Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO
1.1. Definição
D 2B e D 3m
A
A
A
Planta A
Planta
Pilar Viga de Rigidez
Pilar Viga de Rigidez
A
Vista lateral Corte A-A Planta Corte A-A
Figura 2(c) – Viga de fundação e sapata corrida.
A razão técnica é que os radiers são, em geral flexíveis e, por isso, mais
complexo de serem dimensionados do que sapatas. A razão econômica surge na
necessidade de aumentar a espessura do radier para torná-lo rígido, o que implica
em custos maiores. A figura 5 ilustra os diferentes tipos de radiers empregados em
construções de edifícios, ressaltando as estratégias para aumentar a rigidez da peça
nos locais de concentração de cargas.
Figura 5 – Tipos comuns de radiers: (a) placa lisa sem nervuras; (b) placa
cogumelo com espessamento apenas sob os pilares; (c) placa
nervurada; (d) placa com capitéis; (e) radier tipo caixão (fonte: Bowles,
1998).
Recentemente, passou-se a adotar radiers flexíveis para fundações de casas
populares. A escolha desse tipo de fundação é fundamentada em razões
econômicas, pois as fundações profundas em solos de várzea podem ser muito
profundas e desproporcionais ao valor desejado para uma moradia destinada à
população de baixa renda. A figura 6 exibe as fases construtivas desses radiers,
salientando-se que se trata de uma placa com nervuras sob as paredes. Observe
que o revestimento do terreno sob o radier é constituído por um plástico filme e não
por concreto magro. Está é apenas uma opção construtiva, não tendo justificativa
técnica.
a) Métodos deterministas
ult
d f Fk adm d
FS
b) Métodos semiprobabilistas
ult
d f f ; Fk adm d
m
m
c) Métodos probabilistas
W
f Tk
mp m
W
Td
mp m
,max
adm
FS
A distorção (ij) entre dois pontos “i” e “j” de uma estrutura é freqüentemente
expressa como:
j i
ij
Lij
adm ,adm
Figura 11 - Modelo analítico de capacidade de carga: a reação que o solo pode oferecer a uma
solicitação é resultado de um mecanismo de rotação de massas que mobiliza tensões de
cisalhamento nas interfaces.
1
ult S c c N c qo N q S B N
2
Cada uma das três parcelas da formulação racional de capacidade de carga foi
deduzida a partir do comportamento de materiais fictícios. Por exemplo, a primeira
parcela foi deduzida para um solo sem atrito, puramente coesivo e sem embutimento
(=0; qo=0); a segunda parcela foi deduzida para um solo sem coesão e sem peso e
a terceira parta um solo sem coesão e sem embutimento. Um solo real é uma
mescla das três situações e, desse raciocínio, surgiu a expressão acima.
3
a2 tan
Nq onde ae 4 2
2 cos 2 45
2
Nc
1
tan
Nq 1 para 0 , adota se N c 5,70
N
1 k p
tan
1
onde k p 3 tan 2 45
33
2 cos 2 2
qo D
Para solos com resistência muito baixa (areias fofas e argilas moles), a ruptura
se dá de forma dúctil, ou seja, com expressivas deformações plásticas. O resultado
prático dessa plasticidade é que existem deformações muito grandes nas massas o
que implica que o valor máximo da resistência ao cisalhamento não pode ser
mobilizado ao longo de todas as superfícies de ruptura.
Essa forma de ruptura foi denominada por Terzaghi como “ruptura localizada”,
pois o mecanismo de ruína não se propaga até a superfície do terreno. A figura 14
mostra a comparação entre o comportamento carga –recalque das fundações
segundo as diferentes formas de ruptura. Nos casos de rupturas localizadas,
Terzaghi sugere que a formulação seja mantida, porém adotando-se parâmetros de
resistência ao cisalhamento modificados (cmod e mod):
2 2
c mod c mod arctan tan
3 3
Figura 15 – Distribuição das tensões no solo admitida pela formulação de Terzaghi para solicitações
normais excêntricas.
