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DESENVOLVIMENTO DESPORTIVO:

A RESPONSABILIDADE DO TREINADOR
Rui Resende
Instituto Universitário da Maia/Portugal

Alberto Albuquerque
Instituto Universitário da Maia/Portugal

José Neto
Instituto Universitário da Maia/Portugal

Claudia Pinheiro
Instituto Universitário da Maia/Portugal

1. INTRODUÇÃO

A apresentação deste texto divide-se em três partes. A primeira


detém-se numa reflexão dos autores sobre a figura do treinador desportivo
na sociedade atual e, nomeadamente, na responsabilidade que este
detém no exercício da sua profissão. Seguidamente fazemos uma breve
incursão nas condicionantes da sua formação assim como perspetivamos
os possíveis rumos e obrigações que a credenciação de treinadores
desportivos deve aportar para que a dignificação desta personagem seja
VNB SFBMJEBEF 1PS ÞMUJNP BQSFTFOUBNPT VNB JOWFTUJHBÎÍP FGFUVBEB
com treinadores experts onde se enuncia aquilo que consideram ser um
treinador eficaz.
174 | Neiza de Lourdes Frederico Fumes, Maria do Socorro Meneses Dantas, Marta de Moura Costa, Maria Elizabete de Andrade Silva e Alberto Albuquerque (Organizadores)

2. O TREINADOR ATUAL

O desporto constitui atualmente um fenómeno social notável,


fruto de um interesse crescente dos consumidores e como resultado do
interesse das grandes multinacionais que investem através da publicidade
nos eventos desportivos esperando com isso, como retorno, grandes
proventos. O investimento nas transmissões televisivas das grandes
realizações desportivas, a espetacularidade das imagens em que os
pormenores dos movimentos dos atletas são esmiuçados e comentados
elevaram o desporto a um patamar nunca antes imaginado. Com efeito,
BQØT B TFHVOEB (VFSSB .VOEJBM  JNQVMTJPOBEP QPS QSFSSPHBUJWBT EF
BTDFOEFOUF JEFPMØHJDP (3&&/  )06-*)"/  
 P EFTQPSUP
foi suportado por elevados investimentos conducentes à otimização
do rendimento desportivo. Este desenvolvimento, nomeadamente no
desporto de alto rendimento, assenta ainda numa franca melhoria dos
processos de treino liderados pelo treinador, cada vez mais um gestor
de uma equipa de especialistas que se sustentam em conhecimentos
complexos oriundos da investigação científica.
Dado o estatuto de maior relevância conferido ao desporto, a
profissão de treinador começa a assumir algum protagonismo, a partir da
década de setenta do sec. XX (TUBINO, 1987), pelo reconhecimento da
necessidade de existir alguém responsável pelo processo de formação e
otimização da performance dos praticantes desportivos. O treinador tem
assim à sua responsabilidade elevar o desempenho dos atletas para padrões
competitivos que sustentem os níveis de performance exigidos. De acordo
com o nível competitivo em que se encontra, o treinador pode necessitar de
ter um empenhamento profissional e total dedicação, com a obrigação de
preparar os atletas diariamente e com desejos permanentes de superação.
Neste caso o treinador surge como uma figura sujeita aos resultados
desportivos dos seus atletas sofrendo a contestação ou aprovação do seu
trabalho mediante o alcance das expetativas esquiçadas pelo conjunto do
meio onde desenvolve a sua atividade. Contudo, a atividade do treinador
deve ser equacionada nos níveis e contextos onde atua devendo, a sua
Educação Física, Desporto e Lazer: perspectivas luso-brasileiras | 175

