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DECISÃO
Por sua vez, melhor sorte não socorre ao recorrente, no que se refere à
aplicabilidade do prazo prescricional de dez anos para a restituição ou compensação
do indébito fiscal.
No caso, trata-se de Mandado de Segurança impetrado em 09/06/2010,
portanto, após o início da vigência da Lei Complementar 118/2005, com a finalidade
de afastar a exigibilidade da contribuição previdenciária patronal incidente sobre os
valores pagos aos empregados a título de salário-maternidade, auxílio-doença e
auxílio-acidente nos quinze primeiros dias de afastamento, férias gozadas e terço
constitucional de férias, no qual se requereu, ainda, a compensação ou restituição
dos valores indevidamente recolhidos a tais títulos, nos últimos dez anos.
Registre-se, inicialmente, que a Primeira Seção desta Corte, em
18/12/2009, no julgamento do REsp nº 1.002.932/SP, da relatoria do Ministro Luiz
Fux, submetido a sistemática do art. 543-C do CPC, consolidou o entendimento no
sentido de que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do
indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação,
continua observando a tese dos "cinco mais cinco", ou seja (5) cinco anos de
decadência da homologação para a constituição do crédito tributário acrescidos de
mais (5) cinco anos referentes à prescrição da ação.
No entanto, a partir da edição da Lei Complementar 118/2005, houve
alteração na contagem do prazo prescricional.
A questão foi resolvida pela Excelsa Corte, quando o Supremo Tribunal
Federal, nos autos do RE 566.621/RS no qual entendeu que o prazo de cinco anos
do art. 168, I, do CTN, alterado por força do art. 3º da Lei Complementar nº
118/2005, para pleitear a repetição de valores recolhidos indevidamente como
tributo aplica-se às demandas ajuizadas na vigência do referido art. 3º, ou seja,
a partir de 09/06/2005, de modo que tendo por termo ad quem a data do
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ajuizamento é viável recuperar os valores indevidamente pagos há cinco anos
da referida data. Se a demanda é ajuizada na vigência da redação anterior à LC
118/2005, aplica-se a tese conhecida por "5+5", de modo que o contribuinte
possui 10 anos, contados do fato gerador, para repetir o que pagou
indevidamente a título de tributo.
O julgado ficou ementado nestes termos:
Por fim, quanto aos limites à compensação previstos nas Leis 9.032/95
e 9.129/95, a Primeira Seção desta Corte, no julgamento do Recurso Especial
796.064/RJ, submetido ao rito do Recurso Representativo da Controvérsia - art.
543-C do CPC -, proclamou o entendimento de que, "enquanto não declaradas
inconstitucionais as Leis 9.032/95 e 9.129/95, em sede de controle difuso ou
concentrado, sua observância é inafastável pelo Poder Judiciário, uma vez que a
norma jurídica, enquanto não regularmente expurgada do ordenamento, nele
permanece válida, razão pela qual a compensação do indébito tributário, ainda que
decorrente da declaração de inconstitucionalidade da exação, submete-se às
limitações erigidas pelos diplomas legais que regem a compensação tributária".
Recentemente, a Primeira Seção proferiu decisão de igual teor, in
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verbis:
"TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. TRIBUTO
DECLARADO INCONSTITUCIONAL. LIMITES À COMPENSAÇÃO.
LEIS Nº 9.032/95 E Nº 9.129/95. APLICABILIDADE.
No julgamento do Recurso Especial nº 796.064, RJ, relator o Ministro
Luiz Fux, revendo orientação anterior, a Primeira Seção do Superior
Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que, "enquanto não
declaradas inconstitucionais as Leis 9.032/95 e 9.129/95, em sede
de controle difuso ou concentrado, sua observância é inafastável
pelo Poder Judiciário, uma vez que a norma jurídica, enquanto
não regularmente expurgada do ordenamento, nele permanece
válida, razão pela qual a compensação do indébito tributário,
ainda que decorrente da declaração de inconstitucionalidade da
exação, submete-se às limitações erigidas pelos diplomas legais
que regem a compensação tributária" (DJe de 10.11.2008).
Embargos de divergência providos" (STJ, EREsp 895.899/SP, Rel.
Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 25/04/2014).