Você está na página 1de 8

Plantas visitadas por abelhas africanizadas 413

Nota / Note
PLANTAS VISITADAS POR ABELHAS AFRICANIZADAS EM
DUAS LOCALIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO

Luís Carlos Marchini1*; Augusta Carolina de Camargo Carmello Moreti2,4; Erica Weinstein
Teixeira2; Etelvina Conceição Almeida da Silva2; Ricardo Ribeiro Rodrigues3; Vinicius Castro
Souza3
1
Depto. de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola - USP/ESALQ, C.P. 9 - CEP: 13418-900 - Piracicaba, SP.
2
Instituto de Zootecnia/ SAA - C.P. 60 - CEP: 13460-000 - Nova Odessa, SP.
3
Depto. de Ciências Biológicas - USP/ESALQ.
4
Bolsista CNPq.
*Autor correspondente <lcmarchi@carpa.ciagri.usp.br>

RESUMO: O conhecimento das plantas de uma região, sua época de florescimento e as características do
pólen, auxiliam na determinação das espécies vegetais que contribuem para a composição do mel. Durante
o período de 1994 a 1997 foram inventariadas, semanalmente, em diferentes horários e num raio de
aproximadamente 300m dos apiários da USP/ESALQ, em Piracicaba,SP (22o43’S, 47o27’W e 580 m) e do
Instituto de Zootecnia, em Pindamonhangaba, SP (22o57’S, 45o27’W e 560 m), as plantas que estavam
sendo visitadas por abelhas. Foram anotados o mês e o período de florescimento das plantas inventariadas.
Em Piracicaba foram identificadas 94 espécies de plantas pertencentes a 41 famílias (maior número de
espécies nas famílias Asteraceae e Myrtaceae) e em Pindamonhangaba, 76 espécies, pertencentes a 26
famílias (maior número de espécies nas famílias Asteraceae e Verbenaceae). Os resultados indicam que 21
famílias, 22 gêneros e 15 espécies de plantas visitadas pelas abelhas africanizadas foram comuns em ambas
as localidades.
Palavras-chave: Apis mellifera, abelha, recurso floral, similaridade

PLANTS VISITED BY AFRICANIZED HONEY BEES IN TWO


LOCALITES OF THE STATE OF SÃO PAULO

ABSTRACT: The knowledge of plants from a given region, as well as the blooming period and the pollen
characteristics, help for the determination of the plant species which contribute for the honey composition.
Plants visited by honey bees were listed during the period 1994 to 1997. The survey was carried out weekly,
at different times and within a 300 m radius at two sites: the apiaries of USP/ESALQ in Piracicaba, SP (22o43’S,
47o27’W e 580 m) and of the ‘Instituto de Zootecnia’, in Pindamonhangaba, SP (22o57’S, 45o27’W e 560 m),
both in Brazil. The month and the blooming period were recorded. A total of 94 plants species, from 41
families was identified in Piracicaba (the largest number of species in Asteraceae and Myrtaceae) and 76
plant species of 26 families, in Pindamonhangaba (the largest number of Asteraceae and Verbenaceae). The
results indicated that 21 families, 22 genera and 15 species were common for both localities.
Key words: Apis mellifera, honey bee, floral source, similarity

INTRODUÇÃO abelhas e flores foram realizados, no estado do Pará, por


Ducke (1902; 1906), citados por Viana (1992), contudo,
A coleta e a identificação taxonômica de espécies somente a partir da década de 60 surgiram os
que compõem a fauna e a flora de uma determinada levantamentos sistematizados, com metodologia
região são importantes para o conhecimento dos recursos padronizada (Sakagami et al., 1967). Ramalho et al. (1990)
naturais nela disponíveis, possibilitando a obtenção de apresentaram um extenso artigo de revisão sobre as
informações básicas para estudos mais amplos sobre as plantas importantes para abelhas Melipona, Trigonini e para
características ecológicas de um determinado habitat ou abelhas africanizadas em habitats neotropicais no qual
ecossistema (Prado, 1980). Por outro lado, o incluem basicamente todos os trabalhos, realizados em
conhecimento detalhado das plantas que florescem numa diferentes regiões brasileiras, sobre levantamento de
determinada região, sua época de florescimento e as plantas utilizadas por abelhas, de diferentes espécies,
características do pólen podem auxiliar na determinação para coleta de pólen e néctar.
das espécies vegetais que contribuíram para a Mais recentemente têm sido desenvolvidos
composição final do mel produzido naquela região trabalhos, amostrando, principalmente, as plantas
(Santos, 1964). apícolas e as abelhas silvestres que as visitam, como
No Brasil, os primeiros levantamentos relacionando os de Martins (1990; 1994) e Castro (1994), nas
Scientia Agricola, v.58, n.2, p.413-420, abr./jun. 2001
414 Marchini et al.