formação e preparação ser orientada para os domínios de intervenção em


que incide a sua atividade. Isto pressupõe, por um lado um conhecimento
específico profundo na modalidade em que exerce a sua função e, por outro
lado, conhecimentos abrangentes que lhe permitam identificar claramente
a sua função social, dentro de uma robusta estrutura ética que promova o
desenvolvimento dos desportistas que tem a seu cargo.
Considerando a formação de jovens atletas acreditamos que o
treinador é um dos grandes responsáveis pelo ingresso e manutenção
dos praticantes no desporto, constituindo-se como fator decisivo no seu
desenvolvimento social e desportivo. Aliás, de acordo com Liukkonen,
Laakso e Telama (1996) os treinadores têm oportunidades sublimes de
influenciar positivamente o desenvolvimento de atitudes e comportamentos
dos jovens, proporcionando assim a sua integração social e a promoção
de estilos de vida conducentes a uma vida saudável. Esta tarefa não deve
TFSWJTUBEFGPSNBEFTJOUFSFTTBEBQPJT EFBDPSEPDPN1FUMJDILPČ 

já no fim do século passado estimava, baseado em resultados de natureza
empírica, que só nos Estados Unidos, todos os anos, mais de 70 milhões de
crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 6 e os 16 anos
estavam envolvidos em atividades desportivas.
Torna-se inequívoco, que a diversidade de níveis, contextos
e objetivos de prática exigem, por parte do treinador, o aporte de
conhecimentos e competências distintas, adaptados às obrigações dos
envolvimentos de prática onde atuam. Desta forma, a orientação da
atividade desportiva de crianças, jovens e adultos tanto no âmbito do
Desporto de participação como no de rendimento, não é mais uma tarefa
que possa ser entregue, quando não abandonada, a agentes que não
possuam formação qualificada para o seu exercício profissional. É neste
sentido, que apesar de os cursos de formação serem relativamente recentes
(CAMPBELL, 1993) que se critica a atual formação de treinadores, pela
não resolução dos problemas que se colocam ao treinador diariamente
(SAURY & DURAND, 1998). Deve-se, então, procurar criar condições
para que a construção da profissão de treinador esteja imbuída da
capacidade de resposta aos desafios que o mundo do desporto atual coloca.
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É, assim, pertinente conhecer os processos qualificativos do processo


de treino e da competição, identificar as necessidades de formação do
treinador desportivo (DUFFY, 2005) reconhecendo-lhe o papel decisivo
que possui no desenvolvimento desportivo.
Partindo dos pressupostos anteriores reconhece-se uma crescente
movimentação para a profissionalização da função de treinador (DUFFY
et al., 2011), sustentando a urgência em aprofundar a sua formação e, por
isso, a sua qualificação. Isto, reconhecendo, que para exercer a profissão de
treinador, é necessário deter um conjunto de conhecimentos e competências
abrangentes cuja aquisição decorre de um conjunto alargado de fontes de
formação e de experiências pessoais.
É assim premente promover uma formação que se afigure
adequada às reais necessidades que o treinador enfrenta no seu quotidiano,
FRVBDJPOBOEPDPOUFÞEPTFFTUSBUÏHJBT DSJBOEPDPOEJÎÜFTQBSBBDPOTUSVÎÍP
de uma profissão com capacidade de resposta aos desafios que o mundo do
Desporto atual coloca (ROSADO & MESQUITA, 2008). Esta premência
é tanto mais importante, pois a ocupação de um profissional em qualquer
área de atividade é dependente de um bom processo de qualificação,
funcionando como “seguro” de um desempenhoqualificado (CASSIDY &
ROSSI, 2006). Com efeito, o conjunto de competências que um treinador
precisa de possuir é de tal forma vasto (desde as de planeamento, condução
e orientação do processo de treino e de competição até às competências
relacionais, de onde se destaca a relação com os pais dos atletas e com os
elementos diretivos), que só através de uma formação qualificada, situada
e referenciada aos constrangimentos concretos dos ambientes de prática
onde opera, é possível alcançar tal desiderato. Assim, para obter sucesso
na sua função o treinador necessita de possuir uma complexa teia de
DPOIFDJNFOUPT F DPNQFUÐODJBT FTQFDJBMJ[BEBT (*-#&35  536%&- 
1999), devendo estas ser abrangentes em relação aos domínios que
comporta e específicos em relação aos envolvimentos desportivos onde
atua (MESQUITA, 2008).
Sustentadamente o treinador deverá surgir como uma figura de
espetro profissional incontornável, na demanda em assegurar um desporto
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cada vez melhor praticado, cada vez melhor vivido por todos os agentes
que à sua volta gravitam, devendo ‘infeto-contagiar’ positivamente com
os valores que reconhecidamente pertencem ao desporto aqueles que
com ele privam.

3. A FORMAÇÃO DO TREINADOR

A formação de treinadores tem constituído uma preocupação das


entidades que gerem desportivamente os países de uma forma global, pois
estão conscientes que o treino é um processo complexo que se esboça em
âmbitos diversificados e que exige, por isso, uma liderança competente. De
uma forma consensual, ao treinador cumpre o exercício da condução do
processo de treino tornando premente a melhoria da sua formação. Esta
tomada de consciência possibilita uma maior atenção dos responsáveis
pela formação e creditação desta atividade profissional, nomeadamente na
elaboração dos respetivos currículos, uma vez que as necessidades específicas
EPTUSFJOBEPSFTTÍPGSFRVFOUFNFOUFOFHMJHFODJBEBT %06(&)"45*& 
1993). Esta posição advém da premissa de que com treinadores melhores
qualificados os processos de formação desportiva dos atletas melhoram o
que, por sua vez, proporcionará um progresso nos resultados competitivos
e uma melhor formação pessoal e social de todos, independentemente da
raça, do sexo, da idade do nível de habilidade desportiva ou do Desporto
QSBUJDBEP ,*3,  (03&-:  
 0T QSPHSBNBT EF GPSNBÎÍP EF
USFJOBEPSFTTÍPVNGFOØNFOPSFDFOUFRVFFNFSHJSBNOPTÞMUJNPTBOPTF 
OFTUFTFOUJEP BJOEBFTUÍPOVNQSPDFTTPEFEFTFOWPMWJNFOUP (*-#&35
TRUDEL, 1999) tendo como resultado nos anos mais recentes um aumento
da investigação na área do Sports Coaching 5SFJOP%FTQPSUJWP
 (*-#&35
536%&- 3"/(&0/ (*-#&35 #36//&3 

Ainda recentemente se considerava que o mais importante para um
treinador era possuir e dominar os conhecimentos técnicos da modalidade
FN RVF FYFSDJB B TVB BUJWJEBEF (6*--²/  .*3"--&4  
 P RVF
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manifestamente é insuficiente, pois a gama de problemas e solicitações a


que o treinador está sujeito não se compadece com o domínio exclusivo dos
DPOIFDJNFOUPTFTQFDÓĕDPT1BSB(JMCFSUF5SVEFM 
PDPOIFDJNFOUP
do treinador engloba diferentes tipos de conhecimento: i) o conhecimento
científico proveniente da sua formação académica, ações de formação
F BVUPJOWFTUJHBÎÍP JJ
 P DPOIFDJNFOUP QSÈUJDP  PV TFKB  DPOIFDJNFOUP
UÈDJUPRVFÏPSJHJOBEPQFMBTVBQSÈUJDBEFUSFJOPBDVNVMBEBFBJOEB JJJ
P
conhecimento resultante da prática desportiva como ex-atleta em situações
de treino e competição.
A questão do conhecimento necessário para exercer cabalmente
a profissão é muito mais complexa do que a simples referência ao
conhecimento acerca do treino, acerca dos atletas ou acerca dos contextos
do treino. Ter uma base de conhecimento para o desempenho profissional da
atividade de treinador significa ter não só conhecimento, mas também uma
compreensão crítica de como este conhecimento deve ser adequadamente
relacionado com a prática.
Como destacamos previamente consideramos que o treinador deve
possuir uma formação adequada para desempenhar com competência a
função que lhe está atribuída. A justificar esta afirmação está o fato de
FYFSDFS B GVOÎÍP EF USFJOBEPS TFS DPNQMFYP #"(/&--  
 QPJT
J
 QSPUBHPOJ[B JOUFSBÎÜFT DPOUÓOVBT DPN PVUSBT QFTTPBT JJ
 FYJTUFN
muitas variáveis que necessitam de ser processadas simultaneamente em
NPNFOUPTEFUFSNJOBEPTFFNSFGFSÐODJBBTJUVBÎÜFTFTQFDÓĕDBTJJJ
UFN
a necessidade de alterar constantemente a natureza da sua intervenção
ditado pelos constrangimentos situacionais e, iv) deve ter como referência
permanente os valores do desporto em causa. Para além do atrás descrito
o treinador precisa de saber fazer NVJUBT DPJTBT .&*/#&3(  

planear o treino e levá-lo a cabo, preparar as competições e analisá-las
posteriormente, analisar o processo de treino, cuidar dos seus atletas,
falar com os pais dos atletas jovens, procurar educação adicional,
FYFDVUBSPUSBCBMIPEFSFMBÎÜFTQÞCMJDBT KPSOBMJTUBT
QSPWBSTFSVNCPN
psicólogo e pedagogo ao lidar com os atletas. Esta variedade de tarefas
exige competências abrangentes e evidencia as muitas especializações
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existentes na profissão de treinador pelo que a sua formação não deve ser
vista de uma forma displicente.
A Coaching Associationof Canada  RVF SFÞOF PT QSPHSBNBT
de formação de treinadores em mais de 60 desportos, criou o NCCP
(National Coaching Certification Program, 2004). Estabeleceu quatro
alterações chave na sua estrutura de funcionamento: (1) Encarar
diferentes tipos de treinadores de acordo com os ambientes específicos
EB TVB BUVBÎÍP 
 JEFOUJGJDBS P RVF P USFJOBEPS EFWF TBCFS 
 VTBS
uma metodologia de aprendizagem baseada na resolução de problemas
FTQFDÓGJDPTF 
VNBBWBMJBÎÍPCBTFBEBOBTDPNQFUÐODJBTEPUSFJOBEPS
O NCCP define a competência do treinador como a capacidade do
treinador em avaliar as necessidades dum contexto específico e intervir
efetivamente dentro de uma estrutura ética. As competências vistas
conjuntamente são as componentes chaves do processo de treino e
tentam unificar duas noções distintas, mesmo que complementares, com
vista a um treino eficaz – a “arte” e a “ciência”. Propõe sete competências
a ser integradas na formação de treinadores: (1) A competência de
análise, onde os treinadores estão aptos a observar, inferir (deduzir,
demonstrar), relacionar e integrar elementos e relações com explicações
TJHOJGJDBUJWBT 
 B DPNQFUÐODJB EF HFSBS TPMVÎÜFT BQSPQSJBEBT QBSB
TJUVBÎÜFTEFDPOUFYUPFTQFDÓGJDPPVEFTBGJPTRVFFTUÈBFOGSFOUBS 
B
competência de decisão com base em valores, consistente com a noção
de uma prática responsável caracterizada pelo respeito pelos atletas,
QFMP %FTQPSUP  JOUFHSJEBEF F JNQBSDJBMJEBEF 
 B DPNQFUÐODJB EB
comunicação onde o treinador se compromete num processo de troca de
informação de uma forma clara e eficiente, com um nível de linguagem
apropriada para a audiência e onde se incluem todas as formas de
DPNVOJDBÎÍP WFSCBJT F OÍP WFSCBJT 
 B DPNQFUÐODJB EF JOUFSBÎÍP
social onde o treinador edifica relações interpessoais com outros
BUSBWÏT EF VNB BÎÍP EF JOGMVÐODJB NÞUVB F SFDÓQSPDB  EF VNB GPSNB
RVFEFOPUFPHSBVEFFNQBUJBFTFHVSBOÎBRVFPDPOUFYUPSFRVFS 
B
competência de implementação que traduz decisões e ações consistentes
com os princípios gerais de conhecimento e ação, fundamentados em
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DPNQPSUBNFOUPTÏUJDPTFQPSÞMUJNP 
BDPNQFUÐODJBQBSBSFGMFUJSEF
GPSNB DSÓUJDB BDFSDB EB FTUSVUVSB  QSPDFTTP  DPOUFÞEP  QSPDFEJNFOUPT 
decisões e ações, respeitantes à sua pessoa e aos outros. Ainda de acordo
com a NCCP as competências devem ser aprendidas e ensinadas tendo
em conta os seguintes princípios: As necessidades dos treinadores
EFWFN FTUBS OP DFOUSP EP QSPDFTTP EF BQSFOEJ[BHFN B RVBMJEBEF EB
aprendizagem é potenciada em contextos específicos, a avaliação é uma
DPNQPOFOUF GVOEBNFOUBM EB BQSFOEJ[BHFN B BQSFOEJ[BHFN DPOTUJUVJ
uma experiência ativa, colaboradora e gerada num processo contínuo.
Também na procura de recomendar soluções e enquadramentos
MFHBJT QBSB B GPSNBÎÍP EF USFJOBEPSFT B "&)&4*4 
  Aligning
a European Higher Education Structure in Sport Science propôs uma
certificação em que distinguem dois percursos alternativos na carreira do
treinador. Um percurso que denominam de Treinador (Trainer) e que está
predominantemente orientado para treinar pessoas de todas as idades que
apreciam a participação desportiva de lazer e um outro, denominado de
Treinador de rendimento (Performance Coach) que se dirige a treinadores
orientados para preparar pessoas para rendimentos desportivos elevados.
O primeiro distingue quatro níveis de formação denominados de Treinador
Associativo (Associate Coach), Treinador (Coach), Treinador Expert
(Expert Coach) e Treinador Mestre (Master Coach). Os níveis de treinador
vocacionado para o rendimento também são quatro e denominam-se de
Aprendiz de Treinador (ApprenticeCoach), Treinador (Coach), Treinador
Sénior (SeniorCoach) e, Treinador Mestre (Master Coach). As competências
definidas para ambos os percursos e de acordo com o nível são idênticas:
No primeiro nível de certificação propõem que os treinadores assistam
treinadores mais qualificados e orientem partes específicas das sessões de
treino sob supervisão. No segundo nível de certificação, o treinador deve
ter a competência para preparar, conduzir, e avaliar as sessões de treino.
No terceiro nível de certificação, o treinador deve ser capaz de planear,
JNQMFNFOUBS  BOBMJTBS F BWBMJBS QSPHSBNBT EF USFJOP /P ÞMUJNP OÓWFM EF
certificação o treinador deve possuir a capacidade de planear, implementar,
avaliar e rever programas de treino plurianuais.
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Como corolário acreditamos que para exercer a função de


