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2022 – Porto
Alergias e Anafilaxia
Relevância B
Harrison’s Principles of Internal Medicine 20th edition
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LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS
MD de DOENÇA
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO
D Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos
BIBLIOGRAFIA
HPIM 345,346:
Alergias, Anafilaxia
INTRODUÇÃO
ALERGIA
Reação de hipersensibilidade a estímulo que tipicamente não causaria
dano
Maioria são mediadas por IgE (hipersensibilidade tipo 1), mas podem
ter outros mecanismos
Manifestações: asma, rinite, conjuntivite, alergia alimentar, urticária,
dermatite atópica, anafilaxia
ATOPIA
Predisposição genética para produzir IgE específicas em resposta a
alergénios, e consequentemente desenvolver sintomas de asma, rinite,
conjuntivite, urticária, eczema/dermatite, alergia alimentar, entre
outros.
INTRODUÇÃO
PRIMEIRA EXPOSIÇÃO MD
No contacto inicial, as
células apresentadoras
de antigénios
apresentam o alergénio
aos linfócitos T, que se
vão diferenciar em Th2,
e estimulam a
proliferação de
linfócitos B produtores
de IgE específica para
aquele alergénio; os
anticorpos IgE vão
circular, e ligar-se a
mastócitos e basófilos
(SENSIBILIZAÇÃO)
INTRODUÇÃO
EXPOSIÇÕES SEGUINTES MD
Nos contactos seguintes,
os mastócitos e
basófilos com IgE na sua
superfície vão ser
ativados pelo alergénio,
e libertar mediadores
(desgranulação) que
desencadeiam a
resposta alérgica
(histamina, citocinas,
interleucinas,
leucotrienos e
prostaglandinas).
ALERGIAS
DIAGNÓSTICO
História clínica sugestiva - sintomas associados temporalmente a exposição
suspeita
Mistura de anticorpos IgE contra
vários alergénios num único teste
Confirmação: - Testes de rastreio válidos para
- Testes cutâneos – 1ª linha* alergia: elevada especificidade
e sensibilidade
- Doseamento de IgE específica - Menor custo do que utilização
▪ Mistura de alergénios inicial de um painel de
▪ Alergénio isolado anticorpos IgE específicos
isolados
Se negativos - não exclui diagnóstico (pode ser falso negativo ou reação não
mediada por IgE)
ALERGIAS
MARCHA ALÉRGICA
CASO CLÍNICO 1
Mulher de 37 anos, independente nas atividades de vida diárias, recorre a consulta no médico
de família por manter desde há 6 meses queixas de rinorreia, congestão e prurido nasais.
Refere que os sintomas agravam quando passeia no jardim da cidade. Antecedentes pessoais
de asma na infância (resolução na adolescência). Não tem qualquer outra queixa. Ao exame
objetivo apresenta edema e palidez da mucosa nasal, assim como hipertrofia dos cornetos.
Sem outras alterações.
CLÍNICA:
Espirros
Rinorreia
Obstrução nasal
Prurido conjuntival, nasal e faríngeo
Lacrimejo
↑ IgE sérica total - Métodos mais recentes (ELISA) são mais rápidos
e custo-eficazes
Administração: intranasal
Angioedema
Edema das camadas mais
profundas da pele (derme inferior
e tecido celular subcutâneo
Edema bem demarcado e
localizado sem eritema
Mais dor do que prurido
Demora horas a dias a resolver
Também pode envolver a parede
do intestino
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
Podem surgir separadamente ou em conjunto
Pode afetar a pele - pápulas e placas eritematosas e pruriginosas – e
as mucosas (trato respiratório superior e trato gastrointestinal)
Aguda
Episódios recorrentes de urticária e/ou angioedema com < de 6
semanas de duração
Crónica
Episódios que persistem > de 6 semanas
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
Prevalência - afetam cerca de 20% da população ao longo da vida
Urticária
Lesões muito pruriginosas
Podem envolver qualquer área do corpo.