caatingas da Bahia, Pedro (1992) em área de cerrado RESULTADOS E DISCUSSÃO


do Estado de São Paulo, Cure et al. (1993) em Viçosa,
MG, Aguiar et al. (1995) em área de caatinga do cariri Em Piracicaba, SP, foram identificadas 94 espécies
paraibano, Marques-Souza (1995), na Amazônia Central, de plantas (TABELA 1), pertencentes a 41 famílias:
Gonçalves et al. (1996) em mata secundária em Acanthaceae (1 espécie), Amaranthaceae (2 espécies),
Alcântara, MA, Carvalho & Bego (1997) na reserva Anacardiaceae (2 espécies), Apiaceae (1 espécie),
ecológica do Panga, Uberlândia, MG, Carvalho et. al. Apocynaceae (2 espécies), Arecaceae (1 espécie),
(1998), no campus da ESALQ, em Piracicaba, Estado de Asteraceae (9 espécies), Balsaminaceae (1 espécie),
São Paulo, Mateus (1998) em Luiz Antônio, Estado de São Bignoniaceae (3 espécies), Bombacaceae (2 espécies),
Paulo, Carvalho (1999), em área de caatinga, no município Boraginaceae (1 espécie), Caesalpiniaceae (4 espécies),
de Castro Alves, Estado da Bahia, entre muitos outros. Caricaceae (1 espécie), Combretaceae (1 espécie),
O presente trabalho foi desenvolvido com o Commelinaceae (1 espécie), Convulvulaceae (2 espécies),
objetivo de inventariar as plantas visitadas por abelhas Cucurbitaceae (1 espécie), Erythroxylaceae (1 espécie),
africanizadas (Apis mellifera L.) em duas localidades do Euphorbiaceae (3 espécies), Fabaceae (3 espécies),
Estado de São Paulo, comparando as plantas utilizadas Iridaceae (1 espécie), Lamiaceae (2 espécies), Lauraceae
como fonte de alimento pelas abelhas em cada uma (1 espécie), Malpighiaceae (1 espécie), Malvaceae (4
destas localidades, verificando suas semelhanças. espécies), Melastomataceae (2 espécies), Mimosaceae (5
espécies), Moraceae (1 espécie), Myrtaceae (8 espécies),
MATERIAL E MÉTODOS Oxalidaceae (1 espécie), Poaceae (6 espécies),
Polygonaceae (1 espécie), Rhamnaceae (2 espécies),
De 1994 a 1997 foram inventariadas as plantas Rubiaceae (1 espécie), Rutaceae (4 espécies),
que estavam florescendo, e sendo visitadas por abelhas Sapindaceae (1 espécie), Solanaceae (4 espécies),
Apis mellifera L., num raio de aproximadamente 300m Sterculiaceae (3 espécies), Tiliaceae (2 espécies),
dos apiários do Departamento de Entomologia da USP/ Ulmaceae (1 espécie), Verbenaceae (1 espécie).
ESALQ, Campus de Piracicaba, e do Instituto de Em Pindamonhangaba, SP, foram identificadas 76
Zootecnia, em Pindamonhangaba, SP. Nos dois locais espécies de plantas (TABELA 2), pertencentes a 26
existem resquícios da mata natural, plantas ornamentais famílias: Acanthaceae (1 espécie), Agavaceae (2
e de interesse apícola introduzidas ao longo dos anos e espécies), Asteraceae (15 espécies), Bignoniaceae (2
outras plantas consideradas como invasoras. espécies), Boraginaceae (1 espécie), Brassicaceae (2