treinador é preciso deter um conjunto de conhecimentos e competências
abrangentes cuja aquisição decorre de um conjunto alargado de fontes de
formação, da sua experiência pessoal e profissional. É assim, a aplicação de
conhecimentos, denominado de competência que diferencia a excelência
EBBUVBÎÍPEPUSFJOBEPS $64)*0/ 


4. TREINADOR EFICAZ

Refletindo sobre a eficácia do treinador verifica-se que a sua


atuação sustenta-se nos resultados como determinante da sua competência.
Obviamente que o desejável é que o treinador desportivo através do
exercício competente da sua atividade tenha um resultado eficaz.
Através de um estudo qualitativo, com entrevistas semi-
estruturadas, que envolveu quinze treinadores experts de voleibol de
cinco países diferentes (três de cada país) realizou-se um estudo cujo
objetivo, entre outros, foi averiguar qual as caraterísticas que um
treinador deveria possuir para tornar eficaz o processo de treino do
qual é o líder. Os países representados foram Portugal, Brasil, França,
Itália e Espanha. De forma a identificar a nacionalidade e diferenciar
os treinadores respeitando a sua confidencialidade atribuiu-se duas
MFUSBTFVNOÞNFSPËTFYQSFTTÜFTBTJBUSJCVÓEBT"TTJN1UDPSSFTQPOEF
a Portugal, Br corresponde ao Brasil, It corresponde à Itália, Fr
corresponde à França e Es corresponde a Espanha.
No que diz respeito aos resultados apurou-se que a eficácia no
processo de treino estava dependente da definição de objetivos, das técnicas
de instrução, do controlo da qualidade de treino e da capacidade de adaptação
do treino aos constrangimentos situacionais em treino e competição.
Os treinadores experts elegem a qualidade do treino como o aspeto
diferenciador da expertise do treinador. Nomeiam as competências de
iniciativa, de perseverança em conformidade com as exigências do processo
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em levar por diante um projeto de treino com o rendimento apropriado


