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CRISTINA RIBEIRO DOS SANTOS

TÍTULO DO TRABALHO:
SUBTÍTULO DO TRABALHO, SE HOUVER

Londrina
2023
CRISTINA RIBEIRO DOS SANTOS

TÍTULO DO TRABALHO:
SUBTÍTULO DO TRABALHO, SE HOUVER

Relatório de Pesquisa para o Exame de


Qualificação em nível de Doutorado,
apresentado ao Programa de Pós-Graduação
em Ciência da Informação (PPGCI) da
Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Orientador: Profª. Drª Ana Cristina de


Albuquerque

Londrina
2023
Inserir ficha catalográfica

A ficha catalográfica é elaborada pelo próprio autor.


Orientações em:

http://www.uel.br/bc/ficha/
CRISTINA RIBEIRO DOS SANTOS

TÍTULO DO TRABALHO:
SUBTÍTULO DO TRABALHO, SE HOUVER

Relatório de Pesquisa para o Exame de


Qualificação em nível de Doutorado,
apresentado ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação
(PPGCI) da Universidade Estadual de
Londrina (UEL).

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª Ana Cristina de Albuquerque


Orientadora
Universidade Estadual de Londrina - UEL

Prof. Membro 2
Universidade Estadual de Londrina - UEL

Prof. Membro 3
Universidade Estadual de Londrina - UEL

Prof. Membro 4
Universidade Estadual de Londrina - UEL

Londrina, _____de ___________de _____.


Epígrafe (opcional)

Omitir o título Epígrafe


..
RESUMO

SOBRENOME, Nome Prenome do(s) autor(es). Título do trabalho: subtítulo em


letras minúsculas. Ano de Realização. Número total de folhas. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em nome do curso) – Centro de Educação,
Comunicação e Artes, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, ano de
realização.

Deve conter uma brevíssima justificativa do tema, objetivo geral, metodologia,


principais resultados e conclusão. (de 150 até 500 palavras, em espaço simples e
sem parágrafos). O espaçamento deve seguir o padrão utilizado no trabalho.

Deixe um espaço entre o resumo e as palavras-chave.

Palavras-chave: palavra 1; palavra 2; palavra 3; palavra 4; palavra 5.


ABSTRACT

SOBRENOME, Nome Prenome do(s) autor(es). Título do trabalho na língua


estrangeira: subtítulo em letras minúsculas. Ano de Realização. Número total de
folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em nome do curso) – Centro
de Educação, Comunicação e Artes, Universidade Estadual de Londrina, Londrina,
ano de realização

Deve ser feita a tradução do resumo para a língua estrangeira.

Deixe um espaço entre o abstract e as key-words.

Key-words: word 1; word 2; word 3; word 4; word 5.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Título da figura (quando o título da figura, gráfico ou tabela ocupar


mais de uma linha retornar abaixo da primeira letra da primeira
palavra do título) ....................................................................................00
Figura 2 – Título da figura........................................................................................00
Figura 3 – Título da figura........................................................................................00
Figura 4 – Título da figura........................................................................................00
Figura 5 – Título da figura........................................................................................00
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Faixa Etária.............................................................................................16


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Título da tabela........................................................................................00


Tabela 2 – Título da tabela........................................................................................00
Tabela 3 – Título da tabela........................................................................................00
Tabela 4 – Título da tabela........................................................................................00
Tabela 5 – Título da tabela........................................................................................00
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Níveis do Trabalho Monográfico.............................................................17


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

UEL Universidade Estadual de Londrina


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................
DELINEAMENTO DA PESQUISA E PROBLEMATIZAÇÃO .....................................
Hipótese e Tese .........................................................................................
Justificativa .................................................................................................
Objetivos ...............................................................................................
Percurso metodológico .................................................................................

2 REFLETIR A RESPEITO DA TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO E A


REPRESENTAÇÃO DE CONCEITOS;.....................................................
2.1 TÍTULO NÍVEL 2 (FONTE EM VERSALETE)......................................................
2.1.1 Título Nível 3 (Primeiras Letras em Maiúsculo).........................................
2.1.1.1 Título nível 4 (Somente a 1ª letra da 1ª palavra em maiusculo)................
2.1.1.1.1 Título nível 5 (Todo em itálico - somente a 1ª letra da 1ª palavra em
maiusculo) (quando o título ou subtítulo ocupar mais de uma linha,
voltar abaixo da primeira letra da primeira palavra do título ou
subtítulo).....................................................................................................

3 IDENTIFICAR CONCEITOS NO ÁLBUM FOTOGRÁFICO INTITULADO


“O NEGRO BRASILEIRO NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO
XX” DE ARTHUR RAMOS;.......................................................................
3.1 EPISTEMOLOGIA DO ALBÚM FOTOGRÁFICO ......................................
3.1.1 A presença do colecionismo e da classificação no álbum fotográfico.......
3.1.1.1 A presença ou ausência de conceitos no álbum fotográfico “O negro
brasileiro nas primeiras décadas do século XX”........................................

4 APRESENTAR UMA ANÁLISE CONCEITUAL A PARTIR DA


PERSPECTIVA DO PRODUTOR/COLECIONADOR E DOS TERMOS
ATRIBUÍDOS AO ÁLBUM FOTOGRÁFICO NA INSTITUIÇÃO...............
4.1 TÍTULO NÍVEL 2 (FONTE EM VERSALETE)......................................................
4.1.1 Título Nível 3 (Primeiras Letras em Maiúsculo).........................................
4.1.1.1 Título nível 4 (Somente a 1ª letra da 1ª palavra em maiusculo)................
5 CONCLUSÃO.............................................................................................

REFERÊNCIAS..........................................................................................

APÊNDICES...............................................................................................
APÊNDICE A – Nome do apêndice............................................................

ANEXOS.....................................................................................................
ANEXO A – Nome do anexo......................................................................
14

1 INTRODUÇÃO

Parte inicial do trabalho, onde deve-se expor a finalidade e os


objetivos da pesquisa e outros elementos que situa o leitor no texto. Deve ser
separado do título que antecede por 1 (um) espaço entrelinhas de 1,5cm.

(OBS: Considerar a contagem das páginas a partir da folha de rosto,


mas numerar somente a partir da introdução).
15

2 VEREDAS DA TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO E O ENCONTRO: REGISTRO


INFORMACIONAL E A ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO
CONHECIMENTO

Explorar as bases epistemológicas direcionada a Teoria da Classificação


desenvolver uma reflexão que envolve os registros informacionais, a Organização e
Representação do Conhecimento e a classificação, seus conceitos e teorias que
estruturam este saber. Rever, continuar o paragrafo
Ao longo dos tempos, a humanidade em sua diversidade de culturas,
produziram e registraram uma multiplicidade de conhecimentos. Está a se falar de
conhecimentos que são entendidos como relevantes e por consequência foram
sendo transmitidos às novas gerações, principalmente de forma oral, textual ou
mesmo imagética. Diferenças à parte, cada registro informacional tem entre as suas
necessidades a preservação, a organização e a representação para que
posteriormente possam gerar novos conhecimentos. Para Lima e Alvares (2012),
“Desde o princípio das civilizações, o ser humano utiliza diversos recursos para
simbolizar a realidade que o circunda. Ao produzir pinturas rupestres, o homem pré-
histórico desenhava figuras que retratavam práticas do seu cotidiano.” (LIMA E
ALVARES, 2012, P.21),
O resultado palpável do pensamento abstrato e o registro do conhecimento
na história da humanidade é perceptível nos desenhos rupestres, que são um dos
primeiros vestígios da necessidade humana de registrar conhecimentos, neste caso,
do seu cotidiano. Essa necessidade em confronto com a criatividade, entre outras
habilidades cognitivas, gerou inúmeras formas de registrar o conhecimento.

Partindo-se da definição de que representar significa o “ato de


colocar algo no lugar de” classifica-se em nível primário a
representação feita pelos autores no momento da expressão dos
resultados de seus pensamentos, estes derivados de observações
metódicas da natureza e dos fatos sociais, utilizando-se das
linguagens disponíveis no contexto da produção e comunicação de
conhecimentos. Nesse nível de representação, as línguas dos
diversos povos e das especialidades (campos de conhecimento)
desempenham papel primordial, incluindo-se também nesse
instrumental outros símbolos icônicos e sonoros. (ALVARENGA,
2003, p.20) citação muito longa
16

Assim, as necessidades de representar a sua realidade, ou exercitar o seu


pensamento abstrato, o homem tomou como suporte, madeiras, argila, pedra,
metais, e com o passar do tempo houve a necessidade de se criar inclusive os
outros suportes. Assim, papéis, tecidos, suportes digitais, plástico, bases de
celulose, emulsão que permitem inclusive o registro de luz. Martins (2002) a este
respeito em sua pesquisa sobre a palavra escrita, afirma que:

O homem já empregou, e continua empregando, na escrita materiais


dos três reinos da natureza. O reino mineral já lhe forneceu a pedra,
mármore utilizado nas inscrições tumulares e cívicas, e até
calendários, como o que foi descoberto nas ruinas de Pompéia.
Forneceu ainda a argila que esculpida e cozida, essa constituiu as
famosas bibliotecas da Mesopotâmia. [...]Era no bronze que os
romanos escreviam os seus tratados de paz [...]. Também o chumbo
foi empregado na escrita [...] ouro e a prata também serviam
excepcionalmente para a escrita. Do reino vegetal, a madeira, [...] foi
a primeira a ser empregada na escrita [...] A uma leve camada de
cera sobre a qual se escrevia com estilete. Cadernos de estudos,
contas, anotações, [...] quando enceradas bastando raspar a cera e
substituí-la por outra. [...] (MARTINS (2002, p.60)
Citação longa
Em geral, como exposto acima, todos os produtos do reino vegetal, como
todos os do reino mineral e todos do reino animal, foram ou são utilizados para o
registo do conhecimento humano. Parte-se desta explanação das diferentes formas
de se registrar o conhecimento, são diferentes formas de se registrar ou diferentes
suportes? para o seu percurso natural: o acúmulo, que por sua vez gera a
necessidade de organização e representação para posterior acesso. Por mais que
haja diferença nestes materiais empregados “[...] não variam em nada o
“funcionamento”, a natureza e as funcionalidades.” (MARTINS, p. 71, 2002) Ambos
estão nesse sentido, no reino das preocupações da Ciência da Informação.
A Ciência da Informação (CI), tem entre suas bases de preocupação os
estudos dos fenômenos pertencentes ao âmbito da informação, que por sua vez, se
torna o seu objeto de estudo. Pautada pelos ideários da sistematização do
conhecimento, interdisciplinaridade, acesso e pela preocupação com questões
informacionais, a Ciência da Informação tem seus interesses, por natureza, voltados
para os problemas informacionais.
Assim, estão entre as suas preocupações a análise, coleta, organização,
classificação, manipulação, acúmulo, armazenamento, representação, recuperação,
propriedades, acesso e a disseminação da informação registrada. Tem como
17

pressuposto construir uma base teórica e metodológica que se instalam nas


abordagens, técnicas, nos instrumentos e nos procedimentos utilizados por aqueles
que trabalham com a informação em seu dia a dia, entre estes; mas não limitados a
estes; os bibliotecários, arquivistas, documentalistas. Acima você fala da CI, mas
começa a usar as autoras da ORC para definir s conceitos, fale separadamente de
cada uma
Neste sentido tem-se que evidenciar uma discussão relevante para este
campo do saber qual campo? A CI ou a ORC?: os conceitos de informação,
conhecimento e informação registrada. Brascher, Café, (2008) (por meio das ideias
de Fogl 1979) sintetizam as principais características que envolve este tema

1) Conhecimento é o resultado da cognição (processo de reflexão


das leis e das propriedades de objetos e fenômenos da realidade
objetiva na consciência humana);
2) Conhecimento é o conteúdo ideal da consciência humana;
3) Informação é uma forma material da existência do conhecimento;
4) Informação é um item definitivo do conhecimento expresso por
meio da linguagem natural ou outros sistemas de signos percebidos
pelos órgãos e sentidos;
5) Informação existe e exerce sua função social por meio de um
suporte físico;
6) Informação existe objetivamente fora da consciência individual e
independente dela, desde o momento de sua origem. (BRASCHER;
CAFÉ, 2008, p.4)

Considerando as ideias de Brascher Café, (2008), compreende-se que o


conhecimento e a informação são produtos culturais, conteúdos da experiência
humana, que estão presentes nos diferentes tempos históricos, ou seja, são uma
construção humana que se utiliza de diferentes técnicas, tecnologias e linguagens. A
Informação, nesse sentido, é uma forma material da existência do conhecimento.
(BRASCHER; CAFÉ, 2008)
Ressalta-se o conceito de informação, em especial, na perspectiva vinculada
a Ciência da Informação, que na visão de Buckland (1991), pode ter 3 principais
usos da palavra “informação”. O referido autor, explora em seu texto tais usos da
palavra conceito como sendo: (1) Informação-como-processo, (2) Informação-como
conhecimento e (3) Informação-como-coisa. Este último, Informação-como-coisa
possui a seguinte explanação CI

O termo “informação” é também atribuído para objetos, assim como


18

dados para documentos, que são considerados como “informação “,


porque são relacionados como sendo informativos, tendo a qualidade
de conhecimento comunicado ou comunicação, informação, algo
informativo. (BUCKLAND, 1991, p.2)

Buckland (1991), ao evidenciar os atributos destes conceitos afirma que a


“informação como-conhecimento” possui entre suas características principais o fato
de ser intangível. Como exemplo temos o conhecimento, convicção e opinião são
atributos individuais, subjetivos e conceituais. (BUCKLAND, 1991). Já “informação-
como coisa” seria tangível, o que interliga, promovendo o registro. Assim, para
comunicá-los, eles “[...]têm que ser expressos, descritos ou representados de
alguma maneira física, como um sinal, texto ou comunicação. Qualquer expressão,
descrição ou representação seria “informação-como coisa” (BUCKLAND, 1991, p.2).
à vista disso, o referido autor, reforça a perspectiva de uma forma material da
existência do conhecimento.
Nesse sentido, as características da “informação-como coisa”, se vincula a
divulgação, a disponibilização ao público, o acesso ao conhecimento registrado por
meio de documentos. Buckland (1991), afirma que é possível aprender através do
exame de vários tipos de coisas.

Na seqüência desse aprendizado, textos são lidos, números são


calculados, objetos e imagens são examinados, tocados ou
percebidos. Num determinado aspecto a informação é usada como
evidência do aprendizado – como base para a compreensão.
Conhecimento e opiniões são afetados pelo que se vê, lê, ouve e
experimenta. (BUCKLAND, 1991, p.4).

Buckland (1991), de forma clara, expõem o fato que os seres humanos


fazem coisas com a informação ou para a informação, ou seja, manipulam,
“examinam, descrevem, e categorizam, compreendem, interpretam bem ou mal,
resumem ou refutam.” (BUCKLAND, 1991, p.4). A informação nesses parâmetros, se
estabelece como forma de evidência de “[...] testemunho pessoal, na linguagem dos
documentos, ou na produção de objetos materiais, que é dada numa investigação
legal.” (BUCKLAND, 1991, p.4).
Buckland (1991), quando afirma que “Evidência” está próxima a informação-
como-coisa no que tange ao sentido, “[...] considerando o seu uso como um
sinônimo quando, por exemplo, descreve objetos de museus como “evidências de
peças autênticas da história da natureza e sociedade.” (BUCKLAND, 1991, p.4).
19

Este exemplo mencionado pelo autor, nos mostra uma relação íntima: Evidência
(informação-como-coisa) e a sociedade (disponibilização de informação de forma
socialmente aceita) e a produção de registros informacionais.
Esta relação, não pode deixar de ser destacada, pois há um processo em
curso, um fluxo contínuo que envolve a “[...] tecnologia da informação [que]
permite[m] melhoria em nossa habilidade de fazer descrições físicas, exemplos de
informação-como-coisa. Fotografias aperfeiçoam desenhos; imagens digitais
aperfeiçoam fotografias.” (BUCKLAND, 1991, p.13).
Esse aspecto levantado por Buckland (1991), evidencia o fato que a
humanidade se distingue dos demais animais, devido a alguns fatores, e entre estes
estão a fala, a capacidade do pensamento, a reflexão. Desta forma estão acoplados
a esta operação intelectual a criatividade bem como a sua representação. O
resultado desse fato é a inovação, principalmente na criação de novas ferramentas,
novos recursos, novas técnicas que alteram o seu dia a dia.
Pode-se exemplificar tal fato com a invenção da escrita, que provocou uma
revolução em termos de conhecimento humano. Lima e Alvares (2012), afirma que

[...] e foi importante elemento para a representação do saber. Porém


a representação não se reduz à escrita. Podemos representar o
conhecimento usando de figuras, esquemas, desenhos, imagens,
palavras, expressões, gestos, mímicas, hipertextos, entre tantos
outros meios. Na ciência da informação, a representação está
relacionada com as formas de simbolizar a informação e o
conhecimento. (LIMA E ALVARES, 2012),

Tais mudanças e evoluções tecnológicas vinculadas aos registros


informacionais que a humanidade produziu, selecionou, bem como se apropriou
visando em alguns casos o acúmulo, reflete em contrapartida, os desafios que
surgiram ao longo do tempo. Destaca-se que a Organização e Representação do
Conhecimento (ORC) presente neste enredo, possui uma conexão com a
organização social do conhecimento, com o contexto sociocultural. Se faz
necessário lembrar, nas palavras de Marteleto, (2007), que

A informação, por sua vez, remete à idéia de organização, elemento


que equilibra redundância e ruído para alimentar, reproduzir e manter
um sistema. Na Ciência da Informação, acredita-se que a informação
seja um elemento da cultura – pois é da ordem da criação humana –
que carrega sentido a ser comunicado para produzir conhecimento.
20

Quando nós, pesquisadores do campo da informação, acionamos o


nosso cabedal cognitivo, social e epistemológico associamos a
informação ao conhecimento e à comunicação e, portanto, à cultura.
(MARTELETO, 2007, p.17)

Nesta esteira de raciocínio, Gomes (2009), revela que o conhecimento, se


torna disponível para outros, pois parte de uma questão inicial: o fato de que este é
registrado. “Os tempos mudam, mas a necessidade de organizar para facilitar o
acesso e o uso da informação permanece. Mas não se trata do simples uso e
acesso; trata-se de organizar o conhecimento disponível: memória e saber andam
juntos.” (GOMES, 2017)
Peter Burke (2003) em suas análises direcionada à sociologia do
conhecimento

[...] a segunda geração da sociologia do conhecimento é diferente da


primeira em suas ênfases, particularmente quatro. Em primeiro lugar,
a ênfase passou da aquisição e transmissão do conhecimento para
sua “construção”, “produção” ou mesmo “manufatura”, mudança que
faz parte de uma inclinação pós-estruturalista ou pós-moderna na
sociologia e em outras disciplinas. Há menos insistência sobre a
estrutura social e mais sobre os indivíduos, sobre a linguagem e
sobre práticas como a classificação e o experimento. Há menos
ênfase na economia e mais na política do conhecimento e nos
“detentores do conhecimento”. (BURKE, 2003, p. 35).

O ato de registrar o conhecimento, independente do suporte, físico ou digital,


mais especificamente seja em metal, papel, tábua, pedra, couro, argila, películas
(microfilmes e microfichas), percorre uma questão clara: há uma intenção de
construção, um registro de um determinado saber, demonstra a relação que a
sociedade mantém com o conhecimento. A produção dos registros do
conhecimento visa um acesso, uma recuperação da informação, além de terem uma
característica de pluralidade em sua existência. Registro, organizar, começou
falando dele

Hoje, depois do que pode ser considerado como uma “reabilitação”


do saber local e do conhecimento cotidiano, deve ter ficado óbvio
que há “conhecimentos” no plural em toda cultura, e que a história
social, como a sociologia, deve se ocupar “de tudo o que passa por
conhecimento na sociedade”. Uma maneira de distinguir entre os
conhecimentos é por suas funções e usos. O sociólogo Georges
Gurvitch, por exemplo, distinguia sete tipos de conhecimento:
perceptivo, social, cotidiano, técnico, político, científico e filosófico.
21

(BURKE, 2003, p.51).

Face a isto, a criação e a efetiva ação de registrar o conhecimento, tem


como base um conhecimento que foi adquirido por meio de experiências,
observações da realidade, e pode estar vinculada a qualquer campo de
conhecimento, ou seja, conhecimento registrado pode ser advindo de domésticas,
·donas de casa, juristas, arquitetos, filósofos, médicos, comunidade acadêmica entre
outros. Assim, cria-se um registro do conhecimento com traços do contexto
sociocultural do seu produtor.
Burke (2003) faz a pergunta “O que é conhecimento?” e afirma que
responder tal pergunta é algo muito difícil. Mas busca a partir de tal pergunta
distinguir entre conhecimento e informação,

[...] o termo “informação” para referir-se ao que é relativamente “cru”,


específico e prático, e “conhecimento” para denotar o que foi
“cozido”, processado ou sistematizado pelo pensamento. Não é
preciso dizer que a distinção é relativa, dado que nossos cérebros
processam tudo o que percebemos, mas a importância da
elaboração e da classificação do conhecimento é um tema que se
repetirá adiante

Um dos elementos mais importantes na elaboração do conhecimento, segundo


Burke, é a sua classificação. Neste ponto, salienta-se a fala de Crippa (2005) que
tem certo encadeamento neste pensamento. Esta autora afirma que “É, de fato,
através de escolhas classificatórias e de representação que se torna possível a
manutenção dos conhecimentos.” (CRIPPA,2005)
De forma conjunta, informação, registro informacional, classificação e a
organização e representação do conhecimento, tem-se no cerne destes conceitos o
ato de conhecer, nomear, o saber, ou seja, a relação proximal da humanidade com o
conhecimento, a percepção e representação deste. A representação por sua vez
promove a interligação neste contexto, devido a sua proposta de promover uma
síntese de algo, a partir do conhecimento adquirido por meio da observação e
compreensão deste objeto. Assim, a representação percorre os conhecimentos
prévios do seu leitor, sua carga sociocultural que influencia a constituição dessa
representação, seu armazenamento (aqui, por exemplo temos vários adendos, entre
estes o colecionismo) e consequentemente a recuperação desta informação.
A prensa de Gutenberg, que tem sua criação entre os anos 1439 e 1440,
22

fomenta esse registro do conhecimento, o acúmulo, o colecionismo e o avançar da


classificação, que se desloca do arranjo físico, ou seja, por aspectos como cor,
tamanho, no caso dos livros e desloca-se para o mundo das ideias, das relações
entre os assuntos. Langridge (1977, p. 13) a este tema afirma que “Embora estas
duas classificações sejam relacionadas, elas podem ser diferenciadas como:
classificação para o arranjo de objetos e classificação de idéias. De modo geral, a
última é mais complexa e mais difícil.” Parágrafo deslocado
Não há dúvidas que a criação da prensa de Gutenberg, originou na
humanidade possibilidades vinculadas a expansão do conhecimento. Há, no entanto
que se destacar que foi provocado uma transformação que se estendeu a diversos
registros informacionais para além dos livros, tais como jornais, imagens entre
outros. Uma mudança cultural, social que trazem reflexos, na área cientifica
inclusive. Assim, o conhecimento registrado passou por uma ampliação, gerando
novas necessidades de organizá-los de torná-los acessíveis, de conservá-los. Está a
se falar da necessidade de criação de novas ferramentas que davam suporte para a
organização e o acesso aos crescentes registros do conhecimento que se
compuseram como acervo com o passar do tempo. Dentre estas questões estão a
seleção, a aquisição, a catalogação, a classificação, e a indexação, por exemplo,
bem como os serviços de atendimento. fonte
As palavras-chave deste processo consiste em seleção, organização e
disseminação do conhecimento, que estão representados de várias formas E um
dos caminhos seguidos nessa organização foi a classificação como destacado
acima. A Organização e Representação do Conhecimento se estabelece justamente
para abranger tais questões.
Frente a isso, aloca-se este nicho teórico, ou seja, as discussões que se
envolvem e se desenvolvem no âmbito teórico da Organização e Representação do
Conhecimento, especificamente na Organização do Conhecimento (OC). Um nicho
teórico vasto, que possui entre suas preocupações as metodologias, políticas e
procedimentos que ensejam em seu cerne o acesso. Comece com a ORC, o tópico
é sobre sim? Então comece direto
Na concepção de Sales (2015), delimitar Organização e representação do
conhecimento, percorre-se por algumas questões teóricas importantes. Em destaque
para este autor, o fato que alguns autores, coloquem a Organização do
Conhecimento no âmbito da Ciência da Informação, por exemplo, aqueles que são
23

vinculados a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da


Informação (ANCIB), Bräscher e Café (2010) entre outros, há segundo o autor,
outros teóricos da área que se afastam desta definição que estabelece este
pertencimento, “[...] onde a organização do conhecimento não figuraria como algo
dentro da Ciência da Informação.” (SALES, 2015, p.) essa discussão aqui, não sei
se é necessária, se você deixar claro na introdução que trata a ORC no âmbito da
CI, já basta

As concepções mais explícitas em que a organização do


conhecimento não se submete à Ciência da Informação podem ser
encontradas nos trabalhos de Dahlberg (1993, 1995, 2006 e 2014) e
de Hjorland (2008). Esses autores, pesquisadores centrais da ISKO,
embora não sejam os únicos, são os que mais evidentemente
buscam atribuir à organização do conhecimento certa autonomia,
seja enquanto disciplina, enquanto campo de estudo ou, ainda,
enquanto nova ciência. (SALES, 2015, p.)

Evidencia-se que esta pesquisa aloca suas reflexões no primeiro grupo. Há


em alguns momentos a utilização de produções teóricas do segundo grupo, pois
estes trazem discussões primordiais para o desenvolvimento deste texto, mas
guarda-se mesmo nestes momentos a perspectiva de pertencimento da OC, a CI.
introdução
Sales (2015) aponta duas perspectivas no que diz respeito à natureza da
Organização do Conhecimento (OC), a primeira a OC é percebida como um fazer
operacional, relacionada às atividades próprias das unidades de informação e, a
segunda OC vista pela enquanto uma area de estudo, ou seja, está preocupado com
o desenvolvimento teórico, metodológico, instrumental e prático da organização do
conhecimento. A natureza desta questão envolve-se com os

[..]Instrumentos (sistemas de classificação bibliográfica, taxonomias,


tesauros, redes semânticas, ontologias) que, em geral, são utilizados
para a padronização dessa representação. Eles têm em comum a
tarefa de exercer o controle terminológico de um determinado
domínio e inter-relacionar os diferentes conceitos, minimizando os
problemas de polissemia (pluralidade de significados) e ambiguidade
(imprecisão do significado) encontradas na linguagem natural (LN)

Abaixo, Calheiros; Cervantes (2017) demonstram com clareza os aspectos


da ORC
24

Nesse sentido Hjørland (2008) enfatiza que, a Organização do


Conhecimento (OC) trata em específico de atividades como descrição, indexação e
classificação de documentos desenvolvidas por exemplo, nas bibliotecas, ou bases
de dados, arquivos e ‘[...] outros tipos de “instituições de memória” por bibliotecários,
arquivistas, especialistas em informação, especialistas no assunto, bem como por
algoritmos de computador e leigos. (HJØRLAND, 2008.p.)
Há na esteira da OC uma complexidade de eventos, reflexões, ou mesmo a
compreensão de questões já mapeadas, mas agora revisitadas devido a novas
inquietações teóricas trazidas pelo fato que houve um ganho de espaço pelos
documentos iconográficos, audiovisuais, hemerográficos, micrográficos,
cartográficos ou mesmo sonoros, que coabitam os espaços institucionais com os
documentos textuais. Além, é claro, de uma significativa diversificação entre os
impressos e os digitais, ou seja, as inovações tecnológicas.
Dahlberg (1993), promovendo uma análise das origens da Organização do
conhecimento, evidencia que “A necessidade de ordenar o conhecimento sempre foi
reconhecida, mas em tempos antigos parece ter permanecido domínio exclusivo de
bibliotecários e filósofos.” (DAHLBERG 1993, p. 211). Soma-se a estes mais tarde
os enciclopedistas, educadores, na virada de século XX se juntaram ao grupo
documentalistas e pessoas da ciência da informação.
25

A referida autora frisa assim, a presença desta diversidade de especialistas,


bem como a presença de Ollet e La Fontaine na origem da Organização do
Conhecimento. (DAHLBERG 1993) mas tal grupo não se limitou a estes
especialistas ao longo dos tempos, juntou-se a este, os terminológos e outros
estudiosos de diversas áreas do conhecimento.
Guardado as diferenciações e perspectivas teóricas destes autores em
relação a OC e a CI, tem-se nas suas leituras uma base teórica e metodológica de
grande colaboração para a compreensão da Organização do Conhecimento.
Seguindo, evidencia-se que são tópicos incluídos na organização do conhecimento
segundo Gomes, (2009) a tabelas de classificação, tesauros, vocabulários
controlados, metadados, processamento de linguagem natural, ontologia. Gomes
(2009) afirma que

Além das discussões teórico-filosóficas e de novas formas de


produzir o conhecimento, a OC se envolve com um lado de
aplicação, o de produção de instrumentos. Aqui, também, existem
teorias e métodos igualmente relevantes, voltados para os SOC.
Desenvolver sistemas de classificação significa estabelecer o
sistema de conceitos / termos a serem usados na indexação, na
recuperação e no acesso / índice. Devem conter uma sintaxe,
notação (no caso das tabelas), bem como a terminologia de acesso
ao sistema e usada como base da indexação. (GOMES, 2009,
p.69).

