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Colégio Estadual do Campo de Pedra Vermelha

Disciplina de História
Professor: Gilmar dos Santos Andrade

Objetivos:
 Compreender o período histórico do Brasil império, destacando as principais características
do primeiro reinado, período regencial e segundo reinado;
 Analisar as revoltas sociais do período regencial, identificando as forças sociais envolvidas
nos conflitos.

Sequência didática
1. Ler o texto Brasil império e Período Regencial
2. Assistir o vídeo sobre o primeiro império https://www.youtube.com/watch?v=ShV5pcTH8pw
3. Realizar a atividade:
 Escolha uma das revoltas do período regencial e faça uma síntese/resumo sobre a
Revolta, destacando: Quais os motivos da revolta? Quais eram os objetivos? Quais os
envolvidos na revolta?
 Prazo de entrega: 24 de setembro
 Por onde entregar? E-mail: gilmarpjr@gmail.com ou WhatsApp 75 991619202

Brasil império

O Brasil Império compreende o período de 1822 a 1889 quando o país foi governado por uma
monarquia constitucional. Esta época teve início com a aclamação do Imperador D. Pedro I, em
1822, e se prolongou até a Proclamação da República, em 1889.

1. Primeiro Reinado (1822-1831)


Oficialmente, o Império do Brasil começa com a aclamação de Dom Pedro I como Imperador
do Brasil, em 12 de outubro de 1822, quando completava 24 anos. D. Pedro I teve que enfrentar a
difícil situação criada por algumas províncias onde as Juntas Governativas Provisórias eram
dominadas por portugueses.
A separação entre o Brasil e Portugal não foi aceita, por exemplo, na província da Bahia onde
os soldados se amotinaram declarando-se fieis às Cortes de Lisboa. Ali, Dom Pedro I não foi
reconhecido como governante.
Após várias batalhas, os soldados portugueses são expulsos da Bahia e luta termina em 2 de
julho de 1823.
Constituição de 1824
A Assembleia Constituinte foi convocada por D. Pedro I e se reuniu pela primeira vez no dia
3 de maio de 1823 para elaborar a primeira Constituição do Brasil.
A declaração de D. Pedro I de que defenderia a pátria e a constituição desde que “fosse digna
dele e do Brasil”, desencadeou vários desentendimentos entre os deputados liberais radicais e o
imperador, o que levou D. Pedro a dissolver a Assembleia seis meses depois.
Após a dissolução da Assembleia, D. Pedro I escolheu uma comissão de dez pessoas de sua
confiança e encarregou-as de elaborar uma Constituição para o País.
Em 16 dias estava pronta, baseada no projeto que fora elaborado pela Constituinte. No dia 25
de março de 1824, D. Pedro I jurou obedecer a Carta Magna que outorgava ao Brasil.
A Constituição de 1824 estabelecia a monarquia constitucional como regime político e os três
Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, criava o Poder Moderador, que funcionaria
como um contrapeso onde o Imperador poderia mediar entre os três poderes em caso de crise.
Esta concentração de poderes nas mãos do imperador recebeu críticas de diversas províncias.
Foi o caso de Pernambuco onde se iniciou uma revolta de caráter separatista em 1824, com adesão da
Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará que criaram a Confederação do Equador,
O movimento conseguiu por manter-se no governo pouco tempo. A repressão foi violenta e
um dos líderes, o popular pernambucano Frei Caneca (1779-1825), foi preso e fuzilado.
A abdicação de D. Pedro I
D. Pedro I enfrentou grande dificuldade financeira e política durante seu governo. A
concentração de poderes, a violenta repressão à Confederação do Equador, os constantes
empréstimos, a falência do Banco do Brasil (1829), entre outros fatores, contribuíram para diminuir o
prestígio do imperador junto à população.
Igualmente, com a morte de Dom João VI, abriu-se a questão da sucessão do trono português.
Dom Pedro I era o herdeiro, mas como já era imperador no Brasil, Dom Miguel, seu irmão, se
proclamou rei de Portugal. Dom Pedro I protestou, pois Dom João VI não o havia tirado da linha de
sucessão.
Decide, então, abdicar do trono brasileiro, depois de dez anos governando o Brasil. Seu
herdeiro era Pedro de Alcântara (1825-1891), que tinha pouco mais de cinco anos de idade, e só
reinou mais tarde, com o título de D. Pedro II.

