Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
As actividades das empresas rurais também podem ser denominadas por Agronegócio. O
agronegócio tem como finalidade do cultivo de terra, a exploraçãode animais e a
transformação dos produtos agrícolas. O termo agribusiness tem origem há mais de três
décadas, business e um termo que em inglês, corresponde a negocio, esta presente relação
com a actividade agrícola. Segundo Grateron (1996: 71), que: considerando a abrangência
do termo business, temos que tema em conta contabilidade como meio de controlo,
apuração de custos, determinação de preços, fornecimento de informações para o
processo de tomada de decisões, entre outras características não menos importantes que
ajudam a garantir o sucesso, neste caso , de cadeia agro – industrial. A contabilidade está,
estará presente em cada um dos elos da cadeia.
Marion define de forma mais clara e objectiva que o Agronegócio e a soma total de todas
operações que envolve a actividade rural. Observa – se no dia – a- dia que o Agronegócio
esta presente em quase todo o tipo de operações que fazemos. O Agronegócio e um
complexo de actividades ligadas directamente a actividade agropecuária, como o cultivo
de um vegetal, que e uma actividade directamente relacionada com a actividade rural.
Bem como o aparecimento de sectores secundários, como as empresas que fabricam
cercas de arame e activos imobilizados para utilização na agricultura.
Da mesma forma, a Contabilidade Rural, abrange não só o Sector Agrícola, mas também
as actividades Zootécnicas e agro – industriais, contem particularidades que a distingue
de forma acentuada da Contabilidade aplicada a outros sectores.
Pode – se enumerar diversos aspectos peculiares a produção agrícola, sejam pelos factores
de produção, produtos agrícolas ou ainda pelos seus respectivos custos e produção. Entre
eles identifica – se:
1. Sazonalidade
Sazonalidades são flutuações que ocorrem uma vez no ano e se repetem anualmente.
(RIGGA, 1970: 47). Para Pinto ela l (1994), “tais movimentos decorrem normalmente
das variações climáticas relacionadas as estacões do ano, ou factores culturais
relacionados a efeitos de calendário “. Este último tem implicações com os factores de
produção, com produto e nos custos de oportunidade das máquinas e equipamentos.
Giustina (1995: 09), comenta que a variação dos padrões climáticos que se verifica ao
longo de um ano em qualquer região do mundo (mais marcada nas regiões temperadas e
menos nas regiões tropicais) faz com que a generalidade das produções agrícolas seja
marcadamente sazonal, produzindo – se em cada estacão do ano os produtos que melhor
aproveitam as características climáticas que nesse período vigoram.
3. Aspectos de Demanda
Para Azevedo (1997: 57) “A quantidade demandada pelos produtos agro-industriais não
variam significativamente em relação ao preço – este preço varia consideravelmente
diante de pequenas variações na quantidade ofertada”.
Assim, as importações têm papel importante afim de regular o vácuo criado pelo
desequilíbrio sazonal.
4. Outros Factores
Determinação do ExercícioEconómico
De acordo com Crapaldi (1998), “[…] determina – se o inicio e o fim do ano agrícola
quando se obtém a colheita e a comercialização da actividade de maior renda bruta”. O
que leva a concentração da receita durante ou logo após a colheita, diferindo das demais
empresas que apresentam receitas e despesas constantes durante os meses do ano.
Normalmente a receita concentra – se durante ou logo após a colheita. A produção
agrícola e sazonal, concentrando – se portanto em determinado período do ano, mas
precisamente em alguns dias de um mês do ano.
Algumas empresas armazenam a produção a espera de preços melhores. Neste caso o ano
agrícola encerra – se com a colheita.
Conclui – se portanto, que o momento ideal para medir o resultado do período será logo
após a colheita e sua respectiva comercialização.
Exemplo 1: consorcio de culturas onde se planta entre as ruas da cultura principal, plantas
de ciclo curto para maximização da área agricultavel. Podemos citar o consórcio entre a
cultura do café e feijão, com colheitas em épocas diferentes.
Actividade Agrícola
Existem basicamente dois tipos de culturas que devemos considerar tendo em vista a
Contabilidade Agrícola: Culturas temporárias e permanentes
Ele define ainda as culturas permanentes: como sendo aquelas que permanecem
vinculadas ao solo e proporcionam mais de uma colheita de produção. Normalmente
atribui – se as culturas permanentes uma duração mínima de quatro anos.