como imprescindíveis à sua eficácia.
A primeira categoria que emergiu dos depoimentos dos treinadores
quando se abordou os contornos da sua eficácia foi a definição de objetivos
de treino. Na sua opinião os objetivos devem ser definidos de acordo
com o grupo que se orienta. Devem ser coerentes na sua estrutura sendo
consequentes no seu processo (Br2). Neste sentido, o treinador deve
procurar associar pequenos objetivos em cada um dos treinos e possuir
o talento, ou a arte, de os colocar na ordem correta (Fr1) tendo em vista
o longo prazo e procurando, pouco a pouco, atingir o objetivo proposto.
Salientam que o treinador deve procurar que o atleta ganhe autonomia na
tarefa e desenvolva a capacidade de resolução de problemas que o jogo lhe
coloca. Consideram que um treinador de formação deve ter uma função
de maior acompanhamento dos jovens de forma consecutiva, prescritiva e
até afetiva. No rendimento consideram que a orientação para o resultado é
muito mais evidente sendo a função do treinador mais de influência (Fr3) e
de otimização do trabalho (Es2 e Pt2).

A diferença está no resultado. Nos seniores é mais


importante. O treinador de jovens deve dedicar a
todos uma atenção e fazer jogar todos, mesmo aqueles
que são menos fortes, dedicar atenção igual a todos.
Porque, um rapaz pode não ser bom com 16 anos mas
pode ser bom com 18 anos. Dar uma formação geral
e depois descobrir, mais à frente, o que eles podem
fazer melhor. (It2)

Muitas vezes pedimos do banco para que o jogador


solucione os problemas que vão aparecendo no jogo
quando não proporcionamos no treino situações
idênticas. Marcamos de tal forma a tarefa, marcamos
o objetivo de uma forma tão estrita que dificilmente
os atletas depois aprendem a solucionar os problemas
que surgem no decorrer do jogo. Depois é difícil
exigir ao jogador que seja criativo, que tome soluções
alternativas aos problemas que o jogo lhe está colocar.
Educação Física, Desporto e Lazer: perspectivas luso-brasileiras | 183

(…) Os jogadores devem saber porque e para quê


fazem as coisas. (Es2)

A segunda categoria incide nas técnicas de instrução utilizadas pelo


treinador no decurso do treino. De forma abrangente (Br1, Br2, Br3, Es1,
Es2, Es3, It3, Pt1 e Pt3) (60%) os treinadores consideram que a comunicação
eficaz é crucial para que o processo se desenvolva da melhor maneira.
Expressam, também, a observação como forma de se traduzir num processo
pedagógico (Fr2) e o feedback como orientação na direção do objetivo
(Pt1) nomeadamente no decurso da competição proporcionando soluções
ao atleta. Um treinador alude à reflexão como uma técnica de instrução
importante para a progressão do atleta (Es2).

Essa comunicação tem que ser clara, exata, e simples.


Eu não tenho que lhes dizer para que saibam o que
eu sei. Não se trata de lhes dizer o que sei, mas sim
de lhes dizer o que eles necessitam. A mensagem, não
pode ser muito grande, muito complexa, porque a
nossa capacidade de atenção e de retenção não recolhe
tanto. Recolhe uma mínima percentagem. (Es3)

(…) tem que transmitir de uma forma objetiva as coisas


que você quer. Ali, naquele momento. Transmitir de
uma forma objetiva, clara e perceber que o atleta está
a perceber aquilo que você está querendo falar. (Br3)

Eu utilizo muito a reflexão na ação, durante a ação.


