Você está na página 1de 159

1

CURSO DE BIOSSEGURANÇA

ÍNDICE
A BIOSSEGURANÇA ........................................................................................... 04
BIOSSEGURANÇA EM ODONTOLOGIA ............................................................ 28
IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO ....................................................................... 29
CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO .......................................................................... 34
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA ESTERILIZAÇÃO ....................................... 36
ARTIGOS A SEREM ESTERILIZADOS ............................................................... 37
DA VALIDAÇÃO DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO ................................... 37
EQUIPE DE ESTERILIZAÇÃO ............................................................................. 38
BIOSSEGURANÇA EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO .............................. 39
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (E.P.I.) .................................... 39
NORMAS PARA O ATENDIMENTO AO PACIENTE ........................................... 40
CUIDADOS COM O MATERIAL PARA ATENDIMENTO CLÍNICO ..................... 43
DESINFECÇÃO DE MATERIAIS DE MOLDAGEM ............................................. 45
VACINAS .............................................................................................................. 46
DESCARTE DE RESÍDUOS CONTAMINADOS E MEIO AMBIENTE ................. 46
BIOSSEGURANÇA EM TUBERCULOSE NA UNIDADE DE SAÚDE E NO
LABORATÓRIO..................................................................................................... 55
MEDIDAS IMPORTANTES QUE EVITAM O CONTÁGIO................................... 56
BIOSSEGURANÇA NA COLETA E TRANSPORTE DA AMOSTRA.................... 58
BIOSSEGURANÇA NA REALIZAÇÃO DA BACILOSCOPIA .............................. 59
BIOSSEGURANÇA NA REALIZAÇÃO DA CULTURA ....................................... 61
A POSTURA EM LABORATÓRIO....................................................................... 63
PROCEDIMENTOS DE BIOSSEGURANÇA PARA EVITAR ACIDENTES E
CONTAMINAÇÃO................................................................................................. 63
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)....................................... 65
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)......................................... 66
CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS................................................................... 68
2

SINALIZAÇÃO....................................................................................................... 69
RISCOS NO TRABALHO COM AGENTES BIOLÓGICOS................................... 70
FORMAS DE INFECÇÃO POR MICRORGANISMOS.......................................... 70
MANIPULAÇÃO DE PLANTAS ............................................................................ 71
MANIPULAÇÃO DE INVERTEBRADOS............................................................. 72
MANIPULAÇÃO DE VERTEBRADOS.................................................................. 74
MANIPULAÇÃO DE AVES.................................................................................... 74
MANIPULAÇÃO DE ANFÍBIOS............................................................................. 75
MANIPULAÇÃO DE RÉPTEIS ............................................................................. 75
MANIPULAÇÃO DE MAMÍFEROS....................................................................... 76
ANIMAIS E PRINCIPAIS DOENÇAS TRANSMITIDAS ....................................... 77
OS BIOTÉRIOS.................................................................................................... 80
AGENTES QUÍMICOS ........................................................................................ 81
SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS......................................................................... 103
BIOSSEGURANÇA EM RAIOS X....................................................................... 108
NORMAS DE BIOSSEGURANÇA EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA.......... 109
ANIMAIS PEÇONHENTOS................................................................................. 111
A BIOSSEGURANÇA EM ARQUITETURA DE BIOTÉRIOS.............................. 122
CARACTERIZAÇÃO DE BIOTÉRIOS................................................................. 123
TIPOS DE BIOTÉRIOS........................................................................................124
CRITÉRIOS GERAIS DE PROGRAMAÇÃO....................................................... 124
IMPLANTAÇÃO DO BIOTÉRIO........................................................................... 125
CONDIÇÕES AMBIENTAIS – ASPECTOS RELEVANTES................................ 126
CONSIDERAÇÕES SOBRE O MICRO-AMBIENTE............................................129
RISCOS PROVENIENTES DO MANEJO DE ANIMAIS...................................... 130
NÍVEIS DE CONTENÇÃO FÍSICA....................................................................... 130
BARREIRAS PRIMÁRIAS.................................................................................. 131
BIOSSEGURANÇA: RISCOS E PERIGOS ....................................................... 135
QUALIDADE EM BIOSSEGURANÇA............................................................... 135
RISCO................................................................................................................. 135
PERIGO.............................................................................................................. 135
3

ACIDENTES....................................................................................................... 136
GRANDES CAUSAS DE ACIDENTES............................................................... 136
CARACTERÍSTICAS DAS EXPOSIÇÕES A MATERIAIS BIOLÓGICOS........... 137
RISCOS BIOLÓGICOS e PROFISSIONAIS DE SAÚDE................................... 140
CONTEÚDO A CONSTAR NA FICHA DE ANAMNESE.................................... 141
EXPRESSÕES TÉCNICAS EM BIOSSEGURANÇA........................................ 143
UTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO................................ 146
DICAS IMPORTANTES...................................................................................... 148
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS................................................................. 149
NORMAS BÁSICAS PARA CONSUMO DE ALIMENTOS.................................. 151
DO USO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS.................................................... 152
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 153

AVALIAÇÕES ................................................................................................... 160


4

MODULO 1
A BIOSSEGURANÇA

A Biossegurança pode ser considerada como a soma de todas as ações


relacionadas com a preservação e segurança da vida. Nela incluem-se
procedimentos de esterilização, de proteção individual, normas para se evitar
acidentes e procedimentos para socorro de acidentes químicos, físicos e
biológicos.
É muito importante que se tenha consciência de que conceitos e métodos
abordados neste curso podem ser perfeitamente aplicáveis em outras áreas, além
das mencionadas.
O Governo brasileiro acaba de elaborar uma lei sobre BIOSSEGURANÇA;
é considerada uma das leis mais atuais do mundo nesta temática.

Veja o conteúdo completo:


CASA CIVIL
SUBCHEFIA DE ASSUNTOS PARLAMENTARES
PROJETO DE LEI
Foi publicada, em 28.3.2005, a Lei nº 11.105, de 24.3.2005, resultante do
Projeto de Lei nº 2401, de 2003, mais conhecido como Projeto da Lei de
Biossegurança, ou “PL da Biossegurança” (BRASIL, 2005).
Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de
atividades que envolvam organismos geneticamente modificados - OGM e seus
derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança - CNBS, reestrutura a
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio, dispõe sobre a Política
Nacional de Biossegurança e dá outras providências.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
5

Art. 1o Esta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização


da construção, cultivo, produção, manipulação, transporte, transferência,
comercialização, importação, exportação, armazenamento, pesquisa, consumo,
liberação e descarte dos organismos geneticamente modificados - OGM e seus
derivados, visando proteger a vida e a saúde humana, dos animais e das plantas,
bem como o meio ambiente.

Art. 2o As atividades previstas no art. 1o deverão atender ao disposto nesta Lei e


na Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e nos seus regulamentos, como forma
efetiva de prevenção e mitigação de ameaça à saúde humana e da degradação
ambiental, observado o Princípio da Precaução.

Art. 3o As atividades e projetos relacionados ao ensino com manipulação de


organismos vivos, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e de produção
industrial, que envolvam OGM e seus derivados, ficam restritos ao âmbito de
entidades de direito público ou privado, que serão tidas como responsáveis pela
obediência aos preceitos desta Lei e de sua regulamentação, bem como pelos
eventuais efeitos ou conseqüências advindas de seu descumprimento.

§ 1o Para os fins desta Lei, consideram-se atividades e projetos no âmbito de


entidades como sendo aqueles conduzidos em instalações próprias ou sob a sua
responsabilidade técnica ou científica.

§ 2o As atividades e projetos de que trata este artigo são vedados a pessoas


físicas enquanto agentes autônomos independentes, mesmo que mantenham
vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas.

§ 3o Sem prejuízo da aplicação das regras de biossegurança previstas nesta Lei,


o Poder Público adotará tratamento simplificado às atividades de pesquisa,
6

respeitando a finalidade da atividade, o tipo e a classe de risco do OGM, conforme


disposto em regulamento.

§ 4o As organizações públicas e privadas, nacionais, estrangeiras ou


internacionais, financiadoras ou patrocinadoras de atividades ou de projetos
referidos no caput deste artigo, deverão exigir a apresentação da Autorização
Específica de Funcionamento emitida pelos órgãos e entidades de registro e
fiscalização de que trata o art. 14, sob pena de se tornarem co-responsáveis pelos
eventuais efeitos advindos de seu descumprimento.

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, define-se:

I - organismo: toda entidade biológica capaz de reproduzir ou de transferir material


genético, incluindo vírus, prions e outras classes que venham a ser conhecidas;

II - ácido desoxirribonucléico (ADN), ácido ribonucléico (ARN): material genético


que contém informações determinantes dos caracteres hereditários transmissíveis
à descendência;

III - moléculas de ADN/ARN recombinante: aquelas resultantes da modificação de


segmentos de ADN/ARN natural ou sintético, assim como as resultantes de sua
multiplicação;

IV - organismo geneticamente modificado (OGM): organismo cujo material


genético (ADN/ARN) tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia
genética;

V - engenharia genética: atividade de produção e manipulação de moléculas


ADN/ARN recombinante;
7

VI - derivado de OGM: produto obtido de OGM que não possua capacidade


autônoma de replicação ou que não contenha forma viável de OGM;

VII - célula germinal humana: célula mãe responsável pela formação de gametas
presentes nas glândulas sexuais femininas e masculinas e suas descendentes
diretas em qualquer grau de ploidia.

Parágrafo único. Não são considerados como OGM aqueles resultantes de


técnicas que impliquem a introdução direta, num organismo, de material
hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN
recombinante ou OGM, tais como fecundação in vitro, conjugação, transdução,
transformação, indução poliplóide e qualquer outro processo natural.

Art. 5o Esta Lei não se aplica quando a modificação genética for obtida por meio
das seguintes técnicas, desde que não impliquem a utilização de OGM como
receptor ou doador:

I - mutagênese;

II - formação e utilização de células somáticas de hibridoma animal;

III - fusão celular, inclusive a de protoplasma, de células vegetais, que possa ser
produzida mediante métodos tradicionais de cultivo;

IV - autoclonagem de organismos não-patogênicos que se processe de maneira


natural.

Art. 6o É vedado, nas atividades relacionadas a OGM e seus derivados:


8

I - qualquer manipulação genética de organismos vivos ou o manejo in vitro de


ADN/ARN natural ou recombinante, realizados em desacordo com as normas
previstas nesta Lei;

II - manipulação genética de células germinais humanas;

III - intervenção em material genético humano in vivo, exceto para realização de


procedimento com finalidade de diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças
e agravos, previamente aprovado pela Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança - CTNBio, pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização
competentes e, quando se tratar de pesquisa clínica, pela Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa - CONEP, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde;

IV - produção, armazenamento ou manipulação de embriões humanos destinados


a servir como material biológico disponível;

V - intervenção in vivo em material genético de animais, excetuados os casos em


que tais intervenções se constituam em avanços significativos na pesquisa
científica e no desenvolvimento tecnológico, respeitando-se princípios éticos, tais
como o princípio da responsabilidade e o princípio da prudência, e com aprovação
prévia da CTNBio;

VI - liberação ou o descarte no meio ambiente de OGM e seus derivados em


desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBio, pelos órgãos e entidades
de registro e fiscalização e constantes na regulamentação desta Lei;

VII - fornecimento de produto sem adequada informação ao usuário quanto aos


critérios de liberação e requisitos técnicos aplicáveis à manutenção da
biossegurança;
9

VIII - implementação de projeto sem providenciar o prévio cadastramento da


instituição dedicada à pesquisa e manipulação de OGM e seus derivados, e de
seu responsável técnico, bem como da CIBio;

IX - liberação no meio ambiente de qualquer OGM e seus derivados sem o


parecer da CTNBio e o licenciamento do órgão ou entidade ambiental
responsável, mediante publicação no Diário Oficial da União;

X - funcionamento de laboratórios, biotérios, casas de vegetação e estações


experimentais que manipulam OGM e seus derivados sem observar as normas
desta Lei e da legislação de biossegurança;

XI - ausência ou insuficiência de ações voltadas à investigação de acidentes


ocorridos no curso de pesquisas e projetos na área de engenharia genética, ou
não enviar relatório respectivo à autoridade competente no prazo máximo de cinco
dias a contar da data do evento;

XII - implementação de projeto sem manter registro de seu acompanhamento


individual;

XIII - ausência de notificação imediata à CTNBio e às autoridades da saúde


pública e ligadas ao meio ambiente, sobre acidente que possa provocar a
disseminação de OGM e seus derivados;

XIV - ausência de adoção dos meios necessários à plena informação da CTNBio,


das autoridades da saúde pública, do meio ambiente, da defesa agropecuária, da
coletividade, e dos demais empregados da instituição ou empresa, sobre os riscos
a que estão submetidos, bem como os procedimentos a serem tomados, no caso
de acidentes.
10

CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA - CNBS

Art. 7o Fica criado o Conselho Nacional de Biossegurança - CNBS, vinculado à


Presidência da República, órgão de assessoramento superior do Presidente da
República para a formulação e implementação da Política Nacional de
Biossegurança - PNB, competindo-lhe fixar princípios e diretrizes para a ação
administrativa dos órgãos e entidades federais com competências sobre a matéria
e apreciar, se entender necessário, em última e definitiva instância, os aspectos
de conveniência e oportunidade, os pedidos de autorização para atividades que
envolvam a construção, cultivo, produção, manipulação, transporte, transferência,
comercialização, importação, exportação, armazenamento, pesquisa, consumo,
liberação e descarte de OGM e seus derivados.

Parágrafo único. O pronunciamento do CNBS em última e definitiva instância


quanto aos aspectos de conveniência e oportunidade requer manifestação
favorável do CTNBio e dos órgãos e entidades de registro e fiscalização, bem
como determinação do Presidente da República ou solicitação de qualquer de
seus membros.

Art. 8o O CNBS é composto pelos seguintes membros:

I - Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que o


presidirá;

II - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão


Estratégica da Presidência da República;

III - Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia;

IV - Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário;


11

V - Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;

VI - Ministro de Estado da Justiça;

VII - Ministro de Estado da Saúde;

VIII - Ministro de Estado Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à


Fome;

IX - Ministro de Estado do Meio Ambiente;

X - Ministro de Estado das Relações Exteriores;

XI - Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e

XII - Secretário Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República.

§ 1o O CNBS reunir-se-á sempre que convocado pelo Ministro de Estado Chefe


da Casa Civil, ou mediante provocação de quatro de seus membros, e deliberará
mediante resolução.

§ 2o O CNBS poderá convidar representantes de outros órgãos ou entidades


públicas e privadas, para participar de suas reuniões.

CAPÍTULO III
DA COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA - CTNBio

Art. 9o A CTNBio, integrante da estrutura básica do Ministério da Ciência e


Tecnologia, é instância colegiada multidisciplinar de caráter consultivo e
deliberativo, para prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal
12

na formulação, atualização e implementação da PNB de OGM e seus derivados,


bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres
técnicos referentes à proteção da saúde humana, dos animais e das plantas e do
meio ambiente, para atividades que envolvam a construção, cultivo, produção,
manipulação, transporte, transferência, comercialização, importação, exportação,
armazenamento, pesquisa, consumo, liberação e descarte de OGM e seus
derivados.

Parágrafo único. A CTNBio exercerá suas competências


acompanhando o desenvolvimento e o progresso técnico e científico na
biossegurança, na biotecnologia, na bioética e em áreas afins, visando proteger a
saúde do homem, dos animais e das plantas, e o meio ambiente.

Art. 10. A CTNBio, composta de membros titulares e suplentes, designados pelo


Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia, será constituída por vinte e seis
cidadãos brasileiros de reconhecida competência técnica, notório saber científico e
com destacada atividade profissional, preferencialmente nas áreas de biologia
molecular, biologia, imunologia, ecologia, bioética, genética, virologia,
entomologia, saúde pública, segurança e saúde do trabalhador, bioquímica,
farmacologia, patologia vegetal e animal, microbiologia, toxicologia, biotecnologia
ou biossegurança, sendo:

I - dez especialistas de notório saber científico e técnico, em efetivo exercício


profissional, representantes de sociedades científicas, sendo dois da área de
saúde humana, dois da área animal, dois da área vegetal, dois da área ambiental
e dois da área de ciências sociais, indicados pelo CNBS;

II - um representante de cada um dos seguintes órgãos, indicados


pelos respectivos titulares:

a) Ministério da Ciência e Tecnologia;


13

b) Ministério da Saúde;

c) Ministério do Meio Ambiente;

d) Ministério do Desenvolvimento Agrário;

e) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;

f) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

g) Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca;

h) Gabinete do Ministro de Estado Extraordinário de Segurança Alimentar e


Combate à Fome;

III - um representante de instituição legalmente constituído de defesa do


consumidor;

IV - um representante de instituição legalmente constituída, representativa do


setor empresarial de biotecnologia;

V - um representante de instituição legalmente constituída na área de saúde;

VI - um representante de instituição legalmente constituída de defesa do meio


ambiente;

VII - um representante de instituição legalmente constituída da área de bioética;

VIII - um representante de instituição legalmente constituída do setor


agroindustrial;
14

IX - um representante de instituição legalmente constituída de defesa da


agricultura familiar;

X - um representante de instituição legalmente constituída de defesa do


trabalhador.

§ 1o Cada membro efetivo terá um suplente, que participará dos trabalhos na


ausência do titular.

§ 2o O funcionamento da CTNBio e a forma de indicação e escolha dos


representantes de que tratam os incisos I e III a X serão definidos pelo
regulamento desta Lei.

§ 3o Os membros da CTNBio deverão pautar a sua atuação pela observância


estrita dos conceitos ético-profissionais, declarando-se suspeitos ou impedidos de
participar em deliberações que envolvam interesse de ordem profissional ou
pessoal, sob pena de perda de mandato, na forma do regulamento.

§ 4o O quórum de deliberação da CTNBio é de dezessete votos favoráveis.

§ 5o O quórum de reunião da CTNBio é de dezessete membros presentes,


incluindo, necessariamente, a presença de, pelo menos, um representante de
cada uma das áreas referidas no inciso I deste artigo.

§ 6o Entendendo necessário, órgãos e entidades integrantes da administração


pública federal poderão solicitar participação nas reuniões da CNTBio para tratar
de assuntos de seu especial interesse.
15

§ 7o Poderão ser convidados a participar das reuniões, em caráter excepcional,


representantes da comunidade científica, do setor público e da sociedade civil,
com direito a voz, mas sem direito a voto.

§ 8o O Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia designará para mandato de


dois anos, renováveis por até dois períodos consecutivos, um dos membros da
CTNBio para exercer a presidência da Comissão, a partir de lista tríplice elaborada
pelo Colegiado.

Art. 11. A CTNBio constituirá subcomissões setoriais específicas permanentes na


área de saúde humana, na área animal, na área vegetal e na área ambiental e
subcomissões extraordinárias, para análise prévia dos temas a serem submetidos
ao plenário da Comissão.

§ 1o Tanto os membros titulares quanto os suplentes participam


das subcomissões setoriais, cabendo a todos a distribuição dos processos para
análise.

§ 2o O funcionamento e a coordenação dos trabalhos nas


subcomissões setoriais serão definidos no regimento interno da CTNBio.

Art. 12. Compete à CTNBio:

I - prestar apoio técnico consultivo e de assessoramento ao CNBS na formulação


da PNB de OGM e seus derivados;

II - estabelecer, no âmbito de suas competências, critérios de avaliação e


monitoramento de risco de OGM e seus derivados;

III - proceder à análise da avaliação de risco, caso a caso, relativamente a


atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados, a ela encaminhados;
16

IV - acompanhar o desenvolvimento e o progresso técnico-científico na


biossegurança de OGM e seus derivados;

V - relacionar-se com instituições voltadas para a biossegurança de OGM e seus


derivados, em nível nacional e internacional;

VI - estabelecer normas relativamente às atividades e aos projetos relacionados a


OGM e seus derivados;

VII - propor a realização de pesquisas e estudos científicos no campo da


biossegurança de OGM e seus derivados;

VIII - estabelecer os mecanismos de funcionamento das Comissões Internas de


Biossegurança - CIBio, no âmbito de cada instituição que se dedique ao ensino, à
pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial que
envolvam OGM e seus derivados;

IX - emitir parecer sobre qualidade em biossegurança, com vistas à Autorização


Específica de Funcionamento, prevista no art. 14, inciso II, para o
desenvolvimento de atividades com OGM e seus derivados em laboratório,
instituição ou empresa;

X - estabelecer requisitos relativos à biossegurança para autorização de


funcionamento de laboratório, instituição ou empresa que desenvolverá atividades
relacionadas a OGM e seus derivados;

XI - definir o nível de biossegurança a ser aplicado ao OGM e seus usos, e os


respectivos procedimentos e medidas de segurança quanto ao seu uso, conforme
as normas estabelecidas na regulamentação desta Lei, bem como quanto aos
seus derivados;
17

XII - classificar os OGM segundo a classe de risco, observados os critérios


estabelecidos no regulamento desta Lei;

XIII - emitir parecer técnico prévio, caso a caso, de caráter conclusivo, sobre
atividades, consumo ou qualquer liberação no meio ambiente de OGM e seus
derivados, incluindo sua classificação quanto ao grau de risco e nível de
biossegurança exigido, bem como medidas de segurança exigidas e restrições ao
seu uso, encaminhando-os aos órgãos e entidades competentes de registro e
fiscalização;

XIV - emitir resoluções, de natureza normativa, sobre as matérias de sua


competência;

XV - apoiar tecnicamente os órgãos competentes no processo de investigação de


acidentes e de enfermidades, verificados no curso dos projetos e das atividades
com técnicas de ADN/ARN recombinante;

XVI - apoiar tecnicamente os órgãos e entidades de fiscalização no exercício de


suas atividades relacionadas a OGM e seus derivados;

XVII - divulgar no Diário Oficial da União, previamente à análise, os extratos dos


pleitos e, posteriormente, dos pareceres dos processos que lhe forem submetidos,
bem como dar ampla publicidade no Sistema de Informações em Biossegurança -
SIB à sua agenda, processos em trâmite, relatórios anuais, atas das reuniões e
demais informações sobre suas atividades, excluindo-se as informações sigilosas,
de interesse comercial, apontadas pelo proponente e assim consideradas pela
CTNBio;

XVIII - identificar, visando subsidiar os órgãos e entidades de que trata o caput do


art. 14, as atividades e produtos decorrentes do uso de OGM e seus derivados
18

potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente e que


possam causar riscos à saúde humana;

XIX - prestar esclarecimentos adicionais sobre o parecer técnico, por solicitação


dos órgãos e entidades de registro e fiscalização, com vistas à elucidação de
questões específicas relacionadas à atividade com OGM e seus derivados;

XX - reavaliar suas decisões, por solicitação de seus membros, do CNBS ou dos


órgãos e entidades de registro e fiscalização, fundamentada em fatos ou
conhecimentos científicos novos, que sejam relevantes quanto à biossegurança do
OGM ou derivado, no tempo e modo disciplinados no regimento interno;

XXI - apresentar proposta de regimento interno ao Ministro de Estado da Ciência


e Tecnologia.

§ 1o O parecer técnico prévio conclusivo da CTNBio vincula, se negativo, os


demais órgãos e entidades da administração, quanto aos aspectos de
biossegurança do OGM e seus derivados por ela analisados.

§ 2o Concluindo favoravelmente ao seu prosseguimento, a CTNBio remeterá o


processo respectivo aos órgãos e entidades de que trata o art. 14 desta Lei, que
observarão, para o seu eventual registro e licenciamento, a legislação aplicável.

§ 3o Como procedimento de instrução, caberá à CTNBio solicitar aos órgãos e


entidades de registro e fiscalização termo de referência contendo quesitos para a
avaliação da biossegurança do OGM e seus derivados.

§ 4o O parecer técnico conclusivo da CTNBio deverá conter resumo de sua


fundamentação técnica e o atendimento aos quesitos dos termos de referência,
explicitando as medidas de segurança e restrições ao uso do OGM e seus
derivados e considerando as particularidades das diferentes regiões do País,
19

visando orientar e subsidiar os órgãos e entidades de registro e fiscalização no


exercício de suas atribuições.

§ 5o Não se submeterá à análise e emissão de parecer técnico da


CTNBio o derivado cujo OGM já tenha sido por ela aprovado.

§ 6o As pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em qualquer das


fases do processo de produção agrícola, comercialização ou transporte de produto
geneticamente modificado que tenham recebido o parecer técnico prévio
conclusivo favorável da CTNBio e decisão favorável dos órgãos e entidades de
que trata o caput do art. 14 para a comercialização estão dispensadas de
apresentação de Autorização Específica de Funcionamento de que trata o inciso
IX do caput deste artigo.

Art. 13. A CTNBio poderá realizar audiências públicas, sendo estas obrigatórias
no caso de análise de solicitações de liberação comercial.

CAPÍTULO V
DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DE REGISTRO E FISCALIZAÇÃO

Art. 14. Caberá aos órgãos e entidades de registro e fiscalização do Ministério da


Saúde, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Ministério do
Meio Ambiente e à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, dentre outras
atribuições, no campo de suas competências, observados o parecer técnico da
CTNBio, as deliberações da CNBS e os mecanismos estabelecidos na
regulamentação desta Lei:

I - o registro, a autorização, o licenciamento, a fiscalização e o monitoramento das


atividades e projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, produção e
manipulação de OGM e seus derivados;
20

II - a emissão de Autorização Específica de Funcionamento de laboratório,


instituição ou empresa que desenvolverá atividades relacionadas a OGM e seus
derivados;

III - a emissão do registro e autorização ou licenciamento de produtos contendo


OGM e seus derivados a serem comercializados para uso humano, animal ou em
plantas, ou para a liberação no meio ambiente;

IV - a emissão de autorização/licenciamento para a entrada no País de qualquer


produto contendo OGM e seus derivados;

V - manter informado o SIB, atualizando o cadastro das instituições e


responsáveis técnicos que realizem atividades e projetos relacionados a OGM e
seus derivados no território nacional;

VI - encaminhar para publicação no Diário Oficial da União e divulgação no SIB os


registros e autorizações concedidas;

VII - aplicar as penalidades de que trata esta Lei;

VIII - a expedição de autorização temporária de experimento de campo com OGM


e seus derivados;

IX - apresentar à CTNBio termo de referência contendo quesitos para a avaliação


de biossegurança de OGM e seus derivados; e

X - avaliar a necessidade de monitoramento e gestão do risco decorrente de


derivados, por meio da aplicação dos incisos I, II, III e IX.

§ 1o Os órgãos e entidades de licenciamento, registro, autorização e fiscalização,


previstos no caput deste artigo, deverão observar os aspectos de biossegurança
21

do OGM e seus derivados, dispostos no parecer técnico prévio conclusivo da


CTNBio.

§ 2o Em caso de discordância do conteúdo do parecer técnico da CTNBio, os


órgãos e entidades de registro e fiscalização poderão requerer a sua revisão
mediante fundamento técnico-científico na forma do inciso XX do art. 11.

§ 3o Os interessados em obter autorização para as atividades previstas nesta Lei


deverão requerer a manifestação da CTNBio, a qual encaminhará seu parecer
técnico conclusivo aos órgãos e entidades previstos no caput no prazo fixado em
regulamento e, quando for o caso, observando a decisão do CNBS.

§ 4o Após a manifestação favorável da CTNBio, caberá:

I - ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento emitir as autorizações e


registros e fiscalizar produtos e atividades que utilizem OGM e seus derivados
destinados a uso animal, na agricultura, pecuária, agroindústria e áreas afins, de
acordo com a legislação em vigor e segundo o regulamento desta Lei;

II - ao órgão competente do Ministério da Saúde emitir as autorizações, registros e


fiscalizar os produtos e atividades com OGM e seus derivados destinados a uso
humano, farmacológico, domissanitário e áreas afins, de acordo com a legislação
em vigor e segundo o regulamento desta Lei;

III - ao órgão competente do Ministério do Meio Ambiente emitir as autorizações,


registros e licenciamento e fiscalizar produtos e atividades que envolvam OGM e
seus derivados a serem liberados nos ecossistemas, de acordo com a legislação
em vigor e segundo o regulamento desta Lei; e

IV - à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca emitir as autorizações e os


registros previstos neste artigo referentes a produtos e atividades com OGM e
22

seus derivados destinados ao uso na pesca e aqüicultura, de acordo com a


legislação em vigor e segundo o regulamento desta Lei.

§ 5o É assegurado aos órgãos e entidades de registro e


fiscalização o acesso irrestrito às informações constantes das solicitações
submetidas pela CTNBio.

CAPÍTULO VI
DA COMISSÃO INTERNA DE BIOSSEGURANÇA - CIBio

Art. 15. Toda instituição que utilizar técnicas e métodos de engenharia genética
ou OGM e seus derivados deverá criar uma CIBio, além de indicar um técnico
principal responsável para cada projeto específico.

Art. 16. Compete a CIBio, no âmbito da instituição onde constituída:

I - manter informados os trabalhadores e demais membros da coletividade,


quando suscetíveis de serem afetados pela atividade, sobre todas as questões
relacionadas com a saúde e a segurança, bem como sobre os procedimentos em
caso de acidentes;

II - estabelecer programas preventivos e de inspeção para garantir o


funcionamento das instalações sob sua responsabilidade, dentro dos padrões e
normas de biossegurança, definidos pela CTNBio na regulamentação desta Lei;

III - encaminhar a CTNBio os documentos cuja relação será estabelecida na


regulamentação desta Lei, visando a sua análise, registro ou autorização do
órgão competente, quando couber;

IV - manter registro do acompanhamento individual de cada atividade ou projeto


em desenvolvimento envolvendo OGM e seus derivados;
23

V - notificar a CTNBio, os órgãos e entidades de registro e fiscalização e as


entidades de trabalhadores, o resultado de avaliações de risco a que estão
submetidas as pessoas expostas, bem como qualquer acidente ou incidente que
possa provocar a disseminação de agente biológico;

VI - investigar a ocorrência de acidentes e as enfermidades possivelmente


relacionados a OGM e seus derivados, notificando suas conclusões e providências
à CTNBio.

CAPÍTULO VII
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES EM BIOSSEGURANÇA - SIB

Art. 17. Fica criado, no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Sistema


de Informações em Biossegurança - SIB, destinado à gestão das informações
decorrentes das atividades de análise, autorização, registro, monitoramento e
acompanhamento das atividades que envolvam OGM e seus derivados.