De acordo com Anceles (2002), as culturas temporárias são aquelas que se extinguem
pela colheita, sendo seguida de um plantio, enquanto a permanente tem duração superior
a um ano ou proporciona mais de uma colheita sem necessidade de novo replantio,
recebendo apenas tratos culturais no intervalo entre as colheitas. Pode – se citar como
exemplo de culturas temporárias o milho, trigo, feijão, etc., e culturas permanentes a
laranjeira, mangueira, o cajueiro, etc.
A diferença básica entre estas duas culturas e que a temporária ou anual esta sujeita ao
replantio e é arrancada do solo, enquanto a permanente ou perene esta vinculada ao solo,
dando produção por diversos anos.
No caso do plantio do eucalipto, por exemplo, observa – se que essa cultura leva em
media 15 anos para estar formada e pronta para o corte. Após a colheita, o eucalipto pode
ser arrancado e replantado ou permitida a sua brotagem, isto e, permitir que após o corte,
a árvore brote e cresça.
Quando o cultivo de eucalipto se der pelo método de brotação, não se tem dúvida sobre a
sua classificação em cultura permanente, visto que essa cultura permanece vinculada ao
solo e proporciona mais uma produção. Se tratando de replantio da floresta, há uma
indicação de que seja classificada como temporária, por proporcionar apenas uma
colheita. No entanto, esta cultura leva 15 anos em media para ser formada, e no conceito
da cultura temporária apresentado por Marion (2000), ele especifica que normalmente o
período de vida útil e curto.
O conceito de ciclo operacional e fundamentado para que se possa classificar uma cultura
no Activo Circulante ou no Activo Realizável a Longo Prazo. As culturas classificadas
nesse grupo de contas são apenas as culturas temporárias, visto que as culturas
permanentes são classificadas como Activo Permanente –Imobilizado, uma vez que
possuem características de máquinas.
E preciso estar sempre atento a essas situações, que em muitos casos geram dúvidas,
principalmente quanto ao ciclo de produção. Imagine uma empresa registando uma
floresta de eucalipto como Activo Circulante e adoptando um ciclo operacional de sete
anos. Não teria sentido elaborar demonstrações contabilísticas para evidenciar activos e
passivos, realizáveis ou Exigíveis, respectivamente, nos próximos sete anos. Surge então
outra dúvida quanto ao prazo mínimo e máximo aceite como ciclo operacional. Assim,
percebe – se que a maior dificuldade está no estabelecimento do prazo máximo a ser
considerado no ciclo operacional.
Outro ponto a ser levado em consideração na definição entre Activo Circulante e Activo
Razoável a Longo Prazo e se a cultura objecto de classificação refere – se a actividade
principal ou secundário da empresa agrícola.
Uma cultura classificada como temporária (apenas uma colheita e prazo de maturação até
dois anos) e que faz parte da actividade principal da empresa e classificada como Activo
Circulante, considerando o seu ciclo operacional. Se essa cultura faz parte da actividade
secundaria e possui prazo da maturação inferior a dois anos superior no ciclo operacional
definido pela actividade principal sugere – se a classificaçãoRealizável a Longo Prazo.
Pode – se concluir então que a classificação de uma cultura no Activo Circulante, Activo
Realizável a Longo Prazo ou no Activo Permanente – Imobilizado depende não somente
do prazo que estas culturas levam para produzir, mas sobretudo da sua identificação como
permanentes ou temporárias, bem como se faz parte de actividade principal ou secundaria
da empresa.
Ainda segundo Marion (2002) após a colheita todo o custo acumulado na conta “Culturas
Temporárias”e transferido para uma nova conta, “Produtos Agrícolas”por exemplo, com
subcontas específicas por produto (arroz, milho, batata, etc.), em que serão acumulados
todos os custos posteriores a colheita. Nesta conta serão contabilizados os produtos
formados, prontos para a venda, serão somadas a essa conta, alem do valor transferido da
conta “Culturas em Formação”, os custos incorridos após a colheita, os adicionais de
manutenção e estocagem, que deixam os produtos em condições de comercialização.
Estando o produto pronto para a venda, o proprietário pode decidir em armazenar por
mais de um período, no intuito de vende – lo em melhores condições. Nesse caso, ele não
poderá lançar as despesas geradas em custo de produto, mas sim, em despesa operacional.
