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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
DEPARTAMENTO DE MÚSICA

MARIA HELENA DE OLIVEIRA SILVA

A MÚSICA NO CENTRO
DE TRATAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS
REINO UNIDO EM ABADIANIA - GOIÁS

ANÁPOLIS
2018
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MARIA HELENA DE OLIVEIRA SILVA

A MÚSICA NO CENTRO
DE TRATAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS
REINO UNIDO EM ABADIANIA - GOIÁS

Projeto de pesquisa apresentado a Disciplina de Educação


Musical I do Curso de Especialização em Educação
Musical, do Departamento de Música-Universidade de
Brasília-DF, como requisito para conclusão da referida
disciplina.

Área de concentração: Educação Musical.


Profa. mestra: Dra. Delmary Vasconcelos de Abreu
Tutora: Mª. Vanessa de Souza Jardim

ANÁPOLIS

2018.
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RESUMO

Abordaremos neste projeto de Pesquisa a música no Centro de tratamento


dependência Químicas Álcool e Drogas Reino Unido. Este projeto visa mostrar
como a música é desenvolvida dentro desta comunidade, como os internos acessam
esse saber musical, e como trabalham com a música no dia-a-dia durante todo
tratamento. O objetivo específico desta pesquisa é mostrar os benefícios alcançados
através das atividades musicais, tais como concentração, atenção, controle da
ansiedade, socialização entre colegas.

Palavras-chave: Música, concentração, terapia, ansiedade


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ABSTRACT
We will tackle this music research project at the Alcohol and Drug Dependence
UK Treatment Center. This project aims to show how music is developed within
this community, how interns access this musical knowledge, and how they work
with music on a day-to-day basis throughout treatment. The specific objective of
this research is to show the benefits achieved through musical activities, such as
concentration, attention, anxiety control, socialization among colleagues.
Keywords: Music, concentration, therapy, anxiety
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CAPÍTULO 1

1.1 Apresentando o tema de pesquisa

Neste estudo abordaremos sobre como se dá o ensino-aprendizagem de


música dentro do Centro Terapêutico Reino Unido. Esta casa tem sede em Abadiânia de
Goiás, e funciona em regime de internação de período integral dos internos durante o
período de nove (09) meses, onde serão reeducados para convívio e reinserção na
sociedade.
O uso de drogas é um fenômeno bastante antigo, segundo Haack (2013) as
drogas sempre estiveram presentes, em diferentes épocas, nas mais diferentes
civilizações e suas utilizações eram as mais variadas, bem como suas conseqüências. Na
pré-história, segundo a autora o homem já conhecia determinadas plantas e fungos
tóxicos que produziam alterações no humor e na percepção da realidade. A papoula
(ópio) foi descoberta há mais de 7000 anos, e era utilizada, primeiramente com fins
terapêuticos. Souza e Gomes (2016) afirmam que o aumento da dependência química é
considerado um grande desafio para o poder público e a sociedade civil brasileira, algo
que ganhou feições dramáticas devido ao uso indiscriminado do crack e outras
substâncias químicas que estão em contínuo processo de adesão, cada vez mais cedo jovens
tem percorrido esse caminho, uns como fuga da realidade e outros como forma de diversão e
prazer. O uso abusivo de substâncias traz uma série de prejuízos, incluindo, os sociais e de
saúde, chegando a estágios alarmantes nestes últimos dias. Cada vez mais a sociedade sofre sem
políticas públicas de enfrentamento e combate ao uso de drogas, a dependência química é uma
doença multifatorial, envolve diversas questões, tais como emocional, relação e convívio
familiar, financeiros entre outros, que precisam ser tratados. Neste cenário obscuro jovens
perdem suas vidas e os que sobrevivem, vivem no submundo, no caos. Faz-se necessário
tratamento de desintoxicação e de conscientização destes jovens para o abandono das
substâncias químicas. No decorrer de 15 (quinze) anos temos desenvolvido trabalho voluntário
com dependentes químicos de conscientização da necessidade do tratamento e chegamos até as
Comunidades Terapêuticas, observando o tratamento dentro das mesmas, emergiram as
perguntas tais como: como se dá o ensino-aprendizagem no Centro Terapêutico Reino Unido?
A música como ferramenta auxilia os internos no seus tratamentos? Sendo assim este projeto
tem como finalidade pesquisar como a música é desenvolvida dentro destas comunidades e
ainda averiguar até que ponto ela auxilia os dependentes nos seus tratamentos
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A música faz parte da necessidade cultural de cada indivíduo sendo assim,


