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ROXANE ROJO e EDUARDO MOURA

etramentos
mídias
inguagens
Direção: Andréia Custódio
Capa e diagramação: Telma Custódio
Revisão: Kaya Adu Pereira
Imagem da capa: depositphotos.com

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

R8155M

Rojo, Roxane Helena R. (Roxane Helena Rodrigues)


Letramentos, mídias, linguagens / Roxane Rojo, Eduardo Moura. - São
Paulo : Parábola Editorial, 2019.
224 p. ; 23 cm. (Linguagens e tecnologias ; 7)

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7934-171-7 [papel]
ISBN: 978-85-7934-172-4 [e-book]

1. Tecnologia educacional. 2. Educação – Inovações tecnológicas.


3. Tecnologia da informação - Aspectos sociais. 4. Comunicação e
tecnologia. 5. Educação – Efeito das inovações tecnológicas. 6. Internet
na educação. I. Moura, Eduardo. II. Título. III. Série.

13-2150 CDD: 371.3078


CDU: 37.016:316.774

Vanessa Mafra Xavier Salgado – Bibliotecária – CRB-7/6644

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ISBN: 978-85-7934-171-7 (papel)


978-85-7934-172-4 (e-book)
© do texto: Roxane Rojo, Eduardo Moura
© da edição: Parábola Editorial, São Paulo, 2019
SUMÁRIO

Apresentação.................................................................................................................... 7

Capítulo 1
Letramentos.................................................................................................................... 11
1. Letramentos da escrita e do impresso.........................................................12
2. Multiletramentos................................................................................................... 19
3. Novos (multi)letramentos..................................................................................25

Capítulo 2
Mídias...................................................................................................................................29
1. Mídia como meio de comunicação................................................................31
2. Mídia e modo..........................................................................................................36
3. Mídias, multimídia, hipermídia, metamídia............................................ 40
4. Um mundo transmídia...................................................................................... 44

Capítulo 3
A imagem estática..................................................................................................49
1.  Arquitetônicas e sistemas semióticos tipológicos e topológicos.......50
2. Os três paradigmas da imagem estática: pré-fotográfico,
SU MÁRIO

fotográfico, pós-fotográfico...............................................................................57
3. Do pré-fotográfico à fotografia: a imagem ex machina.......................58

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6

4. Do fotográfico ao pós-fotográfico: do tratamento digital


Letramentos, mídias, ling uasgens

das imagens.............................................................................................................74
5. Fazendo gênero: Photoshop, renderização e estética IA......................82

Capítulo 4
A imagem dinâmica........................................................................................... 109
1. Os três paradigmas da imagem dinâmica: pré-cinematográfico,
cinematográfico, pós-cinematográfico...................................................... 109
2. Do pré-cinematográfico ao cinema: entre o espetáculo
e a montagem........................................................................................................110
3. Do cinematográfico ao pós-cinematográfico: a metamídia..............125
4. Fazendo gênero: fans vids e AMV — entre a cultura de fãs
e a cultura otaku................................................................................................. 140

Capítulo 5
O som.................................................................................................................................149
1. Os três paradigmas do som:
modal, tonal e pós-tonal (ou serial)............................................................ 150
2. Do modal para o tonal: perdendo o ritmo e o “jogo de cintura”?.156
3. O pós-tonal: o serial ou a música eletroacústica...................................163
4. “Fazendo gênero”: sampling ............................................................................172

Capítulo 6
O verbo............................................................................................................................. 183
1. Os três paradigmas do texto: pré-tipográfico, tipográfico
e pós-tipográfico.................................................................................................. 184
2. Do pré-tipográfico à tipografia: o impresso .......................................... 186
3. O texto pós-tipográfico: hipertexto, hipermídia, metamídia..........195
4. Fazendo gênero: reportagem hipermidiática........................................ 201

