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Apostila de Direito Processual Penal - Prof. Erivelton - ITEP - Nova
Apostila de Direito Processual Penal - Prof. Erivelton - ITEP - Nova
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Concurseiro Mossoroense.
Com você antes, durante e depois do edital.
(84) 9.9862-1117
Olá! Eu sou o Professor Erivelton Almeida, Especialista em Direito Penal, atuante na área
criminal há 18 anos. Preparei esse material para você que está focado no concurso do
ITEP/RN. Atualmente sou Policial Civil e Professor do @concursseiromossoroense.
Contato: @proferivelton
SUMÁRIO
3. INQUÉRITO POLICIAL 04
4. AÇÃO PENAL 10
5. COMPETÊNCIA 15
Questões: Prisões 22
Questões: Provas 30
QUESTÕES: REVISÃO 33
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O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com
os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial;
V - os processos por crimes de imprensa.
A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da
lei anterior.
A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos
princípios gerais de direito.
O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal está relacionado à sua aptidão para produzir efeitos. Essa
aptidão para produzir efeitos está ligada a dois fatores: espacial e temporal.
Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) vigora em determinado lugar e em determinado tempo.
Nesse sentido, devemos analisar onde e quando a lei processual penal se aplica.
Portanto, não se admite a existência de Códigos Processuais estaduais, até porque compete
privativamente à União legislar sobre direito processual, nos termos da Constituição Federal:
Como disse a vocês, esta é a regra! Mas toda regra possui exceções. São elas:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência
da lei anterior
Por este artigo podemos extrair o princípio do tempus regit actum, também conhecido como princípio do efeito
imediato ou aplicação imediata da lei processual. Este princípio significa que a lei processual regulará os
atos processuais praticados a partir de sua vigência, não se aplicando aos atos já praticados.
Esta é a regra de aplicação temporal de toda e qualquer lei, meus caros, ou seja, produção de efeitos somente
para o futuro. Caso contrário, o caos seria instalado!Assim, vocês devem ter muito cuidado!
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Ainda que o processo tenha se iniciado sob a vigência de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando o CPP (ainda
que mais gravosa ao réu), esta será aplicada aos atos futuros. Ou seja, a lei nova não pode retroagir para
alcançar atos processuais já praticados, MAS SE APLICA AOS PROCESSOS EMCURSO!
INQUÉRTIO POLICIAL
“Inquérito policial é o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração
penal e sua autoria, afim de que o titular da ação penal (MP) possa ingressar em juízo”.
CARACTRÍSTICAS
A) O IP é administrativo - O Inquérito Policial, por ser instaurado e conduzido por uma autoridade policial,
possui nítido caráter administrativo. NÃO HÁ PROCESSO, NEM CONTRADITÓRIO.
PERSECUÇÃO PENAL
Inquérito Policial + Ação Penal + Execução Penal
Obs1: No Inquérito não há acusação, logo, não há nem autor, nem acusado;
Obs2: O exame de corpo de delito não pode ser negado;
Obs3: O que o Juiz NÃO PODE fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o IP;
Obs4: tem valor probatório mínimo - O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo,
entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos
informativos colhidos na investigação. CORRETO
Obs5: Não cabe suspeição do DPC
C) Oficiosidade - Salvo na hipótese de ação penal pública condicionada à representação e de ação penal privada,
a autoridade policial deve instaurar o Inquérito Policial sempre que tiver notícia da prática de um crime.
D) Procedimento escrito;
E) Indisponibilidade - Uma vez instaurado o IP,não pode a autoridade policial arquivá-lo, pois esta
atribuição é exclusiva do titular da ação penal;
F) Dispensabilidade - O Inquérito Policial é dispensável, ou seja, não é obrigatório. Dado seu caráter
informativo (busca reunir informações), caso o titular daação penal já possua todos os elementos necessários ao
oferecimento daação penal, o Inquérito será dispensável.
G) Discricionariedade na sua condução - A autoridade policial pode conduzir a investigação da maneira que
entender mais frutífera, sem necessidade de seguir um padrão pré-estabelecido.
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INSTAURAÇÃO
Ação Penal:
OBS: no caso de se tratar de uma denúncia anônima.? Nesse caso, estamos diante da delatio criminis
inqualificada, que abrange, inclusive, a chamada disque-denúncia, muito utilizada nos dias de hoje. O Delegado,
quando tomar ciência de fato definido como crime, através de denúncia anônima, não deverá instaurar o IP de
imediato, mas determinar que seja verificada a procedência da denúncia e, caso realmente se tenha notícia do
crime, instaurar o IP.
TRAMITAÇÃO DO IP
Diligências Investigatórias
Após a instauração do IP algumas diligências devem ser adotadas pela autoridade policial. Estas diligências estão
previstas no art. 6° do CPP.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada
dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro,
devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua
folha de antecedentes;
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IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos
que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem
pública.
A regra é a de que o IP deva ser concluído no prazo de 10 dias, caso o indiciado esteja preso e em 30 dias caso
esteja solto.
Crimes de competência da Justiça Federal – 15 dias para réu preso e 30 dias para réu solto.
Crimes da lei de Drogas – 30 dias para réu preso e 90 dias para réu solto. Podem ser duplicados em ambos os
casos.
Crimes contra a economia popular – 10 dias tanto para réu preso quanto para réu solto.
Crimes militares – 20 dias pra réu preso e 40 dias para réu solto.
CONCLUSÃO DO IP
A ausência desse relatório e de indiciamento formal do investigado não resulta em prejuízos para persecução
penal, não podendo o juiz ou órgão do Ministério Público determinar o retorno da investigação à autoridade para
concretizá-los, já que constitui mera irregularidade funcional a ser apurada na esfera disciplinar. CORRETO
Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
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Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
do Adolescente), o membro do MP ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder
público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.
Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de
serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados –
como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
RESUMO ESQUEMATIZADO
04 – A respeito do inquérito policial, assinale a opção correta, tendo como referência a doutrina
majoritária e o entendimento dos tribunais superiores.
a) Por substanciar ato próprio da fase inquisitorial da persecução penal, é possível o indiciamento, pela
autoridade policial, após o oferecimento da denúncia, mesmo que esta já tenha sido admitida pelo juízo a
quo.
b) O acesso aos autos do inquérito policial por advogado do indiciado se estende, sem restrição, a todos os
documentos da investigação.
c) Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a instauração
de inquérito policial com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o
corpo de delito.
d) O arquivamento de inquérito policial mediante promoção do MP por ausência de provas impede a reabertura
das investigações: a decisão que homologa o arquivamento faz coisa julgada material.
e) De acordo com a Lei de Drogas, estando o indiciado preso por crime de tráfico de drogas, o prazo de
conclusão do inquérito policial é de noventa dias, prorrogável por igual período desde que imprescindível
para as investigações
No que tange ao Inquérito Policial, julgue o item que se segue, à luz do Código de Processo Penal
(CPP).
