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LUANA TAMARA FRANKOWIA KROEGER

UNIDADE 1

EVENTOS AGUDOS 1
UNIDADE 1

CHOQUE ANAFILÁTICO

A reação alérgica pode ocorrer ou começar a


apresentar as primeiras manifestações em
questões de segundos a minutos, depois da
ocorrência de exposição a um determinado
alérgeno (camarão,veneno de
abelha,medicamentos, alimentos, temperos,
corantes, dentre outros).
UNIDADE 1
Dentre os sintomas mais comuns que
sinalizam a existência de um processo
alérgico em curso (em andamento) incluem:
irritação na pele associado ou não a prurido
(coceira), sintomas gastrointestinais (náuseas,
vômitos), sintomas respiratórios como
dificuldade respiratória (falta de ar) e choque
hemorrágico (quando uma pessoa perde uma
quantidade significativa de fluido corporal,
em especial o sangue em uma proporção
igual ou superior a 20%.
UNIDADE 1

Reações alérgicas, requerem atenção e


necessitam de intervenções pontuais o mais
brevemente possível.
O choque anafilático, também é popularmente
conhecido como anafilaxia ou reação anafilática,
é um processo relacionado a reação alérgica que
pode se apresentar em graus variados como leve,
moderado ou grave em poucos segundos.
UNIDADE 1
ANAFILAXIA AGUDA
Anafilaxia se refere a manifestações clínicas
sistêmicas potencialmente graves,
desencadeadas por reações mediadas pela
imunoglobulina-E (IgE), após exposição a um
determinado antígeno quando um indivíduo é
previamente sensibilizado (alérgico).
UNIDADE 1
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
A anafilaxia, inicialmente, afeta pelo menos dois
sistemas a incluir a pele e mucosas com cerca de 80 a
90% dos casos e o sistema respiratório com taxas de
70% dos casos. Outro alerta importante acerca das
reações anafiláticas (alergias), é quando há
acometimento do trato gastrintestinal e do sistema
cardiovascular, tornando-se um maior grau de
emergência clínica, em que se faz necessário a
administração de terapia farmacológica imediata como
a adrenalina por via intramuscular (IM), sendo a
primeira linha de tratamento para tentativa de reversão
dos sintomas que podem se fazer presente.
UNIDADE 1
 CAUSAS MAIS FREQUENTES DE ALERGIAS:
• Alimentos
• Medicamentos (antibióticos, insulina, heparina, protamina,
bloqueadores neuromusculares, anestésicos, sulfas e derivados,
anti-inflamatórios, opiáceos, vacinas).
• Veneno de insetos
• Hemoderivados
• Óxido de etileno
•Látex
• Progesterona
• Líquido seminal
• Exercício
• Contrastes (iodados, fluoresceína)
• Idiopática, dentre outros.
UNIDADE 1
Além da reversão do quadro
emergencial, é preciso prevenir a
presença de novos episódios, bem como
orientar pacientes/vítimas e familiares
quanto às ações de primeiro momento
que devem ser adotadas para que seja
possível evitar um desfecho fatal.
UNIDADE 1
A conduta dos profissionais diante da
anafilaxia representa um ponto crucial, e
espera-se da equipe de saúde (médicos e
enfermeiros) atuantes em ambientes de
urgência e emergência, um rápido
reconhecimento e manejo apropriado para
serem aplicadas como medidas de resgate.
UNIDADE 1
A fase efetora da resposta imune depende
basicamente da imunoglobulina IgE,
ocorrendo em três padrões ou reações que se
diferem quanto ao tipo do alérgeno, ao
intervalo de tempo entre a exposição e o
aparecimento da reação e aos tipos celulares
envolvidos. Os mesmos autores ainda
sinalizam que tais reações podem ser
classificadas da seguinte forma: reação aguda,
reação tardia e ainda em reação crônica.
UNIDADE 1
 Reação aguda: surge de segundos a minutos
após a exposição, e é decorrente especialmente
da ação de mediadores pré-formados.
Reação tardia: aparece horas depois ao contato
e em resposta ao alérgeno.
Fase crônica: ocorre em tecidos ou órgãos
expostos de forma prolongada e repetida ao
alérgeno. É responsável por mudanças
estruturais e funcionais no local envolvido,
bem como pode envolver estruturas
secundárias.
UNIDADE 1
 ACHADOS CLÍNICOS
A anafilaxia é visada por manifestações clínicas
isoladas ou em diversas combinações, envolvendo
algum dos seguintes sistemas: respiratório,
cardiovascular, neurológico, cutâneo e gastrintestinal.
. Os sintomas se estabelecem em cerca de minutos a
horas depois do contato com o alérgeno, sendo mais
comuns na primeira hora subsequente. A rapidez com
que os sintomas ocorrem, guarda relação com a
gravidade dos sintomas, ou seja, quanto mais intenso
for percebido as manifestações iniciais, maior deverá
ser a preocupação em se iniciar a profilaxia o mais
brevemente possível.
UNIDADE 1
Após a exposição, pode haver um intervalo
de horas para que as manifestações clínicas
se iniciem, dependendo da via de
administração do agente. O quadro clínico
pode seguir um curso unifásico, em que os
sintomas aparecem e não mais retornam, ou
curso bifásico, quando somem ou diminuem,
reaparecendo em cerca de 1 a 8 horas após
(aproximadamente) ou mais tardiamente.
UNIDADE 1

