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Para Herculano de Carvalho, é difícil provar que todas as línguas faladas atualmente
no mundo tenham origem única - teoria da monogênese, à qual se opõe a da
poligênese, mas sabemos que, apesar da grande diversidade existente, é possível
agrupá-las em famílias de acordo com semelhanças por elas apresentadas após um
processo de evolução e alteração ocorrido ao longo de milhares de anos. A língua
portuguesa pertence ao grupo das línguas românicas, que estão compreendidas na
grande família indo-européia.
As palavras são criadas de forma consciente para dar nome às coisas. Com o
passar do tempo sofrem modificações fonéticas, e seu sentido evolui
espontaneamente. A linguagem verbal é aquela através da qual o homem normal
exprime seus pensamentos e sentimentos numa comunicação interpessoal ou com
grupos, que constrói uma sociedade capaz de desenvolver sua cultura e um saber
que poderão ser transmitidos de geração a geração. Esse acúmulo de conhecimento
se faz principalmente através da língua escrita, que é a forma pela qual tentamos
garantir com que as palavras sejam comunicadas de modo mais duradouro.
Duas posições acerca do significado das palavras são divergentes. Uma considera o
significado intrínseco à palavra e se baseia na existência de uma relação entre som
e sentido, o que caracteriza aquilo que chamamos “signo motivado”. Outra acredita
na arbitrariedade do signo e diz que não existe relação alguma entre o som e o
significado, caracterizando o que chamamos “signo convencional”, criado por uma
espécie de acordo entre os usuários da língua.
Também Ullmann se refere a palavras arbitrárias e opacas, que não têm conexão
entre som e sentido, e a palavras motivadas e transparentes, nas quais se percebe
um certo grau de motivação. Há, segundo ele, três tipos de motivação: fonética
(onomatopéica), morfológica e semântica.
“Crânio” é hoje o nome dado à caixa óssea que protege o cérebro. Deriva do grego
“kránion” e tem como intermediário “cranium”, no latim medieval. É uma adaptação
do termo francês “crâne” e passou a ser usado depois que se começou a estudar
medicina e anatomia em livros franceses.
“Caput”, do latim, deu origem a “cabo” e “cabeça”. Em italiano o termo atual para
cabeça é “capo”, alternando com “testa”, nome dado pelos romanos ao pote de
barro. Na França “chief”, “chef” também alternou com “test”, “tête”, fixando-se o
segundo pela semelhança com o pote de barro, duro e oco como a parte suprema
do corpo. Em português e em espanhol, “cabo” passou a designar a parte terminal,
a cauda, enquanto que, para “cabeça”, a palavra latina “capitium”, tomou seu
lugar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS