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Psicopatologia

Forense
Profa. Dra. Sabrina Martins Barroso
Dra. Sabrina Martins Barroso
 Psicóloga pela UFSJ (CRP 04/22.252)
 Especialista em Desenvolvimento Humano (UFMG)
 Mestre em Psicologia (UFMG)
 Doutora em Saúde Pública (UFMG)

 Professora de Avaliação Psicológica e Neuropsicologia da Universidade Federal


do Triângulo Mineiro
 Vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFTM

 Membro associado do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP)


 Membro da Associação Nacional de Ensino e Pesquisa em Psicologia (ANPEPP)

 Autora e Organizadora de Livros sobre Avaliação Psicológica e Saúde Mental


www.facebook.com/napisuftm/
Plano de Aula
 Parte I: Conceitos em Psicologia Jurídica e Psicopatologia
 Definição de Psicologia
 Definição de Psicologia Jurídica e suas Subáreas
 Fundamentos da Perícia Psicológica Forense
 Definição de Psicopatologia

 Parte II: Psicopatologia


 Imputabilidade, semi-imputabilidade, inimputabilidade e
periculosidade
 Reflexões sobre o normal e o patológico
 Transtornos Mentais Orgânicos
 Transtornos Mentais Relacionados a Substâncias Psicoativas
 Depressão
 Esquizofrenia
 Transtornos de Ansiedade, Dissociativos e Somatoformes
 Transtornos de Personalidade
Plano de Aula
 Parte III: Psicopatologias associadas a Crimes
 Personalidade Criminosa
 Antissocial, Psicopatias e Sociopatias
 Serial Killers
 Crimes Sexuais

 Parte IV: Avaliação Psicológica Forense


Parte I:
Conceitos em Psicologia
Jurídica e Psicopatologia
Etimologia (grego):

Psykhé Alma

Logos Estudo

Psicologia: ciência que estuda o comportamento


humano, seus processos cognitivos, emocionais,
relacionais e psicológicos.

(Serbena & Raffaelli, 2003)


Entre as várias áreas de atuação da ψ

PSICOLOGIA JURÍDICA
Aplicação do saber psicológico às questões relacionadas
ao saber do Direito.
PSICOLOGIA FORENSE
Psicologia aplicada no âmbito de um processo ou
procedimento em andamento no Foro.
PSICOLOGIA CRIMINAL
Estuda as condições psíquicas do criminoso e o
modo pelo qual ocorre a ação criminosa.
PSICOLOGIA JUDICIÁRIA
(Leal, 2008) Prática psicológica realizada a mando e a serviço
da justiça (perícia).
Conceitos em Psicologia Jurídica
e Psicopatologia

PSICOLOGIA PENITENCIÁRIA (Huss, 2011)


Não atua diretamente como perito em processos, mas atua em
instituições correcionais (prisões e cadeias).

PSICOLOGIA POLICIAL (Huss, 2011)


Traçar perfil criminal, adequação para avaliações de
responsabilidade, negociação de reféns.

PSICOLOGIA CRIMINAL (Leal, 2008)


Estuda as condições psíquicas do criminoso e o modo pelo qual
ocorre a ação criminosa.
PSICOLOGIA INVESTIGATIVA (De Leo et al., 2000)
Envolve traçar perfil criminológico, estudo vitimológico,
psicologia do testemunho.
PSICOLOGIA JURÍDICA: ÁREAS DE ATUAÇÃO (Leal, 2008)
Infância e Juventude: adoção, risco, abrigo, infratores.
Direito da Família: separação, disputa, guarda, visitas.
Direito Civil: interdições, indenizações, dano psíquico.
Trabalho: acidente de trabalho, indenizações.
Direito Penal: perícia, insanidade mental e crime.
Testemunho: estudo do testemunho, falsas memórias.
Penitenciária: penas alternativas, intervenção ao recluso.
Policial e das Forças Armadas: seleção e formação policial.
Formação/atendimento aos Juízes e Promotores: seleção.
Mediação: mediador em direito penal e família.
Proteção a Testemunhas: atendimento psicológico.
Direitos Humanos: defesa e promoção dos direitos.
Vitimologia: avaliação e atendimento vítimas de violência.
Autópsia Psicológica: avaliação por informação de 3ºs.
Fundamentos da Perícia
Psicológica Forense Perito Assistente Técnico

De confiança da parte,
De confiança do juiz,
não-sujeito a
Solicitante: sujeito a impedimento
impedimento e
e suspeição.
suspeição.

Auxilia o juiz em suas Auxilia a parte naquilo


Objetivo:
decisões. que acha certo.

Examina, verifica e
Analisa os
comprova os fatos de
Atividade: procedimentos e os
uma determinada
achados do perito.
questão.

Redige um parecer
Documento: Elabora um laudo.
crítico.
(Lago, 2013)
BASES PARA SOLICITAÇÃO DE AUXÍLIO PERICIAL
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL - PERITO

• Art. 156 Código de Processo Civil:


• Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o
juiz será assistido por perito, segundo disposto no art. 421.