aprendê-la é desenvolver progressivamente um percurso de criação pessoal.
A capacidade de raciocínio e criatividade é estimulada através das atividades
musicais, o senso de responsabilidade e dependência do grupo é adquirida, além da
oportunidade de se socializar através das atividades em grupo. Podendo também
desenvolver o relacionamento interpessoal e a afetividade tão prejudicadas no
dependente, através da produção em grupo ou individual.
Segundo psicóloga Parlato (2013), especialista em dependência química e
diretora terapêutica da Clínica Viva, outras áreas do conhecimento também podem
contribuir para recuperação do dependente químico como a terapia musical e atividade
física. Ela ressalta que a música contribui para que o dependente possa relaxar, praticar
espiritualidade e utilizá-la como estímulo para se distrair evitando pensamentos
pertinentes ao uso de drogas.
Ouvir música, seja ela qual for e em que momento for, é sempre sinal de
aparecimento de algum tipo de reação psicológica. A música que vivenciamos pode nos
fazer arrepiar, rir ou chorar. Provoca a redução dos níveis de ansiedade, contribui para a
diminuição da pressão arterial e da frequência cardíaca, modifica os nossos níveis de
cortisol e de adrenalina no sangue. A verdade é que a música traz mesmo benefícios
psicológicos para os indivíduos, porque estimula a comunicação entre as pessoas e
contribui de sobremaneira para o aumento da autoestima e da autoexpressão. A música é
ainda capaz de ajudar nos momentos de reflexão, aumentando a capacidade de perceber
e ouvir, de aprender, de ser social. Com a música também é possível desenvolver a
capacidade de atenção e de concentração, diminuir a ansiedade e encorajar
comportamentos saudáveis no dependente. Diante do papel que a música desenvolve no
cotidiano de cada indivíduo a hipótese levantada é que as práticas musicais dentro das
comunidades têm sido benéfica auxiliando os dependentes no período de tratamento
para o controle de uso das substâncias químicas ingeridas e ou inaladas pelos mesmos,
sejam elas álcool ou drogas.
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1.2 Problematizando o tema

Neste tópico abordaremos as literaturas que foram o objeto de pesquisa,


foram coletados no Google Acadêmico principalmente, foi feita a pesquisa com as
palavras chaves – música e dependência química. Foram encontrados poucas
dissertações e artigos mais específicos na área da música – que dissertem sobre a música
e seu papel dentro das casas de recuperações. Diante das experiências vivenciadas nos
últimos quinze anos dentro das Casas de Recuperações, observando e interagindo com
os internos acerca do papel da música neste período da vida deles, questionamentos e
hipóteses foram levantadas, diante dos mesmos faz-se necessário uma investigação
sistemática do assunto, pois dependência química tem alcançado estados alarmantes
entre os nossos jovens, procurando meios de aliviar e “ajudar” nossos jovens se
reencontrarem no período de tratamento, com a linguagem musical, sons, ritmos, pulsos
foi a forma mais estreita encontrada neste árduo caminho de diálogo entre a
dependência e o dependente, podendo abrir espaços para uma conversa aberta e franca,
apelando para os sentimentos tão escassos na vida do compulsivo pelo uso de drogas,
eles agem por instinto, pela necessidade que possuem do uso da droga, depois de
saciadas as necessidades é que pode ou não vir a pensar sobre o que estão fazendo de
suas vidas. O período que passam reclusos nas Casas de Recuperação é um tempo
precioso para que possam refletir sobre as perdas e ganhos, e diante destas reflexões
mudarem hábitos, rotinas para retornarem à vida comum com outra visão e outras
perspectivas, mais conscientes e limpos do uso de drogas.
Noronha (2010) faz uma pesquisa no município de Rio Grande da Serra. O
autor faz reflexão, sobre a participação da igreja evangélica, tanto por sua expressiva
inserção no município, como pelo fato de seus elementos doutrinários (crenças) e
comportamentais (usos e costumes de santidade) contribuírem de forma relevante para
análise do tema.
Segundo Noronha município de Rio Grande da Serra, situado na região do
Grande ABC paulista, apresenta um conjunto de características que permite classificá-la
como uma região de periferia urbana, em que parcela da população está inserida em
significativa situação de vulnerabilidade social. Nesse espaço urbano, um número
expressivo de homens e mulheres (entre eles jovens) tem sido acometido pela
dependência química – um dos grandes problemas das sociedades contemporâneas ─, o
que pode gerar tanto uma significativa desagregação familiar e social, como também a
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violência doméstica. Neste artigo será feita uma análise em que medida as redes
formais como associações de recuperação de dependentes químicos e informais como
cultos (especialmente os louvores), entre outros espaços eclesiais, próximas a esse
grupo religioso, contribuem para amenizar a violência sofrida, em especial por seus
familiares como cônjuges e filhos. Este artigo assemelha-se ao meu pelo fato da
pesquisa ser com dependentes químicos e pelo fato da música estar muito presente nos
cultos das igrejas que são usadas como ferramentas de evangelização. Tavarez e
Camurça, (2004) “A música, em seus diversos ritmos (incluindo o rock, rap, samba,
etc.), ocupa cada vez mais espaços no meio evangélico, em especial entre os jovens O
chamado “louvorzão” anima muitos eventos em que os jovens podem se descontrair ao
som da música Gospel. Meinerz (2004) em uma pesquisa com jovens mineiros da Igreja
do Evangelho Quadrangular aponta para uma relação intensa entre a música (Gospel) e
a oração. Quanto mais prestígio o artista tem entre os jovens, mais emocional é o culto.
Disso resulta que o louvor atrai cada vez mais os jovens para o interior das igrejas
(NORONHA, 2011).
Como resultado final deste artigo Noronha (2011) observou que foi benéfico
em alguns casos os resultados positivos no comportamento do dependente químico,
sobre os louvores ainda diz mais: no momento do louvor dentro do culto permite aos
membros se “expressarem”, “darem testemunhos”, etc., o que não é pouco significativo,
pois em certos casos, há uma “quase” divisão da palavra com os pastores e obreiros,
tornando-se assim um espaço privilegiado para os jovens também se mostrarem
artisticamente. Em regiões pobres, cuja escassez de espaço de lazer é grande, como em
Rio Grande da Serra, qualquer alternativa torna-se de grande relevância, pois tornam os
jovens menos vulneráveis às drogas.
Pereira e Assis (2011) refletem sobre a relação do consumo de drogas e o
contexto socioambiental e escolar, abordando aspectos ambientais, sociais e culturais.
Como fonte para construção deste artigo foram utilizadas pesquisas bibliográficas,
observações e conversas informais com usuários e seus familiares, num bairro,
localizado na cidade de Itajaí- SC. Sendo esta uma problemática que atinge todas as
esferas sociais, a mesma exige conhecimento e ações preventivas contra o uso
indiscriminado de drogas. As autoras defendem a importância da participação efetiva de
políticas públicas, da escola, dos pais e professores, no diálogo constante com os jovens,
fortalecendo o seu pensamento crítico, oportunizando, de maneira autônoma, escolhas
conscientes. Escolhi este artigo por se tratar de uma pesquisa sobre dependência
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química. Segundo as autoras nossa sociedade é fragilizada, onde as oportunidades são


desiguais afetando financeiramente muitas famílias, o tráfico se torna muito atrativo,
pois movimenta milhões com produção, distribuição e comercialização, criando a
perspectiva de enriquecimento fácil, englobando também as classes mais abastadas.
Pretende-se neste trabalho refletir os efeitos nocivos das drogas ao meio socioambiental
e ao espaço escolar, assim como o papel da educação por meio de ações pedagógicas
que podem auxiliar na prevenção e conscientização do uso indiscriminado. Teremos
como ferramenta de discussão a realidade que os alunos conhecem, o que vivenciam,
tornando a discussão acerca das drogas mais rica e certamente carregada de
significações para os discentes, oportunizando a todos ampliar seus conhecimentos e
suas experiências, fortalecendo a conscientização e prevenção ao uso abusivo das
substâncias que causam dependência.
Delevati, Siniak, Claro e Souza 2016) a música pode envolver e afetar
muitas facetas do ser humano, e em função da grande diversidade de suas aplicações
clínicas, educação através da música pode ser utilizada para se obter um grande espectro
de mudanças terapêuticas. Neste artigo os autores apresentam um relato da experiência
de um discente do curso de graduação em enfermagem sobre a utilização da música em
uma oficina terapêutica de saúde mental em um centro de atenção psicossocial (CAPS)
em um município fronteira oeste do sul do Brasil. Trata-se de um relato de experiência
desenvolvido durante as atividades do Programa de Educação Tutorial (PET) Atenção
Psicossocial no CAPS Álcool e outras Drogas (AD) em um município na fronteira oeste
do Rio Grande do Sul. A musicoterapia configura-se como uma alternativa humanística
do cuidado e a equipe multiprofissional que compõe o serviço pode desenvolver
tecnologias leves em saúde a partir desta prática. Através deste relato, pode-se perceber
a relevância das oficinas de música dentro da Educação Musical, para o tratamento dos
usuários de drogas, uma vez que benefícios como fortalecimento espiritual e redução da
ansiedade podem ser observados. Os objetivos propostos durante as atividades
envolvendo a música foram alcançados proporcionando melhora na qualidade de vida e
no tratamento dos usuários. Assim, segundo os autores supracitados, ressalta-se a
importância do uso de técnicas que estimulem a execução e o canto de músicas que
façam sentido para os usuários, permitindo a expressão da musicalidade e a
manifestação de traços das identidades de cada indivíduo.
Silva (2012) realizou um diagnóstico situacional da área de abrangência da
ESF Bom Jesus dos Campos, no município de São José da Barra/MG, utilizando o
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Método da Estimativa Rápida onde a equipe examinou os registros e fontes secundárias


existentes, como os trabalhos científicos e as bases de dados secundários do Sistema de
Informação de Atenção Básica (SIAB); entrevistas com informantes chaves e
observação ativa das condições de vida da comunidade. Posteriormente foi realizada
uma revisão bibliográfica da literatura, no período de março a novembro de 2013,
utilizando as bases de dados Lilacs, Scielo, consulta no Google acadêmico e livros-
texto. Para a busca foi utilizado os termos "uso de drogas", "adolescentes", e
"prevenção". A pesquisa mostrou que as drogas sempre estiveram e, provavelmente,
sempre estarão presentes na humanidade e que o abuso é fonte de uma multiplicidade de
fatores sociais e/ou pessoais (fatores de risco), que torna o indivíduo vulnerável ao seu
uso indevido, tal como foi observado junto à população adolescente da área de
abrangência da ESF Bom Jesus dos Campos. Os resultados da revisão de literatura
apontam como estratégias de prevenção do uso de drogas na adolescência o
desenvolvimento de atividades recreativas e exercícios físicos, a criação de espaços para
narrativas pessoais dos adolescentes, o desenvolvimento de ações voltadas para a arte,
música e cultura e o incentivo à leitura. As ações de prevenção do uso de drogas devem
estar voltadas para promoção de estilos de vidas associados à boa saúde, que
possibilitem ao adolescente a consciência dos riscos que estão expostos e propicie
condições para que tenham capacidade de fazer suas próprias escolhas. O estudo
segundo a autora permitiu concluir que as estratégias de prevenção ao uso e abuso de
substâncias lícitas e ilícitas devem possibilitar a transformação da realidade social e o
desenvolvimento sociocultural do adolescente e da comunidade onde está inserido e,
que assim, permitam a formação do sujeito autônomo.
Shaiane e Pieve (2017) realizaram um relato de experiência das vivências
ocorridas em quase oito anos de história do “Projeto Valores da Vida: Resgatando
Princípios éticos e morais em nossa sociedade”. Esse projeto é desenvolvido por mais
de cem voluntários, alcançando em média sete mil pessoas desde seu início em 2009.
Vinculado a ONG Debaixo da Videira, o projeto se desenvolve através de palestras
motivacionais, dinâmicas de grupo, teatro, musicas cantadas, brincadeiras, danças e
leitura. O público alvo do projeto são espaços escolares e não escolares, campo de
atuação da Pedagogia. Dessa forma as crianças, jovens e os adultos interagem e
compreendem o objetivo desse projeto. A música é uma forte forma de expressão, e o
projeto encontrou nela um grande meio para levar esses valores de vida para o coração,
a mente e as atitudes desses jovens e crianças. A música tanto ajuda no
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desenvolvimento intelectual como no estímulo à criatividade e também na possibilidade