As coletas foram realizadas semanalmente, em dias espécies), Caesalpiniaceae (5 espécies), Convolvulaceae
secos e em diferentes horários. As plantas foram preparadas (2 espécies), Cucurbitaceae (1 espécie), Ericaceae (1
em estrados ou pranchas de madeira, entre folhas de jornal, espécie), Fabaceae (3 espécies), Lamiaceae (2 espécies),
fazendo com que folhas e frutos ficassem bem distribuídos. Lauraceae (1 espécie), Malvaceae (2 espécies),
O material depois de seco em estufa a 55°C por 48 horas, Melastomataceae (3 espécies), Mimosaceae (6 espécies),
foi encaminhado ao Departamento de Botânica da ESALQ/ Myrtaceae (5 espécies), Oleaceae (3 espécies),
USP, para identificação. Foram anotados o mês e a duração Pedaliaceae (1 espécie), Poaceae (4 espécies),
do florescimento das plantas inventariadas. Polygonaceae (1 espécie), Rhamnaceae (1 espécie),
Com os resultados dos levantamentos realizados Rubiaceae (2 espécies), Sapindaceae (1 espécie),
nas localidades Piracicaba, SP(I) e Pindamonhangaba, Sterculiaceae (2 espécies) e Verbenaceae (7 espécies).
SP (II) calculou-se o coeficiente de similaridade de Comparando as duas localidades foram
Sorensen (Krebs, 1989) cuja fórmula é a seguinte: coincidentes 21 famílias, 22 gêneros e 15 espécies de
S=2a/(2a+b+c) C 100, plantas visitadas por abelhas africanizadas.
Segundo Ramalho et al. (1990), as famílias
Onde, a= número de famílias ou gêneros ou espécies Leguminosae, Myrtaceae, Palmae e Rubiaceae, são as
de plantas comuns às duas localidades (I e II); b= mais importantes para as abelhas africanizadas, Trigonini
número de famílias ou gêneros ou espécies de plantas e Melipona e, segundo Pirani & Cortopassi-Laurino
que ocorre exclusivamente na localidade l; c= número (1993), as famílias mais visitadas por diversas espécies
de famílias ou gêneros ou espécies de plantas que de abelhas sociais, incluindo as abelhas africanizadas,
ocorre exclusivamente na localidade II. foram Compositae (24 espécies) (hoje classificadas como
O Coeficiente de Sorensen pode variar de 0%, Asteraceae) e Leguminosae (21 espécies) (hoje
quando não há nenhuma coincidência entre as áreas Caesalpiniaceae, Fabaceae e Mimosaceae).
amostradas, até 100%, quando a coincidência é total. Comparando os resultados do presente trabalho com os
Utilizando o mesmo coeficiente de similaridade, citados anteriormente, pode-se verificar que a maioria
foram comparados os dados obtidos por Santos (1961) das famílias de plantas listadas como importantes para
(I) e os resultados da presente pesquisa (II) pois ambos as abelhas africanizadas, por Ramalho et al. (1990) e
os trabalhos foram realizados no mesmo local, campus Pirani & Cortopassi-Laurino (1993), e ainda, Pereira
da USP/ESALQ, em Piracicaba, SP. (1994), foram aqui amostradas.
Scientia Agricola, v.58, n.2, p.413-420, abr./jun. 2001
Plantas visitadas por abelhas africanizadas 415