Há um destaque nesta fala da autora, o envolvimento direto da OC nas


discussões teórico-filosóficas, além das questões referente às novas formas de
produzir o conhecimento. Gomes (2009) seguindo suas análises, expõem que a OC
pode ser entendida como uma representação ordenada do conhecimento, que visa
alcançar propósitos específicos. E partindo deste propósito há uma escolha de:
método de descrição, formalização e representação do conhecimento, além do fato
destacado pela autora, que é relacionado a classificação, que também se incluem
nos problemas da OC, pois está atrelada a ordenação. (GOMES, 2009). Assim,
Gomes (2009) coloca já em pauta a presença e a relevância que a classificação
ocupa dentro dos estudos e desafios enfrentados pela OC, bem como a presença e
relevância dos conceitos / termos a serem usados.
Dahlberg (1972) refletindo a respeito da classificação, da história da Teoria
da Classificação, afirma que a classificação foi empregada pela humanidade de
26

diversos modos e formas à medida que nosso conhecimento se desenvolvia, assim,


tal influência e presença “Deixou suas marcas em todos os arranjos sistemáticos
que entraram na composição dos trabalhos de grandes filósofos, a começar pelo
Indic Vedas, a Bíblia, as coleções enciclopédicas de tudo o que era conhecido [...]”
(DAHLBERG, 1972)
São exemplos, segundo a autora, a enciclopédia do egípcio Amenope (1250
A.C.) e de Caius Plinius Secundus (23-79 D.C.), bem como as grandes
enciclopédias da Idade Média. Em destaque nesta fala é que a expressividade deste
fato é que “Todos esses trabalhos foram organizados sistematicamente, e o
conhecimento neles apresentado eram organizados segundo alguma ideia
preconcebida.” (DAHLBERG, 1972). Neste contexto, a referida autora, evidencia
uma enciclopédia em especial, dessa fase do desenvolvimento da classificação:
Diderot e d’Alembert (1751-1780), que se apresentava alguns elementos que foram
para além da forma sistemática, e trouxe como inovação o uso da ordem alfabética.
Dahlberg (1972) chama a atenção neste ponto para o fato que “A antiga arte de
classificar, tão antiga quanto a humanidade, apenas recentemente adquiriu uma
base teórica adequada – base esta que nos permite presumir que ela progrediu do
status de arte para o de ciência.” (DAHLBERG, 1972).
Sob esse ponto vista, percebe-se a presença de um ideal de controle do
conhecimento, uma organização desses registros informacionais em suas diversas
formas, arranjos sistemáticos, tais como inventários, catálogos, esquemas de
classificações de livros, enciclopédias entre outros. Uma resposta, a um contexto
social que se sobreleva pelo “[...] desenvolvimento social, econômico, político e
cultural da sociedade impusera, entretanto, a necessidade de classificar objetos e
ideias de forma bem mais complexa.” (SOUZA, 2007, p.7).
A classificação, desta forma, adquire uma importância dentro deste enredo,
que se inicia nas escolhas, seleções no âmbito particular, que ao serem analisadas
para a produção de novos conhecimentos trazem informações que permitem a
compreensão de forma mais aprofundada. Sendo a classificação, um produto da
reflexão sobre o mundo, com seus aspectos de estruturação, hierarquização e
compreensão, dizendo respeito às escolhas que tem em sua projeção a prerrogativa
de correspondência, de entendimento e interpretação, visando assim, a criação de
sentido.
Ao longo da história da sociedade, os registros do conhecimento,
27

percorreram uma curva, crescente o que gerou necessidades que são analisadas e
discutidas, no âmbito da OC. Salienta-se ainda que o conhecimento registrado, em
alguns casos parte da observação do objeto/tema, desenvolvendo um saber com
base na percepção, comparação, análise das principais características identificadas
neste processo.

1.1.1 O IDEAL DE CONTROLE DO CONHECIMENTO E A TEORIA DA


CLASSIFICAÇÃO

"Monument”

“Apague as linhas: rogo a você não superestimar


classificações:
A coisa é como um rio, da nascente à foz
Uma vida flutuante . . . As classificações
São na maioria um tipo de memória technica,
faça uso dela mas não se envolva loucamente”

Robinson Jeffers (

Para abordar a Teoria da Classificação em um plano mais amplo, se faz


necessário discutir alguns elementos que a compõem. Com este propósito busca-se
avançar no sentido dos seus fundamentos teóricos, especialmente aqueles
direcionados à classificação. A classificação e suas diversas propriedades
acompanham a humanidade ao longo da sua trajetória e devido a esta importância e
presença foram desenvolvidos estudos que se envolveram e se aprofundaram no
tema Classificação tais como: Hjørland (2017), Ranganathan (1967), Dahlberg
(2010) entre outros.
A classificação apresenta diversas propriedades ao serem observadas, que
vão muito além da ação de separar, organizar, hierarquizar, objetos, fenômenos,
conhecimentos, há algumas questões específicas que se estabelecem no âmbito
social, filosófico e bibliográfico. Já considerando a Teoria da Classificação sob esta
perspectiva de análise, inicialmente sublinha-se o fato que “Uma teoria se refere a
um conjunto logicamente organizado de conhecimentos que se relacionam entre si e
que funciona como um quadro de referência para explicar algum fato ou fenômeno.”
(MOREIRA, 2018, p. 41). Barros (2019) afirma que as teorias são visões de mundo,

É através de teorias, enfim, que os cientistas e os estudiosos


28

de qualquer área de saber conseguem enxergar a realidade, ou


os seus objetos de estudos, de formas específicas, seja qual
for o seu campo de conhecimento ou de atuação. [...] De um
ponto de vista etimológico, é particularmente interessante
constatar que a noção de “teoria” sempre esteve ligada, desde
a Antiguidade, à idéia de “ver” – ou de “conceber” – o que
prossegue sendo válido até os dias de hoje (BARROS, 2019,
p.30)

A Teoria pode ser abordada, segundo este autor em um primeiro nível,


“[...]como um ‘campo de estudos’, ou como uma espécie de território constituído por
todas as realizações teóricas proporcionadas pelos praticantes de determinado
campo de saber.” (BARROS, 2019, p.31). Conforme este autor “[...] “Theorein”, a
palavra grega para “teoria”, relaciona-se literalmente à “ação de contemplar”. No
Latim, “contemplar” refere-se ao ato de examinar profunda e atentamente algo.”
(BARROS, 2019, p.31). Assim, tal reflexão deste autor “[...] remete a este
entrecruzamento etimológico a possibilidade de dizermos, nos dias de hoje, que uma
determinada teoria “contempla” este ou aquele assunto. (BARROS, 2019, p.31).
Parte-se deste entendimento de teoria, como um território também do
observar e do refletir, que se desenvolveu e está sendo definido por cada um dos
grandes autores que propiciaram as mais diversas contribuições, questionamentos,
refutações, a respeito do tema, gerando aprofundamento na concepção do tema,
que por sua vez contribuíram para a ampliação do entendimento e a contemplação
da Teoria da Classificação.

2 .5.2 Veredas da Teoria da Classificação

A organização dos livros e outros registros informacionais de uma biblioteca,


um conjunto de operações que busquem manter em ordem os documentos criados
por uma organização (arquivos)ou mesmo objetos tridimensionais, registros de
acontecimentos ou mesmo de ações de instituições, (museus)tem sua origem na
ação humana. Tais ações e intenções em alguns casos, são vinculadas às
propostas do colecionismo, ideais de universalidade, o acúmulo gerado no
desenvolvimento das funções e atividades do setor públicos, ou mesmo pela seleção
que tem em na perspectiva de composição o seu destaque (cartas, livros,
fotografias, pinturas, filmes, vinil, cartão postal, gibis, entre outros objetos), bem
29

como a idealização de organizar e classificar o mundo. Ambos pertencem ao âmbito


da classificação, do organizar, do conhecer, do nomear, do preservar para a
posteridade.
A respeito desta questão, Le Goff (1990, p.97) evidencia que o Ocidente
medieval teve historiadores a reconstruir o seu passado, detentores de uma lúcida
erudição. O referido autor destaca que estes acumuladores/criadores/selecionadores
até o século XIII, foram sobretudo monges, começaram por se beneficiar de um
acréscimo de documentação. (LE GOFF,1990, p.97). Le Goff, destaca que mesmo
os arquivos, que são um fenômeno muito antigo, tiveram durante a Idade Média uma
intensificação no acúmulo dos documentos, em especial nos mosteiros, igrejas e
administração real além de uma multiplicação das bibliotecas (LE GOFF, 1990,
p.97). Há neste enredo, segundo o autor, a constituição de dossiês, sistema de
citações, que referiam com precisão aos livros e capítulo. Percebe-se a presença da
dupla: conhecimento e classificação nesta narrava.
As classificações são desenvolvidas desde a Antiguidade, ou mesmo antes
de tal marca temporal, nas bibliotecas, nos gabinetes de curiosidade, zoológicos,
nos “archiuium”, chancelarias, nas enciclopédias entre tantas outras situações
vivenciadas pela sociedade, em que houve “A necessidade de instrumentalizar a
compreensão da realidade por meio de esquemas de classificação” (MOREIRA, p.
44).
Há neste enredo a compreensão do registro do conhecimento, que passa
pelo crivo do ato de organizar o conhecimento desenvolvidas neste espaço, ou seja,
o processo de nomeação, de classificação, de entendimento e o lugar que este irá
ocupar junto aos demais registros. Piedade (1977, p.17), afirma que

A palavra classificar vem do latim classis, que designava os grupos


em que se dividia o povo romano. Foi cunhada por Zedler, em 1733,
no Universal Lexicon, combinando as palavras latinas classis e
facere, para apresentar uma divisão de apelações de Direito Civil e,
só no fim do século XVIII, passou a ser empregada para a ordenação
das ciências.

Há de se especificar que o próprio conceito de classificação se mostra amplo


e possui uma diversidade, bem como uma complexidade conectada à sua
construção. Neste sentido, temos uma diversidade de definições e olhares para a
classificação. Ao se pensar no conceito, “classificação”, pode-se enfatizar que, na
30

visão de Lima (2021) possui várias acepções

Existem na literatura palavras que apresentam mais de um


significado nos múltiplos contextos, e isso as faz terem
interpretações ambíguas ou mesmo serem consideradas
polissêmicas. A partir das várias acepções de uma palavra
polissêmica, pode ocorrer que um significado básico dê origem a
significados derivados — é o caso da palavra classificação. (LIMA,
2021)

Deste modo, esta fala de Lima (2021) oferece um leque de pensamentos, de


revisões e reflexões a respeito da universalidade das classificações. Uma
desnaturalização de algo tão presente em nosso dia a dia, que interfere no nosso
trabalho, nossa vida social e econômica bem como educacional. Tem-se o amparo
das divisões do saber, das ciências, temos o amparo das divisões sociais ou mesmo
classificações desenvolvidas em hospitais, mercados, farmácias entre outras
situações que classificamos ou nos valemos dela sem ao menos nos darmos conta.
Pombo (1998) traz em suas reflexões esta visão da classificação infiltrada na
sociedade. “Na verdade, nada nos parece mais "natural", óbvio e indiscutível que as
classificações dos entes, dos factos e dos acontecimentos que constituem os
quadros mentais em que estamos inseridos” (POMBO, 1998, p.).
Lima (2021) analisando o significado da palavra classificação afirma que:

Dependendo da perspectiva, é vista como uma ciência, isto é,


relacionada a um campo de estudo e suas atividades; como o
produto que resulta do processo de divisão e, simultaneamente, é a
ferramenta utilizada para realizar o processo de classificação. No
entanto, pode-se ver que as definições são orientadas para um
propósito específico. Em todas as abordagens, mantém-se um ponto
em comum: estabelecer uma ordem ou organização das coisas e dos
pensamentos. (LIMA, 2021, p.200) (grifo nosso)

Para Barité (2015), o termo classificação, pode ser definido primeiramente


como uma área do saber

Área del saber, que se ubica dentro de la Organización del


Conocimiento, y por tanto, dentro de la Bibliotecología y la Ciencia de
la Información, que se ocupa de los principios, las leyes y las
aplicaciones correspondientes a la distribución de los conceptos en
universos organizados, con la finalidad de organizar colecciones o
referencias de documentos impresos /o digitales según sus
temáticas. (BARITÉ, 2015, p.47)
31

E em segundo lugar, Barité (2015), percebe a classificação como uma


Técnica intelectual qualificada, na qual integra-se a análise metódica dos
documentos e a atribuição de símbolos, que representam os temas contidos nos
documentos. (BARITÉ, 2015, p.47). A terceira definição do termo apontada pelo
autor se refere a um sistema de organização do conhecimento

Sistema de organización del conocimiento, que presenta uma


estructura organizada de términos correspondientes a un o a todas
las áreas del saber, representados por notaciones, que tiene por
objeto asignar símbolos a los documentos, conforme a sus temáticas,
para agruparlos, separarlos, organizarlos o referenciarlos en una
secuencia lógica e interrelacionada. En este sentido es sinónimo de
«sistema de clasificación. (BARITÉ, 2015, p.47)

E por fim, a quarta definição, afirma que a classificação “En Lógica,


distribución de un conjunto de objetos o fenómenos en un cierto número de
conjuntos parciales predeterminados.” (BARITÉ, 2015, p.47). A esta discussão
convém frisar que a classificação, possui diversos aspectos, ou seja, há
“classificações”. Corroborando com o pensamento de Barité (2015), Gercina, (2021)
contempla o significado da palavra classificação:

Dependendo da perspectiva, é vista como uma ciência, isto é,


relacionada a um campo de estudo e suas atividades; como o
produto que resulta do processo de divisão e, simultaneamente, é a
ferramenta utilizada para realizar o processo de classificação. No
entanto, pode-se ver que as definições são orientadas para um
propósito específico. Em todas as abordagens, mantém-se um ponto
em comum: estabelecer uma ordem ou organização das coisas e dos
pensamentos. (GERCINA, 2021, p.200)

Abaixo há a exposição de algumas definições do conceito de classificação,


dentro do âmbito da Ciência da Informação.