• §1º Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário,


devidamente inscritos no órgão de classe competente (...)

• Art. 465: - ASSISTENTE TÉCNICO


• §1º Incumbe às partes, dentro de cinco dias, contados da intimação
do despacho de nomeação do perito:
• I – indicar o assistente técnico;
• II – apresentar quesitos.

(Código de Processo Civil, 2016)


PERITO
Etimologia (latim):

Peritia Destreza, habilidade

É o exame de situações ou fatos relacionados a


coisas e pessoas, praticado por especialista na
matéria que lhe é submetida, com o objetivo de
elucidar determinados aspectos técnicos (em geral
especificados por meio de quesitos pré-definidos ou
já estudados).

(Brandimiller, 1996)
PERITO

• Fornecer prova
• Indicar formas de elucidar o problema
• Determinado pelo juiz (requisição formal)
• Seu parecer não constitui verdade soberana, podendo
ser contestado
• Áreas: cível, criminal e trabalhista
• Resultado apresentado por um laudo
(Lago, 2013)
• Prazos:
• Nomeação do perito é feita pelo juiz e o
profissional tem 5 dias para dar sua resposta.
• Aceitar: ofício, proposta de honorário,
comprovação de especialização, cronograma de
trabalho (início até 30 dias após o aceite).
• Não aceitar: ofício de recusa com justificativa.
• Pagamento: 50% - 50% ou tudo ao final (laudo)

• Nomeação do perito: 15 dias para indicação de


assistentes técnicos e apresentação de quesitos (art
465 CPC).
• Laudo: Prazo estipulado pelo juiz (mínimo 20 dias
antes da audiência de instrução – praxe 30 dias).
O profissional pode solicitar alteração de prazos
(Lago, 2013; CPC, 2016)
Art. 473 CPC - Laudo pericial deverá conter:
• I - a exposição do objeto da perícia;
• II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
• III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e
indicando sua regulamentação pelo conselho;
• IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados
pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.
• § 1 – Usar linguagem simples e com coerência lógica,
indicando como alcançou suas conclusões.
• § 2 - É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua
designação, emitir opiniões pessoais que excedam o exame
técnico ou científico do objeto da perícia. (CPC, 2016)
• Escusa por “motivo legítimo”
• Falta de conhecimento técnico

• Perícia que comprovadamente impliquem em


risco à vida do perito ou seus familiares

• Demasiado ocupado com outras perícias ou


atividades comerciais/profissionais

• Sigilo profissional (relação terapêutica)

(Lago, 2013)
• Vedada a participação:
• Parte na ação

• Depoimento como testemunha

• Advogado, juiz ou parte for cônjuge ou


parente próximo (2º grau)

• Amigo íntimo de uma das partes ou advogados

• Interesse na causa
(Lago, 2013)
ASSISTENTE TÉCNICO

O assistente técnico é um psicólogo autônomo,


contratado por uma das partes, cujo conhecimento
específico sobre a matéria deve ser empregado com a
função de complementar e/ou argumentar acerca do
estudo psicológico desenvolvido pelo perito no
processo judicial.

É, portanto, um assessor da parte, devendo estar


habilitado para orientar e esclarecer sobre as
questões psicológicas que dizem respeito ao conflito,
bem como questionar inconsistências observadas na
atuação do perito.
(Amendola, 2014)
• Contratado pelas partes

• Não é obrigatória sua indicação

• Não pode estar presente durante os procedimentos


do psicólogo perito (Resolução CFP 08/2010)

• Art 466 – Código Processo Civil


§ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o
acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia
comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.

• “Fiscal” do trabalho do perito

• Critica o trabalho do perito em um parecer, que deve


ser entregue até 15 dias após a entrega do laudo
(CPC, 2016)
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA FINS JURÍDICOS

Psicólogo contratado por uma das partes, sem haver


nomeação de perito. Caso haja solicitação de perícia
psicológica, o psicólogo pode se tornar um assistente
técnico.

Ao final de seu trabalho elabora-se um


relatório/laudo psicológico, pois é resultado de seu
trabalho avaliativo.

(Lago, 2013)
O trabalho do psicólogo nesse
contexto consiste em quê?

 Diferenciar o puramente judicial do


psicopatológico

 Distinguir o “normal” do “patológico”


Parte II:
Psicopatologia
PSICOPATOLOGIA
Etimologia (grego):

Psykhé Alma

Pathos Doença

Logos Estudo

Conjunto de conhecimentos referentes ao


adoecimento mental do ser humano. Esforça-se por
ser sistemático, descritivo, elucidativo e
desmistificante. Visa ser científico, não incluindo
critérios de valor, nem dogmas ou verdades a priori.

(Dalgalarrondo, 2008)
Pergunta: Quando alguém
pode/precisa responder por
seus atos (judicialmente)?
Imputabilidade
Imputar:
• Significa atribuir ao comportamento de um sujeito a
causa de uma ação/fenômeno (entender a relação causa
- efeito).

