O artigo analisa o perfil e comportamento de retorno de 363 doadores de sangue no hemocentro de Recife. Constatou-se que a maioria era do sexo masculino, com idade entre 25-44 anos e nível de escolaridade médio-alto. Cerca de um terço retornou em até 6 meses após a primeira doação. Homens tinham maior probabilidade de serem doadores regulares do que mulheres. O estudo sugere focar em estratégias para aumentar a frequência de doações.
O artigo analisa o perfil e comportamento de retorno de 363 doadores de sangue no hemocentro de Recife. Constatou-se que a maioria era do sexo masculino, com idade entre 25-44 anos e nível de escolaridade médio-alto. Cerca de um terço retornou em até 6 meses após a primeira doação. Homens tinham maior probabilidade de serem doadores regulares do que mulheres. O estudo sugere focar em estratégias para aumentar a frequência de doações.
O artigo analisa o perfil e comportamento de retorno de 363 doadores de sangue no hemocentro de Recife. Constatou-se que a maioria era do sexo masculino, com idade entre 25-44 anos e nível de escolaridade médio-alto. Cerca de um terço retornou em até 6 meses após a primeira doação. Homens tinham maior probabilidade de serem doadores regulares do que mulheres. O estudo sugere focar em estratégias para aumentar a frequência de doações.
Resenha crítica do artigo Doadores de sangue de primeira vez e comportamento de retorno
no hemocentro público do Recife. ARAÚJO, Fábia M. R, FELICIANO, Katia V. O,
MENDES, Marina F. M. e FIGUEIROA, José N. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. 2010;32(5):384-390. O artigo a ser resenhado levanta questionamento sobre o perfil de comportamento dos doadores de retorno no hemocentro de Recife, bem como o período de tempo entre a primeira doação e as demais. No intuito de alcançar esses objetivos os autores promoveram um estudo com 363 doadores advindos do banco de dados do Sistema de Banco de Sangue. O referido artigo está estruturado em parágrafos e divido em Resumo, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão, Resumo em língua estrangeira e Referências, num total de 7 páginas. Pode-se ressaltar que o método narrativo utilizado foi o descritivo, onde os autores desenvolveram suas ideias de forma clara e explicativa, com linguagem de cunho cientifico, porém sem o excesso de palavras complexas e demasiados termos técnicos. Além disso, recorreram a outros autores com eixos de estudos semelhantes para embasarem e renderem credibilidade a este escopo. Os avanços tecnológicos, que possibilitam a realização de procedimentos terapêuticos de alta complexidade, mudanças no perfil epidemiológico da população, bem como o crescimento da violência, aumentam a necessidade de sangue e produtos hemoterápicos. Por outro lado, observa-se uma tendência estacionária das doações que representam 1,70% da população. Nota-se que o crescimento das doações esbarra em obstáculos tais como a captação e o incremento do número de doadores regulares e busca por maior qualidade dos produtos sanguíneos. Neste respeito, uma maior frequência de doações de retorno possibilitaria a ampliação do atendimento à demanda crescente por sangue, a garantia de bolsas de sangue com maior segurança para o receptor e a redução do custo da coleta. No intuito de conhecer a percepção do atendimento na doação de sangue no hemocentro Recife da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), realizou-se um Estudo descritivo, retrospectivo com 363 doadores. Por conseguinte, foi classificado como de repetição aquele doador cujo intervalo de tempo entre as duas últimas doações no Hemocentro esteve igual ou inferior a 13 meses, e como esporádico aquele que doou eventualmente num intervalo superior a 13 meses. Além disso, definiu-se como doador que já foi de repetição aquele doador que, em algum momento de sua história de doação no referido serviço, esteve no estado de doador de repetição. O número de doações esteve associado ao sexo e à idade, onde o número de destas para o sexo masculino (3 doações) se sobrepôs ao feminino (2 doações). Sobre o fator idade, notou-se que aqueles com mais idade, tornam-se