Parar nesse momento e procurar a solução dentro
da situação. A mim agrada-me muito sobre a ação
ou imediatamente após a ação. No fim do treino,
refletimos sobre o que correu bem, o que correu mal.
É uma situação muito positiva até porque o jogador
também participa na procura da solução. (Es2)

O controlo de qualidade do treino consiste na terceira categoria


da eficácia do treino e é uma preocupação refletida pelos treinadores.
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Sustentam, de forma incisiva, que esta pode ser a grande diferença na


qualidade dos treinadores.

Aquilo que eu sinto (…) é que o treinador no treino


não pode deixar passar nada. Quer dizer que ele é
responsável pelo que se passa no treino, ele deve
saber que, quando uma coisa não vai bem para ele,
ele deve intervir. Para mim isso é primordial. É
frequentemente a diferença entre um bom treinador
e um mau treinador. Eles conhecem o Voleibol da
mesma forma, eles têm a mesma experiência, mas
existem aqueles que vão intervir para impedir que a
equipa seja medíocre e há aqueles que não intervêm,
porque não querem ter problemas. (Fr3)

O mais importante no treino de hoje em dia é o


controlo da qualidade do trabalho. Muitos preocupam-
se com o jogo. Mas o jogo, jogar bem, é consequência
da automatização que nós fazemos no treino. Organizo
o treino de uma forma em que me coloco numa posição
em que possa controlar melhor o trabalho para garantir
que a qualidade seja boa. Se a qualidade for fraca eu
devo intervir para a estimular. (It2)

A quarta categoria é a capacidade que o treinador tem em adaptar o


treino à situação real contextualizada nas particularidades de envolvimento
EFDBEBUSFJOP(MPCBMNFOUFPTUSFJOBEPSFTDPOTJEFSBNJNQSFTDJOEÓWFMP
planeamento da atividade a desenrolar no decurso da sessão de treino.
Revelam, todavia, que a capacidade de adaptar-se aos constrangimentos
que surgem durante a atividade é fundamental e que as decisões
tomadas assentam nos seus conhecimentos e experiência. Salientam que
a adaptabilidade é importante, mas que deve ser uma ferramenta que
aproxime sempre o treino do objetivo delineado.

Para mim é necessário uma planificação, mas é necessário


que ela seja suficientemente aberta. Não penso que seja
verdadeiramente improvisação. No entanto, penso que
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a grande qualidade de um treinador é a capacidade de


sentir o comportamento da sua equipa e o modular, a
adaptar em função do seu comportamento. Quanto ao
treino, planifico-o todo, mas reservo-me o direito de
alterar os exercícios ou porque não estão a funcionar ou
por outra coisa qualquer. Mas o treino é planificado, não
posso chegar e dizer vamos treinar um pouco de serviço,
isso não existe. (Fr3)

Eu vou para o treino com o treino preparado. Mas todos


os dias, enquanto os jogadores fazem o aquecimento,
altero alguma coisa da minha planificação. E se há
um exercício que não vai bem para mim, não tem o
máximo empenho, a máxima concentração, porque o
exercício é demasiado complicado, os jogadores não
o interpretam bem, eu devo ser rápido a alterá-lo.
Ainda que a planificação seja essa eu devo ser rápido
a alterá-lo. Porque é o meu trabalho, a minha cultura,
a minha mestria. (It2)

