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MANUAL DE APOIO FORMAÇÃO DE ELECTRICIDADE

ELECTRICIDADE BAIXA TENSÃO


Conceito de segurança no Trabalho e Noções de Riscos
Segurança: Conjunto de ações e medidas adotadas em um processo de trabalho e que
tem como finalidade prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.
SEGURANÇA DO TRABALHO Tem como finalidade:
 Evitar acidentes
 Prevenir doenças
As ações ou medidas preventivas adotadas podem ser de caráter técnico,
administrativas, educativas, de engenharia, organizacionais, ambientais, etc.
Quem é responsável pelas ações de Segurança do Trabalho?
É responsabilidade de todos e depende da efetiva participação da empresa, do
envolvimento de todas as chefias ou lideranças e da cooperação de cada trabalhador.
Perigo: É qualquer situação que tenha potencial de causar um dano, lesão ou doença ou
avaria.
RISCO: É a combinação da probabilidade da ocorrência de um evento perigoso e da
gravidade do dano ou prejuízos que poderão resultar, caso este evento venha a ocorrer.
Risco = exposição ao perigo x gravidade do dano

Conceito de Higiene
Higiene:
Termo utilizado para expressar um conjunto de fatores que visam a preservação da
saúde no ambiente de trabalho. O termo higiene é utilizado no sentido de evitar doenças.
Daí ser muito comum a expressão: “Segurança e Higiene Ocupacional” ou também
“Segurança e Higiene do Trabalho”.

Os objetivos da higiene no trabalho

A higiene do trabalho tem carácter eminentemente preventivo, pois


objetiva a saúde e o conforto do trabalhador, evitando que adoeça e se
ausente provisória ou definitivamente do trabalho. Os principais objetivos
são:
1 - Eliminação das causas das doenças profissionais
2 - Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas
doentes ou portadoras de defeitos físicos
3 - Prevenção de agravamento de doenças e de lesões
4 - Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por
meio de controlo do ambiente de trabalho.

O que envolve a higiene no trabalho?

O programa de higiene no trabalho envolve:


1-Ambiente físico de trabalho: a iluminação, ventilação, temperatura
eruídos.
2-Ambiente psicológico: os relacionamentos humanos agradáveis, tipos
deActividade agradável e motivadora, estilo de gerência democrático
eparticipativo e eliminação de possíveis fontes de extresse.
3-Aplicação de princípios de ergonomia: máquinas e
equipamentosadequados às características humanas, mesas e instalações
ajustadas aotamanho das pessoas e ferramentas que reduzam a necessidade
de esforçofísico humano.
4-Saúde ocupacional: ausência de doenças por meio da assistência
médicapreventiva.
A relação entre higiene e segurança no trabalho

A saúde e segurança dos empregados constituem uma das principais bases


para a preservação da força de trabalho adequada. De modo genérico,
higiene e segurança do trabalho constituem duas actividades intimamente
relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e materiais de
trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos empregados.

Definição de Acidentes de Trabalho Segundo a Lei


Acidente de trabalho:É aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da
empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a
morte, ou a perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.

Doença Profissional:São desencadeadas pelo exercício do trabalho e peculiares a


determinados ramos de atividades, conforme regulamentadas pelo Ministério da
Previdência Social.
Exemplos:
Saturnismo – provocado pelo chumbo.
Silicose – provocado pela poeira da sílica.
Pneumoconiose – provocada por minério de carvão.
Bissinose – causada pela fibra de algodão.
Surdez profissional – causada por máquinas ruidosas.
Dermatoses profissionais – causadas por substâncias químicas.

Doença do Trabalho:São desencadeadas devido às condições especiais que são


relacionadas com o trabalho que está sendo executado.
É necessário, portanto, estabelecer ou comprovar o nexo causal entre a doença e o tipo
de trabalho que a originou. Ex: LER/DORT/Escoliose, etc.

Outros Casos Considerados como Acidente de Trabalho


 Acidente causado durante a prestação espontânea de um serviço para a empresa;
 Acidente de Trajeto – ocorrido no percurso da residência para o trabalho ou
vice-versa;
 Acidente em viagem a serviço da empresa;
 Acidente sofrido nos horários de refeição e descanso durante o horário de
trabalho.
 Acidente causado por caso fortuito ou força maior; Acidente durante a
execução de ordem fora do local da empresa.
Observações:

Não é considerado “Acidente de Trabalho”:


 Aquele que provoca somente danos materiais.
 A auto-lesão provocada pelo trabalhador com o fim de colher vantagens pessoal.
 As Doenças onde não é possível estabelecer o “nexo causal” entre a doença e o
tipo de trabalho executado.
 Doenças degenerativas e as doenças típicas de determinadas regiões.
Exemplos: miopia, diabetes; cardiopatias; malária, etc...

Choque Eléctrico
Levar um choque é quando a corrente elétrica passa pelo nosso corpo em direcção a
terra, é um processo natural, mas nada agradável. Entenderemos mais adiante que a
sensação de queimor e contracção dos músculos é um efeito da corrente e não da
“voltagem” como muitos acreditam. A corrente elétrica é preguiçosa e procura sempre
os caminhos mais curtos para chegar ao local que “ela” quer chegar. Se você foi o
felizardo em ser o transporte desta, infelizmente ela nos deixa alguma lembrança,
mesmo que seja ruim, mais com certeza deixa. Então, todo cuidado é pouco, queremos
enfatizar ao máximo que estaremos mexendo com corrente alternada e se obedecermos
as instruções passadas pelo seu professor em sala de aula, nenhum dano chegará a sua
pessoa. Mas caso um dia isto aconteça com você ou alguma pessoa que estiver ao seu
redor, ajude-o com os passos descritos na próxima sessão: Primeiros Socorros.

Primeiros Socorros
Como estaremos trabalhando diretamente com electricidade, devemos tomar cuidados
extras com o manusear das máquinas e equipamentos que estão ao nosso redor. O
perigo de choques é constante e tenho certeza que você não quer passar por esta
experiência neste curso. Todos nós sabemos os “efeitos colaterais” de uma descarga
elétrica. Ela nos pode causar queimaduras, contracções involuntárias, espasmos e até a
morte de uma pessoa.
Leia atentamente os primeiros socorros que você deve prestar a uma pessoa que acaba
de levar uma descarga elétrica, talvez um dia você precise aplicá-los.
• Não tocar a vítima até que esteja separada da corrente
• Desligue o interruptor interno ou a chave geral (disjuntor)
• Remover o fio ou condutor com material seco e isolante: cabo de vassoura, pau, pano
grosso dobrado, jornal dobrado ou algo semelhante;
• Puxar a vítima sem tocar a pele;
• Imobilizar fracturas se houver;
• Realizar respiração boca a boca e massagem cardíaca.
Se for necessário transportar a vítima, siga os seguintes passos:
• Se houver suspeita de fracturas no pescoço e nas costas, evite mover a pessoa.
• Para puxá-la para um local mais seguro, mova-a de costas, no sentido do comprimento
com o auxílio de um casaco ou cobertor.
• Para erguê-la, você e mais duas ou três pessoas devem apoiar todo o corpo e colocá-la
numa tábua ou maca. Se precisar, improvise com pedaços de madeira, amarrando
cobertores ou paletós.
• Apoie sempre a cabeça, impedindo-a de cair para trás.

II. 2 – NOÇÕES DE GEOMETRIA PLANA

Geometria plana possui como sua principal característica pertencer ao R2,


isto é, possui duas dimensões sendo estas x e y como em um plano
cartesiano, também conhecido como base (b) e altura (h).
Na geometria plana podemos encontrar a área (A) e o perímetro (P)

Unidade de Comprimentos
Quilometro km 1000 m

MULTIPLOS Hectómetro hm 100 m

Decâmetro dam 10 m

UNIDADE PRINCIPAL Metro m 100 cm

Decímetro dm 10 cm

SUB MULTIPLOS Centímetro cm 10 mm

Milímetro mm 0.001 m

III. 1 – Matéria

O estudo da matéria e sua composição são fundamentais para a compreensão da teoria


electrônica. Por isso, neste capítulo estudaremos o arranjo físico das partículas que
compõem o átomo e a maneira como essas partículas se comportam. Isso facilitará
muito o estudo dos fenômenos que produzem a electricidade.

III. 1.1 Composição da matéria


Matéria é tudo aquilo que nos cerca e que ocupa um lugar no espaço. Ela se apresenta
em porções limitadas que recebem o nome de corpos. Estes podem ser simples ou
compostos.

Observação
Existem coisas com as quais temos contacto na vida diária que não ocupam lugar no
espaço, não sendo, portanto, matéria. Exemplos desses fenômenos são o som, o calor e a
electricidade.
Corpos simples são aqueles formados por um único átomo. São também chamados de
elementos. O ouro, o cobre, o hidrogénio são exemplos de elementos.
Corpos compostos são aqueles formados por uma combinação de dois ou mais
elementos. São exemplos de corpos compostos o cloreto de sódio (ou sal de cozinha)
que é formado pela combinação de cloro e sódio, e a água, formada pela combinação de
oxigénio e hidrogénio.
A matéria e, consequentemente, os corpos compõem-se de moléculas e átomos.

III. 1.2 Molécula


Molécula é a menor partícula em que se pode dividir uma substância de modo que ela
mantenha as mesmas características da substância que a originou.
Tomemos como exemplo uma gota de água: se ela for dividida continuamente, tornar-
se-á cada vez menor, até chegarmos à menor partícula que conserva as características da
água, ou seja, a molécula de água. Veja, na ilustração a seguir, a representação de uma
molécula de água.

As moléculas se formam porque, na natureza, todos os elementos que compõem a


matéria tendem a procurar um equilíbrio eléctrico.

III. 1.3 Átomo


Os animais, as plantas, as rochas, as águas dos rios, lagos e oceanos e tudo o que nos
cerca é composto de átomos.
O átomo é a menor partícula em que se pode dividir um elemento e que, ainda assim,
conserva as propriedades físicas e químicas desse elemento.

Observação
Os átomos são tão pequenos que, se forem colocados 100 milhões deles um ao lado do
outro, formarão uma recta de apenas 10 mm de comprimento.
O átomo é formado de numerosas partículas. Todavia, estudaremos somente aquelas
que mais interessam à teoria electrônica.
Existem átomos de materiais como o cobre, o alumínio, o neônio, o xenônio, por
exemplo, que já apresentam o equilíbrio eléctrico, não precisando juntar-se a outros
átomos. Esses átomos, sozinhos, são considerados moléculas também.
III. 1.3.1 Constituição do Átomo
O átomo é formado por uma parte central chamada núcleo e uma parte periférica
formada pelos elétrões e denominada electrosfera.
O núcleo é constituído por dois tipos de partículas: os prótões, com carga positiva, e os
nêutrões, que são electricamente neutros.
Veja a representação esquemática de um átomo na ilustração a seguir.

Os prótões, juntamente com os nêutrões, são os responsáveis pela parte mais pesada do
átomo.
Os elétrões possuem carga negativa. Como os planetas do sistema solar, eles giram na
electrosfera ao redor do núcleo, descrevendo trajetórias que se chamam órbitas.
Na electrosfera os elétrões estão distribuídos em camadas ou níveis energéticos. De
acordo com o número de elétrões, ela pode apresentar de 1 a 7 níveis energéticos,
denominados K, L, M, N, O, P e Q.

Os átomos podem ter uma ou várias órbitas, dependendo do seu número de electrões.
Cada órbita contém um número específico de electrões.
A distribuição dos electrões nas diversas camadas obedece a regras definidas. A regra
mais importante para a área electroelectrônica refere-se ao nível energético mais
distante do núcleo, ou seja, a camada externa: o número máximo de elétrons nessa
camada é de oito electrões.
Os electrões da órbita externa são chamados electrões livres, pois têm certa facilidade
de se desprenderem de seus átomos. Todas as reacções químicas e eléctricas acontecem
nessa camada externa, chamada de nível ou camada de valência.
A teoria electrônica estuda o átomo só no aspecto da sua electrosfera, ou seja, sua região
periférica ou orbital.

III. 2 Fundamentos da Electrostática


Quando ligamos um aparelho de televisão, rádio ou máquina de calcular estamos
utilizando electricidade e, como vimos no capítulo anterior, a electricidade é uma forma
de energia que está presente em tudo o que existe na natureza
Para compreender o que são os fenômenos eléctricos e suas aplicações, neste capítulo
estudaremos o que é electricidade estáctica; o que é tensão, suas unidades de medida e
as fontes geradoras de tensão.
Para estudar este capítulo com mais facilidade, você deve ter bons conhecimentos
anteriores sobre o comportamento do átomo e suas partículas.

III. 2.1Tipos de electricidade


A electricidade é uma forma de energia que faz parte da constituição da matéria. Existe,
portanto, em todos os corpos.
O estudo da electricidade é organizado em dois campos: a electrostática e a
electrodinâmica.
III. 2.1.1 Electrostática
Electrostática é a parte da electricidade que estuda a electricidade estáctica. Dá-se o
nome de electricidade estáctica à electricidade produzida por cargas eléctricas em
repouso em um corpo.
Na electricidade estáctica, estudamos as propriedades e a acção mútua das cargas
eléctricas em repouso nos corpos electrizados.
Um corpo se electriza negativamente (-) quando ganha elétrões e positivamente (+)
quando perde elétrões.
Entre corpos electrizados, ocorre o efeito da atracção quando as cargas eléctricas têm
sinais contrários. O efeito da repulsão acontece quando as cargas eléctricas dos corpos
electrizados têm sinais iguais.
No estado natural, qualquer porção de matéria é electricamente neutra. Isso significa
que, se nenhum agente externo actuar sobre uma determinada porção da matéria, o
número total de prótões e eléctrões dos seus átomos será igual.
Essa condição de equilíbrio eléctrico natural da matéria pode ser desfeita, de forma que
um corpo deixe de ser neutro e fique carregado electricamente.
O processo pelo qual se faz com que um corpo electricamente neutro fique carregado é
chamado electrização.
III. 3. Processos de Eletrização
Existem três tipos de electrização de corpos:
 Por atrito;

 Por contacto;

 Por indução.

Electrização por Atrito


Tem-se a Eletrização por atrito quando se atrito dois corpos. Ex.: pegando-se um
canudinho de refrigerante atraindo-o com um pedaço de papel observa-se através de
experimentos que ambos ficam carregados com a mesma quantidade de cargas, porem
de sinais contrários.

Electrização por Contacto


Quando dois corpos conductores entram em contacto, sendo um neutro e outro
carregado, observa-se que ambos ficam carregados com cargas de mesmo sinal. Ex.:
tendo-se um bastão carregado e uma esfera neutra inicialmente, ao tocarem-se as esferas
com este bastão verifica-se que a esfera adquire a carga de mesmo sinal daquela
presente no bastão.

Electrização por Indução


A indução ocorre quando se tem um corpo que esta inicialmente electrizada é colocada
próxima a um corpo neutro. Com isso, a configuração das cargas do corpo neutro se
modifica de forma que as cargas de sinal contrário a do bastão tende a se aproximar do
mesmo. Porem, as de sinais iguais se repele.

III. 3.1 Relação entre desequilíbrio e potencial eléctrico


Por meio dos processos de electrização, é possível fazer com que os corpos fiquem
intensamente ou fracamente electrizados. Um pente fortemente atritado fica
intensamente electrizado. Se ele for fracamente atritado, sua electrização será fraca

III. 4 Diferença de potencial


Quando se compara o trabalho realizado por dois corpos electrizados, automaticamente
está se comparando os seus potenciais eléctricos. A diferença entre os trabalhos
expressa directamente a diferença de potencial eléctrico entre esses dois corpos.
A diferença de potencial (abreviada para ddp) existe entre corpos electrizados com
cargas diferentes ou com o mesmo tipo de carga.

III. 3.1 Unidade de medida de tensão eléctrica


A tensão (ou ddp) entre dois pontos pode ser medida por meio de instrumentos. A
unidade de medida de tensão é o volt, que é representado pelo símbolo V.
Como qualquer outra unidade de medida, a unidade de medida de tensão (volt) também
tem múltiplos e submúltiplos adequados a cada situação. Vejatabela a seguir:
Observação
Em electricidade empregam-se mais frequentemente o volt e o quilovolt como unidades
de medida, ao passo que em electrônica as unidades de medida mais usadas são o volt, o
milivolt e o micro volt.
A conversão de valores é feita de forma semelhante a outras unidades de medida.

Exemplos de conversão
a. 3,75V = _ _ _ _ _ mV

III. 5 Pilha ou bateria eléctrica


A existência de tensão é imprescindível para o funcionamento dos aparelhos eléctricos.
Para que eles funcionem, foram desenvolvidos dispositivos capazes de criar um
desequilíbrio eléctrico entre dois pontos, dando origem a uma tensão eléctrica.
Genericamente esses dispositivos são chamados fontes geradoras de tensão. As pilhas,
baterias ou acumuladores e geradores são exemplos desse tipo de fonte.
As pilhas são fontes geradoras de tensão constituídas por dois tipos de metais
mergulhados em um preparado químico. Esse preparado químico reage com os metais,
retirando elétrões de um e levando para o outro. Um dos metais fica com potencial
eléctrico positivo e o outro fica com potencial eléctrico negativo. Entre os dois metais
existe, portanto uma ddp ou uma tensão eléctrica.

III. 6 Corrente eléctrica


A electricidade está presente diariamente em nossa vida, seja na forma de um relâmpago
seja no simples acto de ligar uma lâmpada. À nossa volta fluem cargas eléctricas que
produzem luz, som, calor. Para entender como são obtidos tais efeitos é preciso, em
primeiro lugar, compreender o movimento das cargas eléctricas e suas particularidades.
A corrente eléctrica consiste em um movimento orientado de cargas, provocado pelo
desequilíbrio eléctrico (ddp) entre dois pontos. A corrente eléctrica é a forma pela qual
os corpos electrizados procuram restabelecer o equilíbrio eléctrico.
Para que haja corrente eléctrica, é necessário que haja ddp e que o circuito esteja
fechado. Logo, pode-se afirmar que existe tensão sem corrente, mas nunca existirá
corrente sem tensão. Isso acontece porque a tensão orienta as cargas eléctricas. O
símbolo para representar a intensidade da corrente eléctrica é a letra I.

III. 6.1 Descargas eléctricas


Como já foi estudado, as descargas eléctricas são fenômenos comuns na natureza. O
relâmpago, por exemplo, é um exemplo típico de descarga eléctrica. O atrito contra o ar
faz com que as nuvens fiquem altamente electrizadas e adquiram um potencial elevado.
Quando duas nuvens com potencial eléctrico diferente se aproximam, ocorre uma
descarga eléctrica, ou seja, um relâmpago.

III.6.2 Unidade de medida de corrente


Corrente é uma grandeza eléctrica e, como toda a grandeza, pode ter sua intensidade
medida por meio de instrumentos. A unidade de medida da intensidade da corrente
eléctrica é o ampère, que é representado pelo símbolo A.
Como qualquer outra unidade de medida, a unidade da corrente eléctrica tem múltiplos
e submúltiplos adequados a cada situação. Vejatabela a seguir.

Observação
No campo da electrônica empregam-se mais os termos ampère (A), miliampere (mA) e
o microampère (μA).
Amperímetro
Para medir a intensidade de corrente, usa-se o amperímetro. Além do amperímetro,
usam-se também os instrumentos a seguir:
• Miliamperímetro: para correntes da ordem de miliamperes;
• Microamperímetro: para correntes da ordem de microampère;

Corrente contínua
A corrente eléctrica é o movimento de cargas eléctricas. Nos materiais sólidos, as cargas
que se movimentam são os electrões; nos líquidos e gases o movimento pode ser de
eléctrões ou iões positivos.
Quando o movimento de cargas eléctricas formadas por iões ou eléctrões ocorre sempre
em um sentido, a corrente eléctrica é chamada de corrente contínua e é representada
pela sigla CC.
III. 7 Resistência eléctrica
Resistência eléctrica é a oposição que um material apresenta ao fluxo de corrente
eléctrica. Todos os dispositivos elétricos e electrônicos apresentam certa oposição à
passagem da corrente eléctrica.
A resistência dos materiais à passagem da corrente eléctrica tem origem na sua estrutura
atômica.
Para que a aplicação de uma ddp a um material origine uma corrente eléctrica, é
necessário que a estrutura desse material permita a existência de electrões livres para
movimentação.
Quando os átomos de um material liberam electrões livres entre si com facilidade, a
corrente eléctrica flui facilmente através dele. Nesse caso, a resistência eléctrica desses
materiais é pequena.

III. 7.1 Unidade de medida de resistência eléctrica


Aunidade de medida da resistência eléctrica é oohm, representado pela letra grega
Ω(Lê-se ómega). A tabela a seguir mostra os múltiplos do ohm, que são os valores
usados na práctica.

III. 7.2 Segunda Lei de Ohm


George Simon Ohm foi um cientista que estudou a resistência eléctrica do ponto de
vista dos elementos que têm influência sobre ela. Por esse estudo, ele concluiu que a
resistência eléctrica de um conductor depende fundamentalmente de quatro factores, a
saber:
1. Material do qual o conductor é feito;
2. Comprimento (l) do conductor;
3. Área de sua secção transversal (s);
4. Temperatura no conductor.
Para que se pudesse analisar a influência de cada um desses factores sobre a resistência
eléctrica, foram realizadas várias experiências variando-se apenas um dos factores e
mantendo constantes os três restantes.

Assim, por exemplo, para analisar a influência do comprimento do conductor, manteve-


se constante o tipo de material, sua temperatura e a área da secção transversal e variou-
se seu comprimento.

Com isso, verificou-se que a resistência eléctrica aumentava ou diminuía na mesma


proporção em que aumentava ou diminuía o comprimento do conductor.
Isso significa que: “A resistência eléctrica é directamente proporcional ao comprimento
do conductor”.
Para verificar a influência da secção transversal, foram mantidos constantes o
comprimento do conductor, o tipo de material e sua temperatura, variando-se apenas sua
secção transversal.

Desse modo, foi possível verificar que a resistência eléctrica diminuía à medida que se
aumentava a seção transversal do condutor. Inversamente, a resistência eléctrica
aumentava, quando se diminuía a secção transversal do conductor. Isso levou à
conclusão de que: “A resistência eléctrica de um conductor é inversamente proporcional
à sua área de secção transversal”.
Mantidas as constantes de comprimento, secção transversal e temperatura, variou-se o
tipo de material:

Utilizando-se materiais diferentes, verificou-se que não havia relação entre eles. Com o
mesmo material, todavia, a resistência eléctrica mantinha sempre o mesmo valor.
A partir dessas experiências, estabeleceu-se uma constante de proporcionalidade que foi
denominada de resistividade eléctrica.

III. 7.3 Resistividade eléctrica


Resistividade eléctrica é a resistência eléctrica específica de certoconductor com
1 metro de comprimento, 1mm2 de área de secção transversal, medida em temperatura
ambiente constante de 20ºC. A unidade de medida de resistividade é o Ω mm2/m,
representada pela letra grega ρ (lê-se “ró).
A tabela a seguir apresenta alguns materiais com seu respectivo valor de resistividade.
diz que:
“A resistência eléctrica de um conductor é diretamente proporcional ao produto da
resistividade específica pelo seu comprimento, e inversamente proporcional à sua área
de secção transversal.”
Matematicamente, essa lei é representada pela seguinte equação:

Nela, R é a resistência eléctrica expressa em Ω; L é o comprimento do conductor em


metros (m); S é a área de secção transversal do conductor em milímetros quadrados
(mm2) e ρ é a resistividade eléctrica do material em Ω.mm 2/m. Influência da
temperatura sobre a resistência. Como já foi visto, a resistência eléctrica de um
conductor depende do tipo de material de que ele é constituído e da mobilidade das
partículas em seu interior.
Na maior parte dos materiais, o aumento da temperatura significa maior resistência
eléctrica. Isso acontece porque com o aumento da temperatura, há um aumento da
agitação das partículas que constituem o material, aumentando as colisões entre as
partículas e os electrões livres no interior do conductor.
Isso é particularmente verdadeiro no caso dos metais e suas ligas. Neste caso, é
necessário um grande aumento na temperatura para que se possa notar uma pequena
variação na resistência eléctrica. É por esse motivo que eles são usados na fabricação de
resistores. Conclui-se, então, que em um conductor, a variação na resistência eléctrica
relacionada ao aumento de temperatura depende directamente da variação de
resistividade eléctrica própria do material com o qual o conductor é fabricado.
Assim, uma vez conhecida a resistividade do material do conductor em uma
determinada temperatura, é possível determinar seu novo valor em uma nova
temperatura. Matematicamente faz-se isso por meio da expressão:

Nessa expressão, ρf é a resistividade do material na temperatura final em Ω.mm 2/m; ρo


é a resistividade do material na temperatura inicial (geralmente 20º C) em Ω . mm2/m; α
é o coeficiente de temperatura do material (dado de tabela) e Δθ é a variação de
temperatura, ou seja, temperatura final - temperatura inicial, em ºC.
A tabela a seguir mostra os valores de coeficiente de temperatura dos materiais que
correspondem à variação da resistência eléctrica que o conductor do referido material
com resistência de 1Ω sofre quando a temperatura varia de 1º C. 40
Como exemplo, vamos determinar a resistividade do cobre na temperatura de 50ºC,
sabendo-se que à temperatura de 20º C, sua resistividade corresponde a 0,0173
Ω.mm2/m.
ρo = 0,0173
α (ºC-1) = 0,0039 . (50 - 20)
ρf = ?
Como ρf = ρo.(1 + α . Δθ), então:
ρf = 0,0173.(1 + 0,0039 . (50 - 20))
ρf = 0,0173.(1 + 0,0039 . 30)
ρf = 0,0173.(1 + 0,117)
ρf = 0,0173.1,117
ρf = 0,0193 Ω.mm2/m

III. 8 Circuitos eléctricos


Materiais condutores
Os materiais condutores caracterizam-se por permitirem à existência de corrente
eléctrica toda a vez que se aplica uma ddp entre suas extremidades. Eles são
empregados em todos os dispositivos e equipamentos eléctricos e electrônicos.

Existem materiais sólidos, líquidos e gasosos que são conductores eléctricos. Entretanto,
na área da electricidade e electrônica, os materiais sólidos são os mais importantes.
As cargas eléctricas que se movimentam no interior dos materiais sólidos são os elétrões
livres.

Como já vimos, os elétrões livres que se movimentam ordenadamente formam a


corrente eléctrica.
O que faz um material sólido ser conductor de electricidade é a intensidade de atracção
entre o núcleo e os electrões livres. Assim, quanto menor for a atracção, maior será sua
capacidade de deixar fluir a corrente eléctrica.
Os metais são excelentes condutores de corrente eléctrica, porque os electrões da última
camada da electrosfera (electrões de valência) estão fracamente ligados ao núcleo do
átomo. Por causa disso, desprende-se com facilidade o que permite seu movimento
ordenado.

Materiais isolantes
Materiais isolantes são os que apresentam forte oposição à circulação de corrente
eléctrica no interior de sua estrutura. Isso acontece porque os electrões livres dos átomos
que compõem a estrutura química dos materiais isolantes são fortemente ligados a seus
núcleos e dificilmente são liberados para a circulação.
Em condições anormais, um material isolante pode tornar-se conductor. Esse fenômeno
chama-se ruptura dieléctrica. Ocorre quando grande quantidade de energia transforma
um material normalmente isolante em conductor. Essa carga de energia aplicada ao
material é tão elevada que os electrões, normalmente presos aos núcleos dos átomos,
são arrancados das órbitas, provocando a circulação de corrente.
A formação de faíscas no desligamento de um interruptor eléctrico é um exemplo típico
de ruptura dieléctrica. A tensão elevada entre os contatos no momento da abertura
fornece uma grande quantidade de energia que provoca a ruptura dieléctrica do ar,
gerando a faísca.

Circuito eléctrico
O circuito eléctrico é o caminho fechado por onde circula a corrente eléctrica.
Dependendo do efeito desejado, o circuito eléctrico pode fazer a electricidade assumir
as mais diversas formas: luz, som, calor, movimento.
O circuito eléctrico mais simples que se pode montar constitui-se de três componentes:
• Fonte geradora;
• Carga;
• Condutores.

Todo o circuito eléctrico necessita de uma fonte geradora. A fonte geradora fornece a
tensão necessária à existência de corrente eléctrica. A bateria, a pilha e o alternador são
exemplos de fontes geradoras.
A carga é também chamada de consumidor ou receptor de energia eléctrica. É o
componente do circuito eléctrico que transforma a energia eléctrica fornecida pela fonte
geradora em outro tipo de energia. Essa energia pode ser mecânica, luminosa, térmica,
sonora.
Exemplos de cargas são as lâmpadas que transformam energia eléctrica em energia
luminosa; o motor que transforma energia eléctrica em energia mecânica; o rádio que
transforma energia elétrica em sonora.
Observação
Um circuito eléctrico pode ter uma ou mais cargas associadas.
Os conductores são o elo de ligação entre a fonte geradora e a carga. Servem de meio de
transporte da corrente eléctrica.
Uma lâmpada, ligada por condutores a uma pilha, é um exemplo típico de circuito
eléctrico simples, formado por três componentes.
A lâmpada traz no seu interior uma resistência, chamada filamento. Ao ser percorrido
pela corrente eléctrica, essa resistência fica incandescente e gera luz. O filamento recebe
a tensão através dos terminais de ligação. E quando se liga a lâmpada à pilha, por meio
de condutores, forma-se um circuito eléctrico. Os electrões, em excesso no pólo
negativo da pilha, movimentam-se pelo condutor e pelo filamento da lâmpada, em
direcção ao pólo positivo da pilha.
A figura a seguir ilustra o movimento dos electrões livres. Esses electrões saem do pólo
negativo, passam pela lâmpada e dirigem-se ao pólo positivo da pilha.

Enquanto a pilha for capaz de manter o excesso de electrões no pólo negativo e a falta
de elétrões no pólo positivo, haverá corrente eléctrica no circuito; e a lâmpada
continuará acesa.
Além da fonte geradora, do consumidor e conductor, o circuito eléctrico possui um
componente adicional chamado de interruptor ou chave. A função desse componente é
comandar o funcionamento dos circuitos eléctricos.
Quando aberto ou desligado, o interruptor provoca uma abertura em um dos
conductores. Nesta condição, o circuito eléctrico não corresponde a um caminho
fechado, porque um dos pólos da pilha (positivo) está desconectado do circuito, e não há
circulação da corrente eléctrica.

Quando o interruptor está ligado, seus contatos estão fechados, tornando-se um


conductor de corrente contínua. Nessa condição, o circuito é novamente um caminho
fechado por onde circula a corrente eléctrica.

III.8.1 Sentido da corrente eléctrica


Antes que se compreendesse de forma mais científica a natureza do fluxo de electrões,
já se utilizava a electricidade para iluminação, motores e outras aplicações. Nessa
época, foi estabelecido por convenção, que a corrente eléctrica se constituía de um
movimento de cargas eléctricas que fluía do pólo positivo para o pólo negativo da fonte
geradora. Este sentido de circulação (do + para o -) foi denominado de sentido
convencional da corrente.
Com o progresso dos recursos científicos usados explicar os fenômenos eléctricos, foi
possível verificar mais tarde, que nos conductores sólidos a corrente eléctrica se
constitui de electrões em movimento do pólo negativo para o pólo positivo. Este sentido
de circulação foi denominado de sentido electrônico da corrente.
O sentido de corrente que se adopta como referência para o estudo dos fenômenos
eléctricos (electrônico ou convencional) não interfere nos resultados obtidos. Por isso,
ainda hoje, encontram-se defensores de cada um dos sentidos.

Observação
Uma vez que toda a simbologia de componentes electroelectrônicos foi desenvolvida a
partir do sentido convencional da corrente eléctrica, ou seja, do + para o -, as
informações deste material didáctico seguirão o modelo convencional: do positivo para
o negativo.

