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EMPREENDEDOR
EAD
DIRIGENTES FICHA TÉCNICA
| PRESIDÊNCIA | AUTORES
Prof. Dr. Clèmerson Merlin Clève Prof. Dr. Victor Vinicius Biazon
Prof. Me. Wainer Cristiano Cancian
| REITORIA
Profa. Dra. Lilian Pereira Ferrari | COORDENAÇÃO DA PRODUÇÃO DE MATERIAIS EAD
Esp. Janaína de Sá Lorusso
| DIRETORIA ACADÊMICA EAD
Profa. Me. Daniela Ferreira Correa
| PROJETO GRÁFICO
Esp. Janaína de Sá Lorusso
| DIRETORIA ACADÊMICA PRESENCIAL Esp. Cinthia Durigan
Profa. Me. Márcia Maria Coelho
| DIAGRAMAÇÃO
| DIRETORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO Esp. Cinthia Durigan
Profa. Dra. Liya Regina Mikami
| REVISÃO
| DIRETORIA EXECUTIVA Esp. Ísis C. D’Angelis
Esp. Idamara Lobo Dias
Prof. Me. Alessandro Kinal
EAD
EDIÇÃO: NOVEMBRO/2019
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS.......................................................................................81
UNIDADE
01
PRINCÍPIOS
NORTEADORES DO
EMPREENDEDOR:
CONCEITOS, TIPOS E
MOTIVAÇÃO PARA INOVAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
VÍDEOS DA UNIDADE
UNIDADE 01
assim, queremos te convidar para viajarmos juntos.
Neste momento, você se senta em nossa aeronave do conhecimento ao nosso lado e vamos
visualizar juntos como nossa rotina, nosso trabalho, nossos estudos poderão ser vistos e encarados
de outra forma depois que visualizarmos algumas paisagens conceituais do que é ser empreende-
dor, do que é o real empreendedorismo.
Nessa viagem, precisaremos, sim, compreender esse conceito inicial, que você já visitou para
1. CONCEITOS DE EMPREENDEDORISMO
Meu nobre aluno e empreendedor, te convido a conhecer um pouco mais sobre o mundo das
teorias e práticas empreendedoras. Um empreendedor é um indivíduo que cria um novo negócio,
assumindo a maior parte dos riscos e aproveitando a maioria das recompensas. O empreendedor
é comumente visto como um inovador, uma fonte de novas ideias, bens, serviços e negócios/pro-
cedimentos.
De repente você pode ter ideias excelentes de como proporcionar soluções inovadoras, criati-
vas e lucrativas a partir das experiências aqui relatadas. Conto com você para tornar essa leitura
interessante e um momento de reflexão, imaginação e trabalho. Vamos lá!
O termo empreendedorismo (entrepreneur), segundo Hisrich e Peters (2004) foi originado na
França e faz alusão àquele que assume riscos e inicia algo novo. Em um mercado cheio de incerte-
za, é o empreendedor que pode realmente ajudar a esclarecer a incerteza, pois ele faz julgamentos
ou assume o risco.
Um empreendedor é um indivíduo que cria um novo negócio, assumindo a maior parte dos
riscos e aproveitando a maioria das recompensas. Para Martins (2013), ser empreendedor não
é uma tarefa muito fácil, pois exige força de vontade, persistência, comprometimento, inovação
entre outras e, principalmente paixão pelo que faz.
Empreendedorismo consiste na criação de um negócio, ou vários, ao passo que se constrói e
estima para geração de lucro. Apesar de ampla, torna-se uma definição ‘muito básica’ sobre o que
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verdadeiramente é o empreendedorismo, assim como o limita. O empreendedorismo ainda pode
ser definido pela constante transformação do mundo, de modo a resolver problemas maiores.
Ainda, reconhecemos alguns questionamentos iniciais, que devem ser considerados: como criar
novos produtos, iniciar mudanças culturais e sociais ou ainda, propor soluções para mudança de
vida das pessoas?
UNIDADE 01
O empreendedorismo é também um ‘método’ em que muitas pessoas confiam e colocam suas
carreiras e os deixam seguir o caminho de sua própria escolha. Assim, está atrelado à construção
de uma vida, em sentido literário, sem chefes, restrições ou horários.
O empreendedorismo é um dos recursos que os economistas categorizam como integral para a
produção. Um empreendedor combina recursos naturais, trabalho e capital para fabricar bens ou
prestar serviços. Eles geralmente criam um plano de negócios, contratam mão de obra, adquirem
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Conforme Oliveira (2004) a pessoa empreendedora passa por processo de tomada de decisão
constante, seja para implementação de uma nova atividade ou para resolver problemas do dia a
dia empresarial. Decidir é converter informações em ações; a decisão é uma ação tomada com
base na apreciação das informações.
A evolução dos estudos sobre empreendedorismo é sinérgica a evolução dos conceitos e do
UNIDADE 01
“comportamento do empreendedor que também acabou mudando, passando a ter uma visão
mais crítica sobre os produtos e serviços no mercado que atua” (FIALHO et al, 2016, p. 155).
Ainda para Fialho et al (2016, p. 155), esta evolução está relacionada a “criação de novos pro-
dutos, maior concorrência e disputa de espaço no mercado de atuação, sempre voltado para ne-
cessidade de obter sucesso no empreendimento”.
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O COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR IMPULSIONA O INDIVÍDUO E TRANS-
FORMA CONTEXTOS. NESTE SENTIDO, O EMPREENDEDORISMO RESULTA NA
DESTRUIÇÃO DE VELHOS CONCEITOS, QUE POR SEREM VELHOS NÃO TÊM
MAIS A CAPACIDADE DE SURPREENDER E ENCANTAR. A ESSÊNCIA DO EMPRE-
ENDEDORISMO ESTÁ NA MUDANÇA, UMA DAS POUCAS CERTEZAS DA VIDA. O
UNIDADE 01
EMPREENDEDOR É UM INOVADOR DE CONTEXTOS. AS ATITUDES DO EMPRE-
ENDEDOR SÃO CONSTRUTIVAS. POSSUEM ENTUSIASMO E BOM HUMOR. PARA
ELE NÃO EXISTEM APENAS PROBLEMAS, MAS PROBLEMAS E SOLUÇÕES
(BAGGIO; BAGGIO, 2014, p. 27).
Se você ainda não está convencido de que a inovação pode ser entendida na perspectiva em-
SAIBA MAIS
A Uber é uma empresa prestadora de serviços, que por meio de um
aplicativo para Smartphones, os clientes solicitam viagem rápidas e, em
sua maior parte, mais baratas que os serviços de táxi tradicionais. Basta
alguns toques para selecionar local de partida e local de destino, para
que o cliente solicite uma viagem. O pagamento pode ser feito median-
te cartão de crédito ou em dinheiro. Disponível 24 horas por dia. Fonte: Shutterstock (2019)
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Alguém tem dúvida de que esse App é uma inovação? Alguém tem dúvida de que a partir desse
dispositivo, poderemos nos locomover de forma rápida e mais barata do que com outros serviços,
digamos mais tradicionais? Pois bem. Era uma oportunidade de negócios e o Uber deu tão certo
que tem incomodado muita gente por aí.
Mas, nosso foco aqui é a identificação de oportunidade, ou seja, temos a missão de compreen-
UNIDADE 01
der o próprio empreendedorismo, mediante o estudo do empreendimento. Há diversas pessoas
que além de suas atividades ocupacionais regulares, tiram um extra como motoristas de Uber,
para melhorar os rendimentos da família. Trata-se também de uma inovação. E digo isso pois, con-
seguir a licença para taxi é caro e com o App Uber, é possível realizar o serviço de motorista, com
uma empresa te dando alicerce e com ganhos sem se preocupar com compra de ‘placa’ de taxi.
De repente você se pergunta, mas esse motorista de Uber não é empreendedor, porque ele não
2. TIPOS DE EMPREENDEDORES
Temos conosco que um empreendedor é a pessoa que vê um problema e junto com esse pro-
blema, busca imediatamente a criação de uma solução. Os empreendedores são líderes que bus-
cam, de forma individual ou conjunta a melhora de uma sociedade, quer seja criando empregos
ou até mesmo um novo produto.
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Mas, será que existem tipos diferentes de empreendedores? O que você acha? Enquanto você
pensa, eu já vou colocando algumas informações nessa reflexão.
»» Empreendedores geram empregos: a regra é simples, os empregos existem graças aos em-
presários. Empreendedores se empregam, mesmo assumindo riscos e possuem ambição de
crescer em seus negócios, de modo a criar novas vagas de empregos. Conforme seus negócios
UNIDADE 01
prosperam e crescem, mais e mais empregos são criados.
»» Empreendedores geram mudanças: empreendedores possuem grandes sonhos e claro, algu-
mas ideias fazem grandes mudanças em todo o mundo. Produtos são criados a todos os mo-
mentos para a solução de problemas ou ainda, explorar um ambiente nunca explorado.
»» Empresários auxiliam e contribuem para o rendimento de uma nação: o empreendedorismo
SAIBA MAIS
MÉTODO WALT DISNEY
O método Walt Disney é utilizado para desenvolver no-
vas ideias e consiste num processo em que primeiro se
sonha, isto é, não se colocam restrições às ideias que
se enumeram e depois se analisam as ideias de forma
a ir eliminando as que não presentam a viabilidade de-
sejada. Ou seja, este método desenrola-se em 3 fases:
sonhador, realista e crítico.
Fonte: (SILVA; MONTEIRO, 2013, p. 25). Fonte: Shutterstock (2019)
Agora que refletimos sobre alguns aspectos, vamos conhecer alguns tipos mais conhecidos de
empreendedores. Embora não exista unanimidade entre os autores quanto aos tipos de empreen-
dedores. Sim, existem tipos diferentes. Os mais conhecidos são por oportunidade e necessidade
(o que conheceremos mais no próximo tópico desta unidade), mas ainda assim vamos trabalhar
em um Quadro para compreendermos alguns desses tipos de acordo com a percepção de diversos
autores:
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QUADRO 2 - TIPOS DE EMPREENDEDORES
O empreendedor corporativo, intraempreendedor ou empreendedor
interno: pode ser definido como sendo um processo de identificação,
desenvolvimento, captura e implementação de novas oportunidades de
UNIDADE 01
negócios, dentro de uma empresa existente;
O empreendedor startup, que cria novos negócios/empresas: tem
como objetivo dar origem a um novo negócio. Ele analisa o cenário e
diante de uma oportunidade apresenta um novo empreendimento. Os
seus desafios são claros: suprir uma demanda existente que não vem
sendo dada devida atenção; buscar e apresentar diferenciais competi-
PESSOA (2005)
tivos em um mercado já existente; vencer a concorrência; conquistar
Trago aqui para que você possa conhecer Dornelas (2005) que é um dos autores mais consul-
tados quando buscamos saber sobre os diferentes tipos de empreendedores, aqui usarei sua refe-
rência para conhecermos mais alguns tipos (não repetindo os que já citamos no quadro anterior),
vamos conhecer?
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»» O Empreendedor Nato ou Mitológico: São os empreendedores lendários que marcam pessoas e
gerações, possuem histórias brilhantes e em sua maior parte, constroem impérios. Trabalham desde
muito jovens e adquirem ao longo do tempo grandes habilidades para negociações e vendas.
»» O Empreendedor que Aprende empreendedor Inesperado: É o tipo de empreendedor que se
vê com a oportunidade nas mãos e decide mudar totalmente o foco do seu negócio, de modo
UNIDADE 01
que abandona o que fazia e começa a se dedicar ao seu próprio negócio. Esse tipo de empreen-
dedor se via somente trabalhando em grandes empresas e nunca pensou em ser empreende-
dor até que a oportunidade apareça.
»» O Empreendedor Serial ou Criador de Novos Negócios: É o empreendedor apaixonado pelo
ato do empreender. Não cria somente um negócio, mas busca construir um grande negócio
(uma grande corporação). Pessoa dinâmica, que busca constantemente por desafios de criar
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3. MOTIVAÇÃO PARA O COMPORTAMENTO
EMPREENDEDOR
UNIDADE 01
Nesta parte, vamos tratar do empreendedorismo e dos seus fatores motivadores para existir,
ou seja, o que leva as pessoas a empreenderem. Para Robbins (2002, apud RIBAS, 2012, p. 6), “a
motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma
pessoa para o alcance de determinada meta”. Logo, podemos entender que a motivação ocorre
em função do comportamento do indivíduo frente a estímulos externos.
