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O primeiro procedimento que pode ser aplicado para calcular reações em estruturas
com rótulas internas é romper as rótulas, que é o mesmo procedimento empregado na análise
de máquinas. A grande diferença é que no caso das estruturas as equações de equilíbrio
externo sempre colaboram na solução do problema.
Como já vimos anteriormente, romper uma rótula (articulação) consiste em substituir o
seu efeito por duas forças reativas. Separadas as partes que formam a estrutura deve-se
escrever as equações de equilíbrio para cada uma delas.
0,7 l1 0,5 l2
A P1 P2
MA H B C
A
VA VC
l1 l2
Solução: Vamos resolver este problema empregando a técnica de romper as rótulas. Inicialmente representa-se as
forças externas que atuam no problema, Fig. (8.1), e escreve-se as equações de equilíbrio externo.
∑ FX = 0 → H A = 0 (1)
∑ FY = 0 → V A + VC = P1 + P2 (2)
∑ M A = 0 → VC (l1 + l2 ) − P2 (0,5 ⋅ l2 + l1 ) − 0,7 ⋅ l1 ⋅ P1 + M A = 0 (3)
É importante ressaltar que na maioria das vezes é melhor escrever apenas as equações de
equilíbrio das partes ao invés das equações de equilíbrio externo.
0,5 l2 Rompendo-se a rótula B pode-se escrever
P2 ∑ FX = 0 → H B = 0 (4)
HB B C
VB
∑ FY = 0 → V B + VC = P2 (5)
∑MB = 0
P2
VC → VC ⋅l 2 − 0,5 ⋅ l 2 P2 = 0 → VC = (6)
2
l2
O resultado obtido pela equação (6) em conjunto com as equações (1) a (3)
ENG 01156 – Mecânica - Aula 08 68
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Vamos considerar que as equações de equilíbrio externo não foram escritas. Neste caso, para se resolver o
0,7 l1 problema deve-se representar o diagrama de corpo livre
da outra parte da estrutura.
A P1
MA H
A
B HB ∑ FX = 0 → H A = H B (7)
VB
∑ FY = 0 → V A = P1 + V B (8)
VA
l1 ∑M A = 0 → − l1 ⋅ V B − 0,7 ⋅ l1 ⋅ P1 + M A = 0 (9)
Aplicando-se o procedimento anterior, deve-se tomar cuidado quando houver uma carga
aplicada na rótula. Neste caso, deve-se aplicar a carga que atua na rótula em apenas uma das
partes ou pode-se dividir a carga. É importante ressaltar que a carga total não pode ser
aplicada em ambas as partes.
A P1 P2 A P1 P2
B C B C
(a)
(b)
A P1 P2
B C (c)
Por outro lado, se acrescentarmos um apoio simples na extremidade livre, Fig. (8.2b), tem-se
uma estrutura hiperestática, que não pode ser resolvida apenas com as equações de equilíbrio.
Agora acrescentando-se uma rótula no ponto B, Fig. (8.2.c) sabe-se que o problema pode ser
resolvido apenas com as equações de equilíbrio ou seja ele é novamente isostático.
O grau de liberdade extra introduzido pela rótula é o giro relativo da parte AB da viga
em relação a parte BC. A Fig. (8.3) ilustra um detalhe da rótula B. Admitindo-se que não há
ENG 01156 – Mecânica - Aula 08 69
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atrito entre o pino e o furo e também entre os elementos de fixação do pino e as barras, pode-
se dizer que o giro em torno do eixo central da rótula é livre. Logo, pode-se afirmar que o
momento na rótula é zero, ou seja o momento a esquerda de B (Mesq) não é transmitido para o
lado direito e vice versa.
∑ M esq = 0 (8.1)
∑ M dir = 0
De modo geral, pode-se dizer que para um corpo rígido, definido no plano, tem-se três
equações de equilíbrio externo e uma equação de condição de momento nulo na rótula, para
cada uma das rótulas internas que há no corpo. Logo, deve-se escolher apenas uma das
equações apresentadas em (8.1) para formar um sistema de equações com as três equações de
equilíbrio externo.
∑ FX = 0 → H A = 0 (1)
∑ FY = 0 → V A + VC = P1 + P2 (2)
∑ M A = 0 → VC (l1 + l2 ) − P2 (0,5 ⋅ l2 + l1 ) − 0,7 ⋅ l1 ⋅ P1 + M A = 0 (3)
Para resolver-se o problema necessita-se de uma quarta equação que pode ser qualquer
uma das duas apresentadas em (8.1). Escolhendo-se a primeira equação fica
Qualquer uma das equações, (4) ou (5), em conjunto com as equações (1) a (3) permite
resolver o problema. No entanto, neste problema, ao se escolher a equação (5) tem-se um
processo de solução mais simples.
A aplicação da condição de momento nulo nas rótulas é vantajosa principalmente em
problemas envolvendo estruturas porque o processo de solução é mais direto do que trabalhar
rompendo as rótulas. No entanto, em problemas envolvendo máquinas resulta mais
conveniente trabalhar rompendo as rótulas.