§ 1o As disposições dos atos legais, regulamentares e administrativos que


alterem, complementem ou produzam efeitos sobre a legislação de biossegurança
de OGM e seus derivados deverão ser divulgadas no SIB concomitantemente com
a entrada em vigor desses atos.

§ 2o Os órgãos e entidades de registro e fiscalização deverão alimentar o SIB


com as informações relativas às atividades de que trata esta Lei, processadas no
âmbito de sua competência.

CAPÍTULO VIII
DA RESPONSABILIDADE CIVIL E ADMINISTRATIVA
24

Art. 18. Sem prejuízo da aplicação das penas previstas nesta Lei, os
responsáveis pelos danos ao meio ambiente e a terceiros responderão,
solidariamente, por sua indenização ou reparação integral, independentemente da
existência de culpa.

Art. 19. Considera-se infração administrativa toda ação ou omissão que viole as
normas previstas nesta Lei e demais disposições legais pertinentes.

Parágrafo único. As infrações administrativas serão punidas na


forma estabelecida no regulamento desta Lei, independentemente das medidas
cautelares de apreensão de produtos, suspensão de venda de produto e
embargos de atividades, com as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa;

III - apreensão de OGM e seus derivados;

IV - suspensão da venda de OGM e seus derivados;

V - embargo da atividade;

VI - interdição parcial ou total do estabelecimento, atividade ou empreendimento;

VII - suspensão de registro, licença ou autorização;

VIII - cancelamento de registro, licença ou autorização;

IX - perda ou restrição de incentivo e benefício fiscal concedidos pelo governo;


25

X - perda ou suspensão da participação em linha de financiamento em


estabelecimento oficial de crédito;

XI - intervenção no estabelecimento;

XII - proibição de contratar com a administração pública, por período de até cinco
anos.

Art. 20. Compete aos órgãos e entidades de registro e fiscalização definir


critérios, valor e aplicar multas de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 1.500.000,00
(um milhão e quinhentos mil reais), proporcionalmente à gravidade da infração.

§ 1o As multas poderão ser aplicadas cumulativamente com as demais sanções


previstas neste artigo.

§ 2o No caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.

§ 3o No caso de infração continuada, caracterizada pela permanência da ação


ou omissão inicialmente punida, será a respectiva penalidade aplicada diariamente
até cessar sua causa, sem prejuízo da paralisação imediata da atividade ou da
interdição do laboratório ou da instituição ou empresa responsável.

§ 4o Os recursos arrecadados com a aplicação de multas serão destinados aos


laboratórios oficiais responsáveis pelas análises dos alimentos transgênicos, aos
órgãos e entidades de registro e fiscalização que aplicarem a multa e ao custeio
das ações da CTNBio.

Art. 21. As multas previstas nesta Lei serão aplicadas pelos órgãos e entidades
de registro e fiscalização dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, da Saúde, do Meio Ambiente e da Secretaria Especial de
Aqüicultura e Pesca, de acordo com suas respectivas competências.
26

§ 1o Os órgãos e entidades fiscalizadores da administração pública federal


poderão celebrar convênios com os Estados, Distrito Federal e Municípios, para a
execução de serviços relacionados à atividade de fiscalização prevista nesta Lei,
podendo repassar-lhes parcela da receita obtida com a aplicação de multas.

§ 2o A autoridade fiscalizadora encaminhará cópia do auto de infração a CTNBio.

§ 3o Quando a infração constituir crime ou contravenção, ou lesão à Fazenda


Pública ou ao consumidor, a autoridade fiscalizadora representará junto ao órgão
competente para apuração das responsabilidades administrativa e penal.

CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 22. Os alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano


ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos
geneticamente modificados deverão conter informação nesse sentido em seus
rótulos, conforme regulamento, sem prejuízo do cumprimento da legislação de
rotulagem vigente.

§ 1o A informação determinada no caput deste artigo também deverá constar do


documento fiscal, de modo que essa informação acompanhe o produto ou
ingrediente em todas as etapas da cadeia produtiva.

§ 2o Regulamento poderá estabelecer quantidade mínima de OGM que dispense


o cumprimento do disposto no caput.

Art. 23. A CTNBio deverá rever suas deliberações de caráter normativo, no prazo
de cento e vinte dias, a fim de promover sua adequação às disposições desta Lei.
27

Art. 24. As instituições que estiverem desenvolvendo atividades reguladas por


esta Lei na data de sua publicação deverão adequar-se às suas disposições no
prazo de cento e vinte dias, contados da publicação do decreto que a
regulamentar, bem como apresentar relatório circunstanciado dos produtos
existentes, pesquisas ou projetos em andamento envolvendo OGM.

Art. 25. A CTNBio contará com uma Secretaria-Executiva, cabendo ao Ministério


da Ciência e Tecnologia prestar-lhe o apoio técnico e administrativo.

Art. 26. O art. 13 da Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, passa a vigorar


acrescido do seguinte inciso:

“VI - construir, cultivar, produzir, transportar, transferir,


comercializar, importar, exportar ou armazenar organismo geneticamente
modificado, ou seu derivado, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar.

Pena - reclusão de um a três anos.(NR)

Art. 27. A descrição do Código 20 do Anexo VIII da Lei no 6.938, de 31 de agosto


de 1981, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Código 20, Descrição: silvicultura; exploração econômica da


madeira ou lenha e subprodutos florestais; importação ou exportação da fauna e
flora nativas brasileiras; atividade de criação e exploração econômica de fauna
exótica e de fauna silvestre; utilização do patrimônio genético natural; exploração
de recursos aqüáticos vivos; introdução de espécies exóticas, exceto para
melhoramento genético vegetal e uso na agricultura; introdução de espécies
geneticamente modificadas previamente identificadas pelo órgão ou entidade de
registro e fiscalização do Ministério do Meio Ambiente como potencialmente
causadoras de degradação do meio ambiente; uso da diversidade biológica pela
28

biotecnologia em atividades previamente identificadas pelo órgão ou entidade de


registro e fiscalização do Ministério do Meio Ambiente como potencialmente
causadoras de degradação do meio ambiente.”

Art. 28. Esta Lei será regulamentada no prazo de noventa dias a contar da data
de sua publicação.

Art. 29. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 30. Revogam-se a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, exceto o seu art.
13, e a Medida Provisória no 2.191-9, de 23 de agosto de 2001.

Brasília,
---------------------------------------------------------------------------------------------

BIOSSEGURANÇA EM ODONTOLOGIA

Um importante trabalho de pesquisa em biossegurança foi executado por


SILVA et al, (2002) na Universidade de Taubaté-SP; servindo de embasamento
para condutas adequadas e questionamento da postura profissional.

Resultados de pesquisa :

Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística com o objetivo de


verificar se existe diferença significativa entre o grau de assimilação das normas
de biossegurança entre os alunos do sexo feminino e masculino.
Os alunos do sexo masculino quanto ao uso dos equipamentos de proteção
individual, pode-se observar eficácia quanto ao uso deles, com exceção dos
óculos de proteção, que não foram usados por 30,77% dos alunos. No entanto,
consegue-se observar ainda que, embora façam uso desses equipamentos,
29

alguns o fazem de maneira incorreta, vindo a luva em primeiro lugar (61,53%),


seguida pelo avental (38,47%).
Os alunos do sexo feminino quanto ao uso dos equipamentos de proteção
individual, observa-se que , semelhantemente aos alunos do sexo masculino,
também fazem uso deles eficazmente, com exceção dos óculos de proteção que
não são usados por 11,12% dos alunos. Analisando os erros cometidos, pode-se
observar que o avental está em primeiro lugar (47,23%), seguido pela luva
(30,56%), máscara (13,88%), pelos óculos de proteção (11,11%) e gorro (8,33%).
Os alunos do sexo masculino quanto à utilização de barreiras de proteção
de superfície, vê-se que o refletor, a botoneira da cadeira, as pontas (seringa
tríplice, micromotor e alta rotação), as unidades de controle e a mesa auxiliar
estão sendo protegidas por 100% dos alunos, embora alguns estejam fazendo de
maneira incorreta nas pontas e na mesa auxiliar (61,5%). Já o encosto da cadeira,
o encaixe das pontas e a unidade auxiliar não estão sendo protegidas por 100%
dos alunos.
Os alunos do sexo feminino quanto à utilização de barreiras de proteção de
superfície, observa-se que o uso das mesmas não foi tão eficaz quando
comparado com os alunos do sexo masculino, uma vez que, embora protegidos, o
refletor (97,2%), a botoneira da cadeira (94,5%), as pontas (98,8%), a unidade
auxiliar (66,7%), a unidade de controle (86,1%) e a mesa auxiliar (100%), à
exceção da última, todos não foram protegidos por 100% dos alunos. Outros
protegeram de maneira incorreta algumas superfícies, como as pontas (57,2%) e a
mesa auxiliar (63,9%). Além disso, pode ser observado ainda que 100% dos
alunos não utilizam as barreiras de proteção de superfície em certos locais, como
no encosto da cadeira e no encaixe das pontas.
Os resultados desta pesquisa são muito importantes para a análise da
postura dos futuros profissionais. É necessário que sempre se realizem pesquisas
como esta para a análise tanto dos futuros profissionais quanto dos profissionais
ativos.

IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO:
30

A grande prevalência de doenças como a hepatite B, AIDS, tuberculose e


sífilis, entre outras, tem motivado a classe odontológica a buscar mais
informações, na tentativa de minimizar as chances de contaminação entre
pacientes e profissionais envolvidos nos atendimentos.
Equipamentos, instrumentos, utensílios e, inclusive, a própria equipe
odontológica e paciente deveriam ser submetidos a alguns processos, como:
limpeza (procedimento antimicrobiano de remoção de sujidades e detritos para
manter em estado de asseio os artigos e áreas); desinfecção (processo de
destruição de agentes infecciosos sob a forma vegetativa, potencialmente
patogênica, existente em superfícies inertes); esterilização (processo de
destruição ou eliminação total de todos os microrganismos nas formas vegetativas
e esporuladas); anti-sepsia (processo que objetiva o controle da infecção, por
meio do uso de substâncias microbicidas e microbiostáticas, na pele e mucosas);
e assepsia (metodologia empregada para impedir que determinado local,
superfície, equipamento e/ou instrumental sejam contaminados). Ambos estão
diretamente relacionados a biossegurança, que é o conjunto de condutas e
medidas técnicas, administrativas e educacionais que devem ser empregadas por
profissionais da área de saúde ou afins, para prevenir acidentes em ambientes
biotecnológicos, hospitalares e clínicas ambulatoriais (BRASIL, 1990 e 1995;
GONÇALVES et al., 1996; GUANDALINI et al., 1997; TEIXEIRA; 1999; BELASCO
et al., 2001;).
Atualmente, com o conhecimento das formas possíveis de infecção,
recomenda-se a utilização de equipamentos de proteção individual (gorro,
máscara, etc.) por toda a equipe odontológica.
As barreiras de proteção de superfícies, tais como papel-filme, papel-craft,
toalha de papel, etc. são importantes formas de evitar o contágio de doenças.
Sem medidas especiais para evitar contaminações, os consultórios
dentários podem se transformar em verdadeiros focos de disseminação de
infecções, provocando uma reação em cadeia denominada infecção cruzada
(MEDEIROS et al., 1998). Prevenir e controlar a infecção cruzada no consultório
31

odontológico é hoje exigência e direito do cliente e, sobretudo, uma declaração de


respeito à equipe de trabalho (SILVA et al, 2002).
Todo cirurgião-dentista no exercício da profissão entra em contato com
fluidos corpóreos dos pacientes, como saliva e sangue, além de microrganismos
provenientes desses fluidos, tornando-se vulnerável ao contágio por vírus,
bactérias ou fungos (CHINELLATO & SCHEIDT, 1993).
O avental é importante para proteger a roupa do profissional de saúde
durante o atendimento e deve ser trocado, no mínimo, uma vez por período, após
toda consulta em que houve produção de aerossol ou sempre que alguma
sujidade for percebida. Não deve possuir dobras, pregas, apliques, entre outros.
Deve ter mangas compridas, gola fechada (gola de padre) e comprimento
suficiente para que possa cobrir as coxas do profissional quando sentado. Os
punhos das mangas do avental devem ser cobertos pela luva para que
permaneçam descontaminados. É mais vantajosa a utilização de aventais
descartáveis, uma vez que têm custo menor e diminuem trabalho com técnicas de
limpeza, desinfecção e esterilização (CHINELLATO & SCHEIDT, 1993; COUTO et
al., 1994; GUANDALINI et al., 1997; MEDEIROS et al., 1998; TEIXEIRA &
SANTOS, 1999; BELASCO et al., 2001; CARMO, 2001).
O gorro tem a finalidade de proteger o operador e o paciente durante o
atendimento, uma vez que aerossol e gotículas se formam e são lançadas da boca
do paciente quando se usam as peças de mão. Essas sujidades precipitam-se
sobre os cabelos, secam e deixam sobre eles germes e resíduos como partículas
de dentes ou materiais abrasivos, que podem se desprender facilmente e se
lançam sobre um prato de comida, dentro da boca de outro paciente, sobre uma
criança de colo. O gorro deve ser descartável e quando estiver sujo com material
orgânico, deve ser substituído, não precisando necessariamente ser trocado para
cada cliente atendido, nos casos de atendimentos semi-críticos (atendimentos em
que o profissional utiliza instrumentais e equipamentos que entram em contato
com a pele não íntegra ou com mucosa íntegra do paciente). É importantíssimo e
imprescindível que o gorro cubra todo o cabelo do profissional (COUTO et al.,
32

1994; GUANDALINI et al., 1997; MEDEIROS et al., 1998; TEIXEIRA & SANTOS,
1999; BELASCO et al., 2001; CARMO, 2001).
A máscara é indispensável para a proteção das mucosas da boca e do
nariz contra a ingestão ou inalação de aerossóis pelos profissionais e na
transmissão de microrganismo para o paciente. Deve ser bem ajustada ao nariz e,
durante a consulta, não deve ser tocada. Uma vez úmida ou molhada, deverá ser
trocada imediatamente.
Deve ser de boa qualidade, apresentando paredes duplas ou triplas, tendo
capacidade de filtrar o ar respirado sem dificultar a respiração. O cirurgião-
dentista deve usar uma máscara para cada atendimento e, de preferência,
descartável, sendo esta utilizada por no máximo duas horas, que é o tempo
recomendado para uma proteção eficaz (CHINELLATO & SCHEIDT, 1993;
COUTO et al., 1994; GUANDALINI et al., 1997; MEDEIROS et al., 1998;
TEIXEIRA & SANTOS, 1999; BELASCO et al., 2001; CARMO, 2001).
Os óculos de proteção têm a finalidade de cobrir os olhos do profissional,
protegendo-os de traumas mecânicos, de substâncias químicas e de
contaminação microbiana, devendo ser usados pelos integrantes da equipe de
saúde e pelo paciente. Devem abranger além da região dos olhos, apresentar
suas laterais fechadas, ser leves e confortáveis e proporcionar fácil limpeza e
desinfecção, com o mínimo de reentrâncias (CHINELLATO & SCHEIDT, 1993;
COUTO et al., 1994; GUANDALINI et al., 1997; MEDEIROS et al., 1998;
TEIXEIRA & SANTOS, 1999; BELASCO et al., 2001; CARMO, 2001).
As luvas apresentam papel fundamental na proteção do operador contra a
saliva e o sangue, além de proteger também o paciente. Devem ser usadas em
todos os procedimentos, não existindo motivo ou manobra clínica que possa ser
realizada sem a proteção oferecida por essa barreira, pois numerosos trabalhos
demonstram que a saliva do paciente é disseminada por todas as partes do
consultório odontológico, produzindo focos de infecção em todos os lugares
tocados pelo profissional, durante ou após o atendimento. (CHINELLATO & ;
SCHEIDT, 1993; COUTO et al., 1994; GUANDALINI et al., 1997; MEDEIROS et
al., 1998; TEIXEIRA & SANTOS, 1999; BELASCO et al., 2001; CARMO, 2001).
33

Após atendimentos críticos (atendimentos em que o profissional utiliza


instrumentos e equipamentos que penetram na pele ou mucosa adjacentes,
atingindo o tecido conjuntivo e os vasos sanguíneos), todos os equipamentos de
proteção individual devem ser esterilizados ou caso sejam descartáveis, devem
ser desprezados (CARMO, 2001).
CAMPOS et al, (1988) analisando procedimentos utilizados no controle de
infecção em consultórios odontológicos de Belo Horizonte, observaram que
apenas 4,8% dos cirurgiões-dentistas faziam uso rotineiro de luvas, 52,4% nunca
as utilizam e 42,8% as utilizavam em algumas circunstâncias, como cirurgias,
pacientes desconhecidos, indivíduos portadores de alguma patologia de risco
reconhecido, e quando da presença de ferimentos nas próprias mãos. Com
relação às máscaras, puderam observar que 87,37% dos cirurgiões-dentistas
utilizavam máscara rotineiramente, coincidindo com o que foi encontrado na nossa
pesquisa de 89,79% do uso correto da máscara entre ambos os sexos.
COUTO et al., (1994) observando o controle da contaminação nos
consultórios odontológicos, em 1994, verificou que, quanto às barreiras de
proteção individual, a mais difundida é o uso de máscaras (44%), vindo a seguir a
utilização de óculos de grau (37%), de avental (28%) e luvas para todos os
procedimentos (18%).
MEDEIROS et al. (1998) analisando o uso das normas de controle de
infecção na prática odontológica observaram que, quanto ao uso de luvas, 97,4%
dos profissionais as utilizavam para todos os pacientes, e 100% deles
descartavam-nas após o uso, sendo esta a barreira de proteção mais utilizada,
seguida da máscara (96%), e do jaleco (83,4%). Os óculos de proteção (51,7%) e
o gorro (21,2%) foram barreiras menos utilizadas.
Os profissionais que possuem o hábito de circular em ambientes públicos
com as mesmas roupas utilizadas durante os atendimentos clínicos, funcionam
como verdadeiros transportadores de microrganismos, colocando em risco a
saúde de sua própria família (CARMO, 2001).
Para que a disseminação de agentes infecciosos seja reduzida, é dever do
cirurgião-dentista cobrir as superfícies que podem ser contaminadas,
34

principalmente aquelas de difícil desinfecção e, desinfetar superfícies descobertas


que serão contaminadas. Superfícies e itens (cabo e interruptor do refletor,
aparelho de raio X, unidade auxiliar, pontas, encosto de cabeça, botoneira da
cadeira sem controle de pé, entre outros) devem ser cobertos com papel
impermeável, folha de alumínio ou plástico. Superfícies a serem desinfetadas
devem passar por processo de limpeza (água e sabão líquido, neutro,
biodegradável e com ação antimicrobiana ou com desincrostante) e desinfecção
(hipoclorito de sódio a 1% ou álcool etílico a 70%). No intervalo entre o
atendimento de dois pacientes, essas barreiras de proteção devem ser removidas
e descartadas, sendo que novas barreiras de proteção de superfícies devem ser
colocadas (FARACO & MOURA, 1993; COUTO et al., 1994; GONÇALVES et al.,
1996; TEIXEIRA & SANTOS, 1999).
Ainda segundo estes autores todo material descartável deve ser
acondicionado de acordo com o tipo de resíduo, devidamente identificado.
Segundo CAMPOS et al., (1998) o cirurgião-dentista deve ter sempre em
mente que os riscos de infecção cruzada dentro dos consultórios odontológicos
não se resumem apenas aos instrumentos contaminados.

CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO

A descontaminação de instrumentos e equipamentos com material ou


fluidos orgânicos provenientes de pacientes é muito importante na prevenção das
possíveis infecções.
A esterilização dos instrumentais deve ser sempre realizada antes e após o
contato com os fluídos provenientes do paciente (sangue, saliva e fluidos
corporais) ou quando o instrumento estiver em contato com ambiente não
esterilizado antes do seu uso.

Características de uma central de esterilização:


35

a) Deve ser um espaço de fácil acesso, e reservado exclusivamente para as


atividades relativas à Central de Esterilização, não sendo compartilhado com
outras atividades. A temperatura no interior do recinto deve ser controlada
(aproximadamente 20°C), e a umidade relativa do ar em torno de 30 a 60% , com
entrada e circulação restrita.

b) A Central de Esterilização deve possuir 4 áreas: área de processamento, com a


função de recebimento do material, embalado em recipientes apropriados. Área de
esterilização, onde o material é submetido aos processos próprios de esterilização
que suportam. Área de estocagem, onde o material já esterilizado é estocado em
prateleiras, já com embalagem apropriada para evitar nova contaminação. Área de
apoio, onde fica o controle das informações relacionadas com os itens
esterilizados, e controle do estoque.

c) Toda Central de Esterilização deve possui autoclave, para realizar esterilização


sem produtos químicos.

d) As paredes e bancadas são feitas de modo que sejam fáceis de limpar, sem
ângulos vivos e reentrâncias, evitando o acúmulo de poeira. As bancadas da área
de processamento de material são limpas com o uso de soluções de hipoclorito de
sódio, com álcool 70% ou com álcool iodado. O piso deve ser feito com material
de fácil limpeza e manutenção, como o granito; deve ser lavado e seco
diariamente. As paredes e teto também devem ser limpos diariamente.

e) A Central de Esterilização deve possuir extintores de incêndio classe C,


estando visivelmente dispostos, sendo limpos com freqüência para a eliminação
de poeira.

f) A manipulação do instrumental recém esterilizado requer a utilização de luvas


de proteção térmica. O pessoal deve utilizar outros equipamentos de proteção
36

individual (vestimenta adequada, gorro, máscara, luvas grossas e de


procedimentos, proteção tipo propés).

g) Os painéis de sinalização devem ser colocados à vista. Dentre eles: proibido


fumar, entrada restrita ao pessoal autorizado, utilização de vestimenta adequada
(jaleco).

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA ESTERILIZAÇÃO

A esterilização dos instrumentos é realizada com a utilização de autoclave,


segundo as instruções do fabricante.
As autoclaves utilizam como método de esterilização o calor sob pressão
(calor úmido), o qual transfere calor com maior eficiência em tempo menor,
reduzindo, o período necessário para a realização do processo. O processo de
esterilização empregado de forma mais efetiva utiliza a temperatura de 121°C,
pressão de 15 psi (15 Lbs/pol2), por período de 15 minutos.
A autoclave atua sobre os materiais, exercendo três importantes fatores de
esterilização:

- Temperatura.

- Pressão.

- Fluxo de vapor.

Os equipamentos e materiais a serem esterilizados em autoclave devem


ser compatíveis com a sua ação, ou seja, devem ser capazes de suportar a
temperatura e a pressão a que serão expostos.
37

ARTIGOS A SEREM ESTERILIZADOS.

Todo o instrumental utilizado no atendimento ao paciente ou que seja


necessária sua esterilização para o uso, deverá ser entregue na área de
processamento de material, devidamente embalado e identificado através de uma
fita adesiva para a indicação do processo.
A identificação do material é de fundamental importância, e a embalagem,
cassete ou a caixa metálica deve conter o nome do proprietário, para que não
ocorram trocas de material ou instrumental.

DA VALIDAÇÃO DO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO:

São utilizados métodos de validação do processo de esterilização como


indicadores da efetividade da esterilização.
Periodicamente são utilizados indicadores do processo de esterilização, que
são extremamente importantes para indicar que os instrumentais foram
submetidos ao calor. Consiste de fitas adesivas para autoclaves que, após
submetidas a temperaturas altas, mudam de cor. Apesar de não permitirem um
monitoramento da efetividade do processo de esterilização, elas impedem que
ocorram dúvidas caso o instrumental não tenha sido esterilizado, indicando, ainda,
se o aparelho atingiu uma determinada temperatura.
Indicadores biológicos são utilizados para verificar a efetividade da
esterilização. Consistem em tiras de papel impregnadas com esporos bacterianos
(estrutura extremamente resistente aos diferentes agentes físicos e químicos).
As tiras contendo tais microrganismos (normalmente empacotadas em
tubos, cápsulas, envelopes e outras apresentações) devem ser colocadas no
interior de pacotes grandes ou junto com o material a ser esterilizado. Após o ciclo
de esterilização, as tiras são removidas e semeadas em meios de cultura para a
observação do crescimento.
Tiras controle (não esterilizadas) também são incluídas. Caso ocorra
crescimento, o equipamento é novamente testado e, caso continue originando
38

resultados positivos para o crescimento do esporo, o aparelho deverá ser


reparado por pessoal especializado.
Os microorganismos utilizados para esta verificação da efetividade de
esterilização são geralmente esporos (por serem mais resistentes) que porém não
desenvolvem nenhum tipo de patologia ou enfermidade em humanos. Um
exemplo são as cepas de Bacillus stearothermophilus, que devem ser inativadas
(mortas) quando o teste demonstra que a esterilização foi eficiente.
Este tipo de microorganismos é comercializado por empresas e
laboratórios especializados, como a 3M.

EQUIPE DE ESTERILIZAÇÃO

O treinamento do corpo técnico da Central de Esterilização tem como objetivos:

a) fornecer informação referente aos riscos potenciais do local de trabalho;

b) instruir os técnicos sobre o manuseio seguro dos equipamentos e agentes


químicos presentes na unidade;

c) fornecer informações sobre os procedimentos de emergência em caso de


acidentes, no caso de incêndio e evacuação do ambiente;

d) orientar sobre a regulamentação vigente sobre os procedimentos de


biossegurança;

e) orientar sobre a motivação dos outros membros da comunidade para a


segurança e saúde do trabalho, estimulando-os para os procedimentos de
trabalho com segurança.

f) Orientar sobre a forma de organização da Central de Esterilização,


procedimentos internos e metodologias a serem aplicadas.
39

A equipe que deverá trabalhar nesta Central de Esterilização deve possuir


qualificação profissional para tal atividade, sendo esta atribuição obrigatória por
lei.

BIOSSEGURANÇA EM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

Existem instrumentos que devem ser esterilizados de forma especial, por


não suportarem altas temperaturas. Um exemplo são os Posicionadores plásticos
para técnica intra-oral do paralelismo – após o atendimento do paciente, o
profissional deverá colocar o dispositivo num recipiente, certificando-se de que
fique totalmente imerso em solução de glutaraldeído a 2% por um período de 10
horas consecutivas.

Cuidados com vetores não críticos :

Cadeira Radiológica - As superfícies que entram em contato com a pele do


paciente deverão estar protegidas com barreiras plásticas (filme de PVC) ou
deverão ser degermadas com álcool Iodado antes dos procedimentos
radiográficos.
Cilindro Localizador - Deverá estar envolto por filme de PVC antes das
tomadas radiográficas e deverá ser trocado de paciente para paciente.
Painel de Controle e Disparador dos Raios X - Idem ao tratamento com o
Cilindro Localizador.
Avental Plumbífero - Realizar a degermação com álcool Iodado após uso.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (E.P.I.)

Uniforme

O uso de jaleco branco, longo, de tecido (microfibra ou similar), de mangas


curtas ou longas, e de mangas curtas para os auxiliares de clínica. Durante os
40

procedimentos clínicos cirúrgicos, o jaleco deverá ser descartável, branco, longo,


de mangas compridas. Não é permitido o uso de saia, roupas tipo jeans,
bermudas ou shorts, camiseta e sandálias abertas durante o atendimento clínico
ou trabalho nos laboratórios. No atendimento clínico é obrigatório o uso de jaleco,
gorro, máscara, luvas, e óculos de proteção.
Para os procedimentos cirúrgicos, os gorros, máscaras e luvas, deverão ser
descartáveis.
A utilização de gorro, máscara, óculos e luvas em laboratório está sujeita à
atividade que será desenvolvida.

NORMAS PARA O ATENDIMENTO AO PACIENTE

Antes de cada atendimento ou procedimento clínico lavar as mãos com


sabão líquido antisséptico, e secar com toalhas descartáveis de papel e calçar
luvas.
Desinfetar as superfícies do equipamento, micro motor e demais superfícies
metálicas com clorexidina.
Superfícies não metálicas, incluindo a bancada de trabalho, devem ser
desinfetadas com solução de hipoclorito de sódio a 1% (solução de Milton) em um
borrifador, lançando o spray e friccionando a superfície por 60 segundos com uma
compressa de gaze ou algodão.
Lembrar que o hipoclorito de sódio é corrosivo ao metal.
Como a esterilização do micro-motor na autoclave não é recomendada pelo
fabricante, torna-se imprescindível que antes do atendimento, sua superfície seja
desinfetada e coberta pelo filme de PVC.
É muito importante que todos os utensílios autoclaváveis sejam submetidos
a este processo após o atendimento do paciente. Sendo dispensado o uso do
filme de PVC sobre estes utensílios, desde que um segundo paciente não seja
atendido com os mesmos, ou não tenham contato com superfície que possa ter
algum tipo de contaminação.
41

Em consultórios odontológicos, antes de utilizar a seringa tríplice, desprezar


o primeiro jato de água e spray.
No caso de serem atendidos dois ou mais pacientes no mesmo turno,
proceder da seguinte maneira:

a) caneta de alta rotação deve ser recoberta com protetor para canetas no início
do turno, trocando-se esta cobertura após cada paciente;

b) o contra-ângulo e a peça de mão devem ser recobertos no início do turno com


filme PVC ou saco plástico de boca estreita, trocando-se esta cobertura após cada
paciente;

c) no caso do micromotor, trocar o filme de PVC ou saco plástico que foi colocado
para o paciente anterior.

d) proceder a degermação das mãos e metade do antebraço com uso de uma


escova macia e sabão líquido anti-séptico.

Uso de sobre-luvas

Luvas de látex para procedimento e sobre-luvas plásticas deverão ser


trocadas entre pacientes ou durante o tratamento do paciente, sempre que
estiverem comprometidas.
Importante: Com as luvas calçadas e após contato com o paciente, o
profissional não deverá tocar em objetos de uso comum, tais como: telefones,
teclado de computador, maçanetas, embalagens de instrumentos, fichas de
pacientes, radiografias, blocos de receituário, incluindo objetos de uso pessoal,
como celulares, carteiras, etc. a não ser com o uso de sobre-luvas.

Após o procedimento clínico


42

1) Liberar o paciente, descartar as luvas de procedimento e depositá-las no saco


plástico para materiais potencialmente contaminantes.