Fialho et al (2016) relatam que o brasileiro possui alma empreendedora e em sua maior parte
acreditam que a abertura do negócio próprio é a realização de um sonho pessoal e também pro-
fissional. Esse movimento auxilia na criação de novas empresas e também na geração de vagas
formais e informais de trabalho, gerando emprego e renda. Baron e Shane (2007), explanam que
as ideias são resultantes da combinação de tudo aquilo que é novo, com tudo o que já existe, de
forma a criar oportunidades de negócio.
O empreendedor é encontrado em constante estado de alerta, sempre disposto em busca de
descobrir e explorar oportunidades que surgem. Tal capacidade de alerta é uma exímia caracte-
rística dos empreendedores. Identificam oportunidades lucrativas antes dos demais, assim como
sabem comprar em locais diversificados e vender em outros locais não imaginados ou em mo-
mentos diferenciados. De forma geral, o empreendedor faz acontecer. Pode ser que a capacidade
de alerta em constância, reflete também as motivações pessoais e até mesmo os sonhos desse
empreendedor e, de certa forma, aproxima-se do cerne das preocupações de outro expoente da
área de empreendedorismo (VALE; CORRÊA; REIS, 2014).
Os autores destacam dentre os objetivos de motivações dos empreendedores, a auto realiza-
ção profissional, além da motivação por necessidade ou, então, por oportunidade. Mas, será que
essa motivação empreendedora é intrínseca ou extrínseca? Vamos entender a diferença? (VALE;
CORRÊA; REIS, 2014).
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QUADRO 4 - MOTIVAÇÕES INTRÍNSECAS E EXTRÍNSECAS
MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA: MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA:
Também conhecida como motivação interna, esse con- Também conhecida como motivação externa, o
UNIDADE 01
ceito está relacionado à força interior que é capaz de se termo está conectado ao ambiente, às situações e
manter ativa mesmo diante de adversidades. Este tipo aos fatores externos. As premiações de campanhas
de combustível se relaciona aos interesses individuais para a equipe comercial ou o bônus oferecido para
e que podem ser alterados apenas por escolha da pes- vendedores que alcançarem determinado valor de
soa. Geralmente, a motivação interna está associada a faturamento, são bons exemplos. No ambiente cor-
metas, objetivos e projetos pessoais que estimulam o porativo, o clima organizacional, as atividades diver-
indivíduo a acordar todos os dias, enfrentar o trânsito e sificadas, os treinamentos de aprimoramento e ou-
se dedicar a horas intensas de trabalho. Este é um tipo tros benefícios se destacam como formas eficientes
Ribas (2012) levantou diversas teorias motivacionais consideradas ‘clássicas’ e construiu uma
imagem (Figura 1) que poderá nos auxiliar na compreensão da motivação empreendedora.
Social
FATORES
Segurança
MOTIVADORES
Fisiológico INTRÍNSECOS
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alizar as coisas da melhor maneira, não exatamente pelo reconhecimento social ou prestígio, mas,
sim, pelo sentimento íntimo de necessidade de realização pessoal” (MCCLELLAND, 1972, p. 110).
Conforme Ribas (2012, p. 3) “a motivação para empreender se prende a uma percepção central
da relação ‘Risco x Recompensa’ diferente do que ocorre na gestão empresarial”. Tal diferença
pode ser observada na forma como o empreendedor analisa e enxerga suas criações, sendo que o
UNIDADE 01
sucesso na visão do empreendedor está ligado por meio de uma escala de satisfação no que con-
cerne suas necessidades, transcendendo aos seus objetivos, comumente empresariais, até chegar
a sua realização pessoal.
SAIBA MAIS
MOTIVACIONAIS HIGIÊNICOS
NÃO NENHUMA
S AT I S F A Ç Ã O I N S AT I S F A Ç Ã O
S AT I S F A Ç Ã O I N S AT I S F A Ç Ã O
De acordo com o autor, a motivação empreendedora é a motivação para correr o risco de re-
alizar uma ação de empreender associada a uma recompensa, segundo a percepção de sucesso
do empreendedor. Esta motivação pode se dar por 2 fatores primários, sendo necessidade ou
oportunidade.
Empreender por oportunidade é quando vislumbra-se uma lacuna no mercado ainda não pre-
enchida por produtos ou empresas existentes. Quer dizer que se descobriu uma maneira de lucrar
com determinado produto/serviço, pois o consumidor almeja novidades.
De acordo com Silva e Cunha (1994, p. 89) “o aumento da dinâmica da competição a nível mun-
dial tem levado as empresas a se preocuparem mais com a busca de novas oportunidades”. Nesse
sentido:
16
“O INTERESSE PELA BUSCA DE OPORTUNIDADES TEM CRESCIDO
MUITO NOS ÚLTIMOS ANOS, TANTO ENTRE OS ACADÊMICOS QUAN-
TO ENTRE OS EXECUTIVOS. ALGUMAS RAZÕES IMPORTANTES QUE
PODEM EXPLICAR ESSE FENÔMENO SÃO: PRIMEIRO, A RECESSÃO
UNIDADE 01
A NÍVEL MUNDIAL QUE INDUZ AS EMPRESAS A BUSCAREM, COM
MAIS AFINCO, NOVAS FORMAS DE ATUAÇÃO QUE LHES PERMITAM
SUPERAR A CRISE; SEGUNDO, A GLOBALIZAÇÃO DOS MERCADOS,
QUE TEM AUMENTADO A COMPLEXIDADE E A DINÂMICA DO AM-
BIENTE EXTERNO ÀS ORGANIZAÇÕES, GERANDO A NECESSIDADE
DE UM MAIOR MONITORAMENTO DAS MUDANÇAS QUE PODEM
AFETÁ-LAS POSITIVA OU NEGATIVAMENTE”
Observa-se ainda que o conceito de oportunidade aborda, desta forma, duas categorias dis-
tintas: (1) oportunidades internas e (2) oportunidades externas. As oportunidades internas são
referentes às situações internas da organização, que quando bem exploradas, auxiliam no aumen-
to de competitividade da empresa. Enquanto as oportunidades externas ocorrem externamente
à organização, que podem aumentar exponencialmente a vantagem competitiva da empresa, se
comparada às outras organizações. Com base nesta visão, dentre as principais atividades de em-
presas que atuam com orientação estratégica é a busca por novas oportunidade, de modo a gerar
sempre novos ambientes competitivos (SILVA; CUNHA, 1998).
Empreender por necessidade é quando não há outra forma de sustentar a família, busca-se
trabalhar por conta própria para garantir a manutenção financeira da família. Ou seja, não há em-
prego, falta dinheiro e o sujeito precisa trabalhar em algo (RUPPENTHAL; CIMADON, 2012).
Este fator motivacional primário foi quantificado e publicado no relatório da GEM (2016) que
nos mostra a ‘oportunidade’ como maior motivação para empreender, veja na tabela abaixo:
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Caso você tenha ficado curioso para saber quais os tipos de empresas que foram recentemente
abertas dentro do conceito de empreendedorismo por oportunidade e necessidade, a mesma pu-
blicação nos faz conhecer. Na figura a seguir, apresentam-se percentuais inerentes às atividades de
empreendedores nascentes, ou seja, aqueles empreendedores que possuem negócios, mas que
não tiveram rentabilidade por mais de três meses.
UNIDADE 01
TABELA 2 - DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS ATIVIDADES DOS
EMPREENDIMENTOS SEGUNDO A MOTIVAÇÃO - BRASIL – 2016
OPORTUNIDADE NECESSIDADES
ATIVIDADES (CNAE) % ATIVIDADES (CNAE) %
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A análise fatorial, resultado da pesquisa de Vale, Corrêa e Reis (2014), sugere que as motivações
extrapolam a lógica binária de que empreendemos ou por oportunidade ou por necessidade, na
verdade foram apontados outros motivos, agrupados em seis componentes:
UNIDADE 01
EMPREENDER POR: MOTIVOS:
aproveitar uma oportunidade de negócio; usufruto de pro-
Identificação de oportunidade:
grama de demissão voluntária.
facilidade ou possibilidade de usar relacionamentos na área;
Atributos/expectativas pessoais: desejo de ter seu próprio negócio/tornar-se independente;
disponibilidade de tempo; aumentar renda.
Vamos compreender o empreendedor jovem e sua motivação para empreender. Não deve ser
novidade que uma das dificuldades consideradas neste segmento está na barreira do financiamento
para iniciar um negócio, contudo, a maior dificuldade é a falta de conhecimentos técnicos necessá-
rios e capacidades gerencias (MINOLA; CRIOUCO, 2011, apud CARVALHAL; LEÃO; TEIXEIRA, 2012).
Que tal conhecermos aqui algumas das motivações consideradas por jovens em pesquisas de
todo o mundo? De repente nos encaixamos em algumas dessas características e deixamos falar
mais alto nossa vontade de inovar e empreender.
Ribas (2012) apresenta ainda outros fatores motivadores a serem considerados, como: recom-
pensa, sucesso e o risco.
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A partir dos resultados da pesquisa aqui apresentada que envolveu jovens empreendedores, con-
forme observa Ribas (2012), se nota que empreendem tendo como motivação a recompensa. Nota-se
ainda que diversos autores abordam essa motivação não limitando-se somente ao fator financeiro, mas
ainda os fatores existenciais, que são parte integrante de aspirações pessoais do empreendedor.
Longenecker (2007, apud RIBAS, 2012, p. 13) aborda sobre as diferenças entre as pessoas e
UNIDADE 01
afirma que há uma procura por recompensas. As mais comuns, são:
»» Ganhar dinheiro através de lucro e não de um salário;
»» Ser o próprio chefe e conquistar a sua independência;
»» Fugir de uma situação indesejável conquistando a sua liberdade para ser e estar;
»» Usufruir de uma vida com a sua concepção de satisfação pessoal;
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vida, muito ligado à maternidade, o ato de trazer algo novo, um novo sentido para a vida 1.
Ribas (2012) propõe que as teorias clássicas da motivação poder ser utilizados para explicar os
fatores de motivação empreendedora, desta forma desenvolveu uma adaptação na Figura 1 apre-
sentada anteriormente:
UNIDADE 01
FIGURA 2 - FATORES DE MOTIVAÇÃO EMPREENDEDORA APLICADOS ÀS TEORIAS DE MOTIVAÇÃO CLÁSSICAS
FATORES HIGIÊNICOS
Quer escrever a
EXTRÍNSECOS
sua história
EMPREENDEDOR Porque quer
POR NECESSIDADE criar algo seu
ESTÍMULO
IMPULSO
SOBREVIVÊNCIA - REALIZAÇÃO
Fonte: (RIBAS, 2012, p. 15)
1 Empreendedorismo feminino – Momento e desafios das mulheres empreendedoras. Disponível em < http://www.
mulheresempreendedoras.net.br/empreendedorismo-feminino/>
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“NO MUNDO DO EMPREENDEDORISMO, É COMUM VERMOS EMPREENDEDORES
NÃO ALCANÇANDO O TÃO SONHADO OBJETIVO. SEJA POR FALTA DE PLANEJA-
MENTO OU CAPITAL. ISSO PODE ACONTECER COM OUTROS, ASSIM COMO COM
SI PRÓPRIO. PORÉM, ATRAVÉS DE TODOS ESSES ALTOS E BAIXOS, CONQUISTAS
E NERVOSOS, É NECESSÁRIO PERCEBER QUE UMA ESCOLHA DIÁRIA DEVE SER
UNIDADE 01
MANTIDA: PERMANECER MOTIVADO. QUANDO VOCÊ ABRIR OS OLHOS DE MA-
NHÃ, COMECE O DIA SEM A BAGAGEM DO DIA ANTERIOR. ERROS FORAM COME-
TIDOS, COISAS DERAM ERRADO: ISSO CHAMA-SE VIDA. A DIFERENÇA ENTRE SER
UM EMPREENDEDOR BEM-SUCEDIDO E UM QUE TEM MAIORES CHANCES DE
FALHAR É O TREINO DE UMA MENTALIDADE SEMPRE CURIOSA E PROGRESSIVA.
RETROCESSOS PODEM SER OPORTUNIDADES E FALHAS PODEM SER LIÇÕES,
TUDO DEPENDE DE COMO VOCÊ OS VÊ”
Sendo assim, pensem, quais são suas motivações, como você poderá empreender com produtos
ou processos inovadores? O que te move, o que te impulsiona, o que te faz querer mais? Espero que
ao final desta disciplina você possa responder essas e tantas outras questões que vamos lançar.