2. Período Regencial (1831-1840)


Nesse período, governou o Império a Regência Trina Provisória (1831); a Regência Trina
Permanente (1831-1835).
A Constituição de 1824 determinava que o Império seria governado por uma regência
composta por três membros, em caso de minoridade do herdeiro.
Em 1834 foram introduzidas alterações importantes no texto constitucional, como o
estabelecimento de um regente único do Império. Esta mudança ficou conhecida como o Ato
Adicional de 1834.
O padre Antônio Feijó (1784-1843), ministro da Justiça, foi eleito para o cargo e tomou posse
em 12 de outubro de 1835.
A Regência de Diogo Antônio Feijó durou até o ano de 1837, mas diante das crescentes
revoltas nas províncias renunciou ao cargo.
No ano seguinte, Pedro de Araújo Lima (1793-1870) foi escolhido como novo regente. A
regência de Araújo Lima, porém, não conseguiu afastar o clima de insatisfação reinante.
No período regencial ocorreram diversas crises políticas, marcadas por rebeliões populares
contra a miséria, entre elas:
Nesse momento, ideais emancipacionistas, liberalistas, republicanos e abolicionistas
ganharam força no país. Esse cenário abriu portas para a eclosão de muitas revoltas por todo o
território brasileiro.

Revoltas do Período Regencial


Balaiada
O nome vem de “balaio”, que representa os cestos comercializados na região do Maranhão. A
reivindicação dos comerciantes era contra os altos impostos que prejudicavam a vida dos vendedores
em geral.
O contexto histórico envolve uma grande crise algodoeira, com a piora das condições de vida:
miséria e exclusão social. Além disso, as elites disputavam ideologias políticas, enquanto a
população padecia diariamente.
Todo o contexto sociopolítico contribuiu para a mobilização popular contra o governo. O
movimento teve alguns êxitos, mas foi enfraquecido com a morte de um dos principais líderes: o
Balaio.
Ao final dessa revolta, as tropas nacionais – dirigidas por aquele que seria, posteriormente, o
Duque de Caxias – dominaram terras maranhenses. Grande parte dos balaios foram anistiados, e
outros morreram. Duque de Caxias foi honrado por conseguir reprimir essa revolta social.

Vídeo de apoio sobre a Balaiada


https://www.youtube.com/watch?v=BxPuoZvM08s

Cabanagem
A revolta regencial denominada Cabanagem deu-se início em 1835, no Pará – na época,
conhecida como província do Grão-Pará –. O grupo de revoltosos era formado por pessoas em
situação de pobreza, morando em cabanas, por isso, aqui surge o nome “Cabanagem”. Esses
indivíduos representavam o descaso social das elites com os mais pobres: exclusão social, fome e
miséria.
Inclusos nesse cenário estão os indígenas, mestiços, pobres, quilombolas, comerciantes e
outras classes sociais. Tal fato conferiu um caráter eclético ao movimento. Surge, nesse sentido, uma
grande proposta separatista e elitista, que usou a insatisfação popular para promover o levante. A
grande chamada da revolta era a maior autonomia da província, que garantiria maior autonomia da
elite sobre a população.
As manifestações dessa insurreição foram marcadas por muita violência popular, incluindo
assassinatos e cenas sanguinárias. Apesar de toda a luta do movimento, ele foi duramente massacrado
pela repressão regencial e provinciana – governador do Grão-Pará –, o que fez com que ele chegasse
ao fim em 1940.

