Você está na página 1de 13

Delegado Federal

Direito Processual Penal


Guilherme Madeira
Data: 13/03/2014
Aula 01

RESUMO

SUMÁRIO

1. Lei Processual Penal no Espaço

2. Lei Processual Penal no Tempo

3. Interpretação do Processo Penal

4. Sistema de Investigação Preliminar

1- Modalidades de Polícia

a- Administrativa

b- Judiciária

2- Noção de IP

3- Características

4- Início do IP

4.1. Ação Penal Pública Incondicionada

4.2. Ação Penal Privada ou Pública Condicionada

4.3. Avocação ou Redistribuição do IP

5. Desenvolvimento do IP – Próxima aula

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
Para a prova de delegado federal, estudar para processo penal letra da lei e informativos do STF e STJ.

1. Lei Processual Penal no Espaço

Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território


brasileiro, por este Código, ressalvados:

I - os tratados, as convenções e regras de direito


internacional;

II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da


República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos
com os do Presidente da República, e dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100);

III - os processos da competência da Justiça Militar;

IV - os processos da competência do tribunal especial


(Constituição, art. 122, no 17);

V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF


nº 130

Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este


Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as
leis especiais que os regulam não dispuserem de modo
diverso.

Artigo 1º do CPP – o CPP se aplica no território nacional.

a- Regra: locus regit actum.

Unidade do CPP: este artigo 1º encerra a fase pluralista iniciada com a Constituição de 1991, por essa fase
cada Estado tinha um CPP próprio.

b- Exceção – extraterritorialidade do CPP: a aplicação do CPP brasileiro fora do Brasil.

Tourinho e Mirabete dizem que não é possível aplicar o CPP brasileiro fora do Brasil.

É possível – Hélio Tornaghi e Ernst Belling, este último defendia que pode ser aplicado em 3 hipóteses:

1- se o Estado estrangeiro consentir haverá a aplicação do CPP fora do Brasil

2- território nullius (sem dono)

3- território ocupado

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
2. Lei Processual Penal no Tempo

Artigo 2º do CPP.

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem


prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da
lei anterior.

a- Regra: Teoria do Isolamento dos atos processuais.

A lei nova não retroage e os atos anteriores são válidos.

b- Exceção: há dois tipos de exceções:


b.1. legais: previstas na lei. Exemplos: artigos 5º, 6º e 11º da lei de introdução ao Código de Processo Penal.

Art. 5º Se tiver sido intentada ação pública por crime que,


segundo o Código Penal, só admite ação privada, esta,
salvo decadência intercorrente, poderá prosseguir nos
autos daquela, desde que a parte legítima para intentá-la
ratifique os atos realizados e promova o andamento do
processo.

Art. 6º As ações penais, em que já se tenha iniciado a


produção de prova testemunhal, prosseguirão, até a
sentença de primeira instância, com o rito estabelecido na
lei anterior.

§ 1º Nos processos cujo julgamento, segundo a lei


anterior, competia ao juri e, pelo Código de Processo
Penal, cabe a juiz singular:

a) concluida a inquirição das testemunhas de acusação,


proceder-se-á a interrogatório do réu, observado o
disposto nos arts. 395 e 396, parágrafo único, do mesmo
Código, prosseguindo-se, depois de produzida a prova de
defesa, de acordo com o que dispõem os artigos 499 e
seguintes;

b) se, embora concluida a inquirição das testemunhas de


acusação, ainda não houver sentença de pronúncia ou
impronúncia, prosseguir-se-á na forma da letra anterior ;

c) se a sentença de pronúncia houver passado em julgado,


ou dela não tiver ainda sido interposto recurso,
prosseguir-se-á na forma da letra a;

d) se, havendo sentença de impronúncia, esta passar em


julgado, só poderá ser instaurado o processo no caso do
art. 409, parágrafo único, do Código de Processo Penal;

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
e) se tiver sido interposto recurso da sentença de
pronúncia, aguardar-se-á o julgamento do mesmo,
observando-se, afinal, o disposto na letra b ou na letra d.

§ 2º Aplicar-se-á o disposto no § 1º aos processos da


competência do juiz singular, nos quais exista a pronúncia,
segundo a lei anterior.

§ 3º Subsistem os efeitos da pronúncia, inclusive a prisão.

§ 4º O julgamento caberá ao juri se, na sentença de


pronúncia, houver sido ou for o crime classificado no § 1º
ou § 2º do art. 295 da Consolidação das Leis Penais.

Art. 11. Já tendo sido interposto recurso de despacho ou


de sentença, as condições de admissibilidade, a forma e o
julgamento serão regulados pela lei anterior.

b.2. doutrinária e jurisprudencial: norma mista, traz ao mesmo tempo conteúdo de direito penal material e de
direito processual. Ambas seguirão o conteúdo do direito penal material, ou seja, se forem mais benéficas
retroagem, se forem menos benéficas não retroagem.
Exemplo: artigo 366 do CPP.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer,


nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e
o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar
a produção antecipada das provas consideradas urgentes
e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do
disposto no art. 312.

Exemplo: artigo 387, IV, CPP – o juiz deverá fixar o valor mínimo da indenização considerando os prejuízos
sofridos pelo ofendido. Para o STJ trata-se de norma mista e que deve seguir a regra do direito penal material,
ou seja, não retroage, é o recurso especial 1290263/MG, relator Marco Aurélio Belizze, julgado em 09.10.12.

Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:


IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelo ofendido

RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL.


REPARAÇÃO CIVIL MÍNIMA.ART. 387, IV, DO CPP. FIXAÇÃO
DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE.NECESSIDADE DE PEDIDO
DO OFENDIDO E OPORTUNIDADE DE DEFESA AO
RÉU.NORMA DE DIREITO MATERIAL. IRRETROATIVIDADE.

1. A permissão legal de cumulação de pretensão


acusatória com aindenizatória não dispensa a existência
de expresso pedido formuladopelo ofendido, dada a
natureza privada e exclusiva da vítima.

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
2. A fixação da reparação civil mínima também não
dispensa aparticipação do réu, sob pena de frontal
violação ao seu direito aocontraditório e à ampla defesa.

3. A inovação legislativa introduzida pela Lei nº


11.719/2008, quealterou a redação do inciso IV, do art.
387 do Código de ProcessoPenal, possibilitando que na
sentença seja fixado valor mínimo paraa reparação dos
prejuízos sofridos pelo ofendido em razão dainfração, ao
contemplar norma de direito material mais rigorosa
aoréu, não pode ser aplicada a fatos praticados antes de
sua vigência.

4. Recurso especial provido.

3. Interpretação do Processo Penal

Artigo 3º - Admite interpretação extensiva, aplicação analógica e princípios gerais de direito.

Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação


extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento
dos princípios gerais de direito.

Atenção: é possível interpretação que restrinja direitos fundamentais.

Atenção: no projeto do CPP há dispositivo expresso que não permite interpretação contra o acusado.

4. Sistema de Investigação Preliminar

Premissa: o IP não é o único mecanismo de investigação preliminar, há outros como as sindicâncias, por
exemplo, e a CPI.

Premissa: artigos importantes: 144 da CF, lei 10446/02, 4 a 23 e 28 do CPP.

1- Modalidades de Polícia
a- Administrativa: é a atividade de caráter preventivo que visa evitar a prática da infração penal
b- Judiciária: é a que atua após a prática da infração penal, buscando o esclarecimento da materialidade e da
autoria

As funções da PF estão no artigo 144, §1º da CF. As polícias não têm funções exclusivas, ou seja, ora pode ter
caráter administrativo, ora judiciário.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e


responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão


permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a:(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social


ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e


drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo
da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de


fronteiras;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária


e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia


judiciária da União.

2. Noção de IP: É um procedimento administrativo, inquisitivo e preparatório consistente em um conjunto de


diligencias realizadas pela polícia investigativa para apuração da infração penal e de sua autoria e que visa
fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal a promova.

Atenção: valor do IP – artigo 155 do CPP. Não é possível o juiz decidir exclusivamente com base no IP, salvo as
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre


apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas
serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil

Os vícios do IP não contaminam a ação penal.

Não há vício segundo a doutrina, se o IP iniciou-se perante autoridade sem atribuição e depois foi remetido
para a autoridade correta.

3. Características

a- Obrigatório

b- Dispensável

c- Inquisitivo

d- Sigiloso

e- Indisponível

f- Escrito

o IP é obrigatório para a autoridade policial. Preenchidos os requisitos legais a autoridade policial tem o dever
funcional de instaurar o IP.

O IP é dispensável para a ação penal artigos 27 e 39, §5º, CPP.

Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a


iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a
ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações
sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os
elementos de convicção.

Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,


pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao
órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.

§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o


inquérito, se com a representação forem oferecidos
elementos que o habilitem a promover a ação penal, e,
neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.

Há leis que preveem expressamente a possibilidade de ação penal sem IP: artigo 186 da lei 11.101/05, artigo
12 da lei 4898/68 e artigo 77, §1º da lei 9099/95.

Art. 186. No relatório previsto na alínea e do inciso III do


caput do art. 22 desta Lei, o administrador judicial
apresentará ao juiz da falência exposição circunstanciada,
considerando as causas da falência, o procedimento do
Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
devedor, antes e depois da sentença, e outras informações
detalhadas a respeito da conduta do devedor e de outros
responsáveis, se houver, por atos que possam constituir
crime relacionado com a recuperação judicial ou com a
falência, ou outro delito conexo a estes.

Artigo 12 - A ação penal será iniciada, independentemente


de inquérito policial ou justificação por denúncia do
Ministério Público, instruída com a representação da vítima
do abuso.

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não


houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato,
ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta
Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato,
denúncia oral, se não houver necessidade de diligências
imprescindíveis.

§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será


elaborada com base no termo de ocorrência referido no art.
69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-
se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade
do crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.

§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não


permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público
poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças
existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.

§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser


oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a
complexidade e as circunstâncias do caso determinam a
adoção das providências previstas no parágrafo único do
art. 66 desta Lei.

Parágrafo único. A exposição circunstanciada será


instruída com laudo do contador encarregado do exame
da escrituração do devedor.

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
Não há contraditório no IP.

Exceção: o IP para expulsão do estrangeiro tem contraditório.

Atenção: não pode ser oposta exceção de suspeição perante autoridade policial, artigo 107, CPP.

Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades


policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-
se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.

A autoridade policial não pode arquivar o IP.

Há dois tipos de sigilo no processo penal:

a- Interno: é o que existe para os atuantes no IP.

b- Externo: é o que existe para os demais membros da sociedade.

A regra é a existência de sigilo externo e inexistência de sigilo interno.

Súmula vinculante 14 – caso seja descumprida a súmula a medida cabível é:

Reclamação Mandado de Segurança HC

STF Justiça Criminal Justiça Criminal

O uso do MS não exclui a possibilidade da Reclamação.

A jurisprudência tem admitido o uso do HC para dar acesso aos autos do IP.

É direito do defensor no interesse do representado ter acesso amplo aos elementos de prova que já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária
digam respeito ao exercício do direito de defesa.

Súmula Vinculante 14

É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO


REPRESENTADO, TER ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE
PROVA QUE, JÁ DOCUMENTADOS EM PROCEDIMENTO
INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO COM
COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO
AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA.

A primeira não incidência da súmula se dá quando não está no interesse de representar nem no direito de
exercício de defesa.

A segunda exceção ocorre quando a interceptação telefônica ainda não foi encerrada.

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
4 – Início do IP

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial


será iniciado:

I - de ofício;

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do


Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de
quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá


sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais


característicos e as razões de convicção ou de presunção
de ser ele o autor da infração, ou os motivos de
impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de


sua profissão e residência.

§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de


abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
Polícia.

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver


conhecimento da existência de infração penal em que
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a
procedência das informações, mandará instaurar
inquérito.
Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, não poderá sem ela ser
iniciado.

§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade


policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

Artigo 5º do CPP.

4.1. Ação Penal Pública Incondicionada

Pode ser instaurado:

- de ofício: o delegado instaura por meio da portaria que dá início ao IP.

- mediante requisição do juiz ou promotor: requisição é ordem. Em regra, o delegado não pode deixar de
cumprir a requisição do juiz ou do promotor. Exceção: se a ordem for manifestamente ilegal o delegado não
precisará cumprir.

- mediante requerimento do ofendido: o delegado pode indeferir o requerimento do ofendido e deste


indeferimento cabe recurso para o chefe de polícia.

- auto de prisão em flagrante, artigo 5, §1º, CPP.

- qualquer do povo pode requerer.

Denúncia anônima (delatio criminis in qualificada): a autoridade policial não pode instaurar IP, mas pode
realizar diligencias prévias e a partir delas instaurar o IP, HC 105484, relatora Carmen Lúcia, julgado em 12 de
março de 2013.

EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL.


PROCESSUAL

PENAL. INQUÉRITO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE


DECORRENTE DA

EVENTUAL INCOMPETÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA. DESEMBARGADOR APOSENTADO.


PRERROGATIVA DE

FORO DOS CORRÉUS. CONEXÃO. COMPETÊNCIA DO


SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA. HABEAS CORPUS. LIMITES.

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
LIBERDADE DE

LOCOMOÇÃO PRESERVADA. REINTEGRAÇÃO DO PACIENTE


AOS

QUADROS DO PODER JUDICIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.


ORDEM

DENEGADA.

No JECRIM não existe IP, o que existe é o termo circunstanciado, vulgo TC, artigo 69 da lei 9099/95.

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da


ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,
providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do


termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se
imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar,
como medida de cautela, seu afastamento do lar,
domicílio ou local de convivência com a vítima.

4.2. Ação Penal Privada ou Pública Condicionada

Para instauração do IP, depende de manifestação do ofendido ou de seu representante legal.

4.3. Avocação ou Redistribuição do IP

Artigo 2º, §4º da lei 12.830/13.

Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de


infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de
natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.

§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto


em lei em curso somente poderá ser avocado ou
redistribuído por superior hierárquico, mediante
despacho fundamentado, por motivo de interesse público
ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos
previstos em regulamento da corporação que prejudique
a eficácia da investigação.

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus
É possível haver avocação e redistribuição do IP nas seguintes hipóteses e sempre por despacho
fundamentado:

1- por motivo de interesse público

2- inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da


investigação.

Nessas duas hipóteses é possível haver avocação ou redistribuição de IP.

5. Desenvolvimento do IP – Próxima aula

Delegado Federal
Anotador(a): Jéssica Minichillo
Complexo Educacional Damásio de Jesus

Você também pode gostar