- Locais mais comuns: extremidades e face
Lesões duram cerca de 12-36 h (lesões antigas desaparecem à medida que
surgem novas lesões), à EXCEÇÃO da maioria das urticárias físicas (frio,
colinérgica, dermografismo), em que as lesões individuais duram < 2h
Angioedema
Locais mais comuns: periorbital e lábios
- Trato respiratório superior: embora seja autolimitado, pode ser fatal,
devido à obstrução laríngea
- Trato gastrointestinal: cólica abdominal, com ou sem náuseas e vómitos
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
Angioedema não alérgico
Mediado pelo bradicinina
Etiologia:
▪ IECAs levam a angioedema isolado na presença de níveis e função
normal de C1INH
(angioedema desaparece após suspensão dos IECAs)
Diagnóstico diferencial:
Perante lesões urticariformes com >36h de duração, com aparecimento de
cicatriz, dolorosas e NÃO pruriginosas → recomendado realizar biópsia
para excluir vasculite urticariforme
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
DIAGNÓSTICO – URTICÁRIA/ANGIOEDEMA CRÓNICO
Os exames iniciais devem ser limitados e direcionados de acordo com a
história clínica
Corticoides
- Tópicos NÃO têm valor, não devendo ser usados
- Sistémicos:
▪ Pressão
▪ Vasculíticas
▪ Angioedema idiopático ± urticária
▪ Crónicas SEM resposta ao tratamento convencional
▪ Qualquer urticária/angioedema GRAVE e debilitante
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
Diagnostic and therapeutic approach of chronic spontaneous urticaria: recommendations in Portugal. Acta Med Port
URTICÁRIA E ANGIOEDEMA
Diagnostic and therapeutic approach of chronic spontaneous urticaria: recommendations in Portugal. Acta Med Port
CASO CLÍNICO 3
Mulher de 42 anos, independente nas atividades de vida diárias, recorre ao Serviço de
Urgência por quadro de dispneia de início súbito, tosse seca, náuseas e rash pruriginoso.
Antecedentes pessoais de hipertensão arterial e asma. Medicada habitualmente com enalapril
e salbutamol SOS. Trata-se de uma fumadora com consumo de 1maço/dia desde os 20 anos.
Refere que os sintomas surgiram 15 minutos depois de jantar com a família num restaurante
(comeu marisco). Ao exame objetivo apresentava-se desconfortável e ansiosa. PA
84/71mmHg, FC 122bpm, FR 24cpm, auscultação pulmonar com sibilância expiratória
bilateralmente. Apresentava edema do lábio inferior e rash pruriginoso ao nível do abdómen.
A. Anafilaxia.
B. Angioedema induzido por IECA (enalapril).
C. Aspiração de corpo estranho.
D. Envenenamento agudo.
E. Urticária.
ANAFILAXIA
Cetuxima
Confirmação:
Doseamento de triptase sérica (se disponível)
Medidas gerais:
- Colocação do doente em posição de decúbito com os membros
inferiores elevados
ANAFILAXIA
Cetuxima
ABORDAGEM
O doente deve ficar em observação de 6-24h – risco de reação bifásica
Evicção de triggers
PNA 2019
Um homem de 36 anos de idade vem ao consultório médico por história de cefaleias recorrentes,
que são mais intensas a meio da manhã e que melhoram com paracetamol, com dois meses de
evolução. O doente veio morar para esta área há quatro meses e desde aí apresenta espirros,
garganta irritada, congestão sinusal e tosse ocasional. Ele não tem história prévia de espirros,
congestão facial ou rinorreia posterior. Um exame de rotina oftalmológico realizado há quatro
semanas não revelou anomalias. Tem história de valores de pressão arterial elevada em ambos os
braços enquanto sentado, em duas consultas médicas. Está medicado com metoprolol. Tem 175
cm de altura e pesa 73 kg; IMC 24 kg/m2. Os sinais vitais são temperatura 36,7ºC, frequência
cardíaca 80/min, frequência respiratória 16/min e pressão arterial 135/90 mmHg. O exame físico
revela hipertrofia dos cornetos nasais e edema da mucosa nasal com discreta quantidade de
secreções mucosas. Não são palpáveis adenopatias. O restante exame físico está dentro dos
parâmetros de normalidade.
Qual das seguintes alternativas é o tratamento mais adequado?