01 – Por força de mandamento constitucional, o exercício do contraditório deve ser garantido ainda no curso do
inquérito policial, não obstante a sua natureza administrativa e pré-processual.
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03 – Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi
indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial.
O Ministério Público pode requerer ao juiz a devolução do inquérito à autoridade policial, se necessária a
realização de nova diligência imprescindível ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo pericial
do local arrombado.
Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi
indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento. (4
e 5)
04 – Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, embora fosse possível a instauração do inquérito
mediante requisição do juiz, somente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito.
05 – Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, o prazo legal para que o delegado de polícia termine
o inquérito policial é de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de dez dias, se preso preventivamente pelo juiz,
contado esse prazo, em ambos os casos, da data da portaria de instauração.
06 – Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial deverá determinar, se for
caso, a realização das perícias que se mostrarem necessárias e proceder a acareações.
07 – Conforme o STF, viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que
responda a inquérito policial ou a ação penal sem trânsito em julgado de sentença condenatória.
08 – Comprovada, durante as diligências para a apuração de infração penal, a existência de excludente de ilicitude
que beneficie o investigado, o delegado de polícia deverá determinar o arquivamento do inquérito policial.
09 – Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a apuração feita pela polícia legislativa reunir
informações suficientes e idôneas para o oferecimento da denúncia.
10 – O indiciamento no inquérito policial, por ser uma indicação de culpa do agente, poderá ser anotado em
atestado de antecedentes criminais. A partir do indiciamento, poderá ser divulgado o andamento das
investigações, com a identificação do provável autor do fato.
Questão Resposta
1 E
Questão Resposta 2 E
1 C 3 C
2 C 4 C
3 C 5 E
4 C 6 C
5 D 7 C
8 E
9 C
10 E
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AÇÃO PENAL
É a regra no ordenamento processual penal brasileiro. Sua titularidade pertence ao Ministério Público.
PRINCÍPIOS
Indisponibilidade – Uma vez ajuizada a ação penal pública, não pode seu titular dela desistir ou transigir.
Oficialidade – A ação penal pública será ajuizada por um órgão oficial, no caso, o MP. Entretanto, pode
ocorrer de,transcorrido o prazo legal para que o MP ofereça a denúncia,este não o faça nem promova o
arquivamento do IP, ou seja,fique inerte.
Divisibilidade – A regra é a indivisibilidade, porém havendo mais de um infrator (autor do crime), pode o MP
ajuizar a demanda somente em face um ou alguns deles, reservando para os outros, o ajuizamento
em momento posterior, de forma a conseguir mais tempo para reunir elementos de prova.
Caso ajuizada a ação penal sem a representação, esta nulidade processual pode ser sanada posteriormente, caso
a vítima a apresente em Juízo (desde que realizada dentro do prazo de seis meses que a vítima possui para
representar;;
Não se exige forma específica para a representação, bastando que descreva claramente a intenção de ver o
infrator ser processado. Pode ser escrita ou oral (neste último caso, deverá ser reduzida a termo, ou seja, ser
“passada para o papel”). A jurisprudência admite que o simples registro de ocorrência em sede
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policial,desde que conste informação de que a vítima pretende ver o infrator punido, PODE ser
considerado como representação.
A representação não pode ser dividida quanto aos autores do fato. Ou se representa em face de
todos eles, ou não há representação, pois esta não se refere propriamente aos agentes que praticaram o
delito, mas ao fato. Quando a vítima representa,está manifestando seu desejo em ver o fato ser objeto de ação
penal para que sejam punidos os responsáveis. Entretanto, embora não possa haver fracionamento da
representação, isso não impede que o MP denuncie apenas um ou alguns dos infratores, pois um dos
princípios da ação penal pública é a divisibilidade;
A legitimidade para oferecer a representação é do ofendido, se maior de 18 anos e capaz;
Se ofendido falecer, aplica-se a ordem de legitimação prevista no art. 24, § 1° do CP: § 1o No caso de
morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (CADE)
O prazo decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art.
São exemplos de crimes dos quais se requer Ação Penal Pública Condicionada por representação: Perigo de
contágio venéreo (art. 130, CP), ameaça (art. 147, CP), violação de correspondência comercial (art. 152, CP),
divulgação de segredo (art. 153, CP), furto de coisa comum (art. 156, CP).
Trata-se de crimes nos quais existe um juízo político acerca da conveniência em vê-los apurados ou não. São
poucas as hipóteses, citando, como exemplo, o crime cometido contra a honra do Presidente da República;
Diferentemente do que ocorre com a representação, não há prazo decadencial para o oferecimento da
requisição, podendo esta ocorrer enquanto não estiver extinta a punibilidade do crime;
A maioria da Doutrina entende que não cabe retratação dessa requisição, ao contrário do que ocorre
com a representação do ofendido, por não haver previsão legal e por se tratar a requisição, de um ato
administrativo.
O MP não está vinculado à requisição, podendo deixar de ajuizar a ação penal. 29, do dia em que se esgotar o
prazo para o oferecimento da denúncia;
AÇÃO PRIVADA
(QUEIXA CRIME OFENDIDO OU REPRESENTANTE LEGAL)
Oportunidade – Diferentemente do que ocorre com relação à ação penal pública, que é obrigatória para o MP,
na ação penal privada compete ao ofendido ou aos demais legitimados proceder à análise da conveniência do
ajuizamento da ação.
Disponibilidade – Também de maneira diversa do que ocorre na ação penal pública, aqui o titular da ação
penal (ofendido) pode desistir da ação penal proposta;
O prazo para ajuizamento da ação penal privada (queixa) é decadencial de seis meses, e começa a fluir da
data em que o ofendido tomou ciência de quem foi o autor do delito.
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O ofendido pode ainda, renunciar ao direito de ajuizar a ação (queixa), e se o fizer somente a um dos
infratores, a todos se estenderá,
A renúncia só pode ocorrer antes do ajuizamento da demanda e pode ser expressa ou tácita. Após o
ajuizamento da demanda o que poderá ocorrer é o perdão do ofendido.
O perdão, à semelhança do que ocorre com a renúncia ao direito de queixa, também pode ser expresso ou tácito.
No primeiro caso, é simples, decorre de manifestação expressa do querelante no sentido de que perdoa o infrator.
No segundo caso, decorre da prática de algum ato incompatível com a intenção de processar o infrator (ex.: Casar-
se com o infrator).
Na ação penal privada pode ocorrer, ainda, a perempção da ação penal, que é a perda do direito de prosseguir
na ação como punição ao querelante que foi inerte ou negligente no processo. As hipóteses estão previstas no art.
60 do CPP:
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerarse-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir
no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva
estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Trata-se de hipótese na qual a ação penal é, na verdade, pública, ou seja, o seu titular é o MP. No entanto, em
razão da inércia do MP em oferecer a denúncia no prazo legal (em regra, 15 dias se réu solto, ou 05 dias se réu
preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar uma ação penal privada (queixa) que substitui a ação penal
pública. Esta previsão está contida no art. 29 do CPP:
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo
ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do
processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,
retomar a ação como parte principal.
Por fim, não é admissível o perdão do ofendido na ação penal privada subsidiária da pública, pois se
trata de ação originariamente pública, na qual só se admitiu o manejo da ação privada em razão de uma
circunstância temporal. Tanto é assim que o art. 105 do CP estabelece que:
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao
prosseguimento da ação.
Trata-se de modalidade de ação penal privada exclusiva, cuja única diferença é que, nesta hipótese, somente o
ofendido (mais ninguém,em hipótese nenhuma!) poderá ajuizar ação. Assim, se o ofendido falecer, nada mais
haverá a ser feito, estando extinta a punibilidade, pois a legitimidade não se estende aos sucessores, como
acontece nos demais crimes de ação privada. A única hipótese ainda existente no nosso ordenamento é o
crime previsto Art. 236: Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior
O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que
o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver
solto ou afiançado.
O oferecimento da denúncia fora do prazo legal constitui mera irregularidade sem consequências
para o processo.
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02 – Considerando o que dispõe o CPP relativamente à ação penal, assinale a opção correta.
a) Nos crimes que se processem mediante ação penal que exija representação, esta será retratável mesmo
após o recebimento da denúncia.
b) Cônjuge, ascendente, descendente ou irmã(o) tem o direito de oferecer a queixa e prosseguir na ação penal
privada em caso de morte do ofendido.
c) Tanto a renúncia quanto o perdão, institutos que se estendem aos corréus e extinguem a punibilidade,
independentemente de aceite, são atos unilaterais de desistência do ofendido em relação à ação penal
privada.
d) Admite-se ação penal privada subsidiária da pública no caso de o Ministério Público manifestar-se pelo
arquivamento do IP ou deixar de oferecer denúncia no prazo legal.
e) Em se tratando de ação penal pública condicionada, qualquer cidadão poderá provocar a iniciativa do
Ministério Público para a propositura da ação penal, fornecendo-lhe informações sobre o fato e a autoria e
indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
03) Considerando os dispositivos legais a respeito da ação penal, assinale a opção correta.
a) Havendo vários ofensores querelados, qualquer um deles poderá pedir perdão ao querelante. Nesse caso,
sendo o perdão extensível a todos os querelados, extingue-se a punibilidade, independentemente da
aceitação do querelante.
b) Em face do princípio da obrigatoriedade da ação penal, o Ministério Público não poderá pedir o
arquivamento do inquérito policial: deverá sempre requisitar novas diligências à autoridade policial.
c) Tratando-se de crime de ação privada, a titularidade da acusação é da própria vítima ofendida; sendo vários
os ofensores, caberá à vítima escolher contra quem proporá a queixa.
d) A própria vítima poderá assumir a titularidade da ação pública incondicionada, se o Ministério Público ficar
inerte dentro dos prazos prescritos na lei processual.
e) Em se tratando de ação penal privada subsidiária, se houver inércia do Ministério Público e a vítima, tendo
assumido a titularidade da ação, deixar de praticar ato que lhe competia para dar prosseguimento ao
processo, incorrerá em perempção, o que enseja a extinção do processo.
04 – No que se refere aos princípios da ação penal pública incondicionada, assinale a opção correta.
a) O princípio da obrigatoriedade impõe ao MP o dever de promover a ação penal pública incondicionada
quando este considerá-la conveniente para a sociedade.
b) O princípio da indivisibilidade determina que a ação penal pública incondicionada abranja todos os crimes
praticados em concurso formal.
c) O princípio da intranscendência determina que a ação penal incondicionada seja sempre promovida apenas
contra as pessoas a quem se impute a prática de uma infração.
d) O princípio da oficialidade determina que a ação penal pública incondicionada seja intentada
preferencialmente pelo MP, órgão oficial do Estado.
e) O princípio da indisponibilidade determina que o MP pode desistir da ação penal pública incondicionada até a
edição da sentença.
No que tange à Ação Penal, julgue o item que se segue, à luz do Código de Processo Penal (CPP).
01 – João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma sacola de
roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição de caridade. João foi
perseguido e preso em flagrante delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e
concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer
ato no prazo legal.
Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir.
Em razão da omissão do Ministério Público, a vítima poderá oferecer ação privada subsidiária da pública.
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04 – Após regular instrução processual, mesmo que se convença da falta de prova de autoria do crime que
inicialmente atribuíra ao acusado, não poderá o Ministério Público desistir da ação penal.
05 – Com relação ao inquérito policial e à ação penal, julgue o item que se segue.
Segundo o entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores, para a persecução penal relativa a crime de
lesão corporal praticado no contexto de violência doméstica contra a mulher, é necessária a representação da
ofendida.
08 – A vítima que representa perante a autoridade policial queixa de crime de ação penal privada
pode retratar-se até a prolação da sentença condenatória pelo juiz.
09 – Uma vez apresentada, a representação de crime de ação penal pública somente pode ser
retirada antes do oferecimento da denúncia, não se admitindo retratação da retratação.
10 – Em ação penal privada que envolva vários agentes do ato delituoso, é permitido ao querelante,
em razão do princípio da disponibilidade, escolher contra quem proporá a queixa-crime, sem que
esse fato acarrete a extinção da punibilidade dos demais agentes conhecidos e nela não incluídos.
Questão Resposta
1 E
Questão Resposta
1 A 2 C
2 B 3 E
3 D
4 C 4 C
5 E
6 E
7 E
8 E
9 E
10 E
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COMPETÊNCIA
I -lugar da infração - competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou,
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
II - domicílio ou residência do réu - Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo
domicílio ou residência do réu.
III - natureza da infração - A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização
judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
V - conexão ou continência:
A competência será determinada pela conexão: Se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas,
ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o
lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
VI - prevenção - Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes
igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum
ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa
VII - prerrogativa de função- A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade.
PRISÃO
Prisão pena – É uma punição que decorre da aplicação da lei penal através de uma sentença penal
condenatória irrecorrível (imodificável);
Prisão não-pena – Trata-se não de uma punição (pois ainda não há condenação irrecorrível), mas de uma
medida de NATUREZACAUTELAR
PRISÃO EM FLAGRANTE
A prisão em flagrante é uma modalidade de prisão cautelar que tem como fundamento a prática de um
fato com aparência de fato típico. Assim, quando a autoridade realiza a prisão em flagrante do suspeito, não
deve verificar se ele praticou o fato em legítima defesa, estado de necessidade, etc.
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito.
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2) Flagrante impróprio (art. 302, III do CPP) – Aqui, embora o agente não tenha sido encontrado pelas
autoridades no local do fato, é necessário que haja uma perseguição, uma busca pelo indivíduo, ao final da qual,
ele acaba preso. Imaginem que a polícia recebe a notícia de um homicídio. Desloca-se até o local e
imediatamente começa a vascular o bairro e acaba por encontrar aquele que seria o infrator. Nesse caso, temos
o flagrante impróprio;
3) Flagrante presumido (art. 302, IV do CPP) – No flagrante presumido temos as mesmas características do
flagrante impróprio, com a diferença que a Doutrina não exige que tenha havida qualquer perseguição ao suposto
infrator, desde que ele seja surpreendido, logo depois do crime, com objetos (armas, papéis, etc....) que façam
presumir que ele foi o autor do delito. As expressões “acaba de cometê-la”, “logo após”, “logo depois” são
expressões cujo significado é dado pela Doutrina, mas há alguma divergência entre os Doutrinadores. Entretanto,
a maioria entende que sequência temporal é: Acaba de cometer o crime, Logo após e Logo depois
Isso não impede, entretanto, que qualquer destas pessoas, sendo surpreendida em situação de
flagrante, seja conduzida à Delegacia para o registro do ocorrido e, posteriormente, seja liberada.
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Esta condução de quem se encontra em situação de flagrante é chamada de PRISÃO-CONDUÇÃO pela maioria
da Doutrina.
MODALIDADES ESPECIAIS DE FLAGRANTE
Flagrante esperado – A autoridade policial toma conhecimento de que será praticada uma infração penal e se
desloca para o local onde o crime acontecerá. Iniciados os atos executórios, ou até mesmo havendo a
consumação, a autoridade procede à prisão em flagrante. TRATA-SE DEMODALIDADE VÁLIDA DE PRISÃO
EM FLAGRANTE;
Flagrante provocado ou preparado – Aqui a autoridade instiga o infrator a cometer o crime, criando a
situação para que ele cometa o delito e seja preso em flagrante. É o famoso “a ocasião faz o ladrão”. NÃO É
VÁLIDA, pois quem efetuou a prisão criou uma situação que torna impossível a consumação do delito, tratando-
se, portanto, de crime impossível. O STF possui a súmula n° 145 a respeito do tema: NÃO HÁ CRIME,QUANDO
A PREPARAÇÃO DO FLAGRANTE PELA POLÍCIATORNA IMPOSSÍVEL A SUA CONSUMAÇÃO. A Doutrina e
a Jurisprudência, no entanto, vêm admitindo a validade de flagrante preparado quando o agente provocador
instiga o infrator a praticar um crime apenas para prendê-lo por crime diverso. Exemplo: Imagine o policial que
sobe o morro para prender um vendedor de drogas. Ele pede a droga e o traficante o fornece. Nesse o momento o
policial efetua a prisão, mas não pela venda de droga, que seria crime impossível, mas pelo crime anterior a este,
que é o crime de “ter consigo para venda” substância entorpecente. Nesse caso, o flagrante preparado vem sendo
admitido, pois não há hipótese de crime impossível, eis que o crime já havia ocorrido, sendo a preparação e
instigação meros meios para que o crime consumado fosse descoberto;
Flagrante forjado – Aqui o fato típico não ocorreu, sendo simulado pela autoridade policial para incriminar
falsamente alguém. É ABSOLUTAMENTE ILEGAL. Se quem realiza esse flagrante é autoridade, trata-se de crime
de abuso de autoridade. Se quem pratica é pessoa comum, poderemos estar diante do crime de denunciação
caluniosa. Sabemos que coisas como estas não existem no Brasil, mas já ouvi dizer que na Finlândia isto é muito
comum...
O Auto de Prisão em Flagrante – APF geralmente é lavrado pela autoridade policial do local em que ocorreu a
PRISÃO, ou, se não houver neste local, a autoridade do local mais próximo, pois é a ela que o preso deve ser
apresentado (art. 308 do CPP). No entanto, nada impede que um Juiz possa lavrar o Auto de Prisão em Flagrante
nos crimes cometidos em sua presença.
Após ser apresentado o preso em flagrante delito à autoridade policial, esta deverá adotar o seguinte
procedimento:
a) Ouvir o condutor
b) Ouvir as testemunhas
c) Ouvir a vítima, se for possível
d) Ouvir o preso (Interrogatório)
E se não houver testemunhas do fato? Nesse caso, não está impossibilitada a prisão em flagrante, mas
deverão assinar com o condutor, duas pessoas que tenham presenciado a apresentação do preso (e não sua
prisão!).
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
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§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública.
E quando o Juiz receber o Auto de Prisão em Flagrante, o que deve fazer? Ao Juiz são facultadas três
opções:
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PRISÃO PREVENTIVA
A prisão preventiva será decretada em que situações? As situações que autorizam a decretação da prisão
preventiva estão elencadas no art. 312 do CPP, e revelam circunstâncias nas quais há fundados indícios de
autoria e prova da materialidade do delito (fumus comissi delicti ou fumus boni iuris), bem como há receio
concreto de que a liberdade do indivíduo possa prejudicar o processo.
Garantia da ordem pública – Muito criticada por boa parte da Doutrina, em razão de seu alto grau de abstração
(qualquer coisa pode ser considerada como garantia da ordem pública), o que violaria inúmeros direitos
fundamentais do réu. No entanto, continua em vigor e é válida, para a maior parte da Doutrina e para os Tribunais
Superiores. A perturbação da ordem pública pode ser conceituada como o abalo provocado na sociedade em razão
da prática de um delito de consequências graves. Assim, a prisão preventiva se justificaria para restabelecer a
tranquilidade social, a sensação de paz em um determinado local (um bairro, uma cidade, um estado, ou até
mesmo no país inteiro);
Garantia da Ordem Econômica – Esta hipótese é direcionada aos crimes do colarinho branco, àquelas
hipóteses em que o agente pratica delitos contra instituições financeiras e entidades públicas, causando sérios
prejuízos financeiros. Atualmente, com a possibilidade de decretação de medida cautelar de suspensão do exercício
de função pública, este fundamento (que já era pouco utilizado), perdeu ainda mais sua razão, eis que se o
fundamento for a proximidade do indivíduo com a função pública, na maioria dos casos o afastamento da função
irá bastar para que a ordem econômica não sofra prejuízos;
Conveniência da Instrução Criminal – Tem a finalidade de evitar que o indivíduo ameace testemunhas, tente
destruir provas, etc. Em resumo, busca evitar que a instrução do processo seja prejudicada em razão da liberdade
do réu. O STJ entende que, se a prisão foi decretada por este motivo, terminando a fase instrutória, deve o réu ser
posto em liberdade, pois não permanece mais o perigo;
Segurança na aplicação da Lei penal – Busca evitar que o indivíduo fuja, de forma a se furtar à aplicação da
pena que possivelmente lhe será imposta. Assim, quando houver indícios de que o indivíduo pretende fugir, estará
presente esta hipótese autorizadora
Entretanto, a este art. 312 foi acrescentado um § único, que estabelece outra hipótese de decretação da prisão
preventiva, que é o descumprimento de alguma das obrigações impostas pelo Juiz como medida
cautelar diversa da prisão:
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em descumprimento de qualquer das
obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
O art. 314 do CPP traz uma vedação expressa à possibilidade de decretação da preventiva: Quando o
agente praticar o fato acobertado por alguma excludente de ilicitude. Vejamos:
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos
ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei Nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei nº12.403, de 2011).
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PRISÃO TEMPORÁRIA
A prisão temporária é uma modalidade de prisão cautelar que não se encontra no CPP, estando
regulamentada na Lei 7.960/89. Esta Lei não sofreu alteração pela Lei 12.403/11.
A prisão temporária é uma espécie bem peculiar de prisão cautelar, pois possui prazo certo e só pode ser
determinada DURANTE AINVESTIGAÇÃO POLICIAL. Assim, após o recebimento da denúncia ou queixa,
não poderá ser decretada NEM MANTIDA a prisão temporária.
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Além disso, a prisão temporária só pode ser decretada nas hipóteses de crimes previstos no art. 1°, III da Lei
7.960/89, a saber:
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único)2;
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único)3;
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput,
combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal4; m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976)5;
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
Só é cabível quando estivermos diante de um dos crimes do art. 1°, III da Lei 7.960/89 e que esteja
presente uma das duas situações previstas nos incisos I e II do art. 1° da Lei 7.960/89 – É a posição
que predomina na Doutrina e Jurisprudência. Exige, apenas, dois requisitos:
a) Trate-se de crime previsto na lista do inciso III;
b) Esteja presente um dos outros dois requisitos previstos nos incisos I e II.
Assim, não bastaria, por exemplo, que o crime fosse de homicídio doloso. Deveria, ainda, haver a necessidade de
se proceder à prisão temporária por ser indispensável às investigações (indiciado está atrapalhando as
investigações) ou o indiciado não ter residência fixa ou não colaborar para sua identificação
A prisão temporária NÃO PODE SER DECRETADA DE OFÍCIO pelo Juiz, devendo ser requerida pelo MP ou
ser objeto de representação da autoridade policial. Neste último caso, o Juiz deve ouvir o MP antes de decidir.
Quem decreta? O Juiz, desde que haja requerimento do MP ou representação da autoridade policial.
Nunca ex officio (sem requerimento).
Por quanto tempo? 05 dias, prorrogáveis por mais 05 dias (em caso de extrema e comprovada
necessidade).
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O Juiz não pode decretar a temporária, ex officio, mas ele pode prorrogá-la sem que haja
requerimento do MP ou da autoridade policial? Embora existam vozes em contrário, predomina o
entendimento de que, da mesma forma como não pode o Juiz decretá-la de ofício, não pode, também,
prorrogá-la de ofício.
QUESTÕES: PRISÃO
01 – Considerando-se que João tenha sido indiciado, em inquérito policial, por, supostamente, ter
cometido dolosamente homicídio simples, e que Pedro tenha sido indiciado, em inquérito policial,
por, supostamente, ter cometido homicídio qualificado, é correto afirmar que, no curso dos
inquéritos,
a) se a prisão temporária de algum dos acusados for decretada, ela somente poderá ser executada depois de
expedido o mandado judicial.
b) João e Pedro podem ficar presos temporariamente, sendo igual o limite de prazo para a decretação da
prisão temporária de ambos.
c) o juiz poderá decidir sobre a prisão temporária de qualquer um dos acusados ou de ambos,
independentemente de ouvir o MP, sendo suficiente, para tanto, a representação da autoridade policial.
d) o juiz poderá decretar, de ofício, a prisão temporária de Pedro mas não a de João.
e) o juiz poderá decretar, de ofício, a prisão temporária de João e de Pedro.
03 – A prisão preventiva pode ser decretada se houver indícios suficientes da autoria e prova da
existência do crime e se for necessária, por exemplo, para assegurar a aplicação da lei penal.
Presentes esses requisitos, a prisão preventiva será admitida
a) ainda que configurada alguma excludente de ilicitude.
b) de ofício, pelo juiz, durante a fase de investigação policial.
c) se o agente for acusado da prática de crime doloso e tiver sido condenado pela prática de outro crime
doloso em sentença transitada em julgado menos de cinco anos antes.
d) em caso de acusação pela prática de crimes culposos e preterdolosos punidos com pena privativa de
liberdade máxima superior a quatro anos.
e) em qualquer circunstância se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher.
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No que tange à prisão em flagrante, à prisão preventiva e à prisão temporária, julgue o item que
se segue, à luz do Código de Processo Penal (CPP).
02 – Suponha que um agente penalmente capaz pratique um roubo e, perseguido ininterruptamente pela polícia,
seja preso em circunscrição diversa da do cometimento do delito. Nessa situação, a autoridade policial
competente para a lavratura do auto de prisão em flagrante é a do local de execução do delito, sob pena de
nulidade do ato administrativo.
03 – A presunção de inocência da pessoa presa em flagrante delito, ainda que pela prática de crime inafiançável e
hediondo, é razão, em regra, para que ela permaneça em liberdade.
04 – A assistência de advogado durante a prisão é requisito de validade do flagrante; por essa razão, se o autuado
não nomear um profissional de sua confiança, o delegado deverá indicar um defensor dativo para acompanhar
o ato.
06 – O agente preso em flagrante de crime inafiançável terá direito a concessão de liberdade provisória sem
fiança, se não estiverem caracterizados os motivos para decretação de prisão cautelar, em estrita observância
do princípio da inocência.
07 – A prisão temporária em crime de homicídio doloso pode ser decretada de ofício pelo juiz, pelo prazo de trinta
dias, prorrogáveis por igual período.
08 – Qualquer do povo poderá prender qualquer pessoa que seja encontrada em flagrante delito.
09 – A prisão temporária constitui-se em uma espécie de prisão cautelar, admissível na fase das investigações do
inquérito policial, mas será decretada pelo juiz, mediante representação da autoridade policial e ou a
requerimento do Ministério Público.
