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Faculdade Uninta Itapipoca

Equipe: Lizia Evny Braga de Sousa, Marilia de Sena Sousa e Paulo Roberto da Silva
Garces
Professora: Daiana de Jesus
Quinto período do curso de psicologia
Práticas Integrativas III

Projeto de intervenção no âmbito escolar:


Oficina das emoções.

Itapipoca-Ce 24/05/2021
INTRODUÇÃO

A instituição escolar de ensino infantil é um ambiente que proporciona


convivência e socialização e dá início às aprendizagens acadêmicas. É na escola
que a criança da continuidade ao seu processo de individuação, de ser e estar no
mundo. E é nesse processo, que a criança precisa desenvolver ferramentas para
saber lidar com as diferenças, as dificuldades, o respeito a si mesmo e ao próximo, a
empatia, resolução de conflitos de forma assertiva, regulação das emoções etc.
É sabido que a fase da infância é de suma importância, uma vez que as
experiências vividas durante essa fase deixam marcas que influenciarão tanto
positivamente quanto negativamente nas esferas do bem-estar físico, emocional,
cognitivo e social, refletindo consequentemente nas fases do ciclo da vida.
Cavalcante e Rios (2019) Apud Rodrigues (2015) esclarecem que: “quando
trabalhamos com as emoções na escola, o objetivo maior é a prevenção, a geração
de fatores de proteção psíquica, a fim de impedir que o problema se instale. “Desta
forma, educação infantil é um período crucial, peculiar e desafiante da educação
básica, levando em consideração que a criança está numa fase de desenvolvimento
global.
Foi pensando nesse contexto de instituição e constituição do indivíduo,
evolução da sociedade e da humanidade que apresentamos o projeto Oficina das
Emoções na Escola, objetivando favorecer através do lúdico a identificação e o
reconhecimento das emoções primárias (alegria, medo, nojo, tristeza e raiva),
trazendo como eixo as competências gerais da educação básica da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC):
“conhecer-se, apropriar-se e cuidar de sua saúde física e
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
reconhecendo suas emoções e a dos outros, com autocrítica e
capacidade de lidar com elas. Exercitar a empatia, o diálogo, a
resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”
(BNCC. pag. 10).

O propósito do presente projeto é de desenvolver e/ou potencializar o


autocontrole emocional por meio de um processo de educação emocional,
intervenções, dinâmicas, discussões e atividades lúdicas.

JUSTIFICATIVA

Este projeto se justifica por sentir a necessidade de acrescentar esforços para


que juntos possamos estender o ingresso às habilidades para melhor lidar com as
emoções, sobretudo perante uma intensidade emocional, pois identificar, dar nome,
verbalizar e comportar-se de forma adequada perante uma emoção exige
aprendizado. E esse é um aprendizado contínuo que nos facilita percorrer pela vida
de maneira mais inteligente.
Partindo dessa justificativa, faz-se necessário o apoio da família e escola para
que possam se conhecer emocionalmente com o objetivo de saber entender e
expressar suas emoções de maneira construtiva e assim se tornarem adultos
saudáveis. Por isso, estimular ou ensinar repertórios elaborados e assertivos na fase
da infância aumenta as chances de êxito, trabalhar as emoções primárias nas
escolas e com a família, para prevenir esses problemas.
Além de auxiliar no processo de desenvolvimento emocional da criança, a
oficina colabora no processo ensino-aprendizagem, uma vez que pesquisas revelam
que alunos que têm competências socioemocionais mais desenvolvidas apresentam
maior facilidade de aprender os conteúdos acadêmicos. Portanto, é preciso que
essas habilidades sejam trabalhadas desde cedo (infância) tanto pela família, quanto
pela escola.

OBJETIVOS
Objetivos Gerais
Favorecer a promoção e prevenção de saúde emocional para crianças em
Instituições de Ensino Infantil.
Objetivos Específicos
● Explicar de forma lúdica como identificar e nomear as emoções primárias
● Favorecer a socialização e novas amizades;
● Ensinar recursos para lidar com as emoções primárias;
● Influenciar o compartilhamento de experiências sem julgamento;
● Enfatizar a importância das emoções;
● Possibilitar contato com as profissionais que vão auxiliar durante todo tempo da
oficina;
● Estimular desenvolvimento intelectual e desenvolvimento de habilidades emocionais.