AUTOR CONCEITO
Barbosa, “um processo mental pelo qual coisas, seres ou pensamentos
(1969, p.13) são reunidos segundo as semelhanças ou diferenças que
apresentam”.
Dahlberg "A arte de elaborar sistemas, com alguma ideia intuitiva sobre
(1979, p. divisões, prioridades no arranjo – primeiramente hierarquias e
353), subordinações e finalmente ‘auxiliares’ – era tida como teoria
32

da classificação”.
Piedade Classificar é dividir em grupos ou classes, segundo as
(1977, p. 16), diferenças e semelhanças. É dispor os conceitos, segundo
suas semelhanças e diferenças, em certo número de grupos
metodicamente distribuídos.
É um processo mental habitual ao homem, pois vivemos
automaticamente classificando coisas e idéias, a fim de as
compreender e conhecer.
Gercina, A classificação em geral e a classificação bibliográfica, em
(2021, p.200) particular, foram definidas de maneiras diversas por diferentes
autores e estudiosos. Dependendo da perspectiva, é vista
como uma ciência, isto é, relacionada a um campo de estudo e
suas atividades; como o produto que resulta do processo de
divisão e, simultaneamente, é a ferramenta utilizada para
realizar o processo de classificação.

Mai (2004, “É tentador afirmar que as classificações por natureza são


p.39) relativas e subjetivas, mas, por outro lado, ainda se espera que
as classificações exibam algum grau de estabilidade e
objetividade.”
Albuquerque; Ela se caracteriza pelo processo de agrupar e dividir o
Moraes conhecimento por suas semelhanças, dispor as informações
(2010) de modo que suas relações de analogia se sobressaiam, para
que as ciências, o saber ou documentos possam ser
apreendidos de forma precisa.
Ávila Araújo o elemento essencial que caracteriza um processo de
(2006, p. classificação: a formação metódica e sistemática de grupos, a
117) ação organizante de ordenar um determinado conjunto de
seres ou coisas em agrupamentos menores, a partir de
características semelhantes partilhadas por alguns (que os
incluem dentro de determinado grupo) e não compartilhada
pelos demais (que não pertencem a esse grupo). Nesse
processo, elege-se um critério de divisão, promovem-se
distinções e aproximações, estatutos e avaliações.

Entender algumas das principais características que sobressaem, ao se


refletir a respeito da classificação, se faz necessário. Valendo-se da fala de Piedade
(1977), realça -se a conceitualização de característica da classificação, que está
autora define como a “Qualidade ou o atributo escolhido para servir de base à
classificação ou à divisão chama-se característica ou princípio da classificação ou
princípio da divisão.” (PIEDADE, 1977, p.17). É válido ressaltar que, há tantas
classificações quantas forem as características possíveis de serem empregadas
como base da divisão. Há tantas possibilidades de classificar quantas forem as
semelhanças e diferenças existentes entre os objetos ou as idéias a classificar.”
(PIEDADE, 1977, p.17). Ainda sob o ponto de vista de Piedade (1977), a
33

característica pode ser dividida entre natural ou artificial.

É natural, quando é inerente ou inseparável do objeto a classificar, é


artificial, quando é ocasional, acidental e variável. [...] Uma
classificação artificial baseia-se em características superficiais e
fáceis de observar, mas que não representam relações verdadeiras
e, por esta razão, é uma classificação menos perene. (PIEDADE,
1977, p.18).

A referida autora, chama a atenção para o fato de que a aplicação, de uma


característica/atributo deve ser consistente, completo, abrangente, minucioso e
exaustivo, antes que outro princípio de divisão possa ser empregado. “Em outras
palavras, deve-se aplicar uma só característica de cada vez para subdividir todos os
membros de uma classe1, sem omissão de nenhum deles, antes de pensar numa
segunda característica”. (PIEDADE, 1977, p.18).
Barité (2015) contribui com esta discussão, conceituando o verbete “classe”

En Teoría de la Clasificación, conjunto de conceptos o elementos


definidos por el hecho de poseer al menos un rasgo o una
característica en común. // 2. Cada una de las divisiones principales
en que se despliega un sistema o cuadro de clasificación,
correspondiendo cada división principal a una macrodisciplina o
disciplina. // 3. Notación que corresponde a una división amplia del
conocimiento. // 4. Concepto aislado dentro de un sistema de
clasificación. // 5. En Biología, nivel de uma taxonomía del mundo
animal o vegetal, que se ubica entre el filo o división y el orden..
(BARITÉ,2015, p.46)

A escolha das características no entendimento de Piedade (1977), serve de


base à divisão e está vinculada à finalidade da classificação. E após serem
"estabelecidas as várias características úteis à subdivisão de um assunto, é
necessário determinar a ordem em que serão empregadas.” Barbosa (1969, p.14)
chama a atenção, para o fato que é preciso não confundir a característica de uma
classificação com as características de um sistema de classificação.

A primeira significa o elemento que serve para reunir os grupos


segundo as semelhanças que apresentam, tal como: a côr das roupas,
quando se quer separar um grupo de pessoas em subgrupos, pela côr
das roupas que vestem; a idade, quando se quer separar um grupo de
1
Classe é um conjunto de coisas ou idéias que possuem um ou vários atributos, predicados ou
qualidades em comum. Ex. Mamíferos, Vertebrados, Canários, Animais. PIEDADE, 1977, p.18).
34

pessoas em grupos menores, pelas idades que possuem etc.


A segunda significa as principais qualidades dos sistemas de
classificação, tais como: boa expansão, bom índice, notação
memorizável etc. (BARBOSA,1969, p.14)

As categorias, por sua vez, são as grandes classes, na perspectiva de


Piedade (1977, p.19) “ou mesmo os grandes tipos de fenômenos presentes no
conhecimento em geral ou numa de suas partes.” (PIEDADE, 1977, p.19). Salienta-
se, que Ranganathan (1892 – 1972), grande contribuidor dos estudos vinculados à
classificação, em especial em seus aspectos bibliográficos, definiu cinco categorias
elementares: Personalidade, Matéria, Energia, Espaço e Tempo, (PMEST). (Tal
questão será trabalhada de forma mais completa posteriormente).
Barité (2015) acrescenta ao tema, afirmando que na Teoria da Classificação,
a concepção de categoria, se vincula ao abstrato de tão alta “generalidade que pode
ser perceptível em qualquer ser, substância ou objeto, cuja essência possa ser
analisada a partir uma perspectiva semântica, metafísica ou ontológica.”
(BARITÉ,2015, p.45)

Es, dicho de otra manera, cada modo, forma o clase fundamental


del ser, en la cual pueden agruparse otros elementos relativos a un
objeto. Aristóteles determinó la existência de diez categorías o
géneros supremos (sustancia, calidad, cantidad, relación, duración,
lugar, acción, pasión o sufrimiento, manera de ser, posición).
(BARITÉ,2015, p.45)

Barité (2015) chama a atenção, para o fato que Ranganathan —que


extrapolou a noção para a Teoria da Classificação

Redujo su número a cinco y las reconvirtió em Personalidad, Materia,


Energía, Espacio y Tiempo. Otros autores sugirieron conjuntos
diferentes de categorías, siempre con la ambición de determinar las
abstracciones más generales que pudieran facilitar el análisis de
dominios y la elaboración de sistemas de organización del
conocimiento, con el alcance, la exhaustividad y la especificidad
suficientes de acuerdo a los objetivos planteados. Em Clasificación,
cada categoría corresponde a um nivel de análisis específico y
parcializado de un objeto. Las categorías son mutuamente
excluyentes entre sí. (BARITÉ,2015, p.45) (grifo nosso)

E por fim desta explanação, temos “Gênero [que] é um conjunto de coisas


ou idéias que podem ser divididas em dois ou mais grupos ou espécies. Espécies
35

são os vários grupos resultantes da divisão de um gênero por determinada


característica.” (PIEDADE, 1977, p.23).
Langridge (1977, p. 11) ao desenvolver sua explanação a respeito de
classificação, traz em seu texto, diversas frases que sumarizam e evidenciam alguns
pontos relevantes para aqueles que se dedicam a compreender a classificação.

CLASSIFICAÇÃO EM GERAL (LANGRIDGE, 1977)


 A classificação está sempre com você.
 As classificações simples facilitam o dia a dia
 A organização social requer muitas classificações que variam do simples ao
complexo
 Pode haver várias maneiras de classificar os mesmos objetos ou idéias
 O homem elabora classificações, não as descobre
 A distinção entre classificação natural e Artificial é importante em algumas
circunstâncias
 A escolha da classificação está sempre relacionada a um propósito
 O propósito de classificação em biblioteca é organizar o conhecimento como contido
em livros e outros meios
 A classificação em biblioteca depende de estudos mais fundamentais
 “Conceito” é o termo mais fundamental em todos os estudos relacionados com à
classificação
 Elemento de classe deve ser diferençado de classe-inclusa
 As regras básicas para classificação devem ser encontradas na lógica
 Há limitações quanto ao uso da divisão logica para finalidades de biblioteca

Seguindo com esta reflexão em torno do tema, destaca-se que dentro dos
estudos da Teoria da Classificação há divisões apontadas por alguns autores. E
assim, realça -se a classificação em suas especificidades: sociais, filosóficas e
bibliográficas na perspectiva de Pombo (1998), Piedade (1977), Barbosa (1969)
entre outros. Pombo (1998) a respeito destas especificações evidencia que há
“grandes orientações” que são vinculados pela autora as fases de desenvolvimento
histórico do problema da classificação. Assim, estes principais campos vinculados a
classificação são: ontológica (classificação dos seres), gnosiológica (classificação
das ciências), biblioteconómica (classificação dos livros) e informacional
(classificação das informações) (POMBO, 1998, p.2).
36

Em sua visão Piedade (1977), vincula tais subdivisões da classificação, a


sua finalidade, ou seja, a que se destinam. E esta autora afirma que estas podem
ser: sistemas de classificação filosóficos ou sistemas de classificação bibliográficos.
A primeira: "As classificações filosóficas são as criadas pelos filósofos, com a
finalidade de definir, esquematizar e hierarquizar o conhecimento, preocupados com
a ordem das ciências ou a ordem das coisas.” (PIEDADE, 1977, p.40). Tem-se a
partir deste parâmetro o exemplo das classificações gerais filosóficas, as produzidas
por Bacon (,,,,,), Comte(...).
Conceituando a segunda subdivisões da classificação, a referida autora
afirma que “As classificações bibliográficas são sistemas destinados a servir de base
à organização de documentos nas estantes, em catálogos, em bibliografias etc.”
(PIEDADE, 1977, p.60). São exemplos, as produções de: Dewey, Bliss, Cutter,
Ranganathan. Por fim, há a afirmação que sua perspectiva vem da concepção de
que “Segundo o campo do conhecimento que abrangem, os conceitos incluídos, as
classificações podem ser divididas em classificações gerais ou enciclopédias e
classificações especializadas.” (PIEDADE, 1977, p.60).
As classificações entendidas como gerais, apresentam-se como a
ordenação de todo o conhecimento humano. Já as tidas como especializadas
ocupam-se de um ramo deste conhecimento. (PIEDADE, 1977, p.60). Sendo assim
“As classificações especializadas podem ser científicas, como a classificação das
plantas, feita pelo naturalista sueco Cari von Linné, ou bibliográficas, como a
Classificatíon for MedicaI Ubraríes, de Eileen R. Cunningham.” (PIEDADE, 1977,
p.60).
Aqui, buscando o entendimento destas delimitações evidenciadas pelas
autoras acima citadas, com este intuito, depara-se com a necessidade de um
aprofundamento nas questões referentes à classificação. Inicialmente observa-se a
Classificação pela perspectiva social. Enquanto um fenômeno social, ou seja,
percebida pelo prisma do comportamento de um grupo, sua influência nas ações
humanas, a classificação, desta forma, ocorre em interface com a ação humana uma
interlocução, pode ser mapeada neste ponto a interferência da sociedade nas
classificações criadas, bem como as classificações afetando os indivíduos desta
sociedade.
Albuquerque (2012) enfatiza que desde os primeiros momentos de vida, o
homem “[...] sofre a imersão em um sistema que hierarquiza e denomina,
37

determinado por códigos sociais que expõem a cultura de uma sociedade, e que irá
classificar, de diversas formas, ao longo da vida dessa pessoa, tudo o que vier a
existir ao seu redor.” (ALBUQUERQUE, 2012, p.41). Tal autora, seguindo a seu
propósito, acrescenta que “Também o sujeito, com o conhecimento subjetivo do
mundo, irá se apropriar de formas de nomear e classificar o seu universo.”
(ALBUQUERQUE, 2012. p.41).

Cada grupo social tem maneiras de expor sua cultura e tradição e


de se relacionar com o mundo. Para perpetuar esses fatores, as
classificações agem sobre o contexto social de forma a permitir o
reconhecimento de ações e padrões que estão dispostos entre os
seres e as coisas. As classificações nas sociedades, sejam elas
primitivas ou modernas, constituem relações e perspectivas
hierarquizadas que constroem os conjuntos que representam
códigos exclusivos de determinadas culturas.
(ALBUQUERQUE,2012, p.41).

Neste ponto identifica-se a ideia de Lima (2021, p.201) que argumenta “[...]
que se pode inferir que a classificação está no cotidiano de todos os
comportamentos humanos, mesmo nas atividades mais elementares. E este
raciocínio é reafirmado, pela autora, quando diz que a classificação “É um processo,
quase que instantâneo, que dá habilidade ao ser humano de analisar, sintetizar,
ordenar seu intelecto e estruturar seu conhecimento cognitivamente”. (LIMA, 2021,
p.201).
Tal inferência coaduna com a afirmação de Albuquerque (2012): “Antes de
tudo, a classificação é instintiva, a, mesmo sendo uma atividade intelectual.”.
(ALBUQUERQUE, 2012, p.41). Há, no entanto de se frisar que a partir desta fala
das autoras, o fato que os seres humanos, desde pouca idade e muito antes das
marcas temporais como antiguidade, idade média e contemporaneidade
promoveram e ainda promovem a constituição e a alimentação de diversas
classificações que ocorrem no âmbito sociocultural, são ações vinculadas ao
agrupar, separar buscando em seu cerne a criação de categorias.
Soma-se a este entendimento da classificação, a fala Olson (2002), que
corroborando com o tema afirma que “A classificação é muitas vezes vista como um
processo essencial e natural de agrupamento ordenado para melhor compreensão.”
(OLSON, 2002, p.378). Tal compreensão direciona a classificação, segundo a
autora, se materializa na questão relevante, na qual a classificação é indissociável
38

do seu tempo. Esta autora, percebe a classificação como identificada por alguns
autores como essencial e natural, tal fato, na visão de Hope se torna um tanto
extremada e de seu tempo, mas ainda se reflete em muito pensamento sobre
classificação. (OLSON, 2002, p.378).
Assim, evidencia-se que as classificações são algo construído, e suas bases
estão no contexto sociocultural que o indivíduo ou grupo está inserido , não sendo
inatos ou mesmo naturais (OLSEN, 2002). Esta autora, tem nas teorias de Foucault,
uma análise muito frutífera, pois Olsen, afirma que este teórico, acrescenta aos
discursos de classificação a noção de “[...] que o modo de classificação depende do
contexto, reconhecendo que a classificação pode ser realizada de mais de uma
maneira, mas não questiona a presunção de que a classificação é de alguma forma
inata”. (OLSEN, 2002). “E para além deste fato há de se especificar que o próprio
conceito de classificação social se mostra amplo e possui uma diversidade, bem
como uma complexidade conectada à sua construção.
A referida autora, considera e analisa a construção cultural da classificação
A penetração das classificações aristotélicas as faz parecer
essenciais e naturais. Eles são como pensamos sobre classificação.
Eles são até imitados por mecanismos de busca que tentam
entender a caótica World Wide Web. No entanto, a noção de que
este modelo de classificação foi inventado sugere que pode ser
culturalmente específico. A difusão da classificação aristotélica pode
estar em consonância com a difusão da cultura europeia. (OLSEN,
2002, 385)

Vignaux (1999) No livro O demônio da classificação chama a atenção para


esta questão, expondo que:

O que eu penso do mundo, e não posso pensar o mundo sem


classificar as coisas ou os fenômenos que, a meu ver, o compõem.
Esse é o paradoxo das nossas vidas e da nossa sociedade: tudo se
classifica para ser pensado, tudo se organiza para ser comparado e,
portanto, ser categorizado. (VIGNAUX, 1999, p.09)

Vignaux (1999, p.14) Acrescenta a sua fala, alguns questionamentos: Pode-


se pensar de outra maneira? Pensar sem classificar, sem se opor? E o que é
organizar senão diferenciar para classificar? E por fim, esclarece que “Este jogo de
diferenças e discriminações faz parte de nós; desde a origem, pelo menos de
maneira muito precoce está em nós, para que os sistemas que nos são naturais
possam funcionar”. (VIGNAUX, 1999, p.14).
39

As falas citadas acima, podem ser contextualizadas a partir do exemplo de


classificação elencado no "O idioma analítico de John Wilkins", de Jorge Luís
Borges, apresentado por Mai (2004)

uma certa enciclopédia chinesa intitulada “Império Celestial do


Conhecimento benevolente”. Dentro em suas páginas remotas está
escrito que os animais são divididos em: a) pertencentes ao
imperador b) embalsamados, c) domesticados, d) leitões, e) sereias,
f) fabulosos, g) cães soltos, h) incluídos nesta lista, i) que se agitam
como loucos, J) inumeráveis, k) desenhados com um pincel
finíssimo de pêlo de camelo, l) etc, m) que acabam de quebrar o
vaso n) que de longe parecem moscas

Este excerto, demonstra algumas questões que envolvem o tema


classificação e sua intersecção com o social: os conceitos eleitos, que são
envolvidos e trazidos ao pertencimento de um determinado domínio, uma estrutura,
vinculada a presença de categorias eleitas pelo classificador, a presença de
relações entre estas categorias (vínculo entre as parte e o todo), uma leitura do
mundo (bem peculiar diga-se de passagem), que este o fez, durante a criação desta
classificação, bem como a sua compreensão e entendimento vinculado aos seus
contextos de origem. Este trecho assinala e exemplifica como classificações, têm
seu vínculo com a sociedade que lhe deu origem e podem ocorrer nas mais diversas
esferas, científicas ou não. (MOREIRA).
Destaca-se novamente o fato que, há envolvido na classificação o pensar, o
selecionar e o nomear. Para Gercina (2021, p.201) a “Classificação é um conceito
fundamental em várias áreas, visto que é um processo de nomear e ordenar um
universo do conhecimento.” Partindo desta visão, que envolve a importância do
contexto daquele que produz a classificação, ou seja, o produtor da classificação.
Destaca-se que, este produz registros informacionais que carregam consigo as
marcas do seu domínio, do seu contexto sociocultural, que por sua vez são tão
caros a aqueles que irão se beneficiar e analisar este registro informacional para que
se possa compreendê-lo em sua plenitude. Esta presença, nem sempre perceptível,
a um olhar mais desatento carece de certa atenção.
Salienta-se que a classificação mantém seus princípios e critérios,
presentes, pois a regem e a estruturam, em alguns casos se estabelece em um
segundo plano, vinculando-a ao seu contexto de criação. A não apreensão dos
princípios e critérios, torna a classificação de certa forma incognoscível. Pombo
40

(1998), corrobora com o tema, de forma direta, pois também se utiliza deste trecho
para as suas análises teóricas a respeito da classificação, afirmando que o que
perturba neste fragmento do imaginário de Borges, “[...] o que nos coloca numa
situação de desamparo, de inqualificável mal-estar, é o facto de ele nos confrontar
com classificações insólitas, completamente estranhas às categorias do nosso
pensamento.” (POMBO, 1998p.1).
Destaca-se assim, a elaboração das classificações, que como citado acima
nasce a partir de uma cosmovisão, (SOUSA, 2007) de um interesse, de um ou mais
objetivos, em resumo está ancorado no domínio do seu produtor da sua
compreensão da realidade. Perceber esta presença da classificação e seus
princípios e intenções neste enredo é se aprofundar, sobretudo, implica ir além do
mero conteúdo informacional explícito pela sua materialidade, mas ultrapassar e
buscar o conteúdo informacional implícito, está a se falar dos princípios que regem
cada classificação, a construção social coletiva, que faz presença em cada domínio.
Desta forma, frisa-se a presença da classificação na sociedade, em sua
organização, em seu modo de pensar, em sua ideia de organização social,
econômica e científica, em seus registros informacionais, na sua busca pelo
conhecer para representar. Nesta esteira de pensamento, temos vários exemplos
(nem sempre positivos, mas vinculados a seu período de desenvolvimento):
categorias sociais, divisão de trabalho, divisão por gênero, científica, classificações
eurocêntricas, CID-10 (classificação universal de doenças) entre tantos outros
sistemas de classificação que buscam a padronização.
Langridge (1977) chama a atenção, para o fato que “A escolha da
classificação está sempre relacionada a um propósito.” E este autor segue
afirmando que “A organização social requer muitas classificações que variam do
simples ao complexo” (LANGRIDGE, 1977, p. 13) estamos a falar inclusive da
criação e classificação do registro do conhecimento.
Albuquerque (2012), pode ser convocada nesta reflexão pois afirma que
“Muitos autores, em suas respectivas áreas de estudo, relacionaram as
classificações ao que a sociedade manifesta como as suas formas de pensamento e
organização.” (ALBUQUERQUE, 42). Está a se aproxima de uma fronteira que
envolve a classificação, os conhecimentos em especial os científicos e a filosofia.
Partindo dessas acepções acerca das classificações sociais, passa-se a
estender esta análise a uma realidade cotidiana da sociedade, que tem na crescente
41

criação dos registros informacionais, que coaduna com a organização do


conhecimento, em especial das ciências. Albuquerque (2012), neste sentido assinala
que “Em seus diferentes estágios de desenvolvimento, as classificações, sejam
filosóficas ou bibliográficas, buscam a divisão para encontrar a chave do
conhecimento e a melhor organização de objetos e fatos”. (ALBUQUERQUE,2012,
p. 51).
Em resumo, há vários usos da classificação pela sociedade, vinculada ao
registro do conhecimento, a ação de organização do conhecimento , uma busca pelo
ordenamento, organização, bem como a representação deste conhecimento.
AQUI FECHAR O PARAGRAFO

2.5.3 Classificação Filosófica organizar, se for falar das classificações


filosóficas, elas devem vir primeiro

Classificação, por estar presente na sociedade, presente na criação dos


registros do conhecimento, também está presente na demanda de reunir, organizar
e representar os conhecimentos humanos. Barbosa (1969, p.13) refletindo a respeito
deste tema classificação, assegura que “A necessidade de reunir os conhecimentos
humanos numa ordem lógica levou os filósofos ao estabelecimento de grandes
agrupamentos, cuja ordem variava segundo os conceitos de cada um. Esta busca
pela ordem, pela lógica propiciou aos filósofos o estabelecimento de grandes
agrupamentos, cuja ordem variava segundo os conceitos de cada um.
(BARBOSA,1969, p.13). Esta autora, desenvolvendo um retrospecto dos sistemas
existentes, em especial os que maior tiveram predominância na história da
classificação afirma que

Alguns classifistas os enquadram em três grandes grupos, a saber:


a) antigos;
b) práticos, sem base científica;
c) práticos, com base científica (BARBOSA,1969, p.42).

Esta autora coloca tal questão de forma imagética, o que possibilita visualizar os
filósofos que estão presentes na visão desta autora neste percurso histórico: Platão,
Aristóteles, Porfírio, Capella, Cassiodoro, Gessner, Bacon, Comte.
42

Fonte: (BARBOSA,1969, p.42). VOU DIGITAR

As Classificações filosóficas, na visão de Dalberg, como o próprio nome já


revela, tem suas bases e considerações imbricadas na busca pela esquematização
do conhecimento humano, propostas por filósofos. Piedade (1977) afirma que

Surgiram quando os sábios compreenderam que o Universo é um


sistema harmônico, cujas partes estão dispostas em relação ao todo,
que há uma hierarquia das causas e dos princípios e, portanto, uma
hierarquia e uma relação entre as ciências que os estudam, e
resolveram esquematizar estas hierarquias, criando as classificações
filosóficas. (PIEDADE, 1977, p.60).

Por classificações filosóficas, Souza (2007, p.9) com concordância com


Piedade afirma que também são conhecidas pelas denominações: classificações
filosóficas, classificações do conhecimento, classificações metafísicas ou
classificações das ciências e são criadas pelos filósofos com a finalidade de definir e
hierarquizar o conhecimento. Souza (2007, p.9) chama a atenção para a questão
que “[...] não existe consenso sobre a origem da história das classificações. Alguns
autores consideram Platão como o primeiro a se preocupar com as classificações
43

filosóficas. Outros, como Dahlberg, entendem que Aristóteles tem essa primazia”.
Langridge (1977) afirma que os filósofos investigam os tipos de
conhecimento. O referido autor afirma que o mesmo conjunto de objetos ou “[...]
deias podem ser classificados de formas diferentes para propósitos diferentes. Não
deve, portanto, ser surpreendente de fato-de que os filósofos usam vários princípios
para dividir o conhecimento”.

Por exemplo; ele pode ser dividido de acordo com o conhecedor,


como na divisão do conhecimento em três partes conhecimento
animal; conhecimento humano e conhecimento divino podem ser
dividido de acordo com os meios de apreender, [...] (LANGRIDGE
(1977)

Ávila Araújo (2006, p.121) aborda esta questão da presença da logica


aristotélica

É na lógica aristotélica [...] que são encontradas as primeiras


contribuições para a formulação de uma teoria da classificação. A
primeira contribuição de Aristóteles diz respeito à divisão dicotômica
dos objetos em gênero e espécie. Trata-se de uma hierarquização
conceitual que divide um tema geral em espécies a partir da
aplicação de uma característica classificatória. (ÁVILA ARAÚJO,
2006, p.121)

a fala Olson (2002), de que a penetração das classificações aristotélicas na


sociedade as faz parecer essenciais e naturais, se estende a esta questão, pois esta
se envolve com a logica, com a hierarquização tão caras a classificação das ciencias
AQUI .... PORFIRIO , ...
A classificação científica, segundo Albuquerque (2012) são desenvolvidas a
partir das observações empíricas a respeito dos seres e de seus meios, como as
classificações sociais, mantém uma organicidade e hierarquia. Convém destacar
que,

[...] as categorias aristotélicas, todas importantes para a constituição


da base filosófica dos muitos sistemas de classificação que seriam
elaborados a posteriori, são elementos necessários para a
construção e organização do conhecimento científico, pois
classificam de modo a se ter conhecimento do que são as unidades
classificadas, permitindo, assim, o estudo e aprofundamento em um
determinado objeto da ciência. A classificação se estabeleceu com a
fundamentação de teorias filosóficas e científicas que deram base ao
seu desenvolvimento. (ALBUQUERQUE, 2012, p.60)
44

AQUI San Segundo Manuel (1996), E AS DIVISÕES DO CONHECIMENTO


Destaca-se, com o passar do tempo, com as mudanças na sociedade o “[...]
sistema aristotélico foi sendo substituído por outros elementos como o próprio tinha
previsto, e as novas áreas eram incorporadas devido ao desenvolvimento do
conhecimento.” (ALBUQUERQUE, 2012, p.63). A referida autora, coloca ainda que
com a Renascença, há o abandono da síntese de Aristóteles, além da separação
entre a filosofia e a ciência, bem como a ciência ganhou os contornos mais próximos
do que conhecemos hoje. (ALBUQUERQUE, 2012).
Barbosa (1969) destaca que Platão é o primeiro a agrupar os conhecimentos
segundo bases filosóficas.