10 – Se, no curso do inquérito policial, o delegado de polícia constatar que o indiciado está ameaçando
testemunha ou praticando quaisquer outros atos que prejudique as investigações, ele próprio poderá decretar a
prisão preventiva do indiciado.
GABARITO: PRISÃO
Questão Resposta
1 C
Questão Resposta 2 E
1 A 3 C
2 C 4 E
3 C 5 E
4 B 6 C
5 d 7 E
8 C
9 C
10 E
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PROVAS
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação,ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
A expressão “livre apreciação da prova produzida” consagra a adoção do sistema do livre convencimento
motivado da prova. O que isso significa? O princípio ou sistema do livre convencimento motivado, ou livre
convencimento regrado, diz que o Juiz deve valorar a prova produzida da maneira que entender mais conveniente,
de acordo com sua análise dos fatos.
Porém, existem determinados fatos que não necessitam serem provados (não sendo, portanto, objeto de
prova). São eles:
Fatos evidentes (ou axiomáticos, ou intuitivos) – São fatos que decorrem de um raciocínio lógico, intuitivo,
decorrente de alguma situação que gera a lógica conclusão de outro fato;
Fatos notórios – São aqueles que pertencem ao conhecimento comum de todas as pessoas. Assim, ao
mencionar, por exemplo, que um fato criminoso fora cometido no dia 25 de dezembro, Natal, não tem a parte
obrigação de provar que o dia 25 de dezembro é Natal, pois isso é do conhecimento comum de qualquer pessoa;
Presunções legais – São fatos que a lei presume tenham ocorrido. O exemplo mais clássico é a inocência do
réu. A Lei presume a inocência do réu, portanto, não cabe ao réu provar que é inocente, pois este fato já é
presumido.
Fatos inúteis – São aqueles que não possuem qualquer relevância para a causa, sendo absolutamente
dispensáveis e, até mesmo, podendo ser dispensada a sua apreciação pelo Juiz.
b) Provas indiretas – Aquelas que não provam diretamente o fato, mas por uma dedução lógica, acabam por
prová-lo. Exemplo: Imagine-se que o acusado comprove de maneira cabal (absoluta) que se encontrava em outro
país quando da ocorrência de um roubo na cidade do Rio de Janeiro, do qual é acusado. Assim, comprovado este
fato (que não é o fato criminoso), deduz-se de maneira irrefutável, que o acusado não praticou o crime (prova
indireta).
Quanto ao valor:
a) Provas plenas – Aquelas que trazem a possibilidade de um juízo de certeza quanto ao fato que buscam
provar, possibilitando ao Juiz fundamentar sua decisão de mérito em apenas uma delas, se for o caso. Exemplo:
Prova documental, testemunhal, exame de corpo de delito, etc.;
b) Provas não-plenas – Apenas ajudam a reforçar a convicção do Juiz, contribuindo na formação de sua certeza,
mas não possuem o poder de formar a convicção do Juiz, que não pode fundamentar sua decisão de mérito
apenas numa prova não plena.
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Quanto ao sujeito:
a) Provas reais – Aquelas que se baseiam em algum objeto, e não derivam de uma pessoa. Exemplo: Cadáver,
documento, etc.
a) Princípio do contraditório – Todas as provas produzidas por uma das partes podem ser contraditadas
(contraprova) pela outra parte;
b) Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da prova) – A prova é produzida por uma das partes
ou determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada aos autos, deixa de pertencer àquele que a produziu, passando
a ser parte integrante do processo,podendo ser utilizada em benefício de qualquer das partes.
c) Princípio da oralidade – Sempre que for possível, as provas devem ser produzidas oralmente na presença do
Juiz. Assim, mais valor tem uma prova testemunhal produzida em audiência que um erro documento juntado aos
autos contendo algumas declarações de uma suposta testemunha.
d) Princípio da autorresponsabilidade das partes – As partes respondem pelo ônus da produção da prova
acerca do fato que tenham de provar. Assim, se o titular da ação penal não provar a autoria e a materialidade do
fato, terá um consequência adversa para si, que é a absolvição do acusado;
e) Princípio da não auto-incriminação (ou Nemo tenetur se detegere) – Por este princípio entende-se a
não obrigatoriedade que a parte tem de produzir prova contra si mesma. Assim, não está o acusado obrigado a
responder às perguntas que lhe forem feitas, nem a participar da reconstituição simulada, nem fornecer material
gráfico para exame grafotécnico, etc.
OBS: O ônus da prova pode ser definido como o encargo conferido a uma das partes referente à produção
probatória relativa ao fato por ela alegado.
PROVAS ILEGAIS
As provas ilegais são um gênero do qual derivam três espécies: provas ilícitas, provas ilícitas por derivação e
provas ilegítimas.
a) Provas ilícitas São consideradas provas ilícitas aquelas produzidas mediante violação de normas de
direito material (normas constitucionais ou legais). A Constituição Federal expressamente prevê a vedação da
utilização de provas obtidas por meios ilícitos.
Interceptação telefônica realizada sem ordem judicial - a gravação de conversa informal entre os policiais e o
conduzido ocorrida quando da lavratura do auto de prisão em flagrante.
Busca e apreensão domiciliar sem ordem judicial;
Prova obtida mediante violação de correspondência.
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c) Provas ilegítimas
São provas obtidas mediante violação a normas de caráter eminentemente processual.
ESPÉCIES DE PROVAS
O exame de corpo de delito nada mais é que a perícia cuja finalidade é comprovar a materialidade (existência) das
infrações que deixam vestígios.
O exame de corpo de delito pode ser direto, quando realizado pelo perito diretamente sobre o vestígio
deixado, ou indireto, quando o perito realizar o exame com base em informações verossímeis
fornecidas a ele
O exame de corpo de delito é, em regra, obrigatório nos crimes que deixam vestígios. Entretanto, o art. 167 do
CPP autoriza o suprimento deste exame pela prova testemunhal quando os vestígios tiverem
desaparecido.
Existem algumas formalidades na realização desta prova (previstas entre o art. 159 e 166 do CPP), dentre elas, a
necessidade de que ser trate de UM PERITO OFICIAL, ou DOIS PERITOS NÃO OFICIAIS. E se houver
divergência entre os peritos? Nesse caso (que só é possível na hipótese de dois peritos que estejam atuando
na mesma área de conhecimento), cada um deles elaborará seu laudo separadamente, e a autoridade deverá
nomear um terceiro perito.
O Juiz pode discordar do laudo? Pode sim. Esta previsão está contida no art. 182 do CPP: Art. 182. O juiz não
ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo,no todo ou em parte.
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03) CONFISSÃO
A confissão é um meio de prova através do qual o acusado reconhece a prática do fato que lhe é imputado.
