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UNESP - FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS - FRANCA

EDUARDA CAMARGO SANSÃO


Programa de Pós-Graduação em Direito - Disciplina: Direito, Gênero e Cidadania

RESENHA 6 – “O gênero da justiça e a problemática da efetivação dos direitos


humanos das mulheres”, por Fabiana Severi

Ao discutirmos a aplicabilidade e o funcionamento da Lei Maria da Penha,


deparamo-nos com uma série de resistências do sistema de justiça para o tratar casos
ligados à violência de gênero. Compreende-se que existem diversas complexidades para
tratar o tema, justamente porque transpassa uma dimensão meramente jurídica. Não é
possível pensar como a violência das mulheres é combatida apenas por uma via
institucional, dado os aspectos estruturais e socioculturais que delineiam o tema.
Entre os problemas que formam as dificuldades de enfrentamento da violência de
gênero pela Justiça, é possível citar uma predominância dos homens no Poder Judiciário,
situação replicada em outros ramos do Direito, em maior ou menor grau. Há pouco para
ser discutido sobre políticas afirmativas de gênero ou ações direcionadas para construção
de níveis de equidade nos espaços jurídicos.
Para Fabiana Severi, o que se identifica a partir da leitura e observação de diversos
dados é de que há uma lentidão maior quando falamos da promoção das mulheres em
relação aos homens. Ainda há relatos das dificuldades que juízas mais jovens encontram
para serem respeitadas por profissionais homens mais velhos, não necessariamente
comprovado pelos dados colhidos pela autora.
Por conseguinte, alguns apontamentos realizados para democratização do sistema
de justiça podem ser retirados das pautas de movimentos sociais e grupos que trabalham
com direito humanos. Para garantir a pluralidade, o que se considera é a necessidade de
pensar a progressão de carreira a partir de critérios paritários de gênero e raça, assim como
construir instrumentos que possam inferir nas formas de participação das mulheres no
Poder Judiciário.

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