Os coeficientes de similaridade calculados em Piracicaba, SP, nos meses de junho a outubro, foram
comparando as duas localidades amostradas foram comparados os dados por ele obtidos com os
S=62,68 %; S=31,43 % e S=17,64 % para família, gênero observados no presente trabalho. Pode-se verificar que
e espécies de plantas, respectivamente. Para gêneros, 21 famílias, 24 gêneros e 17 espécies de plantas foram
o índice de similaridade no presente trabalho, encontra- coincidentes, apresentando coeficientes de similaridade
se dentro da faixa observada por Miranda & Carneiro de: S=59,15%; S=30,38% e S=19,64% para família,
Filho (1994) quando comparam sete savanas gênero e espécies de plantas, respectivamente.
amazônicas, duas a duas, obtendo uma variação entre Nas TABELAS 1 e 2 podem, ainda, ser
as diferentes áreas de 29 a 54 %. observados os calendários de florescimento das plantas
Considerando que o primeiro levantamento de visitadas por abelhas nas duas localidades amostradas,
plantas, visando a identificação do pólen contido no mel, sendo estas informações úteis tanto no estabelecimento
foi realizado por Santos (1961) no campus da ESALQ de apiários como na manutenção e manejo dos mesmos.

TABELA 1 - Calendário de florescimento das plantas de interesse apícola, inventariadas no Campus da ESALQ/USP, em
Piracicaba, SP, no período de 1994 a 1997.
FAMÍL IA Me se s
Esp éci e/no me vulga r J F M A M J J A S O N D
*ACANTHACEAE
Justi cia bra nde gean a Wass.&Smith-cama rão ,ca marão-ve rmelho ** X X X X X X X X X X X X
AMARANTHACEAE
Altern anthera fi co ide a R.Br. - apa ga-fog o ** X X X X X X X X X X X X
Gomphrena cel osioi de s Mart. - pe rpé tua ** X X X X X X X X X X X X
ANAC ARD IAC EAE
Man gifera ind ica L. - mangueira X X
Schi nus te reb inthi fol iu s Rad di - pi menta, aro ei ra ma nsa X X
APIAC EAE
Hydrocotyl e l eco cep hal a - açari çob a ** X X X X X X X X X X X X
APOCYNAC EAE
Ca tha ran tus roseu s G.Don - vi nca, vi nca-de -ga to, bo a no ite ** X X X X X X X X X X X X
Pesch iera fu chsia efo li a Mi ers. - le iteiro X
ARECACEAE
Are caceae - coqueiro X X X
*ASTERAC EAE
*Bid ens pil osa L.- pi cã o ** X X X X X X X X X X X X
C ha pta li a nutan s (L.) Polak - língua-d e-vaca ** X X X X X X X X X X X X
*Emil ia son ch ifo li a DC- falsa serralha , pi ncel ** X X X X X X X X X X X X
Gochna tia po lymorph a (Less.) C abr. - cambará, candei a X X X
Hypo cho eri s brasil ien si s Griseb . - a lmei rão-do-cafezal ** X X X X X X X X X X X X
*Mikani a cordi fo li a (L.F.) Wi lld - guaco X X
*Montano a bi pi nna tifid a Koch. - ma rgarida -de -árvore X X
Sonchus ol eraceu s L. - se rra lha, chicóri a bra va ** X X X X X X X X X X X X
*Vernon ia p olyanthe s Le ss - assa -pei xe X X X
BALSAMINACEAE
Imp ati ens bal sa mica L. - brinco , be ijo-d e-frad e ** X X X X X X X X X X X X
*BIGNONIACEAE
Pyrosteg ia venu sta Mi ers. - flor-de-S. Jo ão, ci pó-de-S.Joã o X X
*Sten ol obi um stan s Seem. - i pê-de-ja rdi m X
Tabeb uia dura Spre ng. &Sand l - ip ê bra nco-d o-brejo X
BOMBACACEAE
Ch ori si a sp eci osa A.St.Hil. - pa ineira X X
Pachira aq uatica Aubl.- castanhei ro-do-mara nhão,sap ote-grand e X X X X
*BORAGINAC EAE
*C ord ia tri ch oto ma (Vell.) Arrab . ex Ste ud. - louro pard o X X X X X
*CAESALPINIAC EAE
Ca esalp ini a p eltoph oroi de s Be nth. - si bi piruna X X
C aesal pin ia pul che rri ma Sw. - barb a-d e-ba rata X X
Del oni x regi a Raf. - flamb oyant X X X
Senn a ru gosa (G. Don) H.S.Irwin & Barne by - canudo-de-p ito X X
C ARICACEAE
Carica pa paya L . - mamo eiro X X X X X
C OMBRETAC EAE
Temi nal ia catapp a L. - chap éu-de-sol X X X
C OMMELINAC EAE
Scientia Agricola, v.58, n.2, p.413-420, abr./jun. 2001
416 Marchini et al.