Dependendo do status de
sensibilidade e grau de exposição ao
agente alérgeno, a pessoa acometida
pode apresentar as manifestações
que podem incluir:
UNIDADE 1
 Pele: o envolvimento cutâneo é a apresentação mais
comum (ausente em apenas 10% a 15% dos casos),
representando por urticária e angioedema, que podem ser
precedidos por eritema e prurido.
As lesões da pele podem ser chamadas tecnicamente de
erupções cutâneas.
UNIDADE 1
•Tonturas (vertigens) ou síncope:
podem estar presentes na presença ou
não de hipotensão ou choque
anafilático.

 Gastrintestinal: náusea, vômitos,


diarréia e cólicas.
UNIDADE 1
• Vias aéreas: tanto superiores como
inferiores podem ser acometidas.
Manifestações como estridor,
disfonia, rouquidão ou dificuldade
para deglutir indicam o envolvimento
alto e servem de alerta quanto à
gravidade do caso em decorrência da
possibilidade de edema de glote.
Conforme a imagem a seguir...
UNIDADE 1
Na imagem A, não é
possível identificar edema
(inchaço) ou deformidade na
sua estrutura, podendo,
assim, ser considerada como
normal do ponto de vista
anatômico. Já nas figuras B,
C e D percebemos um
importante aumento nas
estruturas ali dispostas, as
quais circundam a fenda
central (traqueia). Na Figura
D, a estrutura com maior
saliência chama-se epiglote.
UNIDADE 1
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de anafilaxia é
eminentemente clínico.
Naturalmente, em situações com expressão
clínica menos grave, não será fácil definir
se o quadro em questão é apenas uma
manifestação alérgica localizada ou uma
anafilaxia.
UNIDADE 1
Considerando que as alterações cutâneas
são as mais comuns na anafilaxia,
pacientes/vítimas com urticária idiopática,
que venham a desenvolver
broncoespasmo, esforço respiratório,
estão intimamente expostos e sujeitos a
evoluírem para parada cardiorrespiratória.
UNIDADE 1
A anafilaxia é altamente provável quando,
pelo menos, um dos três critérios a seguir se
fazem presente, conforme apresentação clínica
aguda (após minutos a horas):

 Acometimento de pele e/ou mucosas


(exemplo: urticária localizada ou
generalizada).

 Prurido ou flushing.
UNIDADE 1
Angioedema nos palpeobral
UNIDADE 1

Na língua
UNIDADE 1
Nos lábios
UNIDADE 1

Pelo menos, uma das condições a


seguir, podem estar muito evidentes
ou imperceptíveis, servindo como
sinal de alerta:
UNIDADE 1
•Sintomas respiratórios (exemplo:
dispneia – falta de ar leve, moderado ou
intensa), broncoespasmo,
estridor(estreitamento da
traqueia),redução do fluxo expiratório
(exalação), hipoxemia (diminuição na
concentração de oxigênio no corpo
humano).
UNIDADE 1
Redução da pressão arterial :É possível que no
momento do primeiro contato com o
paciente/vítima, não tenhamos acesso a
equipamentos para aferir a pressão arterial, então
devemos avaliar a qualidade do pulso arterial
distal (radial, braquial).
A segunda avaliação que nos dará um parâmetro
importante acerca da pressão arterial do
paciente/vítima, é o seu nível de consciência.
Se apresentar-se sonolento, confuso e/ou
desorientado, é um sinal de que o sistema nervoso
central não está sendo perfundindo adequadamente
UNIDADE 1
Presença de sintomas semelhantes no
passado: aponta para uma recorrência de
uma manifestação alérgica localizada
(embora haja a possibilidade de repetição
de quadros anafiláticos).
Esta informação, somente será possível
coletá-la se o paciente/vítima estiver
consciente.
UNIDADE 1
Definir o agente casual: interrogar
minuciosamente os agentes que mais causam a
anafilaxia (alimentos, medicamentos, esforço,
picada de abelhas, vespas, formigas e/ou
látex), a relação temporal entre o contato e o
início dos sintomas são muito importantes. Se
o paciente/vítima estiver inconsciente, avalie o
local que ele se encontra. Através dessa
conduta, você poderá obter detalhes
importantes do ambiente que a circunda.
UNIDADE 1
O paciente/vítima, usa algum
medicamento ?
Todos os medicamentos usados pelo
paciente devem ser ou estar listados, e
todo o esforço deve ser dirigido para
tentar estabelecer uma relação temporal
entre a medicação suspeita e o início dos
sintomas.
UNIDADE 1
EXAMES COMPLEMENTARES
São passos normalmente praticados fora do
ambiente de emergência, num seguimento
ambulatorial que pode vir requerer a
participação de um alergista.
UNIDADE 1
Diagnóstico diferencial
O paciente/vítima estando na unidade de saúde,
a equipe avaliará a necessidade de realizar
investigação mais minuciosa. Para tanto, a lista
de diagnósticos diferenciais é extensa e deve
incluir especialmente todas as condições que
determinem ou simulem as manifestações mais
graves ou mais comuns da anafilaxia, tais como
hipotensão, choque, dispneia, instabilidade
respiratória leve a moderada, erupções cutâneas
como urticária ou angioedema e/ou alterações do
nível de consciência.
UNIDADE 1
EMERGÊNCIAS ALÉRGICAS
Como já sabemos, a anafilaxia é uma
condição clínica imuno-alérgica súbita,
apresentada por alguns indivíduos quando
expostos a determinados alimentos,
medicamentos, picada de insetos e fatores
físicos, podendo acarretar situação
ameaçadora para a vida.
UNIDADE 1
Em geral, a anafilaxia ocorre em ambientes
comunitários, onde não há profissionais da
saúde. Isso fortalece a necessidade de
treinamento do público leigo, para suporte
básico de vida, bem como conscientização e
orientações no sentido da prevenção. Para
tanto, cabe sinalizar aqui a sua
epidemiologia, etiologia (causas) e
fisiopatologia (como a doença ocorre), quais
os mediadores imunológicos (de defesa) são
recrutados frente ao agente gerador da reação
alérgica, dentre outras informações.
UNIDADE 1
EPIDEMIOLOGIA
A alergia alimentar responde por mais da
metade dos casos de anafilaxia em crianças
que procuram o serviço de emergência.
Acredita-se que a prevalência de anafilaxia
induzida por alimentos nos EUA alcance a
marca aproximada de 29 mil internações e
150 mortes.
 Achados epidemiológicos revelam que a
anafilaxia acomete principalmente crianças
e adolescentes.
UNIDADE 1
Os alimentos estão mais relacionados aos casos
em jovens, enquanto picada de inseto,
medicamentos e contrastes acometem
principalmente a meia-idade e os idosos.

No Brasil, não há informações estatísticas sobre


esse tipo de reação. Se for possível inferir dados
por analogia, pode-se dizer que no Brasil, a
incidência de choque anafilático apresenta
valores semelhantes aos americanos,
principalmente se forem consideradas a livre
venda de medicamentos e a falta de informação
nas embalagens dos alimentos.
UNIDADE 1
 TRATAMENTO

O tratamento da anafilaxia objetiva diminuir os


riscos de mortalidade imediata e prevenir a
recorrência. Para isto, é preciso avaliar os
riscos, tratar as comorbidades de forma
eficiente, identificar e evitar os fatores
desencadeantes do processo.
A conduta inicial visa realizar rápida avaliação.
UNIDADE 1
Via aérea: a permeabilidade da via aérea pode
estar gravemente comprometida, em função
do angioedema, e a equipe ou o socorrista
deve estar preparado para identificar a
presença de irregularidade respiratória,
solicitar ajuda e realizar intubação se possuir
respaldo legal para tal. O profissional mais
habilitado deve realizar o procedimento, visto
que o edema acentuado pode distorcer a
anatomia da via superior, gerando
impossibilidade da intubação. Dessa forma,
está indicada a cricotireoidostomia.
UNIDADE 1
Oxigênio: um gás essencial para a
sobrevivência humana, deve ser
ofertado de acordo com a necessidade
e/ou grau da dificuldade respiratória da
melhor forma, conforme tolerada pelo
paciente/vítima (de preferência com
máscara com reservatório, não
reinalante).
UNIDADE 1
Circulação: manter o paciente em
posição supina, com os membros
inferiores elevados e obter acesso
venoso (duas vias de grosso calibre), se
possível, e se tiver dispositivos
disponíveis para a infusão de fluidos e
fármacos.
UNIDADE 1
Epinefrina: é o fármaco de primeira
escolha e deve ser administrada tão
logo seja feita a suspeita diagnóstica de
anafilaxia. Quando usada reduz, de
forma drástica, as manifestações
clínicas da anafilaxia.
UNIDADE 1
Fluido endovenoso: deve ser administrado
sempre que houver resposta insatisfatória à
aplicação da epinefrina, hipotensão arterial
à admissão e hipotensão ortostática.

Anti-histamínicos: devem ser administrados


a todos os pacientes que apresentam
anafilaxia. No entanto, são considerados
tratamento de segunda linha e só podem ser
aplicados após a injeção de epinefrina.
UNIDADE 1
Broncodilatadores: terapia inalatória por
nebulização com broncodilatadores ,fazem
parte das medicações de segunda linha e
devem ser empregadas quando houver
broncoespasmo associado.
UNIDADE 1
Corticosteroide: não é útil no
tratamento de anafilaxia aguda, mas
baseado na experiência em prevenir a
fase tardia de reação da asma, pode ser
utilizado com o objetivo de prevenir ou
melhoras a reação bifásica.
UNIDADE 1
 HIPERTERMIA E/OU HIPERTERMIA MALIGNA
A procura por serviços de atendimento em urgência e
emergência, em decorrência da queixa de aumento da
temperatura, é freqüente nestes serviços e uma
realidade. A maioria dos casos corresponde à febre,
que decorre de processos infecciosas e/ou
inflamatórios. No entanto, torna-se importante se ter
em mente que o conceito de hipertermia difere do de
febre e, a partir de então, investigar os diagnósticos
diferenciais de ambas as síndromes, torna-se
necessário quando esta é contínua e/ou manifesta
irregularidades fisiológicas a aqueles que a
experienciam como delírios, crises convulsivas,
dentre outras manifestações.
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE
HIPERTEMIA E HIPERTEMIA MALIGNA
O termo hipertermia, se caracteriza pela
elevação da temperatura do corpo quando o
organismo produz e/ou absorve mais calor do
que consegue dissipar (eliminar). Tal evento
se constitui e/ou se justifica do ponto de vista
clínico como uma condição de emergência
médica, a qual requer tratamento imediato
para evitar complicações, dentre elas crise
convulsiva e inclusive a morte.
UNIDADE 1
A temperatura do corpo humano dita
como ideal e/ou fisiológica (normal),
medida por meio da adaptação de
termômetro nas axilas, é de 36,5 °C.
Temperatura corporal acima do valor
anteriormente mencionado, mas inferiores
a 40 °C em geral, não representam risco
de morte, mas predispõem as pessoas a
condições de metabolismo mais
acelerado, como maior consumo de
oxigênio e de energia.
UNIDADE 1
Em casos em que a temperatura corporal
eleva-se a valores superiores a 40 °C,
podem ser potencializado maiores
probabilidade de haver a presença de
manifestações colaterais como crises
convulsivas.
UNIDADE 1
Já com relação à Hipertermia Maligna (HM), no
meio clínico o referido termo é pouco difundido
em se tratar de um evento associado a uma
desordem do ponto de vista farmacogenética
potencialmente fatal, atrelado ao uso de
anestésicos inalatórios, relaxantes musculares
despolarizantes (Succinilcolina) ou uma
atividade física extrema (desacerbada) em
ambientes com temperaturas elevadas, se
tornando assim, gatilhos para desencadeamento
de um imenso acúmulo de cálcio (Ca2+) no
interior da célula (mioplasma), o que leva a uma
aceleração do metabolismo e atividade contrátil
do músculo esquelético (mioclonia).
UNIDADE 1
Parâmetros ideais de temperatura no
corpo humano:
AXILAR 36 – 37 °C

ORAL 36,5 – 37,5 °C


RETAL/VAGINAL 37 – 37,7 °C
CENTRAL(venoso, 37,2 – 38 °C
arterial,esofágico)
UNIDADE 1

Termos aplicados acerca da temperatura devido


as suas oscilações:
Hipotermia ≤ 35,4 °C
Afebril (Normal vs Esperado vs 35,5 – 37 °C
Fisiológico)
Febril ou Subfebril 37,1 – 37,7 °C

Febre 37,8 – 38,9 °C


Pirexia 39 – 40 °C
Hipertermia ≥ 41 °C
UNIDADE 1
O local que mais representaria a temperatura
real de um indivíduo seria aquela proveniente
da medição do sangue venoso e/ou arterial,
porém, devido a necessidade da invasibilidade
na corrente sanguínea, essa é utilizada apenas
em setores clínicos específicos como UTI,
bem como na prática se utiliza a temperatura
esofágica através de transdutor, o qual é
inserido por meio da cavidade nasal ou oral,
até ao nível (Altura) do coração por ser a que
mais se aproxima da temperatura sanguínea.
UNIDADE 1
UNIDADE 1
UNIDADE 1
TEMPERATURA AXILAR
UNIDADE 1
TEMPERATURA RETAL E VAGINAL
A temperatura retal fornece, em segundo
lugar, os resultados mais fidedignos,
sendo geralmente alguns décimos de
graus centígrados superior à temperatura
sanguínea. A temperatura vaginal é,
teoricamente, idêntica a retal.
UNIDADE 1
UNIDADE 1
TEMPERATURA ORAL
A temperatura oral
não é um bom
indicador de
temperatura interna e
não pode ser aferida
em pacientes
inconscientes,
confusos,
desorientados, que
estejam apresentando
agitação psicomotora
ou vômitos.
UNIDADE 1
TEMPERATURA TIMPÂNICA
Quanto às temperaturas timpânica, estas
não devem ser utilizadas em pacientes
hipertérmicos, pois há poucas evidências
de que estejam apropriadas e clinicamente
úteis.
UNIDADE 1
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
A temperatura corporal é o resultado do
equilíbrio entre a produção e a dissipação do
calor. Para que ocorra tal equilíbrio, o núcleo
pré-óptico do hipotálamo anterior e o
hipotálamo posterior assumem o papel da
termorregulação. Em resposta ao aumento da
temperatura corporal, há ativação de fibras
eferentes do sistema nervoso autônomo,
levando à vasodilatação cutânea – que
dissipa o calor por convecção, e aumento da
sudorese – com dissipação pela evaporação.
UNIDADE 1
TRATAMENTO
Quanto ao tratamento da hipertermia, o
resfriamento por medidas físicas e exposição do
corpo (retirada de excesso de roupas) é o mais
adequado.
Em todos os casos, orienta-se retirar roupas de cama
e cobertores e utilizar ventiladores e compressas
frias nas regiões onde há grandes vasos e artérias
de forma alternada, como pescoço (A. carótidas),
axilar (A. axilar), inguinal (A. Femoral). Para
reduzir a temperatura mais rapidamente, pode-se
utilizar colchões para indução da hipotermia ou
recipiente com gelo. O uso de compressas com
álcool é de eficácia constatada.
UNIDADE 1
IRREGULARIDADE RESPIRATÓRIA E/OU
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA
O termo Insuficiência respiratória aguda (IRpA),
refere-se à presença de incapacidade do sistema
respiratório em realizar e/ou atender às
demandas metabólicas de oxigênio do organismo
(através do processo inspiratório) ou de
eliminação do dióxido de carbônico (gás
carbônico) através do processo expiratório,
caracterizando-se, assim, como a instalação
aguda do respectivo evento.
UNIDADE 1
O sistema respiratório é composto por diversos
órgãos e seu funcionamento normal pode ser,
resumidamente, explicado assim: o centro
respiratório, localizado no bulbo do tronco
cerebral, é sensível a variações da pressão
parcial do gás carbônico (PCO2 ) de modo que
elevações da pressão parcial sanguínea (PaCO2 )
deste gás estimulam, via nervo frênico, a
contração do diafragma e musculatura acessória
da respiração – essas últimas, em situações de
aumento da necessidade de trabalho respiratório
(em especial a musculatura intercostal via
nervos intercostais).
UNIDADE 1
A insuficiência respiratória (IR) pode ser
definida como a condição clínica na qual
o sistema respiratório não consegue
manter os valores da pressão arterial de
oxigênio (PaO2 ) e/ou da pressão arterial
de gás carbônico (PaCO2 ) dentro dos
limites da normalidade ou daquilo que é
considerado fisiológico.