REFERENCIAL TEORICO

A psicologia escolar/educacional tem por objetivo colaborar de forma ativa, no


desenvolvimento da comunidade escolar. O profissional escolar pode ajudar na
eficácia do processo educacional, ou seja, pode prevenir, promover saúde em
ambiente educacional (ANDRADA, 2005; PATIAS; ABADIAS, 2014). Desta forma,
este profissional pode intervir, sobre diversos temas, em grupos com professores,
pais gestores, funcionários e alunos (DIAS; PATIAS: ABAID. 2014).
De maneira preventiva, as intervenções podem ser realizadas com qualquer
grupo escolar. No entanto o trabalho com o grupo de crianças sobre emoções tem
sido indicado como uma importante estratégia da inabilidade de algumas crianças
em lidar com mudanças da escola. Ainda, quando há o surgimento de conflitos entre
crianças, entre crianças e adultos, a habilidade para identificar emoções pode
prevenir problemas de relacionamento além de psicopatologias futuras
(RODRIGUES, 2015).
Desta forma, o objetivo maior em trabalhar com as emoções na escola é a
prevenção, a fim de permitir que a criança possa criar uma barreira de proteção por
meio de atitudes e habilidades, como a identificação e o controle de suas emoções,
as quais serão aprendidas.
Assim, o trabalho sobre as emoções pode prevenir o surgimento de
problemas emocionais além de trazer benefícios aos relacionamentos interpessoais
das crianças que dele participam (RODRIGUES, 2015). Aliada à importância do
trabalho com as emoções, o papel da escola é indiscutível, pois é neste local que
surgem as primeiras relações das crianças com seus pares, sendo um contexto de
grande importância ao desenvolvimento psicossocial desses indivíduos.
Neste sentindo, a escola deve propiciar um espaço para que os alunos
compartilhem suas emoções, dando a possibilidade de as crianças aprenderem a
escutar os outros e a si mesmas. De fato, todas as crianças devem ter a
oportunidade de aprender a comunicar seus sentimentos, possibilitando a
compreensão e empatia por parte dos colegas e, como consequência, podendo
diminuir o sofrimento psicológico infantil (FRONER, 2008).
As emoções são consideradas como as reações fisiológicas e psicológicas
exercendo influência na aprendizagem do indivíduo, essencialmente as emoções
são uma forma de motivos e exercem influência nos processos intelectuais, como
aprendizagem e inteligência. (FIAMENGHI; 2001, p. 20). Conforme afirma Gondim,
Morais e Brandes, (2014, p.395).
Quando se trabalha com emoções é muito importante refletir sobre as atitudes
dos alunos, propiciar um ambiente acolhedor para que os discentes possam expor e
refletir. Assim como afirma Gondim, Morais e Brantes (2014, p. 395) ...aspectos
motivacionais e emocionais devem ter destaque, e sobretudo serem trabalhados de
forma contínua.
A criança chora, ri, tem medo, raiva, alegria, tristeza, e sente amor. Tudo isso
são emoções. Elas fazem parte da vida das pessoas desde sua infância contribuindo
para seu desenvolvimento psíquico unido a formação motora sendo intrínsecas à
dimensão física das pessoas. Isto é, uma reação do organismo ao seu bem-estar ou
mal-estar fisicamente. Nas palavras de Damásio (2000, p. 74), podemos considerar
que: Emoções são conjuntos complexos de reações químicas e neurais, formando
um padrão; todas as emoções têm algum tipo de papel regulador a desempenhar,
levando, de um modo ou de outro, à criação de circunstâncias vantajosas para o
organismo em que o fenômeno se manifesta; as emoções estão ligadas à vida de
um organismo, ao seu corpo, para ser exato, e seu papel é auxiliar o organismo a
conservar a vida.
METODOLOGIA

O projeto Oficina das Emoções propõe a aplicação de atividades lúdicas com series
de atividades diferenciadas que serão aplicadas aproximadamente em 3 encontros
na escola Alfa Baby e Master na turma do quinto ano situada no município de
Itapipoca, seguindo a ordem do cronograma as atividades propostas têm o objetivo
de investigar como as crianças lidam com as emoções, problemas e frustrações
diversas da vida.
“Quando sentimos coisas assim precisamos entender o que estamos sentindo. É
então que nossas emoções começam a existir. Emoções são coisas que sentimos
dentro de nós, que podem ser boas e ruins. Se eu ganho um cachorro que queria
tanto, meu corpo todo se enche de alegria, mas se algum, colega pega um objeto
meu sem minha permissão, eu posso sentir vontade de bater nele de tanta raiva.
Alegria e raiva são emoções assim como medo e tristeza”. (ZANELLA, p.3).

Se aprendemos a perceber quando estamos com tristeza, raiva, medo e alegria


podemos aprender a pensar por que estamos sentindo essa emoção, daí pensar em
alguma saída. Assim resolveremos nossos problemas, isso faz a gente ser mais
feliz.
As atividades serão desenvolvidas gradativamente seguindo uma ordem lógica de
construção de conceitos apontados. Assim a primeira atividade vem para introduzir o
assunto, utilizando assim um trecho do filme divertidamente, após será apresentado
a emoção Raiva utilizando o fantoche do boneco da raiva, questionando os alunos
sobre o que eles sabem sobre a raiva, o que acontece no nosso corpo quando nós
estamos com raiva, o que eles entendem sobre a raiva, relacionar as expressões
faciais do boneco no momento da raiva, onde nós franzimos a testa, fechamos a
cara etc. A proposta e levar os alunos a se perceberem em ralação a raiva. Esse
momento contará com as dinâmicas do desenho da raiva, balão da raiva e
respiração guiada do dragão para controle da raiva.
A próxima emoção a ser trabalhada e o Medo, fazer uma introdução sobre o que é
medo, utilizar o momento para reflexão apresentando assim o recurso a caixa do
medo, fazendo suspense e em seguida pedir para as crianças retirarem uma
cartinha e à medida que forem retirando as cartas trabalhar o enfrentamento ao
medo utilizando as dinâmicas do repelente do medo e certificado de coragem.