doadores mais frequentes. Outra observação se deu em relação ao grau de escolaridade e o crescimento da doação; os com mais anos de educação formal, doaram mais vezes. Segundo o estudo, entre 2001 e 2003 houve uma diminuição na proporção de doadores de primeira vez cujo fator Rh era negativo, e isso perdurou até o período atual, mas sem significância estatística. Quanto ao intervalo de tempo entre doações, o estudo mostra que uma terça parte dos doadores, com no mínimo duas doações, realizou o seu primeiro retorno em um período igual ou menor do que seis meses. Aqueles que doaram cinco ou mais vezes, o primeiro retorno ocorreu em até seis meses e dentre os que doaram duas vezes, verificou-se um elevado retorno em períodos iguais ou maiores do que 19 meses. É valido sinalizar que o sexo dos doadores não afetou significativamente o tempo do primeiro retorno. No que tange aos os doadores esporádicos, estes retornaram após 12meses. Aqueles que já haviam sido de repetição em algum momento da sua trajetória como doador fizeram o primeiro retorno em um tempo semelhante aos doadores de repetição. Um percentual significativamente maior (p=0,011) dos homens (63,3%) quando comparado com as mulheres (43,1%) era doador de repetição. A doação esporádica foi duas vezes mais frequente entre as mulheres (35,3%) do que para os homens (17,6%). Por fim, verificou-se que a probabilidade de um doador de repetição não retornar para fazer doação, cai com o passar dos meses, ou seja, quanto mais tempo se passa, menores as chances de retorno. Assim, o perfil do doador foi identificado como: doador voluntário, do sexo masculino, com idade entre 25 e 44 anos, segundo grau completo, que doa de forma espontânea, motivado pelo pedido de um amigo ou parente que esteja necessitando de sangue e solidariedade, com significativo índice de retorno. Neste sentido, a família e amigos exercem um papel fundamental no que diz respeito a pessoa realizar a primeira doação e se manter doando. Constatou-se ainda um aumento na participação feminina na doação de sangue. No entanto, se comparado a outro estudo, neste o sexo não afetou de modo significativo o tempo do primeiro retorno. Observa-se uma ênfase no desenvolvimento sistemático de estratégias que estimulem os doadores de retorno a doarem com mais regularidade. De acordo com autores citados no artigo, convém focalizar o olhar nos doadores de repetição com uma história de doações regulares, os quais seriam potencialmente mais receptivos, aumentando a efetividade do recrutamento. Merece ser destacada a importância da percepção dos doadores sobre as unidades de hemoterapia, uma vez que estes são influenciados pela confiança no serviço prestado, responsabilidade e competência dos profissionais, bem como facilidade no acesso ao atendimento, sem mencionar a boa comunicação. Conclui-se que a aplicação de critérios rigorosos e a tendência estacionaria das doações podem resultar em declínio no número de doadores. Dessa forma, ao ver dos autores, a mudança implica em dedicar atenção ao monitoramento do perfil sociodemográfico e padrão de retorno dos doadores com fins de identificar grupos com maiores possibilidades de serem doadores de repetição. Convém também, priorizar os aspectos que requerem ação transformadora no cotidiano do trabalho de recrutamento, atendimento e retenção de doadores. Com uma linguagem fácil de ser compreendida e abordagem clara e direta, os autores conseguem transmitir a mensagem ao telespectador. Certamente, é preciso um certo conhecimento prévio acerca da temática em questão para um completo entendimento do conteúdo. Verificou-se que este artigo pode ser indicado e muito útil para discentes e profissionais da saúde, especialmente os que possuem afinidade pela hematologia e hemoterapia, que queiram ou tenham interesse em compreender, ponderar e refletir a despeito do comportamento e perfil de retorno dos doadores de sangue e, por conseguinte, agregar tais esclarecimentos à sua formação profissional. Esta resenha foi elaborada por Thays da Costa Pantoja, acadêmica do Curso de Biomedicina do Centro Universitário do Norte – Uninorte Ser Educacional.