Tradesca nti a e lon gata Me ye r - trap oei rab a ** X X X X X X X X X X X X


*C ONVOLVULAC EAE
Ipomo ea cairica (L.) Sweet. - corda-d e-vi ola ** X X X X X X X X X X X X
Jacq uemon ti a sp . - corda-d e-vio la ** X X X X X X X X X X X X
*C UC URBITAC EAE
*Mo mord ica ch aran ti a L. - melão -de -São C aetano ** X X X X X X X X X X X X
ERYTHROXYLAC EAE
Eryth roxyl um bu xu x Peyr - buchi nho X
EUPHORBIACEAE
C roton u rucuran a Ba ill. - sangra d'água X X X
Eu phorbia pul ch erri m a Wi ld. - bi co-de-papa gai o X X X
Phyll anthu s corcova den si s Mue ll. - quebra-p edra ** X X X X X X X X X X X X
*FABAC EAE
C rotala ri a in can a L . - xi que-xiq ue , ge rge li m bravo X X X
Macrop ti li um sp . - macrop iti lo X X X
Ti puan a tip o (Benth.)Kuntze - tipuana X X X
IRIDAC EAE
Bela mcan da chi nen si s D .C. - flor leo pard o X
*L AMIAC EAE
Le onu rus jap oni cu s Ho utt. - rubim ** X X X X X X X X X X X X
Salvia sp len den s Ker-Ga wl. - sa lvi a X X
*LAURAC EAE
*Persea a meri can a Mi ll - abacateiro X X
MALPIGHIAC EAE
Lop han tera la ctescen s D ucke - chuva -de-ouro X X
*MALVAC EAE
*Hi biscu s ro sa-si nen si s L. - hibi sco, graxa de e studa nte ** X X X X X X X X X X X X
Ma lvastru m coroman del ian um (L.)Gusck - g ua nxuma ** X X X X X X X X X X X X
Mal va vi scus arbo reu s C av. -malvavisvo ** X X X X X X X X X X X X
Wi ssadu la subp eltata (Kuntze)Fries - malva -estrela ** X X X X X X X X X X X X
*MELASTOMATACEAE
Tib ouchin a granul osa C ogn - q uaresmeira X X X
Ti bou chi na stenocarp a(Schrank & Mart. ex D C.)Co gn. X X
*MIMOSAC EAE
Inga fag ifo li a Wi lld . - i ng á X X X
Le ucaena le uco cep hal a (Lam.) de Wit- leucena X X
M imosa caesalp in ifo li a Baenth.- sab iá, sa nsão-do-camp o X
Mimo sa bimu cro nata (DC.)O.Kuntze - maricá X X
Mi mosa cea e X
MORAC EAE
Morus n igra L . - amoreira X
*MYRTAC EAE
*Eu ca lyp tu s sp. - euca li pto X X X X
*Eu ca lyp tu s sp. - euca li pto X X X X
Eucalyptus sal ign a Sm.- euca li pto X X X X X
Euge ni a in vol ucrata D C.- cerejei ra -do-mato X X
Euge ni a uvalh a C amb. - uvai a X X
*Myrciari a caul iflora Mart. - jabo ti cab eira X
Psid ium guayava L. - go iab eira X
Psi di um sp. - goi ab eira africana X
OXALIDAC EAE
Oxa li s oxyp tera - trevo azed inho, trevo, a zedi nho ** X X X X X X X X X X X X
*POAC EAE
Brachi ari a sp . - braq ui ari a X X X X X X X X X X X X
Cyn odo n da ctylo n (L .)Pers. - grama sed a ** X X X X X X X X X X X X
Pa nicum ma xi mum Jacq . - cap im coloniã o ** X X X X X X X X X X X X
Pasp al um notatum Fluge e- g rama batatais ** X X X X X X X X X X X X
Seta ria gemi cul ata (Lam.)Beauv. - bambuzi nho ** X X X X X X X X X X X X
Zea mays L. - mi lho *** *** *** *** *** *** *** ***
*POLYGONAC EAE
Tripl ari s b rasil ian a Cham. - pa u formiga , formi gueiro X X
*RHAMNAC EAE
*Ho ven ia dul ci s Thumb. - uva japonesa X X X
R hamni di um el aecarp um Rei ssek - sa qua raji amarelo X
Scientia Agricola, v.58, n.2, p.413-420, abr./jun. 2001
Plantas visitadas por abelhas africanizadas 417

*RUBIAC EAE
*C offea arab ica L. - cafe eiro X
RUTAC EAE
Citru s sp . - citro s X X
C itrus si nen si s (L.) Osbe ck - laranjeira X X
Prun us p ersica Batsch - pe ssegueiro X X
Zantho xyl um chi lop eron e Mart. ex Engl. X X
*SAPIND AC EAE
All ophyll us edu li s (A.St. Hill) Radlk. X
SOLANAC EAE
Acni stu s a rborescen s (L .) Schtdl. - mari aneira ** X X X X X X X X X X X X
Sola num a meri can um Mi ll. - ma ria pre ti nha ** X X X X X X X X X X X X
Solanum concinnum Schott ex Sendth. - joá velame ** X X X X X X X X X X X X
Sola num e ria nth um D.Don - fumo bravo ** X X X X X X X X X X X X
*STERC UL IAC EAE
*D ombe ya burg essia e Gerr. e x Ha rv. e t Sond. - astra péi a X X
D ombe ya spe ctabi li s Bojer - astra péi a X X
*D ombeya wall ichi i Daydo n Jackso n -astrap éia rosa X X
TIL IAC EAE
Corcho rus hirtu s L. ** X X X X X X X X X X X X
L ueh ea d iva ricata Mart. e t Zucc. - açoita cavalo X X X
ULMAC EAE
Tre ma mi cra nth a (L.) Blume - crindiúva X
*VERBENAC EAE
Alo ysia virgata (Rui z e t Pav.) A.L .Juss. - lixa, li xeira X X
*Famílias e espécies de plantas comuns às duas localidades avaliadas.
**Não florescem com a mesma intensidade o ano todo.
***O florescimento depende da época de plantio

TABELA 2 - Calendário de florescimento das plantas de interesse apícola, inventariadas no Centro de Apicultura Tropical do
Instituto de Zootecnia, em Pindamonhangaba, SP, no período de 1994 a 1997.
FAMÍL IA Me se s
Esp éci e/ no me vulga r J F M A M J J A S O N D
*AC ANTHAC EAE
Pa chystachys lu the a Nees - cama rão amarelo X X
AGAVAC EAE
C ordi lyne termina li s Kunth. - dracena ve rme lha X X X
D racena fra gans Ke r.Gawl. - dracena X X X
*ASTERAC EAE
Ba cchari s semi serrata DC . - a le crim-do-camp o X X
*Bid ens pil osa L.- pi cã o ** X X X X X X X X X X X X
Bid ens su lph uri a Sch.Big .- cosmos ** X X X X X X X X X X X X
*Emil ia so nch ifo li a DC - falsa serralha , pi ncel ** X X X X X X X X X X X X
Eup ath ori um sp . X X
Eu pathori um ma xi mili an i Schrad . X X X
*Mikani a cord ifo li a (L.F.) Willd - guaco X X X
*Mon tan oa bi pi nna tifid a Koch. - ma rgarida -de -árvore X X X
Sen eci o b rasil ien si s Less - flor-das-alma s, maria mole X X
Th ithoni a d iversifo li a A. Gray - marg ari dão amarelo X X X
Vern oni a sp. - ca mbará-d o-brejo X X
Ve rno nia cog nata (Chod.) Ca brl X X X
*Vernon ia p olyanthe s Less. - assa -pe ixe X X
Vern oni a scorp ioi de s (Lam.) Pea rs. - e rva pre á X X X
Zin nia ele gan s Jacq . - cap itão-d o-camp o ** X X X X X X X X X X X X
*BIGNONIAC EAE
Arvabi dea e sp . X X
*Ste nol obi um stan s Seem. - ipê -de-ja rdi m X
*BORAGINAC EAE
Scientia Agricola, v.58, n.2, p.413-420, abr./jun. 2001
418 Marchini et al.

*Cordia tri ch oto ma (Ve ll.) Arrab . e x Steud .- louro pard o X X X X X X


BRASSIC AC EAE
Rap hanu s rapha nistrum L. - nab iça X X X
R aph anus sati vu s L. - rabanete X X
*CAESAL PINIAC EAE
Ba uhi ni a va rie gata L. - ca sco- d e- vaca X X X X
C assia fe rrug ine a (Schrad .) Schrad. ex DC - chuva -de-ouro X X X
Cassi a fistul a L. - ca ssia i mp eri al, brinco-de-p ri nce sa . X X X
Senn a sp . X X X X
Se nna b icapsula ri s (L .) Ro xb . - cassi a X X X X
*C ONVOLVUL AC EAE
Evo lvu lu s sp . X X
Ipomo ea he derifo li a L . - corda-d e-vi ola ** X X X X X X X X X X X X
*C UCURBITAC EAE
*Mo mord ica ch aran ti a L. - melão -de -São C aetano ** X X X X X X X X X X X X
ERIC AC EAE
Rh odo dend ron si msi i Planch - azaléi a X X
*FABAC EAE
Caj anu s caja n Millsp - feijão gua nd u X X
Crota laria spe ctabi li s Moth - crotalari a X X
Glyci ne ma x Merril - soja *** ***
*L AMIAC EAE
Oci mum mi cra nth um - ma njeri cã o *** *** *** *** ***
Tetrade nia rip ari a (Hochst.) C odd . - mirra X X
*LAURAC EAE
*Persea a meri can a L . - abacateiro X X
*MALVAC EAE
*Hi biscu s ro sa-si nen si s L.- hi bi sco, graxa-de-e studa nte X X X X X X X X X X X X
Hi bi scus sch izop eta li s - hi bi sco retorcid o X X X X X X X X X X X X
*MELASTOMATAC EAE
Mi con ia l ig ustroi de s (DC .) Na ud . - jacatirã o X X X
Tibo uch ina gra ci li s C ogn - q uaresmeira X X X X X
Tre mble ya p arviflora (D .D on) Co gn. X X
*MIMOSAC EAE
An aden anthera co lub rin a (Ve ll.)Brenan - ang ico X X
Ca ll ian dra fol iol osa Benth. - dia dema ** X X X X X X X X X X X X
Ca ll ian dra twee di i Benth. - esp onjei ra, ca li andra ve rmelha** X X X X X X X X X X X X
Ente rol obi um cortortisili qu im (Vell.) Morongi -ore lha-d e-negro ** X X X
Mimo sa bimu cro nata (D C.) O. Kuntze - maricá X X X
Mi mosa pud ica K. - se nsitiva X X X
*MYRTAC EAE
*Eu ca lyp tu s sp. - eucalip to . X X X
Eugen ia p yrifo rmi s.- orva lha X X X
Eu geni a un iflora L. - pi tangueira X X X
Myrci a sp - guami ri m bra nco X X
*Myrci ari a caul iflora Mart. - jabo ti cab eira X X X
OL EAC EAE
Li gustru m ind icum Merr. - li gustro X X X X
Li gustru m lucid um Ait. li gustro X X X X
Lig ustrum sin ense Lo ur. - alfineteiro-d o-japã o X X
PEDAL AC EAE
Se samu m ind icum L - ge rge li m *** ** *** ***
*POAC EAE
Avena sativa L. - avei a *** ***
Bamb usa dissi mul ato r - b amb u X X X
Brachi ari a sp . - braq ui ári a ** X X X X X X X X X X X X
Triticum a estivum L. - trig o X X
*POLYGONAC EAE
Anti go num l eptopu s Hook &Arn. - amor a garradi nho ** X X X X X X X X X X X X
*RHAMNAC EAE
*Ho ven ia dul ci s Thumb. - uva japonesa X X X
*RUBIAC EAE
Borreri a sp . - carrapi cho X X
*C offea arab ica L. - cafe eiro X X
Scientia Agricola, v.58, n.2, p.413-420, abr./jun. 2001
Plantas visitadas por abelhas africanizadas 419

