Você está na página 1de 35

Curso de Fitoterapia Aplicada

Capítulo 8. Sistema tegumentar

Índice
Introdução......................................................................................................... 1
Principais plantas usadas no tratamento de úlceras crônicas....................... 2
Melissa officinalis.............................................................................................. 3
Casearia sylvestris ........................................................................................... 4
Curcuma longa ................................................................................................. 6
Cocos nucifera.................................................................................................. 7
Echinacea purpurea ......................................................................................... 8
Arctium lappa.................................................................................................... 9
Centella asiatica ............................................................................................. 12
Sambucus nigra.............................................................................................. 14
Achillea millefolium ......................................................................................... 15
Brosimum gaudichaudii .................................................................................. 17
Calendula officinalis........................................................................................ 18
Copaifera langsdorfii....................................................................................... 21
Lippia origanoides .......................................................................................... 23
Stryphnodendron adstringens......................................................................... 25
Caesalpinia ferrea .......................................................................................... 27
Aloe vera ........................................................................................................ 29
Referências .................................................................................................... 30

Introdução
As doenças da pele podem ser classificadas, de maneira bastante geral, em
três grandes grupos: doenças inflamatórias, doenças infecciosas, e úlceras crônicas.
O tratamento das doenças inflamatórias da pele é feito com plantas com
atividade anti-inflamatória e tropismo pela pele.
As doenças infecciosas da pele podem ser causadas por bactérias, fungos e
vírus, em sua maioria. As plantas que tratam essas doenças possuem atividade
antibacteriana, antifúngica e antiviral, além de atividade anti-inflamatória.
O tratamento das úlceras crônicas de pele (úlceras de pressão, úlceras
vasculares ou ligadas ao diabetes) respeitando-se o mecanismo de cicatrização e o
estágio da ferida.
A cicatrização pode ocorrer por primeira intenção (bordas regulares e
justapostas), segunda intenção (bordas regulares porém afastadas), ou por terceira
intenção (bordas irregulares e não coaptadas).
A cicatrização ocorre em três fases: fase inflamatória ou defensiva, fase
proliferativa ou fibroblástica, e fase de maturação ou remodelação. Os fatores que
interferem na cicatrização são fatores locais (temperatura, infecção, tecidos
necróticos, inflamação) e fatores do hospedeiro (imunidade, estado nutricional,
diabetes).
Em uma ferida pode haver um ou mais tipos de tecidos:
• Tecidos viáveis:
o Tecido de granulação
o Fibrina

1
Farmácia da Natureza

• Tecidos inviáveis
o Esfacelo: tecido residual presente em feridas contaminadas que
necessita de remoção para uma boa evolução do ferimento.
Quando não removido retarda o processo de cicatrização e pode
evoluir para necrose.
o Necrose: tecido completamente morto e escurecido. Deve ser
removido.
Os objetivos do tratamento de uma úlcera crônica incluem: limpeza,
desbridamento (químico ou mecânico), controle da infecção e controle da umidade e
da temperatura. Em geral, os medicamentos fitoterápicos usados topicamente em
feridas crônicas devem ser trocados a cada 2 semanas.
Principais plantas usadas no tratamento de úlceras crônicas
• Desbridantes
– Alternanthera brasiliensis (agripina)
– Calendula officinalis (calêndula)
– Kalanchoe brasiliensis (folha-da-fortuna)
• Antissépticos
– Pyrostegia venusta (cipó-de-São-João)
– Copaifera langsdorffii (copaíba)
– Lippia sidoides (alecrim-pimenta)
– Melaleuca alternifolia (Maiden & Betche) Cheel (melaleuca)
• Anti-inflamatórios
– Calendula officinalis (calêndula)
– Sambucus australis (sabugueiro)
– Achillea millefolium (mil-folhas)
– Centella asiatica (centelha asiática)
• Cicatrizantes
– Stryphnodendron adstringens (barbatimão)
– Kalanchoe brasiliensis (folha-da-fortuna)
– Caesalpinia ferrea (pau-ferro)
– Calendula officinalis (calêndula)
– Symphytum officinale (confrei)
– Aloe vera (babosa)
• Estimulantes da proliferação vascular
– Centella asiatica (centelha asiática)
– Rosmarinus officinalis (alecrim)
• Hidratante
– Óleo de girassol
Muitas das informações contidas neste capítulo são extraídas do Manual
prático de multiplicação e colheita de plantas medicinais (Pereira et al., 2010) e do
Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza (Pereira et al., 2014).

2
Farmácia da Natureza

Melissa officinalis

ESPÉCIE: Melissa officinalis L.


Esta planta já foi apresentada nos capítulos de doenças do sistema endócrino
e do sistema nervoso.
COMENTÁRIOS:
Um extrato aquoso de Melissa officinalis e os compostos fenólicos ácido
cafeico, ácido p-coumárico e ácido rosmarínico foram investigados quanto à sua
atividade antiviral contra o vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1), tanto sensível quanto
resistente ao aciclovir. O extrato de melissa não afetou a replicação intracelular do
vírus, mas interagiu diretamente com as partículas virais, impedindo sua adesão às
células in vitro, de forma dose-dependente. O efeito provavelmente se deve ao ácido
rosmarínico. A penetração do HSV-1 nas células foi inibida em 80% e 96% para as
cepas sensível e resistente ao aciclovir, respectivamente. Não houve toxicidade às
células (Astani, Navid, & Schnitzler, 2014).
Extratos de melissa também foram estudados em modelos in vitro de infecção
pelo HIV. O extrato apresentou alta atividade, dose-dependente, contra a infecção
do HIV em linhagens de células T, macrófagos e células das tonsilas. Não houve
toxicidade celular. O extrato não age depois que o vírus penetra na célula. O extrato
funcionou contra vários vírions com diversos tipos de envelopes, mas não foi efetivo
contra vírus sem envelope (adenovírus) (Geuenich et al., 2008).
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 2–6 mL, 1–3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia,
em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

3
Farmácia da Natureza

• Droga vegetal em cápsulas – Uso oral: 250 mg, 1–3 x/dia (Pereira et al.,
2014).
• Gel e creme – Uso tópico: aplicar na área afetada 3–4 x/dia (Pereira et al.,
2014). Podem conter 1–2% de extrato seco ou até 20% de tintura de Melissa
officinalis.

Casearia sylvestris

ESPÉCIE: Casearia sylvestris Sw.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Anavinga parvifolia Lam., Anavinga samyda C.F.Gaertn.,
Casearia affinis Gardner, Casearia attenuata Rusby, Casearia benthamiana
Miq., Casearia caudata Uittien, Casearia celtidifolia de Vriese, Casearia
chlorophoroidea Rusby, Casearia herbert-smithii Rusby, Casearia integrifolia
Vahl ex DC., Casearia lindeniana Urb., Casearia onacaensis Rusby, Casearia
ovoidea Sleumer, Casearia parvifolia Willd., Casearia samyda (P.Gaertn.)
DC., Casearia schulziana O.C.Schmidt, Casearia serrulata Sw., Casearia
subsessiliflora Lundell, Chaetocrater capitatus Ruiz & Pav., Chaetocrater
fasciculatus Ruiz & Pav., Crateria capitata Pers., Guidonia parvifolia (Willd.)
M.Gómez, Guidonia stipularis var. serrulata (Sw.) M.Gómez, Guidonia
sylvestris (Sw.) M.Gómez, Samyda sylvestris (Sw.) Poir.
FAMÍLIA: Salicaceae.
NOMES REGIONAIS: Guaçatonga, erva-de-lagarto e chá-de-bugre.
HISTÓRICO:
Árvore originária da América tropical, ocorre espontaneamente do México até
a Argentina, no Brasil é encontrada em praticamente todas as formações florestais e
também no Cerrado. Uma lenda contada entre os caboclos afirma que os lagartos
picados por cobra, procuram esta planta para se salvarem, ou só enfrentam as
serpentes se tiverem acesso fácil a esta planta. Os índios foram os primeiros a
utilizar a guaçatonga para cicatrizar feridas de pele.
PARTE UTILIZADA: Folhas.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Taninos;
• Flavonóides;
• Saponinas;

4
Farmácia da Natureza

• Antocianosídeos;
• Óleos essenciais: elemeno, copaeno, cariofileno, humuleno, germacreno-D,
biciclo-germacreno, cadinenoeespatulenol;
• Outros: resinas, pigmentos e terpenos (casearia clerodeno I a VI e casearina
A a R)
TROPISMO: Sistema imunológico e digestório.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Infecções virais e processos
inflamatórios.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: antiviral, cicatrizante de mucosas, anti-inflamatória e anti-histamínica.
• Boca: cicatrizante de mucosas e antiviral.
• Pele e anexos: cicatrizante.
• Sistema circulatório: hipolipemiante e tônica cardiocirculatória.
• Sistema digestório: usada nas halitoses de origem digestiva e como anti-
inflamatória intestinal.
COMENTÁRIOS:
Esta planta é frequentemente associada à Melissa officinalis para o
tratamento do herpes simples e do herpes zoster. Em um estudo realizado na
UNICAMP, foram estudados cremes à base de tintura de Casearia sylvestris a 10%
e dinamizada na DH3, comparando com cremes contendo penciclovir 1%. O estudo
foi duplo-cego e envolveu 93 voluntários. Os resultados demonstraram que os
cremes de Casearia sylvestris induziram a uma cicatrização significativamente mais
rápida do que o creme de penciclovir (Cury & Groppo, 2005).
MODO DE USAR:
• Infusão – Uso oral: 2–4 g em 150 mL, 2–3 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em
150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Creme ou gel a 10%* – Uso tópico: passar nas lesões 3–4 x/dia.
* O gel pode ser preparado em associação com Melissa officinalis a 10%.
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Por ser antagonista da vitamina K, o uso prolongado pode provocar
hemorragias, além de potencializar a ação dos anticoagulantes, dificultando o
controle das dosagens. Para dores da coluna, a associação com Cordia curassavica
(erva baleeira) potencializa o seu efeito anti-inflamatório. É indicado associar
Maytenus ilicifolia (espinheira santa) no tratamento das úlceras gastroduodenais.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Pode tornar a urina viscosa, rica em sedimento e odor característico. Em dose
mais elevada do que a recomendada pode causar náuseas, após algum tempo de
uso.

5
Farmácia da Natureza

Curcuma longa


ESPÉCIE: Curcuma longa L.
Esta planta já foi apresentada no capítulo sobre o sistema respiratório.
COMENTÁRIOS:
A Curcuma longa é uma das plantas com maior potencial terapêutico que
existem. Como um poderoso anti-inflamatório, pode ser usada com muita segurança
em todas as doenças inflamatórias, agudas ou crônicas. É particularmente útil nas
doenças inflamatórias crônicas da pele, como a psoríase (N. Arora, Shah, & Pandey-
Rai, 2015; Nguyen & Friedman, 2013), além de eczemas e acne.
Pode ser usada também no tratamento de dermatites e urticária. Possui alto
poder cicatrizante, podendo também ser usada em úlceras crônicas na forma de
banhos ou de cremes (Akbik, Ghadiri, Chrzanowski, & Rohanizadeh, 2014; Sidhu et
al., 1998).
MODO DE USAR:
• Droga vegetal – Uso oral: 1 cápsula de 350–400 mg ou 1 colher de café do
pó, 1–2 x/dia (Pereira et al., 2014) ou 1,5–3,0 g por dia (Micromedex
[Internet], 2017).
o Uso pediátrico: 1 colher de café do pó, na comida, em 1–3 x/dia.
• Decocção – Uso oral: 1,5 g em 150 mL, 2 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em
150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
• Tintura – Uso oral: 0,1–1,5 mL (como antidispéptico) ou 1–3 mL (como anti-
inflamatório), 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia
(Pereira et al., 2014).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 1–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Pomada, creme ou gel – Uso tópico: aplicar na área afetada, 2–3 x/dia
(Pereira et al., 2014).
• Extrato fluido – Uso oral: 10–30 gotas, 3 x/dia (Micromedex [Internet], 2017).
o Uso pediátrico: 0,1–0,3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia.

6
Farmácia da Natureza

• Extrato seco – Uso oral: 80–160 mg/dia (extrato etanólico 13-25:1 com etanol
a 96%), em 2–4 x/dia, ou 100–120 mg/dia (extrato etanólico 5,5-6,5:1 com
etanol a 50%), em 2 x/dia (BRASIL, 2018).
• Extrato seco etílico (75 a 85% de curcuminoides) – Uso oral: 1 cápsula de
670 mg, 3 x/dia após as refeições (BRASIL, 2018).

Cocos nucifera

ESPÉCIE: Cocos nucifera L.


Esta planta já foi apresentada no capítulo sobre o sistema respiratório.
COMENTÁRIOS:
Recentemente, pesquisas têm confirmado muitos efeitos benéficos dos
produtos do C. nucifera (DebMandal & Mandal, 2011). A ação antiviral, atribuída ao
monoláurico (o monoglicerídeo do ácido láurico), é de solubilizar os lipídeos e
fosfolípides dos envelopes dos patógenos, causando a desintegração de suas
membranas (R. Arora et al., 2011). Há também evidências de que o ácido
monoláurico interfira nos sinais de transdução e de que o efeito antiviral seja através
da interferência com a montagem e maturação viral (Hornung, Amtmann, & Sauer,
1994; Projan, Brown-Skrobot, Schlievert, Vandenesch, & Novick, 1994). O extrato
bruto e uma de suas frações, rica em catequinas, mostrou atividade inibitória sobre o
vírus herpes simples tipo 1 aciclovir-resistente (HSV-1-ACVr). Sua atividade antiviral
tem sido atribuída a uma interferência na adsorção viral à célula e não na
penetração viral. A atividade antiviral foi observada quando as células foram tratadas
com os extratos de C. nucifera antes da infecção viral, além de os extratos serem
capazes de inativar os vírus extracelulares (efeito virucida) (Esquenazi et al., 2002).
Para o tratamento de infecções virais, uma excelente combinação é a de
Echinacea purpurea com Cocos nucifera.

7
Farmácia da Natureza

MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia, diluídas em água (Pereira et
al., 2014).
• Decocção a 5% – Uso oral: 10 mL/kg/dia, em 3–4 x/dia (Pereira et al.,
2017a).

Echinacea purpurea

ESPÉCIE: Echinacea purpurea (L.) Moench


Esta planta já foi apresentada no capítulo sobre o sistema respiratório.
COMENTÁRIOS:
A Echinacea é um dos medicamentos fitoterápicos mais vendidos no mundo
todo. O interesse moderno pela Echinacea deve-se às suas propriedades
imunomoduladoras, particularmente na prevenção e tratamento das infecções das
vias respiratórias superiores (IVAS). Essas propriedades já foram confirmadas por
alguns ensaios clínicos de boa qualidade (Barnes, Anderson, Gibbons, & Phillipson,
2005; Shah, Sander, White, Rinaldi, & Coleman, 2007).
A atividade imunoestimulante da equinácea é dada pelas aminas lipofílicas
(alquilaminas) e pelos derivados do ácido cafeico polares (por exemplo, o ácido
chicórico). Esses compostos estimulam a fagocitose dos macrófagos e aumentam a
mobilidade dos leucócitos. Os arabinogalactanos estimulam a produção de TNF, IL-1
e interferon beta 2 (ação virustática).
A atividade anti-inflamatória e analgésica se dão pela ação das alquilaminas.
Além disto, a equinácea possui atividades bacterostáticas e fungostáticas. Vários
vírus são inibidos na sua replicação pela ação da equinácea: influenza (Fusco et al.,

8
Farmácia da Natureza

2010; Pleschka, Stein, Schoop, & Hudson, 2009), herpes (Binns, Hudson, Merali, &
Arnason, 2002) e da estomatite.
Para o tratamento de infecções virais, uma excelente combinação é a de
Echinacea purpurea com Cocos nucifera.
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 1–2 mL, 2–3 x/dia (E. angustifolia), ou 3 mL, 3 x/dia (E.
purpurea) (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al.,
2014).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Infusão (planta toda) – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al.,
2017a).
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
• Decocção (raízes) – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al.,
2017a).
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
• Extrato seco – Uso oral: 250 mg, 1–3 x/dia (equivalente a 10–30 mg de ácido
chicórico por dia) (BRASIL, 2016).
• Extrato seco (5,5 – 7.5:1) – Uso oral: comprimidos de 30 mg, 6-9
comprimidos por dia (equivalente a 200 mg de droga vegetal) (BRASIL, 2016).
• Droga vegetal (raízes) – Uso oral: 2 cápsulas, 3 x/dia (BRASIL, 2016).
• Sumo liofilizado da planta inteira – Uso oral: 1 cápsula contém o
equivalente a 3 mL do sumo fresco, tomar 1 cápsula, 2–3 x/dia (BRASIL,
2018).

Arctium lappa

ESPÉCIE: Arctium lappa L.

9
Farmácia da Natureza

SINONÍMIA BOTÂNICA: Arctium chaorum Klokov, Arctium leiospermum Juz,


Arctium majus (Gaertn.) Bernh, Lappa major Gaertn, Lappa vulgaris Hill.
FAMÍLIA: Asteraceae.
NOMES REGIONAIS: Bardana e orelha-de-gigante.
HISTÓRICO:
Esta planta é utilizada desde a antiguidade para problemas dermatológicos e
como “depurativo do sangue” no tratamento da sífilis. É originária da Europa e
América do Norte. As raízes e folhas novas são intensamente utilizadas na culinária
japonesa. As sementes, em contato com o corpo, produzem coceira lembrando a
ação do pó de mico. Seu nome provém do grego arktos = veludo e lappa = agarrar
(os frutos agarram no veludo).
PARTE UTILIZADA: Folhas ou raízes.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Ácidos orgânicos;
• Fitosterois: estigmasterol e b-sitosterol;
• Polifenois: ácido cafeico, clorogênico, isoclorogênico e arctiína;
• Taninos;
• Mucilagens;
• Resinas;
• Ácidos graxos;
• Sais minerais: sais de potássio, enxofre, cálcio e ferro;
• Óleos essenciais: arctiol, arctinol, arctinal e arctinona;
• Inulina: 30-40% da massa total da raiz, responsável pelo seu sabor
adocicado;
• Outros: Guaianolídeo, lapina, trachelosídeo e lactonas sesquiterpênicas
(arctiopicrina ou germacranolido);
• Nas folhas: fitohemaglutinina, compostos poliacetilênicos (polienos e poliinos);
• Na raiz: vitaminas (C e B).
TROPISMO: Pele.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Raiz: edema e retenção de líquidos.
Folhas: dermatoses e picadas de insetos.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
Raiz:
• Geral: depurativa, hipouricemiante, sudorífica, tônica, antioxidante,
antisséptica, antiagregante plaquetária e anti-inflamatória.
• Sistema circulatório: cardiotônica suave, hipotensora arterial e venotônica.
• Sistema digestório: aumenta o trânsito intestinal (mucilagens) e tem
atividade anticolinesterásica, colerética, colagoga e auxiliar na redução da
calculose biliar.
• Sistema endócrino: hipoglicemiante (diabetes tipo 2).
• Sistema nervoso: ansiolítica.
• Sistema osteoarticular: anti-inflamatória.
• Sistema urinário: diurética, uricosúrica e antisséptica urinária.
Folhas:
• Pele e anexos: anti-inflamatória, anti-histamínica, emoliente, cicatrizante,
antisséptica, antiviral (herpes simples).
COMENTÁRIOS:
As folhas da bardana possuem grande tropismo para as doenças crônicas da
pele. Suas atividades anti-inflamatória, antialérgica já foram demonstradas (Chan et

10
Farmácia da Natureza

al., 2011; Knipping et al., 2008; Sohn et al., 2011). É antimicrobiana contra
Streptococcus spp, Staphylococcus spp, Escherichia coli e Shigella spp, além de
fungicida.
MODO DE USAR:
• Decocção das raízes – Uso oral: 2,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (BRASIL,
2011); ou 1,0 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).
• Infusão das folhas – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al.,
2017b).
• Tintura – Uso oral: 8–12 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em
2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Potencializa o efeito de medicamentos hipoglicemiantes orais e insulina,
devendo-se tomar cuidado para evitar quadros de hipoglicemia. Associar com
cavalinha (Equisetum spp) para problemas renais. Para varizes, associar bardana
com Hamamellis.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Pode causar irritação ocular em alguns indivíduos. Há relatos de alguns casos
de hipersensibilização cutânea (dermatite de contato) com o uso externo
prolongado. Doses elevadas podem causar, diarreia, convulsões e dilatação pupilar
(midríase).

11
Farmácia da Natureza

Centella asiatica

ESPÉCIE: Centella asiatica (L.) Urb.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Hydrocotyle asiatica L.
FAMÍLIA: Araliaceae.
NOMES REGIONAIS: Centelha e centela.
HISTÓRICO:
Nativa do sul da Ásia, Austrália e ilhas do Pacífico (Nova Guiné, Melanésia,
Malásia). É muito utilizada em tratamentos contra a celulite, mas tem extensivo uso
como planta medicinal na medicina ayurvédica e na medicina tradicional chinesa.
PARTE UTILIZADA: Partes aéreas.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Triterpenos: ácido asiático, ácido madecássico;
• Derivados triterpênicos: asiaticosídeo, madecassosídeo.
TROPISMO: Pele.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Insuficiência venosa e adiposites
(celulites).
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: desintoxicante, anti-hemorrágica, tônica e antiespasmódica.
• Pele e anexos: cicatrizante de fissuras da pele, regulador da produção de
colágeno, anti-inflamatória, analgésica nas queimaduras, antisséptica e
antipruriginosa.
• Sistema circulatório: reguladora da circulação venosa, diminui a fragilidade
capilar, vasodilatadora periférica nas doenças vasculares, hipotensora suave,
ativadora da microcirculação e dos capilares inativos.

12
Farmácia da Natureza

• Sistema endócrino: ativadora das glândulas adrenais, aumentando


sutilmente os níveis de glicocorticoides e mineralocorticoides endógenos e
hipolipemiante.
• Sistema osteoarticular: anti-inflamatória e analgésica.
• Sistema respiratório: antitussígena.
COMENTÁRIOS:
Entre os usos desta planta que são apoiados por dados clínicos, incluem-se:
tratamento de feridas, queimaduras, e prevenção da formação de queloides e
cicatrizes hipertróficas. Seus extratos possuem propriedades cicatrizantes. Também
tem sido usada no tratamento de úlceras gastroduodenais induzidas por estresse
(WHO, 2004).
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Extrato – Uso oral: 36 a 144 mg de derivados triterpênicos totais expressos
em asiaticosídeo (BRASIL, 2014).
• Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
• Creme ou gel a 10%
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
O uso desta planta em altas doses pode potencializar o efeito de
hipoglicemiantes e hipolipemiantes. O uso concomitante desta planta com anti-
inflamatórios e corticoides interfere negativamente no seu papel de reparador
tecidual. Para o tratamento de varizes e hemorroidas associar com Ginkgo biloba,
Aescullus hyppocastanum, Vitis spp, ou Hamamellis. Para ulcerações cutâneas,
associar com calêndula (Calendula officinalis) e confrei (Symphytum officinale).
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Em doses habituais, não produz nenhum efeito colateral. Em sobredosagem
ou intoxicações pode provocar náuseas, vômitos, irritação gástrica, hipotensão
arterial, depressão do sistema nervoso central, sonolência, sedação e cefaleias.
Pode causar fotossensibilização cutânea. Evitar em casos de hipercolesterolemia
familiar grave, pois pode aumentar os níveis de colesterol no início do tratamento
(descrição de alguns casos).

13
Farmácia da Natureza

Sambucus nigra

ESPÉCIES: Sambucus nigra L.


Esta planta já foi apresentada no capítulo sobre o sistema respiratório.
COMENTÁRIOS:
Esta planta, devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antialérgicas, e
pelo fato de ser uma planta “fria,” ela é extremamente útil em quadros onde a pele
encontra-se inflamada e quente. Exemplos incluem dermatites, urticária, exantemas,
etc.
Algumas considerações: a planta é ideal para pessoas com “energia fria” que
ficam suando com frequência. Na Medicina Chinesa, reduz calor e água: refrescante.
É uma planta que “limpa” todo o organismo, regulando metabolismo.
A combinação com Achillea millefolium é muito eficiente.
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 10–25 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia,
em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Infusão – Uso oral: 3 g em 150 mL, 2–3 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em
150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).
• Infusão – Uso externo: 0,5 g em 150 mL, fazer bochechos ou gargarejos 2–3
x/dia (Pereira et al., 2017b).
• Creme e gel

14
Farmácia da Natureza

Achillea millefolium

ESPÉCIE: Achillea millefolium L.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Achillea alpicola (Rydb.) Rydb., Achillea arenicola A.
Heller, Achillea borealis Bong., Achillea gigantea Pollard, Achillea lanulosa
Nutt., Achillea laxiflora Pollard & Cockerell, Achillea megacephala Raup,
Achillea nigrescens (E. Mey.) Rydb., Achillea occidentalis (DC.) Raf. ex Rydb.,
Achillea pacifica Rydb., Achillea pecten-veneris Pollard, Achillea puberula
Rydb., Achillea rosea Desf., Achillea subalpina Greene, Achillea sudetica
Opiz.
FAMÍLIA: Asteraceae.
NOMES REGIONAIS: Mil em rama e mil folhas.
HISTÓRICO:
Originária da Europa, bem adaptada ao Brasil, cresce espontaneamente nos
campos, é frequentemente cultivada para fins medicinais. O nome científico Achillea
tem origem grega, surgiu a partir das lendas de Homero, segundo estas o guerreiro
Aquiles, ao ser ferido durante a Guerra de Tróia, foi visitado por um deus grego que
lhe indicou o uso de folhas da planta para interromper o sangramento. Dioscórides
usava esta espécie para ferimentos com sangramento. O nome millefolium (mil
folhas) é alusivo aos inúmeros folíolos de suas folhas.
Mais de 50 variedades são encontradas nesta espécie, portanto os
quimiotipos podem apresentar diferentes composições químicas, podendo haver
variação nos efeitos terapêuticos.
PARTE UTILIZADA: Folhas e sumidades floridas.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:

15
Farmácia da Natureza

• Óleos essenciais: azulenos (20-50%), ß-pineno, cariofileno, 1,8-cineol, traços


de tuiona, pineno, limoneno, canfeno, sabineno, linalol, terpinen-4-ol, alcanfor,
mentol, eugenol, camazuleno e derivados do guaianolídeos;
• Flavonoides: luteolina, artemetina, rutina, apigenina, casticina e artemetina;
• Ácidos cafeico, clorogênico, salicílico, valeriânico e fórmico;
• Lactonas sesquiterpênicas: leucodina, deacetilmatricina, milefina e dihidro-
partenolídeo;
• Aquileína (betonicina);
• Coleína;
• Traços do heterosídeo cianogênico prunasosídeo;
• Esterois: fitosterol (beta-sitosterol);
• Minerais e vitaminas (C);
• Taninos;
• Glicosídeos amargos;
• Outros: aminoácidos; ácidos graxos; betaína; traços de cumarinas; compostos
nitrogenados como estaquidrina e fenólicos como pirocarboxílico
TROPISMO: Pele e sistema digestório.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Processos inflamatórios, alérgicos e
cólicas em geral.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: anti-inflamatória (azuleno), antisséptica (cineol), hemostática
(principalmente nas hemorragias do aparelho digestório), cicatrizante
(taninos), antiespasmódica intestinal e uterina (flavonoides), diaforética,
adstringente (prozuleno), analgésica, antitérmica, antitumoral e antialérgica.
• Boca: antisséptica, anti-inflamatória e cicatrizante.
• Sistema circulatório: antitrombótica e venotônica.
• Sistema digestório: eupéptica (aquilicina), antidiarreica, colerética (lactonas
sesquiterpênicas), hepatoprotetora, carminativa e antiespasmódica.
• Sistema nervoso: analgésica nas cefaleias vasculares (enxaquecas) e
tensionais.
• Sistema reprodutor: reguladora hormonal e menstrual, emenagoga e
fitoprogestagênica na menopausa.
• Sistema respiratório: antitussígena, expectorante, fluidificante de secreções
e antisséptica das vias aéreas superiores.
• Sistema urinário: diurética (terpinen-4-ol) e antisséptica urinária.
COMENTÁRIOS:
A A. millefolium apresenta propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias na
pele, sendo muito útil em vários tipos de doenças cutâneas inflamatórias e alérgicas
(Akkol, Koca, Pesin, & Yilmazer, 2011; Bader, Martini, Schinella, Rios, & Prieto,
2015; Pain et al., 2011; Pirbalouti, Koohpayeh, & Karimi, 2010). Quando combinada
com Sambucus spp, seu efeito é potencializado.
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 5 mL, 3 x/dia, entre as refeições ou 2–4 mL, 3–4 x/dia
(BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Infusão – Uso oral: 1–2 g em 150 mL, 3–4 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em
150 mL, 2–3 x/dia; ou uso externo em bochechos, gargarejos, compressas ou
banhos de assento (Pereira et al., 2017b).

16
Farmácia da Natureza

o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).


• Creme ou gel a 10% – Uso externo: aplicar na área afetada, 2–3 x/dia.
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Pode potencializar a ação dos anticoagulantes e hipotensores.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Aumenta a secreção de suco gástrico. Pode causar dermatite, pela presença
de lactonas sesquiterpênicas, em até 50% dos pacientes. Doses elevadas podem
provocar náuseas, vertigens, cefaleias e diminuir o limiar convulsivo (tuiona). Deve-
se usar no máximo por 2 ou 3 meses, com intervalos mínimos de 15 dias.

Brosimum gaudichaudii

ESPÉCIE: Brosimum gaudichaudii Trécul


SINONÍMIA BOTÂNICA: Alicastrum gaudichaudii (Trécul) Kuntze, Brosimum
glaucifolium Ducke, Brosimum pusillum Hassl.
FAMÍLIA: Moraceae.
NOMES REGIONAIS: Mamica de cadela e mamacadela.
HISTÓRICO:
É um arbusto nativo do cerrado brasileiro (Centro-Oeste). O princípio ativo
encontrado na planta é uma furocumarina, o "bergapteno", presente nas raízes,
cascas e frutos verdes. É utilizado principalmente no tratamento de vitiligo e outras
doenças que causam despigmentação.
PARTE UTILIZADA: Casca da raiz.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Furocumarinas
• Psoraleno
• Bergapteno
TROPISMO: Pele.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Vitiligo.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:

17
Farmácia da Natureza

• Geral: depurativa.
• Pele e anexos: estimulante da repigmentação da pele.
COMENTÁRIOS:
O Bergapteno, furocumarina encontrada em cascas, raízes e frutos verdes da
Mama-cadela é um princípio ativo já bem conhecido, sendo utilizado (em
combinação com as vitaminas A, B1 e B6) no tratamento do vitiligo e outras doenças
que causam despigmentação na pele. Ainda que os estudos científicos a respeito
dessa substância não estejam concluídos, de fato vem-se observando a
repigmentação de áreas afetadas por vitiligo através de seu uso. Alguns laboratórios
goianos, paulistas e do Distrito Federal estão elaborando comprimidos, extratos,
tinturas, pomadas e cremes com base nesta planta, que é também recomendada em
estados natural na forma de chás (Santana, Paula, & Rosa, 2012).
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Não há dados na literatura.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Em doses acima das recomendadas pode apresentar hepatotoxicidade.
Recomenda-se interrupções periódicas do uso a cada 60 dias, suspendendo durante
15 dias. Pode provocar fotossensibilização.

Calendula officinalis

18
Farmácia da Natureza

ESPÉCIE: Calendula officinalis L.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Calendula aurantiaca Kotschy ex Boiss., Calendula
eriocarpa DC., Calendula hydruntina (Fiori) Lanza, Calendula prolifera Hort. ex
Steud., Calendula × santamariae Font Quer, Calendula sinuata var. aurantiaca
(Klotzsch ex Boiss.) Boiss., Caltha officinalis (L.) Moench
FAMÍLIA: Asteraceae.
NOMES REGIONAIS: Calêndula e mal-me-quer.
HISTÓRICO:
Originária da Europa meridional, muito bem adaptada em países tropicais,
inclusive no Brasil. Planta utilizada como ornamental e medicinal, as flores foram
muito utilizadas em lesões de soldados feridos na primeira e segunda guerra
mundial. Seu nome provém do latim ‘Kalendulae’, que significa o primeiro dia do mês
no calendário romano.
PARTE UTILIZADA: Flores.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Flavonoides (0,5%): quercetina, quercetinoglicosídeo, narcisina e derivados
do isorramnetol;
• Óleos essenciais (0,2%): geranilacetona, mentona e isomentona, carvona,
alfa e beta-ionona, flavoxantina, xantofila, crisantemaxantina, aurocromo,
mutacromo, flavocromo, lupeol, pedunculatina e dihidroactinidiólico;
• Princípios amargos (calendina ou calendeno);
• Terpenos (mono, di e tri);
• Outros: resinas; mucilagens; ácidos orgânicos; saponinas (6%);
Nas flores:
• Calendulosídeos A, D, D2, F, ácido oleanóico, vitaminas, minerais
(principalmente Ca e Si), ésteres colesterínicos, matérias corantes, taninos,
polissacarídeos (galactanas: ramno-arabino-galactanos), pectinas, ácidos
fenolcarboxílicos, ácido málico, alcoóis triterpênicos (faradiol, taraxasterol,
arnidiol, lupol), gomas (calendulina), esteróis (sitosterol, estigmasterol,
isofucosterol, campesterol),ácidosalicílico,cumarinase alantoína;
• Carotenoides: calendulina, caroteno, licopeno, rubixantina e violaxantina.
TROPISMO: Pele.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Processos inflamatórios da pele e
mucosas.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: antisséptica, anti-inflamatória, antialérgica, antioxidante, antiviral e
cicatrizante.
• Boca: anti-inflamatória da mucosa oral e gengival e cicatrizante.
• Pele e anexos: antisséptica, antiacne e anti-inflamatória.
• Sistema circulatório: hipolipemiante, hipotensora suave, venotônica e anti-
hemorrágica.
• Sistema digestório: colagoga e colerética, antiespasmódica das vias biliares
e anti-inflamatória intestinais.
• Sistema imunológico: imunomoduladora.
• Sistema nervoso: sedativa suave, analgésica nas cefaleias.
• Sistema reprodutor: reguladora menstrual e emenagoga e antiespasmódica.
• Sistema urinário: antisséptica e anti-inflamatória das vias urinárias.
COMENTÁRIOS:

19
Farmácia da Natureza

Existem várias evidências na literatura de que a calêndula é capaz de atenuar


as lesões de pele induzidas por radioterapia (D. Arora, Rani, & Sharma, 2013).
Em um estudo randomizado, aberto, controlado, a aplicação de um produto
contendo calêndula foi superior à vaselina no tratamento de queimaduras de 2o e 3o
graus (Lievre et al., 1992).
Em um estudo piloto aberto, não controlado, 30 pacientes com queimaduras
foram tratados por 14 dias com hidrogel contendo 10% de extrato de calêndula. Os
sintomas locais melhoraram significativamente (Baranov, 1999).
Em 34 pacientes com úlceras vasculares em membros inferiores, a aplicação
de um produto contendo calêndula, comparado com solução salina, resultou em
redução de 42% da área total de úlceras, havendo epitelização total em 7 pacientes.
No grupo controle, a área total de úlceras reduziu em apenas 14,5% (Duran et al.,
2005).
MODO DE USAR:
• Tintura a 20% – Uso externo: diluir de 2 mL (BRASIL, 2018) até 25 mL
(BRASIL, 2016) de tintura em 100 mL de água, e realizar bochechos ou
gargarejos, 2–4 x/dia; ou diluir 1 parte da tintura em 3 partes de água e aplicar
sobre a pele por meio de compressa, 2–4 x/dia, removendo após 30–60
minutos (BRASIL, 2018).
• Infusão – Uso externo: 1–2 g em 150 mL, aplicar com auxílio de algodão
sobre o local afetado, ou fazer bochecho ou gargarejo, 3 x/dia (BRASIL, 2011,
2016); ou 0,5 g em 150 mL, fazer bochechos, gargarejos, compressas ou
banhos, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).
• Gel a 10% – Uso externo: aplicar na área afetada, 3 x/dia (BRASIL, 2016).
• Creme ou pomada – Uso externo: aplicar na área afetada, 3 x/dia, nos
casos de eczemas, ou 1 x/dia, nos casos de feridas, a formulação contendo
10% do extrato glicólico (BRASIL, 2016).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Não há dados na literatura.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Em alguns casos pode provocar náuseas ou vômitos e diarreia, quando em
uso interno prolongado e ou doses mais elevadas.

20
Farmácia da Natureza

Copaifera langsdorfii

ESPÉCIE: Copaifera langsdorffii Desf.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Copaiba langsdorfii (Desf.) Kuntze, Copaifera nitida Mart.
ex Hayne, Copaifera sellowii Hayne.
FAMÍLIA: Fabaceae.
NOMES REGIONAIS: Copaíba e pau-d’óleo.
HISTÓRICO:
"Copaíba" e "copaibeira" vêm do termo tupi kupa'iwa . "Pau-de-óleo" é uma
referência ao óleo extraído de seu caule. De eficácia já comprovada, pelo uso
experimental, por grande parte das comunidades nativas da Amazônia, começa a ter
suas propriedades terapêuticas alardeadas em toda a parte. Tem origem no caule
da árvore. O óleo de copaíba é um fabuloso bactericida e anti-inflamatório, sendo
indicado para uso externo. Seu uso interno (ingestão) ainda é controverso, e está
sendo pesquisado principalmente pela Universidade Federal do Acre. É utilizada
tradicionalmente pelos nativos da Amazônia, internamente (com restrições) e
externamente, no tratamento de ferimentos, inflamações e infecções, entre outros.
PARTE UTILIZADA: Óleo fixo.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Óleos voláteis
• Serquiterpenos (mais de 50%)
• Diterpenos: ácido caurenoico (anti-inflamatório e antimicrobiano)
• Ácidos terpênicos
• Cariofileno (anti-inflamatório)
TROPISMO: Sistema imunológico e pele.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Processos inflamatórios em geral e
das vias urinárias.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: anti-inflamatória, cicatrizante e antisséptica e analgésica.

21
Farmácia da Natureza

• Pele e anexos: anti-inflamatória, antisséptica, secativa, cicatrizante e


antifúngica.
• Sistema osteoarticular: anti-inflamatória e analgésica.
• Sistema respiratório: anti-inflamatória das vias aéreas, antitussígena e
expectorante.
• Sistema urinário: antisséptica das vias urinárias e diurética.
COMENTÁRIOS:
A atividade cicatrizante da C. langsdorfii foi estudada em modelos animais. A
aplicação de óleo em concentração de 4% resultou em maior contração da ferida
quando comparada ao grupo controle (Paiva, Cunha, et al., 2002).
O ácido caurenoico, presente na C. langsdorfii, foi avaliado em modelo de
colite em ratos. O uso oral resultou em proteção da mucosa à lesão induzida pelo
ácido acético, mostrando o potencial anti-inflamatório desta planta (Paiva, Gurgel, et
al., 2002).
Em modelos animais de feridas cutâneas, a administração de C. langsdorfii
resultou em intensa atividade antioxidante e anti-inflamatória local (de Lima Silva et
al., 2009), além de favorecer a angiogênese e acelerar a viabilidade de auto-
enxertos (Estevão et al., 2013).

A atividade antifúngica do óleo também foi investigada in vitro e confirmada


contra Trichophyton mentagrophytes e Trichophyton rubrum, mas não contra
Microsporum canis ou Microsporum gypseum, que são fungos causadores de
dermatofitoses (Zimmermam-Franco et al., 2013).
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Creme e gel – Uso externo: aplicar na área afetada, 3 x/dia (BRASIL, 2011).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Não há dados na literatura.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Pode provocar problemas gástricos por intolerância ou sensibilidade
individual. Alguns casos de hipersensibilidade (“eritema copálico”) foram descritos na
literatura, sendo necessária a suspensão do uso (RICHARD, 2001). A
superdosagem pode provocar náuseas, vômitos, diarreia, cólicas intestinais e
exantemas.

22
Farmácia da Natureza

Lippia origanoides

ESPÉCIE: Lippia origanoides Kunth


SINONÍMIA BOTÂNICA: Lippia origanoides var. sampaionis Herter, Lippia berteroi
Spreng, Lippia microphylla Benth, Lippia schomburgkiana Schauer.
FAMÍLIA: Verbenaceae.
NOMES REGIONAIS: Alecrim pimenta, alecrim-de-tabuleiro e estrepa-cavalo.
HISTÓRICO:
Planta utilizada secularmente pelo nordestino para infecções em geral e gripe.
O óleo essencial das folhas é utilizado por agricultores desde o início do século XX
para combater a saúva Atta opaciceps.
PARTE UTILIZADA: Folhas.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Óleos essenciais (2-5%): timol, carvacrol, cineol, terpineol, lapachenol,
felandrenos, cariofilenos, p-cimeno e mirceno, entre outros;
• Flavonóides (luteolina 7-O-b-D-glicosídio) e flavona ( circimaritina);
• Quinonas: naftoquinonas;
• Ácido vanílico;
• Fitosteroides.
• No caule: seis quinonas (lapachenol, tectol, acetato do tectol, tecomaquinona
I, tectoquinona e lippisidoquinona) e o esteróide b-sitosterol; flavonóides
(quercetina, luteolina e taxifolina); o glicosídio do ß-sitosterol; ácido vanílico e
ácido oleanólico e lignana (isolariciresinol).
• Nas raízes: as quinonas tecomaquinona I e isocatalponol
TROPISMO: Pele e mucosas.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Processos infecciosos de pele e
mucosas.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: antisséptica potente, antifúngica, moluscicida e anti-inflamatória.
• Boca: antisséptica.
• Pele e anexos: antisséptica e antifúngica.
• Sistema reprodutor: antisséptica tópica.
COMENTÁRIOS:
A atividade antibacteriana e antifúngica da L. origanoides foi investigada in
vitro. Esta planta apresentou atividade antimicrobiana importante, inibindo o
crescimento de diversas bactérias Gram positivas e fungos (Pinto et al., 2013),

23
Farmácia da Natureza

incluindo um efeito sinérgico com antibióticos contra Staphylococcus aureus


resistente à meticilina (MRSA) (Medeiros Barreto et al., 2014). Um ponto importante
é que variações sazonais não comprometem a atividade antimicrobiana, podendo
ser coletada durante o ano todo (Sarrazin et al., 2015).
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso externo: após higienização, aplicar 10 mL da tintura diluída em
75 mL de água, com auxílio de algodão, 3 x/dia; ou fazer bochechos ou
gargarejos com 10 mL da tintura diluída em 75 mL de água, 3 x/dia (BRASIL,
2011, 2016, 2018).
• Infusão – Uso externo: 2–3 g em 150 mL, fazer bochechos e/ou gargarejos,
2–3 x/dia (BRASIL, 2011, 2016); ou 0,5 g em 150 mL, fazer bochechos,
gargarejos ou banhos, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).
• Gel a 10% – Uso externo: aplicar nas áreas afetadas, 1–3 x/dia (BRASIL,
2011, 2016).
• Sabonete líquido – Uso externo: durante o banho, aplicar na área afetada,
deixando o sabonete em contato por 10 minutos. Lavar com água corrente
(BRASIL, 2011, 2016).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Não há dados na literatura.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Não há dados na literatura.

