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Biologia

1.1 Diversidade biológica


 O subsistema do nosso planeta  Uma espécie é o conjunto de
constituído por todas as formas indivíduos morfologicamente
de vida, desde as mais simples semelhantes entre si, capazes
até às mais complexas, e de cruzarem entre si, em
respetivos ambientes designa-se condições naturais, originando
por biosfera. descendência fértil.
 A biodiversidade corresponde á  O biótopo é o meio onde a
diversidade de formas de vida comunidade vive.
existentes, conhecidas e
A biodiversidade manifesta-se a
desconhecidas, bem como as
3 níveis:
que desapareceram ao longo da
história do planeta.  Diversidade ecológica -
 Um ecossistema é um conjunto diversidade de comunidades
formado pelas comunidades, presentes nos ecossistemas.
pelo meio físico e pelas inter-  Diversidade de espécies –
relações entre este e entre os relativa à variedade de espécies
seres vivos. no planeta.
 Uma comunidade  Diversidade genética -
biótica/comunidade – é um correspondente à variabilidade
conjunto de seres vivos de de genes dentro das
espécies diferentes (conjunto de populações.
populações) que estabelecem
A biodiversidade é importante
entre si relações de
porque:
interdependência e ocupam
uma determinada área.  Permite uma maior adaptação
 Uma população é um conjunto dos seres vivos às flutuações do
de indivíduos da mesma meio;
espécie, que vivem no mesmo  Contribui para a equilíbrio da
local (habitat) em determinado vida na Terra.
período de tempo.
A biodiversidade contribui para
o equilíbrio da vida na Terra,
porque:

Genes são porções de DNA com determinada  Os ecossistemas são dinâmicos;


sequência de nucleótidos e determinada há normalmente uma sucessão
informação. de comunidades ao longo do
tempo.
1.2.Níveis de Organização Biológica
 Os sistemas vivos estão organizados em níveis estruturais de complexidade
crescente, cada nível contém as unidades do nível anterior. Nem todos os seres
vivos possuem o mesmo número de níveis de organização biológica. (os seres
vivos do reino Monera e alguns Protista, só chegam ao nível celular).
 Nos ecossistemas, as interações mais significativas entre os seres vivos são as
relações tróficas. De acordo com a sua interação trófica, os organismos podem
classificar-se em: produtores, se sintetizam matéria orgânica a partir da
matéria mineral; consumidores, se direta ou indiretamente se alimentam dos
produtores; decompositores, se degradam a matéria orgânica, transformando
a matéria mineral.
 Teia alimentar- conjunto de
1.2.1. Pirâmides cadeias alimentares que se
ecológicas relacionam.
Os ecossistemas podem funcionar apenas com
 Só uma pequena parte da 1.2.2. Nível trófico
produtores e decompositores.
energia de um nível trófico fica
incorporada nos organismos  Conjunto de organismos que
desse nível (10%), os restantes utilizam a mesma fonte de
90% são perdidos. energia. O mesmo ser vivo pode
 Quanto mais curta é uma cadeia ocupar vários níveis tróficos em
alimentar, menores são as diferentes cadeias de uma
perdas que se verificam, mesma teia alimentar.
havendo, portanto, uma  1- da cadeia  começa a ser
economia de alimento e contado nos produtores, que
menores gastos para o meio. correspondem ao 1º nível
 Cadeia Alimentar– sequência de trófico.
seres vivos que se relacionam  2- de consumidores  começa
através do alimento. no 1º consumidor/herbívoro
que corresponde ao consumidor
primário/1ª ordem.
1.2.3. Classificação de whittaker
Whittaker distribui os seres vivos por 5 reinos:
 Reino Monera, seres procariontes unicelulares ou coloniais, Ex
bactérias.
 Reino Protista, seres eucariontes que estiveram na origem dos
restantes reinos: protistas (que dariam origem ao reino animália),
algumas algas (que dariam origem ao reino plantae) e mixomocetes
(que dariam origem aos fungos).
 Reino Fungi, seres eucariontes.
 Reino Plantae, seres eucariontes fotossintéticos.
 Reino Animalia, seres eucariontes.

1.3.Extinção e conservação de espécies


 A Terra tem sofrido grandes alterações caracterizadas por:
o aumento progressivo da complexidade na diversidade dos seres vivos,
o extinções em massa, pontuais, de algumas formas de vida.

 Fatores de extinção de espécies:


o Naturais:
 Alterações climáticas: glaciações, desertificação,
 Atividade vulcânica;
 Queda de meteoritos, asteroides, cometas.
o Não naturais:
 Destruição de habitats;
 Introdução de espécies exóticas/invasoras;
 Sobre-exploração de espécies: caça, pesca;
 Poluição;
 Doenças transmitidas por animais domésticos.

Os seres vivos são património de todos nós, devemos preservá-los!


É necessária uma estratégia concertada a nível das populações de todo o planeta, no
sentido de proceder à conservação das espécies:
 fazendo a correta gestão de habitats;
 criando reservas naturais ou áreas protegidas;
 recuperando as áreas degradadas.
(2.A célula)
A célula é a mais pequena unidade estrutural em que as propriedades da vida se
manifestam, nomeadamente:
 crescimento;
 aquisição e uso de matéria e energia;
 resposta a estímulos do meio;
 regulação (dentro de certos limites);
 reprodução…

Teoria Celular – Teoria unificadora da Biologia. Tem por base os seguintes


pressupostos:
 A célula é a unidade básica de estrutura e função dos seres vivos.
 Todas as células provêm de células preexistentes.
 A célula é a unidade de reprodução, de desenvolvimento e de hereditariedade.

Para observar, a maior parte das células, utiliza-se o microscópio!

 Poder de Resolução do microscópio - capacidade que as lentes têm de


discriminar objetos muito próximos. MOC - 0,2 µm
!Quanto maior o poder de resolução do MOC maior a nitidez da imagem obtida!

2.1. Célula eucariótica


 Tem núcleo organizado;
 Tem organelos membranares.

2.1.1. Célula
animal 2.1.2. Célula vegetal
 Tem lisossomas; Tem parede celular;
 Tem centríolos.
Tem cloroplastos;
Tem poucos e grandes
vacúolos.
2.2. Célula procariótica
 Não tem núcleo organizado devido à falta da membrana nuclear;
 Não tem organelos membranares;
 Estão representadas pelas bactérias e cianobactérias.

2.3. Organelos e as suas funções


 Membranares  Vacúolos  Reserva de
água e outras substâncias
Membrana simples:
(enzimas, pigmentos,
 Membrana celular  gases…);
controlo do movimento de
Membrana dupla:
substâncias;
 RER  Síntese e transporte  Cloroplastos 
de proteínas; Fotossíntese;
 REL  Síntese e transporte  Mitocôndria  Respiração
de lípidos; aeróbia;
 Complexo de Golgi   Membrana nuclear.
Transformação/secreção de  Não membranares
proteínas e de lípidos,  Ribossomas  Síntese de
formação de lisossomas; proteínas;
 Lisossomas  Intervêm na  Centríolos  Intervêm na
digestão intracelular e divisão celular;
contêm enzimas digestivas  Citoesqueleto  Dá forma à
(autofagia e heterofagia); célula, ancoragem dos
organelos.
2.4. Constituintes básicos da célula
 Os seres vivos são compostos por um número restrito de elementos principais:
o O – Oxigénio 62%
o C – Carbono 20%
o H – Hidrogénio 10%
o N – Azoto 3%
o Outros – 5%

2.4.1. Biomoléculas
 Moléculas inorgânicas  falta um dos elementos, ou carbono, ou hidrogénio,
ou oxigénio.
 Ex: H2O, Sais Minerais  cujas funções são estrutural e reguladora.
 Moléculas orgânicas  têm carbono, hidrogénio e oxigénio.
 Ex: Prótidos, Glícidos, Lípidos, Ácidos Nucleicos.

2.4.1.1. Água
 É uma molécula polar, embora  É o meio onde ocorrem todas as
neutra, por isso: reações celulares.
 atrai iões e moléculas  Intervém nas reações químicas,
hidrofílicas (polares); nomeadamente nas reações de
 repele moléculas hidrólise.
hidrofóbicas (apolares),  Atua como meio de difusão de
como por exemplo, as muitas substâncias.
gorduras.  Excelente solvente – SOLVENTE
UNIVERSAL (dissolve numerosos
compostos orgânicos e
inorgânicos).
 Transporte de nutrientes para
às células e produtos de
excreção
 Regulador da temperatura, pois
em presença de grandes
variações de temperatura do
meio, experimenta pequenas
variações.

PROPRIEDADES DA ÁGUA determinam


a sua importância na VIDA
SAIS MINERAIS: presentes em pequenas quantidades, são essenciais à vida,
nomeadamente:
 contração dos músculos depende da existência de iões Ca 2+ e de K +
 o funcionamento das células nervosas depende da existência de Na + e K +
 o ferro na hemoglobina molécula transportadora
 o magnésio na clorofila, molécula importante na fotossíntese
 iodo presente na hormona produzida pela tiroide
 a entrada e saída de água numa célula depende da existência de sais
dissolvidos
 fosfato de cálcio nos ossos
 carbonato de cálcio na concha dos animais

2.4.1.2. COMPOSTOS ORGÂNICOS


 Têm carbono, hidrogénio e oxigénio.
 Monómero – unidade básica que se repete na constituição de polímeros
 Polímero – cadeia de um elevado número de unidades básicas, os monómeros,
que estão unidas por ligações químicas.
 Reações de SINTESE/CONDENSAÇÂO/POLIMERIZAÇÃO – transformam
monómeros em polímeros, libertando moléculas de água (tantas quantas as
ligações estabelecidas/formadas).
 Reações de HIDRÓLISE/DECOMPOSIÇÃO/DESPOLIMERIZAÇÃO – transformam
polímeros em monómeros, gastando moléculas de água (tantas quantas as
ligações destruídas/quebradas)

No moléculas de água necessárias/ libertadas = no de ligações = no de monómeros - 1


(2.4.1.3. Prótidos)
 Compostos orgânicos constituídos por C, H, O, N, compostos orgânicos
azotados/compostos quaternários, podendo ter outros, nomeadamente S.

 Atendendo à complexidade classificam-se em:


o aminoácidos  monómeros, unidades mais simples. Todos os
aminoácidos têm um grupo amina (NH2) e um grupo carboxilo COOH
(ou grupo ácido), um carbono central e um radical que varia de
aminoácido para aminoácido.
o Peptídeos . dipeptídeo.... Polipeptídeo  formado por 2 ou mais
aminoácidos. A ligação entre aminoácidos chama-se ligação péptica,
ligação covalente entre o carbono do grupo ácido de um aminoácido
(a.a) e o azoto do grupo amina de outro a.a.
o Proteínas – macromoléculas constituídas por 1 ou mais cadeias
peptídicas, com um no elevado de aminoácidos e com determinada
sequência e arranjo tridimensional.
São moléculas com vários níveis de organização estrutural:
o ESTRUTURA PRIMÁRIA – pode dobrar-se sobre si
sequência de a.a ligados mesmo adquirindo
por ligações peptídicas. forma globular. Confere
o ESTRUTURA uma estrutura
SECUNDÁRIA – As tridimensional
cadeias pépticas podem responsável pela
enrolar-se em hélice ou capacidade funcional às
em folha β pregueada, proteínas.
apresentando ligações  ESTRUTURA
peptídicas e pontes de QUATERNÁRIA –
hidrogénio, para manter várias cadeias
a estrutura. globulares
o ESTRUTURA TERCEÁRIA podem
– A estrutura secundária estabelecer
relações entre si.

Tipo de proteínas:
 Holoproteínas/proteínas simples – constituídas apenas por a.a.
 Heteroproteínas/ proteínas conjugadas – constituídas por a.a e uma
parte não proteica – grupo prostético. Ex glicoproteínas,
fosfoproteínas....

O tipo, número e sequência de aminoácidos condicionam


a estrutura e, consequentemente, a função das proteínas.

Função das proteínas


 Estrutural, entram na constituição da membrana plasmática;
 Transporte, ex. o ferro é transportado pela hemoglobina;
 Enzimática, as enzimas são proteínas com função enzimática ex. amílase salivar
 Hormonal, ex. Muitas hormonas são proteínas, ex insulina
 Motora, ex. actina e miosina, nos músculos
 Reserva, ex. albumina do ovo

DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS


 Perda da estrutura tridimensional/terciária
A estrutura das proteínas é mantida por interações fracas e, por isso, são facilmente
quebradas quando expostas ao calor, à agitação, a sais e ácidos. O facto de as
proteínas desnaturadas, deixarem de exercer a sua função biológica, apoia a hipótese
de ser a estrutura tridimensional que determina a capacidade funcional das proteínas.
A desnaturação pode ser irreversível, mas às vezes na ausência do agente
desnaturante (calor, agitação, sais, ácidos, ...) a proteína pode restabelecer a sua
estrutura inicial.

Enzimas
 Proteínas com função enzimática.
 São catalisadores biológicos, aceleram as reações químicas, não se gastando
nas reações.
 São, geralmente, proteínas globulares, com estrutura terciária.
 Possuem uma região específica onde se liga o substrato – CENTRO ATIVO~.

A enzima altera ligeiramente a sua forma à


medida que o substrato se liga.
Modo de atuacão das enzimas

Especificidade
enzimática
Complementaridade
entre o substrato e o
centro ativo da
enzima

Absoluta Relativa

Atuam apenas sobre Atuam sobre


um substrato, com substratos com
uma conformação conformações
química semelhantes

Modelos de interacão enzima –


substrato
 A forma do centro ativo é perfeitamente complementar à do substrato, que
encaixa como uma chave na fechadura.
 Não explica a especificidade relativa.

 A forma do centro ativo adapta-se para encaixar no substrato- modelo


dinâmico.
 Explica a especificidade e admite um encaixe mais perfeito do substrato na
enzima.
(2.4.1.4. Glícidos)
 Compostos orgânicos ternários (C, H e O);
 Fórmula geral (C nH2nOn).
Principais grupos de acordo com o seu grau de complexidade:

Monossacarídeos Oligossacarídeos Polissacarídeos


Monómeros Formados por 2 a 10 Formados por mais de 10
monossacarídeos, unidos por monossacarídeos
ligações
GLICOSÍDICAS
Glicose, 6 átomos de Maltose = glicose + glicose Amido, polissacarídeo de reserva
carbono, HEXOSE Sacarose = glicose + frutose nas plantas
Frutose Lactose = glicose + galactose Glicogénio, polissacarídeo de
Galactose reserva nos animais
Ribose, 5 C, pentose Celulose, polissacarídeo estrutural
Desoxirribose, 5 C, (parede celular)
pentose

Função dos glícidos


 Energética - exemplo: Glicose, galactose, levulose (ou frutose)
 Reserva energética - exemplo: Sacarose, maltose, lactose, amido e glicogénio
 Estrutural - exemplo: Celulose e lenhina – na parede das células vegetais
Quitina – exoesqueleto dos insetos e crustáceos
Ribose e desoxirribose – nos ácidos nucleicos
 Regulação - exemplo: Os glicolípidos e glicoproteinas existentes na membrana
plasmática.
 Crescimento - Todos os energéticos e de reserva energética.
(2.4.1.5. Lípidos)
 Compostos orgânicos constituídos por C, H O, mas podem conter outros
elementos, S, P ou N )
Classificação de lípidos:
o Triglicerídeos: formados por glicerol ligado a 3 ácidos gordos ligados por
ligações ÉSTER. Há ainda monoglicerídeos e diglicerídeos. Insolúveis na água
e solúveis em solventes orgânicos (éter, clorofórmio...). Podem ter função
de reserva ou estrutural.
o Fosfolípidos
o Esteroides (colesterol, carotenoides)
o Ceras

Ácidos gordos saturados:


Sólidos à temperatura ambiente
Só ligações simples entre os átomos de carbono
Ácidos gordos insaturados/não saturados:
Líquidos à temperatura ambiente
Cadeia hidrocarbonada com uma ou mais ligações duplas, logo maior fluidez

 FOSFOLÍPIDOS: moléculas anfipáticas, isto é com uma parte polar hidrofílica,


CABEÇA amiga da água (grupo fosfato) e uma parte apolar, hidrofóbica, CAUDA,
foge da água (ácidos gordos).

Os fosfolípidos são os constituintes mais


abundantes das membranas

Função dos lípidos


 Função energéticas  as gorduras ou triglicerídeos
 Função estrutural  fosfolípidos: na membrana plasmática; colesterol: nas
membranas dos animais; carotenóides: presentes em todas as plantas.
 Função protetora  ceras: impermeabilizam a epiderme das folhas, caules, frutos,
penas e pêlos; cutina e suberina: são ceras que impermeabilizam as tecidos
vegetais (epiderme), evitando perdas excessivas de água.
 Função reguladora 
o Função vitamínica (vitaminas E e K)  esteróides: o colesterol é percursor
da vitamina D;
o Função hormonal (hormonas sexuais)  esteróides: testosterona e
progesterona.

Isolador térmico  nas focas e nas baleias, a camada de


gordura subcutânea contribui para manter a tempª corporal.

(2.4.1.6. Ácidos nucleicos)


 São constituídos por C, H, O, N e P. Existem dois ácidos diferentes: DNA e RNA
O DNA existe maioritariamente no DNA e RNA comandam a síntese das
núcleo. Fora do núcleo há DNA nas proteínas.
mitocôndrias e
DNA e RNA são polímeros, constituídos
cloroplastos, sendo o DNA semelhante por monómeros, os NUCLEÓTIDOS
ao dos procariontes. (desoxirribonucleótidos e
ribonucleótidos).
Importância dos ácidos nucleicos:
suporte da informação genética, As ligações entre os nucleótidos
comandam e controlam toda a chamam-se ligações fosfodiéster.
atividade celular.
Um nucleótido é constituído por: 1
Cada organismo é único porque tem base azotada ( Adenina ou timina ou
DNA único do ponto de vista citosina ou guanina), um grupo fosfato
informativo. O DNA confere diversidade e uma pentose ( desoxirribose, no DNA
à VIDA; cada ser vivo contém o seu e ribose no RNA).
DNA que o torna único.
Comparacão entre DNA e RNA
DNA RNA
Pentose Desoxirribose Ribose
Bases azotadas Adenina, Timina, Citosina Adenina, Uracilo, Citosina
e Guanina e Guanina
Cadeias Formado por 2 cadeias Cadeia simples, por vezes,
polinucleotídicas dobrada
enroladas em
hélice/cadeia dupla
Quantidade na célula Constante Variável
Tipos de RNA: RNA
ribossómico, RNA
mensageiro e RNA de
transferência

3.Obtenção de matéria (seres


heterotróficos)
A variável independente - FATOR QUE SE FAZ
No decurso de uma experiência, o investigador apenas faz variar uma variável
independente, para poder avaliar de que modo essa variável afeta a variável
dependente.
A variável dependente é a variável que o investigador pretende avaliar, e depende da
variável independente, corresponde aos RESULTADOS da experiência.
Grupo(s) controlo/termo(s) de comparação  grupo(s) em que a variável
independente não é testada, é mantida constante.
Grupos experimentais  grupos em que são provocadas alterações, em que a variável
independente é alterada.

Os 2 grupos (controlo(s) e experimentais) são submetidos a tratamento idêntico, exceto


um, o fatorDE
OBTENÇÃO investigado
MATÉRIAou variável
PELOS independente,
SERES no grupo controlo.
HETEROTRÓFICOS

 MEMBRANA PLASMÁTICA: composição, estrutura e funções


o Invisível ao microscópio ótico;
o limita exteriormente o citoplasma;
o separa o meio intracelular do meio extracelular.

Modelo mais aceite para explicar a estrutura da membrana: Modelo do Mosaico Fluído
de Singer e Nicholson 1972
Componentes da membrana:
 Bicamada fosfolipídica
 Proteínas intrínsecas e extrínsecas:
 Glícidos associados a lípidos: glicolípidos
 Glícidos associados a proteínas: glicoproteínas
 colesterol nas células animais
!MOSAICO porque estes componentes estão interligados como um puzzle!
!FLUIDO porque há mobilidade de proteínas e fosfolípidos (dentro da
mesma camada, frequentes, e entre as duas camadas raro, flip-flop)!

Componentes da membrana plasmática e sua função:


 Bicamada fosfolipídica – barreira seletiva
 Colesterol – estabiliza a membrana, evitando a agregação dos fosfolípidos,
mantendo a sua fluidez.
 Proteínas - Transporte
- Recetores de substâncias
- Atividade enzimática
 Glicolípidos e glicoproteínas - Reconhecimento de certas substâncias através da
porção glicídica.

FUNÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA


 Individualiza a célula.
 Permite a manutenção do equilíbrio intracelular, porque sendo seletivamente
permeável, controla a entrada e saída de substâncias da célula.
 Funciona como um sensor (faz o reconhecimento de certas substâncias),
permitindo à célula modificar-se como resposta a estímulos ambientais
(glícidos situados na parte externa da membrana)
 Nos seres multicelulares, permite a formação de tecidos, estabelecendo a
união entre as células.

Transportes membranares
Os meios classificam-se em relação à concentração de soluto em:
Meio Hipotónico – meio com baixa concentração de soluto.
Meio Hipertónico – Meio com elevada concentração de soluto.
Meio Isotónico – a concentração de soluto é igual nos dois meios

Difusão: Ex. Gases respiratórios O 2 ,CO 2.

 Transporte não mediado = sem intervenção de proteínas membranares


 A favor do gradiente de concentração e com anulação do gradiente de
concentração
 Transporte passivo= sem gasto de energia/ATP

Difusão facilitada Ex. glicose, aminoácidos

Transporte mediado  com intervenção de proteínas membranares, as permeáses


As permeases são:
 específicas de cada substância a transportar;
 o nº de permeases varia de acordo com a atividade da célula;
 não é ilimitado.
 A velocidade de difusão é inicialmente é maior que na difusão simples mas
estabiliza a partir do momento em que todas as permeáses estão ocupadas.
 A favor do gradiente de concentração e com anulação do gradiente de
concentração
 Transporte passivo= sem gasto de energia/ATP

A Difusão Facilitada permite à célula transportar elevadas quantidades


de compostos vitais mesmo que eles estejam em reduzidas concentrações,

Osmose
comparativamente à difusão simples

 É a difusão de moléculas de água através da membrana celular, de uma região


onde o soluto existe em menor concentração, logo, existe maior nº de
moléculas de água (meio hipotónico) para uma região onde o soluto existe em
maior concentração, logo, existe menor nº de moléculas de água (meio
hipertónico).

 Plasmólise – processo que leva a uma perda de água, devido ao meio


envolvente ser hipertónico em relação ao meio intracelular.
 Turgescência – processo que leva a uma entrada de água na célula devido ao
meio intracelular ser hipertónico em relação ao meio extracelular.
o Pressão de turgescência  pressão exercida pelo conteúdo celular
sobre a parede celular. Quando a célula vegetal está numa solução
hipotónica praticamente não altera o volume porque a pressão de
turgescência é contrabalançada com resistência da parede celular.
Transporte ativo
o Ex. Bomba de sódio potássio
 Transporte contra o gradiente de concentração, com manutenção da diferença
de concentração;
 Com consumo de energia/ATP;
 Transporte mediado = com intervenção de proteínas da membrana, proteínas
intrínsecas, ATPases.

Transporte transmembranar e propagação do


impulso nervoso
(Componentes de uma célula nervosa, o
neurónio)

Neurónio   unidade
estrutural e funcional do
sistema nervoso.

 Dendrites de outro neurónio;


 Corpo celular;
 Órgão efetor (glândula,
músculo)

Neurónio
Corpo Axónio
Dendrites Celular
Dendrites  Reúne    osCorpo celular       Axónio Conduz o
Prolongamentos diferentes Prolongamento impulso e
celulares organelos muito extenso . transmite-o a
celulares. outras células.
Recebem os
estímulos Recebe os
estímulos das
dendrites
conduzindo-os para
o axónio

Exemplo de transporte ativo:


 No neurónio em repouso a bomba de Na+ K+ está constantemente a funcionar:
transporta 3 Na+   para o exterior e 2 K+ para o interior da célula.
1. Como se distribuem as cargas elétricas num axónio em repouso?

