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Compartilhada
• Setembro 2021
05 1 Considerações iniciais
18 4. Organização da
coletividade de sala de aula
24 Referência Bibliográfica
Formação
Pedagoga
Bacharel em administração de
empresas
1.
Professor polivalente / senso crítico, sua autonomia, e transformando
professor de educação seu conhecimento, que segundo Traversini et
infantil al (2012, p. 294) pode nos permitir deixar tocar
e transformar com e pelo outro, em direções
2.
Professor de ensino desconhecidas criadas no encontro de dois
fundamental I e professores do professores, tornando os fazeres docentes em
ensino fundamental II experiências criativas a cada circunstâncias
que nos acontece.
3.
Professor de Ensino
Fundamental II e Médio
4.
Professor de ensino médio e
especialista da área.
Relacionamento Interpessoal
A educação escolar pressupõe o encontro pessoal. O Relacionamento Interpessoal tem a ver
com essa capacidade de o professor se aproximar mais intimamente, com maior cuidado e
profundidade, diante de uma dificuldade do aluno, seja em termos de aprendizagem ou de
disciplina; é a capacidade de uma relação mais próxima; é a exigência da relação significativa
com um outro, o “olho no olho”, sujeitos em proximidade, o contato humano. É uma dimensão
que vai além da coletiva: o professor trabalha com todos, mas conhece cada um de seus alunos,
e desta forma pode melhor ajudá-los na aprendizagem e no desenvolvimento humano. Não se
trata de conhecer a “vida íntima” de cada aluno, mas de apreender suas principais características.
Temos sérias dúvidas sobre a perspectiva algumas vezes apontada de o professor conhecer mais
profundamente cada um e todos os seus alunos. Primeiro, porque não sabemos se isto seria
possível, dadas as condições do trabalho docente. Segundo, sobretudo, será que o professor
teria estrutura psicológica para lidar com os dramas todos dos alunos? Tampouco se quer cair
numa visão intimista, individualista do tipo ‘cada um é cada um’. Isto é verdade, mas não é toda
a verdade, pois ao mesmo tempo em que cada um é cada um, cada um é também um pouco do
outro, do grupo ao qual pertence. Devemos considerar que o universo cultural, social, político,
econômico dos alunos não é tão diferenciado assim; é certo que existem diferenças, que existe
a apropriação pessoal, etc., todavia participam também de um referencial social muito comum.
Todo homem, em certos aspectos, é:
“orientação
Os educandos estão sob a
de um conjunto
de educadores. Esta marca de
encontro de gerações é muito
característica, devendo ser
preservada e bem gerenciada.
”
Cláudia Mistréli • Setembro 2021 • 19
Daí, então, definir as regras de trabalho, o
CONTRATO DIDÁTICO Contrato Didático. Notem que o Contrato
não é, não deve ser, uma mera formalidade,
A partir dos objetivos, explicitar para feito só porque “a direção/coordenação”
os alunos onde queremos chegar, qual o pediu. É preciso investir tempo aqui. Uma
significado, o que estamos fazendo na escola e vez estabelecido, o contrato deve ser levado
na sala de aula. “Ah, mas isso é óbvio”. Não, não a sério. Esse é o elemento muito importante
é óbvio. Muitas vezes, para o aluno isto não porque, se a classe está num clima caótico,
está claro. Ele está ali porque o pai mandou, num clima de dispersão, isso vai comprometer
porque é obrigado por lei, pela justiça, porque tanto o Trabalho com o Conhecimento quanto
a empresa exige, etc. Portanto, é importante o Relacionamento Interpessoal: como o
resgatar o sentido, o que estamos fazendo ali, o professor pode prestar atenção no aluno para
que queremos no decorrer do ano. Estabelecer, ver como fazer a mediação para ajudá-lo a
portanto, os objetivos. A partir desses aprender melhor? Ora, se o clima está caótico
objetivos, buscar as necessidades: se queremos em sala de aula, a preocupação do professor
atingir estas finalidades, quais as exigências, não vai ser a de olhar para o aluno. Ele não
como devemos organizar o trabalho em sala? tem condições de fazer isso.
