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A RESPONSABILIDADE DO TREINADOR
Rui Resende
Instituto Universitário da Maia/Portugal
Alberto Albuquerque
Instituto Universitário da Maia/Portugal
José Neto
Instituto Universitário da Maia/Portugal
Claudia Pinheiro
Instituto Universitário da Maia/Portugal
1. INTRODUÇÃO
2. O TREINADOR ATUAL
cada vez melhor praticado, cada vez melhor vivido por todos os agentes
que à sua volta gravitam, devendo ‘infeto-contagiar’ positivamente com
os valores que reconhecidamente pertencem ao desporto aqueles que
com ele privam.
3. A FORMAÇÃO DO TREINADOR
existentes na profissão de treinador pelo que a sua formação não deve ser
vista de uma forma displicente.
A Coaching Associationof Canada
RVF SFÞOF PT QSPHSBNBT
de formação de treinadores em mais de 60 desportos, criou o NCCP
(National Coaching Certification Program, 2004). Estabeleceu quatro
alterações chave na sua estrutura de funcionamento: (1) Encarar
diferentes tipos de treinadores de acordo com os ambientes específicos
EB TVB BUVBÎÍP
JEFOUJGJDBS P RVF P USFJOBEPS EFWF TBCFS
VTBS
uma metodologia de aprendizagem baseada na resolução de problemas
FTQFDÓGJDPTF
VNBBWBMJBÎÍPCBTFBEBOBTDPNQFUÐODJBTEPUSFJOBEPS
O NCCP define a competência do treinador como a capacidade do
treinador em avaliar as necessidades dum contexto específico e intervir
efetivamente dentro de uma estrutura ética. As competências vistas
conjuntamente são as componentes chaves do processo de treino e
tentam unificar duas noções distintas, mesmo que complementares, com
vista a um treino eficaz – a “arte” e a “ciência”. Propõe sete competências
a ser integradas na formação de treinadores: (1) A competência de
análise, onde os treinadores estão aptos a observar, inferir (deduzir,
demonstrar), relacionar e integrar elementos e relações com explicações
TJHOJGJDBUJWBT
B DPNQFUÐODJB EF HFSBS TPMVÎÜFT BQSPQSJBEBT QBSB
TJUVBÎÜFTEFDPOUFYUPFTQFDÓGJDPPVEFTBGJPTRVFFTUÈBFOGSFOUBS
B
competência de decisão com base em valores, consistente com a noção
de uma prática responsável caracterizada pelo respeito pelos atletas,
QFMP %FTQPSUP
JOUFHSJEBEF F JNQBSDJBMJEBEF
B DPNQFUÐODJB EB
comunicação onde o treinador se compromete num processo de troca de
informação de uma forma clara e eficiente, com um nível de linguagem
apropriada para a audiência e onde se incluem todas as formas de
DPNVOJDBÎÍP WFSCBJT F OÍP WFSCBJT
B DPNQFUÐODJB EF JOUFSBÎÍP
social onde o treinador edifica relações interpessoais com outros
BUSBWÏT EF VNB BÎÍP EF JOGMVÐODJB NÞUVB F SFDÓQSPDB
EF VNB GPSNB
RVFEFOPUFPHSBVEFFNQBUJBFTFHVSBOÎBRVFPDPOUFYUPSFRVFS
B
competência de implementação que traduz decisões e ações consistentes
com os princípios gerais de conhecimento e ação, fundamentados em
180 | Neiza de Lourdes Frederico Fumes, Maria do Socorro Meneses Dantas, Marta de Moura Costa, Maria Elizabete de Andrade Silva e Alberto Albuquerque (Organizadores)
DPNQPSUBNFOUPTÏUJDPTFQPSÞMUJNP
BDPNQFUÐODJBQBSBSFGMFUJSEF
GPSNB DSÓUJDB BDFSDB EB FTUSVUVSB
QSPDFTTP
DPOUFÞEP
QSPDFEJNFOUPT
decisões e ações, respeitantes à sua pessoa e aos outros. Ainda de acordo
com a NCCP as competências devem ser aprendidas e ensinadas tendo
em conta os seguintes princípios: As necessidades dos treinadores
EFWFN FTUBS OP DFOUSP EP QSPDFTTP EF BQSFOEJ[BHFN B RVBMJEBEF EB
aprendizagem é potenciada em contextos específicos, a avaliação é uma
DPNQPOFOUF GVOEBNFOUBM EB BQSFOEJ[BHFN B BQSFOEJ[BHFN DPOTUJUVJ
uma experiência ativa, colaboradora e gerada num processo contínuo.
Também na procura de recomendar soluções e enquadramentos
MFHBJT QBSB B GPSNBÎÍP EF USFJOBEPSFT B "&)&4*4
Aligning
a European Higher Education Structure in Sport Science propôs uma
certificação em que distinguem dois percursos alternativos na carreira do
treinador. Um percurso que denominam de Treinador (Trainer) e que está
predominantemente orientado para treinar pessoas de todas as idades que
apreciam a participação desportiva de lazer e um outro, denominado de
Treinador de rendimento (Performance Coach) que se dirige a treinadores
orientados para preparar pessoas para rendimentos desportivos elevados.
O primeiro distingue quatro níveis de formação denominados de Treinador
Associativo (Associate Coach), Treinador (Coach), Treinador Expert
(Expert Coach) e Treinador Mestre (Master Coach). Os níveis de treinador
vocacionado para o rendimento também são quatro e denominam-se de
Aprendiz de Treinador (ApprenticeCoach), Treinador (Coach), Treinador
Sénior (SeniorCoach) e, Treinador Mestre (Master Coach). As competências
definidas para ambos os percursos e de acordo com o nível são idênticas:
No primeiro nível de certificação propõem que os treinadores assistam
treinadores mais qualificados e orientem partes específicas das sessões de
treino sob supervisão. No segundo nível de certificação, o treinador deve
ter a competência para preparar, conduzir, e avaliar as sessões de treino.
No terceiro nível de certificação, o treinador deve ser capaz de planear,
JNQMFNFOUBS
BOBMJTBS F BWBMJBS QSPHSBNBT EF USFJOP /P ÞMUJNP OÓWFM EF
certificação o treinador deve possuir a capacidade de planear, implementar,
avaliar e rever programas de treino plurianuais.
Educação Física, Desporto e Lazer: perspectivas luso-brasileiras | 181
4. TREINADOR EFICAZ
5. CONCLUSÃO
A eficácia dos processos de treino, por parte do treinador, passa
pela definição de objetivos, do domínio de técnicas de instrução, do
controlo da qualidade do treino e da capacidade adaptativa do treinador
aos constrangimentos situacionais em treino e competição. Dentro
destes, a qualidade do treino surge com particular veemência, pois
consideram ser este o aspeto diferenciador da expertise do treinador.
Elegem as competências de iniciativa, de perseverança em conformidade
com as exigências do processo em levar por diante um projeto de treino
com o rendimento apropriado como o essencial para que um treinador
seja eficaz.
A responsabilidade do treinador no desenvolvimento desportivo
passa pela consciência do seu papel social e a evolução da sociedade
não prescinde da necessidade de treinadores com uma formação de
qualidade, com a capacidade de transformar todos os conhecimentos
adquiridos (experiências pessoais e formação académica) em saberes fazer
(competências) e também não prescinde de um treinador culto, capaz de
entender a sociedade em que está inserido e transformá-la por via da sua
ação fomentando um atleta autónomo, criativo e agente de fatos culturais.
É assim fundamental que a comunidade científica continue a contribuir
com conhecimentos fundamentados no sentido de orientar os decisores
políticos para uma melhor e mais competente formação de treinadores.
REFERÊNCIAS
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188 | Neiza de Lourdes Frederico Fumes, Maria do Socorro Meneses Dantas, Marta de Moura Costa, Maria Elizabete de Andrade Silva e Alberto Albuquerque (Organizadores)
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