O documento discute a teoria do ordenamento jurídico, definindo-o como complexo com normas vindas de múltiplas fontes, incluindo reconhecidas e delegadas. Também aborda a distinção entre normas de comportamento e estrutura, e a hierarquia escalonada proposta por Kelsen, com uma norma fundamental no topo. Por fim, analisa a relação entre direito e força.
O documento discute a teoria do ordenamento jurídico, definindo-o como complexo com normas vindas de múltiplas fontes, incluindo reconhecidas e delegadas. Também aborda a distinção entre normas de comportamento e estrutura, e a hierarquia escalonada proposta por Kelsen, com uma norma fundamental no topo. Por fim, analisa a relação entre direito e força.
O documento discute a teoria do ordenamento jurídico, definindo-o como complexo com normas vindas de múltiplas fontes, incluindo reconhecidas e delegadas. Também aborda a distinção entre normas de comportamento e estrutura, e a hierarquia escalonada proposta por Kelsen, com uma norma fundamental no topo. Por fim, analisa a relação entre direito e força.
Salvador (UNIFACS) no curso de Direito para a avaliação da disciplina Fundamentos Sociais e Históricos do direito, ministrada pelo professor Leandro Aragão.
FEIRA DE SANTANA - BA
2020 CAPÍTULO II
Os ordenamentos são compostos por várias normas, e essas normas não
derivam de uma única fonte. Assim, pode-se dividir os ordenamentos jurídicos em simples e complexos, como por exemplo um ordenamento restrito, que cobre um grupo social de poucos membros, como a família, é um ordenamento complexo porque nem sempre a única fonte das regras de conduta vem do pai, as vezes ele recebe regras já criadas pelos antepassados, ou por tradição. Os ordenamentos jurídicos são complexos porquê as regras de conduta são tão necessárias em uma sociedade que o poder supremo tem sempre que recorrer a duas opções: a recepção de normas já feitas ou a delegação de produzir normas jurídicas a órgãos inferiores. Em cada ordenamento, junto com a fonte direita, existe as indiretas, que são as reconhecidas e delegadas. Um exemplo de recepção, que é uma fonte reconhecida é o costume nos ordenamentos estatais, onde a fonte direta e superior é a lei. Já um exemplo de fonte delegada é o regulamento com relação a lei. Assim como as leis, os regulamentos são normas gerais e abstratas, mas a diferença das leis é que sua produção é confiada ao poder executivo por delegação do poder legislativo. O problema de distinção entre fontes reconhecidas e delegadas é que a solução depende da formação e estrutura de um ordenamento jurídico. A complexidade do ordenamento jurídico depende historicamente de dois fatores: o primeiro diz que a sociedade civil que forma um ordenamento jurídico, como é a do Estado, não é uma sociedade natural, privada de leis, mas uma sociedade que tem normas de vários gêneros, morais, sociais, religiosas, etc. O segundo fala que o poder originário cria ele mesmo para satisfazer a necessidade de uma normatização, atribuindo a órgãos executivos o poder de estabelecer normas que são legislativas. Segundo os jusnaturalistas, o poder civil forma-se a partir de um estado de natureza através do contrato social. Existe duas maneiras de conceber esse contrato: primeiro, com base na hipótese hobbesiana, diz que aqueles que estipulam o contrato, renunciam os direitos do estado natural; o segundo, pela hipótese lockiana, diz que o poder civil é fundado com o objetivo de assegurar o melhor aproveitamento dos direitos naturais. Outra fonte de um ordenamento jurídico é o poder de negociação, que os particulares regulam seus interesses próprios, por atos voluntários. Assim como a autonomia privada, que os particulares dão normas a si próprio dependendo da esfera de interesse. Falando nas origens das fontes, resta caracterizar o que são fontes do direito, e a definição mais comum é que são fatos com os quais o ordenamento jurídico depende para a produção de normas jurídicas. O conhecimento de um ordenamento jurídico começa sempre peça enumeração de suas fontes. O ordenamento jurídico, além de regular o comportamento das pessoas, regula o modo que se produzem as regras. Junto as normas de comportamento, existem as normas de estrutura que são as que regulam os procedimentos de regulamentação jurídica, ou seja, o de produzir regras. Kelsen elaborou a teoria de construção escalonada onde diz que as normas de um ordenamento não estão todas no mesmo plano. Tem normas superiores e inferiores, chegando à norma suprema, que não depende de nenhuma outra, chamada de norma fundamental. Cada ordenamento tem uma norma fundamental, e essas normas são colocadas em ordem hierárquica. O limite que o poder superior restringe o poder inferior são de dois tipos: relativo ao conteúdo e relativo à forma, chamando-os de limites materiais e formais. O primeiro se refere ao conteúdo na norma que inferior deve emanar, e o segundo se refere ao modo. Chama-se de ato executivo, o ato de alguém que executa um contrato, como por exemplo quando alguém executa uma obrigação contraída com outra pessoa. É o comprimento de uma regra de conduta derivada do contrato e esse ato está ligado as normas constitucionais. A pertinência de uma norma jurídica depende da sua validade. Uma norma existe como norma jurídica quando pertence a um ordenamento jurídico. A primeira condição para que uma norma seja considerada válida é que ela venha de uma autoridade com poder legitimo de estabelecer normas jurídicas. Em relação a força, sabe-se que se o direito é um conjunto de regras com eficácia reforçada, significa que não se pensa em ordenamento jurídico sem o exercício da força, ou seja, sem poder. Outra maneira de entender a relação entre direito e força é com a teoria criada por Kelsen, que diz que a força é o objeto de regulamentação jurídica, então, quando se fala em direito, não se entende como um conjunto de normas que se normas validas pela força, mas um conjunto de normas que regulam a força na sociedade .As regras para o exercício da força em um ordenamento jurídico, são usadas para organizar a sanção e tornar as normas de conduta mais eficazes. O objetivo do legislador não é organizar a força, mas organizar a sociedade usando a força. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. São Paulo, Polis/Brasília, UnB, 1989