III.8.2 Tipos de circuitos eléctricos


Os tipos de circuitos eléctricos são determinados pela maneira como seus componentes
são ligados. Assim, existem três tipos de circuitos:
• Série;
• Paralelo;
• Misto.
Circuito série
Circuito série é aquele cujos componentes (cargas) são ligados um após o outro.
Desse modo, existe um único caminho para a corrente eléctrica que sai do pólo positivo
da fonte, passa através do primeiro componente (R1), passa pelo seguinte (R2) e assim
por diante até chegar ao pólo negativo da fonte. Veja representação esquemática do
circuito série no diagrama a seguir.

Num circuito série, o valor da corrente é sempre o mesmo em qualquer ponto do


circuito. Isso acontece porque a corrente eléctrica tem apenas um único caminho para
percorrer.
Esse circuito também é chamado de dependente porque, se houver falha ou se qualquer
um dos componentes for retirado do circuito, cessa a circulação da corrente eléctrica.

Circuito paralelo
O circuito paralelo é aquele cujos componentes estão ligados em paralelo entre si.
Vejacircuito a seguir.
No circuito paralelo, a corrente é diferente em cada ponto do circuito porque ela
depende da resistência de cada componente à passagem da corrente eléctrica e da tensão
aplicada sobre ele. Todos os componentes ligados em paralelo recebem a mesma tensão.

Circuito misto
No circuito misto, os componentes são ligados em série e em paralelo.
III.9 Associação de resistências
Associação de resistências é uma reunião de duas ou mais resistências em um circuito
eléctrico, considerando-se resistência como qualquer dificuldade à passagem da corrente
eléctrica.
Na associação de resistências é preciso considerar duas coisas: os terminais e os nós.
Terminais são os pontos da associação conectados à fonte geradora. Nós, são os pontos
em que ocorre a interligação de três ou mais resistências.

III.9.1 Tipos de associação de resistências


As resistências podem ser associadas de modo a formar diferentes circuitos eléctricos,
conforme mostram as figuras a seguir.

Observação
A porção do circuito que liga dois nós consecutivos é chamada de ramo ou braço.
Apesar do número de associações diferentes que se pode obter interligando resistências
em um circuito eléctrico, todas essas associações classificam-se a partir de três
designações básicas:
• Associação em série;
• Associação em paralelo;
• Associação mista.
Cada um desses tipos de associação apresenta características específicas de
comportamento eléctrico.

Associação em série
Nesse tipo de associação, as resistências são interligadas de forma que exista apenas um
caminho para a circulação da corrente eléctrica entre os terminais.

Associação em paralelo
Trata-se de uma associação em que os terminais das resistências estão interligados de
forma que exista mais de um caminho para a circulação da corrente eléctrica.

Associação mista
É a associação que se compõe por grupos de resistências em série e em paralelo.
III. 10.2.1 Unidade de medida da potência eléctrica
A potência eléctrica é uma grandeza e, como tal, pode ser medida. Aunidade de medida
da potência eléctrica é owatt, simbolizado pela letra W.
Um watt (1W) corresponde à potência desenvolvida no tempo de um segundo em uma
carga, alimentada por uma tensão de 1V, na qual circula uma corrente de 1ª

A unidade de medida da potência eléctrica watt tem múltiplos e submúltiplos como


mostra a tabela a seguir.

Alicates
O alicate é uma ferramenta de aço forjado composta de dois braços e um
pino de articulação. Cada uma das extremidades de cada braço (cabeça)
pode ser em formato de garras, de lâminas de corte ou de pontas que
servem para segurar, cortar, dobrar ou retirar peças de determinadas
montagens.
Existem vários modelos de alicates, cada um adequado a um tipo de
trabalho. Em serviços de electricidade, os alicates mais usuais são os
seguintes:
 Alicate universal;
 Alicate de corte diagonal;
 Alicate de bico;
 Alicate decapador;
 Alicate gasista.

O alicate universal é o modelo mais conhecido e usado de toda a família


dos alicates. Os tipos existentes no mercado variam principalmente em
relação ao acabamento e ao formato da cabeça.
Esse tipo de alicate é uma das principais ferramentas usadas pelo
electricistas, pois serve para prender, cortar ou dobrar condutores.
Este alicate é composto de dois braços articulados por um pino ou eixo, que
permite abri-lo e fechá-lo, e em uma das extremidades se encontram suas
mandíbulas. São encontrados nos comprimentos de 150 mm, 165 mm, 175
mm, 190 mm, 200 mm, 210 mm e 215 mm.

O alicate de corte diagonal serve para cortar condutores. É encontrado nos


comprimentos de 130 mm e 160 mm.

Alicate de bico redondo é utilizado para fazer olhal em condutores com


diâmetros diferentes, de acordo com o parafuso de fixação. É encontrado
nos comprimentos de 130 mm e 160 mm.
O alicate decapadorpossui mandíbulas reguláveis para decapar a insolação
com rapidez e sem danificar o condutor. Tem comprimento padronizado
conforme o diâmetro do condutor.

Outro alicate usado pelo electricista instalador é o alicate gasista, também


chamado de alicate bomba d’água, que possui mandíbulas reguláveis,
braços não isolados e não tem corte. Serve para montar rede de
Electrodutos, e especificamente buchas e arruelas. É encontrado nos
comprimentos de 160 mm, 200 mm e 250 mm.

Chave de fenda

A chave de fenda comum ou chave de parafuso é uma ferramenta manual


utilizada para apertar e desapertar parafusos que apresentam uma fenda ou
ranhura em suas cabeças.
Ela é constituída por uma haste de aço-carbono ou aço especial, com uma
das extremidades forjada em forma de cunha e outra, em forma de espiga
prismática ou cilíndrica estriada, encravada solidamente em um cabo.

O cabo normalmente é feito de material isolante rígido com ranhuras


longitudinais que permitem uma boa empunha dura do operador e impedem
que a ferramenta escorregue da mão.
A região da cunha da chave de fenda é temperada para resistir à ação
cortante das ranhuras existentes nas fendas dos parafusos. O restante da
haste deve apresentar uma boa tenacidade para resistir ao esforço de torção
quando a chave de fenda estiver sendo utilizada. Para permitir o correcto
ajuste na fenda do parafuso, as chaves de fenda comuns de boa qualidade
apresentam as faces esmeriladas em planos paralelos, próximo ao topo.
A finalidade dessas faces esmeriladas é dificultar o escorregamento da
cunha na fenda do parafuso quando ele está sendo apertado ou desapertado.
Isso evita que a fenda do parafuso fique danificada e protege o operador de
acidentes devidos ao escorregamento da ferramenta

Além da chave de fenda comum, existem alguns outros modelos indicados


para o uso em trabalhos da área eletroelectrônica. Elas são:
 Chave Philips;
 Chave tipo canhão.

Chave Philips
A chave Philips é uma variante da chave de fenda. Nela, a extremidade da
haste, oposta ao cabo, tem o formato de cruz. É usada em parafusos que
usam este tipo de fenda.
Chave tipo canhão
A chave tipo canhão tem na extremidade de sua haste um alojamento com
dimensões iguais às dimensões externas de uma porca. Esse tipo de chave
serve para a colocação de porcas.

Conservação e condições de uso


Como qualquer outra ferramenta, a chave de fenda requer cuidados
especiais de manuseio e armazenamento.

Para que a chave de fenda se mantenha em perfeito estado para uso, deve-
se seguir os seguintes cuidados de manuseio:
 Não usar o cabo da chave como um martelo;
 Não usar a chave para cortar, raspar ou traçar qualquer material;
 Usar a chave adequada ao tamanho e tipo do parafuso;
 Jamais esmerilar ou limar a cunha da chave.

Para evitar acidentes, ao apertar parafusos, a peça deve estar apoiada em


um lugar firme. Do contrário, a chave poderá escorregar e causar
ferimentos na mão que estiver segurando a peça.

Utensílios para electricistas


Escadas
A escada é um equipamento utilizado pelo electricista para que possa
realizar trabalhos em diferentes alturas. Elas são encontradas
basicamente em três modelos diferentes:
 Escada simples;
 Escada dupla;
 Escada com apoio.
A escada simples é constituída basicamente por degraus e pernas. Esse
tipo de escada só pode ser usado em locais que ofereçam apoio a sua
parte superior, como por exemplo, paredes.