UNIDADE 1
 As manifestações clínicas e desconforto respiratório
incluem uma infinidade de sinais e sintomas
clínicos com intensidade bastante variável, a
depender da reserva fisiológica, tempo de
instalação e compensação. Pode-se ressaltar os
seguintes: alterações no nível de consciência
(agitação ou sonolência); evidência de aumento do
trabalho respiratório: uso de musculatura acessória
à respiração (batimento de asas de nariz, a tiragem
intercostais, supraesternal e fúrcula), taquipneia,
hiperpneia,respiração paradoxal, entre outras;
cianose; e outras: sudorese, taquicardia, hipertensão
(sinais e descarga adrenérgica) etc.
UNIDADE 1
Quando houver sinais de nítido
desconforto respiratório, o paciente deve
ser levado para uma unidade de
atendimento de pronto atendimento (sala
de emergência) e, rapidamente,
monitorizado com monitor cardíaco e
oxímetro de pulso. Se a oximetria de
pulso for menor do que 90%, O2
suplementar deve ser imediatamente
oferecido por um cateter ou máscara de
reinalação com reservatório.
UNIDADE 1
O tratamento adequado da IRpA (Insuficiência
respiratória aguda )deve ser específico para
cada caso e a quantidade de intervenções e
possibilidades é muito grande para ser
discutida de maneira genérica.
A oxigenoterapia é muito importante no
manejo desta condição clínica. Ofertar
oxigênio em abundância faz aumentar o
gradiente para a difusão da luz alveolar (PAO2
) para os capilares (PAO2 ), por consequente
tendência de correção de hipoxemia.
UNIDADE 1
Outra manobra simples, porém, eficiente, é a
elevação da base da língua do
paciente/cliente, por meio da utilização de
cânula orofaríngea, popularmente conhecida
como cânula de Guedel. Nos
pacientes/clientes inconscientes a queda da
língua é uma causa frequente de obstrução
das vias aéreas. A cânula orofaríngea, ou
cânula de Guedel e a cânula nasofaríngea,
também desempenham esse papel de
elevação da base da língua.
UNIDADE 1
LESÕES POR CHOQUE ELÉTRICO
O termo “Eletricidade”, segundo Lima e
Takahashi (2013), é uma forma de energia
que se encontra presente em todos os
segmentos da sociedade, em todos os
lugares/espaços/ambientes, e que, de certa
forma, sempre há disposição através de
uma fonte provedora/fornecedora de
tensão. Essa difusão, mesmo através de
suas facilidades, coloca o ser humano em
risco de acidente com eletricidade.
UNIDADE 1
As ocorrências se
destacam entre a
população do sexo
masculino, que
representam 80% das
vítimas, seguido por
crianças com idade
inferior a 5 anos de
idade. A taxa de
mortalidade global em
decorrência desse tipo
de dano/lesão varia de
3% a 40%.
UNIDADE 1
FISIOPATOLOGIA DAS LESÕES
Hall e Guyton (2017) apontam sete
mecanismos fisiopatológicos que
podem ser aceitos,relacionando à
ocorrência com energia ou descarga
elétrica, podendo revelar a gravidade do
dano gerado pela eletricidade, são eles:
UNIDADE 1
Conversão de energia elétrica em energia
térmica durante a passagem da corrente
pelos tecidos, ou seja, refere-se ao percurso
da corrente no corpo o que determina o
dano e/ou grau de lesão tissular.
Tipo de corrente vs tipo de tensão, ou seja,
se é direta ou alternada.
 Voltagem e amperagem, ambas são
medidas de força corrente, ou seja, refere-
se a tensão de descarga.
UNIDADE 1
Duração da exposição (quanto mais longa
a exposição, maior a gravidade do dano), o
que se traduz em alterações a nível celular.
 Resistência do corpo quanto ao evento
sofrido.
 Lesões traumáticas secundariamente a
contusões, contrações musculares
vigorosas e quedas pós recebimento da
descarga elétrica.
Liberação intensa e desordenada de
catecolaminas.
UNIDADE 1
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Os achados relacionados às lesões pelo
choque elétrico podem variar. Esses
podem apresentar-se por queimaduras
superficiais há lesões por disfunção a
múltiplos sistemas e órgãos,que,quando o
tratamento é aplicado demoradamente, a
evolução para óbito é certa.
UNIDADE 1
Sabendo disso, a seguir,
descreveremos algumas lesões
mais comumente presentes,
conforme as regiões do corpo e
suas apresentações:
UNIDADE 1

LESÕES NA CABEÇA E PESCOÇO


Porth e Kunert (2004) descrevem que a
cabeça, na maioria das vezes, é o
primeiro ponto de contato com lesões
ocasionadas por choque elétrico de
elevada amperagem e/ou alta voltagem.
UNIDADE 1
Descargas elétricas que percorrem entre a cabeça e
os braços ou dos braços e migram para os pés,
tendem serem mais perigosos, pois existe a grande
probabilidade de atingirem o coração, estimulando
e desordenando, assim, a nodo/nodu ou nódulo
sinusal (marcapasso fisiológico/natural do
coração), ocasionado um novo evento, arritmias
cardíacas. Essa corrente tende a ser mais perigosa,
e ainda, destaca-se que correntes elétricas que
tiveram seu ponto fonte pela cabeça, este pode
danificar/lesionar o sistema nervoso central (SNC)
e seu funcionamento.
UNIDADE 1
LESÕES NA PELE
As lesões no sistema tegumentar,
oriundas de queimaduras elétrica, são as
complicações mais presentes e frequentes.
UNIDADE 1
Os tipos de queimaduras podem variar,
podendo ser classificadas como aquelas
de primeiro, segundo ou terceiro grau.
As lesões mais graves, são aquelas que
geralmente:
 São indolores, porque há perda da
sensibilidade.
 Podem apresentar coloração amarelo
acinzentada;
 Estão associadas à presença de necrose
central.
UNIDADE 1
LESÕES NO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Relacionado aos eventos elétricos
atrelados ao sistema cardiovascular,
aproximadamente cerca de 18% dos
pacientes desenvolvem algum tipo de
arritmia cardíaca, na maioria das vezes,
aquelas consideradas como sendo
benignas (sem efeito hemodinâmico) até́
48 horas após o incidente vs lesão.
UNIDADE 1

Os pacientes quando atingidos por


correntes elétricas que atravessam de um
braço ao outro, podem apresentar menores
chances de arritmias que possam vir a
colocar em risco a vida desses
acometidos.
UNIDADE 1
LESÕES NO SISTEMA NERVOSO
Uma das primeiras condutas que devem
ser aplicadas pelo socorrista ou aquele
que presta os primeiros cuidados após ter
afastado a fonte geradora de energia (se
esta não forma de causa natural), é a
avaliação do nível de consciência da
vítima. Este deve checar e/ou avaliar o
nível de consciência da vítima, ou seja,
avaliar se a mesma esta acordada ou não
responsiva.
UNIDADE 1
O surgimento de astenia (fraqueza) e
parestesias (formigamento, perda da força
parcialmente) podem ocorrer poucas
horas após a constatação da lesão.
A complicação neurológica mais
frequente nas vítimas de choque elétrico
(urbano ou de causas naturais como
raios), é o desenvolvimento de uma
paralisia motora temporária. Tal
complicação, pode se fazer presente em
cerca de 65-70% dos casos.
UNIDADE 1
LESÕES NO SISTEMA RENAL
Os pacientes com lesões tipo queimaduras
extensas, podem vir a apresentar
hipovolemia, secundariamente ao
extravasamento vascular, podendo, assim,
desenvolver insuficiência renal, pré-renal
e necrose tubular aguda.
UNIDADE 1
 LESÕES
NO SISTEMA
MUSCULOESQUELÉTICO
Queimaduras periosteais, destruição da
matriz óssea e osteonecrose são alguns
eventos que acometem tal sistema, com
complicações elevadas uma vez que a
estrutura óssea permite e/ou serve como
meio de passagem ou e condução da corrente
elétrica.
UNIDADE 1
LESÕES NO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Quanto ao acometimento e/ou
comprometimento da árvore respiratória e
contusão pulmonar por lesão traumática,
Morais et al. (2011), descrevem que podem
estar presente em vítimas de lesões
traumáticas, as quais apresentam, como
manifestações clínicas, hemorragias e
hemoptise (expectoração com traços de
sangue). Toda vítima que apresenta lesão
torácica, possuem também como
probabilidade, ter sofrido de lesão cardíaca
grave.
UNIDADE 1
LESÕES NO SISTEMA GASTRINTESTINAL
Lesões no sistema gastrointestinal é incomum,
por estas estruturas pertencerem a um grupo de
órgãos sólidos, tais como: estômago, intestino
delgado e intestino grosso. Quando há
envolvimento abdominal, este pode ter sido
agravado nos casos em que há formação de
fístulas intestinais e/ou perfurações nessas
estruturas que podem vir a manifestar
complicações como infecções bacterianas
secundária e sepses.
UNIDADE 1
ABORDAGEM AO PACIENTE
O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) e
triagem de pacientes/clientes e/ ou
vítimas de choques elétricos, torna-se
de fundamental importância, porque é
através desse primeiro contato (de
quem socorre vs vítima) que será
possível aplicar algumas intervenções
tais como:
UNIDADE 1
Se a vítima está ou não mais em contato com a
fonte geradora de energia.
 Se a fonte de energia já está desligada (causa
convencional – tomadas de energia).
Se o local é e está seguro para iniciar as primeiras
abordagens.
 Como está o nível de responsividade da vítima,
se ela se encontrar sonolenta ou inconsciente.
 Se a vítima possui pulso e se este é perceptível.
Se a vítima está respirando e qual é a qualidade
do padrão respiratório; dentre outras abordagens .
OBRIGADA PELA
PRESENÇA

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