Para a validade da confissão, é necessário que ela preencha requisitos intrínsecos (ligados ao conteúdo da
confissão) e extrínsecos (ou formais, ligados à forma de sua realização). Os requisitos intrínsecos são,
basicamente, a verossimilhança das alegações do réu aos fatos, a clareza do réu na exposição dos
motivos, a coincidência com o que apontam os demais meios de prova , etc.
Os requisitos extrínsecos, ou formais, são a pessoalidade (não se pode ser feita por procurador), o
caráter expresso (não se admite confissão tácita no Processo Penal, devendo ser manifestada e reduzida a
termo), o oferecimento perante o Juiz COMPETENTE, a espontaneidade (não pode ser realizada sob
coação) e a capacidade do acusado para confessar (deve estar no pleno gozo das faculdades mentais).Por
adotarmos o princípio do livre convencimento motivado, e não o da prova tarifada, a confissão não possui
valor absoluto,
devendo ser valorada pelo Juiz da maneira que reputar pertinente.
O militar deverá ser ouvido mediante requisição à sua autoridade superior, nos termos do art. 221, §
2° do CPP;
O funcionário público será intimado (notificado) pessoalmente, como as demais testemunhas, mas deve ser
requisitado, também, ao chefe da repartição (para que o serviço não fique prejudicado);
07) DA ACAREAÇÃO
A acareação é o chamado “colocar frente a frente” duas pessoas que prestaram informações divergentes.
Fundamenta-se no constrangimento, ou seja, busca-se que uma das partes fique com “medinho” e se retrate da
informação errada que forneceu. Pode ser realizada tanto na fase de investigação quanto na fase processual.
Os peritos não estão sujeitos à acareação! O STJ, contudo, já se manifestou pela possibilidade dessa
acareação, quando houver suspeita de que um dos peritos (ou ambos) deliberadamente elaborou falsa perícia.
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09) INDÍCIOS
Os indícios são elementos de convicção cujo valor é inferior, pois NÃO PROVAM o fato que se discute, mas
provam outro fato, a ele relacionado, que faz INDUZIR que o fato discutido ocorre ou não. Nos termos do art.
239 do CPP:
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por
indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
Os indícios, porém, são diferentes das presunções, pois os indícios apenas induzem uma conclusão mais ou
menos lógica (exemplo: Meu carro foi encontrado estacionado próximo ao local do crime, o que induz que eu
estaria ali). Já as presunções são situações nas quais a lei estabelece que são verdadeiros
determinados fatos, se outros forem verdadeiros.
A Busca e apreensão pode ocorrer na fase judicial ou na fase de investigação policial. Pode ser
determinada de ofício ou a requerimento do MP, do defensor do réu, ou representação da autoridade policial. Por
fim, a busca e apreensão pode ser domiciliar ou pessoal.
A busca pessoal é aquela realizada em pessoas, com a finalidade de encontrar arma proibida ou determinados
objetos:
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida
ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Ao contrário da busca domiciliar, poderá ser feita de maneira menos formal, podendo ser decretada pela
autoridade policial e seus agentes, ou pela autoridade judicial.Entretanto, mesmo nesse caso, a realização da
busca deve se basearem FUNDADAS SUSPEITAS de que o indivíduo se encontre em alguma das hipóteses
previstas no CPP.
O CPP, de forma a compatibilizar a medida com os princípios da dignidade da pessoa humana, determina que a
busca pessoal em mulher será realizada por outra mulher, se não prejudicar a diligência.
INTERCEPTAÇAO TELEFONICA
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.
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Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação,
inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a
requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua
realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam
presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua
redução a termo.
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da
diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova.
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência
ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua
transcrição.
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz,
acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente o Ministério Público.
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar
serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados,
apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências,
gravações e transcrições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da autoridade,
quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz
para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal.
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a
instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença
do acusado ou de seu representante legal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou
quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
QUESTÕES: PROVAS
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03 – Quanto à prova e aos seus meios de produção no processo penal, assinale a opção correta.
a) A acareação no processo penal é admitida entre acusados ou entre estes e testemunhas, sendo legalmente
vedado tal procedimento entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida.
b) O interrogatório, a ser realizado em momento anterior à inquirição das testemunhas e da produção de
outras provas, constitui ato restrito à autoridade judiciária e ao acusado, não podendo o defensor do
acusado intervir ou influir, de qualquer modo, nas perguntas e nas respostas.
c) Estão dispensados de depor na condição de testemunha o ascendente ou descendente, o afim em linha reta,
o cônjuge, ainda que separado ou divorciado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado.
d) A lei não prevê qualquer medida coercitiva contra o ofendido que, intimado para depor, deixar de
comparecer em juízo, com ou sem justificado motivo, porquanto sua inquirição no processo não é
obrigatória.
e) Para os fins de prova documental a ser formalizada na ação penal, consideram-se documentos apenas os
escritos, instrumentos ou papéis públicos cuja originalidade possa ser oficialmente comprovada.
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No que tange à provas, julgue o item que se segue, à luz do Código de Processo Penal (CPP).
Conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, adotada pelo Código de Processo Penal, a prova ilícita
produzida no processo criminal tem o condão de contaminar todas as provas dela decorrentes, devendo,
entretanto, ficar evidenciado o nexo de causalidade entre elas, considerando-se válidas, ademais, as provas
derivadas que possam ser obtidas por fonte independente da prova ilícita.
02 – De acordo com o CPP, na falta de perito oficial para realizar as perícias, o exame poderá ser
realizado por uma pessoa idônea, portadora de diploma de curso superior, preferencialmente em
área relacionada com a natureza do exame.
03 – No caso de haver resistência do morador, permite-se o uso da força na busca domiciliar iniciada
de dia e continuada à noite, com a exibição de mandado judicial, devendo a diligência ser
presenciada por duas testemunhas que poderão atestar a sua regularidade.
05 – A confissão do acusado suprirá o exame de corpo de delito, quando a infração deixar vestígios,
mas não for possível fazê-lo de modo direto.
06 – É possível que, na falta de perito oficial, a prova pericial seja realizada por duas pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área objeto do exame,
nomeadas pelo juiz da causa.
07 – O juiz não ficará vinculado às conclusões dos peritos exaradas no laudo técnico, podendo
rejeitá-las completamente.
08 – Provas produzidas durante o inquérito policial — como, por exemplo, o reconhecimento do autor
do crime — podem servir de instrumento para a formação da convicção do juiz, desde que sejam
confirmadas, sob o crivo do contraditório, por outros elementos colhidos em juízo.
09 – Crianças podem ser testemunhas em processo criminal, mas não podem ser submetidas ao
compromisso de dizer a verdade.