LEITURA
DO EMPREENDEDORISMO AO ‘EMPRESADORISMO’: A VIAGEM
DO EMPREENDEDORISMO NASCENTE À EMPRESA DE SUCESSO
CONTINUADO NO SÉCULO
»» SINOPSE: O livro, de Sérgio Rodrigues Bio, indicado aqui, nos traz
uma reflexão sobre a caracterização do século XXI e a continuidade
das empresas para o sucesso continuado no mundo empreendedor.
Muitas vezes não paramos para analisar que uma empresa que hoje
é muito admirada mundialmente, foi um dia, somente uma ideia
na cabeça do empreendedor. O livro aborda ainda o paradoxo do
sucesso e as crises decorrentes do crescimento acelerado das em-
presas. Tenha uma boa leitura!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
E então, curtiu a viagem até aqui?
Perceba que muitas coisas que fazemos, que naturalmente somos, se encaixa em algum tipo de
empreendedor. As nossas formas de fazer, de realizar, de pensar, de ser criativo, de inovar, nos torna
singulares e nesse primeiro trecho da viagem foi possível já nos conhecer melhor.
Ah! Conta qual tipo de empreendedor você é? O que achou de cada um dos tipos?
O empreendedor tem a possibilidade de mudar muitas coisas ao seu redor, sua realidade, dos
22
seus familiares, oferecer um produto ou serviço que atende ou se encaixa nas necessidades ou de-
sejos de outras pessoas. Vimos como a partir de App mudamos a forma de nos locomovermos e que
jovens empreendedores apresentam motivos diferentes para iniciar ou continuar com as suas ideias.
Entendemos nesse trecho da viagem que pessoas podem começar um novo negócio por que não
há outra fonte de renda ou ainda que podem ter como motivação a realização de sonhos. Sugerimos
UNIDADE 01
um exercício para você. Que tal, com as coisas que você já aprendeu nesse caminho, olhar diferente
para os donos de restaurante, padaria, motorista de Uber e tentar identificar a partir de uma conver-
sa que tipo de empreendedor eles são?
Aproveite esse tempo, faça esse exercício e conte para nós o que você descobriu na próxima uni-
dade do livro.
ANOTAÇÕES
23
UNIDADE
02
PLANEJANDO
ESTRATEGICAMENTE
NOVOS NEGÓCIOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
VÍDEOS DA UNIDADE
UNIDADE 02
gestão, a administração da empresa, independente do seu tamanho, deve ser pensada de forma
estratégica desde sua concepção.
Para que possamos proporcionar soluções devemos realizar alguns exercícios relacionado às
teorias da administração, mas não se preocupe com a palavra ‘teoria’ o resultado final dessa nossa
conversa é algo que que estará perfeitamente ligado ao seu cotidiano como empreendedor. Deve-
mos sempre PLANEJAR, nossas ações, nossa empresa, nossos passos, e claro, como num jogo de
1. FORMAÇÃO DO PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO EMPREENDEDOR
Inicialmente é necessário que haja uma conscientização do empreendedorismo que busca
mostrar à pessoa (empreendedor) todo o processo necessário para se ter o negócio ao qual pre-
tende iniciar. Deve-se haver uma procura pessoal de formar uma cultura empreendedora dentro
da própria pessoa e conseguinte realizar uma autoanálise, de modo a despertar-se para a sua fun-
ção executora, nesse processo de transformar o conhecimento em riquezas para uma sociedade,
o comércio como um todo e também para o próprio indivíduo.
A decisão do indivíduo tornar-se empreendedor ocorre, em sua maioria, pelo acaso, porém,
fatores externos contribuem fortemente para essa decisão como fatores ambientais, sociais e
também aptidões pessoais. Se há talento, existe a oportunidade de crescimento, diversificação
e desenvolvimento de novos negócios. Por outro lado, deve-se haver uma junção de talento e
tecnologia e, além disso, soma-se as pessoas com boas ideias viáveis para que o processo do em-
preendedorismo ocorra.
Alguns autores abordam sobre os processos que o empreendedor passa. As fases são:
»» Identificação e avaliação de oportunidades: é o momento de o empreendedor mostrar a sua
25
percepção para negócios. Muitos relacionam esse processo como sorte, porém, para outras
pessoas, a sorte é a junção da competência com a oportunidade
»» D
esenvolvimento do plano de negócios: acredita-se ser a parte mais complexa de todo o pro-
cesso. O plano de negócios é um documento que sintetiza toda a alma do negócio, estratégias
pretendidas pela empresa, mercados e competidores, assim como serão geradas as receitas,
UNIDADE 02
dentre outros.
»» E stabelecer a captação dos recursos necessários: esse processo é resultante de todo o plane-
jamento do Plano de Negócios. Até alguns anos atrás era somente possível obter qualquer tipo
de recursos financeiro por meio de bancos ou empréstimos de conhecimentos. Hoje é mais fácil
encontrar o capitalista de risco, que se arrisca em novos negócios e aplica todo seu dinheiro nos
bancos.
OBJETIVOS ANÁLISE
26
A questão chave é: O que? Por último, os princípios, são valores que servem de balizamento para
o processo decisório e para o comportamento da empresa no cumprimento de sua missão. A per-
gunta que auxilia nesta definição é: A que fatores atribuímos o sucesso de nossa empresa?
Para facilitar seu entendimento e até mesmo te auxiliar na sua atividade prática como gestor ao
desenvolver negócios inovadores, mesmo sabendo das diversas formas de apresentar, estruturar
UNIDADE 02
o planejamento, vou tomar como referência Tavares (2005) que aborda em etapas como podemos
construir nosso planejamento:
»» Etapa I - delimitação do negócio, formulação da visão, da missão e do inventário das competên-
cias distintas: consiste em estabelecer as diretrizes que a empresa busca seguir a partir da ela-
boração do planejamento estratégico. É o momento de formular a visão, de assentar a missão
da empresa e de estabelecer as competências distintivas que estão relacionadas à interação das
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supervisionar os processos do negócio, gerenciar pessoas e atingir os objetivos de desempenho
(THOMPSON JR.; STRICKLAND III, 2000, p. 311).
Para isso, verifica-se todo o histórico de atividades da organização, a fim de corrigir todas as fa-
lhas produtivas, diretivas e econômicas, visando, dessa forma, o progresso e o desenvolvimento da
empresa. Nesse sentido, a implementação da estratégia é a fase em que são verificados os imple-
UNIDADE 02
mentos necessários para execução das ações estratégicas, como tempo, custos, gastos, recursos,
avaliação dos riscos, etc.
REFLITA
A equipe formadora do planejamento estratégico precisa ser mantida do início ao fim, até o mo-
»» Etapa VII - definição dos objetivos: refere-se às metas a serem cumpridas em determinado
tempo, por toda a equipe organizacional. Essas metas devem ser específicas e de possível rea-
lização, pois, caso contrário, são apenas uma projeção de ideias que nunca serão colocadas em
prática de fato.
»» Etapa VIII - elaboração do orçamento: é um elemento indispensável para as organizações e de
extrema importância para alocação, isto é, o destino da verba para um fim específico. Em sínte-
se, é o estudo do gasto para a realização de todas as funções da empresa.
Ao estabelecer o plano de orçamento, o presidente da empresa baseia-se nas necessidades
reais apontadas pelos agentes da instituição. Esse plano pode ser considerado um contrato, visto
que deverá ser seguido pelos membros da organização, conforme pactuado.
»» Etapa IX - definição de parâmetros de avaliação e controle: diz respeito ao controle exercido
pela organização quando o planejamento estiver pronto para ser colocado em prática. Aconse-
lha-se a criação de indicadores de desempenhos, para avaliar a eficácia e a eficiência das estra-
tégias, diante das metas e dos objetivos estabelecidos. Trata-se de uma maneira de verificar o
progresso e o desenvolvimento da técnica que será aplicada.
REFLITA
O QUE SÃO INDICADORES?
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), NBR 16001 (2012, p. 44),
“indicador é uma informação qualitativa e quantitativa sobre resultados relacionados com a or-
ganização [...]. Podem ser usados para monitorar ou avaliar o atingimento dos objetivos [...]”. Eles
“desenvolvem papel preponderante na sociedade, por auxiliarem na tomada de decisão.” (PADI-
LHA; NASCIMENTO, 2015, p. 37, apud VIEIRA, 2016, p. 54).
São métricas, são parâmetros que iremos acompanhar para saber quando e se alcançamos o que
foi estabelecido. Por exemplo: a meta é vender 10.000 unidades do produto no mês. Essa quanti-
dade é uma forma concreta de acompanharmos a execução.
28
»» Etapa X - formulação de um sistema de gerenciamento de responsabilidades: serão atribuídas
responsabilidades para todos os níveis da empresa, para que ocorra a efetiva implantação do
processo estratégico. Cada pessoa possui uma ação para realizar, de acordo com o proposto no
plano estabelecido no planejamento estratégico, a fim de alcançar todos os objetivos propos-
tos.
UNIDADE 02
»» Etapa XI - a implantação: Na teoria, não se trata de algo complexo, pois é, basicamente, a hora
de expor todas as técnicas estudadas durante o processo estratégico. Na prática, consiste no
fato de cada agente organizacional executar as ações de sua responsabilidade, a fim de conquis-
tar as metas e os objetivos traçados pela empresa. Essas ações devem ser executadas de acordo
com o prazo estabelecido no planejamento estratégico.
No instante da implantação do planejamento estratégico, todos que executam esse planeja-
29
der estudando os seus clientes, que fazem os mais diversos usos de seus produtos, e assim, reco-
nhecem quando se deve haver melhorias nos mesmos.
Para se criar uma empresa é preciso que o empreendedor saiba o que vender. Nesse sentido,
a procura por ideias que sejam criativas pode vir de onde menos se espera. Quando estamos
querendo criar uma empresa e temos informações privilegiadas como estas de segmento, de pro-
UNIDADE 02
dução ou produtos, passamos a vê-las com olhar de empreendedores, analisando o que podemos
fazer ou como fazer para implantarmos a nossa empresa no mesmo segmento e como mudar,
realizar alterações com relação aos concorrentes para ter seu próprio diferencial.
»» SELEÇÃO DE IDEIAS:
SAIBA MAIS
Ao pensar nessas ideias devemos cuidar para não cometer certos erros: o erro-de-abandono
acontece quando a empresa dispensa uma boa ideia. Se uma empresa cometer muitos erros-de-
-abandono, pode-se concluir que seus padrões são muito conservadores.
O erro ocorre quando a empresa dá permissão para que uma má ideia alcance às etapas de de-
senvolvimento e comercialização e as consequências falam no bolso da empresa.
Fonte: Kotler (2000).
Para Kotler (2000), as boas ideias devem ser refinadas para se chegar a conceitos de empresas
cuja produção de bens ou serviços possa ser testada. Uma ideia de produto novo, por exemplo, é
a representação de um futuro produto que a empresa poderá ofertar no mercado. O conceito de
um produto é uma ideia, bem elaborada que faça sentido ao consumidor.
Você precisa saber que investidores não vão comprar sua ideia em si, eles precisam compreen-
der e ver frutos no seu conceito de produto/serviço para investir.
Depois de elaborar um conceito, precisamos testá-lo. Conforme Kotler (2000) o teste de con-
ceito envolve apresentar o conceito da empresa (ou da empresa como fabricante do produto ou
serviço) aos consumidores-alvo adequados a obter suas reações. Os conceitos podem ser simbóli-
cos ou físicos. No entanto, quanto mais os conceitos testados se assemelham ao produto/serviço
ou experiência final do consumidor, mais verídico é o teste de conceito.
30
3. MODELO E PLANO DE NEGÓCIOS
Quando falamos de empreendedorismo temos a ideia de que inicialmente devemos trabalhar com
o plano de negócios. Sim, isso é verdade, contudo, esse não é o único caminho, temos outras opções e
UNIDADE 02
de acordo com o modelo de negócio pensado, podemos usar outras formas de delineamento.
Entendemos que há tempos usamos e recomendamos o plano de negócio para detalhar como
uma empresa pretende atingir suas metas e criar valor, como também representa uma forma es-
truturada para convencer investidores.
Conforme a Social Good Brasil (2013), o pensamento originado e disseminado no senso comum
ordena que para empreender iniciativas inovadoras precisamos prospectar investimento, dinhei-
LEITURA
PROSPECÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS: INSTALAÇÃO DE UMA EMPRESA NO SETOR ALIMENTÍCIO
EM IES
Alimentação é uma necessidade básica de todo e qualquer indivíduo, bem como os padrões exi-
gidos pelo público jovem, em especial os acadêmicos, o presente estudo analisa a importância
de se desenvolver um plano de negócios ao iniciar um empreendimento, capaz de atender as
expectativas dos consumidores e satisfazer suas necessidades. A viabilidade foi verificada a partir
de uma pesquisa quantitativa realizada junto aos possíveis consumidores do estabelecimento,
alunos da Universidade UnoChapecó, considerando atributos. Dados coletados enfatizam a viabi-
lidade de instalação de uma nova empresa para comercialização de alimentos nas dependências
da Instituição de Ensino Superior. Considerando como pontos estratégicos a localização e a am-
bientação do novo negócio (BIAZON; MESACASA, 2018).
31
Problemas relacionados à oferta e demanda acaba por gerar dúvidas aos novos gestores quando
se trata do alinhamento entre Startup e empresas convencionais, e este fato deixa dúvidas sobre o
que idealizar primeiro: plano ou modelo. Isso porque normalmente as micros e pequenas empresas
‘tradicionais’ foram pensadas na concepção do empreendedorismo que todos nós trazemos, ligada
ao marketing de oportunidade de mercado, quer dizer, são montadas para oferecer uma solução
UNIDADE 02
para um problema conhecido.
Chiavenato (2006, p. 123) esclarece quais são os passos para se desenvolver de um plano de
negócios:
32
• FAZER UM LEVANTAMENTO COMPLETO SOBRE OS ASPECTOS DO
NOVO EMPREENDIMENTO, ANALISANDO AS CARACTERÍSTICAS DO
PRODUTO/SERVIÇO A SER OFERTADO, O PREÇO E AS CONDIÇÕES
DE VENDA, A FORMATAÇÃO JURÍDICA DO EMPREENDIMENTO E A
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL.
UNIDADE 02
• ELABORAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO PARA O NOVO EMPRE-
ENDIMENTO COLOCANDO EM PERSPECTIVA A DEFINIÇÃO DA
MISSÃO, VISÃO E DOS VALORES DA EMPRESA, A DEFINIÇÃO DO
NEGÓCIO, A DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
DE LONGO PRAZO E O ESTABELECIMENTO DA ESTRATÉGIA DO
NEGÓCIO.
• ELABORAÇÃO DE UM PLANO OPERACIONAL PARA O NOVO EM-
O plano de negócios possui como principal objetivo apresentar o empreendimento aos futuros
possíveis parceiros comerciais, sendo os sócios, incubadoras e também os investidores. Cabe lem-
brar que o plano de negócios descreve os objetivos do negócio, assim como os passos que serão
dados para que os objetivos propostos sejam alcançados, de modo a diminuir os riscos e incertezas
dos possíveis parceiros.
Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-
-los no mercado.
Existem alguns tipos de estrutura de plano de negócios, variando conforme o autor, o tipo de
empresa e objetivo a que ele se destina. Segue alguns tipos diferentes de estrutura de plano de
negócios.
Chiavenato (2006) aponta a seguinte estrutura:
»» Sumário executivo;
»» Descrição da empresa;
»» Definição do Negócio;
»» Plano de marketing;
»» Aspectos de Recursos Humanos;
»» Aspectos Operacionais;
»» Aspectos Econômico-Financeiros.
33
O Plano de Negócio possui várias seções que são relacionadas e assim permitem um entendi-
mento amplo do negócio e o melhor, em poucas páginas. Apresentamos a seguir uma breve des-
crição de cada seção que deve conter no Plano de Negócio.
Dentre todos os modelos de Plano de Negócios existentes, o modelo do SEBRAE é um dos mais
utilizados e também indicado para qualquer tipo de empreendedor, principalmente para os mais
UNIDADE 02
inexperientes, por sua plataforma interativa e muito simples.
A estrutura básica de um plano de negócios, geralmente é formada por:
»» Capa: informações necessárias e pertinentes. Uma capa é só uma capa, nela você escreve o
título e pronto, correto? Não, muito pelo contrário, a capa de um plano de negócios é o cartão
de visitas da sua empresa, essa capa deve ser visualmente agradável e passar as informações
34
»» Descrição da Empresa: este é o momento de você apresentar a sua empresa de forma glo-
bal, ou seja, o histórico da empresa, faturamento e crescimento (se houver) dos últimos anos,
impostos, detalhes da estrutura organizacional, enfim, todas as informações sobre ‘quem é a
empresa’ e localização.
»» Produtos e Serviços: quais e como são produzidos os produtos, qual o ciclo de vida deles, má-
UNIDADE 02
quinas e tecnologias envolvidas no processo. Informe se há pesquisa e desenvolvimentos de
produtos, os potenciais e principais clientes, assim como se existe a patente dos produtos.
»» Análise de Mercado: este é o momento de mostrar que conhece o seu mercado, concorrência,
assim como o seu segmento e consumidores (mediante as pesquisas de mercado) de modo a
descrever as principais características do consumidor, dentre outras informações.
LEITURA
35
Para a gestão do negócio, vamos construir o plano de negócios ou ainda trabalhar o canvas para
que possamos estruturar os diversos fatores que envolvem a criação de uma empresa e depois
trabalhar na projeção e execução de estratégias de crescimento.
UNIDADE 02
UNIBRASIL EAD | COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR
Fonte: SEBRAE (2018).
Percebe aqui que toda a ideia é gerada em função de agregação de valor, ou ainda, antes disso,
a percepção de valor do cliente. A busca de um modelo de negócio é necessária em uma Startup
completamente nova ou em uma nova divisão de uma empresa já existente. Nessa fase de ‘busca’
vamos a campo para conhecer melhor o cliente e suas reais necessidades, para construir em para-
lelo um produto mínimo viável que possa atender as expectativas (GRANDO, 2012).
Na literatura de marketing, o conceito de valor aparece com diferentes interpretações e acep-
ções. Ao discutirem o conceito de valor (percebido), Zeithaml e Bitner (1988, apud FALCÃO et al.,
2016) discutem que estão relacionados aos atributos tangíveis e intangíveis do produto, os quais
refletem aspectos como qualidade, utilidade, relevância e imagem de marca e também custos
monetários e não monetários como preço, tempo, esforço, energia física, energia psíquica e risco
envolvido na escolha. Quer dizer, valor se traduz pela métrica padronizada benefícios/custos de
obtenção.
Vamos esquematizar isso para que nada seja deixado de lado.
36
FIGURA 3 - MODELO DE NEGÓCIOS
Mercados
Segmento de clientes
UNIDADE 02
Cria valor
Problema /
COMO VOCÊ ESTÁ QUEM É O CLIENTE?
Entrega valor Necessidades /
FAZENDO ISSO? Desejos
Captura valor
MODELO DE Produtos
NEGÓCIOS O QUE (QUAL) É A
Custos SUA PROPOSIÇÃO Serviços
QUANTO ($$$) FINANÇAS DE VALOR, OU SEJA,
- QUAIS OS CUSTOS O QUE VOCÊ
Seu produto para ter valor, ou para ser percebido como positivo, para o cliente deve agregar
algo útil, fazer a diferença, resolver um problema ou gerar comodidade e ainda ter bom custo/
benefício. Uma tarefa que pode ser um tanto complicada, mas não impossível.
4. FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO
E GESTÃO EMPREENDEDORA
Pensando agora em te auxiliar na organização do seu próprio planejamento, vamos apresentar
uma técnica que funciona como uma espécie de checklist do que você precisa fazer para se organi-
zar para o desdobramento dos seus projetos ou da resolução de uma possível ‘situação problema’.
O quê Porque
objetivo, meta motivo, benefício
(what) (why)
Onde Quem
local, departamento responsável, equipe
(where) (who)
5W2H
Quando Quanto
data, cronograma custo ou quantidade
(when) (how much)
Como O quê?
atividade, processo custo ou quantidade
(how) (what?)
37
Meireles (2001) apresenta o 5W2H, que são perguntas que devem ser realizadas antes de qual-
quer tomada de decisão. A técnica 5W2H te ajuda a mapear as atividades e como se você fosse um
médico vai diagnosticar a real situação, logo poderá determinar o que será feito, quem fará o que
foi determinado, em qual período de tempo, em qual área da empresa e todos os motivos pelos
quais essa atividade deve ser realizada. Com essa ferramenta também poderemos elencar como
UNIDADE 02
essas atividades serão feitas além de quanto custará ao caixa da empresa tal processo.
Segundo Meireles (2001), essa ferramenta é extremamente útil, uma vez que elimina por com-
pleto qualquer dúvida que possa surgir em relação a um processo administrativo ou a uma ativida-
de. Tendo em vista que, um erro na transmissão de informações pode acarretar diversos prejuízos
à empresa, é necessário que todos estejam atentos às questões decisivas.
Mas claro que você deve estar se perguntando, o que significam essas siglas, não é mesmo? O
38
SAIBA MAIS
Para facilitar seu exercício o site da Endeavor, que é a organização de apoio a empreendedores,
disponibiliza gratuitamente a planilha com algumas observações para que você possa preencher
UNIDADE 02
essas perguntinhas e estruturar seu planejamento. Disponível em: <http://info.endeavor.org.br/
tp-ferramenta-5w2h>. Acesso em Jul. de 2019.
FORÇAS FRAQUEZAS
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
» Quais oportunidades » Que ameaças
têm disponíveis? podem prejudicá-lo?
» Que tendências/oportunida- » O que a sua competição tem
des você pode aproveitar? feito?
» Como pode transformar » As suas fraquezas o expõem
as suas forças em a quais possíveis ameaças?
oportunidades?
39
De acordo com Wright, Kroll e Parnell (2000), a sigla S.W.O.T. é a junção de quatro palavras em
inglês: Strenghts – Pontos fortes, Weakenesses – Pontos fracos, Opportunities – Oportunidades e
Threats – Ameaças, é um método de avaliação dos ambientes interno e externo da empresa, que
cuidará dos pontos fortes e fracos, além das ameaças e oportunidades de uma organização.
Em suma, trata-se da análise de cenários que se dividem em ambiente interno (forças e fraque-
UNIDADE 02
zas) e ambiente externo (oportunidades e ameaças). No ambiente interno, avalia-se, por exemplo,
a integração dos processos, a padronização dos processos, a eliminação de redundância e o foco
na atividade principal. No ambiente externo, observa-se, entre outros aspectos, a confiabilidade e
a confiança nos dados, a informação imediata de apoio à gestão e à decisão estratégica e a redução
de erros.
Análise interna- PONTOS FORTES E FRACOS: são características positivas e negativas que favore-
SAIBA MAIS
A análise SWOT é uma das técnicas mais utilizadas em investigação social, quer na elaboração
de diagnósticos, quer em análise organizacional ou elaboração de planos. No entanto a sua
utilização, nem sempre se traduz em contributos efetivos para os processos, sendo que, muitas
vezes, ela surge mais como um ritual ou uma tentativa desprovida de conteúdo real, de sermos
mais científicos ou técnicos nos processos de planejamento e/ou avaliação. Na realidade, de-
vido a sua aparente simplicidade, esta técnica emergiu como uma das preferidas por técnicos
de todas as áreas.
Fonte: Ulrich (2002, p. 212).
40
De acordo com Biazon (2015)1 o conceito e prática do Benchmarking estão ligados a um pro-
cesso de observação, análise, comparação, aprendizagem e adaptação. Muitas empresas podem,
ao observar o mercado se deparar com práticas de sucesso em produtos, serviços, performance e
acreditar que tais estratégias podem ser trazidas para sua realidade com a devida adaptação.
O termo surgiu em meados da década de 1980 quando a empresa Xerox cunhou o termo. Mas
UNIDADE 02
há quem diga que a prática exista desde os primórdios da revolução industrial.