Imputabilidade:
• É uma qualidade que tem em si uma ação ou um
fenômeno qualquer que o torna atribuível àquela causa
A imputabilidade estabelece uma relação
causal entre o comportamento de um sujeito
em uma ação delituosa e suas
consequências.
(Peres & Filho, 2002)
Inimputabilidade
• Quando a capacidade de imputabilidade for nula, isto
quer dizer que o agente era, à época do delito, incapaz
de determinar-se de acordo com esse entendimento.

(Androvandi et al., 2007)


Quem pode ser inimputável?

• Aquele que por anomalia psíquica e/ou retardo mental


não pode responder por si judicialmente (Código Penal
Brasileiro, Artigo 26, 1940).

• Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença


mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

• Os menores de 18 (Art. 104 do Estatuto da Criança e do


Adolescente, Lei nº 8.069, 1990).
Semi-Imputabilidade
• São aqueles que, sem ter o discernimento ou autocontrole
abolidos, tem-los reduzidos ou prejudicados no momento do
ato ilícito.

• Art 26, Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o
agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

• Não impede a culpabilização, mas a pena pode ser reduzida


de um a dois terços.
Nos casos de INIMPUTABILIDADE se
aplica MEDIDA DE SEGURANÇA
• Art. 76. A aplicação da medida de segurança pressupõe:

• I — a prática do fato previsto como crime;

• II — a periculosidade do agente.

(Peres & Filho, 2002)


Medida de Segurança (art. 96)
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à
falta, em outro estabelecimento adequado;
II - sujeição a tratamento ambulatorial.

Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua


internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for
punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento
ambulatorial.

§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo


indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante
perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá
ser de 1 (um) a 3 (três) anos.

Perícia médica
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e
deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o
determinar o juiz da execução.
(Código Penal Brasileiro, Lei nº 7.209,1984)
A custódia e o tratamento
psiquiátrico – Débora Diniz
 Censo 2011 – 26 instituições – 3989 pessoas

 1 em cada 4 indivíduos não deveria estar internado;


 47% estão encarcerados sem fundamentação legal e
psiquiátrica;
 21% cumprem medida além da estipulada em sentença;
 sem contar o contingente internado há mais de 30 anos -
pena máxima admitida pelo regime jurídico brasileiro
 Débora Diniz “se considerarmos os indivíduos internados
com laudos psiquiátricos ou exames de cessação de
periculosidade em atraso são 1.194 pessoas que não
sabemos se deveriam estar internadas
Normal é operacionalmente definido

DEFINE-SE A PRIORI O QUE É NORMAL E PATOLÓGICO E


PROCURA-SE TRABALHÁ-LOS OPERACIONALMENTE.
CRITÉRIOS ASSUMIDAMENTE ARBITRÁRIOS,
COM FINALIDADES PRAGMÁTICAS

Restrito para situações específicas


Viável apenas se consensual
Controverso
Mutável

(Dalgalarrondo, 2008)
Transtornos Mentais
• Orgânicos
• Relacionados a Substâncias Psicoativas
• Esquizotípicos
• Humor
• Dissociativos
• Somatoformes
• Personalidade - Psicopatias
Transtornos Mentais Orgânicos

 Transtornos mentais que possuem uma


etiologia demonstrável de doença ou lesão
cerebral.

 São constituídos pelas demências,


transtornos relacionados a algum tipo de
lesão ou disfunção cerebral, delirium e
síndrome amnéstica (ambos não induzidos
pelo álcool ou por substâncias psicoativas).

(Reis et al., 2013)


Alzheimer
Desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos manifestados
comprometimento da memória e uma (ou mais) das seguintes
perturbações cognitivas:
(a) afasia (perturbação da linguagem)
(b) apraxia (atividades motoras prejudicadas)
(c) agnosia (incapacidade de reconhecer ou identificar objetos)
(d) perturbação do funcionamento executivo

O curso caracteriza-se por um início gradual e um declínio


cognitivo contínuo

Os déficits cognitivos não se devem a outras condições (por ex.,


hipotiroidismo, deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico,
deficiência de niacina, hipercalcemia, neurossífilis, infecção com
HIV), indução por substâncias

Os déficits não ocorrem exclusivamente durante o curso de um


delirium.
A perturbação não é melhor explicada por um outro transtorno do
Eixo I (por ex., Transtorno Depressivo Maior, Esquizofrenia)
(APA, 2014)
Exemplo de caso Orbitofrontal
Dick é um senhor pacato. De uns anos
para cá, porém, sua personalidade
mudou drasticamente.

"Dick sempre foi bom de piadas e


histórias. Mas, depois da doença
(coagulo), perdeu a noção do que
pode magoar as pessoas. Passou a
ser inconveniente e não liga a
mínima pra isso.", diz Lynn
Lingham, mulher de Dick.
"Um dos efeitos colaterais da
minha doença é que eu
simplesmente não consigo me
preocupar com nada. Nem com a
minha mulher, que eu amo tanto.
O que de certa forma até que é
bom", comenta Dick Lingham”.
(Pinel, 2005)
Exemplo de caso Dorsolateral

Após almoçar com sua esposa e mãe,


Charles Whitman escreveu uma carta
de despedida, onde pediu a autópsia
de seu cérebro, pois acreditava que
algo estivesse errado lá.
Ele afirmou estar sofrendo com
ideias bizarras e instigantes e que o
atendimento psiquiátrico não estava
ajudando.

