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A geometria é uma das muitas áreas da matemática, nela estuda-se as

formas de diversos modos e em diversas dimensões, sendo elas:


comprimentos, áreas e volumes alguns exemplos do que pode-se ser
trabalhado.
Os estudos relacionados a geometria, tal qual a Geometria Plana, é
pautada nos conceitos intuitivos sobre as formas observadas há muitos anos
(cerca de 1000 anos a.C.), os quais possuem origem na Grécia Antiga e
Mesopotâmia, estudos iniciados por Pitágoras e Platão, surgindo a ideia dos
chamados “Conceitos Primitivos”. Contudo, como tudo em nosso mundo, novas
ideias e estudos foram feitos e novos conceitos surgiram, com novas formas de
interpretar e resolver problemas relacionados a formas e espaços dos objetos.
Assim surge a ideia da geometria espacial, onde estuda-se os objetos
que possuem mais de uma dimensão e ocupam lugar no espaço, sólidos
geométricos e o conceito de volume estudo realizado por Joannes Kepler
(1571-1630) em 1615 onde ele rotula o “Steometria” ( stereo-volume e metria-
medida ) o cálculo de volume.
O volume pode ser definido como a quantidade de espaço ocupado por
um corpo, isto é, a magnitude física de um corpo em três dimensões, sendo
elas: largura, comprimento e altura. Pode-se observar esse fato, submergindo
um solido em um recipiente com um volume liquido controlado e assim
quantificar seu tamanho (Figura 1). Dessa forma obtém-se o tamanho exato
que o corpo ocupa no espaço.

Figura 1 – Determinação de volume experimentalmente.


Contudo nem sempre consegue-se submergir algo e obter seu volume e
com os estudos de Kepler pode-se entender obter esses conceitos e valores de
outras formas.

Quando pensamos em um paralelepípedo, esferas ou sólidos simétricos


(representados abaixo como citados, respectivamente, Figura 2), conseguimos
calcular “facilmente” seu volume por suas dimensões, como mostrado abaixo.

Figura 2 – Exemplos de cálculo de volumes.

Quando lidamos com situações onde encontram-se sólidos com


superfícies complexas, tornando-se difícil calcular seu volume, temos que partir
para outras áreas da matemática para assim conseguir aproximar seu volume
para algo próximo ou igual ao da realidade. Dessa forma surgem os cálculos de
volumes, ligados aos calculo diferencial.

Para calcular utiliza-se de integrais, delimita-se planos e/ou superfícies,


regiões, curvas e assim, encontra-se o valor real de volume desse solido. A
ideia é considerar, para cada um dos eixos de um plano cartesiano a serem
calculados soma de pequenos elementos que tendem a zero, onde a soma de
todos esses pequenos elementos (áreas infinitesimais), fornecem o volume
entre as regiões especificadas, calculando assim por meio de somatórios
(somas de Riemann), o volume do solido. Pode-se dizer que todos os limites da
região a ser encontrada, serão as superfícies que definem o solido.
A ideia será calcular o volume e áreas de um forno de carvão, utilizando
a Figura 3 como referência para área e volume interno teremos:

Figura 3 – Representação do forno, para calculo do volume e área interna.

Para encontrar-se o raio da cúpula faremos por Pitágoras:

2 2 2
R = ( R−0.4 ) +1

R2=R 2−0.8 R+0.16+1

1.16
R= =1.45 m
0.8

Pela equação da esfera temos:

Z2 =1.452−r 2
Considerando por coordenadas cilíndricas, adotando o centro da nossa
esfera como:

0≤ θ ≤ 2r

{
−0.15 ≤ Z ≤ √ 1.452−r 2
0≤ r ≤1

Calculando o volume:

2π 1 √ 1.452−r2
V z=∫ ∫ ∫ r dz d r d θ
0 0 −0.15

2π 1
V z=∫ ∫ r √ 1.452−r 2 +0.15 r d r d θ
0 0

1
resolvendo →∫ r √ 1.452−r 2 +0.15 rdr
0

2 2 1
Considerando u=1.45 −r du=2r → du=r
2

2π 3 3
1 √ u √ 1.452 −r 2
∫√ u du= →u=
20 3 3

Substituindo o valor da integral no cálculo do volume teremos:

2π 3
− √ 1.452 −r 2 0.15 r 2 r =1
∫ + dθ
0 3 2 r=0

2π 2 2 3 2π
12 1,453
∫ − √1.453 −1 + 0,15.
2
+
3
dθ→ 0.705 ∫ dθ
0 0
V z=1.411 π=4,432 m3

Calculando a área interna do forno:

Ângulo da cúpula sera dado da forma: ϕ=arcsen ( 1,451 )


ϕ=43,6 ° =0,242 π

Parte cilíndrica : Parte esférica:

0≤ θ ≤ 2r 0 ≤ θ ≤2 r
{ {
−0.15 ≤ Z ≤ 1,05 −0.15 ≤ ϕ ≤ 0,242 π
0≤ r ≤1 R=1,45

Com isso temos o que é necessário para calcular a área interna do forno,
então:

A 2π 1 1,05 2π 2 π 0,242π
2
∫ ¿=∫ ∫ r drdθ+¿ ∫ ∫ r r=1 dθdz +∫ ∫ R
R=1,45
senϕ dϕdθ=¿¿ ¿¿
0 0 −0,15 0 0 0

2π 1,05 2π
r 2 r=1
¿∫ dθ+ ∫ 2 π dz+∫ 1,452 (−cos¿¿¿ ϕ) ϕ=0,242 π dθ ¿ ¿ ¿
0 2 r=0 −0.15 0 ϕ=0


¿ π +2,4 π +1,452∫ 0,276 dθ=3,4 π +0,552 π
0

A∫ ¿=12,415 m ¿ 2

Área externa do forno, utilizaremos o mesmo procedimento para o


cálculo da área interna, mas com os valores adequados de raios e alturas:
Figura 4 – Raios e alturas, parte externa da cúpula.

Para encontrar-se a altura da parte cilíndrica faremos por Pitágoras:

1,532=1,08 2+ x 2

x=√ 1.532−1,082

x=1,084 m

Ângulo externo da Cúpula ϕ

ϕ=arcsen ( 1,08
1,53 )

ϕ=44,9 °=0,249 π

Parte cilíndrica: Parte esférica:


0 ≤ θ ≤2 π 0 ≤θ ≤ 2r
{ {
−0.23 ≤ Z ≤ 1,084 −0.15≤ ϕ ≤ 0,249 π
0≤ r ≤1,08 R=1,53

Com isso temos o que é necessário para calcular a área externa do


forno, então:

2 π 0,249 π
2 π 1,08 1,084 2 π
R2
Ae =∫ ∫ rdrdθ +¿ ∫ ∫r r=1,08
dθdz+∫
0

0 R=1,53
senϕ dϕdθ ¿ ¿
0 0 −0,23 0
¿

¿ 1,164 π +2,838 π + 1,366 π =16,869m 2

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