2) Calçar luvas grossas para limpeza, remover as barreiras, e eliminar o material


descartável que foi utilizado, como por exemplo: sugadores, compressas de gaze,
algodão, guardanapos e filme de PVC, usando o saco plástico para materiais
potencialmente contaminantes.

3) Colocar o instrumental contaminado em recipientes contendo solução de


glutaraldeido a 2%, por um mínimo de 10 minutos.

4) Um saco plástico pequeno com boca larga deverá ser usado para coletar
algodões e gazes contaminadas com saliva e/ou sangue. Este mesmo saco
poderá ser usado para recolher o material descartável no final da sessão clínica
(ex: sugadores e barreiras). Ao término do turno, este saco deverá ser lacrado e
descartado como material contaminado.

5) Objetos pérfuro-cortantes, como agulhas utilizadas para anestesia, lâminas de


bisturi e fios de sutura, deverão ser dispensados em caixas de papelão tipos
Descarpack, que devem estar à disposição na clínica.

NUNCA DESCARTAR AGULHAS E LÂMINAS CONTAMINADAS NAS LIXEIRAS


CONVENCIONAIS, POIS OS SERVIDORES DA LIMPEZA PODERÃO SE FERIR
E ASSIM SEREM CONTAMINADOS!

6) Os restos de amálgama devem ser dispensados em recipientes de plástico de


paredes rígidas contendo água e rotulado Mercúrio - Risco Biológico, e que
estarão a disposição nas clínicas, onde esse material específico pode ser
utilizado.
43

7) Após desinfecção em solução de glutaraldeido a 2%, lavar e secar o


instrumental, utilizando luvas grossas para limpeza doméstica.

8) Ainda com as luvas grossas calçadas, lavá-las com sabão líquido anti-séptico,
secá-las e promover nova seqüência de desinfecção e degermação para atender
novo paciente. Luvas grossas para limpeza, manchadas, gastas, perfuradas ou
rasgadas devem ser descartadas.

9) Ao encerrar o atendimento do dia, proceder à desinfecção das superfícies dos


equipamentos, canetas de alta rotação, micro-motor, contra ângulo, peça de mão,
seringa tríplice e demais superfícies metálicas, com lenços umedecidos em
clorexidina, que devem ser friccionados nas peças por 60 segundos. As
superfícies não metálicas, incluindo a bancada de trabalho, devem ser
desinfetadas com solução de hipoclorito de sódio a 1% (solução de Milton), a qual
também pode ser acondicionada em um borrifador, friccionando-a por 60
segundos sobre estas superfícies, com uma compressa de gaze ou algodão.

10) Lavar as luvas de limpeza com sabão anti-séptico, secá-las e acondicioná-las


em recipiente adequado. Retirar o gorro e mascara e dispensá-los em sacos de
lixo brancos marcados com o emblema de “infectante”.

11) Fechar o saco de lixo e lacrá-lo com fita adesiva.

12) Retirar o jaleco e transportá-lo em um saco plástico impermeável, devendo


este então, ser lavado separadamente das outras roupas de uso pessoal.

CUIDADOS IMPORTANTES COM O MATERIAL PARA ATENDIMENTO


CLÍNICO

1) Antes de ser lavado, o instrumental e os óculos de proteção devem ser


desinfetados, por meio de imersão, em solução de glutaraldeido a 2%, durante 10
44

minutos. Os óculos de proteção devem ser cuidadosamente lavados após


desinfecção, para remover resíduos da solução, evitando irritações à pele e olhos.

2) O instrumental deve ser lavado com uma escova reservada apenas para isto,
utilizando para tal detergente neutro, removendo resíduos de qualquer espécie.
Enquanto não estiver em uso, a escova deve permanecer imersa em solução de
glutaraldeido a 2%. Evitar usar jatos de água muito fortes ao lavar materiais
contaminados, projetando água para fora da pia. Lavar apenas 1 ou 2
instrumentos de cada vez, minimizando as chances de acidente. Nunca deixar
material contaminado nas pias, sem supervisão.

3) Após enxaguado, o instrumental deve ser seco com papel absorvente,


guardado nas caixas ou bolsas de nylon, identificados e enviados para a
esterilização.

4) O material para autoclave deverá ser embalado com material fornecido pela
central de esterilização (geralmente papel craft). Caso haja sinal de danificação da
embalagem do material esterilizado, este deverá ser novamente empacotado e
submetido a um novo ciclo de esterilização.

Observação:

O lacre da embalagem, com o respectivo indicador químico (fita para


autoclave), somente deverá ser removido momentos antes do início do
atendimento, e na presença do paciente.

5) Caso a esterilização a frio seja necessária, o material deve permanecer


totalmente imerso em solução de glutaraldeido a 2% por, pelo menos 10 horas. O
aluno deve estar atento para o prazo em que a solução permanece ativa. Para
isto, a embalagem contendo a solução devera ser datada. Ao serem retirados da
solução de glutaraldeido, os instrumentais deverão ser lavados em um recipiente
45

com álcool ou soro fisiológico, antes de serem utilizados. Este método de


esterilização deverá ser limitado a materiais que não suportam o processo de
autoclavagem (potes Dappen, pincéis, taças de borracha para polimento, pontas
de silicone para acabamento, pontas abrasivas de borracha, etc...).

6) As brocas diamantadas, pedras de Arkansas, pontas para acabamento e


polimento e escovas de Robinson devem ser esterilizadas em autoclave.

7) Materiais de vidro, tais como placas de vidro e potes Dappen, podem ser
esterilizados em autoclave. Eles devem ser embalados em envelope tipo grau
cirúrgico.

8) Tubetes de anestésicos não devem ser submersos em soluções, devido ao


risco potencial de contaminação da solução anestésica. Tubetes de vidro poderão
ser esterilizados em autoclave, envolvidos em bolsas de nylon (temperatura: 121º
C, tempo: 20 minutos, pressão 1,2 BAR), porém isto só é recomendado para
procedimentos cirúrgicos. Para uso regular na clínica, os tubetes deverão ser
mantidos em suas embalagens originais, e desinfetados com os lenços de
clorexidina, imediatamente antes do uso.

Descarte de sobras:

Descartar sempre qualquer sobra de anestésico após terminar o


procedimento de um paciente. Esse anestésico não pode ser utilizado em outro
indivíduo.

DESINFECÇÃO DE MATERIAIS DE MOLDAGEM

1) Assim como os demais instrumentais, moldeiras também deverão ser


devidamente esterilizadas. Todas as moldagens deverão ser lavadas
cuidadosamente sob água corrente, para remover excesso de saliva e sangue.
46

2) Moldagens de alginato deverão ser borrifadas com solução de hipoclorito de


sódio a 1 % (solução de Milton), lavadas e vazadas imediatamente.

3) Moldagens de silicone, polissulfeto, pasta zinco-enólica, poliéter e também os


registros de cera deverão ser imersos, por 10 minutos, em solução de hipoclorito
de sódio a 1 % (solução de Milton) ou solução de glutaraldeido a 2%, lavadas e
vazadas de acordo com a recomendação do fabricante.

4) Para evitar danos às impressões, é recomendado não manter materiais de


moldagem imersos em desinfetantes além do tempo recomendado, ou seja, mais
que 10 minutos.

VACINAS

São recomendadas as imunizações contra tétano, difteria e hepatite, e as


datas da imunização devem constar da caderneta de vacinação individual.

DESCARTE DE RESÍDUOS CONTAMINADOS E MEIO AMBIENTE

O descarte de resíduos contaminados deve ser efetuado através de coleta


seletiva de acordo com as normas do CONAMA - RESOLUÇÃO Nº 005, 1993.
Clínicas, hospitais laboratórios e outros locais que efetuem descarte de materiais
contaminados, devem acondicionar este lixo em lixeiras especiais, que devem
permanecer trancadas até o momento de sua coleta, para evitar o acesso de
crianças, catadores, curiosos e outros.

RESOLUÇÃO DO CONAMA Nº 5, DE 5 DE AGOSTO DE 1993

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das


atribuições previstas na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pelas Leis
47

nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e nº 8.028, de 12 de abril de 1990, e


regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e no Regimento
Interno aprovado pela Resolução/conama/nº 025, de 03 de dezembro de 1986.
Considerando a determinação contida no art. 3º da Resolução/conama/nº
006, de 19 de setembro de 1991, relativa a definição de normas mínimas para
tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e
aeroportos, bem como a necessidade de estender tais exigências aos terminais
ferroviários e rodoviários;
Considerando a necessidade de definir procedimentos mínimos para o
gerenciamento desses resíduos, com vistas a preservar a saúde pública e a
qualidade do meio ambiente; e, considerando, finalmente, que as ações
preventivas são menos onerosas e minimizam os danos à saúde pública e ao
meio ambiente, resolve:

Art. 1º Para os efeitos desta Resolução definem-se:

I - Resíduos Sólidos: conforme a NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de


Normas Técnicas - ABNT - "Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que
resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os
lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica e
economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível".

II - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: documento integrante do


processo de licenciamento ambiental, que aponta e descreve as ações relativas
ao manejo de resíduos sólidos, no âmbito dos estabelecimentos mencionados no
art. 2º desta Resolução, contemplando os aspectos referentes à geração,
48

segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e


disposição final, bem como a proteção à saúde pública;

III - Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades, processos


e procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou biológicas dos
resíduos e conduzem à minimização do risco à saúde pública e à qualidade do
meio ambiente;

IV - Sistema de Disposição Final de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades,


processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo,
garantindo-se a proteção da saúde pública e a qualidade do meio ambiente.

Art. 2º Esta Resolução aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos portos,
aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de
serviços de saúde.

Art. 3º Para os efeitos desta Resolução, os resíduos sólidos gerados nos


estabelecimentos, a que se refere o art. 2º, são classificados de acordo com o
Anexo I, desta Resolução.

Art. 4º Caberá aos estabelecimentos já referidos o gerenciamento de seus


resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos
requisitos ambientais e de saúde pública.

Art. 5º A administração dos estabelecimentos citados no art. 2º, em operação ou a


serem implantados, deverá apresentar o Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos, a ser submetido à aprovação pelos órgãos de meio ambiente e de saúde,
dentro de suas respectivas esferas de competência, de acordo com a legislação
vigente.
49

§ 1º Na elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, devem ser


considerados princípios que conduzam à reciclagem, bem como a soluções
integradas ou consorciadas, para os sistemas de tratamento e disposição final, de
acordo com as diretrizes estabelecidas pelos órgãos de meio ambiente e de saúde
competentes.

§ 2º Os órgãos de meio ambiente e de saúde definirão, em conjunto, critérios para


determinar quais os estabelecimentos estão obrigados a apresentar o plano
requerido neste artigo.

§ 3º Os órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA,


definirão e estabelecerão, em suas respectivas esferas de competência, os meios
e os procedimentos operacionais a serem utilizados para o adequado
gerenciamento dos resíduos a que se refere esta Resolução.

Art. 6º Os estabelecimentos listados no art. 2º terão um responsável técnico,


devidamente registrado em conselho profissional, para o correto gerenciamento
dos resíduos sólidos gerados em decorrência de suas atividades.

Art. 7º Os resíduos sólidos serão acondicionados adequadamente, atendendo às


normas aplicáveis da ABNT e demais disposições legais vigentes.

§ 1º Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" do Anexo I desta Resolução,


serão acondicionados em sacos plásticos com a simbologia de substância
infectante.

§ 2º Havendo, dentre os resíduos mencionados no parágrafo anterior, outros


perfurantes ou cortantes estes serão acondicionados previamente em recipiente
rígido, estanque, vedado e identificado pela simbologia de substância infectante.
50

Art. 8º O transporte dos resíduos sólidos, objeto desta Resolução, será feito em
veículos apropriados, compatíveis com as características dos resíduos, atendendo
às condicionantes de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

Art. 9º A implantação de sistemas de tratamento e disposição final de resíduos


sólidos fica condicionada ao licenciamento, pelo órgão ambiental competente em
conformidade com as normas em vigor.

Art. 10. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser dispostos
no meio ambiente sem tratamento prévio que assegure:

a) a eliminação das características de periculosidade do resíduo;

b) a preservação dos recursos naturais; e,

c) o atendimento aos padrões de qualidade ambiental e de saúde pública.

Parágrafo único. Aterros sanitários implantados e operados conforme normas


técnicas vigentes deverão ter previstos em seus licenciamentos ambientais
sistemas específicos que possibilitem a disposição de resíduos sólidos
pertencentes ao grupo "A".

Art. 11. Dentre as alternativas passíveis de serem utilizadas no tratamento dos


resíduos sólidos, pertencentes ao grupo "A", ressalvadas as condições
particulares de emprego e operação de cada tecnologia, bem como considerando
se o atual estágio de desenvolvimento tecnológico, recomenda-se a esterilização a
vapor ou a incineração.

§ 1º Outros processos de tratamento poderão ser adotados, desde que obedecido


o disposto no art. 10 desta Resolução e com prévia aprovação pelo órgão de meio
ambiente e de saúde competentes.
51

§ 2º Após tratamento, os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" serão


considerados "resíduos comuns" (grupo "D"), para fins de disposição final.

§ 3º Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser reciclados.

Art. 12. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "B" deverão ser submetidos a
tratamento e disposição final específicos, de acordo com as características de
toxicidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade, segundo exigências do
órgão ambiental competente.

Art. 13. Os resíduos sólidos classificados e enquadrados como rejeitos radioativos


pertencentes ao grupo "C", do Anexo I, desta Resolução, obedecerão às
exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.

Art. 14. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "D" serão coletados pelo órgão
municipal de limpeza urbana e receberão tratamento e disposição final semelhante
aos determinados para os resíduos domiciliares, desde que resguardadas as
condições de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

Art. 15. Quando não assegurada a devida segregação dos resíduos sólidos, estes
serão considerados, na sua totalidade, como pertencentes ao grupo "A", salvo os
resíduos sólidos pertencentes aos grupos "B" e "C" que, por suas peculiaridades,
deverão ser sempre separados dos resíduos com outras qualificações.

Art. 16. Os resíduos comuns (grupo "D") gerados nos estabelecimentos


explicitados no art. 2ºm provenientes de áreas endêmicas definidas pelas
autoridades de saúde pública competentes, serão considerados, com vistas ao
manejo e tratamento, como pertencentes ao grupo "A".
52

Art. 17. O tratamento e a disposição final dos resíduos gerados serão controlados
e fiscalizados pelos órgãos de meio ambiente, de saúde pública e de vigilância
sanitária competentes, de acordo com a legislação vigente.

Art. 18. Os restos alimentares "IN NATURA" não poderão ser encaminhados para
a alimentação de animais, se provenientes dos estabelecimentos elencados no
art. 2º, ou das áreas endêmicas a que se refere o art. 16 desta Resolução.

Art. 19. Os padrões de emissão atmosférica de processos de tratamento dos


resíduos sólidos, objeto desta Resolução, serão definidos no âmbito do PRONAR -
Programa Nacional de Controle e Qualidade do Ar, no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, a contar da data de publicação desta Resolução, mantendo-se
aqueles já estabelecidos e em vigência.

Art. 20. As cargas em perdimento consideradas como resíduos, para fins de


tratamento e disposição final, presentes nos terminais públicos e privados,
obedecerão ao disposto na Resolução do CONAMA nº 002, de 22 de agosto de
1991.

Art. 21. Aos órgãos de controle ambiental e de saúde competentes, mormente os


partícipes do SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente, incumbe a
aplicação desta Resolução, cabendo-lhes a fiscalização, bem como a imposição
das penalidades previstas na legislação pertinente, inclusive a medida de
interdição de atividades.

Art. 22. Os órgãos estaduais do meio ambiente com a participação das Secretarias
Estaduais de Saúde e demais instituições interessadas, inclusive organizações
não governamentais, coordenarão programas, objetivando a aplicação desta
Resolução e garantir o seu integral cumprimento.

Art. 23. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.


53

Art. 24. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os itens I, V, VI,


VII e VIII, da Portaria/MINTER/nº 013, de 01 de março de 1979.

ANEXO I

Classificação de resíduos sólidos

GRUPO A: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio


ambiente devido à presença de agentes biológicos.
Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados;
animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado
em contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de
cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de
área contaminada; resíduos advindos de área de isolamento; restos alimentares
de unidade de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos
de unidades de atendimento ambulatorial; resíduos de sanitários de unidade de
internação e de enfermaria e animais mortos a bordo dos meios de transporte,
objeto desta Resolução. Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos
perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou corte, tais como lâminas
de barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc, provenientes de
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

GRUPO B: resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio


ambiente devido às suas características químicas.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros:


a) drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados;
b) resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou
não-utilizados); e,
54

c) demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR


10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

GRUPO C - rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais


radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de
análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução
CNEN 6.05.

GRUPO D: resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos
grupos descritos anteriormente.
55

CURSO DE BIOSSEGURANÇA
MÓDULO 2

BIOSSEGURANÇA EM TUBERCULOSE NA UNIDADE DE SAÚDE E NO


LABORATÓRIO

Estabelecer um manual de normas para cada rotina assistencial ou


laboratorial relativo às condições de biossegurança é condição para a efetividade
do controle de contaminações, e se constituirá em elementos para o
acompanhamento da tuberculose.
Quando conseguimos conter riscos, estamos praticando biossegurança.
Todas as medidas de biossegurança devem ser direcionadas não só para quem
trabalha com exposição a riscos, mas também para o meio ambiente.
As bactérias do Gênero Mycobacterium chegam à Unidade de Saúde pelo
paciente portador ou pelo material biológico deste.
Transmissão: Acontece de forma silenciosa, inodora e invisível e pode
atingir tanto pacientes como funcionários através dos aerossóis produzidos pela
fala, espirro ou tosse do paciente, como também pelos aerossóis produzidos
durante os procedimentos laboratoriais com os seus materiais biológicos,
principalmente o escarro. Todos os procedimentos laboratoriais produzem
aerossóis, em maior ou menor grau.
Um dos principais instrumentos utilizados na investigação ou avaliação da
transmissão do bacilo em nível institucional é o acompanhamento da evolução
tuberculínica (PPD) em pacientes e/ou funcionários a partir de sua admissão,
através de inquéritos epidemiológicos.
Os riscos de se contrair a tuberculose numa Unidade de Saúde relacionam-
se com:

- a prevalência da tuberculose na região da instituição;

- o perfil dos casos atendidos;


56

- a área de trabalho;

- o grupo ocupacional;

- o tempo de trabalho na área de saúde;

- as características arquitetônicas dos ambientes de atendimento e de diagnóstico;

- e com as medidas de biossegurança adotadas.

MEDIDAS IMPORTANTES QUE EVITAM O CONTÁGIO:

Um conjunto de medidas administrativas que normatizam atendimentos e


procedimentos, outro conjunto de medidas de controle ambiental que avaliam na
estrutura arquitetônica a migração de partículas infectantes no ambiente da
Unidade de Saúde, além do uso sistemático de equipamentos de proteção
individual, como máscaras especiais, luvas e aventais representam as principais
estratégias técnicas no controle da tuberculose institucional.
Para normatizar parte da rotina do atendimento de pacientes com suspeita
de tuberculose ou sintomático respiratório nos consultórios do ambulatório de uma
Unidade de Saúde por exemplo, pode-se determinar que “todos os pacientes do
ambulatório devam ser atendidos com horário marcado”, isto por exemplo evitaria
o contágio entre eles, caso fiquem acomodados por muitas horas num ambiente
mal ventilado.
Podemos também determinar que “todos os funcionários que trabalham
num ambiente com risco biológico sejam obrigados à utilizar jalecos limpos e/ou
descartáveis, luvas e proteção respiratória (máscaras N-95 com certificação
NIOSH-National Institute for Occupational Safety and Health) como proteção
individual”. Sobre a proteção respiratória, esta representa um dos principais
equipamentos de proteção individual, e deverá ser utilizada sempre que houver
57

presença de risco biológico. Funcionários que tem dificuldades de adaptação em


usá-las ou se mostrem resistentes ao seu uso, devem ficar impedidos de
desenvolver tarefas que demandem risco biológico por produção de aerossóis.
As máscaras N-95 devem ter a capacidade de filtrar partículas de 5
micrômetros de diâmetro, com eficiência de 95%, e de se adaptar adequadamente
a diferentes formatos de rosto. O NIOSH norte americano atualiza regularmente a
relação de máscaras disponíveis que preencham tais requisitos.
Estas podem ser reutilizadas pelo mesmo profissional por períodos longos
de trabalho, desde que se mantenham íntegras, secas e limpas.
É importante que as janelas e portas do ambulatório sempre permaneçam
abertas durante todo o expediente, além de exautores e ventiladores sempre
ligados durante o horário de atendimento. Desta forma estaremos fazendo com
que as partículas infectantes (aerossóis) com o bacilo não se acumulem no
ambiente, diminuindo o risco.
Todo material contaminado ou suspeito de contaminação deva ser
acondicionado em recipientes apropriados com identificação de risco biológico e
que seu manuseio somente seja realizado por pessoal treinado e que faça uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Múltiplas tarefas são necessárias para que a biossegurança se efetive
numa Unidade de Saúde, que vai desde o levantamento do problema
biossegurança, passando obrigatoriamente por treinamento de pessoal e
culminando com o controle ou contenção de riscos.
Tarefas como avaliar eficácia de equipamentos e produtos, avaliar riscos na
utilização de procedimentos invasivos e manejo de pacientes com tuberculose,
mapear e sinalizar áreas de riscos, investigar causas de acidentes, normatizar e
supervisionar procedimentos, manter informações sempre disponíveis e ao
alcance de todos, treinar e atualizar profissionais em biossegurança, registrar
acidentes, propor modificações arquitetônicas e avaliar a satisfação individual e
profissional do servidor que trabalha sob risco permanente representam algumas
tarefas que justificam a criação de uma Comissão de Biossegurança que pode ser
institucional ou setorial. O desenvolvimento destas atividades numa Unidade de
58

Saúde que atende pacientes com tuberculose certamente farão parte de sua
história.

BIOSSEGURANÇA NA COLETA E TRANSPORTE DA AMOSTRA:

A biossegurança laboratorial na tuberculose inicia-se com a coleta da


amostra, principalmente do escarro, seja no laboratório, ambiente hospitalar ou
doméstico.
Uma boa coleta orientada, um acondicionamento e transporte adequados
diminuem riscos de acidentes e garantem sucesso e velocidade no diagnóstico.
No transporte coletivo de amostras o acidente mais comum é o
derramamento do pote com o escarro, normalmente em caixas que não oferecem
resistência à quedas ou impactos.
Um derramamento de escarro numa caixa fechada por exemplo, deve ser
encarada como um acidente, e dadas como perdidas todas as amostras.
Não há método eficiente de descontaminação que permita salvar amostras
contaminadas mesmo que seja somente em sua parte externa, até porque não
temos nenhuma informação da patogenicidade ou virulência bacteriana do
material acidentado.
Acidentes deste tipo são de alto risco biológico, pois que existe a
possibilidade da transmissão primária entre pacientes com bacilos
multirresistentes.
A desinfecção do local do acidente com produtos químicos (álcool à 70%,
hipoclorito de sódio à 2% ou outros) e a autoclavação de todo o conteúdo é o mais
indicado, em que pese haver dificuldade da coleta de novas amostras e mais
demora para o diagnóstico de vários pacientes.
Considerar sempre que os potes após a coleta do escarro pelo paciente
estão tão contaminados em sua parte externa como interna. Na parte externa
pelos aerossóis produzidos durante a coleta do material e em sua parte interna por
conter o material, por isso deve-se manusear um pote com escarro apenas com
luvas descartáveis.
59

O uso de aventais e proteção respiratória durante o manuseio do pote com


escarro protege o funcionário de um possível acidente, como a queda do pote que
cai aberto no chão por exemplo, e que certamente produzirá aerossóis. Considerar
também que o paciente bacilífero pode ser o portador do material durante sua
entrega no laboratório.
O acondicionamento adequado do pote com escarro dentro de sacos
plásticos individuais selados ou lacrados para o transporte praticamente eliminam
os riscos de contaminação e perdas de amostras por acidentes, pois num caso de
derramamento e se não houver rompimento do saco plástico que o envolve, o
risco biológico fica restrito à este. E não havendo extravasamento do material, o
mesmo pode ser destinado à realização da baciloscopia e cultura, desde que
observados os procedimentos operacionais padrão e as regras de biossegurança
quanto ao seu manuseio.

BIOSSEGURANÇA NA REALIZAÇÃO DA BACILOSCOPIA

No Brasil, as baciloscopias para o diagnóstico laboratorial da tuberculose


são realizadas em pelo menos cinco ambientes distintos. Alguns laboratórios as
realizam em Cabine de Segurança Biológica(CSB) equipadas com filtros HEPA
(High Efficiency Particulate Air), outros utilizam Câmaras Assépticas, que são
aquelas salas que utilizam pressão negativa de ar e filtros HEPA, outros as
realizam em salas arejadas com portas e janelas amplas por onde pode entrar a
luz solar e fluxo de ar constante, outros em salas com pouco arejamento,
pequenas e mal ventiladas, e outros ainda, em salas com portas e janelas
fechadas porque utilizam equipamentos de ar condicionado.
Os filtros tipo HEPA auxiliam no controle da transmissão da tuberculose, na
medida que removem as partículas infectantes do ar. São considerados HEPA os
filtros que conseguem remover 99,97% das partículas com 3 micrômetros de
diâmetro em suspensão.
60

A contaminação do ambiente laboratorial e dos usuários durante a


realização da baciloscopia se dão pela formação de aerossóis produzidos por
acidentes ou durante todos os procedimentos laboratoriais, que vão desde a
abertura do pote até a fase de fixação da lâmina, momento em que os bacilos
ainda se encontram viáveis. Após o processo de coloração a viabilidade dos
bacilos é praticamente nula, isto é, eles não mais se desenvolvem em meios de
cultura apropriados.
Com a baciloscopia realizada na CSB, os aerossóis formados ficam retidos
em seus filtros HEPA e não evaporam no ambiente laboratorial, protegendo os
funcionários, o ambiente e a amostra. É importante ressaltar que a CSB não é um
equipamento infalível, acidentes ocorrem com a cabine, dentro da cabine e em
torno dela, por isso aventais, máscaras N-95 e luvas devem ser utilizadas por
todos que se encontrem no ambiente realizando ou não procedimentos. É
importante nunca trabalhar sozinho durante os procedimentos, pois em caso de
acidente, ter-se-á alguém por perto e treinado para fornecer ajuda. Excesso de
materiais dentro da CSB devem ser evitados, pois estes alteram seu fluxo de ar,
favorecendo possíveis contaminações por dispersão de aerossóis.
A CSB deve passar por manutenção periódica com substituição de seus
filtros e conter um histórico de seu uso fixado em local visível, que deve ser
preenchido após cada utilização. Neste histórico deve conter, a data, que
procedimentos foram realizados, quem os realizou, e se realizou procedimentos
de descontaminação ou não após o uso. Esta rotina de procedimentos ajudam a
proteger o próximo usuário. O descarte de materiais contaminados durante os
procedimentos na CSB deve se dar em recipientes rígidos envoltos por sacos
plásticos resistentes à autoclavação e com identificação do símbolo de risco
biológico.
A baciloscopia quando realizada em ambientes bastante arejados, com
renovação permanente de ar e que permitam a entrada de luz solar ou em
câmaras assépticas que utilizam pressão negativa de ar e filtros HEPA, também
podem oferecer níveis de biossegurança aceitáveis, desde que os operadores
utilizem EPIs (máscaras, luvas e aventais).
61

Deve-se evitar a realização da baciloscopia em salas com pouco ou sem


arejamento, uma vez que os aerossóis produzidos ficam retidos no ambiente,
favorecendo a contaminação dos usuários. Uma boa arquitetura laboratorial que
permita uma boa renovação de ar e recebimento de luz solar nas salas com risco
biológico, além de uma boa distribuição das salas de recebimento, procedimentos
e descarte de materiais que impeçam a circulação desnecessária da amostra com
o bacilo, ajudam a reduzir a possibilidade de acidentes e contaminação.

BIOSSEGURANÇA NA REALIZAÇÃO DA CULTURA

A cultura de bactérias do Gênero Mycobacterium tem indicações especiais


para:
- Pacientes com imunodeficiência adquirida, pacientes que não respondem
ao tratamento medicamentoso, pacientes suspeitos de tuberculose pulmonar com
baciloscopias persistentemente negativas e pacientes com formas
extrapulmonares da tuberculose.

- Isolar o bacilo, identificá-lo e conhecer seu padrão de sensibilidade frente


a antibióticos (antibiograma) representam tarefas complexas e trabalhosas nos
laboratórios que realizam a cultura. Num laboratório, a cultura do bacilo amplia a
magnitude do risco biológico em função da produção elevada de bacilos no meio
de cultura. Uma única micobactéria do escarro, pode dar origem a um número
infinitamente grande de novas células bacterianas.
A magnitude do risco biológico é proporcional à complexidade dos
procedimentos e ao seu tempo de realização. Quanto maior a complexidade do
procedimento e quanto maior o tempo para sua realização maior a possibilidade
de exposição ao bacilo. Assim como na baciloscopia o uso de EPIs tem
importância fundamental na proteção individual complementar do indivíduo
exposto ao risco por contaminação bacteriana, inclusive diante de Cabines de
Segurança Biológica.
62

A amostra quando não oriunda de sítios estéreis, ela precisa antes ser
descontaminada para ser inoculada em meios de cultura específicos de
isolamento bacteriano, como é o caso do escarro. Vários métodos de
descontaminação da amostra (Lauril, Ogawa, Petroff, Corper/Stoner) podem ser
utilizados, uns são mais eficientes para amostras paucibacilares e outros mais
cáusticos para o bacilo, mas todos muito trabalhosos. A técnica a ser escolhida
pode variar em função da qualidade da amostra. Os métodos mais trabalhosos
oferecem maior risco biológico, em função de um maior manuseio e possibilidade
de exposição ao bacilo, entretanto, podem oferecer maior possibilidade de
sucesso no seu isolamento.
Para a realização destas técnicas existem vários procedimentos produtores
de aerossóis no laboratório, como centrifugação, separação do sobrenadante do
resíduo centrifugado, adição de líquidos à amostra, aspiração e injeção de
suspensões bacterianas por seringas, inoculações, destampar de frascos e etc,
sem falarmos na possibilidade de acidentes como queda de frascos com derrame
ou respingos de líquidos com risco biológico.
Os testes de sensibilidade a drogas quando utiliza técnicas radiométricas
(Bactec-C14) o risco radioativo se soma ao risco biológico no mesmo frasco. O
descarte destes materiais deve primeiramente eliminar o risco biológico através de
método químico ou físico, além de obedecer informações contidas na Norma
CNEN-NE-6.05(9) que orienta o descarte de rejeitos radioativos no Brasil.
Laboratórios que utilizam materiais radioativos em análises biológicas tem
como exigência o credenciamento pela CNEN para utilizá-los.
Dentre as técnicas de identificação bacteriana, estão o uso de vários testes
bioquímicos e técnicas de biologia molecular, todas com utilização de manuseio
intenso do bacilo. Outros riscos como o químico, o de incêndio e outros existem
num laboratório de bacteriologia da tuberculose.