24
Farmácia da Natureza

Stryphnodendron adstringens

ESPÉCIE: Stryphnodendron adstringens (Martius) Coville


SINONÍMIA BOTÂNICA: Acacia adstringens Mart., Mimosa barbadetimam Vell.,
Mimosa virginalis Arruda, Stryphnodendron barbatimam Mart.
FAMÍLIA: Fabaceae.
NOMES REGIONAIS: Barmatimão.
HISTÓRICO:
Planta nativa do Cerrado usada industrialmente pela indústria de curtição de
couro. O nome deriva do termo indígena “Iba Timó”, que significa “árvore que
aperta”.
PARTE UTILIZADA: Entrecascas.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Taninos condensados (até 40%);
• Prodelfinidinas (precursores dos taninos condensados);
• Prorobinetinidinas;
• Proantocianidina dimérica;
• Galocatequina;
• Epigalocatequina;
• Outros: goma, matéria corante, sacarose e dextrose
TROPISMO: Pele.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Ulcerações cutâneas em geral, em
especial úlceras de pressão.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: cicatrizante, hemostática, anti-inflamatória e antisséptica.
• Pele e anexos: cicatrizante, venotônica, escabicida e pediculicida.

25
Farmácia da Natureza

COMENTÁRIOS:
Em um estudo clínico, a eficácia de uma pomada contendo 3% de
fitocomplexo fenólico de S. adstringens na cicatrização de úlceras de decúbito foi
investigada em 27 pacientes com 51 úlceras. Em média a cicatrização das lesões de
grau I e II ocorreu num período de 3 a 6 semanas e as de grau III entre 10 e 18
semanas. Durante a realização do estudo 100% das lesões tratadas com o
medicamento cicatrizaram completamente (Minatel et al., 2010).
MODO DE USAR:
• Creme ou pomada a 5–10% – Uso tópico: após a limpeza da área afetada,
passar o produto, 1–3 x/dia, e cobrir com gaze (BRASIL, 2011, 2016).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Potencializa os efeitos cicatrizantes e antissépticos da calêndula (Calendula
officinalis), para uso tópico, diminuindo o tempo de tratamento, principalmente de
úlceras varicosas. Plantas ricas em taninos não devem ser usadas junto com plantas
ricas em alcaloides, pois são incompatíveis. Nos quadros de úlceras de pressão,
associar com Curcuma longa, Curcuma zedoaria ou Bixa orellana.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Não há dados na literatura.

26
Farmácia da Natureza

Caesalpinia ferrea

ESPÉCIE: Caesalpinia ferrea Mart.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Apuleia ferrea (Mart.) Baill., Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.)
L. P. Queiroz.
FAMÍLIA: Leguminosae-Caesalpinoideae.
NOMES REGIONAIS: Pau ferro e jucá.
HISTÓRICO:
Esta planta, conhecida no Brasil como pau-ferro ou jucá, é encontrada
também na Bolívia. Sua madeira é muito usada para fabricação de instrumentos
musicais, pisos e mobiliário.
PARTE UTILIZADA: Cascas e frutos sem sementes.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Ácidos graxos: linoleico, palmítico, esteárico e elaídico.
• Terpenoides
• Compostos fenólicos: taninos condensados e hidrolisáveis, chalconas,
cumarinas, flavonoides, saponinas, esteroides.
• Polissacarídeos
TROPISMO: Sistema endócrino e pele.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Diabetes mellitus, processos
inflamatórios em geral e infecções bacterianas e fúngicas.

27
Farmácia da Natureza

AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: cicatrizante e hemostática, antianêmica e anti-inflamatória.
• Boca: anti-inflamatória da mucosa oral e faríngea (na forma de gargarejos).
• Sistema circulatório: tônica cardíaca.
• Sistema digestório: anti-helmíntica (ancilostomídeo), antidiarreica (taninos) e
anti-hemorroidária (na forma de creme ou pomada).
• Sistema endócrino: hipoglicemiante (principalmente os frutos).
COMENTÁRIOS:
Um estudo pré-clínico em caprinos foi realizado para investigar os efeitos
desta planta em feridas cutâneas. As feridas tratadas com a pomada de C. ferrea
apresentaram cicatrização mais precoce e menor crescimento bacteriano do que as
do grupo controle (Oliveira et al., 2010).
Diversas atividades biológicas já foram confirmadas em ensaios em animais e
in vitro: anti-inflamatória, analgésica, antimicrobiana (antibacteriana e antifúngica),
antidiabética e antioxidante. Como antimicrobiana, é eficaz contra um grande
número de bactérias e fungos, incluindo espécies de Candida e de Aspergillus
(Magda Rhayanny & Luiz, 2015).
MODO DE USAR:
• Gel com extrato glicólico do fruto a 5% – Uso externo: aplicar no local
afetado, até 3 x/dia (BRASIL, 2011).
• Decocção – Uso externo: 0,5 g em 150 mL, fazer bochechos, gargarejos ou
banhos, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).
• Pomada ou creme com tintura das cascas e frutos a 10% – Uso externo:
aplicar na área afetada, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Não há dados na literatura.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Não há dados na literatura.

28
Farmácia da Natureza

Aloe vera

ESPÉCIE: Aloe vera (L.) Burm. f.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Aloe barbadensis Mill, Aloe chinensis (Haw.) Baker, Aloe
perfoliata var. vera L., Aloe vulgaris Lam.
FAMÍLIA: Xanthorrhoeaceae.
NOMES REGIONAIS: Babosa e aloe.
HISTÓRICO:
O nome Aloe é originário do hebraico “halal”, que significa “amargo”, e o
termo vera advém do latim, significando “verdadeira”. Muito usada na antiguidade,
inclusive fazia parte dos segredos da Cleópatra para manter sua beleza, ela usava a
babosa no cuidado de sua pele e cabelos, e daí o apelido como “planta da beleza”.
Também no Egito antigo era usada em cultos religiosos com finalidade medicinal e
também na conservação de múmias. Os judeus também envolviam seus mortos em
lençol embebido com o suco da babosa para retardar a putrefação. Dioscórides
utilizava a babosa nos casos de gastrites, alopécias, queimaduras e manchas. Esta
planta é originária da África e está aclimatada no Brasil há mais de cem anos
PARTE UTILIZADA: Parênquima da folha fresca (gel mucilaginoso) especialmente
colhida após a floração. Antes da colheita, deixar a planta por 7 dias sem
irrigação, e ao colher escolher as folhas mais antigas..
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Derivados antracênicos livres (1%) e combinados com glicosídeos (aloína,
emodina, barbalodina, aloquilodina, aloetina e aloinose);
• Barbaloína (20%);
• Ácido crisofânico (0,1 a 0,6%);
• Aleosona;
• Polissacarídeos: manose, ramnose, galactose e glucomananos;
• Sais minerais (K, Na, Cl, Ca, Mn, Mg, Cu, P e Fe);
• Vitaminas (A, B1, B2, B6, C e E);

29
Farmácia da Natureza

• Outros: aminoácidos, enzimas catalases, amilase, oxidase, celulase, carboxi-


peptidase e bradicinase, resinas, óleos essenciais, aloeferon, ácido pícrico,
mucilagens, acemanana, salicilatos, lactato de magnésio, hidrocromonas,
saponinas esteroidais e lectinas.
TROPISMO: Pele e mucosas.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Queimadura térmica de 1º e 2º grau.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: ação anti-inflamatória e analgésica importante para uso local (traumas,
bursites, picadas de insetos), antisséptica, antifúngica, antiviral
(principalmente herpes) e regenerador celular.
• Boca: analgésica a antisséptica de úlceras orais.
• Pele e anexos: cicatrizante, umectante, emoliente, anti-alérgica, antisséptica,
promove proliferação neovascular e o crescimento tissular, pode ser usado na
psoríase, em eczemas, na erisipela e no líquen plano, antipruriginoso e anti-
inflamatório, protege a pele da dermatite por irradiação ionizante; cicatrizante
nas ulcerações do diabético.
• Sistema osteoarticular: antiartrítico; analgésico na fibromialgia, síndrome da
fadiga crônica, entorses e contusões.
COMENTÁRIOS:
A Aloe vera foi comparada com a sulfadiazina de prata no tratamento de
lesões de queimadura em ratos. As lesões tratadas com A. vera apresentaram
cicatrização melhor e mais rápida do que as lesões tratadas com sulfadiazina de
prata (Akhoondinasab, Akhoondinasab, & Saberi, 2014).
Em pacientes, a A. vera também foi superior à sulfadiazina de prata tanto na
rapidez da cicatrização quanto no alívio da dor (Shahzad & Ahmed, 2013).
MODO DE USAR:
• Gel ou pomada a 10% – Uso externo: aplicar nas áreas afetadas, 1–3 x/dia
(BRASIL, 2011, 2016).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Não há dados na literatura.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Pode retardar a cicatrização das feridas profundas. Em caso de intoxicação
ou superdosagem, o tratamento deve ser realizado com carvão ativado após
lavagem gástrica, e bicarbonato de sódio, além de suporte hidroeletrolítico. As
preparações não padronizadas contendo glicosídeos antraquinônicos devem ser
evitadas, uma vez que que seu efeito farmacológico é imprevisível, podendo causar
fortes cólicas abdominais e diarreias.

