E.E.
JOSE CARLOS MONTEIRO – 3º Bimestre – História
A REVOLUÇÃO FRANCESA E OS DIREITOS DO
HOMEM E DO CIDADÃO
A Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão remete historicamente à Revolução
Francesa de 1789 que marcou a tomada do
poder pela burguesia francesa. Foi um processo
revolucionário responsável por efetivar
mudanças profundas de ordem política,
econômica e social, deflagrado com a queda da
Bastilha (símbolo máximo da monarquia) pelo
povo e pela burguesia francesa. No contexto
social, o povo francês se encontrava em um
cenário de aprofundamento da exploração do
trabalho acompanhada do aumento progressivo
da pauperização (empobrecimento). No século
XVIII, a população da França era de mais ou
menos 25 milhões de pessoas. A sociedade
ainda era estamental, isto é, os indivíduos eram
divididos em classes sociais, de acordo com a sua
ascendência. Havia três estados:
● Primeiro Estado: Alto clero composto por
bispos cardeais e abades; Baixo Clero composto
por padres e monges.
● Segundo Estado: Composto pela nobreza de
sangue, provincial, de espada e de Toga
● Terceiro Estado: Composto pela alta, média e
baixa burguesia, Sans cullotes, camponeses e
servos. Na ordem política, o governo francês
estava submetido ao Antigo Regime. Baseada na
“teoria do direito divino”, de Bossuet, a
Monarquia possuía um poder centralizado nas
mãos do rei, através da ideia de que ele era um
representante de Deus, devendo ser respeitada.
A economia francesa era conduzida
principalmente pelos burgueses. O comércio e
as indústrias geravam muitos lucros para o país
e esta riqueza era usada para manter o Estado.
Porém, a corte francesa administrava mal o
dinheiro estatal: enquanto o rei e os nobres
próximos a ele tinham uma vida cheia de luxo e
gastavam em coisas desnecessárias, o povo –
que pagava muitos impostos – estava na miséria
e não tinha perspectiva de melhoria nas
condições de vida. Apesar de a burguesia possuir
status econômico, ainda encontrava obstáculos
para expandir seus negócios, devido a
proibições e regulamentos por parte do governo
absolutista, não detinha influência política.
Na tentativa de romper com a ordem
social vigente, garantir a participação nas
decisões políticas e consolidar os seus interesses
enquanto classe, a burguesia francesa se apoiou
no povo francês e canalizou no
descontentamento geral as energias das ideias
revolucionárias orientadas pela busca de
transformação das relações sociais e políticas
que desencadearam a Revolução Francesa de
1789. Fases da Revolução:
● Assembleia Nacional: (1789-1792): Período
em que houve a aprovação da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão e da primeira
Constituição francesa.
● Convenção Nacional (1792-1795): O governo
ficou monopolizado por dois grupos os
girondinos e os jacobinos.
● Diretório (1795-1799): Caracterizado pela
instalação de um novo governo, pelo retorno da
alta burguesia no poder e uma grande
instabilidade econômica e política. No ano de
1799, Napoleão Bonaparte derrubou o Diretório
com o Golpe do 18 Brumário e assumiu o
governo francês.
A Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão foi constituída por representantes do
povo francês em Assembleia Nacional e nela
foram introduzidos os princípios fundamentais
dos direitos naturais, intransferíveis e sagrados
ao homem. Esses princípios foram divulgados a
partir da ponderação de que os direitos do
homem deveriam ser privilegiados como parte
fundamental do combate às desgraças públicas
e a corrupção dos governos. A Declaração
expressa que o objetivo de toda a associação
política é a conservação dos direitos naturais
básicos ao homem complementado pela
afirmação de que os homens nascem livres e
iguais em direito à liberdade, a propriedade, a
segurança, resistência à opressão, livre
pensamento e a comunicação. Além de
comportar o princípio de que toda a soberania
reside essencialmente na nação na elaboração
de leis com a participação popular através de
representantes. O documento de declaração
dos direitos do homem e do cidadão foi
divulgado em defesa da liberdade, igualdade e
fraternidade inspirados na máxima da
Revolução francesa. Embora tenha sido um
modelo para a construção da ideia de cidadão
como um instrumento de garantia de direitos
civis, a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão concentrou a participação política e a
garantia de direitos naturais apenas uma parcela
da sociedade: homens e representantes da
burguesia, portanto, não se estendia as
mulheres e a todo o povo francês. Em oposição
a essas limitações, Olympe de Gouges redigiu
um texto que foi apresentado a Assembleia
Nacional da França: A Declaração dos Direitos
da Mulher e da Cidadã, exprimindo a
necessidade de ampliar a igualdade de direitos
civis entre mulheres e homens. Foi morta como
traidora.