N k 6 eL 6 eB
min
max
1
BL L B
N k 4 er
min
max
1
R2 R
4 min max
max adm min 0 adm
3 2
partir dessa formulação, passou-se a contar com uma previsão mais adequada para
a capacidade de carga de sapatas retangulares.
ult sc d c ic c N c s q d q iq qo N q
1
s d i B N
2
Nc
1
tan
Nq 1 para 0 , adota se N c 5,1
N q e tan k p onde k p tan 2 45
2
N N q 1 tan 1,4
Fatores de
Condição de Fatores de
Fatores de Forma Inclinação de
carregamento profundidade
Carga
B' D
2
s c 1 0,2 k p d c 1 0, 2 k p
L' B' i c 1
90
2
s q 1 0,1 k p
B'
d q 1 0,1 k p
D
Drenada (>0°) i q 1
L' B' 90
2
B' D
s 1 0,1 k p d 1 0,1 k p i 1
L' B'
sc = 1 dc = 1 ic = 1
Não drenada (=0°) sq = 1 dq = 1 iq = 1
s = 1 d = 1 i = 1
Hk
arctan
Nk
B’ = B – 2eB L’ = L – 2eL
Nk
adm
B L
L B
eL e eB
3 3
Nk er
arccos [radianos]
2 R 2 R
Para cálculo dos fatores de forma e de profundidade, pode ser admitido que:
2 R e r 2 R 2
B R L
R sen B
ult
adm Re
FS
2e r
Re 1
B para solos coesivos
er
Re 1
B para solos granulares
er e B 2 e L 2
ult s c d c ic bc g c c N c s q d q i q bq g q q o N q
1
2
s d i b g B N
Nc
1
tan
Nq 1 para 0 , adota se N c 5,1
N q e tan k p onde k p tan 2 45
2
N 1,5 N q 1 tan
B N q 1 dq
sc 1 d c d q
L N c N c tan
B
d q 1 2 tan 1 sen 2
D
Drenada (>0°) sq 1 tan (*)
L B
B
s 1 0,4 d 1
L
B N q B
sc 1 d c 1 0,4
L N c L
Não drenada
(=0°) sq = 1 dq = 1
B
s 1 0,4 d = 1
L
(*) Quando D>B, adota-se D=B. Observe que não são empregados B’ e L’ nos fatores de
profundidade.
B L
2 2
mB L mL B
B L
1 1
L B
m m L cos 2 n m B sen 2 n
Assim, têm-se:
Ac B 'L'cb
m
Hk
iq 1
N Ac
tan
k
m 1
Hk
i 1
N Ac
tan
k
1 iq
ic i q
N c tan
m Hk
ic 1
Ac 2
iq i 1
g q g 1 tan 2
1 gq
gc gq
N c tan
2
gc 1 com em radianos
2
< 45°
N 2 sen
bq b 1 tan 2
1 bq
bc bq
N c tan
2
bc 1 com em radianos
2
ult s c d c ic bc g c c c c N c s q d q iq bq g q c q q o N q
1
2
s d i b g c B N r
Nc
1
tan
Nq 1 para 0 , adota se N c 5,14
N q e tan k p onde k p tan 2 45
2
N 2 N q 1 tan
Nq
Quadradas ou Circulares sc 1 sq 1 tan s 0,6
Nc
B N q B B
sq 1 tan
Retangulares sc 1 L s 1 0,4
L N c L
B D
d c 1 0,4 d c 1 0,4 arctan
L B
D
d q 1 2 tan 1 sen 2 d q 1 2 tan 1 sen 2 arctan
D
B B
d 1 d 1
(*) os valores de arctan(D/B) são expressos em radianos.
g q g 1 tan 2
2
gc 1 com em radianos
2
0
2
2
bq b 1
tan
2
bc 1
2
G E
Ir para condição drenada
c tan 21 c tan
G E E
Ir
Su 21 Su 3 Su para condição não drenada
B
Onde: D
2
B'
cc 0,32 0,12 0,60 log I r
L'
cq c e
Por fim, Vèsic salienta que, para fundações de grandes áreas mas de
pequenas profundidades, a terceira parcela da formulação tende a superestimar a
capacidade de carga, razão pela qual foi introduzido o fator de redução r. Esse fator
pode ser expresso por:
B
r 1 0,25 log 1
2
B
ult 1 0,2 S u N c qo
L
D D
N c 0,74 ln 0,22 6,25 válido para 2,5
B B
qc
Para CPT1 15
40
qc
Para CPT2 Su
25
1
Para pequenas tensões de confinamento em areias, pode-se admitir que a resistência de ponta do
cone seja da ordem de 800N [kPa].
