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Aluna: Luanna Karen de Oliveira Professora Ana Avelar

M. 140084584

A falta de especificidade do artista contemporâneo, explanado


na obra de Nuno Ramos
S.T. Vaseline, parafina, óleo de linhaça, terebentina, pimento, tecidos,
tela de nylon, feltro, cobertores, borracha, folha de ouro, metais sobre
madeira. 260 x 400 (1989). Pinacoteca de SP. Data da aquisição: 2009

Texto crítico da obra (sem título) de Nuno Ramos

O texto a seguir talvez suscite mais questões do que responda, pois propõe
pensar nas diversas facetas da arte contemporânea, que se torna cada vez mais
ilimitada em termos de materiais, espaço, temporalidade e discurso, ganhando
novos papéis, novas reflexões e muita subjetividade. O artista atual se tornou
versátil em seu modo de produção, ficando livre do que é concreto ou palpável.
Suas ideias propõem múltiplos diálogos, e linguagens.

Nuno Ramos, artista Brasileiro contemporâneo, nasceu em 1960, em São


Paulo, formou-se em filosofia pala Universidade paulista, é pintor, escultor,
escritor, desenhista, cineasta, cenógrafo e compositor. O artista fez parte do
grupo Casa Sete, onde começou sua carreira de pintor em 1984. Foi o artista
representante do Pavilhão Brasileirona Bienal de Veneza de 1995. Foi também
destaque nas Bienais Internacionais de São Paulo de 1985, 1989, 1994 e 2010.
Em 2006 recebeu o Grant Award da Bamett and Annalee Newmam Foundation.
A diversidade da produção de Nuno Ramos, não nos permite emoldurá-lo
em uma ou outra técnica. Sua linguagem poética abrange vários seguimentos.
Ele não está preso a um material especifico, e nem aos meios de produção
vigentes. Talvez algo que se aproxime de uma definição dos seus diversos
trabalhos seja simplesmente a vontade de fazer arte despretensiosa e
experimental.

Nessa obra feita em 1989, temos um amontoado de volumes sobre a tela,


que molda em nosso imaginário vários objetos disformes, feitos manualmente
com vaselina, tela de nylon, feltro e até cobertores. Os materiais usados pelo
artista nos fazem pensar em coisas descartadas, restos de objetos, sujeira e
plástico. Nesse sentido a obra é potencializada pois, além de todos os diálogos
possíveis, existe o apelo forte pela reutilização de materiais, o que de certa forma
está ligado ao ciclo de morte e vida, o que se acabou e reviveu.

A tela atinge grandes dimensões, extrapola os limites da superfície, adquire


a tridimensionalidade, ficando entre tela e objeto. Sua instabilidade é reforçada
por seus volumes, falseando um auto equilíbrio. É angustiante a situação
conflituosa da obra, que parece inacabada, ou que está em constante mutação
e decadência, fazendo com que o olhar esteja sempre à procura do movimento,
ou do desmonte.

Sua plasticidade e exuberância tem uma violência corpórea, atrelada e


reflexiva ao seu processo de feitura, e nela podemos sentir a força do trabalho
manual, a busca de um equilíbrio entre a tela e os depósitos de materiais, as
cores. Ao observarmos um pouco mais, veremos uma preocupação do artista na
disposição de alguns objetos, dando uma forma triangular e buscando equalizar
o olho.

Esse aspecto de lixo que pode estar ligado a um tema atual, como por
exemplo a alta concentração de plásticos que tem sufocado o mundo na última
década. A atemporalidade da obra, mostra que mesmo ao longo dos anos a ela
não deixou de suscitar novos diálogos, uma faceta inerente ao artista que tem
outros exemplos em seu acervo.

De uma forma mais abrangente, as obras de Nuno Ramos são ciclos que
se reinventam e se movem, deixando-o no limite da marginalidade, lugar que ele
parece estar bem à vontade. Numa comparação com “Bandeira branca” (outra
obra famosa do artista), ele também busca tratar essa relação de vida e morte,
tendo em mente que o urubu é um animal que vive de restos de corpos. Nuno,
consciente ou inconscientemente, faz diálogo entre as duas obras, evocando
questões como: a transitoriedade do material, o decadente, o precário, o
mutável, e o lixo. Um diálogo recorrente, e equilibrador, peculiar da nossa
contemporaneidade.

Visão de cima da obra 'Bandeira branca', que mantém urubus confinados em um viveiro no vão central da
Bienal. 'Quando pensei na ocupação desse espaço vertical, pensei em aves. E os urubus têm essa carga
intensa, essa relação entre morte e vida que tem a ver com o trabalho', explica Ramos. Para o artista, sua
obra valoriza o projeto de Niemeyer, que considera 'um dos momentos mais bonitos da nossa arquitetura'.
'Apesar de mimetizar as formas desse vão, minha obra também contrasta com ele, deixando mais explícita
a volumetria daquele lugar. Não é só o meu trabalho, mas a relação dele com o prédio que conta', explica.
(Foto: Daigo Oliva/G1)
Bibliografia

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/09/obra-de-arte-que-mantem-urubus-
em-cativeiro-na-bienal-irrita-internautas.html

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/09/obra-polemica-com-urubus-dentro-
da-bienal-e-alvo-de-pichacao.html

https://vejasp.abril.com.br/cidades/bienal-urubus-nuno-ramos/

Nuno Ramos - Site do Artista Nuno Ramos - www.nunoramos.com.br

https://www.youtube.com/watch?v=Mho9NCpfYPA

https://www.anitaschwartz.com.br/artista/nuno-ramos/
https://www.youtube.com/watch?v=t6vZcG8Elpc

https://www.youtube.com/watch?v=fV4P2Sxg1Bk

https://www.youtube.com/watch?v=UBqTVVOxDHI&t=1559s

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%20dissertação%20Para%20ajudar%20noo%20texto%20de%20NUNU.pdf

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