Assim, tal despesa será considerada do período.
A medida que a produção for vendida, a proporção da venda dos produtos, credita – se
da conta “Produtos Agrícolas” e debita – se na conta “Custos do Produto Vendido”, por
transferência do valor do custo para uma conta da demonstração de resultados, sem deixar
de especificar o produto agrícola vendido, de modo a que se verifique o principio de
especialização de exercício pelo confronto das Receitas de vendas e do Custo do Produto
Vendido e o apuramento do Lucro Bruto.
No caso das culturas permanentes o processo de contabilização pelo custo pode ser
separado em duas fases. A primeira fase consiste em capitalizar os custos de formação da
cultura em uma conta específica do activo permanente. Na colheita, identificada como
segunda fase, e feita a transferência do custo ate então apropriado no activo permanente
para o activo circulante.
Marion (2002) explica que após a formação da cultura, antes da primeira produção, facto
que pode levar alguns anos a acontecer, no caso de culturas produtivas, transferem – se
os custos para “Cultura Permanente em Formação”para uma conta denominada “Cultura
Permanente Formada”, que permanece no activo permanente – Imobilizado identificando
– se em subconta o tipo de cultura. A partir deste ponto, na fase produtiva, os custos que
surgirem não serão mais contabilizados no Imobilizado, mas no activo Circulante –
existências, geralmente, em uma conta intitulada “Colheita em Andamento”,
especificando o produto.
No caso dos activos biológicos permanentes consumíveis, após que a cultura esteja
madura, os activos biológicos são colhidos tornando – se deste modo produto agrícola,
sendo contabilizados numa conta de existência que pode ser designada “Colheita em
Andamento”. Quando se inicia a extracção dos produtos agrícolas, os produtos extraídos
compõem as mercadorias; essas mercadorias podem ser as existências de mercadorias
para a venda ou ainda existências de matérias – prima.
Desta forma o custo das existências será composto pela quota de exaustão, bem como
todos os gastos relacionados a extracção da floresta, entre os quais pode – se destacar os
custos com a mão – de – obra e os respectivos encargos sociais, produtos químicos,
irrigação, combate a insectos, formigas e pestes, seguros, serviços contratados de
terceiros, alem da depreciação dos equipamentos relacionados a extracção da floresta.
De acordo com Anceles (2002) “Os custos com desmatamento, correcção do solo, e outras
melhorias para propiciar o desenvolvimento da cultura agrícola que beneficia mais de
uma safra deve ser contabilizado por seu valor original, no Activo Referido, como
encargo das culturas agrícolas desenvolvidas na área, deduzidas as receitas líquidas
obtidas com a venda dos produtos oriundos do desmatamento.
Segundo horgren (2002) todas as despesas incorridas com o preparo da terra ate que ela
esteja completamente pronta para o seu pretendido deverão ser incorporados no custo da
terra. E sendo a terra um activo que não perde valor, estes custos não serão depreciáveis
e permanecerão no balanço.
A exaustão ocorre quando a arvore e cortada ou extraída do solo, como acontece com a
cana – de – açúcar e com os eucaliptos. Outros exemplos seriam as pastagens e as florestas
e espécies vegetais destinadas ao corte, para a industrialização, consumo, ou
comercialização. Tanto para a depreciação quanto para a exaustão, o períodoserá
determinado em função de numero de anos de produção (vida útil) e de corte de arvores,
ou da produção total estimada. A taxa só pode ser definida por um agrónomo ou pelo
agricultor, que detêm conhecimento desta informação. A depreciaçãosó terá inicio por
ocasião da primeira colheita, pois enquanto a cultura estiver em formação, não deve sofrer
depreciação. Isto porque a depreciação corresponde a perda de eficiência ou capacidade
de produção, e na fase de crescimento da planta e que a potencialidade deprodução
aumenta (Costa, 2004)
Quando as florestas forem formadas por processo de rebrota, deve – se estar atento ao
calculo da exaustão, visto que, que se calcula de forma incorrecta, acarretam distorções
no resultado do exercício. Essas florestas são exploradas três ou quatro vezes conforme a
região onde esta plantada a cultura e de acordo com o fim a que se destina a madeira.Uma
floresta de eucalipto, por exemplo que e cortada quatro vezes, o calculo da exaustão e
feita proporcionalmente a esse corte. O exemplo a seguir ilustra esse cálculo: