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Anafilaxia Pediátrica
Definição: Anafilaxia é uma reação alérgica sistêmica grave, de início súbito (dentro de alguns segundos a minutos após a exposição
ao agente causal) e evolução rápida, potencialmente fatal. Os órgãos envolvidos incluem a pele e mucosas, o aparelho respiratório,
trato gastrointestinal, sistema cardiovascular e sistema nervoso central.
I - ASSISTENCIAL
1. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
O diagnóstico de anafilaxia é clínico baseado na história e exame físico do paciente, conforme descrito na tabela abaixo:
1. Início agudo de doença (minutos a a l g u m a s horas) com envolvimento de pele, mucosa ou ambos (exemplo:
urticária generalizada, prurido ou eritema facial, edema de lábios-língua-úvula) e pelo menos 1 dos seguintes:
a) Comprometimento respiratório (dispnéia, sibilos, estridor, pico de fluxo expiratório (PFE) reduzido,
hipoxemia
b) PA reduzida ou sintomas associados à disfunção orgânica (hipotonia/ colapso, síncope, incontinência)
c) Sintomas gastrointestinais graves (exemplo: cólicas intensas, vômitos recorrentes).
2. Início agudo de hipotensão ou broncoespasmo ou envolvimento laríngeo após exposição a um alérgeno conhecido ou altamente
provável (minutos a algumas horas), mesmo na ausência de envolvimento cutâneo.
Não são necessários: histamina e B−triptase não devem ser solicitados de rotina
4. TRATAMENTO
Tratamento inicial de escolha
• Antihistamínicos H1: ação sintomática principalmente nos sintomas cutâneos, diminuindo o prurido, urticária e angioedema. Seu
uso não previne a progressão para obstrução de via aérea, hipotensão e choque
• Corticosteróides: possível benefício na prevenção da reação bifásica (pico de ação em 4 a 6 horas)
• Broncodilatadores (salbutamol - preferência pelo dispositivo dosimetrado com espaçador): para pacientes com broncoespasmo
• Glucagon: para pacientes beta−bloqueados que mantém sintomas após o uso da adrenalina
6. ALTA HOSPITALAR
• Diagnóstico precoce
• Não retardar uso da Adrenalina IM
• Uso adequado da Adrenalina Intramuscular
• Tempo de observação de 4−6 horas para observar reação bifásica
• Não realizar pesquisa de IgE específicas
III. Referência:
[1] Simons FE, Ardusso LR, Bilò MB, El-Gamal YM, Ledford DK, et al. World Allergy Organization Guidelines for the Assesment and
Management of Anaphylaxis. JACI 2011
[2] Cardona V, Ansotegui IJ, Ebisawa M, El-Gamal Y, Rivas MF, Fineman S, et al. World Allergy Organization anaphylaxis guidance
2020. WAO Journal. 2020; 13:100472.