2
Para pequenas tensões de confinamento em solos argilosos, pode-se admitir que a resistência de
ponta do cone seja da ordem de 250N [kPa].
Compacta
Medianamente
9-18 17 19 20
Compacta
19-40 Compacta 18 20 21
Muito
>40 18 20 21
Compacta
a) Formulação de Teixeira
adm 20 N qo com 5 N 20
b) Formulação de Mello
Mello (1975) relata o uso de outra correlação na prática profissional que não
distingue o tipo de solo:
adm 100 N 1 kPa 4 N 16
c) Formulação de Meyerhof
2
B 0,305
adm 9,6 N kd kPa para B>1,22 m
B
D
kd 1 1,33
3 B
Convém destacar que para Meyerhof, o valor de N deve ser tomado como a
média do número de golpes entre as profundidades D e (D+B).
3
adm N adm kPa para B<1,22 m
5
2
B 0,305
adm
2
N adm kPa para B>1,22 m
5 B
d) Formulação de Bowles
2
B 0,305
adm 12,5 N kd kPa para B>1,22 m
B
a) Meyerhof
B D
adm qc 1 B em metros
36,6 B
b) Robertson
K
adm qc
3
qc 4 B
adm
12 D
c) Teixeira e Godoy
qc
adm para argilas
10
qc
adm para areias
15
10.500 5.000
adm 1, 4
adm
PR PR1,14
Su 12,6 CBR0,7
(a) (b)
(c)
Figura 20 – Distribuição das tensões de contato em radiers de mesma
geometria e carga, porém em solos com rigidez diferente.
Kv
K v K v B
Es Es B 4 Es
K v 0,65 12
1 2 Ec I c
B 1 2
Estabelecido o conceito do módulo de deformação é possível definir parâmetro
de rigidez :
K v
4
4 Ec I c
Ec t 3
Ri 4
12 K v 1 c 2
onde t é a espessura de uma placa lisa ou a espessura teórica de uma placa
lisa de mesma rigidez do radier. Quando o raio de influência é maior do que a
distância entre pilares, o radier é considerado rígido.
O valo do módulo de reação vertical pode ser estimado por valores típicos,
conforme indicado na Tabela 12.
0,6 N 1, 4
K v1 [ MPa / m] para solos residuais
B2
0, 6
0,3
K v K v1 com B em metros
B
Quando se trabalha com radiers, a correção do Kv1 deve ser realizada com o
menor valor entre B (largura do radier) ou Bef:
Bef 64 E c t 3
2
4
3 1 c 2 K v1
i c s
B 1 2
i 0 1
E 0,75
n Iz
i C1 C2 q z
i 1 Es
q
C1 1 0,5 0,5
q
t
C2 1 0,2 log
0,1
z B
I z 0,1 2 ( I z max 0,1) para z
B 2
2 z B
Iz I z max 2 para z 2B
3 B 2
B
zmax
2
z
I z 0,2 ( I z max 0,2) para zB
B
1 z
Iz I z max 4 para B z 4B
3 B
zmax B
q
I z max 0,5 0,1
z
F
i
1,2 N 0,87 1 0,4 D
B
n v 0,i v,i
Cr ,i log OCRi Cc,i log
Hi
c
OCR
i 1 1 e0,i i v 0,i
Onde:
1
v, z 1 2
R
2 3
1
z
BL
R é o raio equivalente da fundação R
B
v, z
Bz
c( corrigido) c
B
1 0,11 0,06 ln lnOCR
H
n
ts
s C,i H i log
i 1 ti
Figura 23 - Arranjo do ensaio de placa com sistema de reação com viga com placas de ancoragem
tipo helicóide (modificado a partir de Alonso, 2000).
Figura 24 - Arranjo do ensaio de placa com sistema de reação com cargueira fixa (modificado de
Alonso, 1989).