Retomando a sequência a próxima emoção a ser trabalhada é a tristeza utilizando o


recurso eu fico triste e você? Utilizando o fantoche que representa a tristeza, fazer
uma roda de conversa para aborda a emoção tristeza com conceito e utilizando as
palavras eu fico triste quando, deixar o momento livre para as crianças se
expressarem, essa atividade é para que as crianças falem de maneira lúdica o que
elas têm no coração em relação a tristeza. Será utilizado também ao dinâmica da
caixa da tristeza com frases para as crianças completarem, afirma que quando
ficamos triste e não falamos dos nossos sentimentos nosso coração fica pesado,
questionar o pensamento das crianças em relação ao peso da caixa, conduzir o
momento dizendo como é importante esvaziar o nosso coração. Essa atividade e
bem representativa.

Para fechar o momento vamos introduzir também a dinâmica dos balões, nesse
momento da oficina nós já trabalhamos a emoção, raiva, medo, tristeza e por agora
a emoção alegria, para as crianças é importante trabalhar essa emoção no final da
oficina para que eles tenham um momento alegre e descontraído, abrir o momento
também para que as crianças falem sobre a alegria que é muito importante para nós,
mas que devemos também ter equilíbrio em relação a mesma. Explicar a atividade
sugerida que não devemos deixar os balões caírem e cuidar também do balão do
próximo, na sequência iremos trabalhado também a dinâmica da mímica das
emoções para fechar o momento. Será proposto também para o encerramento da
oficina as dinâmicas o varal da empatia, bingo, caça ao tesouro e certificado
simbólico de participação na oficina das emoções.

CRONOGRAMA
OFICINA EMOÇÃO TEMPO DATA DINÂMICA
NOME:OFICINA RAIVA 25 MIN 10/05/2021 DESENHO
DAS EMOÇOES RAIVA, BALÃO
RAIVA,
RESPIRAÇÃO
GUIADA
DRAGÃO
MEDO 25MIN 10/05/2021 CAIXA DO
MEDO,
REPELENTE
MEDO
TRISTEZA 25 MIN 31/05/2021 EU FICO
TRISTE E
VOCE?
ALEGRIA 25 MIN 31/05/2021 BALÕES PARA
O ALTO
ENCERRAMENTO TODAS 50 MIN SERÁ VARAL DA
EMOÇOES DEFINIDO EMPATIA,
BINGO, CAÇA
AO TESOURO,
CERTIFICADO
SIMBÓLICO

CONSIDERAÇOES FINAIS

A educação do século 21 não se limita mais na simples transmissão de conteúdo, o


docente precisa planejar suas aulas visando o pleno desenvolvimento do estudante,
por este motivo o planejamento do professor precisa contemplar o aluno em seu
aspecto geral. Ao desenvolver a empatia na sala de aula o “aluno aprende a lidar
com a “vontade” (desejos/necessidades) do outro”. (LOREIRO e NOVAIS, 2016, p.
2862).
Desenvolver a empatia é fundamental para a convivência em sociedade. Trabalhar o
desenvolvimento dessas habilidades socioemocionais é papel da escola, já que
contribui não só para aquisição de aprendizagem como para a vida do estudante.
Através da oficina das emoções, consideramos que o desenvolvimento das emoções
é de grande importância para o processo de ensino aprendizagem. A educação
precisa trabalhar para desenvolver o indivíduo de forma integral como dispõe a
BNCC, (2018), a escola precisa oferecer uma educação que contemple todos os
aspectos: intelectual, afetivo-emocional, social, físico-motor e biológico.

As competências socioemocionais trazidas pela BNCC, (2018), causam um impacto


gigantesco dentro das escolas, pois precisam adequar os seus currículos de forma
que contemple o desenvolvimento dessas habilidades no dia a dia da sala de aula.
Outra função importante da escola é além de desenvolver com os alunos o trabalho
com as emoções é também o de trazer a família para dentro deste processo. Assim
teremos indivíduos amáveis, tolerantes, serenos, criativos, confiantes, que saibam
trabalhar em equipe, em síntese teremos uma sociedade emocionalmente
inteligente. Portanto, é preciso que essas habilidades sejam trabalhadas desde cedo
(infância) tanto pela família, quanto pela escola.

REFERÊNCIAS
ABED, Anita. O desenvolvimento das habilidades socioemocionais como
caminho para a aprendizagem e o sucesso escolar de alunos da educação
básica. São Paulo: UNESCO/MEC, 2014.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Curricular Comum,


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ 2018. Acesso em 25 de agosto de 2019.

SANTOS, Daniel & PRIMI, Ricardo. Desenvolvimento socioemocional e aprendizado


escolar: uma proposta de mensuração para apoiar políticas públicas. São Paulo:
Instituto Ayrton Senna, 2014

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