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pintura é sem dúvida a mais dinâmica das artes plásticas em Cabo Verde.
Sobressai a figura de Kiki Lima, com uma produção bem característica, de cor e
movimento; os seus numerosos quadros estão omnipresentes, como prova de que foi
adotado como o pintor da nação. Mas há outros, como Abraão Vicente, os irmãos Levy
Lima, os irmãos Figueira, Mito ou Nisa a enriquecer a galeria da pintura cabo-verdiana.
Alguns escultores se têm também destacado, como Leão Lopes, Lourdes
Vieira (ceramista), Albertino Silva (reciclagem) e alguns mais.
Hélder Paz Monteiro, César Schofield Cardoso, Paulo Cabral, são alguns dos artistas
que se têm distinguido no âmbito da fotografia.
O cinema fez já algum caminho em Cabo Verde, com uma peça marcante de Leão
Lopes, Ilhéu de Contenda, rodada sobre o romance do mesmo nome de Teixeira de Sousa,
na ilha do Fogo, em 1964. Mais recentemente, Francisco Manso rodou em Cabo Verde as
longas metragens O testamento do Sr. Napomuceno, sobre o romance de Germano
Almeida e A Ilha dos Escravos.
A tapeçaria tem produzido obras com características de crioulidade bem marcada,
sobretudo em S. Vicente, pela mão de artistas como Bela Duarte e Manuel Figueira.

Artes plásticas e outras formas de cultura


Só após a independência é que começaram a aparecer alguns artistas plásticos, ligados à pintura e
escultura, no panorama cultural de Cabo Verde. Nessa altura, todos os trabalhos realizados
expressavam a temática da liberdade e da independência.

Nos dias de hoje, a realidade é bem diferente, e ainda bem. Cabo Verde abriu-se para o mundo e
muitos dos seus artistas plásticos procuram inspiração além mar. Muitos deles até concluem os
seus estudos artísticos no estrangeiro. A globalização é também sentida nas artes cabo-verdianas.
No entanto, as cores e os temas continuam a ser essencialmente de raiz africana.

São Vicente, à semelhança das outras ilhas do arquipélago, tem contribuído de forma generosa
para proliferação das artes plásticas do país. Muitos artistas têm sido influenciados pela vivência
da ilha. Um dos mais notáveis é António Firmino. As suas telas são o espelho das gentes são-
vicentinas. Pintor por vocação e professor de línguas por formação, há mais de duas décadas que
António Firmino se assume como um artista plástico autodidata que “inventa a sua própria
técnica a cada pincelada”.

Amorosos7*
Ainda na área da pintura, destacamos Humberto Tourinho Monteiro, Edith Borges, João Baptista
Lima, Manuel Amocha Cabral, Manuel Figueira e Carlos Alberto Figueira. Mais recentemente,
outros nomes surgem no espetro das artes plásticas, como promessas da continuidade cultural de
São Vicente. Paulo Jorge de Sousa, nascido em São Vicente em 1974 é uma dessas grandes
promessas. Para o artista plástico, “atualmente Cabo Verde já possui alguns pintores
reconhecidos internacionalmente, contudo, principalmente para os mais jovens, há ainda algumas
dificuldades fruto da inexistência de galerias para exporem”, o que dificulta a parceria entre
galeristas e a consequente promoção dos artistas noutras latitudes. No entanto, é perentório ao
afirmar que, “os artistas têm obrigatoriamente que ser proativos na procura de novas
oportunidades, e serem criativos na forma como divulgam os seus trabalhos, não podendo esperar
que seja o Estado a fazer esse trabalho por eles”.
T
chalê Figueira, também afirma que “Cabo Verde não pode pensar apenas no desenvolvimento
económico. A política cultural do país tem de acompanhar esse desenvolvimento, e se possível,
contribuir para a efetivação do crescimento do país”, pois para Tchalê, “o melhor produto que
Cabo Verde tem para exportar é, sem dúvida, a sua cultura”, e dá o exemplo da Cesária Évora,
que “conseguiu fazer com que a música de Cabo Verde fosse ouvida em todos os cantos do
mundo, o que trouxe notoriedade a outras expressões artísticas nacionais, e com isso todos
ficaram a ganhar”. Aponta a política cultural alemã, como exemplo a seguir por Cabo Verde, que
“apesar da crise mundial, houve um reforço do financiamento à cultura do país, pois os políticos
alemães sabem que a cultura não são só os artistas, mas sim uma cadeia de indústrias que se
interligam e que precisam dos artistas para viver: são os carpinteiros que fazem as molduras dos
quadros, os que vendem as tintas e pincéis, os que produzem as telas, os que constroem
instrumentos musicais, os técnicos de som que gravam e produzem discos, etc., etc.”, e termina
afirmando que “é forçoso que seja criada também em Cabo Verde, uma política de
desenvolvimento da cultura, em prol do crescimento deste circuito”.

Para os jovens criadores, Tchalê Figueira, aponta para que “vivam em paz, que fomentem a
criatividade e o conhecimento, e que essa paz se transforme em serenidade para criar”, pois como
afirma, “é através da criação que é feita a evolução do ser humano”.

No entanto, outros artistas se têm evidenciado através de obras notáveis. No ramo da tecelagem,
Isabel Duarte é um dos nomes mais conceituados. Natural de São Vicente, lecionou Desenho
Visual entre 1968 e 1974. Em 1976 integra o grupo de professores que formam a Cooperativa
Resistência. Em 1978 participa na criação do Centro Nacional de Artesanato, onde leciona
tecelagem, tapeçaria e batik.
Em termos culturais, São Vicente é dinâmica. É um viveiro de criatividade e génio. Fruto das
influências externas ou simplesmente pela sensibilidade das suas gentes, São Vicente é, e
continuará a ser, o espelho cultural de Cabo Verde.

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