Todos os relatos dizem que Whitman


era uma boa pessoa, entretanto em
01/08/66, ele matou a esposa e a
mãe (s/e para que não sofressem as
consequências).
(Pinel, 2005)
Exemplo de caso Dorsolateral
02/08/66 Whitman foi ao campus de sua
universidade, espancou a recepcionista até a
morte e baleou 4 pessoas a caminho da torre de
observação da universidade, levou água, comida
e 6 armas.

As 11:30 chegou à torre, abriu fogo contra as


pessoas no Campus e nas ruas próximas (até
300m).

13:24 a polícia conseguiu detê-lo (atirando).

Whitman matou 16 pessoas (fora a esposa e a


mãe) e feriu outras 31.
Síndrome Dorsolateral
Transtornos Mentais
Substâncias Psicoativas
 Compreende numerosos transtornos
que diferem entre si seja:

 pela gravidade variável


 pela sintomatologia diversa
 mas têm em comum o fato de serem todos
atribuídos ao uso de uma ou de várias
substâncias psicoativas, prescritas ou não
por um médico
Consequências do uso indevido de substâncias
psicoativas:

 Durante a intoxicação:
▪ Maior risco de acidentes pessoais
▪ Criminalidade
▪ Violência familiar
▪ Suicídios
 Cronicamente:
▪ Desnutrição
▪ Predisposição a infecções;
▪ Piora da qualidade do sono, alimentação,
cuidados pessoais e higiene;
▪ Causa direta e indireta de diversas doenças
clínicas e psiquiátrica;
▪ Abandono e perda de emprego;
▪ Abandono familiar.

 Durantea abstinência:
▪ Complicações físicas e psíquicas;
▪ Criminalidade e suicídio
Substâncias Psicoativas
Estimulantes Depressoras Perturbadoras
• Anfetaminas • Álcool • Maconha

• Cocaína • Sedativos • LSD

• Cafeína • Benzodiazepínicos • Ecstasy

• Nicotina • Opióides • Anticolinérgicos


naturais e
• Solventes ou sintéticos
inalantes

(Chalout, 1971)
 Pesquisas indicam que o uso de drogas precede ALERTA!
atos infracionais (Martins & Pillon, 2010) e aumentam ALERTA!
o risco da criminalidade (Valença & Moraes, 2006). ALERTA!

 Uso nocivo e crônico do álcool aumenta


significativamente a violência e criminalidade.
(Almeida, Pasa e Scheffer, 2009)

 Curitiba:130 processos de homicídio (1990-1995) –


53,6% das vítimas e 58,9% dos autores dos crimes
estavam sob o efeito de bebidas alcoólicas na
ocorrência criminal. (Galduróz & Caetano, 2004)

 Ministério Público Estadual (2015) – 70% atos de


violência contra a mulher em Teresina entre
2013/2014
Transtornos Esquizotípicos

Esquizofrenia

Etimologia: Esquizo Divisão

Phrenia Mente

Transtornos psicóticos mais graves, que alteram a


habilidade da pessoa em pensar claramente, fazer bom
julgamento, responder adequadamente emocionalmente,
comunicar-se efetivamente, entender a realidade e se
comportar adequadamente.
(Silva, 2006)
Esquizofrenia
A. Pelo menos dois há mais de um mês:
(1) delírios
(2) alucinações
(3) fala desorganizada (ex. descarrilhamento frequente ou
incoerência)
(4) comportamento totalmente desorganizado ou catatônico
(5) sintomas negativos, ou seja, embotamento afetivo, alogia
ou avolição
B. Disfunção Ocupacional/Social
C. Duração: Sinais contínuos do distúrbio persistem no mínimo
durante seis meses.
D. Distúrbio esquizoafetivo e Distúrbio de Humor com
Características Psicóticas foram descartados
E. Exclusão de Substância/Condição clínica geral
F. Relacionamento a um Distúrbio Global do Desenvolvimento
só com alucinações/delírios bizarros
(APA, 2014)
Depressão
 5 ou mais dos sintomas por pelo menos duas semanas
1. Humor deprimido na maioria dos dias, quase todos os dias
2. Acentuada diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas
as atividades na maior parte do dia
3. Perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta
4. Insônia ou hipersônia quase todos os dias
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias
6. Fadiga e perda de energia quase todos os dias
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada
8. Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se ou indecisão
9. Pensamentos de morte, ideação suicida ou tentativa de suicídio
 Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes
da vida do indivíduo
 Os sintomas não se devem a outra condição
 Não houve nenhum episódio de mania ou hipomania anterior (APA, 2014)
Transtornos Ansiedade
• Transtornos Fóbico-Ansiosos