Biazon (2015) diz ainda que não se pode confundir espionagem, roubo de propriedade com
benchmarking. Mas a prática de observação e adaptação é mais do que inteligente. Somente ‘bons
olhos’ são capazes de enxergar uma boa oportunidade de agir comparando suas ações com as
ações vigentes no mercado. Antiético seria usar de meios ‘duvidosos’ para conseguir informações
privilegiadas, mas a sadia competição pode e deve ser praticada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Criar o futuro é estar bem preparado para enfrentar os desafios, sejam pessoais ou profissio-
nais. Por isso, temas como gestão, comportamento, planejamento dos negócios, decisões estra-
tégicas, estudos de viabilidade, implementação de mecanismos de controle e acompanhamento,
entre outros, devem estar presentes nas práticas do empreendedor.
41
Os parâmetros de um empreendimento podem ser definidos tecnicamente através de um pla-
nejamento. Planejar significa criar um esquema para fazer algo desejável. Detectar pontos fortes,
pontos fracos e potencial do negócio significa analisar e conhecer os ambientes externo e interno.
Improvisar ou agir ao acaso não é recomendável, pois pode demonstrar a falta de planejamento e
de conhecimento dos ambientes de atuação.
UNIDADE 02
Para encontrar o diferencial competitivo, você precisa distinguir alguma vantagem que sua em-
presa oferece, como o bom atendimento ou o melhor preço, por exemplo. Mas tenha cuidado:
para que essas características sejam um diferencial consistente, é necessário que os concorrentes
não consigam chegar ao mesmo patamar.
O estabelecimento destas estratégias é vital para a continuidade da empresa no mercado. O
especialista Sergio Ricardo Rocha (2015) diz que “o produto e serviço podem ser os mesmos dos
ANOTAÇÕES
42
UNIDADE
03
O EMPREENDEDORISMO
E AS STARTUPS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
VÍDEOS DA UNIDADE
UNIDADE 03
Vamos ainda relacionar, ou compreender melhor ao longo do trajeto, nossa viagem, que o con-
ceito ‘básico’ de empreendedorismo como conhecemos ganhou uma roupa nova, um modelo
novo. As startups são diferentes das empresas tradicionais, principalmente porque são projetadas
para crescer rapidamente.
Isso porque, a cada novo dia, estamos caminhando para um mundo inédito na inteligência arti-
1. O EMPREENDEDORISMO E AS
EMPRESAS STARTUPS
Fonte: Shutterstock
44
Olá estudantes, agora nesta unidade vamos entender essa ‘nova ordem’, ou essa inovação, até
mesmo no contexto de empreender abordando e compreendendo o que são empresas startup.
Porque digo ‘nova ordem’? Simples, porque até mesmo na forma de empreender existem novi-
dades, existem inovações e poderemos entender como a empresa Startup se enquadra neste am-
biente cada vez mais democrático para que possamos nos tornar criadores de uma nova empresa.
UNIDADE 03
Penso que para começarmos aqui bem, devo apresentar logo o que se entende como startup,
e ninguém melhor do que o SEBRAE para nos fornecer esse entendimento.
“Uma startup é uma empresa nova, até mesmo embrionária ou ainda em fase de constituição,
que conta com projetos promissores, ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias
inovadoras” (SEBRAE, 2017).
REFLITA
Você acredita que Google, a Yahoo e o Ebay, são Startup?
45
Temos ainda como exemplo as franquias como modelo de negócio: nesse caso, o franqueado
paga royalties por uma marca, mas também recebe suporte e acesso a uma receita de sucesso do
franqueador e por isso aumenta suas chances de gerar lucro (SEBRAE , 2017).
Sabe aquela rede de fast-food que você adora? Sim o McDonald’s. É uma franquia, e então é
startup?
UNIDADE 03
Temos algumas divergências quanto a essa ideia pois há quem diga que ‘qualquer companhia
iniciante no mercado se encaixa nesta modalidade’, porém, tem gente que diz que “é necessário
ter sido fundada com baixos custos e crescer rapidamente, garantindo uma lucratividade grande
para se enquadrar neste conceito” (BRASIL ECONÔMICO, 2016).
Então, respondendo essa pergunta acima, de acordo com o que o SEBRAE entende, NÃO, Mc-
Podemos considerar algumas questões especiais que surgem quando uma empresa iniciante
ou uma jovem empresa tecnológica está envolvida. Podemos facilmente assumir que as startups
têm como principal característica um potencial inovador e podem atuar em indústrias inovadoras.
A dimensão inovadora da concorrência é intrínseca e é essencial lidar com ela para uma compre-
ensão clara de como o mercado funciona. Esse tipo de empresa geralmente é a fonte de inovação-
a empresa que, quando bem-sucedida, cria ou aprimora um novo mercado, produto ou tecnologia
(PIRES-ALVES; GONZALO; LYRA, 2019).
Hoje em dia o conceito de Startup já está bem ‘pulverizado’, conforme vão se ampliando as
análises sobre esse novo jeito de criar e gerir negócios, novos conceitos vão surgindo e já que eu
estava na pesquisa prática, com pessoas ‘reais’ para tentar garantir que você tenha um bom en-
tendimento sobre esse conceito e sobre esse diferencial em modelagem de negócios. Estamos fa-
lando em desenvolver modelos de negócios disruptivos (que ainda não existem no mercado) para
resolver problemas reais da sociedade. Por se tratar da criação de negócios altamente inovadores,
empresas Startups precisam constantemente lidar com um cenário de incertezas. Se utilizando de
base tecnológica, os negócios Startups tem um baixo custo de desenvolvimento e validação inicial,
por isso já podem ser empresas globais desde sua concepção, sendo assim, também aplicadas a
elas, o conceito de escaláveis.
Mas o que é esse ambiente de incerteza? O que é ser repetível e escalável?
46
QUADRO 1 - GLOSSÁRIO DOS CONCEITOS DE STARTUP
Um cenário de incerteza significa que não há como afirmar se aquela ideia e projeto de empresa irão realmente
dar certo – ou ao menos se provarem sustentáveis.
Ser repetível significa ser capaz de entregar o mesmo produto novamente em escala potencialmente ilimitada,
UNIDADE 03
sem muitas customizações ou adaptações para cada cliente.
Ser escalável é a chave de uma startup: significa crescer cada vez mais, sem que isso influencie no modelo de
negócios. Crescer em receita, mas com custos crescendo bem mais lentamente. Isso fará com que a margem
seja cada vez maior, acumulando lucros e gerando cada vez mais riqueza. Quando se torna escalável, a startup
deixa de existir e dá lugar a uma empresa altamente lucrativa. Caso contrário, ela precisa se reinventar – ou
enfrenta a ameaça de morrer prematuramente.
O modelo de classificados: em que se usa um meio impresso ou digital para mostrar anúncios, e o cliente paga
proporcionalmente ao destaque que deseja.
O modelo de assinatura: usado tanto por jornais e revistas quanto TV: garante-se a receita previamente ao
vender informação em pacotes, dando um desconto para seu consumo repetido.
De qualquer modo, tem que ficar claro que para um negócio Startup ser bem-sucedido, não
basta somente ter uma boa ideia, depois de formalizado ele precisa vender, dar lucro, gerir pesso-
as, processos e entre outros.
SAIBA MAIS
As startups são bem diferentes das empresas tradicionais devido a dificuldade de definir uma
proposição de valor clara, e saber como exatamente se dá o encaixe entre duas coisas críticas: a
oferta da empresa e a demanda do cliente.
Disponível em: Acesso em: 24 out. 2019.
47
Quando o empreendedor ‘convencional’ adequa a linguagem, a cultura, o modelo, o pensa-
mento, e ele compreende que é perfeitamente possível aproveitar todas essas características do
pensamento Startup e replicar no negócios tradicionais.
Temos um bom fechamento para esta dúvida que sempre fica na nossa cabeça, o tal do ‘o que
é, o que é’. Então já sabemos que são empresas novas, buscando solução para o mercado a partir
UNIDADE 03
de criação de novos produtos, nossos serviços.
Os consumidores estão cada vez mais em busca de comodidade, querem facilidade para a cor-
reria do dia a dia, então acabam desejando produtos e serviços que ainda não existem. Um bom
empreendedor vai reconhecer isso, em si mesmo ou nas pessoas a sua volta, e vai criar, modelar,
projetar a solução.
Fonte: Shutterstock
Imaginando que você, estudante, queira trilhar os passos para a criação de uma empresa, mas
quer atuar com tecnologia e com a agilidade das Startups, então, se questiona: Quais as etapas
que devo percorrer para criar uma?
Vamos conhecer?
48
QUADRO 3 - FASES PARA CRIAÇÃO DE STARTUP
Também conhecido como MVP (Mínimo produto viável), é a primeira versão do
seu produto. Agora é o momento de se voltar para o mercado e mostrar sua
solução para os futuros clientes. Não tente criar o produto perfeito, deixe que
CRIAÇÃO DO PROTÓTIPO: os clientes digam como ele pode ser melhorado. O empreendedor precisa ir o
UNIDADE 03
quanto antes levar seu produto para o público e já tentar fechar as primeiras ven-
das. Melhorar o produto será um processo contínuo que a Startup fará durante
toda sua existência. Por isso reforço: não tente criar o produto perfeito!
Ao mesmo tempo que o empreendedor está lançando a primeira versão no mer-
MODELO DO NEGÓCIO: cado, precisa começar a modelar o seu futuro negócio. Identificar os canais de
vendas, monetização e proposta de valor.
Nesta fase chega o momento de somar pessoas para o time, é hora de fazer a
3. CARACTERIZAÇÃO DE INVESTIMENTO EM
STARTUP
Fonte: Shutterstock
Por mais que tenhamos visto que as Startups nascem com custos baixos, existem custos, e para
que a ‘sementinha possa germinar’ precisa de adubo e água, e nada disso é de graça. Ou seja, para
que a empresa possa crescer tem que investir em pesquisa, em protótipos, em pessoas, e para isso
o dinheiro é fundamental, dinheiro este que muitas vezes o empreendedor não dispõe e por isso
precisa de parcerias.
49
Falamos bastante que as Startups nascem em um ambiente de incerteza, ou como diz o Sebrae
(s/d), “até que o modelo seja encontrado” precisamos entender e falar sobre os investimento para
startups. Isso porque são empresas recentes, jovens e “sem capital de risco, é muito difícil persistir
na busca pelo modelo de negócios enquanto não existe receita”.
É claro que a startup precisa de investimento e caminhar para ser uma empresa sustentável,
UNIDADE 03
mas como isso acontece? Quem investe, quem pode investir? Enfim, de onde sai o dinheiro?
Acredita-se que as Startups nasçam com boas perspectivas de geração de receita o que pode
atrair investidores injetando dinheiro na empresa para ajudá-la a crescer ainda mais rapidamente,
“tendo em vista que o dinheiro será somado a um trabalho diferenciado, capaz de solucionar pro-
blemas e facilitar a vida de muitas pessoas” (BRASIL ECONÔMICO, 2016).
INVESTIDOR -ANJO
VENTURE
CAPITAL SEMESTE
CAPITAL
SUBVENÇÕES,
CROWDFUNDING
EDITAIS E BOLSAS
Vamos focar aqui no investidor-anjo e aproveitar para sabermos o que é necessário ou o que
esses investidores levam em consideração ao analisarem propostas, assim, poderemos preparar
nossa apresentação, nossa ideia em um conceito mais elaborado para convencê-los. Sabemos ain-
50
da que investir em Startup, dada a suas características de incertezas, é um risco e por isso temos
que estar preparados responder as possíveis duvidas de potenciais investidores.
Podemos dividir o processo de obtenção de investimento-anjo para criação de uma nova em-
presa em 2 etapas: Estruturação do negócio e Captação do investimento conforme Anjos do Brasil1
(2011) e Spina (2012):
UNIDADE 03
OBTENÇÃO DE INVESTIMENTO-ANJO
1 O site Anjos do Brasil é uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de fomentar o crescimento do investi-
mento anjo para o apoio ao empreendedorismo de inovação brasileiro. Disponível em: https://www.anjosdobrasil.net/
51
VI. Elaborar um Pitch e uma apresentação de seu modelo de negócio, que contenham os itens mais
relevantes do mesmo, como qual necessidade seu produto/serviço atende, como irá atender
esta necessidade, qual o mercado-alvo/perfil do cliente, como irá divulgar/comercializar, como/
quanto espera faturar e qual valor de investimento precisa e para que será utilizado
UNIDADE 03
SAIBA MAIS
Conforme o Sebrae (on-line) e Braga (2016) o investimento é efetivado por pessoa física, que pode
investir por meio de uma pessoa jurídica, mas com recursos e trabalhos próprios, não de terceiros.
Estas ‘pessoas’ tem alguns critérios a analisar como, por exemplo, a verificação ou constatação de
que esta ideia trata-se de: Negócios inovadores, se há mercado com potencial significativo, com
52
Há ainda outras formas de investimento para as Startups, sendo:
»» Capital semente: é o comecinho no qual investidor-anjo injeta dinheiro suficiente na empresa.
Isso porque ele quer vender sem perder de vista o respeito ao meio ambiente e à sociedade.
»» Venture capital: é um tipo de financiamento de empresas, em troca de participação societária.
UNIDADE 03
Nesse caso, há responsabilidades conjuntas tanto para investidores quanto para empreende-
dores. O dinheiro é injetado em startups cujos produtos tenham sido testados e estão prontas
para crescer. Traz à empresa os sócios investidores.
»» Investimento coletivo (crowdfunding): de pouquinho em
pouquinho, diversas pessoas reunidas colaborando com pe- SAIBA MAIS
quenas quantias. Esse fato permite viabilizar uma ideia, um
COMPROVE UM
»» É o grau em que seu produto atende à demanda do
PRODUTO / ADAPTAÇÃO mercado real.
AO MERCADO.
Vale complementar aqui que MVP é uma forma de validar sua ideia contra um mercado real.
Ter um MVP lhe permite investir o mínimo de recursos para maximizar o seu aprendizado. Requar-
th (2015) relata ainda que:
53
“MUITOS EMPRESÁRIOS TRABALHAM EM
UMA IDEIA MONUMENTAL E GASTAM TONE-
LADAS DE TEMPO COM A CONSTRUÇÃO DE
UM PRODUTO COMPLEXO, PARA SÓ ENTÃO
UNIDADE 03
PERCEBER QUE NÃO HÁ AJUSTE DE PRODUTO/
MERCADO (PRODUCT MARKET FIT). VOCÊ
DEVE REUNIR O MÁXIMO DE DADOS E FEE-
DBACKS DE SEUS CLIENTES, DE MODO QUE
VOCÊ SEJA CAPAZ DE INTERAGIR E MUDAR
DE RUMO AFIANDO DENTRO DE ALGO QUE AS
PESSOAS REALMENTE QUEREM”.
Fonte: Shutterstock
54
Nem tudo é dinheiro quando se quer botar a Startup para rodar, as vezes parceria, trabalho
ou conselhos, podem ser mais valiosos do que apoio financeiro. Conforme a Vivo (2015), muitas
vezes, na hora de iniciar um negócio, surge insegurança e incertezas e ser assessorado em um
processo de mentoring (por um mentor), pode nos ajudar a suprir esses sentimentos e alavancar
o nosso negócio.
UNIDADE 03
De acordo com Erlich (2019),
De acordo com Santos (2015), mentoring é um termo frequentemente traduzido como ‘tutoria’,
‘mentoria’ ou ‘apadrinhamento’. No caso das Startups, o objetivo de um mentor é provocar ques-
tionamentos, contribuir com novas perspectivas e experiências. E além de compartilhar informa-
ções relevantes sobre o mercado deve também evitar que os novos empreendedores cometam os
mesmos erros cometidos por eles no passado.
Isso significa que esse mentor, é uma pessoa com expertise e oferece respostas que estamos
tanto procurando neste caminho de tantas incertezas. Com o mentoring é possível resolver proble-
mas desde o início e aprender com a experiência e conhecimento da outra pessoa.
De acordo com pesquisas, as startups que têm auxílio de mentores e focam no aprendizado
faturam sete vezes mais e crescem 3,5 vezes mais (VIVO, 2015). Este incentivo, apoio emocional e
intelectual, pode gerar bons resultados.
É possível que você esteja se perguntando: Como o mentoring pode contribuir para o desenvol-
vimento de startups?
Erlich (2019) relata que o mentor de um líder de startup, é fundamental no repasse de informa-
ções, dados, pesquisas, dicas, treinamento, instruções, atalhos e fontes de estudo relevantes sobre
o mercado que a startup pretende se inserir.
Essa função de proteção é particularmente importante na etapa inicial, pois evita a exposição
negativa diante do mercado em que se pretende inserir e, mais diretamente, diante de possíveis
investidores no projeto.
Vamos ver algumas dicas e benefícios que um mentoring pode agregar para sua Startup:
55
FIGURA 3 - BENEFÍCIOS DO MENTORING PARA UMA STARTUP
ABRE PORTAS
Ter um bom mentor na fase inicial do negócio pode
Ele poderá abrir portas para o seu negócio, apresen-
ser muito positivo, pois como ele tem uma certa ex-
tá-lo para pessoas influentes no segmento em que a
UNIDADE 03
periência no mercado, é provável que já tenha uma
sua startup está entrando
rede de contatos interessante.
APRENDIZADO
Todas as dúvidas e incertezas que o novo empreen-
dedor sente, o mentor já sentiu e superou. Essa ex-
O mentor poderá ajudar o empreendedor a superar
EVITAR ERROS
O mentor deverá questionar, contribuir oferecendo O mentor pode observar , lembrando de sua experi-
novos pontos de vista e, também, evitar erros come- ência anterior, que alguns pontos devem ser repen-
tidos por ele mesmo no passado. sados, evitando erros futuros.
56
toria é um relacionamento mutuamente recompensador e saudável que abrange as dimensões
mental, emocional e profissional da vida de uma equipe fundadora. Para serem eficazes, os
mentores de startups devem entender que criar confiança e empatia são componentes essen-
ciais das discussões iniciais com a equipe fundadora. Ouvir, não aconselhar, é uma habilidade
crucial para um mentor; portanto, conheça os fundadores como pessoas - o que os faz funcio-
UNIDADE 03
nar, quais são seus pontos fortes e fracos, quais são seus antecedentes familiares e como eles
trabalham individualmente e em equipe.
»» Alinhar as expectativas: Seja humilde: As capacidades, a visão e a paixão de cada equipe fun-
dadora são únicas, assim como as expectativas dos mentores. Alguns fundadores podem exigir
conhecimento do setor, enquanto outros podem preferir insumos de tecnologia; alguns podem
procurar apoio emocional ou adulto, enquanto outros podem procurar mentores para forne-
REFLITA
Já pensou em enfrentar o desafio de ser um mentor de startups?
De repente você está se perguntando: onde eu encontro um mentoring para me ajudar nesse
processo?
Santos (2015) diz que “vêm crescendo o número de programas, eventos e iniciativas que apro-
ximam Startups de mentores com experiência no mercado para que haja troca de conhecimento
e experiências”.
57
Um deles que eu gostaria de apresentar é o INOVATIVA BRASIL, trata-se de:
UNIDADE 03
INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS (MDIC) E PELO
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EM-
PRESAS (SEBRAE), COM EXECUÇÃO DA FUNDAÇÃO CENTROS
DE REFERÊNCIA EM TECNOLOGIAS INOVADORAS (CERTI)”
Oferece capacitação especializada, mentoria de alto nível, conexão com investidores e alguns
SAIBA MAIS
Na internet, quem quiser estar atento e acompanhar as novidades sobre o mundo das Startups
pode acompanhar os sites:
»» https://conteudo.startse.com.br/
»» https://startupi.com.br/
»» http://www.sebrae.com.br/sites/Startup
LEITURA
Título: A Startup enxuta
Autor: Eric Sales
Editora: LeYa
Sinopse: a inovação sem segredos! Na vanguarda do empreendedorismo do século XXI, Eric Ries
criou uma abordagem revolucionária para a administração, que gerou um movimento que está
transformando a maneira como os novos produtos são criados, desenvolvidos e lançados. Esses
princípios se aplicam a todos aqueles que procuram construir produtos verdadeiramente novos
sem desperdício, que podem ser utilizados tanto por startups de empresas de garagem quanto
por inovadores presentes nas grandes empresas. Ries, que é empreendedor residente na Harvard
Business School, também define desperdício como “toda atividade que não contribui para se
aprender a respeito dos clientes”. Trazendo histórias da vida real e lições aprendidas de algumas
das empresas mais dinâmicas da atualidade, o autor descreve um plano para que cada um possa
executar os princípios fundamentais da startup enxuta em qualquer projeto.
58
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que achou desse trecho da viagem?
No mundo das empresas iniciantes, uma boa ideia é o princípio de tudo, assim como a inovação
UNIDADE 03
rápida, para as Startups também funciona da mesma forma, contudo, para todas, é necessário
financiamento.
Entendemos até aqui que para uma empresa ser considerada uma startup ela precisa se en-
quadrar nos seguintes parâmetros, sendo o primeiro e mais importante ser uma operação em fase
inicial. E ainda é necessário que essa empresa tenha uma proposta inovadora para apresentar ao
mercado, cujo modelo de negócio seja escalável, ter base tecnológica e custos baixos em seu início
ANOTAÇÕES
59
UNIDADE
04
EMPREENDEDORISMO
E MERCADO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
VÍDEOS DA UNIDADE
UNIDADE 04
É possível que no decorrer do percurso você tenha se questionado sobre o porquê de estudar
empreendedorismo em sua graduação. Mas, devemos lhe alertar que todas as profissões devem,
ou pelo menos deveriam, ter conhecimentos sobre o comportamento empreendedor e sobre for-
mas de gerir empreendimentos. Seja próprio ou de terceiros, e ainda valorizar ainda mais a institui-
ção e o curso que lhe proporciona isso, por esse fato vamos falar sobre educação empreendedora.
Depois vamos seguir por uma trilha sustentável em nossa viagem e conhecer algumas premis-
1. EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
Olá estudante. Já aprendemos o conceito de empreendedorismo, digamos tradicional e fala-
mos sobre o novo olhar a partir dos conceitos de Startups. Agora te convidamos a refletir conosco
sobre o que esses conceitos implicam para a aprendizagem das pessoas, ou melhor, será que o
empreendedorismo se aprende?
Que tal analisarmos algumas coisas para que possamos também compreender a importância
de se discutir esse tema na universidade?
61
Martins (2010) apresentou em seu trabalho que os substantivos empreendedorismo e empre-
endedor e o verbo empreender aparecem cada vez mais nos diferentes discursos que ocorrem na
sociedade e vamos conhecer algumas características apontadas por diversos autores e pensadores:
UNIDADE 04
“Empreendedorismo - a habilidade de criar uma atividade empresarial
BRERETO (1974)
crescente onde não existia nenhuma anteriormente”.
“...há evidências que as características empresariais e comportamentais
KIERULFF (1975) podem ser desenvolvidas”. ...O empreendedor é, acima de tudo, um
generalista - ele deve saber um pouco sobre tudo”.
“uma pessoa que congrega risco, inovação, liderança, vocação artística,
62
nos oferece argumentos para compreendermos como nós podemos ser intraempreendedores.
Nesse caso, o sucesso está muito mais ligado a aspectos pessoais que aumentam a probabilidade
de conclusão, de ter “acabativa” com qualquer desafio.
As organizações podem estimular tais comportamentos por meio de programas de desenvolvi-
mento para seus colaboradores. Porque acreditamos que todas as empresas querem e esperam
UNIDADE 04
trabalhar com pessoas proativas e que vivam profundamente suas metas além de assumir a res-
ponsabilidade pessoal de implementar novas ideias e transformá-las em sucesso.
Para Leite (2000), o empreendedor possui algumas qualidades pessoais nas quais podemos des-
tacar: iniciativa, visão, coragem, firmeza, decisão, atitude de respeito humano, capacidade de orga-
nização e direção. Além disso, existem outras como possuir inteligência emocional, traçar metas,
atualizar conhecimentos e até mesmo saber de teorias da administração, da qualidade e gestão.
Pensando na educação empreendedora, a autora compreende que ensinar envolve uma profis-
são dinâmica, de mudanças de amplas e diferentes expectativas. O processo de ensino e aprendi-
zagem tem base na interação entre pessoas e, por isso é complexo e desafiador. As universidades,
e nós também com essa disciplina, queremos contribuir para mudança de postura tornando os
estudantes menos passivo e motivando-os na busca da edificação de uma postura de envolvimen-
to, de ação, de liderança, enfim, uma postura empreendedora.
Agora é com você, quais dessas características estão presentes contigo?
63
mia sofreria. E é justamente neste contexto de ‘presente’ com diversas preocupações sociais e
ambientais que torna-se cada vez mais evidente o empreendedorismo social abordando a preocu-
pação com a sociedade.