De uma forma generalizada os nossos treinadores enfatizam a


colocação de objetivos como fundamental para que o processo de treino
se proceda de uma forma evolutiva em direção a uma meta e de acordo
com os atletas com quem trabalha. O estabelecimento de objetivos
claros e parcelares são uma marca destes treinadores que evidenciam um
conhecimento sobre a direção que têm que tomar no processo de treino e
a forma como o devem fazer. De acordo com Mesquita (1998), as técnicas
de instrução são comportamentos que fazem parte do repertório do
treinador para comunicar informação substantiva. Destes, incluem-se a
comunicação verbal e não verbal (explicação, demonstração, feedback entre
PVUSBTGPSNBTEFDPNVOJDBÎÍPBDFSDBEPDPOUFÞEP
RVFFTUÍPJOUJNBNFOUF
ligados aos objetivos da aprendizagem. Detalham assim com exemplos
específicos as razões para o rumo que estabelecem. Enaltecem o papel
consciente e de partilha dos atletas neste processo. Diferenciam, mais uma
vez, a proficiência do treinador de jovens e o treinador de alto rendimento
devem procurar implementar os objetivos estabelecidos.
186 | Neiza de Lourdes Frederico Fumes, Maria do Socorro Meneses Dantas, Marta de Moura Costa, Maria Elizabete de Andrade Silva e Alberto Albuquerque (Organizadores)

Os resultados demonstram a atribuição de uma importância


significativa aos processos que envolvem a comunicação. Radica na
habilidade e manipulação comunicacional a capacidade de fazer com que
os atletas compreendam o que se pretende que eles façam, facultando-
lhes estímulos cognitivos que proporcionem o entendimento adequado
às diversas situações do processo competitivo. Regista-se a colocação da
reflexão sobre a prática imediata aos atletas por parte dos treinadores de
forma a desenvolver a capacidade do atleta na resolução de problemas.
Desta forma, evidencia-se não só que os treinadores consideram que os
atletas devem constituir-se como parceiros na direção dos objetivos, mas
também como aliados na procura das soluções para os problemas que se
levantam no decorrer do processo.
A qualidade do treino é uma preocupação iminente por parte dos
treinadores. Consideram, inclusive, ser este o aspeto diferenciador entre um
bom treinador e um treinador fraco. Referem que não são os conhecimentos,
mas sim as competências em levar a efeito um treino com o rendimento
adequado que potencie os atletas e, desta forma, a equipa. Esta preocupação
com a qualidade do treino reflete a personalidade dos treinadores experts,
com permanente ansiedade pela melhoria, pela perfeição, pela perseguição
EPTPCKFUJWPTJOEJWJEVBJTFDPMFUJWPT &3*$,40/ 

No que diz respeito à capacidade adaptativa pelo treinador em
relação às eventualidades que acontecem no treino, os treinadores deste
estudo, e de uma forma explícita, comentam a sua preocupação com
um planeamento das tarefas a executar no decurso do treino. Referem,
contudo, que raramente um treino é executado de acordo com o planeado,
pois no seu decurso sempre acontece algo que os faz alterar o planeado.
Esta forma de equacionar as suas realidades está condizente com os
resultados obtidos pelo estudo de Saury e Durand (1998) e reflete uma
permanente atitude de reflexão sobre a ação e durante a ação propriamente
EJUB 4$)½/ 

Educação Física, Desporto e Lazer: perspectivas luso-brasileiras | 187

5. CONCLUSÃO
A eficácia dos processos de treino, por parte do treinador, passa
pela definição de objetivos, do domínio de técnicas de instrução, do
controlo da qualidade do treino e da capacidade adaptativa do treinador
aos constrangimentos situacionais em treino e competição. Dentro
destes, a qualidade do treino surge com particular veemência, pois
consideram ser este o aspeto diferenciador da expertise do treinador.
Elegem as competências de iniciativa, de perseverança em conformidade
com as exigências do processo em levar por diante um projeto de treino
com o rendimento apropriado como o essencial para que um treinador
seja eficaz.
A responsabilidade do treinador no desenvolvimento desportivo
passa pela consciência do seu papel social e a evolução da sociedade
não prescinde da necessidade de treinadores com uma formação de
qualidade, com a capacidade de transformar todos os conhecimentos
adquiridos (experiências pessoais e formação académica) em saberes fazer
(competências) e também não prescinde de um treinador culto, capaz de
entender a sociedade em que está inserido e transformá-la por via da sua
ação fomentando um atleta autónomo, criativo e agente de fatos culturais.
É assim fundamental que a comunidade científica continue a contribuir
com conhecimentos fundamentados no sentido de orientar os decisores
políticos para uma melhor e mais competente formação de treinadores.

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