*SAPIND AC EAE
Paul li ni a ca rpo pode a C ambe ss. - ci pó uva , timb ó X X X
*STERC UL IAC EAE
*D ombe ya burg essia e Gerr. e x Ha rv. e t Sond. - astra péi a X X X
*D ombeya wall ichi i D aydon Ja ckson - a strapé ia rosa X X X
*VERBENAC EAE
C lerode ndro n sp. - bem-me-que r X X
Duranta re pen s L . - vi oleteira ** X X X X X X X X X X X X
Lan tan a sp. - lantana X X
La nta na camara L. - ca mbará X X
Li ppi a sp - ca mbará X X X X
Petrea vol ubi li s Jacq. X X X
Vitex a gnus-castru s L . - vi tex, pi menta-dos-monge s X X X X
*Famílias e espécies de plantas comuns às duas localidades avaliadas.
**Não florescem com a mesma intensidade o ano todo.
***Florescimento depende da época de plantio

CONCLUSÕES CURE, J.R.; BASTOS FILHO, G.S.; OLIVEIRA, M.J.F. de;


SILVEIRA, F.A. da. Levantamento de abelhas silvestres na zona
As duas localidades apresentam poucas da mata de Minas Gerais: I. Pastagem na Região de Viçosa
(Hymenoptera, Apoidea). Revista Ceres, v.40, p.130-161, 1993.
semelhanças com referência a flora de interesse apícola GONÇALVES, S. de J.M.; RÊGO, M.; ARAÚJO, A. de. Abelhas
uma vez que apenas 17,64% das espécies são sociais (Hymenoptera: Apidae) e seus recursos florais em uma
coincidentes. região de mata secundária, Alcântara, MA, Brasil. Acta
As informações referentes ao calendário de Amazonica, v.26, p.55-68, 1996.
florescimento das plantas de interesse apícola para as KREBS, C.J. Ecological methodology. New York: Harper
Collins Publishers, 1989. 654p.
duas localidades estudadas podem ser utilizadas tanto
MARQUES-SOUZA, A.C. Fontes de pólen exploradas por
no estabelecimento de apiários como na manutenção e Melipona compressipes manaosensis (Apidae:
manejo dos mesmos. Meliponinae), abelha da Amazônia Central). Acta
Amazonica, v.21, p.77-86, 1995.
AGRADECIMENTO MARTINS, C.F. Estrutura da comunidade de abelhas
(Hymenoptera, Apoidea) na Caatinga(Casa Nova, BA) e na
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Chapada Diamantina (Lençóis, BA). São Paulo, 1990. 139p.
de São Paulo (FAPESP), pelo financiamento parcial da Tese (Doutorado)- Instituto de Biociências, Universidade de
São Paulo.
presente pesquisa (Processo 1995/3222-4). MARTINS, C.F. Comunidade de abelhas (Hymenoptera,
Apoidea) da caatinga e do cerrado com elementos de campo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS rupestre do Estado da Bahia, Brasil. Revista Nordestina
de Biologia, v.9, p.225-257, 1994.
AGUIAR, C.M.L.; MARTINS, C.F.; MOURA, A.C. de A. Recursos MATEUS, S. Abundância relativa, fenologia e visita às flores
florais utilizados por abelhas silvestres (Apoidea) na caatinga pelos apoidea do cerrado da Estação Ecológica de Jatí, Luiz
de São João do Cariri, Paraíba. Revista Nordestina de Antônio, SP. Ribeirão Preto, 1998. 159p. Dissertação
Biologia, v.10, p.101-117, 1995. (Mestrado) - Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de
CARVALHO, A.M.C.; BEGO, L.R. Exploitation of available Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
resources by bee fauna (Apoidea-Hymenoptera in the Reserva MIRANDA, I.S.; CARNEIRO FILHO, A. Similaridade florística de