O empreendedorismo social é uma área de pesquisa que foi consolidada no final da década de
90, é um termo cunhado por Bill Drayton – Fundador e Presidente da ASHOKA que significa um
UNIDADE 04
negócio lucrativo e que ao mesmo tempo traz desenvolvimento para a sociedade. As empresas
sociais, diferentes das ONGs ou de empresas comuns, utilizam mecanismos de mercado para, por
meio da sua atividade principal, buscar soluções de problemas sociais.
O termo nasceu da percepção da existência de indivíduos que combinam pragmatismo, com-
promisso com resultados e visão de futuro para realizar profundas transformações sociais. Bezerra
(2010) complementa:
O Empreendedor Social além de apontar tendências pode trazer soluções inovadoras para pro-
blemas sociais e ambientais. Isso porque enxerga um problema que ainda não é reconhecido pela
sociedade e ainda o olha sob uma perspectiva diferenciada. Este tipo de negócio com impacto
social tem proliferado por todo o país, por uma geração de empreendedores que pautam sua es-
tratégia em valores sustentáveis.
LEITURA
O artigo a intitulado “Empreendedorismo no Brasil: situação e tendências”, trata-se de uma publi-
cação de 2011, que se faz tão relevante para os dias atuais, pois destaca as iniciativas adotadas no
Brasil, assim como dá enfoque para alguns resultados que já foram produzidos. Vale a pena a leitura!
Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/2735/273519438007.pdf. Acesso em: 7 nov. 2019.
A ética trata-se de algo que muda de acordo com a sociedade, com os costumes, a época e até
o meio em que os indivíduos participam. E, quando falamos de ética corporativa, com certeza ela
pode variar de acordo com a organização ou o ambiente no qual ela está inserida, pois é reflexo
da sociedade, dos produtos que vende, da cultura interna, dentre outros fatores, que irão compor
esse ambiente.
Podemos pensar que a ética melhora a vida da sociedade, a vida em grupos e o respeito das
pessoas dentro do contexto social. A ética é reflexo da época, sociedade, avanço tecnológico, rela-
ções e ações individuais, enfim, de todo o desenvolvimento da sociedade (JACQUES et al., 2008).
64
SAIBA MAIS
MUITO ALÉM DO DISCURSO
O processo de criação de uma cultura da ética nas grandes organizações segue com força e come-
ça a sair dos códigos de conduta e programas de compliance para a prática no dia a dia.
UNIDADE 04
Os principais vetores de conduta ética nas corporações, segundo a pesquisa, são: o compromisso
dos funcionários e dirigentes, e a palavra empenhada na observância dos códigos da empresa
(compliance); a noção de transparência acima de tudo (nada a esconder); a transcendência, em
que se acredita que é preciso ir além do lucro, gerando valor para a sociedade e contribuindo
para o desenvolvimento do País.
Disponível em <http://www.fnq.org.br/publicacao/excelenciagestao/revistaexcelencia2010.pdf>
Acesso em 01 nov. 2019.
DIMENSÃO ECOLÓGICA
DIMENSÃO SOCIAL
DIMENSÃO AMBIENTAL • GERAÇÃO DE EMRPEGO E
PRÁTICA TRABALHISTA
• PRESERVAÇÃO DE RECURSOS • ENGAJAMENTO DAS
NATURAIS E BIODIVERSIDADE
SUSTENTABILIDADE
PARTES INTERESSADAS
• ECOEFICIÊNCIA • INCLUSIVIDADE E IGUALDADE
• ECODESIGN OU • RESPONSABILIDADE PELO PRODUTO
ANÁLISE DO CICLO DE VIDA
• EDUCAÇÃO AMBIENTAL CORPORATIVA • EVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
• POLÍTICA DE ERLACIONAMENTO E
• PRODUÇÃO MAIS LIMPA DESENVOLVIMENTO E FORNECEDORES
• EMISSÃO ZERO • RELACIONAMENTO COM O CLIENTE
65
Ainda conforme Portal Brasil (2010), em entrevista com Voltolini, diretor da consultoria Ideia
Sustentável “a empresa sustentável é capaz de responder ao desafio do nosso tempo, em que a
escassez dos recursos naturais redesenha as operações de negócios”. Voltolini ainda apresentou o
resultado de uma pesquisa divulgada pelo Boston Consulting Group, junto com a MIT Sloan Mana-
gement Review metade das empresas entrevistadas tiveram mudança no modelo de negócios em
UNIDADE 04
resposta a oportunidades socioambientais, “20% a mais do que na edição do mesmo estudo em
2012”. Isso nos comprova que sustentabilidade gera dividendos econômico-financeiros.
Sem contar que pode ser visto no caixa da empresa resultados tangíveis quanto a redução do
uso de energia, insumos e materiais. E ainda, pesando sob o aspecto mercadológico de marca e
percepção de mercado, os consumidores tendem a dar mais valor a empresas com práticas sus-
tentáveis entre outras razões porque são percebidas como mais conectivas, sólidas e prósperas.
SAIBA MAIS
QUADRO: CINCO DIMENSÕES DA ÉTICA EMPRESARIAL
O sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e in-
centivadas, envolvendo as práticas e os relacionamentos entre pro-
prietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle.
GOVERNANÇA
As boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em
CORPORATIVA
recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de
preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao
capital e contribuindo para a sua longevidade.
APRENDIZADO São necessários a educação e o aprendizado contínuo para que as or-
CONTÍNUO ganizações possam acompanhar as novas realidades sociais.
Esse respeito deve considerar as diferenças individuais e permear to-
RESPEITO A das as práticas éticas corporativas. Com essa visão, alguns aspectos
MULTICULTURA são respeitados tais como: a vida, valorização pessoal, ecossistema,
diferenças religiosas, étnico-raciais, culturais, dentre outras.
A inovação possibilita para a organização a criação de políticas capa-
INOVAÇÃO zes de pensar sobre as necessidades e as realidades das organizações,
respeitando suas diferenças.
As organizações devem se preocupar com os impactos ambientais de-
correntes do seu processo, dos recursos usados pelos seus colabora-
SUSTENTABILIDADE
dores, impactos que suas atividades trazem junto a comunidade na
qual está inserida.
Fonte: Santos (2015).
66
A nova postura empresarial se mostra cada vez mais preocupada com o desenvolvimento social
e sustentável. Conforme Dias (2011), a inserção da ideia de Desenvolvimento Sustentável no meio
empresarial tem se baseado no modo como empresas assumem formas de gestão mais eficientes,
com práticas voltadas para ecoeficiência e a produção mais limpa, muito além da perspectiva de
um desenvolvimento econômico sustentável.
UNIDADE 04
Dias (2011), associa esses fatores ao tripé da sustentabilidade mencionado nos parágrafos ante-
riores e enfatiza que do ponto de vista econômico a sustentabilidade prevê empresas economica-
mente viáveis; em termos sociais, que devem satisfazer os requisitos de proporcionar as melhores
condições de trabalho aos seus empregados, por exemplo; e do ponto de vista ambiental, devem
pautar-se pela ecoeficiência de seus processos produtivos. É evidente que a harmonia deste tripé
com os indicadores da sustentabilidade empresarial garantirá o tão almejado sucesso das empresas.
67
Esperamos aqui ter explicitado que as organizações têm papel ativo em relação a responsabili-
dade social, uma vez que, enquanto construções sociais as empresas e organizações são o objeto
ativo da realidade na qual estão inseridas e fazem parte!
UNIDADE 04
Para que o empreendedor possa atuar ele precisa utilizar diversas estratégias, algumas delas
nós já conhecemos e outras vamos ‘emprestar’ dos estudos de marketing para que essas ferra-
mentas e decisões possam ser usadas e tomadas para ajudar o empreendedor a gerir suas ideias
de negócio.
Segundo Minadeo (2008), o marketing, além de ser um departamento dentro da empresa, é a
orientação da Administração em determinar as necessidades, desejos e valores de um mercado, e
68
»» Praça: Os profissionais de Marketing, segundo Boone e Kurtz (2009), desenvolvem estratégias
de distribuição, ou seja, levar o produto até o cliente final, ou ainda garantir que os consumido-
res encontrem os produtos em quantidades apropriadas, na hora e local certos. Nesse aspecto,
falamos em canais de distribuição. Tais canais podem ser elencados em estratégias que podem
incluir atacadistas, varejistas, distribuidores, representantes de fabricantes ou distribuidores
UNIDADE 04
por localizações regionais.
»» Promoção: Conforme Limeira (2003, apud Silva; Biazon, 2013) o “P” de promoção tem como
objetivo a fixação do produto na mente do consumidor, criar uma mensagem única e consisten-
te, fortalecer a imagem da marca, oferecer informações e incentivos para a aquisição do produ-
to ou serviço e gerar atitude favorável aos diversos públicos. Em outras palavras, o objetivo da
promoção nada mais é do que se comunicar com o cliente.
Você pensa que essa evolução do marketing não acontece de verdade? Acontece sim e traz muitos re-
sultados. Veja este case:
IMPACTO DO MARKETING INTERNO SOBRE A ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO EM EMPRESAS
BRASILEIRAS
O conceito de marketing interno refere-se à visualização dos colaboradores como consumidores inter-
nos e assinala a necessidade de ouvir e satisfazer os colaboradores, como requisito, e satisfação dos
colaboradores como requisito para a satisfação dos clientes da empresa. Este artigo centra-se, assim,
na influência do marketing interno na adoção de uma cultura empresarial orientada para os clientes,
ou seja, na orientação para o mercado. Com base na operacionalização do conceito de marketing in-
terno de Lings e Greenley (2005), propõe-se um modelo conceitual das relações entre os conceitos de
orientação para o mercado interno e orientação para o mercado. Os resultados de um estudo empírico
baseado na aplicação de um questionário a 109 empresas brasileiras de diversos setores econômicos
corroboram o modelo de investigação proposto. Desta forma, verificou-se que a adoção de um com-
portamento orientado para o mercado interno – nomeadamente as dimensões relativas à divulgação
de informações e implementação de respostas – influencia a orientação para o mercado externo e suas
dimensões (produção de informações, divulgação de informações e resposta). Disponível em <http://
www.anpad.org.br/periodicos/arq_pdf/a_1692.pdf> acesso em: 22 out. 2019.
Uma boa forma de aprender é lendo e vendo como outras pessoas fazem!
Analisando o processo evolutivo do marketing, é possível perceber que o foco principal sempre
esteve voltado para a satisfação de alguma necessidade do cliente, seja ela de compra, de mais
informações para fidelização ou de percepção do valor agregado à atividade econômica. Nesse
sentido, Minadeo (2008) faz, de forma brilhante, um resumo das premissas nas quais se baseia a
atividade de marketing:
69
• O ATENDIMENTO DAS NECESSIDADES DOS CLIENTES (RAZÃO DE SER DA EMPRESA).
• A SATISFAÇÃO, QUE É UMA SENSAÇÃO PESSOAL ORIUNDA DA EXPERIMENTAÇÃO E
COMPARAÇÃO DAS EXPECTATIVAS GERADAS ANTES DA COMPRA.
• A LEALDADE COMO RESULTADO DA SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR.
UNIDADE 04
• PESQUISA DE MERCADO.
• PROMOÇÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE.
• OFERTA DE PRODUTOS E SERVIÇOS DE QUALIDADE.
Com relação ao valor ou conceito de valor, Boone e Kurtz (2009) dizem que o Marketing vol-
tado para o valor centra-se em compreender clientes e ambientes, criar um valor superior aos
70
“Um negócio bem planejado terá mais chances de sucesso que aquele sem planejamento, na
mesma igualdade de condições” (DORNELAS, 2005, p. 93). Recomenda-se a utilização de um plano
de marketing, documento estratégico corporativo, considerando e sintetizando fatores, alternati-
vas e avaliações (DIAS, 2003).
