Você está na página 1de 6

NOME: Lucia Norberta d.

C Lopes

CURSO: CBL/A semestre:V

Imunodiagnostico das alergicas e doenças autoimunes

A 8 de julho celebra-se o Dia Mundial da Alergia, data instaurada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) para alertar as pessoas para a importância do diagnóstico e tratamento das alergias.
Para desmistificar alguns conceitos em torno das doenças alérgicas.

 Na alergia respiratória, os principais alergénios são os ácaros do pó doméstico, os pólenes


(particularmente de gramíneas, oliveira e parietária) e os epitélios dos animais, como o cão e o
gato. As alergias respiratórias mais frequentes são a rinite alérgica (espirros, pingo no nariz,
obstrução e prurido nasal), frequentemente acompanhada de conjuntivite (olho vermelho,
prurido e lacrimejo), afetando cerca de 1/4 da população portuguesa, e a asma (dispneia, pieira e
tosse), com uma prevalência estimada de 6,8% no nosso país (cerca de 700 mil asmáticos).

No caso da alergia alimentar, os principais alergénios são as proteínas do leite de vaca, o ovo,
os frutos de casca rija, frutos da família das rosáceas (pêssego, maçã) e o marisco. Com exceção
da alergia às proteínas do leite de vaca e também em muitos casos de alergia ao ovo, a alergia
alimentar tende a persistir ao longo da vida. As manifestações clínicas podem variar de
moderadas a graves, podendo mesmo, em alguns casos, ser fatais (anafilaxia). Os sintomas
surgem rapidamente, entre alguns minutos até duas horas após a ingestão do alergénio, e podem
incluir manifestações cutâneas (pele e mucosas - urticária, angioedema), respiratórias (dispneia,
pieira, angioedema da glote), gastrointestinais (vómitos, dores abdominais, diarreia) e
cardiovasculares (hipotensão, choque), de forma isolada ou combinada. A alergia alimentar
atinge cerca de 6% das crianças e 2% dos adultos.
Em Portugal, os medicamentos constituem 87% das causas reportadas de anafilaxia no adulto e
41% na idade pediátrica. Os medicamentos mais frequentemente envolvidos são os antibióticos
betalactâmicos e os anti-inflamatórios não esteróides. Apesar da grande maioria destas reações
não serem de causa alérgica, é sempre necessário confirmar.

O diagnóstico das doenças alérgicas baseia-se essencialmente na história clínica, pesquisando


os sintomas e os seus fatores desencadeantes. Os testes cutâneos em picada são o primeiro
método de diagnóstico das doenças alérgicas, realizados pelo médico imunoalergologista, são de
fácil execução e baixo custo e permitem identificar o/os alergénios responsáveis pelos sintomas
alérgicos. Os testes cutâneos podem ser complementados pelas análises de sangue, com
doseamento das IgE específicas para os alergénios suspeitos. Em alguns casos de alergia
alimentar ou medicamentosa é necessário fazer provas de provocação, em ambiente hospitalar,
para confirmar o alergénio suspeito.
Este diagnóstico específico com a identificação do alergénio responsável pelas alergias permite
implementar medidas de prevenção e iniciar tratamentos específicos. Em casos selecionados,
estão indicadas as vacinas antialérgicas, o único tratamento para a alergia, que quando instituído
numa fase precoce da doença é muito eficaz. Permite dessensibilizar o doente, reduzir
significativamente os sintomas e modificar a história natural da doença alérgica, diminuindo a
probabilidade de aparecimento de novas sensibilizações e o risco de desenvolvimento de asma
nos doentes com rinite alérgica. Infelizmente estas vacinas deixaram de ser comparticipadas pelo
Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde 2011.
No caso da asma, perante a presença de sintomas sugestivos, deve realizar-se um exame
funcional respiratório (espirometria) para documentar o padrão obstrutivo característico da asma.
As provas respiratórias podem ser complementadas com provas de broncodilatação ou
broncoconstrição, para confirmar o diagnóstico.

Atualmente, as doenças alérgicas que causam maior preocupação


Saliento por diferentes motivos a anafilaxia, e as formas graves de asma, de urticária crónica e
eczema atópico.
A anafilaxia, qualquer que seja a sua etiologia, pela sua gravidade e risco de vida é um motivo de
grande preocupação para os médicos, doentes e seus familiares. Pode ser provocada por um
alimento, medicamento ou picada de inseto (abelha ou vespa). Estes casos devem ser
referenciados ao médico imunoalergologista o mais precocemente possível e estes doentes têm
de ser portadores de uma caneta de adrenalina para auto-administração em caso de reação. A
adrenalina é o único medicamento que pode reverter a anafilaxia e salvar o doente.
As formas graves de asma e de urticária crónica associam-se a pior qualidade de vida, mais
consultas médicas, idas aos serviços de urgência, hospitalizações, absentismo e presenteísmo, e a
asma grave (5% das asmas) pode estar associada a maior mortalidade. O eczema atópico grave
tem um impacto significativo na qualidade de vida dos doentes e seus familiares.
Um dos motivos de preocupação em relação à asma é a fraca perceção que o doente asmático
tem da sua doença e a fraca adesão ao tratamento. Estima-se que cerca de metade dos doentes
asmáticos em Portugal não tem a sua doença controlada. Nove em cada dez pessoas com asma
não controlada convive diariamente com as suas limitações, acha normal ter sintomas e não
cumpre o tratamento preventivo prescrito pelo médico. Uma das consequências do mau controlo
da asma pode ser as agudizações graves com necessidade de internamento. Dados do Inquérito
Nacional sobre Asma indicam que uma em cada três crianças com asma foram internadas por
asma pelo menos uma vez na vida. O estudo CASCA - Custo da Asma na Criança constatou que
em média cada criança com asma vai uma a duas vezes por ano aos serviços de urgência e falta
seis dias por ano à escola. Verificou-se também que oprincipal factor agravante de custos é ter a
asma não controlada, que acarreta um absentismo escolar três vezes maior.

A maior dificuldade enfrentada no combate à asma é a falta de diagnóstico, a inadequada adesão


ao tratamento e a utilização incorreta dos seus dispositivos inalatórios.

 
As estratégias utilizadas para controlar as doenças alérgicas, nomeadamente por parte dos
profissionais de saúde? 
Para controlar as doenças alérgicas é fundamental o diagnóstico precoce, reconhecer os sintomas
alérgicos e iniciar tratamento adequado o mais cedo possível. Só assim conseguimos melhorar a
qualidade de vida dos doentes e evitar as complicações que podem surgir. Temos de combater o
subdiagnóstico e o subtratamento. Os casos mais difíceis e complicados devem ser referenciados
para centros onde existem condições para fazer diagnósticos e tratamentos mais diferenciados.
As campanhas de divulgação das doenças alérgicas junto da população em geral em diferentes
plataformas de comunicação são muito importantes, pois alertam as pessoas para os sintomas e
para a necessidade de recorrerem ao médico. Esse tem sido um dos objetivos das diferentes
direções da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).

A visibilidade e o conhecimento destas patologias por parte dos profissionais de saúde,


nomeadamente entre os cuidados de saúde primários, que detêm o primeiro contacto com
os doentes
Portugal ainda não tem uma rede de referenciação de Imunoalergologia implementada, que
permita um acesso fácil e equitativo dos doentes alérgicos ao médico imunoalergologista do
Serviço Nacional de Saúde. Há falta de especialistas no interior de país, é necessário melhorar a
cobertura nacional de Imunoalergologia. Os doentes continuam a ser encaminhados para outras
especialidades por desconhecimento ou falta de médicos hospitalares e a serem referenciados
tardiamente.
Felizmente, a maioria dos médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF) estão alertados para o
diagnóstico e tratamento das doençasalérgicas, graças às campanhas e cursos de pós-graduação
que têm sido feitos. O Grupo de Estudo de Doenças Respiratórias (GRESP) da Associação
Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), em colaboração com a SPAIC, muito tem
contribuído para esse conhecimento.

Há muitos casos que podem e devem ser seguidos e controlados pelos médicos de MGF. Quando
é necessário confirmar o diagnóstico ou os doentes não estão controlados devem ser
referenciados ao imunoalergologista.

A forma que tem evoluído o tratamento das doenças alérgicas e principais novidades
destaca
Muito se tem evoluído nos últimos anos no campo do tratamento e do diagnóstico das doenças
alérgicas, com desenvolvimento de novos fármacos, terapêuticas mais personalizadas e novas
técnicas de diagnóstico, que trouxeram uma melhor compreensão dos mecanismos
fisiopatológicos, uma melhoria no controlo dos sintomas e no prognóstico da doença.
O aparecimento dos medicamentos biológicos, produzidos através de métodos de biotecnologia,
e formulados para inativar mecanismos específicos de doença, vieram revolucionar o tratamento
de diversas doenças imunomediadas, como a asma grave, a urticária crónica e a dermatite
atópica. Estes medicamentos, de administração endovenosa ou subcutânea, são extremamente
eficazes quando indicados. A referenciação dos doentes com asma grave e urticária crónica não
controlada para uma consulta de Imunoalergologia permitirá uma otimização do tratamento, que
poderá incluir fármacos designados como biológicos, que se associam a uma melhoria
significativa do controlo da doença e da qualidade de vida dos doentes.  

A doença autoimunes, imunitário ou imune, por meio de células como linfócitos atua no combate a
proteinas estranhas (antígeno) que surgem no organismo. Cada ser vivo apresenta em seu corpo proteína
caracteristico. Quando proteinas estranhas áquele organismo surgem, como proteinas de microrganismo
como bactérias, o sistema imune responde produzindo proteínas específicas ( anticorpos ou
imunoglobulinas), que atuam na eliminação da proteínas estranhas.

Diante disso, o sistema imune deve ser capaz de identificar a diferenciar os antígenos que são produzidos
no próprio organismo( autoantígenos) dos que são provenientes de outros seres vivos e atuar apenas sobre
esse externo. A não atuação sobre os autoantígenos é denominada autoimunidade. No entanto, em alguns
casos, o organismo perde a capacidade de tolerar os autoantigenos ou linfócitos autorreativos. Essa perda
de tolerância em relação aos autoantígenos caracteriza as doenças autoimunes.

Causas

Normalmente, os glóbulos brancos (leucócitos), produzidos na medula óssea e encontrados no


sangue, ajudam a proteger o corpo contra substâncias invasoras e nocivas, conhecidas como
antígenos. São exemplos vírus, bactérias, toxinas, células cancerígenas, etc. Os leucócitos são
parte fundamental do sistema imunológico, cuja principal função é produzir anticorpos que
mantenham o corpo humano protegido da ação desses antígenos, destruindo-os.

No caso de doenças autoimunes, o sistema imunológico não consegue distinguir os antígenos dos
tecidos saudáveis do corpo e acaba atacando e destruindo as células normais do organismo.

As causas das doenças autoimunes ainda não são desconhecidas. A teoria mais aceita é que
fatores externos estejam envolvidos na ocorrência dessa condição, principalmente quando há
predisposição genética e o uso de alguns medicamentos.

Diagnóstico de Doença auto-imune

O médico iniciará o processo de diagnóstico por meio de um exame físico e de uma série de
perguntas sobre seu histórico médico e de sua família. Depois, solicitará a realização de alguns
exames. Estes variam de doença para doença, dependendo da causa específica.
Possíveis testes para o diagnóstico de uma doença autoimune incluem exames de anticorpos e
um hemograma completo.

Tratamento de Doença auto-imune

O tratamento varia de acordo com o tipo de doença autoimune que o paciente tenha. O objetivo
das terapias, no entanto, possuem três objetivos distintos:

 Reduzir os sintomas
 Controlar o processo autoimune
 Retomar o funcionamento normal do sistema imunológico, mantendo a capacidade natural
do corpo de combater os antígenos.

Complicações possíveis

Uma doença autoimune pode causar complicações graves, como:

 Destruição de um ou mais tipos de tecidos do corpo


 Crescimento anormal de um órgão
 Alterações na função de um órgão.

Uma doença autoimune pode, também, afetar um ou mais órgãos ou tipos de tecido,
principalmente:

 Vasos sanguíneos
 Tecidos conjuntivos
 Glândulas endócrinas, como a tireoide e o pâncreas
 Articulações
 Músculos
 Glóbulos vermelhos
 Pele.

Doença auto-imune tem cura?


O resultado do tratamento depende da doença. A maioria das doenças autoimunes são crônicas,
mas muitas podem ser controladas com tratamento. Os sintomas das doenças autoimunes podem
aparecer e desaparecer continuamente.

Você também pode gostar