar. O custo de


formação da plantação acumulada na conta “Cultura Permanente em Formação “ e
registado no Activo Permanente quando essa cultura for a actividade principal da
empresa, ou no Realizável a Longo Prazo quando essa cultura surgir como uma cultura
alternativa. Uma vez plantado o canavial pode proporcionar três colheitas ou mais. Assim,
se uma empresa produtora de cana colhe por mesmo canavial três vezes, admite uma taxa
de depreciação anual de 33,33% e se colher do memo canavial quatro vezes, essa taxa e
de 25%.

Depreciar ou exaurir de forma correcta, representa acumular correctamente o custo de


stocks oriundos das culturas. Portanto, a formaçãodos custos dos stocks e dificultada
quando não se conhece a peculiaridade da cada cultura ou não se sabe quantas colheitas
ela proporcionara.

Redução do Activo Sentido Genérico Contabilidade Rural


Fixo
Depreciação Depreciação
Amortização Bens Tangíveis Culturas Permanentes que
No sentido amplo serão extraídos frutos
(qualquer activo fixo Exaustão Exaustão
de duração limitada) Recursos Naturais Exauriveis Culturas Permanente
ceifadas, seus recursos são
esgotáveis
Reflorestamentos, cana-de-
açúcar, pastagem.
Amortização Amortização
Recursos Naturais (Sentido Restrito) Aquisição de direitos sobre
Bens Intangíveis empreendimentos de
propriedades de terceiros
Contrato para exploração

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