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C Lopes
A 8 de julho celebra-se o Dia Mundial da Alergia, data instaurada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) para alertar as pessoas para a importância do diagnóstico e tratamento das alergias.
Para desmistificar alguns conceitos em torno das doenças alérgicas.
No caso da alergia alimentar, os principais alergénios são as proteínas do leite de vaca, o ovo,
os frutos de casca rija, frutos da família das rosáceas (pêssego, maçã) e o marisco. Com exceção
da alergia às proteínas do leite de vaca e também em muitos casos de alergia ao ovo, a alergia
alimentar tende a persistir ao longo da vida. As manifestações clínicas podem variar de
moderadas a graves, podendo mesmo, em alguns casos, ser fatais (anafilaxia). Os sintomas
surgem rapidamente, entre alguns minutos até duas horas após a ingestão do alergénio, e podem
incluir manifestações cutâneas (pele e mucosas - urticária, angioedema), respiratórias (dispneia,
pieira, angioedema da glote), gastrointestinais (vómitos, dores abdominais, diarreia) e
cardiovasculares (hipotensão, choque), de forma isolada ou combinada. A alergia alimentar
atinge cerca de 6% das crianças e 2% dos adultos.
Em Portugal, os medicamentos constituem 87% das causas reportadas de anafilaxia no adulto e
41% na idade pediátrica. Os medicamentos mais frequentemente envolvidos são os antibióticos
betalactâmicos e os anti-inflamatórios não esteróides. Apesar da grande maioria destas reações
não serem de causa alérgica, é sempre necessário confirmar.
As estratégias utilizadas para controlar as doenças alérgicas, nomeadamente por parte dos
profissionais de saúde?
Para controlar as doenças alérgicas é fundamental o diagnóstico precoce, reconhecer os sintomas
alérgicos e iniciar tratamento adequado o mais cedo possível. Só assim conseguimos melhorar a
qualidade de vida dos doentes e evitar as complicações que podem surgir. Temos de combater o
subdiagnóstico e o subtratamento. Os casos mais difíceis e complicados devem ser referenciados
para centros onde existem condições para fazer diagnósticos e tratamentos mais diferenciados.
As campanhas de divulgação das doenças alérgicas junto da população em geral em diferentes
plataformas de comunicação são muito importantes, pois alertam as pessoas para os sintomas e
para a necessidade de recorrerem ao médico. Esse tem sido um dos objetivos das diferentes
direções da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).
Há muitos casos que podem e devem ser seguidos e controlados pelos médicos de MGF. Quando
é necessário confirmar o diagnóstico ou os doentes não estão controlados devem ser
referenciados ao imunoalergologista.
A forma que tem evoluído o tratamento das doenças alérgicas e principais novidades
destaca
Muito se tem evoluído nos últimos anos no campo do tratamento e do diagnóstico das doenças
alérgicas, com desenvolvimento de novos fármacos, terapêuticas mais personalizadas e novas
técnicas de diagnóstico, que trouxeram uma melhor compreensão dos mecanismos
fisiopatológicos, uma melhoria no controlo dos sintomas e no prognóstico da doença.
O aparecimento dos medicamentos biológicos, produzidos através de métodos de biotecnologia,
e formulados para inativar mecanismos específicos de doença, vieram revolucionar o tratamento
de diversas doenças imunomediadas, como a asma grave, a urticária crónica e a dermatite
atópica. Estes medicamentos, de administração endovenosa ou subcutânea, são extremamente
eficazes quando indicados. A referenciação dos doentes com asma grave e urticária crónica não
controlada para uma consulta de Imunoalergologia permitirá uma otimização do tratamento, que
poderá incluir fármacos designados como biológicos, que se associam a uma melhoria
significativa do controlo da doença e da qualidade de vida dos doentes.
A doença autoimunes, imunitário ou imune, por meio de células como linfócitos atua no combate a
proteinas estranhas (antígeno) que surgem no organismo. Cada ser vivo apresenta em seu corpo proteína
caracteristico. Quando proteinas estranhas áquele organismo surgem, como proteinas de microrganismo
como bactérias, o sistema imune responde produzindo proteínas específicas ( anticorpos ou
imunoglobulinas), que atuam na eliminação da proteínas estranhas.
Diante disso, o sistema imune deve ser capaz de identificar a diferenciar os antígenos que são produzidos
no próprio organismo( autoantígenos) dos que são provenientes de outros seres vivos e atuar apenas sobre
esse externo. A não atuação sobre os autoantígenos é denominada autoimunidade. No entanto, em alguns
casos, o organismo perde a capacidade de tolerar os autoantigenos ou linfócitos autorreativos. Essa perda
de tolerância em relação aos autoantígenos caracteriza as doenças autoimunes.
Causas
No caso de doenças autoimunes, o sistema imunológico não consegue distinguir os antígenos dos
tecidos saudáveis do corpo e acaba atacando e destruindo as células normais do organismo.
As causas das doenças autoimunes ainda não são desconhecidas. A teoria mais aceita é que
fatores externos estejam envolvidos na ocorrência dessa condição, principalmente quando há
predisposição genética e o uso de alguns medicamentos.
O médico iniciará o processo de diagnóstico por meio de um exame físico e de uma série de
perguntas sobre seu histórico médico e de sua família. Depois, solicitará a realização de alguns
exames. Estes variam de doença para doença, dependendo da causa específica.
Possíveis testes para o diagnóstico de uma doença autoimune incluem exames de anticorpos e
um hemograma completo.
O tratamento varia de acordo com o tipo de doença autoimune que o paciente tenha. O objetivo
das terapias, no entanto, possuem três objetivos distintos:
Reduzir os sintomas
Controlar o processo autoimune
Retomar o funcionamento normal do sistema imunológico, mantendo a capacidade natural
do corpo de combater os antígenos.
Complicações possíveis
Uma doença autoimune pode, também, afetar um ou mais órgãos ou tipos de tecido,
principalmente:
Vasos sanguíneos
Tecidos conjuntivos
Glândulas endócrinas, como a tireoide e o pâncreas
Articulações
Músculos
Glóbulos vermelhos
Pele.