• Agorafobia/Fobia Social/Fobia Específica

• Transtorno do Pânico

• Transtorno de Ansiedade Generalizada

• Transtorno Obsessivo-Compulsivo

• Reação Aguda ao Estresse

• Estado de Estresse Pós-Traumático

• Transtorno de Adaptação (OMS, 1997)


Sintomas característicos após a Sintomatologia variável
exposição a um extremo estressor aturdimento da consciência
traumático
dificuldades de manter a atenção ou de
Intenso medo, impotência ou horror integrar estímulos
(em crianças, a resposta pode envolver Desorientação
comportamento desorganizado ou
agitado) Pode ser seguido por distanciamento do
ambiente (forma de um estupor
Os sintomas são revividos dissociativo) ou de agitação com
persistentemente hiperatividade (reação de fuga)
Esquiva persistente de estímulos Frequentes sintomas neurovegetativos
associados com o trauma, de ansiedade de pânico (taquicardia,
embotamento da responsividade geral transpiração, ondas de calor)
Sintomas persistentes de excitação Os sintomas se manifestam nos minutos
aumentada que seguem a ocorrência do estímulo
ou do acontecimento estressante e
O quadro sintomático completo deve desaparecem no espaço de dois a três
estar presente por mais de 1 mês dias
A perturbação deve causar sofrimento Pode haver uma amnésia parcial ou
ou prejuízo clinicamente significativo completa do episódio
no funcionamento social, ocupacional
ou outras áreas importantes da vida

(APA, 2014)
Transtornos Dissociativos

Transtornos ligados à perda de função psicológica

• A característica central dos transtornos dissociativos é


o distúrbio das funções normalmente integradas de
consciência, memória, identidade ou percepção do
ambiente. Tais distúrbios podem ser súbitos ou
graduais, transitórios ou crônicos.

(OMS, 1997)
Transtornos Dissociativos e Criminalidade

• Ex.: Dissociação de identidade

• Formação de identidade má (cindida de uma


identidade boa).

• Amnésia Dissociativa
• Fuga Dissociativa
• Estupor Dissociativo
• Transtorno de Transe e Possessão
• Transtornos Dissociativos Motores
• Convulsões Dissociativas
• Anestesia e perda Sensorial Dissociativas
• Transtorno Dissociativo Misto [de Conversão]
(Negro Júnior, Palladino-Negro, Louza, 1999)
Transtornos Somatoformes
(Tófoli & Andrade, 2007)
Etimologia:
Sôma Corpo físico, cadáver
(Grego)

Formis Que toma a forma de, aparência de


(Latim)

Significado literal: aquilo que toma a forma corpórea

• Transtorno de Somatização
• Transtorno Somatoforme Indiferenciado
• Transtorno Hipocondríaco
• Transtorno Neurovegetativo Somatoforme
• Transtorno Doloroso Somatoforme Persistente
Hipocondria
A. Preocupação/receio de ter uma doença séria baseada na
interpretação da pessoa de sintomas corporais
B. A preocupação persiste apesar da avaliação médica
adequada e segurança.
C. A crença no critério A não é de intensidade delirante
(como no Transtorno Delirante, Tipo Somático) e não está
restrito a uma preocupação circunscrita sobre a aparência
(como no Transtorno Dismórfico Corporal).
D. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo
ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em
outras áreas importantes de funcionamento.
E. A duração da perturbação é pelo menos 6 meses.
F. A preocupação não é mais bem explicada por um
Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno Obsessivo-
Compulsivo, Transtorno de Pânico, Episódio Depressivo Maior,
Ansiedade de Separação ou outro Transtorno de Somatização

(APA, 2014)
Transtornos de Personalidade
Transtornos ligados ao modo de ser

• Trata-se de distúrbios graves da constituição


caracterológica e das tendências comportamentais do
indivíduo, não diretamente imputáveis a uma
doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a um
outro transtorno psiquiátrico.

• Estes distúrbios compreendem habitualmente vários


elementos da personalidade, acompanham-se em
geral de angústia pessoal e desorganização social;
aparecem habitualmente durante a infância ou a
adolescência e persistem de modo duradouro na
idade adulta. (OMS, 1997)
Transtornos de Personalidade
• Personalidade Paranóica

• Personalidade Histriônica

• Personalidade Anancástica (Obsessivo-Compulsiva)

• Personalidade Dependente

• Personalidade com instabilidade emocional (Borderline)

• Personalidade Dissocial (Antissocial)

(APA, 2014)
Transtorno de Personalidade com
Instabilidade Emocional (Borderline)

 Transtorno de personalidade caracterizado por


tendência nítida a agir de modo imprevisível sem
considerar as consequências (em pelo menos 2 áreas);
 Humor imprevisível e caprichoso;
 Tendência a acessos de cólera e uma incapacidade de
controlar os comportamentos impulsivos;
 Surge no início da vida adulta

(OMS, 1997; APA, 2014)


 Dois tipos podem ser distintos:

▪ O tipo impulsivo, caracterizado principalmente


por instabilidade emocional e falta de controle
dos impulsos;

▪ O tipo “borderline”, caracterizado pela


instabilidade emocional e perturbações da
autoimagem, do estabelecimento de projetos e
das preferências pessoais, por uma sensação
crônica de vacuidade, por relações interpessoais
intensas e instáveis e por uma tendência a adotar
um comportamento autodestrutivo,
compreendendo tentativas de suicídio e gestos
suicidas.