Referências.....................................................................................................................219
O que é um livro? Um livro é um mar de mistérios, são aventuras que
se resolvem por si mesmas. É a emoção e a sua imaginação. Um livro
compartilha ideias com ideias, ele combina fantasia com a vida real
para você voltar a ler o livro e compartilhar o que você imagina. Um
livro responde a sua pergunta e te dá uma outra. É o que você volta a
imaginar e fingir. Mesmo sabendo que é falso, você ainda volta e pula
de volta nesse mar e compartilha emoções e aventuras onde você volta
a acreditar e pula nesse mar de volta e de volta. Para voltar e voltar.
(P. C. — Aluno de 5º ano do EF da rede privada de São Paulo)

“Um livro é um mar de mistérios, são aventuras que se resolvem


por si mesmas. [...] Um livro responde a sua pergunta e te dá outra...”
Assim nos sentimos na escrita deste livro. A cada novo “mistério”
que tentávamos desvendar, a cada nova pergunta que queríamos respon-
der, abriam-se outros novos mistérios e perguntas, em um nunca findar.
Este livro resume nossas pesquisas e reflexões dos últimos três anos e
dialoga com uma multiplicidade de autores que foram construindo esse
arcabouço teórico ao longo desse tempo. Foi forjado em aulas e discus-
sões, com alunos de graduação e de pós-graduação; em palestras, bancas,
interações com alunos e professores da rede pública e privada de ensino
básico e superior. Nele, encontram-se muitíssimas vozes em polifonia.
Em parceria, fomos enfrentando essas aventuras, buscando desven-
dar esses mistérios e responder às perguntas que iam aparecendo, con-
APRESEN TAÇÃO

forme líamos os autores e aprendíamos. Nosso livro é um diálogo que


nunca se interrompe: poderemos ter novas respostas daqui a três anos
para as surpresas que o mundo (das tecnologias, dos letramentos, das

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mídias e das linguagens) certamente nos reserva. Estamos satisfeitos com