Figura 25 - Arranjo do ensaio de placa com sistema de reação com viga com tirantes (modificado de
Alonso 1989).
Figura 28 - Outras formas de carregamento para o ensaio de placa (modificado de Velloso e Lopes,
2004).
e Lopes (2004), contudo, salienta que o ensaio pode ser realizado com deformação
controlada (Figura 28a) com incrementos controlados de carga sem a estabilização
(Figura 28b) e carregamento cíclico com diferentes padrões de ciclagem (Figura
28c).
Admite-se que a região de influência das deformações geradas pela placa sob
tensão seja da ordem de 2Bp em profundidade e 1,5Bp em largura, volume que
corresponde à isóbara de 10% da tensão aplicada pela placa.
fundações possuem a mesma área da placa é que o ensaio possui relação direta
com as estruturas em verdadeira grandeza.
De qualquer sorte, sempre que uma fundação possuir área diferente da área da
placa, há a necessidade de se corrigir os resultados de recalques e os critérios de
ruptura. Essas correções são diferentes para solos argilosos e para solos arenosos,
pois as argilas pré-adensadas tendem a apresentar módulo constante, enquanto que
as argilas normalmente adensadas e as areias tendem a apresentar módulo
linearmente crescente com a profundidade.
1 2
i B I
Es
1 2
Bf I
f Es
p 1 2
Bp I
Es
f Bf
p Bp
É óbvio que essa relação linear entre recalque e diâmetro da placa não é válida
para a relação entre placa e fundação que tenham formas diferentes. No caso da
extrapolação de um recalque de uma placa circular para uma fundação com
geometria retangular, teríamos:
f B f I , f
p B p 0,79
L
I , f 0,6 ln 0,9
B
f Bf L
0,76 ln 1,14
p Bp B
Existe um certo consenso que o módulo de elasticidade nas areias varia com a
profundidade. Essa variação pode ser linear em areias fofas e não linear em areias
compactas e cimentadas.
E s E0 k z
E s E0 k B
1 2 k
Bf I 1 Bp
f E0 k B f Bf E0
p 1 2 Bp
1
k
Bf
Bp I
E0 k B p E0
2
f 2B f
onde Bf é expresso em metros.
p B f 0,3
f
B f B p 0,3 2
com Bp e Bf expressos em metros
p
B p B f 0,3
Para o caso particular da placa adotada pela norma brasileira que é circular
com diâmetro de 80cm, a sapata quadrada equivalente teria um lado de
aproximadamente 70cm. Assim, a equação de Sowers poderia ser reescrita como:
2
f Bf
p
0,7 B f 0,3
Velloso e Lopes (2004) destacam ainda que, se no local da obra for disponível
um ensaio de campo de boa resolução como o CPT, é possível estimar uma
variação para o módulo de deformação elástica com a profundidade e realizar uma
previsão de recalques através do modelo de Burmister (1947), conforme é discutido
adiante.
P
adm n m
A
Figura 33 - Modelo básico de Burmister (1947) para a interpretação do ensaio de três placas.
O autor entende que nos solos com módulo linearmente crescente com a
profundidade, deve ser tomado como módulo representativo (denominado de Eequiv)
aquele situado em uma profundidade Bp abaixo da placa, conforme indica a Figura
34 (a).
y
4
1 2
f Bf
1 2
E0 K B f 4
.
Figura 35 - Comparação entre as curvas de ensaio de placa com curta duração e de longa duração.
r
adm onde r tensão de ruptura
2
adm 25
onde 25 tensão correspond ente a 25mm de recalque
2
a
adm onde a tensão correspondente ao recalque máximo aceitável
1,5
1 2
E s 0,79 B p
p
E s 0,55
p
Kp
p
E s 0,79 1 2 B p K p ou E s 0,55 K p
Os ensaios com placas pequenas são tão populares fora do Brasil, que existem
conjuntos disponíveis para a comercialização, conforme aparece na Figura 39.
Figura 38 - Arranjo do sistema de reação para uma prova de carga em uma sapata.
Figura 39 - Arranjo do cilindro hidráulico e sistemas de medição de deslocamentos e carga para uma
placa comercial de 300 mm de diâmetro.
5. EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS