Você está na página 1de 9

Faculdade De São Bernardo Do Campo - FASB

Química

Alice Ramos Morais - 038116


Guilherme de Souza Santos - 038145
Janaina Silva Santos - 037804

BISFENOL A:
Comparação dos Métodos de Remoção em Água

São Bernardo do Campo,


2021
Alice Ramos Morais - 038116
Guilherme de Souza Santos - 038145
Janaina Silva Santos - 037804

BISFENOL A:
Comparação dos Métodos de Remoção em Água

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de


Química da Faculdade de São Bernardo do Campo,
como requisito parcial para aprovação na unidade
curricular de Metodologia Científica, em 2021.

Orientador: Professora Doutora Márcia Augusta.

São Bernardo do Campo,


2021
1. RESUMO

O Bisfenol A (BPA) é um monômero de estrutura composta por dois anéis de fenol


insaturados, que passou a ser conhecido mundialmente após pesquisas apontarem que seu uso
em materiais destinados a armazenamento de alimentos, principalmente os lactantes,
sugerirem que mesmo uma pequena quantidade, pode causar problemas neurológicos e
hormonais, em especial, em bebês, crianças e mulheres. No Brasil está proibido o uso e venda
de mamadeiras e materiais lactantes que possuem BPA em sua formulação desde 2012.
Entretanto, continua sendo produzido no meio industrial na produção de plásticos
policarbonato e na síntese de resinas epóxi para ser utilizado como recipiente, ou revestimento
de tal, de alimentos e bebidas. O efluente com resíduos de BPA, apesar de ser tratado, não
remove totalmente, sendo a fonte priorizam-te de contaminação do meio aquático, esse
efluente contendo resíduos de BPA pode ser uma fonte de contaminação dos ambientes
aquáticos, pois a remoção do BPA durante a etapa do tratamento pode variar de 37 a 94%
(HARO, 2013). Tendo em vista que a meia vida do BPA em águas doces é de 5 dias, e na
água salgada é de cerca de 30 dias, que é suficiente para acarretar mudança nos organismos
marinhos. O estudo de comparação de remoção do BPA tem a finalidade de determinar
eficiência, rendimento, técnicas e baixo custo.
Palavras-chave: Bisfenol A, efluente, ambiente aquático, técnicas de remoção.
2. INTRODUÇÃO

O crescimento da população mundial, industrial e econômica provoca o aumento dos


recursos naturais, e isso eventualmente, provoca uma escassez desse mesmo. Sendo um
recurso natural mais importante, a água é essencial na manutenção dos ecossistemas e para a
saúde pública por estar presente em todas as áreas em que convivemos, mas a sua escassez na
forma límpida e pura está cada vez mais prejudicada, isso vem sendo causado por causa dos
altos níveis de compostos químicos despejados pelas indústrias e esgotos urbanos.
As substâncias químicas mais conhecidas presentes em águas são os desreguladores
endócrinos (EDs), que muito interferem no sistema endócrino e produz efeitos adversos em
seres humanos e nos animais. São substâncias divididas em grupos naturais e sintéticas, que
mesmo que venham de origens diferentes, podem influir no funcionamento normal do sistema
endócrino, tanto dos animais como dos humanos. (RIVAS et al., 2008; HARO et al., 2014).
Os desreguladores endócrinos são encontrados em vários setores, mas, estão mais presentes
nas embalagens plásticas e revestimentos de latas destinadas para comidas e bebidas, um
destes é o bisfenol A (BPA), que indicados em alguns estudos provoca uma perturbação na
ação hormonal da tiroide, proliferação de câncer de próstata em humanos e bloqueio da
síntese de testosterona. (BERNARDO et al., 2015;). Segundo Goloubkova e Spritzer (2000),
o bisfenol A foi produzido em quantidades de mais de 700 mil toneladas em 1996, havendo
aumento anual de 5-6% na produção. Mas nos últimos dados colhidos, foi produzido cerca de
dois milhões de toneladas desse produto, que equivaleu de 6% a 10% no crescimento anual de
sua demanda (FONTENELE et al., 2010; SENCI, 2015).
O bisfenol A (BPA) é um famoso composto utilizado amplamente na produção de
plásticos em gerais, sendo um monômero de plástico policarbonato, obtendo em sua estrutura
dois anéis de fenol insaturado (GOLOUBKOVA e SPRITZER, 2000). Sua presença nos
policarbonatos e resinas epóxi está evidente, por ser um composto transparente, forte e
duradouro, tendo uma resistência alta, evitando possível danos em sua camada. Seu uso é
largamente usado principalmente nas resinas epóxi, tendo a reação do Bisfenol A 2,2`bis (4-
hidroxifenil) propano com (1-cloro-2,3-epoxi-propano) na presença de hidróxido de sódio
obtendo éter diglicídio do Bisfenol A (ERICKSON, 2008; BESERRA et al., 2012).
A preparação do bisfenol A provem da condensação da acetona com dois equivalentes
de fenol e o seu prefixo A provém da acetona em sua distribuição. Durante a sua formação,
um ácido, podendo ser ácido clorídrico (HCl) ou resina poliestireno sulfonada catalisa essa
composição. Geralmente, é usado um excesso de fenol para garantir a condensação completa.