Letramentos, mídias, ling uasgens

as respostas que obtivemos nesses diálogos cheios de novas perguntas


para os próximos três anos ou mais.
Agradecemos a nossos interlocutores: alunos, leitores, colegas, auto-
res renomados da área — em seus escritos e em discussões e debates face
a face ou à distância —, amigos interessados na área e nos temas.
Tudo isso resultou em um volume dividido em duas partes: uma
parte introdutória, com dois capítulos apenas — o primeiro dedicado
aos letramentos/multiletramentos/novos letramentos e o segundo dedica-
do às tecnologias e mídias, em suas diversificadas relações ao longo do
tempo (mídia, multimídia, hipermídia, transmídia). Na primeira parte,
buscamos apresentar conceitos centrais, que darão base mais unificada
às discussões da segunda parte.
Na segunda parte, enfrentamos as linguagens (visuais — imagem está-
tica e em movimento; sonoras — música; e, por fim, verbais — escrita). A
partir de vários autores, tratamos das imagens estáticas (pintura/gravura,
fotografia — capítulo 3); das imagens em movimento ou dinâmicas (cinema,
vidding — capítulo 4); da música (modal, tonal e serial — capítulo 5) e dei-
xamos por último a linguagem verbal e o texto escrito (manuscrito, impres-
so e digital — capítulo 6), que se enriquece das abordagens das linguagens
anteriores. A cada final de capítulo, abrimos uma seção que denominamos
“Fazendo gênero”, com práticas, procedimentos e gêneros digitais típicos
da atualidade e os impactos que eles têm sobre seus leitores e produtores.
Isso é o que o leitor encontrará neste livro.
No entanto, ele demorou também a ser terminado e publicado por
uma outra razão: queríamos fazer um livro impresso que fosse navegável.
Livro impresso navegável? Sim. Um livro que simulasse para o leitor o
ato de navegação na internet, o espaço mais apropriado para a busca de
informações e cultura em um mundo movente. E isso colocava muitos
problemas pela incompatibilidade da mídia impressa com a navegação
própria do digital. Questões de ethos, relativas a direitos de propriedade,
à legitimidade de informações; questões de navegabilidade: como abrir
e ver ou ouvir no impresso os exemplos relevantes que estavam sendo
colocados à apreciação do leitor? Ninguém, em juízo perfeito, iria copiar
os links indicados, abrir o computador e o navegador, digitar o link, ver
o vídeo ou áudio do exemplo, para então retornar à leitura. Precisava ser
navegável, pois os exemplos não eram meras ilustrações, mas concreti-
zações do que estava sendo dito. Precisávamos de um livro hipermídia.
Recentemente, Fernanda Cardoso, que me1 acompanhava na ida a
Campinas, contou-me que teve de ler o capítulo 5 (música), que seria
objeto daquela aula, no cabeleireiro. Assim, digitava no celular os links
para ver os exemplos. Eu não havia pensado em ler um texto nem no
celular, nem ao lado do celular. Isso reavivou minhas insatisfações e me
fez, à noite, na aula do 1º ano de graduação, reclamar dessas limitações
do impresso (a disciplina era Letramentos). Contando o caso a meus alu-
nos, Thales Risso argumentou: “Mas, professora: tão fácil de resolver!
Use QR-Codes. Abra um gerador de QR-Code, coloque o link, gere o
QR-Code e coloque no texto”.
Não que eu desconheça QR-Codes. Uso-os constantemente para
acessar meu banco, por exemplo, ou para pagar algumas contas. Mas
uma coisa é usar, outra é autorar. Não nativa, jamais teria essa ideia.
Assim, agradeço a Fernanda e a Thales a ideia que me possibilitou tor-
nar o livro uma hipermídia navegável: basta lê-lo com o celular à mão
para visualizar os exemplos que não se resumem à escrita e às imagens
estáticas, que o leitor verá, são muitos.
Outro sintoma da busca por um livro navegável, no formato hiper-
mídia, disponibilizado para IBooks mas não para o impresso, é a cons-
tante recorrência a verbetes da Wikipédia. Ouve-se, constantemente,
em especial quando se editam e editoram materiais didáticos, que “a
­Wikipédia não é confiável e não deve aparecer em materiais impressos”.
Ora, quando fazemos uma busca no Google, em situação de pesquisa,
a primeira fonte que aparece é a Wikipédia. Claro que há verbetes bons
e ruins, que é necessária uma curadoria criteriosa, mas isso, em geral,
está sinalizado pelo próprio curador da Wikipédia. A grande maioria dos
verbetes que aqui acessamos e preservamos são não somente confiáveis
como de qualidade. Assim, não só não nos importamos de recorrer à
enciclopédia digital com frequência no livro, como também isso fez parte
da meta, agora atingida, de termos um livro navegável.
Feitas essas observações, desejamos a nossos leitores uma “aventura
que se resolva por si mesma”, uma leitura instigante e de aprendizado.
Oops! Leitura não: navegação !
APRESEN TAÇÃO

Roxane Rojo e Eduardo de Moura Almeida


São Paulo, agosto de 2019

1 E aqui fala Roxane, pois Eduardo não estava presente nesse dia.

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C
ostumamos dividir as mídias em impressa (jornais,
CAPÍTULO 1
revistas), eletrônica (rádio, TV) e digital (internet), em-
bora essa distinção esteja cada vez mais ultrapassada.
Com o desenvolvimento das Tecnologias Digitais de Informação
e Comunicação (TDIC), vemos os textos escritos e impressos se
transformarem em digitais, permitindo que diferentes lingua-
gens (imagens estáticas e em movimento, sons e música, vídeos
de performances e danças, texto escrito e oral) se mesclem em
um mesmo artefato, que continuamos a chamar de texto — adje­
tivado como multissemiótico ou multimodal. Nesse processo,
também observamos os letramentos se ampliarem e modifica-
rem, tornando-se (sob o imperativo de contemplar as mudanças
contemporâneas) multiletramentos e novos multiletramentos ou
letramentos hipermidiáticos.
Letramentos, mídias, linguagens busca fornecer conceitos centrais
para compreender esses fenômenos contemporâneos. O leitor
encontrará neste livro síntese das pesquisas e reflexões feitas
pelos autores em letramentos/multiletramentos/novos letramen-
tos, tecnologias, mídias e diferentes linguagens.

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