Vídeo de apoio sobre a Cabanagem


https://www.youtube.com/watch?v=KVSR1N0GQk8
Farroupilha
Essa revolta regencial é a de maior destaque no período regencial: o movimento mais radical e
de maior persistência, tendo durado de 1835 a 1845, ou seja, resistiu até o Segundo Reinado, quando
Dom Pedro II assumiu o trono. Situada na fronteira entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a
revolta Farroupilha abrangeu as reivindicações da elite – grandes fazendeiros, charqueadores e
estancieiros.
O protesto era contra os impostos exagerados, a exclusão social, o abandono político e
principalmente: a questão do charque e o governo. Por meio de relações comerciais complexas, as
taxas fiscais sobre o charque favoreciam o preço do charque internacional, enquanto desvalorizavam
a carne sulista perante o mercado financeiro. Esse quadro causou indignação na população daquela
região.
Assim, buscando maior equilíbrio entre a produção externa e a interna, os manifestantes
propunham a taxação justa para os charqueadores internacionais ou nacionais – balanceando as
questões competitivas.
Outras questões estavam em pauta, como a insatisfação governamental e o clamor por maior
autonomia provinciana. Com o passar do tempo, ideias separatistas se fortaleceram no movimento e
então, foram idealizadas duas Repúblicas: a República Juliana – localizada na atual Santa Catarina –
e a República de Piratini – onde, hoje, está o Rio Grande do Sul.
Fato é que, não houve forte instalação desses projetos, que ficaram marcados como momentos
de grande autonomia dessas províncias.
Grande destaque se dá a esse levante que, por vezes, é nomeado de Revolução Farroupilha, já
que era republicano, durou 10 anos e atingiu seu principal objetivo. Além disso, essa revolta
regencial representou uma ameaça de fragmentação do território imperial.
O desfecho do movimento ocorreu após negociação entre governo e revoltosos, no documento
que ficou conhecido como Tratado de Poncho Verde. Encerrando a Guerra dos Farrapos, o Tratado
de Poncho Verde garantiu aos revolucionários: anistia, equidade fiscal e outros pontos requeridos.

Vídeo de apoio sobre Farroupilha


https://www.youtube.com/watch?v=XG6Ha_RZ7_0

Malês
A Revolta dos Malês aconteceu em Salvador, na Bahia e reuniu, predominantemente, negros
muçulmanos que eram contrários à escravização promovida pela Igreja em . O movimento teve forte
influência haitiana e ganhou muita força por representar a resistência de muitos negros escravizados
em uma mesma região do território.
O levante contou com a ação de cerca de 600 escravos que se revoltaram com as condições de
escravidão, tortura e massacre promovidas pelos senhores. A expressão e destaque dessa revolta
causou medo na elite.
O nome Malê, relaciona-se à palavra de origem africana imalê – muçulmano. Os escravos
envolvidos no movimento eram todos africanos e de ambiente urbano. As culturas de maior destaque
na revolta são as de iorubá e de nagô.
O plano desenvolvido por esses escravos não fluiu, pois foram feitas denúncias que o
impediram de prosseguir. Devido a questões socioculturais daquela época, a repressão foi gigantesca
e incluía castigos físicos e morais – qualquer manifestação contrária à ordem escravista era punida e
reprimida. Essa atitude demonstrava o maior medo da elite regencial: a força da resistência negra e o
vigor da ação haitiana.

Vídeo sobre Revolta dos Malês


https://www.youtube.com/watch?v=azPotFRPvGE&t=105s

Sabinada
A revolta Sabinada, que ocorreu em território baiano, entre 1837 e 1838, tinha caráter,
principalmente, separatista. A reivindicação vinha das classes médias que não concordavam com as
ordens do Rio de Janeiro, e desejavam uma organização mais federalista do território além de
almejarem melhores condições econômicas.
O contexto dessa revolta envolve a recessão do açúcar, que influenciava diretamente o
mercado baiano. Além disso, muitos dos revoltosos eram militares que não concordavam com o
soldo (salário) e com o recrutamento para atuar na guerra dos farrapos sulistas. O principal nome do
movimento é Francisco Sabino, que inspirou o termo “Sabinada”.

O ato revolucionário do movimento instaurou a separação da Bahia do território brasileiro até


que Pedro II assumisse o trono. A revolta termina com a repressão imposta pela Guarda Nacional e
sem grandes conquistas políticas ou econômicas. A Sabinada é considerada, por muitos historiadores,
um fracasso.
Diante de várias revoltas a antecipação da maioridade de D. Pedro II foi apresentada como
solução para a luta entre facções políticas e os protestos nas províncias, pois o imperador seria um
poder neutro e uma figura de autoridade legítima.
A maioridade antecipada do imperador foi proclamada em 23 de julho de 1840, perante a
Assembleia Geral. Ele subiu ao trono com a idade de 14 anos e 7 meses.

Vídeo de apoio sobre Sabinada


https://www.youtube.com/watch?v=eo_9Rmb5q7o

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