Sinalizar o laboratório sobre os riscos existentes, estabelecer rotinas de


contenção de acidentes e de primeiros socorros além de treinar pessoal para
realizá-las, fazer o registro de acidentes em livro próprio, disponibilizar
63

informações sobre riscos, incentivar o uso de EPIs, oferecer treinamento


atualizado aos funcionários sobre a utilização correta das técnicas laboratoriais
além de incentivá-los a não correr riscos desnecessários, significa estar praticando
biossegurança laboratorial.

A POSTURA EM LABORATÓRIO

Algumas das principais causas de acidentes em laboratórios são a falta de


instrução, a não utilização de Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual e de
práticas de trabalho condizentes com o ambiente laboratorial.

PROCEDIMENTOS DE BIOSSEGURANÇA PARA EVITAR ACIDENTES E


CONTAMINAÇÃO

· lave as mãos antes e imediatamente após as vezes que manusear


materiais químicos e animais, sejam estes venenosos ou não;

· mantenha sempre o cabelo preso;

· nunca pipetar com a boca; use pipetadores automáticos, manuais ou


pêras de borracha;

· não coma, beba, ou prepare alimentos dentro do laboratório;

· não fume no laboratório;

· não guarde alimentos em geladeiras e congeladores utilizados para


armazenamento de material biológico ou químico, e vice-versa;
64

· não trabalhe com material patogênico se houver ferida na mão, no pulso


ou em qualquer outra parte do corpo que possa entrar em contato com a
substância nociva;

· use Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados para a ação a


ser desenvolvida;

· não manipule objetos de uso comum como telefones, maçanetas, jornais


ou revistas enquanto estiver usando luvas, para não contaminá-los;

· tome vacina anti-tetânica para evitar contágio em caso de ferimento; caso


o trabalho envolva manipulação de animais e sangue humano aconselha-se
também a vacina anti-rábica e contra hepatite B, respectivamente;

· use luvas apropriadas toda vez que fornecer alimentos ou água aos
animais (para cada animal existe procedimentos e equipamentos adequados).
Nunca pegar ou mexer, com as mãos nuas, em qualquer objeto que esteja dentro
da gaiola;

· evite transportar materiais químicos ou biológicos de um lugar para outro


no laboratório. Isso aumenta o risco de acidentes;

· evite trabalhar sozinho no laboratório; caso isto se faça necessário, deixe


avisado com algum outro integrante do laboratório e pessoa de apoio ou
segurança.

· procure saber onde ficam os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e


como utilizá-los;
65

· trabalhe sempre de calça comprida de tecido resistente, calçados


fechados não derrapantes (de preferência sapatos de couro), roupas de algodão e
use os Equipamentos de Proteção Individual (EPI);

· quando iniciar um novo procedimento, imagine os possíveis casos de


acidente, como evitá-los e o que fazer caso ocorram. Isso torna o socorro muito
mais rápido e eficiente, podendo salvar vidas;

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Estes equipamentos podem variar de acordo com a atividade exercida:

· avental ou jaleco de algodão, de mangas compridas e punho retrátil;

· luvas de proteção;

· máscara com filtro apropriado;

· pipetador automático;

· protetor facial ou óculos de proteção;

· pêra de borracha;

É muito importante que qualquer pessoa que inicie uma atividade no


laboratório, sendo pesquisador, professor, técnico de apoio ou mesmo membro da
equipe de limpeza; tenha informações a respeito dos procedimentos e condutas
adotados.
66

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

-Chuveiro de emergência

· extintores de incêndio;

· chuveiros de segurança;

· lava olhos;

· pia para lavagem de mãos;

· capelas de fluxo laminar;

· capelas de exaustão;

· exaustores;

· caixas com luvas;

· recipientes para rejeitos;

· caixa de primeiros socorros;

· recipientes especiais para transporte de material contaminado e/ou


animais.

É muito importante que sempre se verifique as condições de


funcionamento dos Equipamentos de Proteção Coletiva.
67

CAPELA

Lava-Olhos
68

CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS

Recomenda-se ter uma caixa de primeiros socorros contendo os itens


listados abaixo:

· conta-gotas;

· atadura e esparadrapo;

· mertyolate;

· cotonetes;

· álcool;

· soro fisiológico;

· curativos adesivos;

· picrato de butezin;

· tesoura;

· lâmina de barbear;

· bolsa de água;

· pinça;

· lenço;
69

· alfinetes;

· um garrote (1/2 metro de borracha flexível);

· analgésico;

· vaselina esterelizada;

· termômetro;

É muito importante que além dos itens citados, o laboratório tenha soluções
neutralizantes para queimaduras e lesões provocadas por ácidos e bases, além de
antídotos para contaminações por outros agentes tóxicos (p. ex.: cianetos). Estas
informações podem ser obtidas no cartaz da MERCK encontrado na maioria dos
laboratórios. Para procedimentos com substâncias específicas, vide Agentes
Químicos (Capítulo 4).

SINALIZAÇÃO

Identifique e sinalize riscos presentes no laboratório. Atente, também, para


os símbolos que aparecem nos rótulos de produtos químicos.
70

CURSO DE BIOSSEGURANÇA
MÓDULO 3

RISCOS NO TRABALHO COM AGENTES BIOLÓGICOS

As características peculiares dos agentes biológicos, sejam estes


microorganismos (vírus, bactérias ou fungos), animais ou plantas, exigem do
profissional que os manipula um conhecimento aprofundado de suas
características e das técnicas utilizadas em coleta, armazenamento, transporte e
manipulação em laboratório, bem como as normas de higiene e segurança do
trabalho.
Diversas características dos agentes microbiológicos, como grau de
patogenicidade, poder de invasão, resistência a processos de esterilização,
virulência e capacidade mutagênica devem ser conhecidos antes de serem
manipulados, para que se tomem precauções básicas, minimizando as situações
de risco que ocorrem freqüentemente.
A infecção acidental por Tripanossoma Cruzi é um exemplo concreto dos
riscos. Já foram relatados 45 casos de infecção acidental desse agente,
distribuídos em universidades e centros de pesquisa em diferentes países.

FORMAS DE INFECÇÃO POR MICRORGANISMOS

A penetração e conseqüente infecção acidental por microorganismos pode


se dar por 4 vias:
via aérea: ocorre devido à propagação de aerossóis, podendo contaminar
um grupo grande de pessoas;
via cutânea: por picada de agulha ou outros instrumentos perfurocortantes
contaminados, além da penetração por ferimentos;
via oral: o ato de pipetar com a boca, fumar ou fazer refeições no
laboratório e a falta de higiene pessoal são as principais causas dessa via de
penetração;
71

via ocular: a contaminação da mucosa conjuntiva ocorre por lançamento


de gotículas ou aerossóis de material infectante nos olhos, podendo ocorrer
também por meio do contato dos olhos com as oculares de aparelhos ópticos.
Os aerossóis são micropartículas sólidas ou líquidas que podem
permanecer em suspensão por várias horas. São formados pelo uso incorreto de
equipamentos como centrífugas, homogeneizadores, misturadores e agitadores.
Outra causa da formação de aerossóis é a realização de alguns procedimentos
como agitação em alta velocidade de materiais biológicos infecciosos; remoção de
meio de cultura líquido com seringa e agulha de um frasco contendo material
infeccioso; o descarte da última gota de fluidos contaminados de uma pipeta; o ato
de destampar um frasco de cultivo ou de suspensão de líquidos após agitá-lo,
entre outros. Para evitar a formação destes, é necessário esperar um tempo para
abrir frascos após a agitação e homogeneização, além de evitar que a pipeta ou
seringa espirre. Identifique e sinalize os frascos contendo agentes biológicos
patogênicos manipulados em seu laboratório.

MANIPULAÇÃO DE PLANTAS

A manipulação de plantas não oferece riscos específicos. No entanto, a


pesquisa e a coleta em campo requerem medidas especiais, como serão descritas
no capítulo Segurança no Campo. Muitas vezes a planta pode ser inofensiva, mas
abrigar animais potencialmente nocivos (lagartas, vespas, cobras, etc.). Além
disso, os riscos na manipulação de vegetais concentram-se nas diversas
substâncias encontradas nestes (resinas, látex, pólen, extratos...) que podem
eventualmente desencadear alergias. Deve-se, portanto, evitar o contato destas
substâncias com mucosas em geral (através dos olhos e boca, por exemplo). Se
forem observadas outras reações adversas, procurar usar luvas e máscara
durante o trabalho com estes materiais.
72

MANIPULAÇÃO DE INVERTEBRADOS

A maioria dos invertebrados que oferece riscos para coleta e manipulação é


terrestre.
A coleta em ambientes como lado inferior de troncos caídos ou pilhas de
madeira deve ser feita rolando-se a madeira para o lado do coletor, evitando que
animais peçonhentos, como cobras, o ataquem. Invertebrados terrestres devem
ser sempre coletados com pinça (nunca capturados manualmente), pois alguns
deles, como aracnídeos e quilópodas, podem inocular venenos. Invertebrados
aéreos que ferroem podem ser coletados em redes e transferidos delas
diretamente para os frascos mortíferos, inserindo-se a dobra da rede dentro do
frasco e esperando que o inseto fique atordoado. Este tipo de frasco é feito pelo
pesquisador, colocando um chumaço de algodão embebido com éter ou outra
substância que com os seus gases é capaz de matar os insetos rapidamente, sem
destruir a sua estrutura.
Insetos para coleções devem ser mortos em líquidos (geralmente álcool
70%) ou gases (acetato de etila, cianeto de potássio, éter ou clorofórmio). Os dois
primeiros gases são altamente tóxicos e devem ser manipulados com extremo
cuidado (vide procedimentos de segurança com agentes químicos). O tipo de
reagente utilizado varia para cada ordem, pois alguns podem promover a
modificação de coloração do animal.
Insetos coletados com o objetivo de serem mantidos vivos devem ser
transferidos diretamente do equipamento de coleta (rede, puçá, guarda-chuva
entomológico, armadilhas) para frascos ou recipientes devidamente condicionados
para tal.
Relação dos principais organismos patogênicos manipulados em
laboratórios.

Agente: Tripanossoma Cruzi

Classificação: é um protozoário
73

Riscos: Manipulação de culturas, animais e barbeiros contaminação por vias de


penetração em contato com material infectado e mordida de animais.
Procedimentos de segurança: Além dos procedimentos básicos de segurança,
uso de protetor facial quando ocorrer manipulação de barbeiros.
Descarte : Cuidados com excretas, secreções e sangue de animais. Desinfetar
todo o material contaminado com hipoclorito de sódio (água sanitária) 2%. Os
materiais perfurocortantes ou reutilizáveis devem ser autoclavados antes do
descarte.

Agente : Giardia lamblia


Riscos: Manipulação de material coprológico Ingestão de cistos presentes em
material contaminado (água e alimentos)

Agentes : Entamoeba Histolítica, Balantidium coli, Escherichia coli,


Bactérias diversas
Exemplos de uso dos agentes acima: Manipulação de culturas para estudos de
diversos aspectos do microrganismo
Riscos: Contaminação por vias de penetração em acidentes com material
contaminado.
Procedimentos básicos de segurança: Usar capela de fluxo laminar quando
manipular Culturas.

Agente: Paracoccidioides brasiliensis


Classificação: é um fungo dimórfico
Exemplos de uso: Material biológico como proteínas, DNA e RNA. No momento o
cultivo do fungo ainda não é realizado no IB.
Riscos: Contaminação por aspiração (via aérea) ou contato direto de ferimentos.
Procedimentos básicos de segurança: Usar capela de fluxo laminar quando
manipular culturas silvestres ou experimentalmente infectados.
74

MANIPULAÇÃO DE VERTEBRADOS

É importante saber que animais vertebrados podem representar riscos para


quem os manuseia, pois mesmo que não experimentalmente infectados, podem
estar portando agentes patogênicos inclusive doenças classificadas como
zoonoses.

REGRAS BÁSICAS :
· conhecer bem a biologia do animal a ser manipulado;
· não manusear espécies animais sem qualificação para tal;
· informar imediatamente ao responsável as mordidas, os arranhões ou
qualquer trauma físico que tenha sofrido;
· usar jaleco de manga comprida e luvas de procedimento ou de couro. se
preciso, material de contenção animal apropriado;
· ter noção dos riscos, saber as regras de segurança e avisar
imediatamente ao responsável qualquer situação de risco.
- no caso de ofídios e outros animais peçonhentos ou venenosos; sempre
possuir soro ou saber o local mais próximo capaz de prestar socorro.
É muito importante ter o cuidado de minimizar o estresse do animal.
Existem casos em que a estrutura nervosa do animal fica desestabilizada, gerando
taquicardia e grande grau de estresse. Muitos animais simplesmente morrem com
este quadro.
Não devemos usar nenhum tipo de perfume quando manuseamos animais.
Eles sentem os odores com um grau muito maior. Os efeitos podem ser
devastadores, podem provocar alergias nos animais; mães rejeitam filhotes que
foram manipulados por uma pessoa que utilizava perfume.

MANIPULAÇÃO DE AVES

As aves, principalmente espécies urbanas como pombos e pardais, podem


transmitir doenças como encefalomielite, toxoplasmose e psitacose. Além disso,
75

aves como os psitacídeos (papagaios, araras), e outras que freqüentemente


quebram frutos e sementes, podem causar sérios danos em suas investidas com o
bico. Algumas espécies são muito agressivas durante a época reprodutiva e
podem, de surpresa, causar danos físicos a curiosos e desavisados que se
aproximam de seus ninhos.
Os ninhos de andorinhas, jaburus e outros pássaros, podem conter
barbeiros, transmissores da doença de Chagas.
Nas coleções de referência, a conservação de espécimes é feita com
agentes químicos perigosos como brometo de etila e naftalina.
Portanto, deve-se utilizar as medidas de segurança adequadas (vide
Agentes Químicos).

MANIPULAÇÃO DE ANFÍBIOS

Vários anfíbios possuem substâncias tóxicas em seu tegumento, que


podem causar sérios danos às pessoas que não tomam cuidado ao manipulá-los.
É necessário evitar o contato com mucosas e ferimentos. É essencial o uso de
luvas cirúrgicas, óculos de proteção, jaleco e avental na sua manipulação e
dissecação.
É muito importante que se saiba realizar o seguinte discernimento:
ANIMAL PEÇONHENTO: É o que possui forma de inocular o veneno em sua
vítima. Por exemplo as presas da cobra, o ferrão da cauda do escorpião, etc.
ANIMAL VENENOSO: É o que possui veneno porém não possui formas de
inoculá-lo em sua vítima. Por exemplo o sapo bufus, que possui glândulas cerosas
de veneno em sua pele.

MANIPULAÇÃO DE RÉPTEIS

Cobras: O mais importante ao se trabalhar com cobras é identificá-la, para


saber se a espécie é ou não peçonhenta. Na manipulação é imprescindível que se
76

utilize gancho ou laço. O transporte deve ser feito em caixas de madeira com
fecho seguro ou em sacos de pano.
Lagartos: Apesar de não existir lagarto venenoso no Brasil, deve-se tomar
alguns cuidados ao manipulá-los:
- cuidado ao remover as armadilhas, elas podem conter escorpiões,
aranhas...
- usar máscara, luva, óculos e jaleco quando trabalhar com formol.
Observar as medidas básicas de segurança no campo por ocasião da coleta.

MANIPULAÇÃO DE MAMÍFEROS

Deve-se tomar cuidado com parasitas, muitas vezes patogênicos para o


homem, porque há grande risco de contaminação e infecção. Em experimentos
laboratoriais, se for necessária alguma anestesia com éter ou outro agente
químico, utilizar, no mínimo, máscara e luva.
Pequenos roedores: Para manipular camundongos ou ratos é necessária
a utilização de luvas de couro ou luvas cirúrgicas, conforme o caso. Existem
técnicas específicas para manipular esses animais, portanto, se o estagiário
estiver em processo de aprendizagem, é importante que uma pessoa mais
experiente o acompanhe
Grandes Roedores: A utilização de luvas de couro torna-se fundamental.
Existem também técnicas específicas para manipular cada animal. Procure se
informar antes de tomar alguma atitude para manipular o mamífero em questão.
Morcegos: Procedimentos com quirópteros também devem ser realizados
usando-se luvas de couro para evitar mordidas e posterior contaminação.
No Brasil, são identificadas mais de 900 espécies de morcegos, menos de
1% destas possuem hábitos alimentares hematófagos (se alimentar de sangue).
Saber identificá-lo quanto ao seu hábito alimentar é fundamental. Vacinação anti-
rábica e anti-tetânica são obrigatórias.
77

Primatas: A pesquisa com primatas envolve uma série de procedimentos


essenciais, para evitar a contaminação dos tratadores e profissionais que os
manipulam:
· saber a origem do animal. Certas doenças, conhecidas ou não, podem
surgir a partir de animais silvestres. Sabendo-se a procedência do animal, pode-se
rastrear a origem da doença e advertir pessoas (possíveis portadoras) que
estiveram em contato com este, para que elas tomem providências terapêuticas;
· manter os animais em quarentena, ou seja, num período de reclusão que
é variável, dependendo do rigor do centro ou instituição que promove a pesquisa.
Os animais ficam isolados, tendo contato apenas com o tratador;
· todos os profissionais que entrarem em contato com os animais devem ser
vacinados contra tétano e raiva. Além disso, devem se submeter a exames
periódicos de tuberculose (muito transmitida por primatas), parasitológicos e
hemáticos;
· na contenção (imobilização ou simples manipulação) do animal, devem
ser usados protetores de couro (luvas, botas, macacão) e o profissional nunca
deve estar sozinho;
· em procedimentos que envolvam anestesia do animal, utilizar luvas e
material cirúrgico descartável, além de proceder com desinfecção do recinto e de
todo o material não descartável após o término do experimento.

ANIMAIS E PRINCIPAIS DOENÇAS TRANSMITIDAS

Observe o quadro com os mamíferos e aves, potenciais portadores de


doenças que afetam o homem, e as respectivas zoonoses que podem transmitir; e
um grupo seguinte de quadros (b.1 a b.4) com o nome das zoonoses, seus
agentes e sua forma de disseminação.
Animais e respectivas doenças que podem ser transmitidas ao ser humano:
Animal hospedeiro: Cão
Doenças: Brucelose, Leptospirose, Pneumonia, Tuberculose, Ricktesiose,
Dermatomicoses, Histoplasmose e Amebíase.
78

Animal hospedeiro: Gato


Doenças: Dermatomicoses e Toxoplasmose

Animal hospedeiro: Primata não-humano


Doenças: Pneumonia, Shiguelose, Tuberculose, Encefalite por Herpes B,
Hepatite, Protozoonoses Sanguíneas e Amebíase.

Animal hospedeiro: Suíno


Doenças: Pneumonia, Brucelose, Colibacilose, Tuberculose e Dermatomicoses.

Animal hospedeiro: Caprino


Doenças : Brucelose

Animal hospedeiro: Bovino


Doenças : Brucelose, Tuberculose e Coccidiose.

Animal hospedeiro: Lagomorfo (coelho)


Doenças: Ricktesioses, Tularemia e Pneumonia

Animal hospedeiro: Ovino


Doenças: Brucelose e Colibacilose

Animal hospedeiro: Aves


Doenças : Colibacilose, Pasteurelose, Pseudotuberculose, Tuberculoses,
Dermatomicoses, Clamidiose e Psitacose

Animal hospedeiro: Roedor (ratos)


Doenças: Leptospirose, Pseudotuberculose, Febre grave, Ricketsioses, Febre
Hemorrágica, Coriomeningite Linfocitária, Dermatomicoses, Protozoonoses
sanguíneas e Hantaviroses.
79

Abaixo estão relacionadas várias doenças e seu respectivo agente e formas


de disseminação (bactérias,vírus, fungos, protozoários) :
DOENÇA AGENTE FORMAS DE INFECÇÃO
Brucelose Brucella suis, B.canis, Contato ou ingestão
B.abortus, B.metitenses
Clamidiose e Psitacose Chlamydia spp Inalação
Colibacilose Escherichia coli Ingestão
Leptospirose Leptospiras spp Contato, urina, água
contaminada
Peste Pasteurella pestis Contato ou inalação
Pasteurelose Pasteurella Contato ou Inalação
bronchiseptica
Pneumonia Bordetella bronchiseptica Contato ou inalação
Pseudotuberculose Yersínia Contato ou ingestão
pseudotuberculosis
Febre por mordida de S.noniliformes, Ingestão ou mordida de
rato Spiriliumminus roedores
Salmonelose Salmonela spp Ingestão, inalação ou
contato
Shiguelose Shiguela spp Contato, contaminação
por fezes
Tétano Clostridium tetani Contaminação de feridas
Tuberculose Micobacterium spp Contato, ingestão ou
inalação
Tularemia Francisella tularensis Contato ou ingestão
Febre Hemorrágica Vírus da febre Contato, comida
hemorrágica contaminada com
excretas
Coriomeningite Vírus da coriomeningite Contato, inalação,
Linfocitária lificitária (LCM) transmissão congênita
80

Encefalite por Herpes B Herpes simiae Contato, mordedura


Hepatite A Vírus da hepatite Contato
Raiva Vírus rábico Saliva contaminada,
mordida de cães raivosos
Dermatomicose Trychophytum spp, Contato direto
Microsporum sp,
Dermotophytes spp
Histoplasmose Histoplasma spp Inalação de esporos
Cocciodiose Coccidioises immitis Inalação de esporos
Toxoplasmose Toxoplasma gondii Ingestão de oocistos em
carnes cruas, água
contaminada

OS BIOTÉRIOS
Os biotérios devem manter boa qualidade de vida dos animais para estudo
e garantir a limpeza do ambiente de trabalho do pesquisador, evitando doenças.
Para isso os biotérios devem ter as seguintes condições para manutenção:
· boa alimentação para as cobaias;
· boa iluminação;
· ventilação adequada, com exaustores;
· limpeza das bancadas e pisos com germicida para eliminar infecção;
· lavar caixas onde ficam ratos, camundongos ou coelhos periodicamente,
trocando as serragens. As caixas variam de tamanho, as pequenas suportam até
10 camundongos ou ratos, e as grandes até 20;
· piso não escorregadio.
Os biotérios serão abordados em seu aspecto arquitetônico em capítulo
especial.
81

CURSO DE BIOSSEGURANÇA
MÓDULO 4

AGENTES QUÍMICOS

É essencial para as pessoas que utilizam produtos químicos conhecer as


suas principais características, os riscos que oferecem no seu uso e as
precauções a serem tomadas para minimizar estes riscos, o modo correto de
manipulação do agente, além dos primeiros socorros a serem prestados em caso
de acidente.
Normas gerais de biossegurança para o manuseio de agentes químicos:
· Leia o rótulo antes de abrir a embalagem;
· Verifique se a substância é realmente aquela desejada;
· Considere o perigo de reações entre substâncias químicas;
· Abra embalagens em área bem ventilada;
· Tome cuidado durante a manipulação e uso de substâncias químicas
perigosas, utilizando métodos que reduzam o risco de inalação, ingestão e contato
coma pele, olhos e roupas;
· Feche hermeticamente a embalagem após utilização;
· Evite a utilização de aparelhos e equipamentos contaminados;
· Trate dos derramamentos usando métodos e precauções apropriados
para as substâncias perigosas.
Segue abaixo uma lista de agentes químicos comumente utilizados nas
práticas de laboratório de Biologia, e/ou aqueles que, mesmo com uso pouco
freqüente, apresentam sérios riscos quando manipulados.

Acetona (Dimetilcetona, 2-propanona, CH3OCH3)


· Características: líquido incolor, sabor adocicado, bastante volátil, odor
suave e penetrante facilmente detectável, altamente inflamável;
. Exemplos de uso: extração de DNA, precipitação de proteínas,
desidratação de material histológico, extração de lipídios.
82

. Riscos: tóxica, irritante, corrosiva para materiais plásticos, inflamável.


Cuidado ao manipular com ácidos sulfúreos e nítrico concentrados;
· Medidas de proteção: usar luvas; manusear na capela; manter longe de
chamas;
· Armazenamento: cerca de 2 litros; recipiente de vidro;
· Primeiros socorros: inalação: remover a pessoa da exposição e colocá-la
para descansar mantendo-a aquecida; ingestão: lavar vigorosamente a boca e
beber, depois, água. Procurar auxílio médico.

Acetonitrila (CH3CN)
· Características: líquido incolor, volátil, odor semelhante ao do éter, sabor
adocicado;
· Exemplo de uso: HPLC (fracionamento de toxinas);
· Riscos: tóxica (inalação ou contato com pele íntegra), inflamável,
explosiva em contato com o ar, reage fortemente com oxidantes.
. Sintomas de superexposição: asfixia, náuseas, vômitos, convulsões;
· Medidas de proteção: usar luvas, óculos de segurança;
· Armazenamento: cerca de 2 litros; recipiente de vidro. Resíduos:
conservar em recipientes metálicos fechados e estanques;
· Em caso de incêndio: evacue o local e desligue a rede elétrica. Os
agentes de extinção são o anidrido carbônico, os pós químicos e as espumas;
· Primeiros Socorros: contato cutâneo: lavar com água as regiões
contaminadas; retirar, se for o caso, as vestes sujas; contato com os olhos: exige
uma lavagem cuidadosa e prolongada; inalação: remover a pessoa da atmosfera
poluída e aplicar, se for o caso, os métodos de reanimação.

Ácido Acético Glacial (CH3COOH)

· Características: líquido incolor, volátil, odor penetrante e picante


(característico do vinagre). É incompatível com oxidantes, metais, ácido nítrico,
ácido perclórico, peróxidos, permanganatos, carbonatos e hidróxidos;
83

· Exemplos de uso: reações orgânicas;


· Riscos: altamente corrosivo, irritante e inflamável. Inalação: trato
respiratório superior e, em excesso, bronquite crônica; contato com olhos: sérios
danos culminando na perda total da visão; contato cutâneo: destruição dos tecidos
e graves queimaduras; ingestão: graves queimaduras nas mucosas (boca e tubo
gastrointestinal), causando vômito, hematêmese, diarréia, colapso circulatório,
uremia e morte;
· Medidas de proteção: usar luvas, óculos de segurança, avental de
borracha, protetor facial. Manusear na capela de exaustão e em local onde exista
chuveiro e lava-olhos de emergência. Para diluições, verta vagarosamente o ácido
na água e nunca o contrário;
· Armazenamento: recipiente de vidro, em um local com temperatura
superior a 16,6º C;
· Descarte: pia; tratamento anterior ao descarte : correção do pH entre os
limites 5,5 e 8,5 (pode-se usar para neutralização: solução de hidróxido de sódio,
carbonato de sódio ou bicarbonato); os sais de acetato que se formam são
solúveis em água e podem facilmente ser lavados;
· Primeiros Socorros: contato com os olhos: lave imediatamente com
grande quantidade de água, por pelo menos 15 minutos, levantando
ocasionalmente as pálpebras inferior e superior (usar lava-olhos); contato cutâneo:
retire a roupa contaminada e lave a área atingida com água e sabão em
abundância (mínimo de 15 minutos); não tente neutralizar o ácido com soluções
alcalinas e nem use pomadas ou cremes antes de lavar bem a pele com água;
inalação: em caso de inalação excessiva de vapores: remova o acidentado para
local arejado, observe as condições respiratórias e aplique respiração artificial se
necessário; ingestão: não provoque vômito; dê grande quantidade de água para
beber. Em qualquer caso de acidente com ácido acético, procure auxílio médico.
84

Ácido Clorídrico (ácido muriático ou HCl)


· Características: líquido incolor (tendendo ao amarelo), bastante volátil
quando concentrado. Odor pungente e irritante. É incompatível com oxidante e
metais;
· Exemplos de uso: lavagem de material, dissociação de células, correção
do pH;
· Riscos: altamente corrosivo (inclusive à maioria dos metais), e irritante;
contato com olhos: lesão severa, podendo ocasionar perda da visão; contato
cutâneo : graves queimaduras; ingestão: graves queimaduras nas mucosas da
boca, esôfago e estômago;
· Medidas de proteção: usar luvas, óculos de segurança, avental de
borracha, protetor facial. Manusear na capela de exaustão e em local onde exista
chuveiro e lava - olhos de emergência;
· Armazenamento: recipiente de vidro;
· Descarte: pia; tratamento anterior ao descarte : correção do pH entre os
limites 5,5 e 8,5 com solução de hidróxido de sódio diluído;
· Incêndio: agente extintor: dióxido de carbono e pó químico seco;
· Primeiros Socorros: contato cutâneo: retirar a roupa e lavar imediatamente
o local com água abundante (usar o chuveiro de emergência); contato com os
olhos: lavar imediatamente com água (usar o lava - olhos), por pelo menos 15
minutos; as pálpebras devem ser afastadas durante a irrigação, para garantir o
contato da água com todos os tecidos dos olhos; ingestão: se a vítima estiver
consciente, deve beber água, leite ou leite de magnésio; não provoque vômito;
inalação: retirar o acidentado do local, observar as condições respiratórias,
fazendo respiração artificial, se necessário. Em todos os casos de acidente com
ácido clorídrico, procure auxílio médico (Hospital de Queimados).