de expressar diversos sentimentos por meio dos sons. Segundo Shaiane e Pieve (2017)
ao mesmo tempo em que as pessoas procuram música como uma profissão, outras a
procuram como um refúgio, pois, expressando os sentimentos através dos sons,
relaxam-se o corpo e a alma sentindo, assim, uma grande satisfação por fazer algo por si
mesmo, e isso faz com que, no dia a dia, tudo o que se faz fique melhor, inclusive
o convívio com os demais.
Júnior (2017) enfatiza que a música tem o poder de influenciar o ser humano, de
forma consciente ou inconsciente. Geralmente, somos de alguma forma influenciados pelo
poder das ondas sonoras, pelas suas vibrações, as vezes nem conseguimos perceber quando foi
o processo inicial. Simplesmente, a música nos invade lentamente, como a poeira que entra em
nossa casa, e só percebemos quando vamos limpar a sujeira. Definitivamente ela encontrou
espaço em nossa vida, muitas vezes mudando nosso jeito de ser, criando em nós uma nova
identidade, mudando até mesmo nossa maneira de vestir, pensar, falar.  Não tem como extinguir
a música de nossas vidas, pois ela está em todo lugar, mas devemos tomar o máximo de cuidado
para saber distinguir aquelas músicas que acrescentam algo positivo ou negativo em nós. Neste
ponto, o que vale não é o seu nível de conhecimento musical, mas o bom senso, caráter e a
verdade. Este artigo discorre sobre o tema influência da música em nós, que também será
abordado neste projeto.
Para Ribeiro (2017) a música tem sido alvo de um crescente interesse por
parte da investigação científica e podemos observar, na literatura, um grande número de
estudos que apresentam resultados positivos na associação desta arte milenar aos mais
diversos tipos de intervenção. Uma revisão teórica alargada em diversas áreas do saber
(e.g., psicologia, neurologia, arte) fez antever a possibilidade de a música poder
constituir um dispositivo privilegiado para a compreensão do desenvolvimento de
estruturas psicológicas humanas e um motor para proporcionar mudanças.

1.3 Objetivos da Pesquisa

O objetivo principal desta pesquisa é investigar como o ensino-


aprendizagem vem sendo construído dentro do Centro terapêutico Reino Unido e
objetivo específico averiguar os benefícios da Educação musical durante o tratamento
do dependente químico.
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1.4 Justificando a pesquisa

Interessei-me por este assunto porque tem sido nos últimos quinze anos meu
trabalho voluntário, levar jovens ao tratamento. Diante de tantas incertezas, medos,
manias um resultado positivo ainda que mínimo, aos olhos de outrem, merece ser
festejado, no tratamento de um dependente químico. Observando um dos meninos que
acompanho sempre me vem a memória as palavras ditas a mim: “a música me acalma”.
Se a música acalma esse indíviduo tão cheio de tempestades internas por que não usá-la
como ferramenta para o tratamento do mesmo? Durante o processo de tratamento os
internos que se interessarem pela aprendizagem musical são ministradas aulas, mas daí
é que surgem minhas indagações como estariam sendo ministradas essas aulas? Existe
um professor qualificado pra o ensino aprendizagem neste ambiente informal de ensino?
Quem é este professor? Existe um ensino-aprendizagem de forma continuada? Diante
da escassez de literaturas que dissertem especificamente sobre o assunto delimitado –
música no Centro de tratamento de dependências químicas esta pesquisa se justifica
como relevante para os educandos e para a Educação Musical gerando material de
conhecimento para pesquisas posteriores.

1.4 Estrutura da pesquisa

Esta pesquisa será composta por dois capítulos. No capítulo 1º contendo


quatro subtópicos: apresentação do tema, problematizando o tema, objetivos da
pesquisa, justificativa da pesquisa e estrutura da pesquisa. Capítulo dois em construção:
Posso fazer um questionário ou entrevistas com os internos que tocam na Banda do
Reino Unido?

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