Assim, considerando os apontamentos de Ferreira, Reis e Serra (2010, p. 333),
UNIDADE 04
“OS PLANOS DE MARKETING SINTETIZAM A ANÁLISE DO MERCADO,
COMO A EMPRESA IRÁ ATUAR EM CADA UMA DAS DIMENSÕES DO
MARKETING MIX – PRODUTO, PREÇO, DISTRIBUIÇÃO E COMUNI-
CAÇÃO – FACE AO SEGMENTO ALVO PRETENDIDO (...) O PLANO DE
MARKETING PERMITIRÁ COMPREENDER MELHOR O MERCADO E OS
CLIENTES, BEM COMO A FORMA COMO A SUA PROPOSTA DE VALOR
A organização tem que desenvolver estratégias de marketing para criar uma competitividade so-
bre as outras organizações. A vantagem competitiva ajudará a empresa a ganhar prioridade para
atender seus consumidores e assim satisfazê-los. “A estratégia de marketing é um plano que indicará
como a organização utilizará suas forças e capacidades para adequar-se às necessidades e exigências
do mercado” (FERRELL; HARTLINE, 2005, p. 14). É fundamental, chamar a atenção do público-alvo.
Hooley e Saunders (1996, apud Biazon, 2013, online) apontam três etapas para o desenvolvi-
mento de uma estratégia de marketing:
1. deve ser estabelecida uma estratégia central, avaliando as capacidades da empresa, seus pon-
tos fortes e fracos em relação à concorrência e as oportunidades e ameaças apresentadas pelo
ambiente – nessa etapa, devem ser identificados os objetivos de marketing e o enfoque mais
amplo para atingi-los;
2. posicionamento competitivo, considerando a vantagem diferencial da organização; e
3. implementação, colocando a estratégia em prática, levando tanto o posicionamento quanto os
próprios produtos e serviços aos mercados-alvo.
Outro aspecto que compõe o planejamento estratégico de marketing é a missão, que segundo
Ferrell e Hartline (2005, p. 27), “é uma declaração clara e concisa (um parágrafo ou dois, no máxi-
mo) que explica a razão de existir da organização”.
O conceito de visão é compreendido na linguagem de Oliveira (2009, p. 65):
71
Em relação aos desafios, esses são a quantificação, com prazos definidos, do objetivo estabe-
lecido. Para serem alcançados, os desafios exigem esforço extra, ou seja, pressupõem a alteração
do status quo.
A estratégia de marketing vem para mostrar à organização como satisfazer as necessidades dos
clientes. Muitas empresas não acreditam que essas medidas possam ser úteis para seu empre-
UNIDADE 04
endimento, mas isso é necessário para que uma empresa consiga acompanhar as exigências da
sociedade.
O plano de Marketing é a fonte-chave de informação do plano de negócios de uma empresa.
É no plano que se identificam as oportunidades mais promissoras para a empresa e se faz o estu-
do de como entrar e manter uma posição forte em determinados mercados. O termo ‘Plano de
Marketing’ é usado para descrever os métodos de aplicação de recursos de marketing para atingir
72
Nesse planejamento, não podemos esquecer os elementos fundamentais, tais como análise
interna e externa.
UNIDADE 04
CONDIÇÕES PARA A EMPRESA, REALIZAR PARCERIAS COMO OUTRAS ORGANI-
ZAÇÕES SÃO OS OBJETIVOS DAS ESTRATÉGIAS DE MARKETING”
(DIAS, 2003, p. 442).
Quanto a isso, os gestores enfrentam quatro desafios principais ao formular uma estratégia
competitiva no nível de unidade de negócios: analisar o ambiente competitivo, antecipar as rea-
73
Quando idealizarmos o desenvolvimento de uma inovação, precisamos fazer com que ela seja
tecnologicamente viável, condizente com a estratégia de negócios da empresa, convertida em
valor para o cliente e em oportunidade de mercado para a empresa e com base nesses critérios
definidos. Mais detalhadamente, segundo Calabria et al (2013) o processo consiste em uma abor-
dagem colaborativa, um método que permeia as atividades de inovação com foco no ser humano,
UNIDADE 04
que gera inovação através de interação e práticas criativas É um processo de geração de ideias a
partir de agentes externos e alcança soluções inovadoras por meio da compreensão do contexto
em que um projeto de inovação é desenvolvido.
Ao desenvolver uma inovação, é preciso que ela seja tecnologicamente viável, condizente com
a estratégia de negócios da empresa, convertida em valor para o cliente e em oportunidade de
mercado para a empresa e há três fases de acordo com Calabria et al (2013):
AÇÃO
ENT INS
EM PIR
Expectativa AÇ
PL
ÃO
IM
Conseguir recursos
para implementação
Avançar para o próximo projeto - repetir do projeto
Aplicar o processo ao negócio - divulgar
Ajudar a desenvolver uma estratégia Qual é o problema?
de comunicação de marketing Onde está a oportunidade?
O que mudou (ou pode mudar em breve)?
Prototipar um pouco
Quais são as restrições do
mais, testar com
Evolve mitas disciplinas negócio (tempo, falta de
usuários, testar
desde o início (por exemplo, recursos, carteira de clientes
internamente
engenharia e marketing) pobre, perda de mercado)?
74
É um processo de cocriação, envolvendo clientes em potencial para contribuir no processo de
desenvolvimento de novas ofertas de negócios, seja por meio da descrição de insatisfações, su-
gestão de ideias ou teste de protótipos. Os fatores que diferenciam o design thinking dos demais
modelos de inovação consistem no estudo detalhado do contexto do problema (com possibilidade
de ressignificação), e a cocriação que ocorre entre a empresa, os clientes, fornecedores e demais
UNIDADE 04
pessoas envolvidas no processo de desenvolvimento e/ou uso do produto/serviço.
SAIBA MAIS
1. IDENTIFI-
3. COCRIAÇÃO 5. RECONHECI-
CAÇÃO DO 2. CONEXÃO 4. INTERAÇÃO
ONLIFE MENTO
DESAFIO
Cocriação é uma forma de inovação que acontece quando colaboradores, fornecedores, e clien-
tes associam-se com o negócio agregando valor, conteúdo, conhecimento e experiências. Em tro-
ca recebem os benefícios de sua contribuição, seja através do acesso a produtos customizados ou
da promoção de suas ideias.
Saiba mais em <http://www.presscomunicacao.com.br/release/natura-plataforma-cocriacao/>
<http://superstorm.com.br/inovacao/entenda-como-funciona-a-cocriacao/> Acesso em: 12 set 2019.
Boschi (2012) desenvolveu uma pesquisa com os diversos ‘tipos’ de design thinking e compilou
em um único lugar, facilitando pra gente o entendimento:
75
QUADRO 3 - COMPILAÇÃO DAS FASES DOS PROCESSOS DE DESIGN
UNIDADE 04
Descobrir e definir Desenvolver Entregar
A partir desta síntese verifica-se que há uma semelhança entre os processos particularmente na
divisão e organização das fases de desenvolvimento dos projetos.
Os princípios são muito bem aplicados ao nosso foco de Startups, porque conforme Lima e
Carvalho (2013) o design thinking começa com as habilidades que os designers têm aprendido
ao longo de várias décadas: buscar estabelecer a correspondência entre as necessidades huma-
nas com os recursos técnicos disponíveis, considerando as restrições práticas dos negócios. Isso
significa que assim como os designers tem feito há tempos, as novas Startups buscam (ou devem
buscar) integrar o desejável do ponto de vista humano ao tecnológica e economicamente viável
para desenvolver soluções para nós usarmos.
O Design Thinking propõe que um novo olhar seja adotado ao se endereçar problemas comple-
xos, um ponto de vista mais empático que permita colocar as pessoas no centro do desenvolvimen-
to de um projeto e gerar resultados que são mais desejáveis para elas, mas que ao mesmo tempo
financeiramente interessantes e tecnicamente possíveis de serem transformados em realidade.
76
FIGURA 3 - DESIGN THINKING
UNIDADE 04
SIMPATIZAR IDEALIZAR Retornar ao seu públi-
co original e testar suas
ideias para obter fee-
dback
DEFINIR PROTÓTIPO
77
QUADRO 4 - ASPECTOS-CHAVE OU CARACTERÍSTICAS DO DESIGN THINKING
Em um mundo de especialistas, há uma necessidade real para aqueles que
7. VISTA DO GENERALISTA: podem alcançar todas as disciplinas para comunicar e trazer diversos espe-
cialistas juntos em um esforço coordenado.
UNIDADE 04
8. HABILIDADE DE USAR
A linguagem é geralmente considerada como um meio para comunicação,
A LINGUAGEM COMO UMA
mas para os designers também é uma ferramenta.
FERRAMENTA:
9. FACILIDADE PARA EVITAR A Ao invés de escolher entre uma ou outra solução, procura unir as melhores
NECESSIDADE DE ESCOLHA: características de todas elas.
POSTURA Orienta
Informa
FERRAMENTAS Orienta
Informa
EXPERIÊNCIAS
5. Observação
6. Imaginação
7. Configuração 8. Aprofundar o mistério e
9. Estimular a originalidade
Fonte: Martin (2010, p. 163 apud Lima e Carvalho, 2013, p. 12). Adaptado.
Os autores declaram que se os gestores de empresas pensassem dessa forma, ou ainda você
como criador ou gestor da sua Startup, proporcionaria aos que estão envolvidos muito mais em-
patia, invenção e interação.
78
Pensando na importância do capital humano, intelectual, não é difícil concluir que as instala-
ções físicas, a infraestrutura em si, seus concorrentes podem ter, até melhores que as suas, mas
o seu ‘cérebro’, as ideias, as soluções que sua equipe possui, isso é só seu. Trate bem, não como
um simples recurso que você usa e descarta, faça dessa equipe, dessas pessoas, parceiros, com-
panheiros e entusiastas do seu crescimento, porque se um cresce, então todos crescem juntos.
UNIDADE 04
Pense nisso, crie um ambiente de aprendizagem colaborativa para que seu projeto tenha mais
chances de dar certo por conhecer melhor, e mais profundamente, as expectativas do mercado,
dos seus sócios e dos investidores.
REFLITA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final do quarto trecho da nossa viagem. Sobre educação empreendedora, vimos
que o mercado de trabalho está em busca de profissionais que estejam constantemente desenvol-
vendo novas habilidades e competências, descobrindo e transpondo seus limites. O futuro é cheio
de incertezas, por isso, é preciso refletir sobre: habilidades pessoais e profissionais; criatividade;
memória; comunicação e qual a melhor maneira de enfrentar este século.
Compreendemos que as empresas precisam coexistir com o ambiente ao seu redor, e isso in-
clui as demais organizações e, sobretudo com o meio ambiente para que possam agir de forma
responsável.
Entendemos que o marketing pode ser visto como o gerenciamento da demanda desde a per-
cepção de necessidades, e desejos, do mercado e o desenvolvimento de bens, até sua disponi-
bilização ao mercado, atendendo a consumidores cada vez mais conscientes de seus direitos em
relação ao ambiente em que vivem. Esse mesmo marketing que utiliza uma ‘formulazinha’ deno-
minada Mix de Marketing, com seus produtos, preço, praça e promoção, auxilia a empresa, plane-
jada estrategicamente, a alocar produtos nos locais corretos, a um preço justificável, por meio de
ações promocionais e posicionamento.
O principal objetivo do marketing é criar valor para o cliente. Planejar e utilizar estratégias tor-
nam-se fundamentais para que tenhamos um foco, uma meta, um objetivo a seguir e que tenha-
mos detalhado como chegaremos lá. Essas ações de estratégia e planejamentos podem fazer a di-
ferença entre as empresas, sobretudo pelo conhecimento de seus pontos fortes e fracos, ameaças
e oportunidades nos chamados Ambientes de Marketing, que são divididos em interno e externo,
e dizem respeito aos steakholders que estão ligados a empresa e de forças que ultrapassam as
vontades do gestor. As influências externas são maiores do que nós, mas precisam ser monitoradas
para que não sejamos pegos de surpresa, não é mesmo?
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Aquilo que podemos controlar dentro do nosso ambiente interno, podemos e devemos fazê-lo.
Esse monitoramento, esse acompanhamento, por assim dizer, permitirá a nós, inclusive, promover
uma melhor relação entre os diversos setores empresariais. Todas essas decisões tomadas em con-
junto dentro desse ambiente interno podem ser uma forma de integração sinérgica, trazendo melho-
res processos e ainda mais rápidos. Quanto aos externos, essa compreensão e visão ampliada podem
UNIDADE 04
ser uma excelente fonte de vantagem competitiva quando os ventos sopram a nosso favor.
Para fechar, na reta final da viagem, entendemos uma novidade, nem tão nova assim, sobre o
Design Thinking que pode ser a construção colaborativa para geração de produtos, serviços, pro-
cessos e até mesmo modelos de negócios disruptivos ou incrementais.
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