(OMS, 1997)
Critérios
 Esforços frenéticos para evitarem um abandono real ou imaginado
 Padrão de relacionamentos instáveis e intensos
 Distúrbio de identidade
 Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente
prejudiciais para si próprios
 Comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou comportamento
automutilante
 Instabilidade afetiva, devido a uma acentuada reatividade do humor
 Sentimentos crônicos de vazio
 Raiva intensa e inadequada ou têm dificuldade para controlar sua
raiva
 Pode ocorrer ideação paranóide ou sintomas dissociativos
transitórios

(APA, 2014)
 Criminalidade:

 Abuso de drogas

 Crimes sexuais

 Infrações de trânsito

 Crimes passionais

(APA, 2014)
Existe um padrão de personalidade
criminoso?

Existe uma doença/transtorno que


leva alguém a cometer um crime?
Personalidade Criminosa

Pinatel (1963, 1981):

 Criminologia clínica: estudar fatores que conduzem ao


ato delinquente e identificar traços psicológicos
subjacentes a este.

 Defende que não há nos criminosos em geral tipos


psicopatológicos classificáveis dentro das categorias
psiquiátricas tradicionais.

 Há conjugações de traços de personalidade agrupados,


que ajudam a identificar fatores associados ao
comportamento delinquente.
 Traços da Personalidade Criminosa:

▪ Agressividade
▪ Egocentrismo
▪ Labilidade
▪ indiferença afetiva

Comunidade científica atual questiona-se se


existe uma personalidade criminosa!?!!!!

(Pinatel, 1963, 1981)


• CID-10 Transtorno Dissocial
• DSM-5 Transtorno Antissocial
• Alguns autores (especialmente ingleses)
diferenciam
Personalidade Antissocial
 Caracterizado por um desprezo pelas obrigações
sociais e falta de empatia com os outros.
 O comportamento não é facilmente modificado
pelas experiências adversas, inclusive pelas
punições.
 Existe uma baixa tolerância à frustração e um
baixo limiar de descarga da agressividade,
inclusive da violência.
 Existe uma tendência a culpar os outros ou a
fornecer racionalizações plausíveis para explicar
um comportamento que leva o sujeito a entrar
em conflito com a sociedade.

(OMS, 1997)
 A característica essencial do Transtorno da
Personalidade Antissocial é um padrão invasivo de
desrespeito e violação dos direitos dos outros, com uso de
mentira e engodo, que inicia na infância ou começo da
adolescência e continua na idade adulta.

C. Existem evidências de Transtorno de Conduta com início


antes dos 15 anos de idade.

D. Não é Esquizofrenia ou Episódio Maníaco

(APA, 2014)
Critério de Diagnóstico B - O indivíduo tem, no
mínimo, 18 anos

TRANSTORNO DE CONDUTA

(APA, 2014)
Transtorno de Conduta
 Envolve um padrão de comportamento repetitivo e
persistente, com violação dos direitos básicos dos
outros, de normas ou regras sociais importantes e
adequadas à idade.

 Os comportamentos específicos característicos


do Transtorno da Conduta ajustam-se a uma dentre
quatro categorias:
1. agressão a pessoas e animais Mary Bell

2. destruição de propriedade
3. defraudação ou furto
4. séria violação de regras.

(APA, 2014)
1993 - crime

2001 - condicional

2008 – briga /
posse de drogas

2010 - pornografia

2013 - soltura
Jon Venables – 10 anos

Robert Thompson – 10 anos

42 golpes – barra de
ferro, tijolos e
pedras

James Bulger – 2,5 anos


Advogado: Laurence Lee
 “Ele disse que estava perto do Parque Goodison com Thompson e não no Shopping. Eu
acreditei nele. Ele era convincente. Mas Thompson disse a um policial que ambos
estiveram no Shopping. O confrontei com esse fato e depois de um momento de silêncio
ele disse: Bem, certo, nós estávamos no shopping mas nunca pegamos o menino. Ele então
se levantou chorando e abraçou sua mãe.”
 Transtorno de Conduta surge na infância

 O padrão de comportamento antissocial TENDE a


persistir na idade adulta, tornando-se PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL ou PSICOPATIA.

 Os indivíduos com Transtorno da Personalidade


Antissocial não se conformam às normas pertinentes a
um comportamento dentro de parâmetros legais
(Critério A1).

 Eles podem realizar repetidos atos que constituem


motivo de detenção (quer sejam presos ou não), tais
como destruir propriedade alheia, importunar os
outros, roubar ou dedicar-se à contravenção.
(APA, 2014)
 Frequentemente enganam ou manipulam os outros,
a fim de obter vantagens pessoais ou prazer (por
ex., para obter dinheiro, sexo ou poder) (Critério
A2).