Ácido Sulfúrico (H2SO4)


· Características: líquido incolor (impurezas fazem-no adquirir cor amarelo
escura), volátil a partir de 30oC, inodoro, consistência xaroposa.
85

Com numerosas substâncias (matérias orgânicas, metais em pó,


carburetos, clorados, cromatos, permanganatos, nitratos, fulminatos, fluosilícios,
entre outros), a reação é altamente exotérmica (produz calor).
Quando concentrado, reage violentamente com bases anídricas e tem ação
corrosiva sobre metais a quente. Quando diluído, reage com zinco, ferro e cobre,
mas não com chumbo;
· Exemplos de uso: medir concentração de glicogênio e proteínas, acertar
pH de tampão, dissociação de células, clarificação de tecido vegetal, reações
físico-químicas;
· Riscos: irritante; inalação: intensa nas mucosas do trato respiratório
(asmáticos têm pouca tolerância). Pode ocasionar lacrimejamento, dores oculares,
tosse e dispnéia; contato com olhos: riscos de opacidade corneana, glaucoma,
catarata e até a perda total da visão; ingestão (pH £ 1,5): dores bucais,
retroesternais e epigástricas, hemorragias digestivas);
· Medidas de proteção: usar luvas (PVC para ácido concentrado e látex,
comum, quando diluído), avental de borracha, protetor facial. Para as diluições em
água, entorná-lo lentamente (pequenas quantidades) na água, agitando sem
parar. Nunca entornar a água no Ácido Sulfúrico, pode explodir! Manusear na
capela de exaustão e em locais onde exista chuveiro e lava - olhos de
emergência; · armazenamento: estocar em recipiente fechado e protegido contra
danos físicos; não guardar próximo a materiais combustíveis ou metais reativos;
· Descarte: pia; tratamento anterior ao descarte : neutralização por agentes
alcalinos (hidróxido de sódio, carbonato de sódio e bicarbonato) até atingir pH
entre 5,5 e 8,5;
· Em caso de incêndio: agente de extinção: dióxido de carbono; evacuar o
local, permitindo seu acesso somente a pessoas especializadas, portadoras de
equipamentos anti-ácido, aparelhos de proteção respiratória autônomos e
isolantes;
· Primeiros socorros: contato cutâneo ou com os olhos: lavar imediatamente
por, no mínimo, 15 minutos (usar chuveiro ou lava – olhos de emergência);
inalação maciça de vapores: remover a pessoa acidentada da zona poluída; se
86

necessário, empregar manobras de reanimação e deixar a pessoa em repouso;


ingestão de soluções concentradas (pH £ 1,5) ou pH não conhecido : não permitir
a ingestão de leite e nem produzir vômitos; transferir imediatamente para um
hospital; ingestão de soluções diluídas (pH ³ 1,5) e em pequeno volume : beber 1
ou 2 copos de água. Em qualquer caso de acidente com ácido sulfúrico, consultar
imediatamente um médico.

Acrilamida (CH2=CHCONH2)

· Características: cristais brancos e brilhantes;


· Exemplos de uso: separação eletroforética de proteínas;
· Riscos: neurotóxica (penetração via pele intacta ou inalação),
carcinogênica. Os sintomas potenciais de superexposição são: atoxia, parestesia,
fadiga, letargia, irritação dos olhos e da pele, dormência dos braços e pernas;
· Medidas de proteção: usar luvas, óculos de segurança, aparelho de
proteção respiratória; manter boa ventilação no local de trabalho, captação dos
vapores ou poeiras na sua fonte de emissão e manusear em capela de exaustão;
· Armazenamento: recipientes bem fechados, local escuro e frio. Resíduos:
recipientes metálicos fechados e vedados. Solução: deve ser armazenada à 4o C;
· Descarte: em recipientes metálicos fechados e vedados;
· Primeiros socorros: inalação: remova da exposição, descanse e mantenha
aquecido; contato com a pele : banhe a pele com água e lave-a com sabão.
Remova as roupas contaminadas e lave-as antes de usá-las novamente; ingestão:
lave a parte externa vigorosamente com água e em seguida beba água limpa;
contato com os olhos: irrigar os olhos minuciosamente com água. Em casos
graves ou de exposição prolongada procure assistência médica.

Azida Sódica (N3Na)

· Características: cristais altamente solúveis em água;


87

· Exemplos de uso: inibir crescimento de microorganismos, fixação de


oxigênio, produção de soluções diversas, potente vasodilatador usado
terapeuticamente para controlar pressão sangüínea e usada em síntese orgânica;
· Riscos: altamente tóxica (por contato e inalação); pode causar hipotensão,
taquicardia, taquipnéia, hipotermia, convulsões e severa dor de cabeça; explosiva
quando em reação com sais metálicos e produz gases venenosos quando em
contato com ácidos;
· Medidas de proteção: usar luvas, proteção facial e manusear na capela;
· Armazenamento: em local fresco e em recipiente bem fechado;
· descarte: se eliminado pela pia, o sifão pode explodir;
· Primeiros socorros: inalação: remover a pessoa da exposição, colocá-la
para descansar e manter aquecida; ingestão: lavar vigorosamente a boca e depois
beber um pouco de água; contato cutâneo: banhar abundantemente, remover
vestimentas, lavando-as antes de um novo uso e usar chuveiro de emergência.

Benzeno (benzol, ciclohexanatrieno, hidreto de fenila, nafta de carvão ou


C6H6)

· Características: líquido incolor, pouco solúvel em água. É incompatível


com oxidantes;
· Exemplo de uso: reagentes histoquímicos, cromatografias;
· Riscos: inflamável e tóxico; contato com a pele : bolhas, dermatoses secas
com rachaduras; inalação: exposição a altas concentrações pode causar
inconsciência, convulsão e morte. Exposição repetida pode causar anemia
aplástica (irreversível); alteração na formação dos leucócitos, e do seu número no
sangue. Incompatibilidade com oxidantes;
· Medidas de proteção: usar luvas (PVC ou neoprene de cano longo),
protetor facial, aparelho de proteção respiratória ou capela de exaustão;
· Armazenamento: cerca de 2 litros, em recipiente de vidro e em local
ventilado;
· Descarte: não jogar na pia devido ao risco de explosão;
88

· Em caso de incêndio: extintor recomendado: espuma, CO2, e pó químico


seco;
· Vazamento: evacuar o local, lavar com água em excesso, remover ou
isolar o recipiente com o vazamento em área ventilada, transferindo o conteúdo
para outro recipiente;
· Primeiros socorros: contato cutâneo mucosas e olhos : lavar com água
corrente em abundância por pelo menos 15 min (usar lava olhos e chuveiro de
emergência); ingestão: provocar vômito (se a pessoa estiver inconsciente não
provoque o vômito e nem dê qualquer bebida); inalação excessiva de vapores:
remover a pessoa imediatamente para área não contaminada, manter o paciente
deitado sem travesseiro, aquecido e quieto; se necessário fazer respiração
artificial e em qualquer dos casos, procure imediatamente um médico.

Beta-Mercapto-Etanol (C2H6OS)

· Características: líquido, odor desagradável, redutor, miscível em água,


álcool, éter e benzeno;
· Exemplo de uso: tampão de amostra para gel de proteínas;
· Riscos: inalação; pode provocar a esterilidade masculina. É irritante para
olhos e pele;
· Medidas de proteção: usar luvas, máscara com filtro químico e manusear
na capela de exaustão;
· Primeiros socorros: encaminhar imediatamente a um médico.

Bis-Acrilamida

· Exemplos de uso: separação eletroforética das proteínas;


· Riscos: neurotóxico (inalação, contato cutâneo, ingestão) e irritante (olhos,
sistema respiratório e pele);
· Medidas de proteção: usar luvas e manusear na capela de exaustão;
89

· Primeiros socorros: contato com os olhos : lave imediatamente com


bastante água (use lava - olhos) e procure cuidados médicos.

Bromoetano ou brometo de etila (ou, incorretamente chamado, brometo de


etídeo)

· Características: cor vermelha;


· Exemplos de uso: corar gel de eletroforese;
· Riscos: é inflamável, irritante (pele, olhos e mucosas) e prejudicial se
inalado, absorvido ou ingerido (é mutagênico e carcinogênico);
· Medidas de proteção: usar luvas de borracha, óculos de segurança,
máscara de proteção. Incompatível com agentes oxidantes fortes. Evite contato!;
· Vazamento: isole e neutralize o vazamento com água sanitária antes de
escoá-lo para o esgoto com excesso de água. Para derrames de pó, apanhe o
material com uma pá limpa, coloque num recipiente seco para utilização futura. e
lave a área com solução de água sanitária seguida de água;
· Primeiros socorros: pulmões : remova da exposição, descanse e
mantenha aquecido; contato com a pele : banhe a pele com água e lave com água
e sabão. Remova as roupas e sapatos contaminados e lave-os antes de usá-los
novamente; ingestão: lave a boca vigorosamente com água e dê água ou leite
para beber. Induza vômito; contato com os olhos: irrigar os olhos minuciosamente
com água por pelo menos 15 minutos.
Em casos graves ou de exposição prolongada procure assistência médica.

Brometo de Cianogênio

· Exemplos de uso: clivagem de proteínas para obtenção de peptídeos;


· Riscos: bloqueador da cadeia respiratória;
· Medidas de proteção: usar luvas, protetor facial. Manusear na capela e o
mais rápido possível.
90

Clorofórmio (CHCl3)

· Características: líquido de sabor adocicado com odor característico,


altamente volátil, não inflamável e miscível em álcool, benzeno, éter;
· exemplos de uso: extração de DNA e anestésico;
· Riscos: inflamável e irritante; inalação: irritação do trato respiratório,
podendo causar morte por arritmias cardíacas; ingestão: queimaduras na boca e
garganta, danos aos rins e fígado; contato cutâneo : irritação, pode causar
dermatite e tumores malignos; contato com os olhos: irritação da conjuntiva;
ingestão, inalação ou absorção pode ser FATAL!;
· Medidas de proteção: usar luvas de borracha, óculos de segurança,
máscara de proteção, manusear na capela, não usar lentes de contato e manter
longe do calor, fontes de ignição, bases fortes e metais quimicamente ativos;
· Derrames: ventile e isole o derrame. Remova fontes de ignição, recupere
o líquido, ou absorva com um material inerte e colete como lixo prejudicial;
· Primeiros socorros: inalação: remova da exposição, descanse e mantenha
aquecido. Em casos graves procure assistência médica e aplique respiração
artificial em caso de parada respiratória; ingestão: Lave vigorosamente com água.
Se a vítima estiver consciente dê dois copos de leite ou água e induza vômito.;
contato com a pele ou olhos; lave a área com grandes quantidades de água por
pelo menos 15 minutos, use o chuveiro e o lava-olhos de emergência. e remova
roupas contaminadas.

DNS (Ácido dinitrosalicílico)

· Características: ácido na forma de pó que contém fenol (Ver: Fenol);


· Exemplos de uso: ensaios enzimáticos;
· Riscos: queimaduras por inalação, ingestão e contato;
· Medidas de proteção: usar luvas, máscara descartável e manusear na
capela;
91

· Primeiros socorros: contato com os olhos, mucosas ou pele : lave


imediatamente por, pelo menos, 15 minutos, utilize o chuveiro, o lava-olhos de
emergência, encaminhe a um médico.

Etanol (álcool etílico)

· Características: líquido incolor, volátil, solúvel em água, álcoois, éter


etílico, clorofórmio e acetona;
· Exemplos de uso: assepsia e fixação;
· Riscos: inflamável e irritante; contato com os olhos : lesões na córnea;
inalação: irritação do trato respiratório; Ingestão: sérias lesões gástricas;
· Medidas de proteção: usar luvas e óculos de segurança;
· Armazenamento: cerca de 2 litros, recipiente de vidro. Para quantidades
maiores, usar recipiente de ferro, cobre, aço ou alumínio e manter em local
ventilado;
· Incêndio: extintor de pó químico ou CO2.e água (eficaz apenas em
grandes quantidades);
· Primeiros socorros: contato cutâneo : retirar a roupa contaminada e lavar
com água em abundância; contato com os olhos: lavar com água corrente, em
abundância por pelo menos 15 min. Utilizar o lava-olhos de emergência; inalação
excessiva: retirar o acidentado do local, ocorrendo parada respiratória, aplicar
respiração artificial e manter o acidentado deitado e aquecido; ingestão: provocar
vômito (se estiver inconsciente não provoque o vômito nem dê qualquer bebida).
Encaminhar a um médico.

Éter Etílico (éter sulfúrico, óxido de etila, etano-oxi-etano, C4H10O)

· Características: líquido incolor, bastante volátil, odor penetrante deixando


sensação de frio intensa por evaporação;
· Exemplos de uso: cromatografia, anestésico, anti-séptico, estimulante,
solvente;
92

· Riscos: extremamente inflamável e explosivo. É narcótico, provoca


irritação cutânea, das mucosas oculares e respiratórias superiores, dores de
cabeça, náuseas, vômitos, sonolência e é incompatível com oxidantes;
· Medidas de proteção: usar luvas, manusear na capela, manter protegido
da luz e de compostos oxidantes;
· Armazenamento: cerca de 2 litros, em recipiente de vidro e manter em
local arejado;
· Em caso de incêndios: utilizar anidrido carbônico, pós químicos ou areia
(eficaz para pequenos incêndios);
· Primeiros socorros: inalação: retirar o indivíduo da zona poluída, e se
houver parada respiratória, aplicar imediatamente as manobras de reanimação;
contato com pele: e vestimentas : retirar as roupas contaminadas consultar um
médico que decidirá o momento de se aplicar sobre a pele afetada uma
preparação gordurosa à base de lanolina; contato com os olhos : lavar
imediatamente com água durante no mínimo, 15 minutos, chamar um
oftalmologista. Use o lava - olhos.

Fenol (ácido carbólico, ácido fênico, hidroxibenzeno, ácido fenílico,


benzofenol, C6H6O)

· Características: massa branca ou cristalina, ou cristais agulhiformes,


higroscópicos e translúcidos. Odor característico, sabor acre e adocicado;
· Exemplos de uso: extração de DNA e desinfetante;
· Riscos: incêndios, corrosivo, irritante; inalação: dispnéia e tosse, danos ao
fígado, rins, e sistema nervoso central; ingestão: queimaduras intensas na boca e
garganta, dor abdominal acentuada, cianose, fraqueza muscular, coma). Pode
provocar MORTE por parada respiratória, é Incompatível com oxidantes e é
rapidamente absorvido pela pele, pulmões e estômago. A toxicidade sistêmica
pode ser causada pela ingestão, contato com a pele íntegra e mucosas, por
soluções ou vapor.
93

Fase inicial excitatória, rapidamente culminando para uma depressão do


sistema nervoso central e coma; sintomas potenciais de superexposição agudas :
respiração dificultada, muco ralo, espuma na boca e nariz, edema pulmonar,
cianose, tremor, convulsões, contrações e morte por falência respiratória;
· Medidas de proteção: usar luvas de cano longo, óculos de segurança,
avental, protetor facial, máscara de proteção ou capela de exaustão; ·
armazenamento: recipiente de vidro ao abrigo da luz e em local bem ventilado;
· Descarte: absorver pequenas quantidades com papel toalha (grandes
quantidades podem ser absorvidas com areia seca ou vermiculita). O material
absorvente pode ser incinerado. Os locais do derrame devem ser lavados com
água até que o cheiro desapareça. A água não deve ser jogada no esgoto sem
receber tratamento adequado: recuperar o fenol de soluções até 1% por adsorsão
em carvão, extração por solventes ou destilação por arraste de vapor. Soluções
mais diluídas podem sofrer oxidação biológica por cloro ou dióxido de cloro;
· Em caso de incêndios: utilizar água, dióxido de carbono, ou pó químico
seco;
· Primeiros socorros: inalação: remova da exposição, descanse e mantenha
a vítima aquecida. Não aplique Resorcinol; contato com a pele: remova as roupas
contaminadas e enxágüe a pele atingida com glicerol, polietileno glicol líquido ou
uma mistura de polietileno glicol líquido e álcool metílico 70:30 durante pelo menos
10 minutos. Use água se o solvente não for imediatamente disponível, utilizando o
chuveiro de emergência. Lave as roupas contaminadas antes de usar novamente;
- Ingestão: lave a boca vigorosamente com água, Dê grande quantidade de
água ou leite para beber, 15 a 50 ml de azeite de oliva. Induzir vômito se a pessoa
estiver consciente; contato com os olhos : lavar os olhos com água abundante por
pelo menos 15 minutos, usar o lava – olhos, mantenha os olhos abertos e as
pálpebras afastadas durante a lavagem e procure assistência médica;

Formol (formaldeído, metanal, aldeído fórmico, formalina)

· Características: gás incolor, odor pungente e irritante.


94

· Exemplos de uso: estabilizante ou fixador.


· Riscos: inflamável, irritante; contato cutâneo: endurecimento, rachaduras e
ulceração particularmente ao redor das unhas e dermatoses; contato com olhos:
provoca queimaduras, podendo evoluir à cegueira; inalação: lesões do trato
respiratório superior, pode causar MORTE por edema ou espasmo da glote;
ingestão: inflamação da boca, garganta, esôfago e estômago, pode causar danos
aos rins e sistema nervoso central com convulsão e MORTE. Incompatibilidade
com oxidantes e substâncias alcalinas;
· Medidas de proteção: usar luvas, óculos de segurança, mangotes, avental
de borracha, protetor facial e máscara de proteção. Manusear na capela e manter
ventilação local adequada;
· Armazenamento: cerca de 2 litros, em recipiente de vidro e em local com
temperatura entre 16 e 35 oC;
· Primeiros socorros: inalação: remova da exposição, descanse e mantenha
a vítima aquecida; contato com a pele : banhe a pele com água e lave com água e
sabão. Remova as roupas contaminadas e lave-as antes de usá-las novamente;
ingestão: lave a boca vigorosamente com água e dê água para beber; contato com
os olhos: irrigar os olhos minuciosamente com água. Em casos graves ou de
exposição prolongada, procure assistência médica.

Glutaraldeído (C5H8O2)

· Características: líquido incolor de odor irritante;


· Exemplo de uso: fixação de material biológico e esterilização de
instrumentos endoscópicos;
· Riscos: corrosivo e irritante; contato cutâneo: queimaduras, imediatamente
absorvido; inalação e ingestão: tóxico;
· Medidas de proteção: usar luvas e manusear na capela de exaustão;
· Armazenamento: em recipiente de vidro guardado em câmara fria;
· Primeiros socorros: chamar imediatamente um médico.
95

Hidróxido de Potássio (KOH)

· Características: pó bastante cáustico;


· Exemplos de uso: fixação, medir concentração de glicogênio e proteínas
em tecidos animais;
· Riscos: queimadura, lesão da mucosa e intoxicação. Extremamente
corrosivo. ingestão: violentas dores, hematese e colapso;
· Medidas de proteção: sempre usar luvas, protetor facial e avental de
borracha. Manusear em capela e somente em local seguro, onde exista chuveiro e
lava-olhos de segurança;
· Armazenamento: em recipiente bem fechado;
· Descarte: pia, tratamento anterior ao descarte: neutralização com ácido
clorídrico ou ácido sulfúrico diluídos até atingir pH entre 6 e 8;
· Primeiros socorros: contato cutâneo : lavar com água corrente até que a
pele fique livre do álcali, o que é indicado pelo desaparecimento do aspecto
saponáceo; contato com os olhos : lavar durante 5 minutos com água corrente e
então irrigar durante 30 a 60 minutos com soro fisiológico; ingestão: Diluir o álcali
administrando, de imediato, água ou leite e favorecendo o aparecimento de
vômitos. Suco de frutas, vinagre diluído em igual quantidade de água ou suco de
limão fresco ou enlatado podem então ser dados com o objetivo de neutralizar o
hidróxido de potássio.

Hidróxido de Sódio (soda cáustica) - sólido ou em solução aquosa

· Características: sólido branco, translúcido e muito higroscópico;


· Exemplos de uso: correção de pH, preparo de reagentes, clarificação de
tecido vegetal;
· Riscos: irritante; contato cutâneo: queimaduras. As lesões podem ocorrer
antes que se perceba o contato; contato com olhos: danos permanentes até
cegueira; inalação: irritação das mucosas do sistema respiratório até pneumonia
grave; ingestão: severas queimaduras nas mucosas da boca, esôfago e
96

estômago. Pode ser FATAL. Em contato com água ou umidade pode gerar calor
suficiente para provocar ignição de materiais combustíveis;
· Medidas de proteção: usar luvas (borracha, PVC ou neoprene de punho
longo), avental de borracha, protetor facial. Manusear em local seguro, onde há
chuveiro e lava - olhos de emergência. No preparo de soluções, adicionar
lentamente a soda cáustica à água;
· Armazenamento: em local seco;
· Descarte: pia; tratamento anterior ao descarte: neutralização com ácido
clorídrico ou ácido sulfúrico diluídos até atingir pH entre 5,5 e 8,5;
· Primeiros socorros: contato cutâneo: retirar a vestimenta contaminada
remover imediatamente o produto com grandes quantidades de água, pelo menos
por 15 minutos (usar o chuveiro de emergência). Contato com os olhos: lavar os
olhos com água corrente em abundância, pelo menos por 15 minutos. Usar o lava
– olhos; inalação: transportar o contaminado para área não contaminada;
ingestão: se a vítima estiver consciente, dar óleo de oliva ou outro óleo comestível
para beber. Somente na impossibilidade de ministrar óleo, dar pequenas
quantidades de água. Não provocar vômito. Em todos os casos, procurar um
médico.
- Observações: Já foram constatados acidentes com pessoas que
trabalham na limpeza e usuários dos locais que estão sendo limpos. Algumas
empresas utilizam este produto para desentupimento e limpeza de vaso sanitário.
Aconteceram fatos onde o usuário utilizou o vaso sanitário que estava impregnado
com o produto. A sensação de dor (queima) acontece apenas quando os tecidos
já foram lesionados. Portanto, muito cuidado na utilização deste produto.

Lugol (iodeto alcalino)

Exemplos de uso: fixação de fitoplâncton e dosagem de glicogênio;


· Riscos: Inflamável, de fácil absorção (sistema respiratório, nervoso central
e cardiovascular), e extremamente irritante; contato cutâneo: queimaduras e
97

erupção na pele; contato com os olhos e inalação: vapores corrosivos para os


olhos e vias aéreas superiores; ingestão: causa queimaduras;
· Medidas de proteção: usar luvas e manusear na capela;
· Descarte: pia, com água em excesso; tratamento anterior ao descarte:
acidificação com ácido sulfúrico 3 M e posterior neutralização com soda cáustica;
· Vazamento: cubra com um redutor e misture com água;
· Primeiros socorros: contato com a pele e com os olhos : lave por pelo
menos 15 minutos com grandes quantidades de água. Use chuveiro e lava - olhos
de emergência, ingestão: dê 2 a 4 copos de água e induza vômito; inalação:
remova a pessoa para um local com ar fresco e faça respiração artificial se for
preciso.

Metanol (álcool metílico, álcool da madeira ou carbinol)

· Características : líquido incolor, odor levemente alcóolico quando puro;


· Exemplos de uso: usado como solvente em espectrometria de massa,
para descorar gel de proteínas e purificação de toxinas;
· Riscos: inflamável, tóxico e irritante; contato cutâneo prolongado : é
absorvido, provocando graves alterações sistêmicas; contato com os olhos: lesão
da córnea; inalação e ingestão: podem ser FATAIS. Deprime o sistema nervoso
central e provoca asfixia; ingestão: pode causar cegueira, danos aos rins e fígado;
· Medidas de proteção: usar luvas, óculos de segurança, avental de
neoprene, protetor facial e máscara de proteção. Manusear na capela de exaustão
mantendo a ventilação local adequada;
· Armazenamento: cerca de 2 litros, recipiente de vidro, local ventilado.
Conservar os resíduos impregnados com álcool metílico em recipientes
hermeticamente fechados;
· Descarte: os resíduos devem ser absorvidos por areia seca, terra,
vermiculita, cinza ou material similar. O material absorvente deve ser incinerado
posteriormente. Para pequenas quantidades, absorver com toalhas de papel.
Deixar evaporar em lugar seguro e então queimar o papel distante de materiais
98

combustíveis. Não dispor o álcool metílico diretamente no esgoto, em razão do


risco de explosão. Se necessário fazê-lo, misturar com grande quantidade de
água.
· Em caso de vazamento: evacuar o local. Eliminar todas as fontes de
ignição. Remover o recipiente com vazamento para área ventilada ou isolá-lo,
transferindo seu conteúdo para recipiente adequado. As quantidades vazadas
devem ser limpas imediatamente, conforme descrito no tratamento de resíduos. O
local deve ser lavado com água em excesso;
· Em caso de incêndio: pó químico seco ou dióxido de carbono. Pode-se
utilizar espuma, desde que especial para álcool. A água é eficaz somente em
grandes quantidades;
· Primeiros socorros: contato cutâneo : retirar a roupa contaminada. Lavar
imediatamente a área atingida com água em abundância. Use chuveiro de
emergência; contato com os olhos : lavar os olhos com água corrente em
abundância por, pelo menos, 15 minutos. Utilizar lava – olhos; ingestão: se o
acidentado estiver consciente; provocar vômito dando água morna com sal na
proporção de duas colheres de sobremesa de sal por copo de água, ou colocando
o dedo na garganta) e manter o paciente deitado e aquecido. Se o paciente estiver
inconsciente, não provocar vômito, nem dar nada para beber; inalação: excessiva
de vapores: remover a pessoa para área não contaminada. Mantê-la deitada e
aquecida. Se necessário, fazer respiração artificial. Em todos os casos chamar um
médico.

Nitrogênio (líquido criogênico)

· Características: líquido incolor, inodoro, extremamente frio;


· riscos: queimaduras criogênicas. O vapor pode causar asfixia rápida, pela
falta de oxigênio. Perigos inesperados e adicionais quando 2 ou mais gases se
misturam;
· Medidas de proteção: usar luvas folgadas, óculos de segurança;
99

· Armazenamento: proteger os cilindros de nitrogênio contra danos físicos,


prendendo-os com uma corrente. Feche a válvula quando não estiver em uso ou
quando vazio;
· Descarte: aliviar vagarosamente para a atmosfera externa;
· Incêndio: evacuar a área em perigo. Imediatamente inunde os cilindros
com jatos de água a uma distância máxima até resfriá-los. Remova os cilindros
para longe da área do fogo, se não houver riscos. Não direcione a água para o
nitrogênio líquido;
· Primeiros socorros: contato cutâneo: imediatamente, aqueça a área
congelada com água morna (Não exceder 40º C ou cozinhará os tecidos); contato
com os olhos: lave imediatamente com água corrente por 15 minutos, no mínimo;
inalação: remova para o ar fresco. Administre respiração artificial se não estiver
respirando. Em todos os casos, encaminhe a um médico.

Piridina (C5H5N)

· Características: líquido claro, inflamável, odor característico e


desagradável, fracamente alcalino;
· Exemplos de uso: reações histológicas;
· Riscos: cancerígeno e neurotóxico. Sintomas potenciais de
superexposição: dor de cabeça, nervosismo, confusão mental e insônia, náuseas,
anorexia, diurese, irritação dos olhos, dermatites, riscos aos rins, fígado e
pâncreas;
· Medidas de proteção: usar luvas, protetor facial. Manusear na capela;
· Primeiros socorros: inalação; remover a pessoa da exposição e colocá-la
para descansar, mantendo-a aquecida; contato cutâneo: banhar abundantemente,
remover as vestimentas, lavando-as antes de usá-las novamente; ingestão: lavar
vigorosamente a boca e depois beber um pouco de água com vinagre ou ácido
cítrico 1% ou suco de limão. Procurar um médico.
100

Resina (Spurr)

· Característica: mistura de vários reagentes químicos tóxicos;


· Exemplo de uso: emblocar material biológico;
· Riscos: irritante e tóxica. Sintomas potenciais de superexposição: irritação
dos olhos e sistema respiratório superior, náuseas, dor de cabeça e confusão
mental;
· Medidas de proteção: usar luvas e manusear na capela;
· Armazenamento: em recipiente de vidro a baixas temperaturas (câmara
fria);
· Descarte: deixar polimerizar e só então descartar;
· Primeiros socorros: contato cutâneo e com os olhos : lavar com água em
abundância por pelo menos 15 minutos e chamar um médico.

Tetrahidrofurano (THF, C4H8O)

· Características: líquido com odor semelhante ao do éter, miscível em


água, álcool, cetonas, ésteres, éteres e hidrocarbonos;
· Exemplos de uso: sequenciamento de proteínas;
· Riscos: contato cutâneo, com olhos e mucosas: irritante e narcótico;
· Medidas de proteção: usar luvas, protetor facial, manusear na capela,
destilar apenas na presença de um agente redutor como sulfato ferroso;
· Armazenamento: guardar em recipiente fortemente fechado; em área de
estoque de líquidos inflamáveis bem ventilada, úmida e fria; em local escuro;
· Em caso de acidentes: inalação: remover da exposição, colocar a pessoa
para descansar e mantê-la aquecida; ingestão: lavar a boca vigorosamente,
depois beber um pouco de água e procurar um médico;

Tetroxido de Ósmio (OsO4)


· Características: solução amarelada passando a amarronsada quando
exposta a luz. Odor característico;
101

· Riscos: vapores venenosos. Sintomas: lacrimejamento, distúrbio visual e


conjuntivite, dor de cabeça, dispnéia, dermatite e tosse;
· Exemplo de uso: processamento de material histológico, fixador de células
e tecidos;
· Medidas de proteção: usar luvas e manusear na capela;
· Armazenamento: local fresco e escuro;
· Primeiros socorros: contato com a pele e olhos: lavar imediatamente com
água em abundância por, pelo menos, 15 minutos. Usar chuveiro de emergência
e/ou lava - olhos. Em caso de qualquer acidente, encaminhar a um médico.

TCA (Ácido Tricloro Acético)

· Características: cristal altamente higroscópico, odor penetrante (vinagre);


· Exemplo de uso: precipitação de proteínas, descalcificador e fixador em
microscopia;
· Riscos: inalação, contato e ingestão: queimaduras.
· Medidas de proteção: usar luvas, ter sempre solução de carbonato de
sódio que serve como antídoto;
· Armazenamento: armazenar em local frio. A estocagem do TCA em
solução com menos de 30% de água não é recomendada;
· Primeiros socorros: contato com a pele e olhos: lavar imediatamente com
água em abundância por, pelo menos, 15 minutos. Usar chuveiro de emergência
e/ou lava - olhos. Em caso de qualquer acidente, encaminhar a um médico.

Xilol (xileno)

· Características: líquido incolor, odor similar ao benzeno ou tolueno;


· Exemplos de uso: desidratante histológico, solvente de parafina,
preparação de lâminas histológicas;
102

· Riscos: inflamável, explosivo em contato com o ar e irritante no contato


cutâneo, com os olhos e por inalação: provocando irritação das mucosas
respiratórias, confusão mental e irritação nervosa;
· Medidas de proteção: usar luvas ("viton", PVA ou borracha nitrílica),
óculos de segurança, protetor facial, máscara de proteção. Manusear na capela.
Enclausuramento do processo em que se utiliza o solvente. Ventilação local
adequada;
· Armazenagem: cerca de 2 litros, em recipiente de vidro e em local
ventilado;
· Descarte: combustão devidamente controlada e protegida, em local
apropriado. Não lance xileno no esgoto, pois há a probabilidade de ocorrer
explosão, devida ao acúmulo de vapores;
· Em caso de vazamento: desligue a rede elétrica e remova toda fonte de
ignição. Afaste do local materiais oxidantes. Pequenos vazamentos absorva com
papel absorvente, deixa o solvente evaporar em local seguro e queime o papel no
incinerador;
· Em caso de incêndio: remova da área os recipientes que contenham
xileno. Se não for possível, resfrie os recipientes jogando água da maior distância
possível, até que o incêndio tenha sido extinto. Agente extintor recomendado: pó
químico seco, dióxido de carbono; em incêndios grandes utilizar espuma ou névoa
de água;
· Primeiros socorros: inalação: remova a vítima da exposição, colocando-a
para descansar e a mantenha aquecida; contato com a pele: umedecer a pele e
depois lave com água e sabão. Arejar as roupas contaminadas, pendurando-as
em local aberto e com corrente de ar até sumir o cheiro do xilol, antes de lavá-las;
ingestão: lave vigorosamente a boca com água. Não provoque vômitos. Não dê
nada para beber; contato com os olhos: lave os olhos imediatamente com grande
quantidade de água, levantando ocasionalmente as pálpebras superiores e
inferiores (utilizar lava olhos). Em casos graves ou de exposição prolongada
procure assistência médica.
103

CURSO DE BIOSSEGURANÇA

MÓDULO 5

SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS

Cuidados Básicos para Utilização de Materiais Radioativos

Em muitos experimentos feitos em laboratórios são utilizadas substâncias


radioativas que podem provocar sérios danos à saúde. Como a radioatividade não
pode ser percebida por nossos sentidos, são necessárias medidas de segurança
especiais para sua utilização. Os riscos de manuseio destas substâncias são
originados da exposição interna ou externa do organismo a fontes de
radioatividade.
A exposição interna se dá pela contaminação do organismo por
radioisótopos introduzidos pela via respiratória, digestiva ou cutânea. As
precauções, neste caso, consistem na utilização de equipamentos de proteção
individual (máscara, luvas, e roupas adequadas). Estes são essenciais, pois
alguns produtos como o trítio podem ser absorvidos pela pele. O uso de
equipamentos de proteção coletiva também é importante, por isso devem estar
presentes no local de trabalho e em bom estado de funcionamento. Para a
medição do nível de radiação do local de trabalho, deve-se utilizar o contador
Geiger.
A exposição externa ocorre quando o organismo é irradiado por uma fonte
externa a ele. Os três fatores de proteção que devem ser levados em conta, neste
caso, são:

- Diminuir ao máximo o tempo de exposição, planejando e discutindo


previamente os experimentos;
- Trabalhar o mais longe possível da fonte de radiação;
104

- Utilizar placa protetora de acrílico para atenuar a exposição, no caso do


manuseio de isótopos cuja radiação atravesse eppendorfs ou outros meios de
proteção de rotina (Ex.:32P).

Outras medidas essenciais de proteção estão listadas abaixo:


-Jamais manipule materiais radioativos sem a supervisão de um orientador.
Informe-se junto a essa pessoa sobre instruções de trabalho fixadas no
laboratório;
-Trabalhe sempre de calça comprida de tecido resistente e calçados
fechados (de preferência sapatos fechados e de couro);
- Manipule em câmaras e capelas de acordo com o radionuclídeo e sua
atividade;
- Delimite os locais de trabalho e de armazenamento de materiais
radioativos com marcação específica (data e tipo de isótopo). Identificar as
substâncias e equipamentos utilizados com etiquetas;
-Não retire qualquer substância ou equipamento etiquetados da sala de
radioatividade;
-Restrinja o acesso de pessoas não autorizadas à sala de radioatividade;
minimize a circulação de pessoas na sala durante experimentos para evitar
acidentes;
-Confine os materiais dentro de bandejas, cobertas com papel absorvente,
durante a manipulação;
-Verifique sempre com um monitor de radioatividade (contador Geiger),
antes e depois de cada experimento, se o local de trabalho, o material empregado,
as mãos e se as roupas estão contaminadas. Caso estejam, descarte o que for
possível em lixo adequado. Materiais não descartáveis devem ser limpos com
agentes complexantes como Dextram (EDTA) ou Radikleen;
-Certifique-se de que o material radioativo está sendo descartado
adequadamente.
105

-Sinalize os locais onde são manipulados produtos radioativos com cartazes


de “Cuidado! Área radioativa e o símbolo característico.”
-Todos os Equipamentos de Proteção Individual usados na manipulação de
produtos radioativos deverão ser descartados ao término do uso (máscaras
descartáveis e luvas).

Manipulação de rejeitos
- Os rejeitos devem ser separados, fisicamente, de quaisquer outros
materiais;
-Se não puderem ser removidos da instalação, devem ser colocados em
recipientes de acrílico e armazenados até sua transferência e eliminação. O local
de armazenamento provisório deve ser incluído no projeto da instalação do
laboratório ou centro de saúde;
-Os recipientes destinados à separação, coleta, transporte e
armazenamento de rejeitos devem portar o símbolo internacional de presença de
radiação, colocado de maneira clara e visível;
-A separação de rejeitos deve ser feita no mesmo local em que foram
produzidos, levando em conta as seguintes características:

sólidos, líquidos e gasosos;

· meia vida curta ou longa (mais de 60 dias);


· compactáveis ou não compactáveis;
· orgânicos ou inorgânicos;
· putrescíveis ou patogênicos;
-Outras características perigosas (explosividade, combustibilidade,
inflamabilidade, piroforicidade, corrosividade e toxidade química).
106

Armazenagem

-Os recipientes para segregação, coleta ou armazenamento provisório


devem ser adequados às características físicas, químicas, biológicas e
radiológicas dos rejeitos para os quais são destinados;
-Os recipientes para transporte interno não devem apresentar
contaminação superficial; devem possuir vedação adequada e ter seu conteúdo
identificado.

Tratamento

Qualquer tratamento de rejeitos radioativos deve estar sujeito ao Conselho


Nacional de Energia Nuclear.

Descarte de rejeitos

A eliminação de rejeitos líquidos, sólidos e gases está condicionada à


obtenção do parecer favorável do CNEN, com base na análise técnica dos fatores
ambientais pertinentes.
Os rejeitos líquidos a serem eliminados para a rede de esgotos sanitários
devem ser prontamente solúveis ou de fácil dispersão em água.

Lista com os principais elementos radioativos

Enxofre (35S) - Radiotoxicidade relativa, meia-vida: 87,5 dias;


· exemplos de uso: arcação de proteínas (pesquisa biológica) e diagnóstico
(medicina);
· forma físico/química: líquido/metionina;
· principais emissores: partículas b.
107

Fósforo (32P) - Radiotoxicidade relativa, meia-vida: 14,3 dias;


· exemplos de uso: marcadores (pesquisa biológica) e terapia (medicina);
· forma físico/química: líquido/trifosfato de adenosina (biologia),
líquido/fosfato de sódio e fosfato crômico coloidal B e C (medicina);
· principais emissores: partículas b.

Carbono (14C) – Radiotoxicidade relativa, meia-vida: 5730 anos


· exemplos de uso: marcação de moléculas que contenham carbono
(biologia, medicina), datação de fósseis (geologia)
· forma fisico/química: líquido
· principais emissores: partículas b.

Trítio (3H) – Radiotoxicidade relativa, meia-vida: 12,35 anos


· exemplos de uso: marcações de ácido nucleicos
· forma físico/química: líquido (timidina tritiada, uridina tritiada)
· principais emissores: partículas b.

Condutas de Emergência

Ocorrendo um acidente no laboratório os procedimentos são os seguintes:


- Administrar os primeiros socorros e manter as funções vitais da vítima (no
caso de ingestão, induzir o vômito e tomar muito líquido para eliminar o agente
com maior rapidez; no caso de contato com a pele ou os olhos, lavar
abundantemente);
- Diminuir exposição do indivíduo ao agente tóxico;
- Providenciar transporte para centro de tratamento de urgência, avisar o
centro e manter o paciente consciente;
- Dar instruções para guardar o agente tóxico suspeito no recipiente original
e colocar qualquer material vomitado em recipiente limpo;
108

- Identificar o agente tóxico e, se possível, levar o recipiente original deste


para o médico, junto com a Ficha de Identificação de Segurança do Produto
(FISP).

BIOSSEGURANÇA EM RAIOS X

O técnico em radiologia ou profissional habilitado para a operação de


equipamento emissor de partículas; raios X ou semelhante; deve estar atento às
seguintes normas básicas de biossegurança:

- Estar sempre protegido no momento do disparo, com o avental de chumbo


ou atrás do anteparo.
- Observar as técnicas para a obtenção do exame com o mínimo de
dosagem possível.
- No local de exame, permitir o mínimo de pessoas estranhas ao exame.
Lembre-se que aqueles que não estiverem protegidos receberão dosagem.
- Realizar o exame com a porta fechada, pois ela possui proteção especial
interna de barita ou chumbo.
- Realizar exames de contraste apenas com a presença de um médico;
para o caso de uma emergência, e tendo sempre para o caso de reação alérgica.
- Explicar ao paciente antes do exame o que será realizado.
- Observar uma série de cuidados relativos à cada tipo de exame.
- Freqüentemente realizar análise com dosímetro para avaliar as dosagens
de risco.
- Freqüentemente realizar testes com o aparelho para avaliar a sua
eficiência.
Os raios X são sub-produtos da corrente elétrica, desta forma o aparelho
não apresenta nenhum risco quando estiver desligado.
Lembrar sempre que todos os aparelhos emissores de partículas
dependem de autorização do CENEN, inclusive para a sua mudança de local.
109

Todos os aparelhos emissores de partículas são de responsabilidade da


instituição que os utiliza.

NORMAS DE BIOSSEGURANÇA EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA

Na Clínica de Radiologia, existem cuidados a serem rigorosamente


cumpridos em relações as normas de biossegurança. Existem Instituições
Internacionais que são responsáveis pelas regras de biossegurança a serem
obrigatoriamente cumpridas: OSHA - (Occupational Safety and Health
Administration); EPA (Environmental Protection Agency); ADA (American Dental
Association); CDC (Center for Disease Control) e OSPA (Office Sterilization and
Asepsis Procedure).
No Brasil, a Vigilância Sanitária responsabiliza-se pelo controle e
fiscalização das condições de higiene dos estabelecimentos de saúde.
A área de atuação da Radiologia Convencional possui objetos e superfícies
que entram em contato direto com a membrana mucosa e estes são chamados de
vetores semi-críticos que são: A mão do operador, os filmes radiográficos intra-
orais e os posicionadores para técnica radiográfica intra-oral do paralelismo. Os
vetores não-críticos que não entram em contato íntimo com a membrana mucosa
que são: A cadeira radiológica; Cilindro localizador; Painel de controle dos
aparelhos de Raios X; Disparador de Raios X e Avental plumbífero - todos devem
recebem os devidos cuidados em relação a biossegurança conforme descrito a
seguir:

1- Mão do Operador - Uso obrigatório de luvas descartáveis durante o exame


radiográfico, não podendo o profissional reutilizá-la e tendo a necessidade da
troca da mesma de um paciente para o outro.

2- Filmes Intra-Orais - Uso obrigatório do filme Ektaspeed Plus (Kodak) ou


utilização de filme de PVC para promoção de uma barreira protetora exercendo a
110

mesma função do filme Ektaspeed Plus, com a mesma eficiência e um custo


reduzido.

Técnica e metodologia de Biossegurança proposta para Radiologia

Seqüência da técnica :

A- Envolver os filmes Intra-Orais, com película de PVC (tipo “Rolopac” ou similar);

B- Colocá-los no copo descartável 01;

C- Remoção dos filmes intra-orais do copo 01, para a sua utilização no paciente,
com exposição aos Raios X do mesmo (estes ficarão então contaminados de
saliva);

D- Após a exposição, proceder a remoção do PVC dos filmes intra-orais, com


devidos cuidados e colocá-los no copo 02.

E– Revelar o filme.

Assim, evitamos o egresso de microorganismos patogênicos para os


ambientes de processamento radiográfico.
111

CURSO DE BIOSSEGURANÇA

MÓDULO 6

ANIMAIS PEÇONHENTOS

A Fundação Nacional de Saúde revela que a ocorrência do acidente ofídico


está, em geral, relacionada a fatores climáticos e aumento da atividade humana
nos trabalhos no campo.
Em levantamento realizado constatou, em relação ao local da picada, que
os pés e as pernas foram atingidos em 70,8% dos acidentes notificados e em
13,4% a mão e o antebraço.
A utilização de equipamentos individuais de proteção como sapatos, botas,
luvas de couro e outros poderia reduzir em grande parte esses acidentes.
Quanto a faixa etária observou-se que em 52,3% das notificações, a idade
dos acidentados variou de 15 a 49 anos, que corresponde ao grupo etário onde se
concentra a força de trabalho. O sexo masculino foi acometido EM 70% dos
acidentes, o feminino em 20% e, em 10%, o sexo não foi informado (BRASIL,
1999).
A soroterapia antiveneno (SAV), quando indicada, é um passo fundamental
no tratamento adequado dos pacientes picados pela maioria dos animais
peçonhentos. A dose utilizada deve ser a mesma para adultos e crianças, visto
que o objetivo do tratamento é neutralizar a maior quantidade possível de veneno
circulante, independentemente do peso do paciente. A sua aprovação deve ser
preferencialmente realizada em postos de atendimento médico.
Uma das principais medidas corretivas é ter soros heterólogos antivenenos,
que são produzidos pelo Instituto Butantã em São Paulo, as ampolas devem ser
conservadas em geladeira, à temperatura de 4 a 8 graus centígrados positivos,
devendo-se evitar o congelamento, sendo sua validade , em geral de 2 a 3 anos
(BRASIL,1999).
112

Ofidismo

Identificar o animal causador do acidente é importante, pois possibilita:


- A dispensa imediata da maioria dos pacientes picados por serpentes não
peçonhentas;
- Viabiliza o reconhecimento das espécies de importância médica ao nível
regional; é medida auxiliar na indicação mais precisa do antiveneno a ser
administrado. Na medida do possível o animal causador deve ser encaminhado
para identificação por técnico treinado. A conservação dos animais mortos pode
ser feita, embora precariamente, pela imersão dos mesmos em solução de
formalina a 10% ou álcool comum a 70% e acondicionados em frascos rotulados
com os dados do acidente, inclusive a procedência.
Os predadores naturais das serpentes são: Cangambás, cachorros do
mato, gatos, onças, porcos e até galinhas podem ocasionalmente, atacar as
serpentes; corujas, jaburus, mangustos da Índia, pássaro secretário, corvos e o
homem com suas máquinas (SOERENSEN, 1996).
No mundo todo existem aproximadamente 2.500 espécies de serpentes.
Destas, 250 ocorrem no Brasil, sendo que 70 são consideradas peçonhentas, no
Brasil não existem cobras, apenas serpentes.
As serpentes peçonhentas não são agressivas e atacam somente quando
se sentem ameaçadas, numa atitude de defesa.
Quando estão se locomovendo, com o corpo estirado e quando
pressentem o perigo, rapidamente se enrodilham e ficam com o pescoço em forma
de “S”. Nesta posição ela podem dar o bote, que é proporcional ao seu tamanho,
alcançando em média um terço do seu comprimento.

Como Prevenir Acidentes

O uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos evita


cerca de 80% dos acidentes;
113

Como cerca de 15% das picadas atinge mãos ou antebraços, usar luvas de
aparas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha, palhas etc.
Não colocar as mão em buracos pois cobras gostam de se abrigar em locais
quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas de
feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros; Onde há rato há cobra.
Limpar paióis e terreiros, não deixar amontoar lixo. Feche buracos de muros e
frestas de portas; Evitar acúmulo de lixo, de pedras, tijolos, telhas, madeiras, bem
como mato alto ao redor das casas, que atraem e abrigam pequenos animais que
servem de alimento às serpentes.

Primeiros Socorros:

Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão;


Manter o paciente deitado;
Manter o paciente hidratado;
Procurar o serviço médico mais próximo;
Se possível, levar o animal para identificação.

Não deve ser feito:

Não fazer torniquete ou garrote;


Não cortar o local da picada;
Não perfurar ao redor do local da picada;
Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes;
Não oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos.

No Brasil as serpentes peçonhentas estão distribuídas em quatro gêneros:


- Jararacas (Bothrops): Jaracussu, Cotiara, Urutu, Cruzeira, etc. São encontradas
em locais úmidos e atingem até 1,8 metro de comprimento quando adultas.
Ocorrem em todo o território Brasileiro.
114

- Cascavéis (Crotalus): Cascavel. Preferem locais secos e pedregosos, campos


abertos, cerrados e pastagens. São encontradas em todo o Brasil com exceção da
floresta amazônica, Mata atlântica e litoral. Podem chegar a até 1,6 metro de
comprimento.

- Surucucus (Lachesis): Surucutinga, surucucu-de-fogo, etc. São as maiores da


América Latina, podendo chegar a até 3,5 metro de comprimento. Seu bote é
superior a um terço do tamanho do seu corpo. Vivem em florestas altas como a
Amazônia e Mata Atlântica.

- Corais (Micrurus) Vivem em lugares quentes, úmidos e escuros. São


encontradas em todo o Brasil.

Presença de FOSSETA LOREAL: Característica de serpente venenosa.

Aracnídeos (escorpiões e aranhas)

Os escorpiões ou lacraias são animais predadores, alimentando-se


principalmente de insetos, como grilos ou baratas. Apresentam hábitos noturnos,
escondendo-se durante o dia sob pedras, troncos, dormentes de linha de trem, em
entulhos, telhas ou tijolos. Alguns vivem em áreas urbanas, onde encontram
abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação farta. Os escorpiões
podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água, o que torna
seu combate muito difícil (BRASIL, 1999).
As aranhas são animais carnívoros, alimentando-se principalmente de
insetos, como grilos e baratas. Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, o coeficiente de incidência dos
acidentes aracneídicos situa-se em torno de 1,5 casos por 100.000 habitantes. A
maioria das notificações provem das Regiões Sul e Sudeste Os inimigos naturais
das aranhas são predadores ocasionais como os pássaros, os sapos, as
lagartixas. Há ainda os inimigos especializados como parasitas (ácaros) e vespas
115

que depositam os seus ovos no abdômen das aranhas que surgem na sua frente
(SOERENSEN, 1996).

As aranhas de importância médica são:

As aranhas armadeiras ou banana spiders não constroem teia geométrica,


sendo animais errantes que caçam principalmente à noite. Os acidentes ocorrem
freqüentemente dentro das residências e na suas proximidades, ao se
manusearem material de construção, entulhos, lenha ou calçando sapatos. Os
acidentes notificados no Brasil ocorrem predominantemente nos Estados do Sul e
Sudeste. Em áreas urbanas, dentro das casas e em seu entorno, atingindo
principalmente os adultos de ambos os sexos. As picadas ocorrem
preferencialmente em mãos e pés (BRASIL, 1999).
Ocorrem em toda a América do sul. Pelo fato de abrigarem-se em cachos
de banana são exportadas para outros países (SOERENSEN, 1996).
Segundo este autor estas aranhas tem hábitos noturnos, caçando suas
presas ativamente, sem uso de teia, apenas usando o veneno. Abrigam-se em
fendas de barrancos, sob cascas de árvores ou troncos caídos, em bananeiras,
bromélias, palmeiras. Também procuram as imediações das residências onde
durante o dia escondem-se em madeiras empilhadas, no meio de tijolos ou telhas,
onde encontram alimento abundante.
As aranhas marrons constroem teias irregulares em fendas de barrancos,
sob cascas de árvores, telhas e tijolos empilhados, atrás de quadros e móveis,
cantos de parede, sempre ao abrigo da luz direta. Não são aranhas agressivas,
picam quando comprimidas contra o corpo. No interior de domicílios, ao se
refugiar-se em vestimentas, acaba provocando acidentes (BRASIL, 1999).
As viúvas-negras constroem teias irregulares entre vegetações arbustivas
e gramíneas, podendo apresentar hábitos domiciliares e peridomiciliares. Os
acidentes ocorrem normalmente quando são comprimidas contra o corpo .As
aranhas-de-grama ou aranhas-de-jardim, apesar da freqüência de acidentes, não
116

constituem problema de saúde pública. São aranhas errantes, não constroem teia
e freqüentemente são encontradas em gramados e jardins.
Aranhas caranguejeiras provocam acidentes sem maior importância médica
(BRASIL, 1999).

Como prevenir acidentes

- Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas


secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas;
- Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto,
bananeira e outras) junto a paredes e muro das casas. Manter a grama aparada;
- Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa
faixa de um ou dois metros junto das cassas;
- Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los pois as aranhas e escorpiões
podem se esconder neles e picam ao serem comprimidos contra o corpo;
- Não por as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. É comum a
presença de escorpiões sob dormentes da linha férrea;
- O uso de calçados e de luvas de raspas de couro pode evitar acidentes;
- Como muitos destes animais apresentam hábitos noturnos, a entrada nas
casas pode ser evitada vedando-se as soleiras das portas e janelas quando
começar a escurecer;
- Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;
- Combater a proliferação de insetos, para evitar o aparecimento das
aranhas que deles se alimentam;
- Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e
paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia na portas,
colocar telas nas janelas;
- Afastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e
mosquiteiros encostem no chão. Não pendurar roupas nas paredes; examinar
roupas principalmente camisas, blusas e calças antes de vestir. Inspecionar
sapatos e tênis antes de usá-los;
117

- Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes que


possam ser mantidos fechados, para evitar baratas, moscas ou outros insetos de
que se alimentam os escorpiões;
- Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas como aves de
hábitos noturnos (coruja), joão-bobo, lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos,
cotias, etc.(na zona rural).

Primeiros Socorros
- Lavar o local da picada;
- Usar compressas mornas ajudam no alívio da dor;
- Procurar o serviço médico mais próximo;
- Se possível, levar o animal para identificação.

Abelhas e Vespas

Da caracterização : A incidência de acidentes com abelhas e mamangavas, vespa


amarela, vespão, maribondo e formigas, insetos que apresentam ferrões
verdadeiros, é desconhecida. Os relatos de acidentes graves e de mortes pela
picada de abelhas africanizadas são conseqüência da maior agressividade dessa
espécie (ataque maciço) e não das diferenças de composição de seu veneno
(BRASIL, 1999).

Como prevenir acidentes


- A remoção das colônias de abelhas e vespas situadas em lugares
públicos ou residências deve ser efetuada por profissionais devidamente treinados
e equipados;
- Evitar aproximação de colméia de abelhas africanizadas Apis mellifera
sem estar com vestuário e equipamento adequados (macacão, luvas, máscara,
botas, fumigador, etc.);
- Evitar aproximar-se dos ninhos quando as vespas estiverem em intensa
atividade, cujo pico é atingido geralmente entre 10 e 12 horas;
118

- Evitar caminhar e correr na rota de vôo percorrida pelas vespas e abelhas;


- Evitar aproximar o rosto de determinados ninhos de vespas pois algumas
esguicham o veneno no rosto do operador, podendo provocar sérias reações nos
olhos;
- Evitar a aproximação dos locais onde as vespas estejam coletando
materiais: hortaliças e outras plantações, onde procuram por lagartas e outros
insetos para alimentar sua prole; flores (coleta de néctar); galhos, troncos e folhas
(coletam fibras para construir ninhos de celulose); locais onde haja água
principalmente em dias quentes, outras fontes de proteína animal e carboidrato
tais como frutas caídas, caldo de cana-de-açúcar (carrinhos de garimpeiros) ,
pedaços de carne e lixo doméstico; Barulhos, perfumes fortes, desodorantes, o
próprio suor do corpo e cores escuras (principalmente preta e azul-marinho)
desencadeiam o comportamento agressivo e consequentemente o ataque de
vespas e abelhas.
- Nunca utilizar produtos perigosos (defensivos agrícolas) para as abelhas
no momento da floração, além de ser prejudicial à polinização, poderá incitar as
abelhas a atacá-lo.

Primeiros Socorros

- Em caso de acidente, provocado por múltiplas picadas de abelhas ou


vespas, levar o acidentado rapidamente ao hospital e alguns dos insetos que
provocaram o acidente;
- A remoção dos ferrões pode ser feita raspando-se com lâminas, evitando-
se retirá-los através de pinças, pois provocam a compressão dos reservatórios de
veneno, o que resulta na inoculação do veneno ainda existente no ferrão.

Lepidópteros (Lagartas)
119

Acidente muito comum em todo o Brasil, resulta do contato da pele com


lagartas urticantes. Dados das Regiões Sul e Sudeste indicam que existe uma
sazonalidade na ocorrência desses acidentes, que se expressa mais nos meses
quentes, relacionada possivelmente ao ciclo biológico dos agentes. Normalmente
o acidente é causado por contato com lagartas urticantes de vários gêneros
lepidópteros, ou por contato com cerdas da mariposa Hylesia sp (BRASIL, 1999).

Como prevenir Acidentes

Com a Hylesia: Afastar-se de luminárias, principalmente com lâmpadas de


mercúrio e fluorescente, quando ocorrer surtos de Hylesia (Mariposa-da-coceira).
Nestas ocasiões a troca das roupas de cama, antes de dormir, faz-se necessária,
bem como a limpeza de móveis por meio de pano úmido, retirando-se, dessa
forma, as inúmeras microscópicas cerdas.
Com o Pararama: Para os trabalhadores em seringais é indicado o uso de
luvas.
Com a Lonomia: Os acidentes ocorrem geralmente na manipulação de
troncos de árvores, frutíferas e jardinagem (seringueiras, araticuns, cedro,
figueiras-do-mato, ipês, pessegueiros, abacateiros, ameixeiras, etc.). Verificar
previamente a presença de folhas roídas na copa, casulos e fezes de lagartas no
solo com seu aspecto típico, semelhante a grãos dessecados de pimenta-do-reino.
Observar, durante o dia, os troncos das árvores, locais onde as larvas poderão
estar agrupadas. Ã noite, as taturanas dirigem-se para as copas das árvores para
se alimentarem das folhas; Usar luvas de borracha, especialmente as pessoas
que têm contato freqüente com as plantas.

Primeiros Socorros:

- Lavar imediatamente a área afetada com água e sabão;


- Usar compressas com gelo ou água gelada que auxiliam no alívio da dor;
- Procurar o serviço médico mais próximo;
120

- Se possível, levar o animal para identificação.


Coleópteros

São os besouros ou coleópteros. O besouro potó (trepa-moleque, péla-


égua, fogo-selvagem) vive em lugares úmidos, arrozais, culturas de milho e
algodão. São espécies polífagas, predadoras de outros insetos, nematóides e
girinos. Quando molestados, os adultos se defendem com as mandíbulas,
tentando morder, ao mesmo tempo em que encurvam o abdomem, provavelmente
também para acionar a secreção das glândulas pigidais. A compressão ou atrito
destes besouros sobre a pele determina em quadro dermatológico, decorrente da
liberação, por parte do inseto, de substâncias tóxicas de efeito cáustico e
vesicante. O contato ocorre, muitas vezes, nas proximidades de luz artificial para a
qual são fortemente atraídos (BRASIL, 1999).

Como prevenir Acidentes:

- Nas áreas geográficas de maior ocorrência de casos é aconselhável


adotar a telagem de portas e janelas;
- Ao perceber que um potó pousou sobre a pele, não se deve tocá-lo, mas
tentar expulsá-lo de uma vez, soprando energicamente sobre ele, e lavar
imediatamente a área de contato, com água abundante e sabão.

Peixes

O ictismo, são acidentes humanos provocados por peixes marinhos ou


fluviais. Algumas espécies provocam acidentes por ingestão (acidente passivo),
enquanto outras por ferroadas ou mordeduras (acidente ativo). Os acidentes
ativos ocorrem quando a vítima invade o meio ambiente destes animais ou no seu
manuseio. Nas duas formas de ação encontram-se peixes peçonhentos ou não
peçonhentos (BRASIL, 1999).
121

Como prevenir Acidentes:

- Evitar banhos em águas sabidamente habitadas por candirus, piranhas,


poraquês, arraias ou tubarões;
- Manusear cuidadosamente os peixes na sua retirada do anzol ou da rede

Primeiros Socorros:

- Lavar o local com água e fazer compressas de água morna.


- Procurar o serviço médico mais próximo;
- Se possível, levar o animal para identificação.

FINAL DO MÓDULO 6
122

CURSO DE BIOSSEGURANÇA
MÓDULO 7

A BIOSSEGURANÇA EM ARQUITETURA DE BIOTÉRIOS

A biossegurança de biotérios pode ser definida como sendo um conjunto de


ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes a
estas atividades e que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do
meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Neste contexto está
inserida a atuação do médico veterinário, que é essencial para o estabelecimento
e manutenção das condições adequadas em uma unidade de criação ou de
experimentação animal.
A classificação do nível de biossegurança, nos laboratórios de
experimentação animal, é norteada por diversos fatores. Dentre eles destaca-se a
patogenicidade do microrganismo infectante, virulência, via de inoculação,
endemicidade, conseqüências epidemiológicas, disponibilidade de tratamento
eficaz e de medidas profiláticas.
Muitas normas utilizadas internacionalmente por biotérios são definidas pela
National Research Council.
Em 1997, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança estabeleceu a
“Classificação de agentes etiológicos humanos e animais com base no risco
apresentado”, em sua Instrução Normativa n. 7 Como forma de exemplificação,
observa-se que: Leishmania, Toxocara canis, Lepstopira interrogans, Clostridium
botulinum e o vírus rábico pertencem à classe de risco 2. Brucella, Mycobacterium
bovis, vírus rábico urbano e vírus da Varíola Símia pertencem à classe de risco 3.
Os agentes da Febre Hemorrágica , vírus da Peste Suína, Vírus da Febre Aftosa e
o vírus da Peste Equina Africana pertencem à classe de risco. Portanto, o tipo de
projeto de edificação dos laboratórios de experimentação animal será determinado
por esta classificação.
O presente trabalho visa contribuir com a equipe multidisciplinar envolvida
no planejamento de um projeto arquitetônico, no momento em que discute a
123

maioria das variáveis que caracterizam a ciência de animais de laboratório.


O desenho das instalações que compõem um biotério ou um laboratório de
experimentação animal, constitui um dos fatores de maior importância
assegurando a eficácia de seu funcionamento e, consequentemente, o cuidado e
a vigilância adequados à manutenção dos animais que nele ficam alojados.
Para a implantação de um biotério, é necessária a observação dos
aspectos da qualificação e quantificação dos animais a serem alojados,
localização e edificação do biotério, dimensionamento interno, organização
espacial e funcional, etc. A estruturação da área deve estar relacionada ao tipo de
atividade a ser desenvolvida. A relação entre espaço e atividade é caracterizada
por requisitos ambientais, morfológicos e funcionais.

CARACTERIZAÇÃO DE BIOTÉRIOS

Biotérios são instalações capazes de produzir e manter espécies animais


destinadas a servir como reagentes biológicos em diversos tipos de ensaios
controlados, para atender as necessidades dos programas de pesquisa, ensino,
produção e controle de qualidade nas áreas biomédicas, ciências humanas e
tecnológicas segundo a finalidade da instituição.
Cada situação é específica, devendo o projeto ser estabelecido em função
do plano de produção ou de necessidades de utilização de animais.
Deve ser estabelecido um padrão de organização que permita a criação ou
a experimentação animal dentro de padrões de higiene, assepsia e segurança
necessários à obtenção ou utilização de diferentes espécies animais segundo seu
padrão sanitário. Os animais criados serão usados como reativos biológicos.
Portanto a sua pureza deverá ser fiscalizada ainda dentro do biotério, de forma a
apresentar reações uniformes propiciando a repetibilidade e a reprodutibilidade de
resultados experimentais. Caso isto não aconteça, qualquer experimento realizado
com estes animais não terá valor científico algum.
Tanto os animais de criação, que serão utilizados como reativos, quanto os
animais infectados requerem uma permanente vigilância ambiental, higiênica,
124

profilática, epidemiológica, nutricional e genética. Isto necessita de uma estrita


disciplina operacional.

TIPOS DE BIOTÉRIOS

Um dos pontos a ser analisado para a instalação de um biotério é a


localização, que está diretamente relacionada à sua finalidade.
São características indispensáveis:
- A localização deverá ter: facilidade de estacionamento, local para carga e
descarga de animais e suprimentos.
- Em biotério de experimentação, onde os animais ficarão alojados durante
um determinado período experimental, é necessário que esta construção seja
próxima à do laboratório de pesquisa.
- Deverão ser previstos espaços para a instalação de barreiras sanitárias de
proteção, tanto para o trabalhador quanto para o meio ambiente.
- A instalação do biotério de criação deverá ser em áreas isoladas, distantes
de centros urbanos, em locais onde possa ser mais facilmente evitada a
introdução de fatores ambientais desfavoráveis.

CRITÉRIOS GERAIS DE PROGRAMAÇÃO

As necessidades irão orientar o planejamento da edificação. É necessário


observar as seguintes características para o biotério:
- espécie animal;
- definição do padrão sanitário;
- densidade de ocupação animal;
- tipo de caixas e de estantes;
- tipo de separação por sala (espécie animal, tipo de ensaio ou nível de
biossegurança);
- Se existe necessidade de isolamento;
- espaços auxiliares;
125

- definição do fluxograma das operações;


- tamanho da sala incluindo altura, largura e comprimento;
- arranjo interno dos espaços;
- informações a respeito da circulação ou tráfego, incluindo atividades
operacionais tais como entrada de caixas, ração, saída do lixo, lavagem de
materiais (caixas e bebedouros), quarentena, dentre outras; tipos de linhas de
serviços (água, gases, energia, internet e interfonia);
- Local de depósito de rações e outros materiais;
- circulação vertical (escadas e elevadores) e rotas ( rotas de acesso e de
saída);
- Inclusão ou não de sala expositiva;
- Sistema de filmagem;
- Sistema de ar condicionado e/ou aquecimento;

IMPLANTAÇÃO DO BIOTÉRIO

Os biotérios podem ser implantados de duas formas: pavilhonar ou em


bloco único.
O sistema pavilhonar possui áreas destinadas aos animais independentes
da área de controle de serviços. Nas áreas dos animais encontram-se os
equipamentos mecânicos, bem como o depósito de ração e suprimentos. Nas
áreas de serviço encontram-se a recepção dos suprimentos, escritórios e
equipamentos para lavagem e desinfecção. Esta forma é bastante favorecida por
limitar o acesso. Os animais são facilmente separados por espécie e por
categoria, em edificações específicas, contendo anexos comuns. Além disto, a
construção pavilhonar facilita a expansão quando necessária. Porém, para este
tipo de edificação, são elevados os custos de construção e de manutenção. Os
espaços de apoio comuns deverão estar localizados centralmente em relação às
áreas de produção a fim de que sejam facilitados os fluxos operacionais.
O sistema construção em bloco único está disposto num só piso, situado ao
nível térreo, para facilitar o controle sanitário, as rotinas de trabalho, o acesso de
126

pessoal, de suprimentos e a evacuação de lixo. Neste tipo de implantação os


acessos ao biotério se dão através de barreiras. São independentes dos acessos
às outras áreas ocupadas. Pode possuir um único corredor ou um sistema de dois
corredores.
No sistema mais simples, que constitui o biotério convencional, a circulação
de pessoas, de material limpo, de lixo contaminado e de outros materiais, são
feitos através de um único corredor, o que pode propiciar contaminação.
No segundo tipo o acesso e a saída das salas são separados, ou seja,
passam a ocorrer por dois corredores independentes, havendo, portanto, maior
nível de contenção. Este biotério possui melhor padrão sanitário porém requer
maior área física. São dois corredores separados; O primeiro, denominado
corredor de acesso (de distribuição ou corredor “limpo”), é destinado ao tráfego de
pessoal técnico e de material a ser enviado às salas. O segundo, denominado
corredor de retorno (ou corredor “contaminado” ou “sujo”) é destinado à saída de
todos os materiais a serem encaminhados à esterilização, lavagem e incineração.
Com o intuito de aumentar a área laboratorial e de manutenção de animais,
podemos obter biotérios de altos padrões sanitários com um só corredor se houver
um controle rígido das boas práticas laboratoriais. Neste tipo de biotério teríamos
a entrada e saída de materiais sendo feita através de autoclaves de porta dupla.

CONDIÇÕES AMBIENTAIS – ASPECTOS RELEVANTES

Em termos de resposta biológica, todo experimento animal é a composição


de efeitos genéticos e ambientais. Muitos fatores físicos, químicos e
microbiológicos do ambiente, acrescidos aos fatores genéticos, podem, de alguma
forma, influenciar a resposta do animal ao estímulo experimental. É importante
observar:
- Meio ambiente e espaços mal planejados podem propiciar situações
dramáticas como a super-aglomeração que leva à asfixia ou ao canibalismo.
- O ambiente artificial transtorna, por vezes, aspectos comportamentais
essenciais. PRINCE (1976), observou tal transformação em espécies que praticam
127

a territorialidade mas que, em cativeiro, passam a estabelecer hierarquias sociais,


desde que os indivíduos menos fortes não tenham como evitar os indivíduos
dominantes.
A saúde do animal depende principalmente de sua alimentação adequada e
nível de estresse. Desta forma não é aconselhável a troca de tratador; barulhos
em demasia; quebra dos hábitos normais do animal (período de atividade e
repouso); Visita de muitas pessoas ao mesmo tempo; troca abrupta de
alimentação.
No biotério os ruídos originam-se de diversos fatores, tais como vocalização
de pessoas e dos próprios animais, operações de limpeza e de alimentação,
funcionamento de equipamentos, bater de portas, dentre outros.
Avaliam-se os ruídos pela intensidade, que é medida em decibéis (dB) e,
pela freqüência, que é medida em Hertz. As freqüências inaudíveis ao homem são
chamadas de infra-som (baixas) (sons graves) e ultra-som (altas) (sons agudos).
A maioria dos animais, incluindo os animais de laboratório, ouve sons de
freqüências superiores àquelas audíveis pelo homem. Tanto o homem quanto os
animais apresentam, dentro de suas faixas de freqüências de audição, as
chamadas faixas de sensibilidade, ou seja, um ou mais intervalos de freqüência
nos quais é maior a percepção da intensidade do som.

Temperatura e umidade

Estas condições estão associadas aos níveis de metabolismo e


comportamento animal. Para cada espécie animal existe uma faixa requerida de
temperatura e umidade ambiental, na qual a temperatura corporal pode ser
mantida constante através de mecanismos termorreguladores.
Para estabelecer as condições ambientais de temperatura e umidade
deverá ser considerada a transferência de calor por irradiação do animal para o
ambiente, a perda de calor livre ou forçado devido ao movimento do ar e a perda
de calor por condução desde o corpo do animal aos materiais que entram em
contato com ele. Além disto, para ajuste das condições térmicas, deverão ser
128

considerados ainda aqueles fatores que foram impostos aos animais para fins de
sua adaptação, tais como tamanho e material da gaiola, a presença ou ausência
de material de cama, densidade populacional e outros.

Luminosidade

Na definição das condições ambientais de luz, deverão ser considerados a


duração do fotoperíodo (horas/luz X horas/escuro), a intensidade expressa em Lux
(lumens/m2) e o comprimento de onda, expressa em Angstrons.
A luz visível estimula fotorreceptores e é responsável pela fotoperiodicidade
que regula os ritmos circadianos, ciclos reprodutivos, atividade locomotora,
consumo de água e alimentos, temperatura corpórea, toxicidade e efetividade de
drogas, níveis séricos de lipídeos e de outros elementos.
O fotoperíodo deverá ser controlado. A luz é um fator sincronizador que
origina o sistema circadiano, que é uma adaptação filogenética quase sincrônica
com a rotação da Terra.
É um engano achar que a iluminação obtida através das janelas ou vidraças
é natural. A luz obtida desta forma, apresenta um espectro mais vermelho, para o
qual os animais de laboratórios são insensíveis, e menos violeta, que, além de
elevar a carga térmica do recinto, aumenta o custo dos equipamentos de
climatização.

Gradiente de pressão

O fluxo de ar de áreas sujas para áreas limpas deve ser banido e as


pressões de ar deverão ser sempre maiores nas áreas limpas ou estéreis, nas
quais é requerido menor contaminação ou maior assepsia. Já nas salas de
experimentação animal as pressões de ar devem ser sempre menores que nos
corredores de acesso, para que seja evitada a contaminação ambiental por
microrganismos patogênicos.
Os gradientes de pressão, além do diferencial de pressão, deverão também
129

ser assegurados. Por exemplo: os gradientes de pressões em áreas estéreis ou


limpas para as áreas sujas devem ser:
- depósito de suprimentos esterilizados e corredor limpo: tripla positiva;
- salas de animais devem possuir pressão dupla positiva; corredor sujo,
pressão positiva simples e o exterior pressão normal.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O MICRO-AMBIENTE

Micro-ambiente é o ambiente imediato da gaiola. Este ambiente é


fundamental para o projeto e o planejamento de biotérios.
Os componentes mais importantes são os materiais usados na confecção
de gaiolas, o projeto da gaiola, a distribuição espacial das gaiolas e o material da
cama.
As correntes convectivas, provocadas pelo calor dos animais, associadas
ao número de animais por gaiola, de gaiola por estante e de gaiolas por sala, são
fatores que poderão contribuir para a contaminação cruzada. O movimento de ar
resultante em cada sala depende da interação entre as correntes de ar que se
originam das gaiolas com animais, de outras fontes de calor (equipamentos,
lâmpadas e janelas), de movimento, bem como do próprio sistema de
insuflamento e de exaustão.

RISCOS PROVENIENTES DO MANEJO DE ANIMAIS

O manejo de animais oferece aos humanos, basicamente, dois tipos de


risco: o de infecção e o traumático (por agressão), que muitas vezes poderá levar
ao infeccioso.
Os animais podem excretar microrganismos nas fezes, urina, saliva ou
aerolizá-los, originando infecções.
Existe também a possibilidade de inoculação de patógenos por mordeduras
ou arranhaduras, assim como a transmissão direta, por contato com o animal, seu
sangue ou tecidos coletados em necrópsias e autópsias, e indireta, por inalação
130

de poeira originada das gaiolas e camas dos animais.


Considerando, ainda, que animais infectados podem apresentar infecções
subclínicas, não apresentando os sintomas da doença, todos os animais deverão
ser considerados potencialmente infectados. Além disto é bom lembrar que,
geralmente, as infecções naturais oferecem maior risco que as induzidas. Isto
porque não são geralmente sintomáticas e não serão detectadas antes das
primeiras manifestações.

NÍVEIS DE CONTENÇÃO FÍSICA

Os níveis de contenção física estão relacionados aos requisitos de


segurança para o manuseio de agentes infecciosos. São classificados em quatro
classes de risco.
Estes agentes estarão presentes naturalmente ou inoculados
experimentalmente em animais nos biotérios de experimentação e irão
estabelecer os níveis de biossegurança.
Laboratórios de experimentação animal de nível de biossegurança 1 são
aqueles utilizados no ensino básico. Nestes não é necessário nenhum tipo de
desenho especial além do atendimento às boas práticas laboratoriais e de um
planejamento eficaz.
Os laboratórios de experimentação animal de nível de biossegurança 2 são
aqueles que manipulam animais infectados com microrganismos da classe de
risco 2.
Nestes, o atendimento às boas práticas laboratoriais estão somados alguns
requisitos físicos de construção. Os laboratórios níveis 1 e 2 são considerados
laboratórios básicos de experimentação animal.
O laboratório de experimentação animal de contenção, nível de
biossegurança 3, requer desenho e construção mais especializados que aqueles
de níveis 1 e 2. Neste nível de biossegurança, os técnicos deverão receber
treinamentos específicos quanto ao manuseio seguro destes microrganismos.
No laboratório de experimentação animal de contenção máxima, nível de
131

biossegurança 4, as atividades estão diretamente relacionadas às atividades do


laboratório de contenção máxima. Este tipo de laboratório apenas deverá
funcionar sob o controle direto das autoridades sanitárias e, devido ao alto grau de
complexidade de atividades, recomenda-se a elaboração de manual de
procedimento de trabalho pormenorizado devendo ser previamente testado por
exercícios de treinamento.

BARREIRAS PRIMÁRIAS

Barreira é um sistema que combina aspectos construtivos, equipamentos e


métodos operacionais que buscam o controle das condições ambientais das áreas
fechadas e a minimização das probabilidades de contaminações.
São tipos de equipamentos utilizados dentro da sala para evitar a
contaminação e a liberação de contaminantes biológicos, químicos ou
radiológicos. São constituídas pelas caixas com sistemas de ventilação-exaustão
próprios e pelas cabines de segurança biológica.

- Caixas ventiladas
Estas caixas podem ser: caixas com filtros no topo, caixas de isolamento e
cubículos para isolamento de caixas.

- Cabines de Segurança Biológica


Estes tipos de equipamentos têm como objetivo principal conter quaisquer
aerossóis gerados durante os ensaios com animais, tais como: necrópsias de
animais infectados, manuseio de fluidos ou tecidos; ovos de animais infectados;
inoculação intranasal de animais e manipulação de altas concentrações ou
grandes volumes de material infeccioso.
Estes equipamentos devem ser ligados ao sistema de emergência no caso
de falhas no fornecimento de energia. São eles: cabine de segurança biológica
classe I, classe II, classe II A, classe II B 1, classe II B 2, classe II B 3 e classe III.
132

Sistema de contenção animal de ar limpo

Este sistema de contenção parcial necessita de equipamentos de proteção


individual para os técnicos. Previne a propagação de infecções entre os animais
nos cubículos adjacentes. Minimiza tanto as infecções cruzadas dentro dos
cubículos quanto a exposição dos animais aos contaminantes do ar da sala.
Caixas convencionais são mantidas em cubículos com frente aberta, colocadas
verticalmente nos dois lados da sala. O ar insuflado passa por filtros absolutos
(HEPA).

Incineradores

A incineração é um método útil para o descarte dos resíduos dos


laboratórios de experimentação animal. Este processo só será indicado em
substituição ao da autoclavação nos casos de existência de um incinerador sob o
controle do próprio laboratório e se houver a existência de câmara secundária de
combustão. São desenhadas de forma a permitir ótima-combustão e o mínimo de
emissão de poluentes no ar. Os resíduos são incinerados na câmara primária,
onde a temperatura atinge pelo menos 8000 ºC. Os gases combustíveis e
partículas que deixam a câmara primária são totalmente oxidados na câmara
secundária por adição de calor onde a temperatura deve atingir no mínimo 10000
ºC. Os materiais que se destinam à incineração, mesmo após serem
autoclavados, devem ser transportados até o incinerador, dentro de sacos
plásticos fechados totalmente, de forma a não permitir o derramamento de seu
conteúdo mesmo se virados para baixo. Os sacos contendo os resíduos deverão
ser enviados dentro de um recipiente fechado e com tampa. As lixeiras para
resíduos deste tipo deverão ser providas de tampas.
O tamanho do incinerador será determinado pelo tipo, volume, peso do
resíduo e tempo gasto na operação de incineração. Além destes fatores sempre,
no projeto deste equipamento, deverá ser lembrado que durante a vida útil do
mesmo haverá mudanças ou decaimentos na capacidade de carga. Os
133

incineradores podem produzir fumaça, gases, cinzas e odores. A cinza é um fator


dependente do tipo de incinerador. O odor é um fator presente em todos os tipos
de cima para baixo, por entre as passagens dos cubículos, e é retirado de dentro
das caixas sendo exaurido pela parte inferior dos cubículos. O ar é recirculado
através de filtros HEPA.

- Autoclaves

Os métodos mais eficazes de esterilização de materiais oriundos dos


laboratórios de experimentação animal são aqueles que utilizam a aplicação de
calor úmido por pressão. Para a execução destas atividades são utilizados três
tipos de autoclaves: com deslocamento por gravidade, à vácuo e do tipo panela de
pressão aquecida com combustível.

- Barreiras secundárias

São componentes de edificação que incluem:


piso, paredes, teto, portas, air-locks, guichês de transferência, sistema de ar,
dentre outros.
a) Paredes em alvenaria estrutural reforçada, com acabamentos sem juntas
nem reentrâncias, com cantos arredondados, impermeáveis a líquidos e
resistentes a desinfetantes químicos e gasosos.
b) Pisos antiderrapante, em resina epoxi, de alta resistência, com
acabamento sem juntas, sem reentrâncias, com cantos arredondados,
impermeável a líquidos e resistentes a desinfetantes químicos e gasosos.
c) Tetos em estrutura lisa, sem juntas e reentrâncias, com cantos
arredondados e com acabamentos resistentes a desinfetantes químicos e
gasosos.
d) Portas - confeccionadas em material retardante a fogo, a prova de
insetos e roedores, nas dimensões de 1,00 X 2,00m (no mínimo) e, com
dispositivo de abertura sem a utilização das mãos. Deverão possuir uma placa de
134

proteção, com altura mínima de 0,40m em relação ao piso, para evitar fuga de
roedores.
e) Janelas - não é recomendável a instalação de janelas com projeção ao
exterior, pois podem alterar as condições climáticas.

- Sistemas de Barreiras

Suas principais variáveis são:


a) Entrada e saída de materiais feitos através de barreiras tipo câmaras
pressurizadas (air-lock), autoclaves, tanques de imersão, guichês de
transferências e outros.
O guichê de transferência é, normalmente, um túnel de dupla porta com
abertura controlada e com sistema de desinfecção prévia por lâmpada ultravioleta,
óxido de etileno ou qualquer outro desinfetante químico, que é utilizado enquanto
os animais não o estão atravessando.
O tanque de imersão (dip-tank) é um tanque de passagem por imersão em
que o animal passa devidamente acondicionado.
A câmara de transferência é um guichê mais sofisticado que apresenta
adaptação para isoladores.
b) Entrada e/ou saída de técnicos através de vestiário com sistema de
dupla porta, pressurizadas (air lock) e outros.
c) Sistema de condicionamento do meio ambiente, em especial o ar
condicionado, quando obedecer a padrões pré-estabelecidos tais como filtragem,
não recirculação do ar, equilíbrio e outros.
135

CURSO DE BIOSSEGURANÇA

MÓDULO 8

BIOSSEGURANÇA: RISCOS E PERIGOS

“É O CONJUNTO DE AÇÕES VOLTADAS PARA A PREVENÇÃO, MINIMIZAÇÃO


OU ELIMINAÇÃO DE RISCOS INERENTES ÀS ATIVIDADES DE PESQUISA,
PRODUÇÃO, ENSINO, DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS, RISCOS QUE PODEM COMPROMETER A SAÚDE DO HOMEM,
DOS ANIMAIS, DO MEIO AMBIENTE OU A QUALIDADE DOS TRABALHOS
DESENVOLVIDOS “ ( FIOCRUZ, 2001)

QUALIDADE EM BIOSSEGURANÇA:

Dentro da visão da relação da Biossegurança com todos os ambientes e os


seus riscos e não somente com microorganismos, a CTBio-FIOCRUZ define
Qualidade em :
· Qualidade em biossegurança visa o homem e o seu bem estar.

· Em Biossegurança a PREVENÇÃO é a razão principal;

· Não pode haver dúvidas – “Eu acho” não existe em Biossegurança !

RISCO:
É o perigo mediado pelo conhecimento que se tem da situação. É o que
temos como prevenir.

PERIGO:
Existe enquanto não se conhece a situação. É o desconhecido ou mal
conhecido.
136

Componentes básicos do RISCO:

. Potencial de perdas e danos;


. Incerteza de perdas e danos;
. Relevância de perdas e danos.

ACIDENTES:
· 98% DOS ACIDENTES PODEM SER PREVENIDOS PORQUE ELES TÊM
CAUSA QUE NÃO É ÚNICA, SÃO MULTIFATORIAIS.

GRANDES CAUSAS DE ACIDENTES:

- Instrução inadequada
- Supervisão ineficiente
- Práticas inadequadas
- Mau uso de E.P.I.
- Higiene Pessoal
- Fatores sociais
- Planejamento falho
- Não observar normas
- Manutenção falha
- Lay-out incorreto
- Jornada excessiva de trabalho
- Motivação

“ACIDENTES OCORREM NAS MELHORES INSTITUIÇÕES E SÃO


DECORRENTES DE UMA FALTA DE GERENCIAMENTO PARA O ASSUNTO“.
(COSTA, 1996)
NO AMBIENTE DOS ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE
A MAIORIA DOS ACIDENTES ESTÁ RELACIONADA COM PÉRFURO-
137

CORTANTES CONTAMINADOS COM MATERIAL BIOLÓGICO.

CARACTERÍSTICAS DAS EXPOSIÇÕES A MATERIAIS BIOLÓGICOS

Precauções-padrão ou básicas:

Em 1982, mesmo antes da identificação da etiologia da Aids, os CDC


(EUA) recomendaram que os profissionais de saúde deveriam prevenir o contato
direto da pele ou das membranas mucosas com sangue, secreções, excreções e
tecidos de pacientes com suspeita ou diagnóstico de Aids baseado nas
observações iniciais sugestivas de que a doença era causada por um agente
transmissível.
Essas precauções recomendadas, denominadas Precauções contra
Sangue e Fluidos Corporais, incluíam principalmente: a manipulação cuidadosa de
instrumentos perfurocortantes contaminados com materiais biológicos, devendo
ser utilizado coletor resistente para descarte desses materiais perfurantes ou
cortantes e evitados o reencapamento de agulhas, por ser uma causa freqüente
de acidentes, e a desconexão da agulha da seringa; o uso de luvas e de capotes
(aventais) quando existisse a possibilidade de contato com sangue, fluidos
corporais, excreções e secreções; a lavagem das mãos após a retirada das luvas
antes da saída do quarto dos pacientes e também sempre que houvesse
exposição a sangue; a utilização de desinfetantes, como o hipoclorito de sódio, na
limpeza de áreas com respingos de sangue ou outros materiais biológicos; os
cuidados específicos no laboratório na manipulação das amostras, como a
necessidade de somente serem utilizadas pipetas mecânicas; o transporte de
materiais contaminados em embalagens impermeáveis e resistentes e a marcação
com rótulos e etiquetas, de artigos médico-hospitalares e de exames colhidos
identificando-os como material proveniente de pacientes com Aids.
138

Conduta para os casos de acidente biológico

Todo e qualquer acidente biológico deve ser comunicado ao professor


responsável pela disciplina ou administrador da empresa ou unidade de saúde.
Em caso de acidente biológico, o acidentado, e quando possível também o
paciente, deverá ser prontamente encaminhados ao Setor de Emergência de
Hospital - para as providências necessárias (coleta de sangue, sorologia,
medicação anti-retroviral profilática, etc).

Protocolo de Registro de Acidentes Biológicos

Nome do acidentado: _______________________________________________

Função: __________________________________________________________

Graduação ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( )

Data do acidente: ___________________ Horário: ___________________

Atividade em ocorreu o acidente: _______________________________________

Local do acidente: ___________________________________________________

Outras pessoas que estavam no local:

__________________________________________________________________

Tipo de acidente:

__________________________________________________________________
139

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Providências tomadas:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Pessoa que está informando o acidente: _________________________________

Precauções Universais

Referem-se à necessidade da instituição das medidas de prevenção na


assistência a todo e qualquer paciente, independentemente da suspeita ou do
diagnóstico de infecções que pudessem ser transmitidas, como a infecção pelo
HIV, ao invés de precauções especiais usadas somente quando esses fluidos
orgânicos fossem de pacientes com infecção conhecida por um patógeno de
transmissão sangüínea.
Estas Precauções Universais englobam alguns conceitos já estipulados nas
recomendações prévias para prevenção da transmissão do HIV no ambiente de
trabalho, como o uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de
proteção ou protetores faciais) quando o contato mucocutâneo com sangue ou
outros materiais biológicos pudesse ser previsto.
Em 1996, os CDC (EUA) publicaram uma atualização das práticas de
controle de infecção hospitalar englobando a categoria de Isolamento de
140

Substâncias Corporais e as Precauções Universais no conceito de Precauções


Básicas ou Precauções Padrão. Esse novo conceito está associado à prevenção
do contato com todos os fluidos corporais, secreções, excreções, pele não-íntegra
e membranas mucosas de todos os pacientes ao contrário das Precauções
Universais, que eram associadas somente aos fluidos corporais que pudessem
transmitir o HIV e outros patógenos de transmissão sangüínea.
Alguns trabalhos publicados demonstram que a freqüência de exposição a
sangue foi reduzida em mais de 50% quando os esforços foram direcionados na
motivação para cumprimento das normas de Precauções Universais. Entretanto,
nenhuma dessas medidas de comportamento alcançou de forma consistente uma
redução satisfatória na freqüência de exposições percutâneas.
Desta forma, é extremamente pertinente a abordagem com seriedade da
questão de biossegurança por todos os profissionais.

RISCOS BIOLÓGICOS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Para profissionais que atuam na área clínica, somente a partir da epidemia


da Aids nos anos 80, as normas para as questões de segurança no ambiente de
trabalho foram estabelecidas.
O profissional de saúde é considerado aquele cuja sua formação e sua
capacitação adquiridas com objetivo a atuar no setor. A equipe do pessoal de
saúde, definida como o conjunto de trabalhadores que, tendo formação ou
capacitação específica - prática ou acadêmica, trabalha exclusivamente nos
serviços ou atividades de saúde.
A probabilidade de ocorrer a exposição é grande entre estudantes ou
estagiários e entre profissionais em fase de treinamento já que não há
treinamentos adequados nos cursos de formação técnica ou profissional sobre as
formas de prevenção às exposições a material biológico.
Conforme as estatísticas observadas, a equipe de enfermagem é uma das
principais categorias profissionais sujeitos a exposições de material biológico.
Esse número elevado de exposições relaciona-se com o fato de o grupo ser o
141

maior nos serviços de saúde, ter mais contato direto na assistência aos pacientes
e também ao tipo e à freqüência de procedimentos realizados por seus
profissionais. A freqüência de exposições é maior entre atendentes, auxiliares e
técnicos de enfermagem, quando comparados a profissionais de nível de instrução
superior.
A realização da ficha de anamnese do paciente é fundamental para se
identificar possíveis riscos.

CONTEÚDO A CONSTAR NA FICHA DE ANAMNESE:

1) IDENTIFICAÇÃO ;

2) DADOS DE SAÚDE GERAL : Febre Reumática ( ) sim ( ) não

Hepatite ( ) sim ( ) não Tipo :_______________________

Diabetes ( ) sim ( ) não

Hipertensão Arterial Sistêmica ( ) sim ( ) não

Portador do vírus HIV ( ) sim ( ) não

Alteração na coagulação sangüínea ( ) sim ( ) não

Reações alérgicas ( ) sim ( ) não Tipo :_____________________

Doenças sistêmicas ( ) sim ( ) não _________________________

Tratamentos médicos anteriores e atuais ( anote data e tipo de tratamento )

Internação recente ( ) sim ( ) não


142

Está utilizando alguma medicação ( ) sim ( ) não

É fumante ( ) SIM ( ) NÃO Quantidade: ______ Tempo: ___________

Bebidas alcóolicas ( ) sim ( ) não

Os riscos de exposição entre médicos variam conforme as diferentes


especialidades. Entre médicos de enfermarias clínicas, o número estimado de
exposições pode variar de 0,5 a 3,0 exposições percutâneas e 0,5 a 7,0
mucocutâneas por profissional-ano.
Entre os médicos cirurgiões, são estimados 80 a 135 contatos com sangue
por ano, sendo 8 a 15 exposições percutâneas. Considerando-se que um cirurgião
realiza entre 300 e 500 procedimentos por ano, estima-se que este profissional
será vítima de 6 a 10 exposições percutâneas por ano.
Os odontólogos também são uma categoria profissional com grande risco
de exposição aos materiais biológicos. Os estudos mostram que a maioria dos
dentistas (quase 85%) tem pelo menos uma exposição percutânea a cada período
de cinco anos.
A maioria dos casos de contaminação pelo HIV em todo o mundo por
acidente de trabalho, mais de 70% dos casos comprovados e 43% dos prováveis,
envolveram a categoria de enfermagem e de profissionais da área de laboratório.
Profissionais de laboratórios clínicos são responsáveis por grande parte dos
procedimentos que envolvem material perfurocortante nos serviços de saúde. O
número de profissionais de laboratório infectados pelo HIV, entretanto, é
desproporcional ao número de indivíduos na força de trabalho. Nos EUA, por
exemplo, os flebotomistas correspondem a menos do que 1/20 do número de
profissionais das equipes de enfermagem. Outras categorias profissionais comuns
contaminadas pelo HIV foram médicos clínicos, incluindo estudantes de medicina,
responsáveis por 12% e 10% dos casos comprovados e prováveis,
respectivamente, e médicos cirurgiões e dentistas, responsáveis por 12% dos
143

casos prováveis de contaminação, mas por menos de que 1% dos casos


comprovados.