O apoio contra as paredes deve ter uma inclinação tal, que os pés fiquem
distantes da parede aproximadamente ¼ do comprimento “L”.

Antes de subir na escada, é necessário certificar-se de que os pés da escada


estejam firmemente apoiados ao chão. Se o piso for escorregadio, use um
tapete de borracha no apoio dos pés da escada.
Ao utilizar essa escada, deve-se solicitar o auxílio de outra pessoa para
segurá-la firmemente antes da subida. Se possível, o último degrau deve ser
amarrado no ponto de apoio para que a escada não escorregue de lado.

As escadas duplae com apoio são semelhantes na forma construtiva,


diferindo apenas na utilização. A escada dupla permite a subida de duas
pessoas, enquanto que a escada com apoio permite a subida de somente
uma.
Esses tipos de escada não precisam ser apoiadas em paredes, porque
possuem dois lados que se abrem com o auxílio de uma dobradiça. Além
disso, um braço articulado mantém a escada na posição aberta.

Guia de náilon
O guia de náilon é utilizado para facilitar a passagem dos conductores nos
electrodutos.
Na ponta desse utensílio existe uma mola com uma esfera para guiar a
haste de nailon através das curvas.

Na outra extremidade do guia, a fixação dos condutores é feita por meio do


olhal metálico, conforme ilustração a seguir.
Após feitas as amarrações, e antes de introduzir o guia através do
electroduto, estas devem ser isoladas com fita isolante. As amarrações
devem receber uma camada de vaselina ou talco industrial, fabricados para
esse fim, à medida que o guia e as fiações forem sendo introduzidos. Isto é
feito para facilitar a passagem dos condutores pelos electrodutos.

Condutores eléctricos
Materiais para a fabricação de condutores
Como já foi estudado, condutor é o componente do circuito que conduz a
corrente eléctrica. Ele é tão mais eficaz quanto maior for sua capacidade de
facilitar a passagem da corrente.
Por causa disso, os condutores eléctricos são fabricados com materiais cuja
formação atómica facilita a ocorrência de uma corrente eléctrica, ou seja,
materiais que conduzem electricidade com maior eficácia devido a sua
condutibilidade.
Os materiais mais utilizados como condutores eléctricos são o cobre e o
alumínio. Esses dois materiais apresentam vantagens e desvantagens em
sua utilização.
A tabela que segue apresenta em destaque os itens nos quais um material
apresenta vantagem sobre o outro.
Cobre Alumínio
Resistividade (0,017Ω.mm2) / m Resistividade (0,028Ω .mm2) /
m
Boa resistência mecânica Baixa resistência mecânica
Soldagem das emendas com Requer soldas especiais
estanho
Custo elevado Custo mais baixo
Densidade 8,9 kg/dm3 Densidade 2,7 kg/dm3

Comparando a resistividade do alumínio com a do cobre, verifica-se que a


resistividade do alumínio é 1,6 vezes maior que a do cobre. Portanto, para
substituir um condutor de alumínio por um de cobre, deve-se diminuir a
secção deste em 1,6 vezes com relação ao conductor de alumínio, para que
este conduza a mesma corrente nas mesmas condições.
Em instalações residenciais, comerciais e industriais, o conductor de cobre
é o mais utilizado. O conductor de alumínio é mais empregado em linhas
de transmissão de electricidade devido a sua menor densidade e,
consequentemente menor peso. Isso é um factor de economia, pois as torres
de sustentação podem ser menos reforçadas.

Tipos de condutores
O condutor pode ser constituído de um ou vários fios. Quando é constituído
por apenas um fio é denominado de fio rígido. Quando é constituído por
vários fios, é chamado de cabo.

O cabo é mais flexível que um fio de mesma secção. Assim, quando se


necessita de um condutor com secção transversal superior a 10 mm2 é
quase que obrigatório o uso do cabo devido a sua flexibilidade, uma vez
que o fio a partir desta secção é de difícil manuseia.
O cabo pode ser formado por um condutor (cabo simples ou singelo) ou
vários condutores (múltiplo)
Isolação
Para protecção do conductor é utilizado uma capa de material isolante
denominado isolação, com determinadas propriedades destinadas a isolá-
los entre si.

A isolação deve suportar a diferença de potencial entre os conductores e


terra, e proteger o condutor de choques mecânicos, humidade e corrosivos.
Alguns conductores são fabricados com duas camadas de materiais
diferentes, porém completamente aderidas entre si.

A camada interna é constituída por um composto com propriedades


eléctricas superiores, sendo que a externa é constituída por um material
com características mecânicas excelentes.

A isolação suporta temperaturas elevadas, de acordo com o material que é


utilizado na sua fabricação. Vejatabela a seguir.
Tipo de Temperatura Temperatura Temperatura
insolação máxima para limite de limite de curto-
serviço contínuo sobrecarga circuito
(condutor C) (condutor C) (condutor C)
Cloreto de 70 100 160
polivilina (PVC)
Borracha etileno- 90 130 250
propileno (EPR)

Polietileno 90 130 250


reticulado
(XLPE)

A tabela que segue mostra o limite de condução de corrente eléctrica pelos


condutores, no sistema métrico, a capacidade de condução de corrente para
cabos isolados até 3 condutores carregados.

PVC/70oC - NBR- 6148 ABNT


Série Métrica Amperes Série Métrica Ampéres
(mm2) (mm2)
1,5 15,5 70 171
2,5 21 95 207
4 28 120 239
6 36 150 272
10 50 185 310
16 66 240 364
25 89 300 419
35 111 400 502
50 134 500 578

Técnicas de conexão de condutores eléctricos


Emendas e derivações
Os tipos de emendas mais empregados são:
 Emendas em linhas abertas;
 Emendas em caixas de ligação;
 Emendas com fios grossos.
As emendas feitas em linhas abertas são feitas enrolando-se a extremidade
do conductor à ponta do outro e vice-versa. Este tipo de emenda é
denominado de prolongamento.

Para se executar este tipo de emenda, os condutores a serem unidos devem


ser desencapados em aproximadamente 50 vezes seu diâmetro.

O fio sem isolação deve ser cruzado, e as primeiras espiras enroladas com
os dedos.

Então, prossegue-se com o alicate universal, dando o aperto final com dois
alicates.
As emendas de conductores em caixas de ligações são denominadas rabo
de rato. Para esse tipo de emenda, os condutores são desencapados da
mesma forma e comprimento do processo anterior. Os fios devem estar
fora da caixa e a emenda deve ser iniciada torcendo-se os condutores com
os dedos.
O aperto final deve ser dado com o alicate.

Dobrando-se a emenda no meio, faz-se o travamento.

Quando é necessário derivar um condutor em uma rede eléctrica,


independente do tipo de ligação, usa-se a derivação.
O condutor a ser derivado deve ser desencapados num comprimento de
aproximadamente 50 vezes seu diâmetro. A região do outro condutor onde
se efectuará a emenda deve ser desencapada num comprimento aproximado
de 10 vezes o seu diâmetro.
Deve-se cruzar o condutor em um ângulo de 90º em relação ao conductor
principal, segurando-os com o alicate universal.

O condutor derivado deve ser enrolado com os dedos sobre o principal


mantendo-se as espiras uma ao lado da outra, e um mínimo de 6 espiras.

Utilizando dois alicates, dá-se o aperto final e o arremate.


Em virtude da resistência que os conductores oferecem na torção das
pontas, em condutores com secção igual ou superior a 10 mm2 outro
processo de emenda é utilizado. Isso exige técnica especial de junções, a
fim de assegurar uma ligação mecânica forte, além do bom contacto
eléctrico.

Emendas de fios grossos


Em relação às emendas de fios grossos, observa-se a regra geral de que as
emendas só podem ser executadas com auxílio de conectores. A tabela a
seguir resume informações sobre esse tipo de emenda.

Conectores especiais
A conexão de conductores pode também ser feita por meio de conectores
especiais, denominados bornes ou conectores bornes, que unem fios ou
cabos por meio de parafusos.

Outra forma de conexão de conductores a equipamentos é o olhal, feito


com um alicate de bico. É importante observar o sentido de aperto do
parafuso ao se conectar o fio no equipamento para que o olhal não se abra.

Isolação de emendas e derivações


Toda emenda e derivação devem ser protegidas por uma isolação
restabelecendo as condições de isolação dos conductores. Essa isolação é
feita por meio da fita isolante.
A fita isolante é fabricada com materiais plásticos e borracha. É
apresentada comercialmente em rolos com diferentes comprimentos e
larguras adequadas a cada tipo de conductor que se queira isolar.
Independente do tipo de emenda ou derivação, esta deve ser isolada com,
no mínimo, duas camadas de fita sem que ela seja cortada, procurando
deixá-la bem esticada e com a mesma espessura do isolamento do
condutor.

Electrodutos
Eletroductos são tubos de metal ou plástico, rígidos ou flexíveis, utilizados
com a finalidade de proteger os conductores contra humidade, ácidos ou
choques mecânicos. Podem ser classificados em:
 Electroducto rígido de aço-carbono;
 Electroducto rígido de PVC;
 Electroducto metálico flexível;
 Electroducto de PVC flexível.

Eletroductos rígido de PVC


Estes eletroductos são fabricados com derivados de petróleo, sendo
isolantes eléctricos, não sofrem corrosão nem são atacados por ácidos.
Os eletroductos rígidos de PVC, são normalmente utilizados em instalações
embutidas, ou instalações externas em ambientes húmidos. Porém, não
devem ser utilizados em ambientes onde a temperatura seja superior a
50ºC.
Para utilização em desvios da instalação, são fabricadas curvas de 90º.
Em alguns casos é necessário curvar o eletroducto em ângulos, para adaptá-
lo ao traçado de uma instalação, quando este encontre um obstáculo ou
acompanhe uma superfície com uma curvatura especial.
Da mesma forma como com os eletroductos de aço, em alguns casos,
quando se empregam os eletroductos rígidos de PVC, é necessário curvá-
los em ângulos, para adaptá-los ao traçado da instalação. Para isso, é
necessário ter uma fonte de calor e uma mola de aço com diâmetro
compatível com a medida do diâmetro interno do eletroducto.
Para curvar o eletroducto de PVC, primeiro deve-se marcar a zona a ser
curvada com dois traços. Depois disso, selecciona-se a mola
correspondente ao eletroducto, introduzindo-a de maneira que coincida
com a zona a ser curvada.

A zona a ser curvada, deve ser aquecida, girando-se e deslocando-se o


eletroducto em um e outro sentido, sobre uma fonte de calor suave, para
que o plástico amoleça. A fonte de calor pode ser um fogareiro eléctrico,
um soprador térmico, ou mesmo uma chama.

Quando se percebe que o material está cedendo, começa-se a curvá-lo


lentamente. Deve-se evitar queimar ou amolecer demasiado o plástico.
Continua-se dobrando o eletroducto até obter a forma desejada,
controlando com o gabarito correspondente, ou sobrepondo-o ao traçado.
Quando o curvamento estiver de acordo com o gabarito, a zona curvada
deve ser imediatamente resfriada com um pano humedecido ou
submergindo-a em um recipiente com água fria.
Eletroducto metálico flexível
Este eletroducto é formado por uma cinta de aço galvanizada, enrolada em
espirais meio sobrepostas e encaixadas de tal forma que o conjunto
proporcione boa resistência mecânica e grande flexibilidade. Esse produto
também é fabricado com um revestimento de plástico a fim de proporcionar
maior resistência e durabilidade.

São utilizados em instalações expostas de máquinas e motores eléctricos.

Este electroducto é comercializado em rolos de 100 metros, que contêm a


indicação do diâmetro externo.

Electrodutos de PVC flexível


Existem eletroductos flexíveis de material plástico, utilizados somente em
instalações embutidas. Como não existe uma norma da ABNT a respeito
desse tipo de electroducto, para sua correcta especificação e utilização,
deve-se utilizar da norma IEC 614.
No comércio, os electroductos flexíveis de PVC são adquiridos em rolos de
50 ou 100 metros.

Acessórios paraEletroductos
Acessórios
Acessórios são materiais que complementam as instalações de rede de
eletroductos. Eles são de diversos tipos, a fim de se adaptarem a cada
necessidade. Os acessórios mais utilizados são:
 Buchas e arruelas;
 Conectores;
 Conduletes.

Buchas e arruelas
As conexões de tubos roscados às caixas de passagem são feitas por meio
de buchas e arruelas, que são indispensáveis para a protecção da isolação
dos conductores. Elas são fabricadas em alumínio, latão ou plástico.

Conectores
O conector é um acessório que conecta um electroducto a uma caixa ou
condulete. Eles podem ser fixados sem a necessidade de roscar a
extremidade do eletroducto. São fabricados em alumínio fundido, e fixados
nas caixas com uma bucha.
Para fixá-los, introduz-se o tubo no conector, prendendo-o com um
parafuso fixador, ou com um sistema de braçadeira.
Estes conectores são utilizados também para a fixação de eletroductos
metálicos flexíveis.

Lâmpadas incandescentes
Por definição lâmpada incandescente é uma fonte de luz artificial, que tem
a finalidade de transformar energia eléctrica em energia luminosa.
A luz emitida por esta lâmpada provem de um filamento metálico, montado
dentro de um bulbo de vidro, intensamente aquecido (aproximadamente
2.700ºC) pela passagem da corrente eléctrica.
A figura a seguir mostra uma lâmpada com a designação de suas partes.
O bulbo é construído em vidro opaco ou transparente e apresenta diversos
formatos.

Para evitar que o filamento entre em combustão e se evapore dentro do


bulbo, cria-se um vácuo em lâmpadas pequenas de até 25 W. Nas lâmpadas
de maior potência, além do vácuo pode-se também colocar um gás inerte,
do tipo nitrogénio ou argônio.
A base da lâmpada incandescente é feita de latão ou alumínio que pode
apresentar rosca do tipo Edison de diversos diâmetros, ou encaixe do tipo
baioneta. As ilustrações a seguir mostram esses dois tipos de conexões.
Conexão tipo e Edison Conexão tipo baioneta

O filamento é construído de tungsténio, enrolado em forma helicoidal e


apoiado por uma haste de vidro, onde se encontram também os conductores
internos.
A escolha de uma lâmpada incandescente é feita baseando-se
principalmente na potência e tensão. Assim, quanto maior for a potência,
maior será o fluxo luminoso. Para conhecer o fluxo luminoso de uma
lâmpada, deve-se consultar catálogos técnicos de fabricantes.

Luminária fluorescente
A luminária é um conjunto para iluminação formado de calha, reactor,
Starter, receptáculos, lâmpada fluorescente e acessórios de fixação.
Esse tipo de luminária é usado em ambientes residenciais, comerciais e
industriais.
A luminária fluorescente pode ser construída para fixação pendente ou na
superfície, com ou sem difusor, conforme ilustrações a seguir.

Calha

A calha é uma estrutura metálica (chapa de aço) esmaltada com rasgos


para a introdução de soquetes e furação para a fixação de reatores.

A calha é construída de formas variadas. Eles podem ser construídos para


uma, duas, três ou quatro lâmpadas. Sua principal função é reflectir e
dirigir o fluxo luminoso para a área a ser iluminada, aumentando o
aproveitamento do fluxo luminoso emitido pela lâmpada.

Reactores
Reactores são aparelhos que proporcionam às lâmpadas fluorescentes as
tensões necessárias ao seu funcionamento. Eles podem ser construídos para
uma ou duas lâmpadas e sempre trazem estampados em sua carcaça o
esquema de ligação.
Existem basicamente dois tipos de reactores:
 Reactor electrónico;
 Reactor indutivo.

O reactor electrónico apresenta algumas vantagens em relação ao reactor


indutivo. Entre elas podem ser citadas:
 Menor peso;
 Maior vida útil;
 Starter desnecessário;
 Factor de potência próximo de 1.

O reactor indutivo é composto de uma bobina de reactância ou da


combinação dessa bobina com um auto transformador imerso em massa
isolante.

Os terminais de ligação do reactor saem da caixa de ferro, e seus


conductores apresentam cores diferentes ou base conectora, a fim de
facilitar sua ligação com outros elementos da instalação.
Esse tipo de reactor pode ser convencional ou com partida directa.
O reactor convencional precisa de um elemento para partir, ou iniciar seu
funcionamento chamado de starter. Já o reactor de partida direta dispensa
esse componente.

