FICHA DE COORDENADORIA DE ESTÁGIOS EM EDUCAÇÃO (CEE) - ENTREVISTA

COM PROFESSOR(A) JEFFERSON RODRIGUES PEREIRA

CURSO DE PEDAGOGIA - INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS (ICH)

Estagiário (a): Elton Pinto Leal RA: 1891450 POLO: Breves Turma: SEI-2018.3
Tel: (91) 985090002

Total: 100 horas

Estágio em:

( ) Educação Infantil
( X) Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Estagiário(a) Istituição Concedente do Estágio (Prof. ou Gestor)

________________________________, ________ de ______________________ de 2020.

Local e data

DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA ATIVIDADE

Pesquisa para identificar algum(alguma) professor(a) que se enquadre na proposta e

que aceite participar da entrevista.
Reflexão e pesquisa sobre o tema proposto.
Organização do material pesquisado e elaboração do relatório.
ATIVIDADE DE ESTÁGIO PARA: EDUCAÇÃO INFANTIL E/OU ENSINO FUNDAMENTAL
Nome do(a) estudante: Elton Pinto Leal RA: 1891450 Turma: 2018.3 Polo: Breves

Modalidade: ( ) Educação Infantil (x) Ensino Fundamental

RELATÓRIO SOBRE A ENTREVISTA REALIZADA COM O(A) PROFESSOR(A)

No dia 17 de setembro de 2020, realizei a entrevista com o professor Jefferson Rodrigues

Pereira que ministra aulas no município de Breves/PA, na Escola Maria de Lourdes Campos Sales, o
professor atua em escola publica na etapa do ensino fundamental menor, leciona no 3º ano do
Ensino fundamental, alfabetizando crianças, tem 34 anos de idade e 10 anos de atuação no
magistério. É formado em Ciências pela Universidade Federal do Pará e em Educação física pela
Universidade Estadual do Pará e também possui o curso de magistério para series inicias. A entrevista
cedida vai tratar do ensino presencial.

Ele relatou, em sua entrevista, que recebeu várias orientações, apoio e ajuda da equipe
gestora da escola para desenvolver suas atividades, este relatório está em forma de pesquisa em
relação a atuação do professor no âmbito escolar.

A tarefa do professor é extremamente importante e complexa: deve estar preparado para

exercê-la, ou melhor, considerando que a prática é dinâmica e aberta, e que o professor não se
propõe a realizar uma atividade mecânica e repetitiva, deve estar constantemente se qualificando
para exercê-la. Tal qualificação, por tanto, não se dá necessariamente a priori: pode se dar antes
(reflexões para a ação), durante (reflexão na ação) e após a prática (reflexão sobre a ação e sobre a
reflexão para e na ação). Mesmo quem saiu dos melhores centros universitários sabe que não
domina tudo o que a atividade educativa exige, tendo necessidade de aprimoramento contínuo.

O professor também é um pesquisador: toda pesquisa tem origem num problema que o
sujeito se coloca; ora, como sabemos, os desafios do cotidiano escolar são graves por demais;
portanto, para enfrentá-los com competência, o educador precisa sempre estar estudando, lendo
buscando (não basta assistir uma palestra de vez em quando...). A escola não pode ser vista apenas
como local de trabalho deve ser ao mesmo tempo espaço de formação. É preciso investir
prioritariamente na formação permanente e em serviço do professor, para que possa ter melhor
compreensão do processo educacional, postura e métodos de trabalho mais apropriados. O trabalho
coletivo constante é uma estratégia decisiva para isto.

Quando questionado sobre como tem sido o trabalho realizado durante a pandemia, a
professora relatou que existem adversidades em relação as tecnologias mais caras colocando
crianças menos favorecidas em desvantagens aos mais favorecidos, muitas vezes as crianças nem
mesmo possuem televisão, essas barreiras causam um impacto de proporções enormes na vida do
aluno pobre e de periferia.

Em sua fala o docente ressalta que elabora seu planejamento de forma semanal e que utiliza
uma sala multimídia em um computador com acesso a internet, lá são elaborados seus planos e
metodologias semanais. Quando se questionou sobre a metodologia de avaliação das atividades o
mesmo destacou que realiza suas avaliações de forma continua, no início do ano realiza uma
sondagem para verificar as dificuldades de cada aluno e no decorrer do ano faz destaques e
anotações para verificar os avanços.

Por mais que alguém estude, ninguém nunca vai saber tudo, justamente porque o
conhecimento não é um objeto consolidado, mas um processo em transformação, e assim como
naquela reflexão do filósofo grego Heráclito sobre a impossibilidade de cruzarmos duas vezes no
mesmo rio, porque as águas se renovam a cada instante, para um professor pesquisador, a disciplina
que ministra novamente naquele ano não é idêntica a disciplina que ministrou no ano passado, nas
suas próprias aulas o professor pode aprender muito sobre o conteúdo de sua própria disciplina que
se transforma no decorrer do ano, é nesse sentido que o saber não pode ser entendido como uma
questão meramente cumulativa, ou nas palavras de Paulo Freire “bancária”.

O professor relata que não há um convívio consistente da família junto a escola, e podemos,
no decorrer da pesquisa e ao longo de (con)vivências, analisar que a família é o carro chefe em
muitos âmbitos de formação, acadêmica, profissional e pessoal, haja vista que caminha sempre ao
lado das ações de reflexão advindas dos indivíduos, fazendo com que seja nítida a percepção de que
tudo que é realizado com amor, carinho, dedicação, torna-se prazeroso para o ensino e também para
a aprendizagem. A existência da reciprocidade, de troca de idéias e ideais entre docentes e discentes
torna satisfatório o rendimento dos alunos em sala e ocasiona a visibilidade da análise dos
sentimentos e emoções desenvolvidos por ambos.

A família contribui também para que os professores saibam contornar aspectos da

vida das crianças, conseguindo abordá-las e incentivar o seu interesse independente dos problemas
que possam ter no convívio familiar, o que foi destacado na entrevista com o professor. Através da
afetividade com a família e do bom relacionamento é possível administrar este tipo de situação, para
que o desempenho das crianças não seja comprometido no ambiente escolar, na escola é comum
encontrar dilemas trazidos pelas crianças.Estes dilemas podem ocasionar em transtornos emocionai
se como conseqüência, podem atrapalhar o comportamento e atenção das crianças e em seu
desempenho escolar.
 Como destacado pelo professor é importante perceber estes aspectos na criança, para
dialogar, entender seus problemas, pois isto faz diferença em seu desempenho. Uma vez que o
professor tenha conhecimento sobre isso, ele pode ajudar a criança, conversar, acalmá-la e a partir
disto perceber as oportunidades de ajudá-la em seu rendimento na escola.

Neste período de pandemia onde tivemos que nos adaptar, a escola promoveu palestras de
como os docentes poderiam lecionar remotamente, isto foi de grande valia para meus alunos e para
minha experiência como eterno pesquisador, mas, foi apenas uma introdução ainda, de acordo com
o professor, necessita de mais conteúdo, ainda relatou que mesmo remotamente as aulas continuam
suspensas.

Como visto acima alunos menos favorecidos encontram barreiras tecnológicas de acesso a
educação nestes tempos pandêmicos, isto é, computadores, celulares, acesso a internet e meios
digitais tornam-se inviáveis para estes que possuem apenas o necessário para sobrevivência,
desatacou também que considera que o que daria mais qualidade na aprendizagem poderia ser a
implantação de recursos pedagógicos e tecnológicos adequados para este aluno. Quando
mencionamos algo que poderia destacar livremente na escola este docente enfatizou a infraestrutura
da instituição que necessita de reparos e adaptações para que os alunos possam aprender de
maneira mais confortável.

O professor e a escola tem o dever de não só respeitar os saberes dos alunos, esses saberes
construídos socialmente nas suas práticas cotidianas, como também discutir com os estudantes a
relação desses saberes com os conteúdos da disciplina que os alunos estudam na sala de aula não
pode ser desconectada da vida, o professor precisa conhecer a realidade dos estudantes para que se
consiga dialogar com as necessidades e os desejos dele, por isso as experiências que os alunos
vivenciam no seu dia a dia devem ser refletidas na escola, os saberes dos estudantes devem se
conectar aos saberes das disciplinas, por isso, quando um professor democrático planeja uma aula
em uma turma de alunos das classes populares, é importante trazer as pessoas que fazem parte da
vida deles para problematizar o conteúdo no sentido de torná-lo mais próximo de suas realidades.

De acordo com as reflexões acima discorridas, temos a certeza da importância das

relações entre as práticas pedagógicas e a escola, e a formação continuada do professor, devemos
tematizar sobre a relevância de buscar novas metodologias, rever nossas práticas e estreitar a
relação escola/comunidade, o fato da escola se envolver efetivamente com a mudança (através de
gestos concretos e não só de discursos genéricos) cria uma pressão institucional para a mudança dos
vários sujeitos que dela participam, de tal forma que, mesmo aquele que ainda não se abriu, vai se
dando conta progressivamente de que a mudança já está em curso, devendo, portanto, se informar e
formar para tal.

BREVES, 17 Setembro de 2020

Local e Data

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Assinatura do (a) estagiário (a)