Mais tarde, Porfírio, em sua célebre Árvore, deu o primeiro exemplo


de uma classificação binária. Foi Cassiodoro que, ao dividir as Artes
Liberais originou o Trivium e o Quatrivium, usados depois, como
currículo nas escolas da Idade Média. Gessner deu à história da
classificação o primeiro exemplo de arranjo de livros de acordo com
o uso científico da época; daí ser o seu sistema considerado por
muitos, como o primeiro sistema de classificação bibliográfica. Mas,
foi Bacon, com a Chart of Learning o que maior influência exerceu
nos modernos sistemas de classificação, tal como os de Harris,
Jefferson, Cutter e Library of Congress. (BARBOSA, 1969, p.41)

Seguindo nosso percurso, na contemplação da classificação, inicialmente


evidenciou-se as características e implicações da classificação social,
sequencialmente se percorreu as características da classificação filosófica, e aqui,
depara-se com a necessidade de se fazer uma reflexão a respeito da classificação
bibliográfica.
Barbosa (1969, p.14) destaca que a classificação bibliográfica — isto é,
aquela aplicada os livros

Como o processo de reuni-los em grupos, segundo os assuntos que


abrangem, enquadrá-los num sistema pré-estabelecido, dando-lhes,
ao mesmo tempo, um lugar certo na coleção, ou seja, uma
localização relativa.
A classificação de livros é, nada mais nada menos, que a
classificação dos conhecimentos humanos, adaptada à forma
material dos livros. O livro, por sua forma física, só pode estar num
lugar na coleção. Então, quando êle tratar de vários assuntos se
escolherá um dêles, de acôrdo com a especialidade da biblioteca,
ficando aos catálogos a função de relacionar os outros. (BARBOSA,
45

1969, p.17)

A classificação de livros está atrelada a classificação dos conhecimentos


humanos, que fora adaptada à forma material dos livros, ou seja, um registro
informacional. Piedade (1977) define Classificações Bibliográficas como

As classificações bibliográficas procuram estabelecer as relações


entre documentos para facilitar sua localização. As finalidades das
classificações bibliográficas são:
1. a ordenação dos documentos nas estantes ou nos
arquivos;
2. a ordenação das referências nas bibliografias ou das
fichas nos catálogos (PIEDADE, 1977, p.65).

Levando em conta está explanação a respeito das classificações


bibliográficas temos que destacar a presença do conceito e sua forte influência nesta
classificação. Barros, (2016) este tema referente ao conceito, sua interface com a
linguagem, com a ciência (Em relação a tal aspecto, salientam-se que este autor
ressalta quão imprescindível foi o papel dos conceitos na formação das ciências.
Albuquerque (2012), corroborando com esta questão afirma que

Os conceitos estão ligados à classificação pela maneira como


dividimos e juntamos mentalmente objetos, pessoas, fatos, com isso
dando características a cada um e montando, como um quebra-
cabeça de significados, vários níveis e divisões de termos e palavras
que se estendem até nossas ações cotidianas. (ALBUQUERQUE,
2012, p.52)

Voltando ao fragmento citado por Mai (2004) e Pombo (1998) permite


perceber a presença implícita, deste importante componente da classificação, como
dito acima – o conceito. Convém, no entanto, frisar que há concepções, da
representação, que cria e mantém inferências (em uma concepção de validade e
não validade, de pertencimento e não pertencimento para aquele domínio escolhido
para desenvolver a classificação) como por exemplo o conjunto de conceitos
utilizados para nomear as categorias que dividem os animais.

Podemos definir a “vontade de conceito” como impulso que,


nos seres humanos, agrega-se à simples “vontade de nomear”
– levando a examinar, planejar e instrumentalizar as
implicações dos nomes de modo a atender a demanda de
46

representar, organizar e dar sentido ao mundo que seja


compatível com aquilo que é apreendido através de meios
diversos. Estas duas instâncias – a vontade de “nomear” e a
vontade de, aprofundando-se nas relações internas e externas
do nome “conceituar” – são aspectos humanos bem
característicos. (BARROS, 2026, p. 12).

Nota-se que o nomear e o representar envolvem-se intimamente com o


conceito2. Seguindo esta percepção a respeito da classificação, tem-se na fala de
Sousa (2007), este vínculo entre o conhecer, classificar e representar, pois para este
autor, parece haver “[...] certo consenso entre os autores sobre a natureza humana
do processo classificatório, mas isto não quer dizer, como alguns concluíram
anteriormente, que há uma classificação absoluta do mundo a espera de ser
descoberta” (SOUSA,2007, p.7).

Classificar é, sobretudo, representar para poder conhecer. Essa


representação é sempre parcial e nunca do todo, pois há
limitações na forma do homem ver a realidade, que são
definidas por fatores sociais, culturais, ideológicos etc. Portanto,
não descobrimos, mas sim elaboramos classificações a partir de
nossa cosmovisão, de nossos interesses, de nossos objetivos.
(SOUSA,2007, p.7). (grifo nosso)

Para Barros (2016) este processo, reserva, para si, o fato de haver
elaborações e reelaborações teóricas, retirando a possibilidade de aceitar os
conceitos como dados. O argumento deste autor é o fato, que estes conceitos são
criações humanas e por consequência são colocados e os recolocados em
permanente discussão (BARROS, 2016, p.18).
Barros (2016) afirma que o uso dos conceitos se estabelece de igual
maneira por inúmeras práticas que não apenas as da ciência. (BARROS, 2016,
p.09). Deste modo

Há conceitos utilizados pelos praticantes de magia por aqueles que


elaboram saberes místicos ou por todos os que professam religiões.
Essas últimas costumam acomodar os seus pecados e virtudes os
seus mandamentos ou as suas hierarquias sobrenaturais a uma rede
conceitual que se aprende quase sem querer [...] o leitor praticante
nem mesmo se dê conta de que foram criadas as mais diversas
categorias e conceitos para acomodar sua fé e organizar os seus
2
Dalhberg (1978),a afirmação que “[...] o conceito é a unidade de conhecimento que surge pela síntese dos
predicados necessários relacionados com determinado objeto e que, por meio de sinais linguísticos, pode ser
comunicado.” (DALHBERG, 1978, p. 104).
47

anjos e os demônios. (BARROS, 2016, p.09).

No entender de Barros (2016) não se trata apenas de denominar, as coisas,


objetos, pessoas, sentimentos, pois esta ação se mostra segundo o autor um hábito
antigo entre os seres humanos,

[...], mas de compreender com maior precisão as características de


cada fenômeno ou objeto - de forma muito bem delineada – e ato
contínuo de agrupar os casos específicos em categorias maiores as
quais deveriam ser elaboradas tendo em vista todas as suas
implicações e possibilidade de relação entre em contraste com as
outras. (BARROS, 2016, p.14).

Barros (2016, p.16) fundamenta assim, que foi preciso nomear, para tentar
compreender. Assim, os conceitos na visão deste autor ajudam a organizar, no caso
científico, por exemplo, o domínio que pretende examinar. No caso do trecho
utilizado como exemplo, são os animais pertencentes a um certo domínio. Levando
em conta este raciocínio, há uma esteira de acontecimentos presentes: O nomear,
ou seja, o uso dos conceitos, atrela-se a uma tentativa de compreender (e entender
o todo por partes, por exemplo), que por sua vez oferece, a possibilidade de se
realizar uma representação do conhecimento.
Gercina, (2021, p.200) num esforço de buscar se aprofundar nesta questão
da classificação e em suas conceitualizações, afirma que há definições que são
orientadas para um propósito específico, mas “Em todas as abordagens, mantém-se
um ponto em comum: estabelecer uma ordem ou organização das coisas e dos
pensamentos.”. O classificar, à vista disso, busca estabelecer uma ordem ou
organização das coisas e dos pensamentos, como afirmou a autora. Salienta-se
que, há casos como esse, mas há também novas leituras, novos aprofundamentos,
no que se direciona ao conceito de classificação, em especial no campo da Ciência
da Informação.
AQUI divisões da classificação bibliográfica
Divisão do conhecimento

BARROS, Jose D'A. Uma teoria é um modo de ver. Interfaces da educação , v.23,
n.10, pág.28-57, 2019.https:///doi.org/10.26514/inter.v10i29.390
48

NUNES, Leiva. Da Classificação das Ciências à classificação da Informação: uma


análise do acesso ao conhecimento. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Acesso em 18 de agosto de 2017
PIEDADE, Maria Antonietta Requião. Introdução à teoria da classificação. Rio de
Janeiro: Interciência, 1977. p. 60
DAHLBERG, I. Teoria da classificação, ontem e hoje. In: CONFERÊNCIA
BRASILEIRA DE CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA, 1976, Rio de Janeiro. Anais...
Rio de Janeiro: IBICT; Brasília: ABDF, 1979. p. 352-370.

SALES, Rodrigo de. O diálogo entre a organização do conhecimento e a ciência


da informação na comunidade científica da ISKO-Brasil. In: Encontro Nacional
de Pesquisa em Ciência da Informação, 16., 2015, João Pessoa. Anais... João
Pessoa: UFPB, 2015. p. 73–84. Disponível em:
https://brapci.inf.br/index.php/res/download/187125. Acesso em: 01 mar. 2023.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução Bernardo Leitão. 1. ed. São


Paulo: Editora da UNICAMP, 1990. 476p

BARROS, Jose D'A. Uma teoria é um modo de ver. Interfaces da educação , v.23,
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NUNES, Leiva. Da Classificação das Ciências à classificação da Informação: uma


análise do acesso ao conhecimento. 2007. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Acesso em 18 de agosto de 2017
PIEDADE, Maria Antonietta Requião. Introdução à teoria da classificação. Rio de
Janeiro: Interciência, 1977. p. 60
DAHLBERG, I. Teoria da classificação, ontem e hoje. In: CONFERÊNCIA
BRASILEIRA DE CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA, 1976, Rio de Janeiro. Anais...
Rio de Janeiro: IBICT; Brasília: ABDF, 1979. p. 352-370.

A relação entre o OC e outras atividades cotidianas: coletar, classificar,


nomear, colecionar e organizar

Aqui, depara-se com as questões de ordem informacional, social, ou mesmo


científico acadêmico presentes nos 184 anos que a sociedade manteve uma relação
informacional, cultural, memorialística com a imagem fotográfica, mais
especificamente com o seu acúmulo, o álbum fotográfico. Um universo
epistemológico que se instaura e é ancorado por questões vinculada ao fomento de
conhecimentos, a classificação dos saberes, a organização, o contexto sociocultural,
49

a utilização como um recurso informacional, ou mesmo um instrumento de pesquisa


por diversas ciências, ou seja, se inserindo na produção de saber científico,
fomentando ou mesmo se alinhando aos preceitos do colecionismo e claro a
Organização do Conhecimento.
A diversidade destacada acima, essa flexibilidade e poder de adaptação,
torna sensível a necessidade de se refletir o álbum fotográfico com base em sua
epistemologia, como gerador de conhecimentos, em seus diversos contextos para
se possa buscar o seu entendimento de forma mais amplo. Tal rastreamento, não
tem como objetivo principal a informação registrada imageticamente, mas sim a
produção deste registro, seus vínculos com a sociedade que o gerou. Julga-se
conveniente esboçar um traço originário nesta produção o enlace entre:
colecionismo e a classificação
Menegat (2005, p.05) afirma que poucas “[...] atividades cognitivas humanas
têm a transversalidade e duração do colecionismo. Essa forma de selecionar coisas
e estabelecer uma significação remonta à pré-história e, mesmo, ao processo de
evolução da espécie humana”. O desenvolvimento de produtos, instrumentos
segundo este autor ocorre a partir da seleção de materiais no caso dos grupos
primitivos de Homo sapiens modernos, Menegat (2005, p.05) lembra que são
identificados como coletores e caçadores. “Coletando e diferenciando elementos,
tornou-se possível estabelecer uma classificação das coisas, que precisa ser
explicada, entendida ou nomeada.
As diversas sociedades, nos deixaram como registros de sua existência,
seus conhecimentos, registrados em diversos materiais que percorreram este
processo de criação. Conhecimento registrado de várias formas, seja textual,
imagética, sonoro ou mesmo pela somatória de ambos, em diversos ambiente -
analógico ou digital. Gerando novos conhecimentos, respostas a questões,
desenvolvendo habilidades, promovendo memorias, sentimentos de pertencimento,
ou mesmo favorecendo o avançar do entendimento e compreensão de um local,
período histórico, de uma sociedade ou mesmo um tema de nosso interesse.
Destaca-se que os registros, por sua vez que tem em sua origem o pensar e
coletar e possuem uma forma, uma materialidade, bem como funções e usos.
Carregam consigo valores escolhas, vínculos que durante os processos de
organização e a representação tem neste contexto de origem um aporte de grande
importância.
50

As fotografias e o seu acúmulo, o álbum fotográfico, vistos como um registro


do conhecimento, como um recurso informacional 3
carrega consigo, aspectos da
sociedade que lhe deu origem, tais aspectos estão representados por meio das
escolhas desenvolvidas, visando a divulgação, o documentar, o congelar uma cena,
uma memória, ou mesmo criar uma memória. Mas nos parâmetros do colecionismo
de fotografias, estas adquirem uma perspectiva, um enredo, uma narrativa, passam
por um crivo de seleção, recolhimento, uma desnaturalização inicial para adquirir
outra por meio da classificação e descrição. Uma busca por alocar estas imagens
em uma formatação, que traga o significado desejado, uma significação que envolve
a essência do projeto que visa promover e alinhavar informações, produzindo em
sua finalidade a fonte desta pesquisa: o álbum fotográfico.
A estreita relação entre o colecionismo de imagens fotográficas e a
classificação desenvolvida durante a criação do álbum fotográfico, será
desenvolvida com mais profundidade a seguir