APRENDER A CONHECER
Este tipo de aprendizagem visa não tanto Apesar dos estudos sem utilidade imediata
a aquisição de um repertório de saberes estarem desaparecendo, tal a importância dada
codificados, mas antes o domínio dos próprios atualmente aos saberes utilitários, a tendência
instrumentos do conhecimento pode ser para prolongar a escolaridade e o tempo
considerado, simultaneamente, como um livre deveria levar os adultos a apreciar, cada
meio e como uma finalidade da vida humana. vez mais, as alegrias do conhecimento e da
Meio, porque se pretende que cada um aprenda pesquisa individual. O aumento dos saberes,
a compreender o mundo que o rodeia, pelo que permite compreender melhor o ambiente
menos na medida em que isso lhe é necessário sob os seus diversos aspectos, favorece o
para viver dignamente, para desenvolver as suas despertar da curiosidade intelectual, estimula
capacidades profissionais, para comunicar. o sentido crítico e permite compreender o
Finalidade, porque seu fundamento é o prazer real, mediante a aquisição de autonomia na
de compreender, de conhecer, de descobrir. capacidade de discernir.
APRENDER A FAZER
Aprender a conhecer e aprender a fazer como adaptar a educação ao trabalho
são, em larga medida, indissociáveis. futuro quando não se pode prever qual
Mas a segunda aprendizagem está mais será a sua evolução? É a esta última questão
estreitamente ligada à questão da formação que a Comissão tentará dar resposta mais
profissional: como ensinar o aluno a pôr em particularmente. Convém distinguir, a este
prática os seus conhecimentos e, também, propósito, o caso das economias industriais
Cláudia Mistréli • Setembro 2021 • 21
onde domina o trabalho assalariado do das de transformar o progresso dos conhecimentos
outras economias onde domina, ainda em em inovações geradoras de novas empresas
grande escala, o trabalho independente ou e de novos empregos. Aprender a fazer não
informal. De fato, nas sociedades assalariadas pode, pois, continuar a ter o significado
que se desenvolveram ao longo do século XX, simples de preparar alguém para uma tarefa
a partir do modelo industrial, a substituição material bem determinada, para fazê-lo
do trabalho humano pelas máquinas tornou-o participar no fabrico de alguma coisa. Como
cada vez mais imaterial e acentuou o caráter consequência, as aprendizagens devem
cognitivo das tarefas, mesmo na indústria, evoluir e não podem mais ser consideradas
assim como a importância dos serviços como simples transmissão de práticas mais ou
na atividade econômica. O futuro destas menos rotineiras, embora estas continuem a
economias depende, aliás, da sua capacidade ter um valor formativo que não é de desprezar.
APRENDER A SER
Desde a sua primeira reunião, a Comissão ou tido como hostil, é também, por vezes, a
reafirmou, energicamente, um princípio melhor oportunidade de progresso para as
fundamental: a educação deve contribuir sociedades. A diversidade das personalidades,
para o desenvolvimento total da pessoa — a autonomia e o espírito de iniciativa, até
espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, mesmo o gosto pela provocação, são os
sentido estético, responsabilidade pessoal, suportes da criatividade e da inovação. Para
espiritualidade. Todo o ser humano deve ser reduzir a violência ou lutar contra os diferentes
preparado, especialmente graças à educação flagelos que afetam a sociedade, os métodos
que recebe na juventude, para elaborar inéditos retirados de experiências no terreno
pensamentos autônomos e críticos e para já deram prova da sua eficácia.
formular os seus próprios juízos de valor, de
modo a poder decidir, por si mesmo, como
agir nas diferentes circunstâncias da vida. É
possível que no século XXI estes fenômenos
adquirem ainda mais amplitude. Mais do
“A diversidade das
que preparar as crianças para uma dada personalidades, a
sociedade, o problema será, então, fornecer-
lhes constantemente forças e referências autonomia e o espírito
intelectuais que lhes permitam compreender
o mundo que as rodeia e comportar-se nele
de iniciativa, até mesmo
como atores responsáveis e justos. Mais do o gosto pela provocação,
que nunca a educação parece ter, como papel
essencial, conferir a todos os seres humanos são os suportes da
a liberdade de pensamento, discernimento,
sentimentos e imaginação de que necessitam
criatividade e da
para desenvolver os seus talentos e inovação.”
permanecerem, tanto quanto possível, donos
do seu próprio destino. Este imperativo
não é apenas de natureza individualista: a
experiência recente mostra que o que poderia
aparecer, somente, como uma forma de defesa
do indivíduo perante um sistema alienante
Cláudia Mistréli • Setembro 2021 • 23
Referência Bibliográfica
Hochnadel, Simone Borges & Conte, Elaine. Docência
Compartilhada: Possibilidade De Inovação E
Ressignificação Da Atuação Profissional? - Editora
Unilasalle - Brasília, DF - 2019
https://www.somospar.com.br/wp-content/
uploads/2018/07/ebook-competencias-socioemocionais-
bncc.pdf