10 – O parecer feito por assistente técnico apresenta valor probatório equivalente ao da perícia
realizada por perito oficial, não havendo hierarquia entre as provas, podendo, ademais, o juiz
penal ignorar as conclusões dos laudos periciais em face do livre convencimento motivado.
GABARITO: PROVAS
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Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de
direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do
delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.
Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a
notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado
defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.
No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a resposta, os autos permanecerão em
cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu defensor.
O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do
seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.
Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I,
deste Livro.
QUESTÕES REVISÃO
02 – Dr. Frederico, juiz da 1ª Vara Criminal de Teresina-PI, após a denúncia do Ministério Público e
toda a sequência de atos processuais que permeiam o processo, julgará o acusado. Quanto à
aplicação e eficácia da lei processual no tempo e no espaço, marque a alternativa CORRETA.
a) O Código de Processo Penal possui validade em todo território brasileiro e, também, no estrangeiro, desde
que o crime tenha sido cometido por brasileiro.
b) A lei processual penal brasileira aplica-se a todas as infrações cometidas em território brasileiro ou em solo
estrangeiro.
c) Os tratados e convenções internacionais sobre matéria processual não podem ser aplicadas no Brasil, em
nenhuma hipótese.
d) O processo penal da competência da Justiça Militar não será regulado pelo Código de Processo Penal.
e) Aos crimes previstos em leis especiais não se aplica o Código de Processo Penal.
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INQUÉRITO POLICIAL
03 – No tocante ao inquérito policial relativo à apuração de crime a que se procede mediante ação
penal pública incondicionada, é correto afirmar:
a) É vedada a instauração de inquérito policial de ofício.
b) O ofendido não pode requerer diligência no curso de inquérito policial.
c) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
d) A autoridade policial poderá mandar instaurar inquérito a partir de comunicação de fato feita por qualquer
pessoa, mas deve aguardar a iniciativa do ofendido ou seu representante legal para que seja instaurado.
e) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
04 – Praticado o crime na via pública, o delegado de polícia deverá, dentre outras providências,
a) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a
chegada dos peritos criminais
b) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, independentemente da liberação pelos peritos
criminais.
c) colher, após a realização da perícia do local, todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias.
d) determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias, desde que
haja expresso consentimento da vítima ou quem a represente.
e) proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública e
haja peritos oficiais para a realização do laudo pericial.
AÇÃO PENAL
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09 – Considere que o Ministério Público tenha oferecido denúncia contra determinado indivíduo pela
prática de crime que somente se processa mediante queixa. Nessa situação, o juiz deve
a) designar audiência de tentativa de reconciliação entre a vítima e o ofendido.
b) intimar o ofendido, para que ele assuma a titularidade da ação penal.
c) rejeitar a denúncia.
d) determinar a citação do querelado, para que ele ofereça defesa no prazo de quinze dias.
e) exigir do órgão ministerial a correção da peça acusatória.
10 – Considerando a regência legal e a orientação jurisprudencial no que tange à ação penal, assinale
a alternativa correta.
a) Na ação penal pública incondicionada o delegado de polícia para instaurar inquérito necessita da
representação da vítima ou ofendido.
b) Após o recebimento da denúncia a representação torna-se irretratável.
c) A representação é uma condição específica de procedibilidade.
d) Na ação penal privada subsidiária da pública, a desídia do querelante não autoriza a retomada da ação pelo
Ministério Público.
e) No crime de lesão corporal leve no âmbito da violência doméstica contra mulher a ação penal é pública
condicionada à representação.
COMPETÊNCIA
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PROVA
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17 – “Técio gravou a conversa que teve com Tício e informou esse fato ao seu amigo Mévio,
advogado com profundos conhecimentos na área do direito constitucional, especialmente em
matéria de liberdades fundamentais. Na ocasião, Técio questionou Mévio sobre a juridicidade do
seu comportamento.” Assinale, dentre as alternativas a seguir, a única, apresentada por Mévio,
que se mostra harmônica com a ordem constitucional e a interpretação sedimentada no âmbito do
Supremo Tribunal Federal.
a) Técio poderia ter gravado a conversa que teve com Tício para utilizá-la como prova de defesa ou em
decorrência de investida criminosa.
b) Técio jamais poderia ter gravado a conversa sem o conhecimento de Tício, sob pena de flagrante afronta à
intimidade deste último.
c) Técio somente poderia gravar a conversa que teve com Tício, qualquer que fosse o seu teor, se estivesse
autorizado por este último ou munido de autorização judicial.
d) Apesar de Tício ter conversado voluntariamente com Técio, este último só poderia gravar a conversa,
restrigindo a intimidade daquele, caso a lei o autorizasse expressamente.
18 – O Código de Processo Penal elenca um conjunto de regras que regulamentam a produção das
provas no âmbito do processo criminal. No tocante às perícias em geral, as normas estão previstas
nos artigos 158 a 184 da lei em comento. Quanto ao exame de corpo de delito, nos crimes
a) que deixam vestígios, quando estes desaparecerem, a prova testemunhal não poderá suprir-lhe a falta.
b) que deixam vestígios, esse exame só pode ser realizado durante o dia.
c) de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame
complementar apenas por determinação da autoridade judicial.
d) que deixam vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-
lo a confissão do acusado.
e) que deixam vestígios, será indispensável que as perícias sejam realizadas por dois peritos oficiais.
20 – Acerca do exame de corpo de delito previsto no Código de Processo Penal, assinale a assertiva
correta.
a) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
podendo supri-lo a confissão do acusado.
b) O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por dois peritos oficiais, portadores de diploma
de curso superior.
c) Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenharem o encargo.
d) Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 03 (três) pessoas idôneas.
e) Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal não suprirá a falta.
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25 – Segundo o Código de Processo Penal, é cabível a prisão domiciliar quando o agente for
a) mulher com netos até 12 anos.
b) maior de 70 anos.
c) mulher com mais de 60 anos.
d) homem com filho adolescente.
e) mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos.
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c) crimes patrimoniais cuja pena privativa de liberdade mínima seja inferior a 4 anos.
d) crimes definidos como afiançáveis pela Constituição Federal de 1988.
e) infrações praticadas por policiais cuja pena privativa de liberdade máxima seja inferior a 6 anos.
27 – Indiciado em determinado inquérito policial, Pedro requereu, por meio de seu advogado, acesso
aos autos da investigação. O requerimento foi negado pelo delegado de polícia.
GABARITO
1 B 11 C 21 C
2 D 12 B 22 C
3 E 13 E 23 E
4 A 14 E 24 B
5 B 15 B 25 E
6 A 16 C 26 A
7 A 17 A 27 E
8 E 18 D 28 B
9 C 19 D 29 C
10 C 20 C 30 D
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