Difusor
O difusor é um acessório da luminária que abriga a lâmpada evitando que a
luz incida directamente nos objetos, difundido a iluminação de maneira
uniforme, produzindo uma sensação de conforto e dando à luminária um
aspecto ornamental.

Starter
O starteré um interruptor térmico automático, destinado a abrir ou fechar o
circuito dos filamentos de uma lâmpada. Sua finalidade é fornecer dentro
de um tempo determinado, o pré-aquecimento dos cátodos, quando então, a
lâmpada entra em funcionamento.
Os starterssão fabricados para vários valores de potência de lâmpadas,
de15 a 40 W.

Receptáculos
Os receptáculos são responsáveis pela interligação das lâmpadas e do
starter ao circuito. As figuras que seguem ilustram esses componentes.
Lâmpada de descarga fluorescente
A lâmpada de descarga fluorescente é um tipo de lâmpada que utiliza a
descarga eléctrica através de um gás para produzir energia luminosa. É
constituída de um tubo cilíndrico de vidro, que contém gás argônio, hélio
ou neônio e gotículas de mercúrio. Sua parede interna é recoberta de
substância fluorescente.
Nas extremidades estão os filamentos de tungstênio, bases e pinos de
conexão.
Essas lâmpadas proporcionam um tipo de iluminação agradável e, em
relação ao consumo, emitem maior quantidade de fluxo luminoso do que
lâmpadas incandescentes de mesma potência.
Os catálogos de fabricantes fornecem o fluxo luminoso de suas lâmpadas
fluorescentes.

Funcionamento
Acionando-se o interruptor, forma-se um arco entre os terminais do starter
e o bimetálico se aquece, fechando o circuito conforme as setas da corrente
no diagrama a seguir.

Ao circular uma corrente eléctrica pelo filamento, ele se aquece. Num


espaço de tempo muito curto, a lâmina bimetálica do starter esfria e se
afasta do contacto fixo abrindo o circuito, provocando uma tensão mais
alta, originária do reactor. Essa tensão vai encontrar os filamentos
aquecidos e será suficiente para produzir dentro da lâmpada uma descarga
eléctrica entre os filamentos por meio do gás existente dentro da lâmpada.
Essa descarga é rica em radiações ultravioleta que, atingindo a camada
fluorescente do tubo, produz luz visível.

Existem ainda lâmpadas fluorescentes compactas nas quais, em muitos


casos, o reactor já está acoplado na base de rosca E27.
VI.1 – ESQUEMA ELÉCTRICA

O esquema eléctrico, destina-se a formação de técnicos de nível aceitável.


O seu conteúdo e metodologia é para a preparação da profissão de
execução, isto é tecnologia e operações que ocorrem muito mais em
processos práticos utilizados na época da execução de instalações
eléctricas.

Tem grande importância, como nos conceitos gerais, símbolos eléctricos,


natureza da corrente, sistemas de distribuição e as tabelas muitos diferentes
um do outro.

E assim como quadros de distribuição, montagem de um quadro eléctrico,


leitura e interpretação dos esquemas eléctricos.

 Esquema eléctrico – é a forma mais simples de expor uma


instalação eléctrico, qualquer que seja a complexidade dessa
instalação, já que com suficientes conhecimentos profissionais
interpreta-se facilmente o seu funcionamento.

Também podemos dizer que Esquema Eléctrica é a uma representação


abreviada e simbólica que mostra como se ligam e se relacionam entre si as
diferentes partes de uma rede, uma instalação, conjunto de aparelhos ou de
um só aparelho; portanto ele constitui uma linguagem gráfica para os
electricistas. É por isso que se utilizam os esquemas eléctricos.

Visto ser o procedimento mais abreviada de representar uma instalação e


poupa explicações suplementares para o seu estudo e compressão, o
esquema eléctrico tem uma grande importância profissional; o estudo dos
diversos tipos e possibilidades dos esquemas eléctricos é fundamental para
todas as profissões que se relacionam com a electricidade, para:

i. O projectista, dispõe com os esquemas eléctricos um meio cômodo e


fácil para projectar, estudar, melhorar e desenvolver circuitos,
instalações, máquinas e dispositivos eléctricos.

ii. O montador e o instalador, podem através de esquemas adequadas


montar e instalar os dispositivos, previamente projectados de forma
fácil o que não seria possível se não dispusesse destes métodos de
representação.
iii. O electricista especializado em reparações de avarias produzidas
numa instalação ou numa máquina pode localizar mais facilmente,
mediante o estudo prévio do esquema correspondente.

iv. O estudante, que pretende seguir uma profissão relacionada com a


electricidade, o estudo dos símbolos e esquemas eléctricos, permitir-
lhe-á obter melhores resultados no seu estudo, pois é por meio destes
esquemas que lhe serão apresentados os diferentes matérias que
constituem a electrotecnia, tanto teórico como prático.

Portanto os esquemas eléctricos constituem uma linguagem gráfica pra os


electricistas.

VI.2 – SÍMBOLOS ELÉCTRICOS

Entende-se por símbolos eléctricos as figuras com que se representam os


elementos constitutivos dos circuitos eléctricos, de uma forma simplificada.

Cada um dos dispositivos eléctricos de que consta uma instalação é


representado graficamente por meio de um símbolo eléctrico. Estes
símbolos devem ser universais que isto quer dizer que devem poder ser
correctamente interpretadas por todos os electricistas de todo mundo.

Os símbolos eléctricos devem ser simples diferente entre si e sempre que


possível suficientemente parecido com o aparelho ou dispositivo que
representa; o tamanho do símbolo não tem de manter qualquer relação com
o tamanho real do aparelho ou dispositivo que por ele é representado.

Os três (3) tipos de símbolos usados nos esquemas eléctricos são:

i. Símbolos propriamente dito – que representam ( ligações eléctricas),


instalações, aparelhos, máquinas, dispositivos eléctrico ou partes
destes elementos;
ii. Traços – que representa ligações eléctricas, uniões mecânicas,
condições de interdependência entre elementos, agrupamento destes
elementos, etc.

iii. Marcas ou referências – permitem a identificação de instalação,


máquina, aparelho, seus elementos, bornes e condutores ligados a
esses bornes.

VI.2.1 – NORMALIZAÇÃO E SÍMBOLOS

A necessidade da normalização nos esquemas eléctrica torna-se imperativa,


tanto pela complexidade, como pela necessidade de serem compreendidos
por todos os que tenham que interpretar os ditos esquemas.

A unificação dos símbolos, porém, é um pouco difícil de conseguir-se, já


que as empresas construtoras e alguns gabinetes de projecto criam os seus
próprios símbolos, algumas vezes com desprezo pela normalização em
vigor, pelo que pode acontecer que, para representar um determinado
aparelho, existam vários símbolos.

Consideramos de importância para o instalador - montador o conhecimento


dos símbolos mais importantes e que mais facilmente encontrará nos
esquemas das montagens que terá que realizar.

As normas mais importantes em vigor são as C.E.I (Comissão


Electrotécnica Internacional), as alemãs DIN e em Portugal as NP (Normas
Portuguesas)
SÍMBOLOS ELÉCTRICOS
Símbolos Denominação
Corrente alterna
Corrente contínua
Linha de dois condutores
Condutores que se cruzam sem realizar
contacto
Condutores que se cruzam realizando
contactam
Derivação de uma linha principal a outra
secundária
Terra
Fusível
Lâmpada incandescente
Campainha eléctrica
Besouro
Sirene (sinal acústico) / Corneta (buzina)
Transformador de tensão
Transformador de intensidade
Gerador (símbolo geral)
Voltímetro
Amperímetro
Vatímetro ou Wattímetro
Contador de energia
Caixa de derivação
Lâmpada fluorescente
Tomada em esquema unifilar
Equipamento de aquecimento
Fogão eléctrico (símbolo geral)
Forno eléctrico
Aquecedor de água
Equipamento eléctrico (símbolo geral)
Equipamento de ar condicionado
Máquina de lavar loiça
Frigorífico
Congelador
Fecho eléctrico de porta
Motor (símbolo geral)

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