A relação entre o OC e outras atividades cotidianas: coletar

O filósofo francês Jean Baudrillard, em “O sistema dos objetos” (1993)


percebendo as características do colecionismo, expõem que a sua principal
característica é o seu envolvimento com o enredo da paixão. O gosto pela coleção,
estaria alinhavado a uma natureza de jogo passional. (BAUDRILLARD, 1993).
Assim, o álbum se insere neste contexto por meio do acúmulo e da paixão,
que se estende para além e se estabelece na Organização do Conhecimento.
“Admitamos que nossos objetos cotidianos sejam com efeito os objetos de uma
paixão, a da propriedade privada, cujo investimento afetivo não fica atrás em nada
àquele das paixões humanas, paixão cotidiana que frequentemente prevalece sobre
todas as outras, que por vezes reina sozinha na ausência das outras.”
(BAUDRILLARD, 1993, p.93).
Baudrillard (1993), expõem que há alguns traços relevantes dentro
colecionismo: o ser ou possui singularidade, a posse deste objeto, ser uma
sucessão de objetos ou mesmo a repetição destes, há ainda em destaque uma
profunda relação entre o objeto e o indivíduo, e por fim, este autor destaca a
organização destes objetos. “Só uma organização mais ou menos complexa de
3
O álbum como um recurso informacional ver Santos 2017
51

objetos, que se relacionem uns com os outros constitui cada objeto em uma
abstração suficiente para que possa ele ser recuperado pelo indivíduo na abstração
vivida que é o sentimento de posse.” (BAUDRILLARD, 1993, p.95).
Partindo desta fala do autor, percebe-se a organização desta coleção como
algo relevante, pois esta ação se apresenta como um empreendimento apaixonado,
que se estabelece por meio da posse, e da sua organização, tanto estrutural quanto
a relacionada aos conhecimentos que ali estão presentes e representados.
Transportando esta questão aos álbuns, esta organização e sua relevância, se
estabelece entrelaçada a determinada narrativa que se deve ser feita, ou seja,
organização e narrativa dos álbuns fotográficos, convergem.
Nesse sentido, Baudrillard (1993), complementa afirmando que ao se
tratando da organização, a coleção possui um arranjo, uma classificação que se
relacionam para além desta questão narrativa e se aloca na manipulação destes
objetos, dentro do jogo colecionador, que ordena, classifica e distribuí. Percorrendo
assim, segundo o autor a preocupação com a informações relacionadas a função de
sua ordem em uma série e seus encantos singulares. há uma preocupação com
relação a sua ordem e seus possíveis agrupamentos.
Baudrillard (1993) coloca em evidência que a estrutura do sistema
possessivo da coleção e sua indiscutível ligação final com a pessoa do
colecionador. “Os objetos não nos auxiliam apenas a dominar o mundo por sua
inserção nas séries instrumentais — auxiliam-nos também, por sua inserção nas
séries mentais, a dominar o tempo tornando-o descontínuo, classificando-o do
mesmo modo que os hábitos, submetendo-o às mesmas forças de associação que
regem o arranjo no espaço” (BAUDRILLARD, 1993, p.102).
Esta domesticação e a manipulação apontada pelo autor do tempo, que
ocorre neste circuito fechado que se instala em determinadas coleções, se alinha ao
tipo desta coleção, como por exemplo no caso dos álbuns há em pauta a memória, o
tempo, a informação, os conhecimentos, enfim, saberes que se instalam entre tantos
outros elementos que o colecionador busca domesticar e manipular.

A um dado momento torna-se característica da coleção uma ruptura


que a arranca a seu 'sistema involutivo e a determina para um
projeto ou exigência (de prestígio, cultural, comercial — pouco
importa, desde que o objeto acaba por colocar um homem em face
de outro: trata-se então de uma mensagem). (BAUDRILLARD, 1993,
p.113).
52

Esta ruptura, e consequentemente esta mensagem, exposta por Baudrillard


(1993), ao ser transportada aos parâmetros do álbum fotográfico e a Organização do
Conhecimento, tem-se como pano de fundo, a classificação arbitrária. O autor citado
acima, expõem um traço importante da formação das coleções de fotografias e a
sua relação com a classificação,

Contudo, qualquer que seja a abertura de uma coleção, há nela um


elemento irredutível de não-relação com o mundo. Por se sentir
alienado e volatilizado em um discurso social no qual as regras lhe
escapam é que o colecionador procura reconstituir um discurso que
lhe seja transparente, já que detém os seus significantes e que o
último significado de tal discurso vem a ser no fundo ele mesmo. Mas
está fadado ao fracasso: acreditando ultrapassar não vê que
transpõe pura e simplesmente a descontinuidade objetiva aberta em
uma descontinuidade subjetiva fechada em que a própria linguagem
que emprega perde qualquer valor geral. (BAUDRILLARD, 1993,
p.113).

Elementos como a descontinuidade subjetiva apontados por Baudrillard


(1993), reforçam a se destacar que os profissionais da área da Ciência da
Informação, ao terem a missão de trabalharem com tais recursos informacionais,
não se esqueçam de tais questões, e se vinculem a necessidade de serem
identificados os elementos que foram a base desta coleção, e que se tornaram tão
fortes que se alinharam a narrativa pretendida pelo colecionador.
Neste sentido, há a necessidade de se evidenciar o fato que há neste
processo, a sempre sedutora e problemática leitura superficial das imagens das
fotografias que compõem os álbuns fotográficos. Tal fato é contraposto pela
necessidade de se instigar e refletir a respeito desta relação entre a formação do
álbum fotográfico, o colecionismo e a classificação arbitrária, pois há sem dúvidas
uma simbiose entre estes.
Esta ação, se enquadra nas questões relacionada entre os indivíduos
colecionador e a sociedade, entre o indivíduo e a Informação e o conhecimento e o
seu acúmulo, indivíduo e a sua compreensão de mundo, indivíduo e a paixão pelo
colecionismo, ou mesmo entre este e a sua relação proximal com as mudanças dos
hábitos de consumo trazidos pelo capitalismo.

Coletar e selecionar está entranhado no processo cognitivo humano


não apenas em termos do reconhecimento das diferentes coisas que
existem no mundo, como objetos e bens materiais para entender o
53

mundo, o homem também colecionou os modos de entendimento e


as cosmogonias que elaborava na forma de mitos. Lévi-Strauss, um
dos mais importantes antropólogos do século XX, refere-se ao mito
como uma coleção de restos de fatos, restos de narrativas presentes
na história de um grupo. Explicações que vão sobrando na memória
de um grupo e, assim, vão sendo acrescentadas ao mito, como uma
colagem ou melhor, bricolagem. Isso constitui uma forma de pensar o
mundo e as coisas que o constituem. (MENEGAT, 2005, p.5)

Menegat (2005), analisando a epistemologia e o espírito do colecionismo,


evidencia que a humanidade e a atividade de colecionar conhecimentos, seus
saberes, e transformar tais conhecimentos e disponibilizar o acesso e a divulgação
as novas gerações, se instala na necessidade de coleta, seleção de materiais, que
está vinculada a tentativas de explicar e entender o mundo.
Coletar e selecionar está assim, entranhado no processo cognitivo humano
[...].” (MENEGAT, 2005, p.05). Desta forma há um início apara o conhecimento das
diferentes coisas que existem no entorno e no contexto, estamos a falar de objetos,
fenômenos, situações tornam possível entender o mundo. Menegat (2005, p.05)
revisitando as ideias de Lévi-Strauss, destaca a relação entre o colecionismo e o
conhecimento, e afirma que este antropólogo “[...] refere-se ao mito como uma
coleção de restos de fatos, restos de narrativas presentes na historicidade de um
grupo” (MENEGAT, 2005, p.05). Este perfil de coletor, acumulador e de classificador
segundo este autor, constitui uma matriz de pensamento em relação ao mundo, aos
fenômenos e as coisas que o constituem. Destaca-se que citando Lévi-Strauss, o
referido autor afirma que “toda classificação é melhor que o caos” (MENEGAT, 2005,
p.05).
Seguindo seu cronograma aponta que na Idade Moderna, a atividade de
colecionar renova-se e adquire novos significados, em destaque nas artes e nas
ciências, concebendo aspectos que ganham amplos públicos e, com isso, também,
o estatuto cultural, as cortes e o poder. (MENEGAT, 2005, p.6)

Dos gabinetes de curiosidades as grandes exposições universais e


museus, há um trabalho árduo de colecionar e explicar que
ultrapassa os limites ciência e encontra ressonância com o público,
as instituições e as políticas públicas. Essas identidades se
estabelecem na semelhança – todos seres humanos de alguma
forma colecionam coisas, afetos e memorias [...] a mente humana
tornou-se capaz de reconstruir um passado em que sequer o homem
vivia nele. (MENEGAT, 2005, p.6).
54

Com um salto temporal temos que

No início do século XX, o colecionismo sofreu um rebaixamento


epistemológico inaudito. O gênio de Rutherford [1871-1937], por
exemplo, declarou que as ciências que não possuíssem teorias
formalizáveis não passavam de colecionadoras de selos. As teorias
da física apresentavam-se não mais como explicações de coleções
do mundo natural, mas apenas de partes desse mundo selecionadas
nos e pelos laboratórios. (MENEGAT, 2005, p.06).

Menegat (2005, p.05) destaca-se que, nos dias atuais, milhares de imagens são
geradas e colecionadas por telescópios potentes, como o Huble. Tal coleção fornece
conhecimento de uma diversidade de corpus celestes, galáxias, nuvens cósmicas,
estrelas e planetas por exemplo. (MENEGAT, 2005, p.06).
Partindo dos questionamentos
Na espessura do mundo presente, da revolução da informação e da
tecnociência, o que sobra dessa atividade fundadora do nosso modo
de pensar e ser? Ou melhor: em que outros quadros epistemológicos
são possível inserir o colecionismo? Qual a sua dimensão nas artes,
na cultura e, mesmo, no cotidiano? Que novas fronteiras podemos
estabelecer? Podemos prescindir de nossa memória histórica,
cultural e natural? [...] Qual o papel e o espaço das coleções públicas
e privadas?

Tem-se que em destaque o colecionismo, a classificação como vista pelo


autor como uma atividade fundadora do nosso modo de pensar e ser, das
experiências vivenciadas pelo homem. Em relação a tal aspecto, no entender de
Menegat (2005, p.08) o colecionismo manifesta-se como “[...] um dos fundamentos
culturais de mais profundo enraizamento e de mais amplas consequências em toda
a trajetória humana” (MENEGAT, 2005, p.08). Coleciona-se palavras, gestos, visão
de mundo, memórias, que alinhados formam um conhecimento, uma narrativa que
classificação e organizam as atividades cotidianas bem como as cientificas.
Barros (2016) ao dissertar a respeito da questão conceitos evidencia que a
humanidade precisou criar conceitos, para nomear ou conceitualizar a compreensão
de alguma realidades vivenciadas, entre estas há o lançamento de classificações
vocabulário específicos por exemplo, tais como os vinculados ao astronômico, ao
antropológico, ao geográfico, ao sociológico. Estamos a observar os colecionismos
de conhecimentos, que se instalam nas definições dos conceitos, que são
55

acumulados/colecionados e são o arcabouço teórico das mais diferentes ciências,


inclusive a Ciência da Informação.

A relação entre o OC e outras atividades cotidianas: coletar

Baudrillard (1993), expõem que o colecionismo, possui uma estreita relação


com a organização, bem como possui traços relacionados a posse e a singularidade.
A posse do objeto ou dos objetos, entendidos aqui como imagens fotográficas
percorrem a questão da relação entre o objeto e o indivíduo, que por fim, promove a
organização destes objetos, entendidos neste texto como a classificação primária.
“Só uma organização mais ou menos complexa de objetos, que se relacionem uns
com os outros constitui cada objeto em uma abstração suficiente para que possa ele
ser recuperado pelo indivíduo na abstração vivida que é o sentimento de posse.”
(BAUDRILLARD, 1993, p.95). Partindo desta fala do autor, percebe-se a
organização desta coleção como algo relevante, pois esta ação se apresenta como
um empreendimento apaixonado, que se estabelece por meio da posse, e da sua
organização, tanto estrutural quanto a relacionada aos conhecimentos que ali estão
presentes e representados.
Nesse sentido, Baudrillard (1993), complementa afirmando que ao se
tratando da organização, a coleção possui um arranjo, uma classificação que se
relacionam para além desta questão narrativa e se aloca na manipulação destes
objetos, dentro do jogo colecionador, que ordena, classifica e distribuí. Percorrendo
assim, segundo o autor a preocupação com a informações relacionadas a função de
sua ordem em uma série e seus encantos singulares. há uma preocupação com
relação a sua ordem e seus possíveis agrupamentos.
Tomando-se por base o exposto neste capítulo, ou seja, o registro
informacional imagético sobre a luz do colecionismo, possibilita ser identificados
algumas questões profundas, apontadas acima, que a presença dos elementos do
colecionismo, que são transpostos pela narrativa que o sistema de classificação
proporciona em estrutura do álbum. A compreensão destes elementos do
colecionismo, ou seja, coletar, organizar, ordenar distribuir além de possibilitar o
emergir a estrutura do álbum, possibilita perceber as significações aparentes e as
que estão submersas nas sedutoras imagens. Esta análise sobre as presença do
colecionismo se estende no sentido de não permitir durante os processos da OC,
56

uma leitura superficial, uma não observância a seu contexto de coleta e organização
em diversos espaços e contextos sociais, ou vistos com um olhar que não se
aprofunde e estabeleça relações em especial memorialística desta reunião de
objetos imagéticos ou não em uma ordem.
Sobre esta perspectiva do colecionismo, o álbum fotográfico, pode ser
avaliado e estudado sobre a abordagem da sua criação, e gerando assim, sua
gênese, mas para além desta há o destaque que este tipo de recurso informacional,
se torna um projeto, uma coleção que se refere ao seu criador, que pode levar
décadas para que seja completada, pois acompanha a vida desta pessoa ou grupo ,
ou seja as origens e composição do conjunto seguem a diversidade, seja com a
compra (em lojas de tipografia que comercializavam fotografias da cidade por
exemplo), a contratação de fotógrafos, roubo , a circulação das imagens entre
familiares, a aquisição de coleções de outros, enfim, há conhecimentos, memórias,
pertencimentos ou mesmo proposta de criação anteriores, afetos envolvidos além é
claro da sua organização, classificação, diagramação e conservação.
Perceber nesta amalgama a presença de práticas sociais, como por exemplo
a ação de reportagem, que procura fragmentos (fotografias, recortes de jornais, ou
seja, registros imagéticos e textuais fora do estúdio fotográficos, fora do ambiente
pré-moldados e de suas formulas e contextos pré-estabelecidos) que demonstrem
algo relevante para fazerem parte deste álbum, são exemplos, registros referentes
ao avanço e a transformação urbana, industrial, paisagístico, ou mesmo
demarcando a presença de monumentos em espaços públicos e privados.
Há ações com roteiros como por exemplo os registros de ritos de passagem
e a venda destes álbuns de forma fechada, como por exemplo álbuns de casamento,
primeira comunhão, entre outras atividades ligadas ao cotidiano religioso e social)
também fazem parte desta amalgama, que possui em seu cerne o colecionismo e a
narrativa imagética do sujeito ou mesmo do seu grupo.
Outro fato é a questão que as fotografias e o seu poder imagético, podem ter
suas imagens e significados revisitados e apropriados de uma forma adversa, assim
imagens de sedes de fazendas, edifícios históricos, ruas e logradouros públicos,
festejos, personalidades como artistas ou pessoas comuns, instituições, carros de
boi, passeios públicos, paisagem urbana e rural, prédios e lugares paradisíacos se
tornam peças do imaginário pictórico do sujeito construído nos álbuns fotográficos,
tomando para si outros significados trazidos pelo uso da classificação ou mesmo da
57

junção desta com a descrição. Se evidenciando, assim, uma das facetas mais
proeminentes do colecionismo:

O objeto é aquilo que melhor se deixa "personalizar" e contabilizar de


uma só vez. E para uma contabilidade subjetiva dessa natureza não
existe nada de exclusivo, qualquer um pode ser possuído, investido,
ou, dentro do jogo colecionador, ordenado, classificado, distribuído.
O objeto é assim, no seu sentido estrito, realmente um espelho: as
imagens que devolve podem apenas se suceder sem se contradizer.
É um espelho perfeito já que não emite imagens reais, mas aquelas
desejadas (BAUDRILLARD, 1993, p. 98).