 
 Num axónio em repouso há uma distribuição assimétrica de cargas elétricas,
estando o neurónio carregado negativamente (-) no interior e positivamente no
exterior(+), devido à permeabilidade seletiva da membrana, por cada 3 Na + que
saem só entram 2 K +.
 A diferença de cargas elétricas entre o interior e o exterior gera um potencial
elétrico/quantidade de energia designado potencial da membrana.
 O potencial da membrana em repouso é - 60/-70 miliV- Potencial de repouso,
quantidade de energia gerada pela diferença de cargas.

2. Que alterações desencadeia a aplicação de um estímulo?

 Um estímulo altera a permeabilidade da membrana e as cargas invertem-se, há


despolarização da membrana.
 Abrem os canais eletrodependentes de Na+ que entra no neurónio, ficando com
carga positiva – Potencial de ação; 
 No pico do potencial de ação fecham os canais  Na + e abrem os canais K +  o que
leva à repolarização da membrana
Como comunicam os neurónios?

Sinapses químicas – são as mais


frequentes, aqui há intervenção de um
neurotransmissor, substância química. A
transmissão das mensagens é um
processo eletroquímico.

O cálcio ao entrar no
neurónio vai acelerar a
fusão das vesículas que
contêm
neurotransmissores
com a membrana
celular, permitindo
que os
neurotransmissores
saiam por exocitose.

Velocidade de Condução do Impulso Nervoso


Neurónio não mielinizado Neurónio mielinizado

Rápida condução do impulso nervoso.


Lenta condução do impulso
A rápida condução do impulso nervoso
nervoso.
é garantida pela bainha de mielina que
recobre o axónio.
(TRANSPORTE EM QUANTIDADE)
 Macromoléculas, pequenas células
1 - Endocitose - transporte de macromoléculas, agregados de moléculas e
pequenas células para o interior da célula.
Tipos de endocitose:
 Fagocitose – substâncias englobadas sólidas;
 Pinocitose - substâncias englobadas fluidas/líquidas;
 Fagocitose mediada por recetores - as macromoléculas entram na célula ligadas
à membrana das vesículas de endocitose, por recetores membranares.

A amiba emite prolongamentos da membrana plasmática, denominados pseudópodes,


que englobam a partícula, formando uma vesícula fagocítica, e a fazem assim entrar
dentro da célula.

2 – Exocitose - transporte de substâncias integradas em vesículas para o


exterior da célula. Ex resíduos da digestão, hormonas, enzimas.
OBTENÇÃO DE MATÈRIA PELOS SERES
HETEROTRÓFICOS
1.2 – Ingestão, digestão e absorção
 Ingestão - Entrada dos alimentos no organismo
 Digestão – Transformação de polímeros em monómeros, por ação enzimática
 Absorção - Passagem das substâncias resultantes da digestão para o meio
interno.

(DIGESTÂO INTRACELULAR)
Ocorre no interior das células. Típica, mas não exclusiva dos seres unicelulares.
Envolve uma relação funcional entre 3 organelos: RER, Complexo de Golgi e
lisossomas.
RER – produz proteínas inativas, algumas das quais são enzimas
Complexo de Golgi – rebe as proteínas com função enzimática, tornando-as ativas
Lisossomas – englobam as enzimas digestivas que participam na digestão intracelular
O lisossoma intervém na digestão intracelular por:

- autofagia – degradação de moléculas e organelos celulares da própria


célula;

- heterofagia – degradação de partículas provenientes do meio extracelular

ETAPAS DA DIGESTÂO
INTRACELULAR
 Um ser unicelular, ex. amiba engloba uma partícula alimentar com intervenção
da membrana plasmática, formando uma vesícula
endocítica/fagossoma/pinossoma.
 A vesívula endocítica une-se a um lisossoma formando um vacúolo digestivo.
 Após a digestão as moléculas mais simples sofrem absorção, transpondo as
membranas dos vacúolos pelos diferentes tipos de transporte.
 Os resíduos resultantes da digestão são eliminados por exocitose.
Digestão extracelular
ocorre fora das células

Intracorporal
Extracorporal
ocorre dentro do
ocorre fora dos
organismo, em órgãos
organismos (fungos)
especializados (animais)

(Digestão extracelular e extracorporal)


 O cogumelo lança enzimas digestivas (macromoléculas) no substrato orgânico,
por exocitose.
 Aqui polímeros são transformados em monómeros (proteínas em aminoácidos
e amido em glicose).
 Finalmente ocorre absorção de glicose e aminoácidos por difusão facilitada.

(SISTEMAS DIGESTIVOS)
Os sistemas digestivos dos animais podem ser constituídos por uma simples cavidade
ou por um tubo digestivo composto por diferentes órgãos especializados.

 O tubo digestivo de alguns animais invertebrados, como a HIDRA e a PLANÁRIA


apresenta uma única abertura – Tubo digestivo incompleto. Esta abertura
comunica com o exterior através da cavidade gastrovascular. A abertura
permite a ingestão e a saída de resíduos/EGESTÃO.

 Aspetos funcionais: A hidra e planária apresentam digestão extracelular (1o),


na cavidade gastrovascular, onde são lançadas enzimas que atuam sobre os
alimentos transformando-os em partículas mais simples. Depois as partículas
parcialmente digeridas passam para as células onde ocorre a digestão
intracelular, com intervenção de vacúolos digestivos.
 Vantagens adaptativas: Na planária a presença de faringe permite captar mais
facilmente os alimentos e a cavidade gastrovascular mais ramificada favorece a
absorção e distribuição mais eficaz de nutrientes pelas células.

Os tubos digestivos dos animais mais complexos como a minhoca e vertebrados,


possui 2 aberturas, a boca e o ânus, tubos digestivos completos.
Na minhoca a digestão é exclusivamente extracelular. O alimento entra pela boca,
passa pela faringe, esófago, papo (onde é acumulado e humedecido), moela (onde é
triturado e fracionado por digestão mecânica), intestino (onde ocorre a absorção de
substâncias mais simples). Os resíduos são eliminados pelo ânus.
No homem, bem como em todos os vertebrados, a digestão é exclusivamente
extracelular, verificando-se grande especialização funcional dos seus órgãos. Na boca
inicia-se a digestão mecânica e química, que continua no estômago e intestino
delgado, onde são produzidas enzimas específicas. No intestino delgado o suco
pancreático e a bílis (emulsiona as gorduras), provenientes, respetivamente, do
pâncreas e do fígado, intervêm também na digestão. No intestino delgado inicia-se a
absorção para o sangue e para a linfa facilitada pela existência de pregas (válvulas
coniventes, vilosidades intestinais, microvilosidades) muito vascularizadas que
aumentam a área de contacto entre o meio externo e o meio interno, logo a área de
absorção. No intestino grosso, os resíduos alimentares acumulam-se, ocorrendo a
reabsorção de água, antes de serem eliminados através do ânus.

 Vantagens adaptativas dos sistemas digestivos completos:


 Na minhoca a existência de uma prega dorsal, o tiflossole, aumenta a área
de absorção de nutrientes entre o meio interno e externo.
 Eficaz aproveitamento dos alimentos, dado que se deslocam num único
sentido, permitindo uma digestão e absorção sequenciais ao longo do tubo.
 Existência de vários órgãos, onde pode ocorrer digestão mecânica e
química.
 Eficiente eliminação, através do ânus, dos resíduos não absorvidos.
 Possibilidade de armazenamento de maior quantidade de alimento.
Vantagens de uma digestão extracelular
(com tubo digestivo) sobre a intracelular
O animal pode:
 ingerir maior quantidade de alimento de cada vez;
 obter uma maior quantidade de nutrientes;
 conseguir uma taxa metabólica (trabalho celular) mais elevada;
 não necessitar de estar continuamente a ingerir alimentos, pois os nutrientes
ficam em reserva durante algum tempo.

O animal tem maior probabilidade


de sobrevivência face às variações
dos fatores ambientais.

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