Figura 1 – Reação do Bisfenol A

Por ser usado em escala mundial, o bisfenol A está presente em vários setores da
indústria, sendo umas das principais matérias primas dos policarbonatos presente nas garrafas
plásticas, mamadeiras, produtos eletrônicos e componentes elétricos em automóveis (CHEN
et al., 2010; VOGEL, 2009). Esse material também é usado na composição das resinas epóxi-
BFA pela sua estabilidade superior, flexibilidade e resistência, como camada de revestimentos
internos de latas de alimentos, complexos dentários para obturações e embalagens de
remédios (GOLOUBKOVA e SPRITZER, 2000).
Segundo ANDRADE (2016) o uso exacerbado do BFA, que mesmo em baixas
concentrações presente em água, pode considera-lo um risco para populações de diferentes
organismos. Mesmo que consumindo poucas quantidades podem obter efeitos diversos no
sistema nervoso, e assim causando vários problemas crônicos como, diabetes, obesidade,
câncer, doenças cardíacas, podendo mexer com sistema hormonal podendo causar a
puberdade precoce (BESERRA et al., 2012)
No Brasil existe a Resolução RDC Nº41, de 16 de setembro de 2011 que proíbe a
fabricação, importação e uso do Bisfenol A em mamadeiras e materiais similares que seriam
destinados à alimentação de lactantes, o descumprimento desta resolução estabelece uma
infração sanitária, no termo da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, tendo punições como
advertências, multas em dinheiro, interdição entre outras diversas punições. Já na Resolução
n° 17, de 17 de março de 2008, a Diretoria Colegiada da Agencia Nacional de Vigilância
Sanitária conferiu o inciso IV do art. 11 do Regulamento aprovado pelo decreto n°3.029, de
16 de abril de 1999, tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do art. 54 do
Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de
agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, considera a necessidade
constante de aperfeiçoamento no controle sanitário na área de alimentos, visando na proteção
da saúde da população, na segurança de fabricação e uso de embalagens e equipamentos
plásticos em contato com alimento, fazendo com que os Estados Partes atualizem a lista
positiva de aditivos para matérias plásticos destinados à elaboração de embalagens e
equipamentos em contato com alimentos, seguindo os critérios na Resolução GMC n°. 50/01
para a inclusão de componentes, nessa mesmo resolução o bisfenol A o limite de migração
especifica é estabelecida em 0,6 mg/kg.
Apesar de estudos feitos referente a BFA, alguns pesquisadores ainda continuam
preocupados com o potencial risco à saúde, sendo efeitos neurais e comportamentos dos fetos
causados por embalagens e produtos alimentícios produzidos com BFA, por isso, alguns
países como o Canadá, optaram por uma medida de precaução, proibindo a fabricação do
mesmo (ANALYSIS.. 2009; GATTI et al., 2009).
Visando isso o uso exacerbado do bisfenol A e os danos que pode provocar no meio
ambiente e nos seres vivos, o objetivo desse trabalho é identificar e apresentar o melhor
método de remoção do BFA pelos métodos de adsorção, zeólitas modificada e sílica gel em
meio aquoso, denominando o melhor método.
3. JUSTIFICATIVA
O Bisfenol A (BPA) é amplamente utilizado em indústrias e de forma comercial,
diversos estudos têm apontado a presença de BPA em matrizes ambientais, visto que sua
presença pode causar impactos ambientais e danos à saúde pública, por ter atividade
estrogênica celular. Apesar do mal à saúde e ao meio ambiente, o BPA pode ser utilizado em
grande escala, pois é somente proibido a aplicação em mamadeiras e artigos similares
destinados à alimentação de lactentes.
Podendo ser encontrado em efluentes de fábricas que o produzem, toda via, este não é
totalmente removido durante o processo de tratamento das águas e efluentes.
Traz atualmente inúmeras metodologias de adsorção, redução e retirada de BPA em
ambientes aquáticos contaminados. No desenvolver da cadeia alimentas, o acúmulo do BPA,
que tem uma grande afinidade por gorduras, que se liga a elas em seus corpos e leites através
da bioacumulação.

4. HIPÓTESES
Há métodos que possuem eficiência somente em águas doces ou salgadas.
É possível quantificar a qualidade dos métodos e compará-los entre si.
Há métodos que possuem limitações quanto a ambientes, ou propriedade física e
químicas no meio aquático.
Cada metodologia pode ser usada de forma mais eficiência em meio a sociedade ou até
mesmo em tratamento de efluentes.

5. OBJETIVO GERAL
O trabalho tem como objetivo geral comparar metodologias de adsorção de Bisfenol A
em água, por referencias já existentes.

Os objetivos específicos se constituem em:


 Determinar suas eficiências
 Relacionar suas limitações
 Classificar suas especificações
 Utilizar bases de pesquisa bibliográfica recentes, entre 2000 e 2021.
REFERENCIAS
Agência nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução nº41, de 16 de setembro de
2011. Dispõe sobre a proibição de uso de bisfenol A em mamadeiras destinadas a alimentação
de lactantes e dá outras providencias.

ANVISA. Lista Positiva de Aditivos para Materiais Plásticos destinados à Elaboração de


Embalagens e Equipamentos em Contato com Alimentos. Disponível em:<
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2008/res0017_17_03_2008.html#:~:text=Dis
p%C3%B5e%20sobre%20Regulamento%20T%C3%A9cnico%20sobre,Equipamentos
%20em%20Contato%20com%20Alimentos>. Acesso em: 26 abr. 2021

Beserra, M. R.; Schiavini, J. A.; Rodrigues W.C.; Pereira, C. S. S.; O bisfenol A: Sua
utilização e atual polêmica em relação aos possíveis danos à saúde humana. Revista
Eletrônica TECCEN, Vassouras, v. 5, n. 1, p. 37-46, 2012.

CHEN, T. C.; SHUE, M. F.; YEH, Y. L.; KAO, T. J. Bisphenol a occurred in Kao-Pin River
and its tributaries in Taiwan. Environ. Monit. Assess. Taiwan, v. 161, p. 135-145, Jan. 2010.
Erickson, Britt E. (2008). Bisphenol A under scrutiny. Chemical and Engineering News 86
(22).

FONTENELE, Eveline Gadelha Pereira; MARTINS, Manoel Ricardo Alves; QUIDUTE, Ana
Rosa Pinto; JÚNIOR, Renan Magalhães Montenegro. Contaminantes ambientais e os
interferentes endócrinos. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia Metabologia, v. 54, n. 1,
2010, p. 6-16.

GATTI, J, B. A presença de bisfenol A proveniente de vernizes em alimentos e sua


implicação na saúde. ITAL – Instituto de tecnologia de alimentos Vol.21 nº3. 2009.

Gatti, Jozetti Barbutti. A presença de bisfenol a proveniente de vernizes em alimentos e suas


implicação na saúde. Instituto de tecnologia de alimentos -ITAL. v. 21, n. 3, 2009.

Goloubkova, Tatiana.; Spritzer, Poli Mara.; Xenoestrogênios: o exemplo do bisfenol-A. Arq.


Bras. Endocrinol Metab., v. 44, n 4, p. 323-330, 2000.

N. K. HARO , O. ZANELLA e L. A. FÉRIS. Remoção de bisfenol-A por plantas piloto de


adsorção. XX congresso Brasileiro de Engenharia Química. 2014.

Presidência da República. Casa Civil. Lei nº6.437, de 20 de agosto de 1977. Configura


infrações á legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras
providências.

RIVAS, F. J.; ENCINAS, A.; ACEDO, B.; BELTRÁN, F. J. Mineralization of bisphenol A


by advanced oxidation processes. J. Chem. Technol. Biot., v. 84, n. 4, p. 589-594, 2008.

SENCI, Rafaela Sargi. Efeitos do Bisfenol A: Um Desregulador Endócrino. Trabalho de


Conclusão de Curso – Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – IMESA. Fundação
Educacional do Município de Assis – FEMA. p. 73, 2015.
VOGEL, S. A. The politics of plastic: the making and unmaking of bisphenol A “safety”.
American Journal of Public Health, [S.l], v. 99, n. S3, p. 559-566, 2009.

Você também pode gostar