EXPRESSÕES TÉCNICAS EM BIOSSEGURANÇA:

• Anti-sepsia: procedimento que visa o controle de infecção a partir do uso de


substâncias microbicidas ou microbiostáticas de uso tópico na pele ou mucosa;

• Assepsia: conjunto de métodos empregados para impedir que determinado local,


equipamento ou instrumental seja contaminado;

• Meio Asséptico : meio isento de formas de microorganismos;

• Artigo: compreendem instrumentos de naturezas diversas, que podem ser


veículos de contaminação;

• Artigos Críticos: são aqueles que penetram através da pele e mucosas, atingindo
tecidos subepiteliais e sistema vascular. Estão nesta categoria materiais como :
agulhas, lâminas de bisturi, sondas exploradoras, sondas periodontais, materiais
cirúrgicos e outros. Exigem esterilização;

• Artigos Semi - críticos: são aqueles que entram em contato com a pele não
íntegra ou com mucosas íntegras, como condensadores de amálgama, espátulas
de inserção de resinas, pincéis, etc. Exigem desinfecção de alta atividade biocida
ou esterilização para ter garantida a qualidade do múltiplo uso destes;

• Artigos Não Críticos: são aqueles que entram em contato apenas com a pele
íntegra do paciente como refletor, braço da cadeira, maçanetas, interruptores, piso
e bancada. Exigem limpeza ou desinfecção de atividade biocida intermediária,
dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado;
144

• Descontaminação: método de eliminação parcial ou total dos microorganismos


de artigos e superfícies. Obtém-se a descontaminação através da limpeza,

desinfecção e esterilização;

• Limpeza: remoção mecânica da sujidade de qualquer superfície ;

• Desinfecção: processo físico ou químico onde ocorre a eliminação das formas


vegetativas, à exceção dos esporulados;

• Esterilização: processo de destruição de todas os microorganismos, inclusive os


esporulados, mediante aplicação de agentes físicos, químicos ou ambos ;

Responsabilidade das Instituições Empregadoras:

a) a vacinação contra Hepatite B para todos os profissionais da equipe de saúde


bucal ;

b) o fornecimento dos EPIs em quantidade e qualidade adequada de acordo com


a presente norma, a todos os profissionais da equipe de saúde bucal;

c) o encaminhamento dos profissionais, o registro e a notificação imediata, quando


de acidentes punctórios com material biológico, de acordo com os protocolos
estabelecidos pelo Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho

d) a adesão às medidas de precauções contidas nesta Norma ;

e) obrigatoriamente estabelecer um intervalo entre as consultas para os


procedimentos adequados ao controle de infecção no ambiente clínico;

f) o acesso a exames recomendados pelo Ministério da Saúde e Ministério do


145

Trabalho , que em suas Normas Regulamentadoras define a periodicidade e os


valores de referência a serem utilizados para análise do exame de detecção dos
níveis de mercúrio e demais doenças ocupacionais ;

Procedimentos de Anti-sepsia

- A lavagem das mãos é obrigatória para toda a equipe de saúde;

- É obrigatória a utilização de sabão líquido, sendo que o dispensador deve ser


descartável ou passível de desinfecção;

- Antes da realização de procedimentos cirúrgicos é obrigatória a utilização de


sabão líquido com anti-séptico;

- Para secagem das mãos devem ser utilizadas toalhas de papel descartável;

- É vedado o uso de secadores de ar por turbilhonamento ;

Quando da impossibilidade de utilização da autoclave, deverá ser utilizado


o Forno de Pasteur (estufa), devendo ser observado o tempo de exposição abaixo:

Temperatura Tempo
160º 120 min
170º 60 min

O Forno de Pasteur (estufa) deve :

a) manter-se com a porta fechada durante todo o ciclo,


b) ter um termostato para manutenção efetiva da temperatura,
c) ter área mínima interna para circulação do ar produzido,
d) ter termômetro de bulbo para controle da temperatura preconizada ,
146

e) ter a contagem do tempo de esterilização iniciada somente após a estabilização


da temperatura no nível indicado,
f) não deve ser sobrecarregado, bem como as caixas metálicas que contém o
material, fato impeditivo para adequada estabilização da temperatura interna
necessária à esterilização,
g) é vedado o uso de estufas com pintura de alumínio e chapa galvanizada

Importante:

É proibido o uso de equipamento a base de radiação ultravioleta ou


ebulidores como métodos de esterilização ;

UTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO

O trabalho em laboratórios requer conhecimentos sobre a utilização de


equipamentos e dos riscos que podem ser originados pelos mesmos.
A regra mais importante para não se envolver em acidentes com qualquer
equipamento é:

Se não sabe como funciona, não mexa !


Solicite o acompanhamento e instruções de alguém experiente.

Apresentamos a relação de equipamentos que podem oferecer risco, sua


utilização normal e principais perigos oferecidos.

Quadro 1: equipamentos que, quando mal operados, oferecem riscos não só para
o operador, mas para todos que estiverem nas proximidades:

Autoclave : Usada para esterilização de meios e materiais de laboratório. Não


esquecê-la ligada devido ao aumento exagerado de pressão .
147

Estufa ; Desidratação e Secagem. Nunca colocar em seu interior materiais


lavados com solventes orgânicos, voláteis e/ou inflamáveis

Fluxo Laminar - Manipulação de microorganismos


Desligar a fonte de UV sempre que estiver utilizando o equipamento
Pode causar efeito mutagênico.

Motosserra - cortes de madeira


Usar botas e luvas, pedir instruções de uso e utilizá-la sempre na presença
de alguém experiente.
Pode causar cortes e graves lesões.

Mufla (forno de altas Temperaturas) - Aquecimento de materiais


Utilizar luvas para a retirada de equipamentos e nunca esquecer esse
equipamento ligado

Quadro 2: equipamentos que, se mal operados, oferecem riscos para o operador


e/ou que podem ser danificados

Bomba de pressão: Tiragem de Água : Não esquecê-la ligada para evitar o


aumento exagerado de pressão, pode causar danos ao equipamento

Bomba de Vácuo ; Fazer vácuo , não esquecê-la ligada para evitar


superaquecimento, pode causar danos ao equipamento.

Câmara Fria : armazenamento de substâncias e realização de experimentos a


baixas temperaturas, não permanecer muito tempo em seu interior, se necessário
utilizar agasalho. Pode oferecer risco à saúde: ex.: resfriados
148

Centrífuga : Separação de substâncias. Certificar se os tubos estão corretamente


balanceados e usar porta-tubos com vedação (copos de segurança) Formação de
aerossóis, derramamento ou quebra de tubos.

Fontes de Tensão Elétrica ; Utilizada em eletroforeses, espectrômetros de


massa . Não tocá-las ao utilizar fontes de alta voltagem ( Choque elétrico)

Micrótomo : Cortes Histológicos; Evitar o contato com a navalha de aço.


Ocorrência de Cortes

Pipeta: Utilizada para a obtenção de uma dosagem mais acurada de soluções,


Evitar pipetar substâncias tóxicas com a boca e utilizar pêras de borracha,
Ingestão de substâncias tóxicas, queimadura das mucosas, etc.

Facão : Utilizado para abrir trilhas em mata fechada. Pedir instruções de uso e
evitar o contato com as lâminas, ocorrência de Cortes.

Ultracentrífuga: Separação de organelas celulares, Instalar um filtro HEPA entre


a centrífuga e a bomba de vácuo, mantenha um relatório sobre as horas de
funcionamento e estabeleça um esquema preventivo de manutenção, objetivando
diminuir as falhas mecânicas, formação de aerossóis, derramamento e/ou quebra
de tubos.

Podão : Cortar galhos e amostras de plantas, pedir instruções no caso do podão


de metro. Ocorrência de Cortes.

DICAS IMPORTANTES:

· Atenção especial deve ser tomada quando se utilizar equipamentos


cirúrgicos. Bisturis, tesouras, seringas de alta precisão (as de vidro) e demais
equipamentos cortantes devem ser mantidos sempre limpos e, de preferência,
149

esterilizados.

· Seringas e agulhas descartáveis não devem ser reaproveitadas, evitando


contaminação.

· Agulhas nunca devem ser recapeadas, elas devem ser cortadas da


seringa e colocadas em um recipiente apropriado para serem encaminhadas ao
lixo hospitalar.

· É necessária a utilização de luvas para o manuseio de equipamentos no


laboratório a fim de evitar possíveis contatos com substâncias tóxicas
remanescentes.

· Manter os técnicos sempre avisados dos riscos, no caso de realização de


experimentos.

· Colocar cartazes com instruções simples para técnicos e estagiários.

· Colocar lembretes nos locais de maior periculosidade.

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS

Cuidados para evitar incêndios

- Assegurar o bom estado dos quadros da rede elétrica;


- Assegurar o uso adequado das tomadas conforme recomendações técnicas;
- Armazenamento dos bujões de gás em local bem ventilado fora das benfeitorias;
- As benfeitorias devem ser fechadas adequadamente, porém, permitir o acesso
para contenção de incêndio;
- Os combustíveis devem ser acondicionados em recipientes adequados,
dispostos na garagem, em área isolada com grades de proteção, que possam ser
150

trancadas e com a devida sinalização;


- Não utilizar a queimada do lixo se não houver um incinerador;
- Fazer a manutenção da cerca elétrica conforme recomendação do fabricante;

Materiais e Equipamentos para controlar incêndios

- Ter a disposição e em local de fácil acesso, próximo ao depósito de defensivos


agrícolas e da garagem agrícola, especialmente, um extintor de espuma. Esse
extintor é indicado especialmente para incêndio com material inflamável (álcool,
gasolina, querosene), e pode ser utilizado com bom resultado para materiais como
madeira, papel e tecido.
- Os extintores devem estar dentro do prazo de validade;
- Ë importante ter pelo menos uma pessoa treinada e responsável por esses
procedimentos e fazer um treinamento com os empregados;
- Ter pára-raios;
- Para proteção individual: capacete, luvas de raspa, botina ou bota de segurança
reforçada com ponteira de aço, capa impermeável, perneiras, máscaras
autônomas;

Como proceder em caso de incêndio

- Ao detectar um foco de incêndio, de fumaça, de cheiro de queimado verificar o


que está queimando e a extensão;
- Se forem equipamentos elétricos ou eletrônicos, desligar o disjuntor se este não
desligou e a chave geral;
- Dar o alarme de incêndio, pode ser um sino, uma buzina, uma sirene, desde que
o sinal seja devidamente combinado e conhecido;
- Se não souber combater o fogo saia do local e avise as pessoas presentes no
local, libere os animais que estejam em área de risco;
- Não recolher objetos, o importante é salvar sua vida;
- Mantenha-se vestido, pois a roupa protege o corpo contra o calor e a
151

desidratação;
- Fumaça inalada pode causar problemas graves e até fatais;
- Produtos químicos podem ser inflamáveis e/ou explosivos;

Como proceder em caso de tempestade de raios:

- Desligar os equipamentos da rede elétrica, mantendo-se apenas um aparelho da


rede conectado, normalmente em residências é a geladeira, e na área de trabalho
um rádio se puder desligar o tanque de resfriamento;
- Não utilizar o telefone, recomenda-se desligá-lo.

NORMAS BÁSICAS PARA CONSUMO DE ALIMENTOS

- Como norma básica de Biossegurança, "É proibido comer ou beber durante a


execução de determinadas atividades".

- Por determinadas atividades entende-se, preparação, manipulação e aplicação


de defensivos agrícolas, de medicamentos veterinários, adubos químicos e
orgânicos; operacionalização de máquinas, equipamentos e implementos
agrícolas; no manuseio de sementes tratadas e outras.

- Como a maioria da atividade agrícola é realizada no campo, ambiente no qual


não se dispõe de infra-estrutura e o trabalhador permanece o dia todo, é
necessário fornecer uma infra-estrutura mínima para a higiene pessoal e para o
consumo de alimentos e de água;

- É proibido guardar alimentos junto com defensivos agrícolas, combustíveis,


fertilizantes agrícolas, medicamentos veterinários;
152

DO USO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

- Verificar a tensão do equipamento e da rede elétrica se são compatíveis, 110 ou


220V;

- Antes de ligar o equipamento verificar se está funcionando corretamente, se


houver algo diferente "barulho de funcionamento", comunique o responsável;

- Se não souber utilizar o equipamento não use-o ou peça ajuda;

- Para saber se "a rede agüenta", verificar a corrente especificada no equipamento


e a bitola da fiação da rede e comparar com a tabela abaixo:

Compatibilidade entre diâmetro da fiação e capacidade de corrente - FIO*

CORRENTE MÁXIMA
14 AWG (2,08 mm2 - 1,62 mm) 15 A
12 AWG (3,31mm2 - 2,05 mm) 20 A
10 AWG (5,26mm2 - 2,58 mm) 30A
08 AWG (8,37mm2 - 3,26 mm) 40A
06 AWG (13,30mm2 - 4,11 mm) 55A
04 AWG (21,15mm2 - 5,18 mm) 70A
02 AWG (33,63mm2 - 6,54 mm) 95A

*as bitolas podem variar um pouco em função dos fabricantes


153

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACCP Consensus Statement. Institutional control measures for tuberculosis in the


Era of multiple drug resistence. ACCP/ATS Consensus Conference. v. 108,
p.1690-1710, 1995.

AGOSTINI, M.D.; Manual de Biossegurança: Pequena propriedade agrícola.


Monografia apresentada para obtenção do título de Pós-Graduação em
Biotecnologia Industrial, Faculdade de Engenharia Química de Lorena, Lorena-SP,
jan/2002, 50 p.

ALMEIDA, H.; Manual Shell de Aviação Agrícola. SHELL QUÍMICA S/A. 32p.

ALVES, F.M.; SILVA, T.P.C.; SAHAMAYR, H.; coordenadores. 6º curso de


Sensibilização e informação em biossegurança. Rio de Janeiro, 2001.

AFIUNE, J.B.; IDE NETO, J.; Diagnóstico da tuberculose pulmonar escarro


negativo. Jornal de Pneumologia, v. 19, p.37-41. 1993.

Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP).


Tríplice Lavagem de Embalagens Vazias de Agrotóxicos. São Paulo, 1992, 11 p.

BARRETO, G.B.; Noções de Saneamento Rural. 2ª ed., Campinas: Instituto


Campineiro de Ensino Agrícola,1984, 54 p.

BARROSO, W.J., Biossegurança em Tuberculose na Unidade de Saúde e no


Laboratório, Boletim de Pneumologia Sanitária, v. 9, n. 2 , Jul/dez, 2001.

BELASCO, A. G. S. et al. Manual de biossegurança 2001. Odontologia -


Universidade Ibirapuera. São Paulo, 2001, 164 p.

BERG, P.; BALTIMORE, D.; BOYER, H.W.; COHEN, S.N.; DAVIS, R.W.;
HOGNES, D.S.; NATHANS, D.; ROBLIN, R.; WATSON, J.D.; WEISSMAN, S.;
ZINDER, N.D. Potential bioharzards of recombinant DNA molecules. Science,
New York, v.185, p.303, 1974.

Boletim de Pneumologia Sanitária – v.9, nº 2 , jul/dez, 2001.

BOULTER, E.A.; Infectious hazards in safety in the animal house. Londres:


Laboratory Animals Ltda, 1981.

BRASIL - Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições


para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível
em: <http://www.imesp.com.br> Acesso em:13 set. 2001.

BRASIL - Lei complementar nº 791 de 9 de março de 1995. Estabelece o código


154

de saúde no Estado. Disponível em: <http://www.imesp.com.br> Acesso em:13


set. 2001.

BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Comissão Técnica Nacional de


Biossegurança. Instrução Normativa nº 7. In: Cadernos de Biossegurança. Lex.
Coletânea de Legislação. Brasília, DF; março 2000.

BRASIL, Lei 11.105 de 23/10/2005- Projeto de lei da Biossegurança.

Canadian Council on Animal Care. Guide to the care and use of experimental
animals. Ontario: CCAC; v.2 , 1984.

CARDOSO, T.A.O.; SOARES, B.E.C.; ODA, L.M.; Biossegurança no manejo de


animais em experimentação. Cad Téc Esc Vet UFMG, v. 20, p. 43-58. 1997;

CARDOSO, T.A.O.; Resíduos em serviços de saúde. In: Oda LM, Ávila SM, orgs.
Biossegurança em laboratórios de saúde pública. Rio de Janeiro,RJ:
FIOCRUZ; 1998.

Centers for Disease Control. Laboratory safety. Atlanta, US: Dep. Health,
Education and Welfare/Public Health Service; (HEW Publication, CDC79-818).
1979.

Centers for Disease Control. Working safely with research animals. In:
Proceedings of the 4th National Symposium on Biosafety; 1996.

Clough G. Environmental effects on animals used in biomedical research. Biol


Ver., v.57, p.487-523, 1982.

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Gerência de Rejeitos Oriundos


da Medicina Nuclear e Pesquisa, Rio de Janeiro, p.15. 2002.

Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Gerência de Rejeitos


Radioativos em Instalações Radioativas, Rio de Janeiro, p. 56. 2002.

CAMPOS, H. et al. Procedimentos utilizados no controle de infecção em


consultórios odontológicos de Belo Horizonte. Arq. Cent. Estud. Curso Odontol.
Belo Horizonte v. 25/26, n. 1/2, p.46-52, jan./dez. 1988.

CARDOSO, E.M.; Radioatividade. Comissão Nacional de Energia Nuclear -


CNEN; 2000.

CARDOSO, T.A.O.; Considerações sobre a biossegurança em arquitetura de


biotérios, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, Bol.
Centr. Panam. Fiebre Aftosa, p. 64-67, 1998-2001.
155

CARMO, M. R. C. Equipamentos de proteção individual. Disponível em :


<http://www.saudeemodontologia.com.br> Acesso em: 28 jul. 2001.

Centers for Disease Control and Prevention - CDC. Guidelines for preventing
the transmission of Mycobacterium tuberculosis in health care facilities.
MMWR 43: 1-132. 1994;

Centers for Disease Control and Prevention - CDC. Primary containment for
biohazards: selection, installation and use of biological safety cabinets.
1995.

CHINELLATO, L. E. M.; SCHEIDT, W. A. Estudo e avaliação dos meios de


biossegurança para o cirurgião dentista e auxiliares contra doenças infecto-
contagiosas no consultório odontológico. Revista da FOB, v. 1, n. 1/4, p. 60-66,
1993.

COUTO, J. L. et al. Controle da contaminação nos consultórios odontológicos.


RGO, v. 42, n. 6, p. 347-355,1994.

CORSON, W.H. Manual Global de Ecologia. Trad. A. G. Camaru. 2 ed. São


Paulo: Augustus, Tradução de :The Global Ecology Handbook. 1996. 413 p.

DALE, P.J.; IRWIN, J.A. Environmental impact of transgenic plants1. In: ODA,
L.M., ed. Capacity building programme on biosafety: A guide to supervisors. Rio
de Janeiro, FIOCRUZ, 1998, 270 p.

DARLOW H.M.; Safety in the animal house. Lab Anim, v.1, p. 35-42. 1967;

DIAZ, J.; GONZÁLEZ M.; CEPERO, M.A.; OLIVA,R.; OSA, E.; YOHANKA, T.;
LAZO L.; Diseño y explotación de um laboratorio de ensayos biológicos. Animales
de experimentación. Revista Hispanoamericana, v. 4, p.18-24. 1998;

EDWARD, A. G.Minimizing hazards to man in the laboratory animal facility. J Am


Vet Med Assoc., v.155, p.2158-2159, 1969.

ELANCO QUÍMICA LTDA. Combine 500SC. Cosmópolis: Bula. 1987.

ESTADO DO PARANÁ/SECRETARIA DA AGRICULTURA (EPR/SA). Opções


Tecnológicas para a pequena propriedade. Londrina: Fundação Instituto
Agronômico do Paraná, Doc. n.11, 1985, 45 p.

FARACO, F. N.; MOURA, A. P. F. Controle do risco de transmissão de doenças


infecto-contagiosas no consultório odontológico. Parte II. Revista Paulista de
Odontologia, n. 1, p. 28-36, 1993.

BRASIL, FRANÇA, M.B.P.F. Programação arquitetônica de biotérios. Brasília,


DF: Ministério da Educação; 1986.
156

FLETCHER,J.L.; McSHEELY, T.; Influence of noise on animals. In: The Control of


the animal house environment. London: Laboratory Animals Ltd; p. 51-62
(Laboratory animal handbooks, 7). 1976.

FIOCRUZ; Percepção de riscos em biossegurança de laboratórios centrais


de saúde pública no Brasil. Núcleo de Biossegurança – Fiocruz-RJ - CGLAB-
BSB; 2001.

Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança do Trabalho -


FUNDACENTRO/MT -Manual de segurança no uso de "Defensivos Agrícolas".
São Paulo, 1985, 41p.

Fundação Universidade de Brasília, Serviço Especializado em Engenharia de


Segurança e Medicina do Trabalho, Cartilha de Segurança em Laboratórios:
Regras e Procedimentos, Ed, Universidade de Brasília, Brasília – DF, 2000, 20 p.

Fundação Nacional de Saúde/Ministério da Saúde (FNS/MS). Manual de


Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília:
1999, 131 p.

GAMBLE, M.R.; CLOUGH, G. Ammonia build-up in animal boxes and its effect on
rat tracheal epithelium. Lab Anim, v,10, p. 93-104. 1976;

Gazeta Mercantil - Agribusiness. Mais eficiência para reciclar material


agrotóxico. Agos/2001.

GELMINI, G. A.; Herbicidas para o controle de plantas daninhas em cultura de


arroz irrigado. Campinas: Governo do Estado de São Paulo/Secretaria da
Agricultura e Abastecimento, Boletim Técnico, CATI nº 159, 1982, 18p.

GELMINI, G. A.; TESSARIOLI NETO, J.; Indicações de herbicidas para o controle


de plantas daninhas na cultura do alho. Campinas: Governo do Estado de São
Paulo/Secretaria da Agricultura e Abastecimento, Bol. Téc. CATI n.163, 22p.
1982.

GÓIS, J. M. Vamos cuidar da vida. A Granja. Setembro de 1996.

GONÇALVES, A. C. S. et al. Biossegurança do exercício da odontologia. RPG, v.


3, n. 3, p. 242-245, 1996.

Governo do Estado do Rio de Janeiro; Núcleo de Biossegurança Hospitalar;


Subsecretaria Estadual de Saúde; Superintendência de Saúde;; 15 p. 2003.

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO - GESP. Microbiologia de lodos


ativados. São Paulo: CETESB, Série Manuais 4. 1989.
157

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO - GESP. Normas para publicação da


Universidade Estadual Paulista. São Paulo: Editora da Universidade Estadual
Paulista, V. 1, 2 e 3. 1994.

Grupo Ambientalista da Bahia/GAMBÁ. Venenos na agricultura e no lar.


Camaçari: Sem paginação. 1990.

GUANDALINI, S.L. et al. Como controlar a infecção na odontologia. São Paulo:


São Paulo, 88 p. 1997.

GUILBERT J, org. Le securité dans les laboratories de analyse des risques


aux reglés d’explotation. Paris: CNPP-AFNOR; 1993.

HAMMERLY, M. A.; Novo Tratado Médico da Família . Conselhos práticos para


sãos e enfermos. 4ª Edição. Casa Publicadora Brasileira. Santo André – SP.
1966. p. 608.

HERBITÉCNICA DEFENSIVOS AGRÍCOLAS LTDA. TROP (glifosato). Londrina:


Bula. 199?.

INSTITUT NATIONAL DE SANTÉ ET LA RECHERCHE MÈDICALE. Le risque


biologique. Paris: INSERM; 1991.

LANGENBACH, T.Coord. Manual de Biossegurança. Rio de Janeiro:


Universidade Federal do Rio de Janeiro-Centro de Ciências da Saúde/CCS60p. ,
200?.

LIMA & SILVA FHA. Barreiras de contenção. In: Oda LM, Ávila SM, orgs.
Biossegurança em laboratórios de saúde pública. Rio de Janeiro, RJ:
FIOCRUZ; 1998.

MASSEY FERGUSON. Operação do trator e normas de segurança. Fascículo


1.16p. 199?,

MEDEIROS, U. V. et al. Uso das normas de controle de infecção na prática


odontológica. RBO, v. 55, n. 1, p. 209-215, 1998.

MEDEIROS EAS. Precauções e isolamento de pacientes com doenças de


transmissão aérea no ambiente hospitalar. Boletim Sociedade Brasileira de
Infectologia; mar; 4-9. 2001

MERUSSE J.L.B, LAPICHICK V.B.V. Instalações e equipamentos. In: Manual


para técnicos em bioterismo. Brasília, DF: COBEA; 1996.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Controle da tuberculose. Manual de normas técnicas


estrutura e operacionalização do programa. Brasília: 2000.
158

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde, Manual de diagnóstico


e tratamento de acidentes por animais peçonhentos., Ed.
COMED/ASPLAN/FNS. Brasília – DF. p. 131. 1998.

MINISTÉRIO DA SAÚDE, Programa Nacional de DST/AIDS, Técnicas para


Coleta de Sangue., Brasília –DF.p.45. 1997.

MONSANTO DO BRASIL S.A. Roundup. São José dos Campos: Bula. 2001.

MYRRHA, M. A. de L; Benfeitorias para Bovinocultura. São Paulo: Associação


Brasileira de Cimento Portland, Fascículo nº 3, 199?. 62 p.

Muzzy de Souza DR. Tuberculose em profissionais de hospital geral: análise do


efeito “booster” e conversão do teste tuberculínico. Rio de Janeiro: [Tese de
Doutorado- Universidade Federal do Rio de Janeiro]. 2000.

NAKANO, O. Avanço na prática do controle de pragas. Informe agropecuário. Belo


Horizonte: Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. n.12, p.55-
59,1986.

NORMAN, C. Genetic manipulation: guidelines issued. Nature, London, v.262, p.2-


4, 1976.

NOVO, J. P. S. Defensivos Agrícolas: Noções elementares e uso adequado.


Campinas: Governo do Estado de São Paulo/Secretaria da Agricultura e
Abastecimento, Intrs. Prát. CATI, n. 220, 1983, 15 p.

RODRIGUES, E. A. C., MENDONÇA, J. S. da, AMARANTE, J. M. B., ALVES


FILHO, M. B., et al. Infecções Hospitalares: Prevenção e Controle. São Paulo:
Editora Sarvier, p.352-366. ISBN 85-7378-005-3. 1997.

SEAMER JH, WOOD M. Handbooks 5: Safety in the animal house. London:


Laboratory Animals Ltda; 1981.

SEBBEN, A. Cartilha de Ofidismo. Cobras do Distrito Federal e Entorno. Ed.


Universidade de Brasília. Brasília – DF. 1996. p. 36.

SIMAS C. Biossegurança e arquitetura. In: Biossegurança: uma abordagem


multidisciplinar. Rio de Janeiro, RJ: FIOCRUZ; 1996.

SILVA, P.E.B.; PATROCÍNIO, M.C.; NEVES, A.C.C.; Avaliação da conduta de


biossegurança em clínicas odontológicas de graduação, Departamento de
Odontologia da Universidade de Taubaté, São Paulo, 2002, 8 p.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural/SENAR. Incêndio Florestal. In: Curso


Incêndios Florestais. 1995. Pindamonhangaba. Apostila. Pindamonhangaba:
22p. 1995.
159

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural/SENAR. Programa de Erradicação da


Febre Aftosa. In: Curso de Agente Sanitário. Apostila. São Paulo: 1997.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. I consenso


brasileiro sobre tuberculose; 1997. J Pneumol, n.23, p.281-346,1997.

SOERENSEN, B. Acidentes por Animais Peçonhento: reconhecimento, clínica e


tratamento. São Paulo: Atheneu,1996, 144 p.

SPINELLI, A .L.; NASCIMENTO, M. da G., CAMPOS, S. D. de. Manual e regras


básicas de segurança para o laboratório de química. Florianópolis:
Universidade Federal de Santa Catarina/Departamento de Química, Sem
paginação. 1997.

TEIXEIRA, M.; SANTOS, M. V. Responsabilidade no controle de infecção. Rev.


Assoc. Paulista Cirurgiões-Dentistas, v. 53, n. 3, p. 177-189, 1999.

TEIXEIRA, P. & VALLE, S., Biossegurança, Uma Abordagem Multidisciplinar,


1ª Edição, Ed. Fiocruz, RJ, p. 362, 1996.

TEIXEIRA, K.R. dos S.; BALDANI, J.I. Biossegurança: Legislação e o Papel das
Comissões Nacional (CTNBio) e Local (CIBio). Seropédica: Embrapa
Agrobiologia, nov. 16p. (Embrapa –CNPAB. Documentos, 79). ISSN 0104-6187,
1998.

TORU URANO K.N, GUANGCHENG J, TSUKUMI K. Survey of pseudomona


aeruginosa contamination in human beings and laboratory animals. Exp Anim
v.44, p. 233-239, 1995.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, Manual de


Biossegurança, Faculdade de Odontologia, 2002, 31 p.

VALLE, S. Regulamentação da Biossegurança em biotecnologia: Legislação


Brasileira. Rio de Janeiro: FIOCRUZ,1996, 80 p.

WEIHE W,H.; The effect of light on animals. In: The Control of the animal
house environment. London: Laboratory Animals Ltd; p. 63-67 (Laboratory animal
handbooks, 7) 1976.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Laboratory biosafety manual. Geneve:


WHO; 1995.

Você também pode gostar