 Podem mentir repetidamente, usar nomes falsos,


ludibriar ou fingir. Um padrão de impulsividade pode
ser manifestado por um fracasso em planejar o
futuro (Critério A3).

 As decisões são tomadas sem considerar as


consequências para si mesmo ou para outros, o que
pode levar a mudanças súbitas de empregos, de
residência ou de relacionamentos.
(APA, 2014)
 Tendem a ser irritáveis ou agressivos, podendo entrar
em lutas corporais ou cometer atos de agressão física
(inclusive espancamento do cônjuge ou dos filhos)
(Critério A4).

 Podem exibir desrespeito imprudente pela segurança


própria ou alheia (Critério A5). Por ex: dirigir
intoxicado, comportamento sexual de risco,
negligenciar um filho, etc.

 Tendem a ser consistente e extremamente


irresponsáveis (Critério A6).

 Demonstram pouco remorso pelas consequências de


seus atos (Critério A7).
(APA, 2014)
 Eles podem mostrar-se indiferentes ou oferecer uma
racionalização superficial para terem ferido,
maltratado ou roubado alguém (por ex., "a vida é
injusta", "perdedores merecem perder" ou "isto iria
acontecer de qualquer modo“, “ele mereceu”).

 O comportamento antissocial não deve ocorrer


exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou
de um Episódio Maníaco (Critério D).

(APA, 2014)
 As características da psicopatia listadas
por Cleckley (1941/1976)
Charme superficial e boa inteligência;
Ausência de delírios e outros sinais de
pensamento irracional;
Ausência de nervosismo e manifestações
psiconeuróticas;
Não-confiabilidade;
Tendência à mentira;
Falta de remorso ou vergonha;
Comportamento antissocial
inadequadamente motivado;
Ameaças de suicídio raramente levadas a
cabo
(Hauck Filho, Teixeira, & Dias, 2009)
Sai do comportamento delinquente para características
de personalidade.
Antissocial = Categórico Psicopata = Dimensional

(Hauck Filho, Teixeira, & Dias, 2009)


Serial Killers (Assassinos em Série)
 Indivíduos que cometem uma série de homicídios
com características em comum, durante um
período determinado de tempo.

 Raramente, o serial killer conhece sua vítima. As


vítimas parecem ser escolhidas sem nenhuma
razão aparente.

 A vítima representa um símbolo.

 Na verdade o crime é a gratificação, pelo poder e


controle exercido sobre a vítima.
(Casoy, 2004)
 Os serial killers são divididos em 4 tipos:

VISIONÁRIO: completamente insano, psicótico. Ouve


vozes dentro de sua cabeça e as obedece. Pode
também sofrer alucinações ou ter visões.

MISSIONÁRIO: socialmente não demonstra ser um psicótico,


mas internamente tem a necessidade de livrar o mundo do
que julga imoral ou indigno. Este tipo escolhe um certo
grupo para matar, como prostitutas, homossexuais, etc.

EMOTIVOS: matam por pura diversão. Dos quatro tipos, é o


que realmente tem prazer em matar e utiliza requintes
sádicos e cruéis.

LIBERTINOS: são os assassinos sexuais. Matam por “tesão”.


Seu prazer será diretamente proporcional ao sofrimento da
vítima sob tortura e a ação de torturar, mutilar e matar lhe
traz prazer sexual. Canibais e necrófilos fazem parte deste
grupo.
(Casoy, 2004)
 Seis fases do ciclo do serial killer:

1. FASE ÁUREA: onde o assassino começa a perder a


compreensão da realidade;
2. FASE DA PESCA: quando o assassino procura a sua
vítima ideal;
3. FASE GALANTEADORA: quando o assassino seduz ou
engana sua vítima;
4. FASE DA CAPTURA: quando a vítima cai na armadilha;
5. FASE DO ASSASSINATO OU TOTEM: auge da emoção
para o assassino;
6.FASE DA DEPRESSÃO: que ocorre depois do assassinato.

(Casoy, 2004)
Assassinos em Massa e Terroristas
 Assassino em Massa é a denominação empregada para
qualificar aquele que mata quatro ou mais vítimas num
mesmo local, envolvidas em um único episódio
criminoso.

 Terrorismo emprego do terror contra um determinado


público, cuja meta é induzir (e não compelir nem
dissuadir) num outro público (que pode, mas não precisa,
coincidir com o primeiro) um determinado
comportamento cujo resultado esperado é alterar a
relação de forças em favor do ator que emprega o
terrorismo, permitindo-lhe no futuro alcançar seu
objetivo político – qualquer que este seja.

(Alvarez, 2005; Spadano, 2004)


Crimes Sexuais

 Abusadores sexuais

 Molestador Situacional
 Criança não é o objeto central

 Molestador Preferencial
 Criança é o objeto central

(Serafim et al., 2009)


 PEDOFILIA

 Não necessariamente são criminosos (nunca realizam


o ato).

 Pedófilo Abusador: atitudes mais sutis e discretas no


abuso sexual, geralmente se utilizando de carícias,
visto que em muitas situações a vítima não se vê
violentada.