Ecológica do Panga, Uberlândia, Satate of Minas Gerais, algumas savanas Amazônicas. Boletim do Museu Paranaense
Brazil. Revista Brasileira de Entomologia, v.41, p.101-107, Emílio Goeldi, Série Botânica, v.10, p.249-267, 1994.
1997. PEDRO, S.R.M. Sobre as abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em
CARVALHO, C.A.L. Diversidade de abelhas (Hymenoptera, um ecossistema de cerrado (Cajuru, NE do Estado de São
Apoidea) e plantas visitadas no Município de Castro Alves, Paulo): composição, fenologia e visita a flores. Ribeirão Preto,
BA. Piracicaba, 1999. 104p. Tese (Doutorado) - Escola Superior 1992. 200p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Filosofia,
de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São
CARVALHO, C.A.L.; MARCHINI, L.C.; BOS, P.B. Fontes de Paulo.
pólen utilizadas por Apis mellifera e Meliponinae PEREIRA, B.A. DA S. Flora apícola do cerrado. In:
(Hymenoptera; Apidae). In: ENCONTRO SOBRE ABELHAS, CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA,10., Pousada
3., Ribeirão Preto, 1998. Anais. Ribeirão Preto: FFCL/USP, do Rio Quente, 1994. Anais. Pousada do Rio Quente: CBA,
1998, p.258. 1994. p.142-146.
CASTRO, M.S. Composição, fenologia e visita às flores pelas PIRANI, J.R.; CORTOPASSI-LAURINO, M. (Coord.). Flores e
espécies de Apidae em um ecossistema de caatinga (Nova abelhas em São Paulo. São Paulo: EDUSP, 1993. 192p.
Casa Nova- 9°26’S/ 41°50’W). São Paulo, 1994. 103p. PRADO, A.P. Importância prática da taxonomia: ou o papel da
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biociências, taxonomia para a entomologia aplicada). Revista Brasileira
Universidade de São Paulo. de Entomologia, v.24, p.165-167, 1980.
Scientia Agricola, v.58, n.2, p.413-420, abr./jun. 2001
420 Marchini et al.

RAMALHO, M.; KLEINERT-GIOVANNINI, A.; IMPERATRIZ- SANTOS, C.F.O. Morfologia e valor taxonômico do pólen das
FONSECA, V.L. Important bee plants for stingless bees principais plantas apícolas. Piracicaba, 1961. 92p. Tese
(Melipona and Trigonini) and Africanized honeybees (Apis (Livre-Docência) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de
mellifera) in neotropical habitats: a review. Apidologie, v.21, Queiroz”, Universidade de São Paulo.
p.469-488, 1990. VIANA, B.F. Estudo da composição da fauna de Apidae e da
SAKAGAMI, S.F.; LAROCA, S.; MOURE, J.S. Wild bees biocenotics flora apícola da Chapada Diamantina, Lençóis, Bahia (12º
in São José dos Pinhais (PR), South Brazil: preliminary report. 34’S/ 41L 23’W). São Paulo, 1992. 140p. Dissertação
Journal of the Faculty of Science Hokkaido University. Series (Mestrado) - Instituto de Biociências, Universidade de São
VI, Zoology, v.16, p.253-291, 1967. Paulo.
SANTOS, C.F.O. Avaliação do período de florescimento das
plantas apícolas no ano de 1960, através do pólen contido
nos méis e dos coletados pelas abelhas (Apis mellifera L.).
Anais da ESALQ, v.21, p.253-264, 1964. Recebido em 02.07.99

Scientia Agricola, v.58, n.2, p.413-420, abr./jun. 2001

Você também pode gostar