Em meio a este contexto, tem-se que destacar que há uma necessidade


latente de explicar, pôr em processo racional, uma memória que segundo o autor
precisa ser passível de ser decodificada e colecionada, e este jogo colecionador
citado acima envolve várias dimensões.

Na espessura do mundo presente, da revolução da informação e da


tecnociência, o que sobra dessa atividade fundadora do nosso modo
de pensar e ser? Ou melhor: em que outros quadros epistemológicos
são possíveis inserir o colecionismo? Qual a sua dimensão nas artes,
na cultura e, mesmo, no cotidiano? Que novas fronteiras podemos
estabelecer? Podemos prescindir de nossa memória histórica,
cultural e natural? Por que, no Brasil, temos dificuldades em cuidar
de nossas coleções e colocá-las como basilares de nosso próprio
processo civilizatório, isto é, do entendimento de nossas raízes,
natureza e culturas? Qual o papel e o espaço das coleções públicas
e privadas? (MENEGAT, 2005, p.)

Menegat (2005), demonstra assim, a força, efeitos e práticas que o


colecionismo possui. Revelando os fundamentos do colecionismo e seu
enraizamento na história da humanidade. Mas em destaque, propõem nesta sua
reflexão que a humanidade, está vinculada ao colecionismo desde seus primórdios.
Tornando possível a reflexão que a humanidade, possui um traço relevante
especialmente em suas ações do cotidiano: a prática do colecionismo e a criação de
uma classificação.

A relação entre o OC e outras atividades cotidianas: coletar

Susan Sontag (2004) afirma que “Um modo de atestar a experiência, tirar
fotos é também uma forma de a recusar — ao limitar a experiência a uma busca do
fotogênico, ao converter a experiência em uma imagem, um suvenir.” (SONTAG,
58

2004. p.11). Esta questão de transformar fotografias em suvenir, se mostra


relevante, e a autora afirma que “Isso está tão evidente nas duas primeiras décadas
gloriosas da fotografia, 1840 e 1850, quanto em todas as décadas seguintes,
durante as quais a tecnologia permitiu uma difusão sempre crescente da
mentalidade que encara o mundo como uma coleção de fotos potenciais” (SONTAG,
2004. p.11).

Fotos fornecem um testemunho. Algo de que ouvimos falar, mas de


que duvidamos parece comprovado quando nos mostram uma foto.
Numa das versões da sua utilidade, o registro da câmera incrimina.
Depois de inaugurado seu uso pela polícia parisiense, no cerco aos
communards, em junho de 1871, as fotos tornaram-se uma útil
ferramenta dos Estados modernos na vigilância e no controle de
suas populações cada vez mais móveis. Numa outra versão de sua
utilidade, o registro da câmera justifica. Uma foto equivale a uma
prova incontestável de que determinada coisa aconteceu. A foto
pode distorcer; mas sempre existe o pressuposto de que algo existe,
ou existiu, e era semelhante ao que está na imagem. Quaisquer que
sejam as limitações (por amadorismo) ou as pretensões (por talento
artístico) do fotógrafo individual, uma foto — qualquer foto — parece
ter uma relação mais inocente, e, portanto, mais acurada, com a
realidade visível do que outros objetos miméticos. (SONTAG, 2004.
p.09)

Desde o seu início, a fotografia se propunha com facilidade, ser abrangente


em suas temáticas, assim há uma variedade de imagens que possuem uma
diversidade ainda maior de temas. E “a maioria dos fotógrafos combinava uma
coleta de dados da degradação social com retratos de celebridades ou de
mercadorias (alta moda, publicidade) ou com estudos de nus.” (SONTAG, 2004.
p.37)
Sontag (2004) convalida o fato de que há imbuído o ideal nas fotografias da
“presunção de veracidade que confere autoridade, interesse e sedução a todas as
fotos, a obra que os fotógrafos produzem não constitui uma exceção genérica ao
comércio usualmente nebuloso entre arte e verdade.” (SONTAG, 2004. p.08) Essa
sedução, se instala e se torna uma fonte de obsessão, lazer e prazer ao seu
colecionador. “Colecionar fotos é colecionar o mundo. Filmes e programas de
televisão iluminam paredes, reluzem e se apagam; mas, com fotos, a imagem é
também um objeto, leve, de produção barata, fácil de transportar, de acumular, de
armazenar.” (SONTAG, 2004. p.08)
Há em destaque na fala desta autora, a base do colecionismo de fotografias
“Fotos, que transformam o passado num objeto de consumo, são um atalho.
59

Qualquer coleção de fotos é um exercício de montagem surrealista e a sinopse


surrealista da história” (SONTAG, 2004. p.43)

Num mundo que está bem adiantado em seu caminho para tornar-se
um vasto garimpo a céu aberto, o colecionador se transforma em
alguém engajado num consciencioso trabalho de salvamento. Como
o curso da história moderna já solapou as tradições e fez em
pedaços as totalidades vivas em que os objetos preciosos
encontravam, outrora, seu lugar, o colecionador pode agora, em boa
consciência, sair a escavar os fragmentos mais seletos e
emblemáticos. (SONTAG, 2004. p.46)

Legendas, guirlandas, molduras, passe-partouts e fotografias se juntam na


direção de formar os álbuns fotográficos. Que por sua vez, completam esta simbiose
com as questões colecionistas, pois são ações como a compra, a troca e a
organização destas novas peças, seja fotografias ou novos elementos, ou mesmo a
aquisição de novos álbuns para que haja a expansão das imagens fotográficas e da
sua narrativa. Considerando, assim a identificação de tais elementos, relevantes a
este texto, tem-se a definição da composição dos álbuns, por Armando Silva (2008)

[…] o álbum conta histórias, mas não somente sobre fotos, pois a ele
são acrescentados outros objetos: cartões, lembretes, recortes de
jornal, relíquias e partes do corpo: umbigos de recém-nascidos, gotas
de sangue, mechas de cabelo, unhas de mãos e marcas de pés. Em
sentido literal, o álbum é um pedaço de nossos corpos.
(SILVA ,2008, p.18),

Neste sentido, o recurso informacional imagético – o álbum fotográfico é


organizado de forma a promover um enredo, possuindo assim uma racionalidade,
uma narrativa. Silva (2008) se refere que há nesta etapa a criação e a organização
das fotografias por meio de “saltos” informacionais.

Mas há algo inevitável: ele possui uma ordem em que uma foto se
encadeia a outra, e, portanto, sua visão produz a figura do “salto”-
palavra que parece definir bem esse fenômeno - , tendo em vista que
“saltar” de uma foto para outra, para recompor um propósito global.
Sua nunciação muda, como o teatro, com cada encenação, com a
introdução de uma nova foto que transforma a ordem das já
existentes. (SILVA, 2008, p. 32)

A relação entre o OC e outras atividades cotidianas: organizar para se


ter acesso/ entrada deste material
60

Esta tríade colecionar, classificar/ organizar o conhecimento registrado se


reflete claramente, com o passar do tempo na própria ideias de criação de arquivos,
bibliotecas e museus, bem como na criação e desenvolvimento do arcabouço teórico
e metodológico da Ciência da Informação e a OC, como um dos seus pilares tem,
em seus processos, traços deste acúmulo e inclusão dos mais diferentes tipos de
registros do conhecimento humano, que são a inclusão destes nas suas
preocupações. Exemplo deste processo de inclusão são as imagens analógica e
digital, obras de arte, imagens em movimento entre outras, estamos a falar de
autores que tem entre suas preocupações as questões da humanidade digitais, a
acessibilidade, a contextualização, como é o caso das perspectivas de Hjorland a
respeito da análise de domínio, há uma atenção em especial ao social.
Esta inserção nas preocupações teórico-metodológica da OC, estudos como
de Buckland (1991), evidencia o fato que os objetos de uma coleção, possuem
informações, ou seja, podem ser entendidos como potencialmente informativos
(BUCKLAND, 1991). “A literatura sobre ciência da informação concentrou-se
estreitamente em dados e documentos como recursos de informação. Mas isso é
contrário ao senso comum. Outros objetos também são potencialmente
informativos.” (BUCKLAND, 1991, p. 354) E ao se referência a artefatos humanos,
uma variedade de ossos, fósseis e esqueletos, reunidos nos centros de pesquisa
afirma que

Qualquer universidade estabelecida, por exemplo, provavelmente


possui uma coleção de rochas, um herbário de plantas preservadas,
um museu de artefatos humanos, uma variedade de ossos, fósseis e
esqueletos e muito mais. A resposta é, claro, que objetos que não
são documentos no sentido normal de serem textos podem, no
entanto, ser recursos de informação, informação-como-coisa.
Objetos são coletados, armazenados, recuperados e examinados
como informação, como base para se tornar informado (BUCKLAND,
1991, p. 354)18.

Temos aqui, a inclusão das ideias de Briet


61

Menegat, Rualdo. (2005). Editorial: A epistemologia e o espírito do colecionismo.


Episteme – filosofia e história das ciências em revista, 10(20), 5–12.
https://doi.org/10.5281/zenodo.6547303

Parte principal do trabalho, onde deve-se expor o assunto tratado de


forma pormenorizada e ordenada, divide-se em seções e subseções de acordo com
o tipo de trabalho. Deve ser separado do título que antecede e precede por 1 (um)
espaço de entrelinhas de 1,5cm.

2.1 TÍTULO NÍVEL 2 – SEÇÃO SECUNDÁRIA (FONTE EM VERSALETE)

Inserir o texto..........................

2.1.1 Título Nível 3 – Seção Terciária (Primeiras Letras em Maiúsculo)

Inserir o texto............................

2.1.1.1 Título nível 4 – Seção quaternária (Somente a 1ª letra da 1ª palavra em


maiúsculo)

Inserir o texto..........................

2.1.1.1.1 Título nível 5 – Seção quinaria (Todo em itálico - somente a 1ª letra da 1ª


palavra em maiúsculo)

Inserir o texto........

Quando inserir alíneas, observar que as mesmas deve seguir o


parágrafo padronizado para o trabalho, neste exemplo 3 cm.
62

a) alínea;..................................................................................
........................................................................................................
......................
b) alínea,..................................................................................
........................................................................................................
.........................
63

3 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO

3.1 EXEMPLO DE GRÁFICO

Segue abaixo um exemplo de apresentação de um gráfico.

Gráfico 1 – Uso de...

90
80
70
60
50 Leste

40 Oeste
30 Norte
20
10
0
1° Trim. 2° Trim. 3° Trim. 4° Trim.

Fonte: IBGE (1996, p. 58).

É importante observar que, dentre as pessoas pesquisadas...

3.2 EXEMPLO DE FIGURA

Segue abaixo um exemplo de apresentação de uma figura.

Figura 1 – Hierarquia das necessidades humanas

Fonte: Chiavenato (1994, p. 170)


64

3.3 EXEMPLO DE QUADRO

Segue abaixo um exemplo de apresentação de um quadro.

Quadro 1 – Níveis do trabalho monográfico


Trabalho monográfico
Nível acadêmico Subnível Título
Escrito Apresentação
Bacharel
Graduação Não há Obrigatório Obrigatório
Licenciado
Lato sensu
- Especialização Especialista Obrigatório Facultativo

Stricto sensu
Pós-Graduação
- Mestre
- Mestrado
- Doutor Obrigatório Obrigatório
- Doutorado
- Livre-docente
- Livre-docente

Fonte: Silveira (2012, p. 30)

3.4 EXEMPLO DE TABELA

Segue abaixo um exemplo de apresentação de uma tabela.

Tabela 1 - Área e produção de maçã no Brasil em 2004. (Em fonte 12)


Unidade da Área Produção Participação
Federação (há) (t) (%)
Santa Catarina 17.64 58.205 59,5
4
Rio Grande do Sul 13.44 533.140 36,03
7
Paraná 1.694 41.297 4,21
São Paulo 150 1.875 0,19
Minas Gerais 58 686 0,07
Total 32.99 980.203 100,00
3
Fonte: IBGE (2006, p. 56) (Fonte menor)

OBS: Quando se tratar de ilustração produzida pelo próprio autor do trabalho, indica-
se:
Fonte: o próprio autor

É importante salientar que a fonte da tabela deve ser apresentada


rente à sua margem esquerda, conforme recomendação do IBGE (1993).
65

4 CONCLUSÃO

Parte final do artigo, onde deve responder às questões da pesquisa,


correspondente aos objetivos e hipóteses, podendo tecer recomendações e
sugestões para trabalhos futuros.
66

REFERÊNCIAS

Ex. (Livro no todo)

SOBRENOME, Nome. Título da obra. Edição. Cidade: Editora, Ano de Publicação.

Ex. (Capítulo de Livro)

SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: SOBRENOME, Nome. Título do livro:


subtítulo. Edição. Local: editora, ano. p. inicial-final.

Ex. (Artigo de revista)

SOBRENOME, Nome (Autor do artigo). Título do artigo. Nome da Revista, local, v. ,


n. , p. inicial-final, mês ano.

Ex. (Artigo da internet)

SOBRENOME, Nome. Título da página. Disponível em: http:/www.editora.com.br.


Acesso em: 23 jun. 2001.

Ex. (Evento)

SOBRENOME, Nome. Título do trabalho. In: NOME DO EVENTO, número, ano,


Local. Anais [...] Local de publicação: Editora, ano. p. inicial-final.
67

APÊNDICES
68

APÊNDICE A
Instrumento de pesquisa utilizado na coleta de dados
69

ANEXOS
70

ANEXO A
Título do anexo

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