Referências
Akbik, D., Ghadiri, M., Chrzanowski, W., & Rohanizadeh, R. (2014). Curcumin as a
wound healing agent. Life Sciences, 116(1), 1–7.
https://doi.org/10.1016/j.lfs.2014.08.016
Akhoondinasab, M. R., Akhoondinasab, M., & Saberi, M. (2014). Comparison of
healing effect of aloe vera extract and silver sulfadiazine in burn injuries in
experimental rat model. World Journal of Plastic Surgery, 3(1), 29–34.
Retrieved from

30
Farmácia da Natureza

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=4236981&tool=pmc
entrez&rendertype=abstract
Akkol, E. K., Koca, U., Pesin, I., & Yilmazer, D. (2011). Evaluation of the Wound
Healing Potential of Achillea biebersteinii Afan. (Asteraceae) by In Vivo
Excision and Incision Models. Evidence-Based Complementary and
Alternative Medicine : ECAM, 2011, 474026.
https://doi.org/10.1093/ecam/nep039
Arora, D., Rani, A., & Sharma, A. (2013). A review on phytochemistry and
ethnopharmacological aspects of genus Calendula. Pharmacognosy Reviews,
7(14), 179–187. https://doi.org/10.4103/0973-7847.120520
Arora, N., Shah, K., & Pandey-Rai, S. (2015). Inhibition of imiquimod-induced
psoriasis-like dermatitis in mice by herbal extracts from some Indian medicinal
plants. Protoplasma. https://doi.org/10.1007/s00709-015-0829-y
Arora, R., Chawla, R., Marwah, R., Arora, P., Sharma, R. K., Kaushik, V., …
Bhardwaj, J. R. (2011). Potential of Complementary and Alternative Medicine
in Preventive Management of Novel H1N1 Flu (Swine Flu) Pandemic:
Thwarting Potential Disasters in the Bud. Evidence-Based Complementary
and Alternative Medicine, 2011, 586506. https://doi.org/10.1155/2011/586506
Astani, A., Navid, M. H., & Schnitzler, P. (2014). Attachment and penetration of
acyclovir-resistant herpes simplex virus are inhibited by Melissa officinalis
extract. Phytotherapy Research : PTR, 28(10), 1547–1552.
https://doi.org/10.1002/ptr.5166
Bader, A., Martini, F., Schinella, G. R., Rios, J. L., & Prieto, J. M. (2015). Modulation
of Cox-1, 5-, 12- and 15-Lox by popular herbal remedies used in southern Italy
against psoriasis and other skin diseases. Phytotherapy Research : PTR,
29(1), 108–113. https://doi.org/10.1002/ptr.5234
Baranov, A. (1999). Calendula: How effective is it on burns and scalds. Deutsche
Apotheker Zeitung, 139, 61–66.
Barnes, J., Anderson, L. A., Gibbons, S., & Phillipson, J. D. (2005). Echinacea
species (Echinacea angustifolia (DC.) Hell., Echinacea pallida (Nutt.)
Nutt.,Echinacea purpurea (L.) Moench): a review of their chemistry,
pharmacology and clinical properties. The Journal of Pharmacy and
Pharmacology, 57(8), 929–954. https://doi.org/10.1211/0022357056127
Binns, S. E., Hudson, J., Merali, S., & Arnason, J. T. (2002). Antiviral activity of
characterized extracts from echinacea spp. (Heliantheae: Asteraceae) against
herpes simplex virus (HSV-I). Planta Med, 68(9), 780–783.
https://doi.org/10.1055/s-2002-34397
BRASIL. (2011). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira (1a ed.).
Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
BRASIL. (2014). Instrução Normativa (IN) no 2 de 13 de maio de 2014. Lista de
medicamentos fitoterápicos de registro simplificado e Lista de produtos
tradicionais fitoterápicos de registro simplificado. Brasília: Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA).
BRASIL. (2016). Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (1a ed.). Brasília:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
BRASIL. (2018). Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira (Primeiro
Suplemento). Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Chan, Y.-S., Cheng, L.-N., Wu, J.-H., Chan, E., Kwan, Y.-W., Lee, S. M.-Y., … Chan,

31
Farmácia da Natureza

S.-W. (2011). A review of the pharmacological effects of Arctium lappa


(burdock). Inflammopharmacology, 19(5), 245–254.
https://doi.org/10.1007/s10787-010-0062-4
Cury, V. G. C., & Groppo, F. C. (2005, October 28). Efficacy of Casearia sylvestris
against simplex oral-infections perspectives in public oral health. Biblioteca
Digital da Unicamp. Retrieved from
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000447132
de Lima Silva, J. J., Guimarães, S. B., da Silveira, E. R., de Vasconcelos, P. R. L.,
Lima, G. G., Torres, S. M., & de Vasconcelos, R. C. (2009). Effects of
Copaifera langsdorffii Desf. on ischemia-reperfusion of randomized skin flaps
in rats. Aesthetic Plastic Surgery, 33(1), 104–109.
https://doi.org/10.1007/s00266-008-9263-2
DebMandal, M., & Mandal, S. (2011). Coconut (Cocos nucifera L.: Arecaceae): In
health promotion and disease prevention. Asian Pacific Journal of Tropical
Medicine, 4(3), 241–247. https://doi.org/10.1016/S1995-7645(11)60078-3
Duran, V., Matic, M., Jovanovć, M., Mimica, N., Gajinov, Z., Poljacki, M., & Boza, P.
(2005). Results of the clinical examination of an ointment with marigold
(Calendula officinalis) extract in the treatment of venous leg ulcers.
International Journal of Tissue Reactions, 27(3), 101–106. Retrieved from
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16372475
Esquenazi, D., Wigg, M. D., Miranda, M. M. F. S., Rodrigues, H. M., Tostes, J. B. F.,
Rozental, S., … Alviano, C. S. (2002). Antimicrobial and antiviral activities of
polyphenolics from Cocos nucifera Linn. (Palmae) husk fiber extract. Res.
Microbiol., 153(10), 647–652. Retrieved from
http://eutils.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/eutils/elink.fcgi?dbfrom=pubmed&id=
12558183&retmode=ref&cmd=prlinks
Estevão, L. R. M., Medeiros, J. P. de, Baratella-Evêncio, L., Simões, R. S.,
Mendonça, F. de S., & Evêncio-Neto, J. (2013). Effects of the topical
administration of copaiba oil ointment (Copaifera langsdorffii) in skin flaps
viability of rats. Acta Cirúrgica Brasileira / Sociedade Brasileira Para
Desenvolvimento Pesquisa Em Cirurgia, 28(12), 863–869. Retrieved from
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24316860
Fusco, D., Liu, X., Savage, C., Taur, Y., Xiao, W., Kennelly, E., … Papanicolaou, G.
A. (2010). Echinacea purpurea aerial extract alters course of influenza
infection in mice. Vaccine, 28(23), 3956–3962.
https://doi.org/10.1016/j.vaccine.2010.03.047
Geuenich, S., Goffinet, C., Venzke, S., Nolkemper, S., Baumann, I., Plinkert, P., …
Keppler, O. T. (2008). Aqueous extracts from peppermint, sage and lemon
balm leaves display potent anti-HIV-1 activity by increasing the virion density.
Retrovirology, 5, 27. https://doi.org/10.1186/1742-4690-5-27
Hornung, B., Amtmann, E., & Sauer, G. (1994). Lauric acid inhibits the maturation of
vesicular stomatitis virus. The Journal of General Virology, 75 ( Pt 2), 353–
361. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8113756
Knipping, K., van Esch, E. C. A. M., Wijering, S. C., van der Heide, S., Dubois, A. E.,
& Garssen, J. (2008). In vitro and in vivo anti-allergic effects of Arctium lappa
L. Experimental Biology and Medicine (Maywood, N.J.), 233(11), 1469–1477.
https://doi.org/10.3181/0803-RM-97
Lievre, M., Marichy, J., Baux, S., Foyatier, J. L., Perrot, J., & Boissel, J. P. (1992).

32
Farmácia da Natureza

Controlled study of three ointments for the local management of 2nd and 3rd
degree burns. Clin Trials Meta-Anal, 29, 9–12.
Magda Rhayanny, A. F., & Luiz, A. L. S. (2015). Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P.
Queiroz: A review of the biological activities and phytochemical composition.
Journal of Medicinal Plants Research, 9(5), 140–150.
https://doi.org/10.5897/JMPR2014.5706
Medeiros Barreto, H., Cerqueira Fontinele, F., Pereira de Oliveira, A., Arcanjo, D. D.
R., Cavalcanti Dos Santos, B. H., de Abreu, A. P. L., … Dantas Lopes, J. A.
(2014). Phytochemical prospection and modulation of antibiotic activity in vitro
by Lippia origanoides H.B.K. in methicillin resistant Staphylococcus aureus.
BioMed Research International, 2014, 305610.
https://doi.org/10.1155/2014/305610
Micromedex [Internet]. (2017). Turmeric. Retrieved April 30, 2017, from
http://psbe.ufrn.br/
Minatel, D. G., Pereira, A. M. S., Chiaratti, T. M., Pasqualin, L., Oliveira, J. C. N.,
Couto, L. B., … Franca, S. C. (2010). Estudo clínico para validação da eficácia
de pomada contendo barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.)
Coville)* na cicatrização de úlceras de decúbito. RBM Revista Brasileira de
Medicina, 67(7), 250–256.
Nguyen, T. A., & Friedman, A. J. (2013). Curcumin: a novel treatment for skin-related
disorders. Journal of Drugs in Dermatology : JDD, 12(10), 1131–1137.
Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24085048
Oliveira, a. F., Batista, J. S., Paiva, E. S., Silva, a. E., Farias, Y. J. M. D.,
Damasceno, C. a R., … Freitas, C. I. a. (2010). Avaliação da atividade
cicatrizante do jucá (Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. var. ferrea) em lesões
cutâneas de caprinos. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 12(3), 302–
310. https://doi.org/10.1590/S1516-05722010000300007
Pain, S., Altobelli, C., Boher, A., Cittadini, L., Favre-Mercuret, M., Gaillard, C., …
André-Frei, V. (2011). Surface rejuvenating effect of Achillea millefolium
extract. International Journal of Cosmetic Science, 33(6), 535–542.
https://doi.org/10.1111/j.1468-2494.2011.00667.x
Paiva, L. A. F., Cunha, K. M. A., Santos, F. A., Gramosa, N. V., Silveira, E. R., &
Rao, V. S. N. (2002). Investigation on the wound healing activity of oleo-resin
from Copaifera langsdorffi in rats. Phytotherapy Research : PTR, 16(8), 737–
739. https://doi.org/10.1002/ptr.1049
Paiva, L. A. F., Gurgel, L. A., Silva, R. M., Tomé, A. R., Gramosa, N. V, Silveira, E.
R., … Rao, V. S. (2002). Anti-inflammatory effect of kaurenoic acid, a
diterpene from Copaifera langsdorffi on acetic acid-induced colitis in rats.
Vascular Pharmacology, 39(6), 303–307. Retrieved from
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14567068
Pereira, A. M. S., Bertoni, B. W., Jorge, C. R., Ferro, D., Carmona, F., Morel, L. J. de
F., & Oliveira, M. de. (2010). Manual prático de multiplicação e colheita de
plantas medicinais. São Paulo: Bertolucci.
Pereira, A. M. S., Bertoni, B. W., Silva, C. C. M., Ferro, D., Carmona, F., Cestari, I.
M., & Barbosa, M. da G. H. (2014). Formulário Fitoterápico da Farmácia da
Natureza (1a ed.). São Paulo: Bertolucci.
Pereira, A. M. S., Bertoni, B. W., Silva, C. C. M., Ferro, D., Carmona, F., Dandaro, I.
M. C., … Doneida, V. (2017a). Formulário de Preparação Extemporânea (1a

33
Farmácia da Natureza

ed.). São Paulo: Bertolucci.


Pereira, A. M. S., Bertoni, B. W., Silva, C. C. M., Ferro, D., Carmona, F., Dandaro, I.
M. C., … Doneida, V. (2017b). Formulário de Preparação Extemporânea da
Farmácia da Natureza (1a ed.). São Paulo: Bertolucci.
Pinto, C. da P., Rodrigues, V. D., Pinto, F. da P., Pinto, R. da P., Uetanabaro, A. P.
T., Pinheiro, C. S. R., … Lucchese, A. M. (2013). Antimicrobial activity of lippia
species from the brazilian semiarid region traditionally used as antiseptic and
anti-infective agents. Evidence-Based Complementary and Alternative
Medicine : ECAM, 2013, 614501. https://doi.org/10.1155/2013/614501
Pirbalouti, A. G., Koohpayeh, A., & Karimi, I. (2010). The wound healing activity of
flower extracts of Punica granatum and Achillea kellalensis in Wistar rats. Acta
Poloniae Pharmaceutica, 67(1), 107–110. Retrieved from
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20210088
Pleschka, S., Stein, M., Schoop, R., & Hudson, J. B. (2009). Anti-viral properties and
mode of action of standardized Echinacea purpurea extract against highly
pathogenic avian Influenza virus (H5N1, H7N7) and swine-origin H1N1 (S-
OIV). Virol J, 6(1), 197. https://doi.org/10.1186/1743-422X-6-197
Projan, S. J., Brown-Skrobot, S., Schlievert, P. M., Vandenesch, F., & Novick, R. P.
(1994). Glycerol monolaurate inhibits the production of beta-lactamase, toxic
shock toxin-1, and other staphylococcal exoproteins by interfering with signal
transduction. Journal of Bacteriology, 176(14), 4204–4209. Retrieved from
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=205630&tool=pmce
ntrez&rendertype=abstract
Santana, M. L. e C., Paula, E. R. de, & Rosa, F. M. (2012). Estudo cienciométrico e
etnobotânico sobre uma planta medicinal do cerrado: mama-cadela
(Brosimum gaudichaudii Trécul). Revista de Biologia e Farmácia, 07(02), 119–
134.
Sarrazin, S. L. F., da Silva, L. A., de Assunção, A. P. F., Oliveira, R. B., Calao, V. Y.
P., da Silva, R., … Mourão, R. H. V. (2015). Antimicrobial and seasonal
evaluation of the carvacrol-chemotype oil from Lippia origanoides kunth.
Molecules (Basel, Switzerland), 20(2), 1860–1871.
https://doi.org/10.3390/molecules20021860
Shah, S. A., Sander, S., White, C. M., Rinaldi, M., & Coleman, C. I. (2007).
Evaluation of echinacea for the prevention and treatment of the common cold:
a meta-analysis. Lancet Infect Dis, 7(7), 473–480.
https://doi.org/10.1016/S1473-3099(07)70160-3
Shahzad, M. N., & Ahmed, N. (2013). Effectiveness of Aloe Vera gel compared with
1% silver sulphadiazine cream as burn wound dressing in second degree
burns. JPMA. The Journal of the Pakistan Medical Association, 63(2), 225–
230. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23894900
Sidhu, G. S., Singh, A. K., Thaloor, D., Banaudha, K. K., Patnaik, G. K., Srimal, R. C.,
& Maheshwari, R. K. (1998). Enhancement of wound healing by curcumin in
animals. Wound Repair and Regeneration, 6(2), 167–177. Retrieved from
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9776860
Sohn, E.-H., Jang, S.-A., Joo, H., Park, S., Kang, S.-C., Lee, C.-H., & Kim, S.-Y.
(2011). Anti-allergic and anti-inflammatory effects of butanol extract from
Arctium Lappa L. Clinical and Molecular Allergy : CMA, 9(1), 4.
https://doi.org/10.1186/1476-7961-9-4

34
Farmácia da Natureza

WHO. (2004). WHO Monographs on selected medicinal plants - Volume 1.


Zimmermam-Franco, D. C., Bolutari, E. B., Polonini, H. C., do Carmo, A. M. R.,
Chaves, M. das G. A. M., & Raposo, N. R. B. (2013). Antifungal activity of
Copaifera langsdorffii Desf oleoresin against dermatophytes. Molecules
(Basel, Switzerland), 18(10), 12561–12570.
https://doi.org/10.3390/molecules181012561

35

Você também pode gostar