 Pedófilo Molestador: mais invasivo, menos discreto


e geralmente consuma o ato sexual contra a criança.

 Principais abusadores são pais, avós, irmãos e


vizinhos
(Burghes, 2011)
 ESTUPRO
 Art. 213. Constranger alguém, mediante violência
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro
ato libidinoso

 ESTUPRO DE VULNERÁVEL
 Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar
outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos
 § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as
ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o
necessário discernimento para a prática do ato
(...) não pode oferecer resistência.
(Código Penal Brasileiro, 1940)
Parte IV:
Avaliação Psicológica Forense
Como?
 Entrevista Clínica

 Observação do comportamento

 Escalas (poucas e com falhas psicométricas)

 Testes (poucos e com falhas psicométricas)


Exame do Estado Mental
ENTREVISTA CLÍNICA

Comportamento: Atitude frente ao


Aparência:
examinador:
Psicomotor:
Modo de andar,
normal, acelerada Reservado,
postura, roupas,
ou retardada. envergonhado,
adornos, higiene
Movimentos reticente, aberto,
pessoal, cabelos
estereotipados, hostil, bajulador,
(alinhados ou
maneirismos, sedutor, amigável,
não), atitude
negativismo, cooperativo,
(amigável/hostil),
ecopraxia e irônico, defensivo,
humor, modulação
flexibilidade ambivalente, etc.
afetiva, etc.
cérea.

(Cordioli et al., 2014)


Aspectos do Paciente na Entrevista Inicial

Coerência:
Comunicação: Sentimentos
despertados:
Coerência da
Características da
história e
fala (quantidade, Impressão geral
respostas
velocidade e transmitida pelo
apresentadas, das
qualidade). paciente: tristeza,
razões atribuídas e
Normalmente pena, irritação,
das explicações.
responsivo, desejo de ajudar.
Coerência entre o
loquaz, taciturno, São pistas para a
sentimento
prolixo, volúvel, psicopatologia
manifesto e o
não espontâneo. subjacente.
assunto abordado.

(Cordioli et al., 2014)


(Cordioli et al., 2014)
Funções Psicofisiológicas

Sono/Vigília:
Insônia inicial, terminal, ou no meio da noite; hipersonia;
sonambulismo; terror noturno; apnéia do sono; alterações do ciclo
sono-vigília, diminuição da necessidade de sono.

Apetite:
Aumento ou diminuição, com ou sem alteração no peso (considerar
variações maiores que 5% do peso usual).

Sexualidade:
Diminuição ou aumento do desejo ou da excitação (depressão e
mania); incapacidade de atingir o orgasmo; parafilias; ejaculação
precoce, retardada, vaginismo.

Alterações súbitas de hábitos:


Alterações em padrões de sono, alimentação, apetite ou humor
que tenham sido observados sem explicação externa aparente.
Funções Psicológicas Básicas
Atenção
Sensopercepção
Consciência
Orientação
Memória
Exame do Estado Mental
Pensamento
Linguagem
Inteligência
Conduta
Afetos e humor
Juízo crítico
(Cordioli et al., 2014)
Escalas e Testes
 Imputabilidade – Testes cognitivos básicos
(MEEM, Teste de Inteligência Geral, Teste de
Flexibilidade Mental, Funções Executivas)

 Escalas de checagem de humor (Depressão,


Ansiedade, Impulsividade)
BDI, PHQ-9, BAI

 Testes de Personalidade (BFP, IFP, CPS,


Rorschach, Zulliger, DFH, HTP)
Exemplo de testes
psicométricos

Bateria Fatorial de Personalidade


Inventário Fatorial de Personalidade
Escalas Comrey de Personalidade
Escala DASS 21
Escala de Impulsividade
Exemplo de testes
projetivos
Contato:
NÚCLEO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E
INVESTIGAÇÕES EM SAÚDE
www.facebook.com/napisuftm/
www.sabrinabarroso.webnode.com
Lista de vídeos utilizados na apresentação
 Ormie_the_Pig_Wants_a_Cookie (as vezes utilizado)
 ESTUPRADOR DISSE QUE VÍTIMA DE 9 ANOS ERA COMO UMA
FILHA PARA ELE - MS URGENTE BAND (as vezes utilizado)
 O Maior Picareta do Brasil - Marcelo Nascimento da Rocha –
YouTube (as vezes utilizado)
 Pastor é Preso - Pedofilia - Tubarão - SC - Unisul Tv – 2011
(as vezes utilizado)
 Pedófilo é preso no Guamá (as vezes utilizado)
 Pedrinho Matador (Completo)
 September 11th Video Tribute (as vezes utilizado)
 TED BUNDY - MENTES DIABÓLICAS #9 (as vezes utilizado)
 Tem gente que enfia cada coisa... Furico li furico la!!! (as
vezes utilizado)
 TESTE DE PERCEPO LEGENDADO (as vezes utilizado)
 Torre de celular
 Um dia de furia Hamburger - YouTube
Referências
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Avaliação do Estado Mental. Disponível em:
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