100 mm 50 mm
350 N
A
HC
B C
VC
75 mm
HD
VD
∑ FX = 0 → H D = H C (1)
∑ FY = 0 → V D + VC = 350 (2)
∑MD = 0
HC
→ 150 ⋅ VC + 75H C = 0 → VC = − (3)
2
∑MB
DB
= 0 → − 100 ⋅ V D + 75H D = 0 → V D = 0,75 ⋅ H D (4)
∑MB
DB
O termo = 0 indica o somatório das forças que atuam na barra DB em relação ao ponto B. Esta
notação é necessária porque, neste problema, não se pode falar em lado esquerdo e direito da rótula.
Continuando com a solução deve-se substituir as equações (4) e (3) na equação (2).
2 2
A força na barra BD é calculada fazendo-se FBD = H D + V D = 1750 N
∑MB
ABC
= 0 → 100 ⋅ 350 + 50 ⋅ VC = 0 → VC = −700 N e substituir este resultado nas demais equações.
1 tf
2
2 tf
3 tf
1 tf
D
2
(m)
3
2 2
HA HB B
A
VA VB
∑ FX = 0 → H A + H B − 1 = 0 (1)
∑ FY = 0 → V A + VB − 6 = 0 (2)
∑ M B = 0 → − 4V A + 2 ⋅ 6 + 1 ⋅ 2 + 1 ⋅ 3 = 0 → V A = 4,25 tf e V B = 1,75 tf
∑MC
esq
= 0 → 4 ⋅ 2 − 2V A + 5 ⋅ H A = 0 → H A = 0,1 tf e H B = 0,9 tf
Para se confirmar a resposta obtida pode-se fazer o somatório de momentos em relação a um outro ponto da
estrutura, como por exemplo
∑MD = 0 → 2 ⋅ 6 + 1 ⋅ 2 + 3H A + 3H B − 4V A = 0
∑ Fx = 0 ∑ Fx = 0
∑ Fy = 0 ∑ Fy = 0
ou (8.2)
∑Mz = 0 ∑Mz = 0
∑ MC = 0
esq ∑ MC = 0
dir
∑ MC dir
=0
C
∑ MC esq
=0
0,5 m
1m
1000 N 500 N
C
HA A B
MA
VA
2m 1m VC
∑ Fx = 0 → H A = 0
∑ Fy = 0 → V A + VC = 1500
∑ M z = 0 → − 1000 ⋅1 − 500 ⋅ 2,5 + 3VC + M A = 0
A
∑M z
BC
B
= 0 → − 500 ⋅ 0,5 + 1VC = 0 → VC = 250 N , V A = 1250 N , MA = 1500 Nm
Aplicando-se as duas equações correspondentes à condição de momento nulo na rótula a solução fica
∑ Fx = 0 → HA =0
∑ Fy = 0 → V A + VC = 1500
∑M z
AB
B
= 0 → M A − 2V A + 1000 ⋅ 1 = 0
∑M z
BC
B
= 0 → − 500 ⋅ 0,5 + 1VC = 0 → VC = 250 N , V A = 1250 N , MA = 1500 Nm
O próximo exemplo ilustra porque não devemos trabalhar com as duas equações
correspondentes a condição de momento nulo na rótula e com ∑ M z = 0 .
ENG 01156 – Mecânica - Aula 08 74
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2 kN 1 kN
B
1 0,75
1,4
C
HC
4
VC
A HA
MA
VA
∑ Fx = 0 → − H A + H C = 0 → H A = H C (1)
∑ Fy = 0 → V A + VC = 3 → V A = 3 − VC (2)
∑ M z = 0 → 3,5VC + 2,6 H C − 2 ⋅1 − 1 ⋅ 2,75 + M A = 0
A
→ 3,5VC + 2,6 H C + M A = 4,75 (3)
∑M z
AB
B
= 0 → − 2 V A + 4 H A + M A + 2 ⋅ 1 = 0 → 2 V A + 4 H A + M A = −2 (4)
∑M z
BC
B
= 0 → 1,5 VC − 1,4 H C − 1 ⋅ 0,75 = 0 → 1,5 VC − 1,4 H C = 0,75 (5)
Pode-se observar que o resultado obtido em (7) é igual à expressão (5), logo conclui-se que o conjunto de
equações anteriormente apresentado é linearmente dependente não permitindo, portanto, a solução do exercício.
Exemplo 5. Para a estrutura ilustrada na figura (8.7), indique se os quais dos conjuntos
de equações abaixo geram um sistema de equações linearmente independentes.
a) ∑ Fx = 0 ; ∑ M B = 0 ; ∑ M A = 0 ; ∑ M C = 0
CDE
∑ Fx = 0 ; ∑ M B = 0 ; ∑ M ∑M
ABC CDE
b) C
=0 ; C
=0
∑ Fx = 0 ; ∑ Fy = 0 ; ∑ M A = 0 ; ∑ M
ABC
c) C
=0
∑ Fx = 0 ; ∑ Fy = 0 ; ∑ M ∑M
ABC CDE
d) C
=0 ; C
=0
20 10
500 N
300 N
B D
C
40
35
50
∑ Fx = 0 elimina a componente Rx da força resultante e a reta definida pelos pontos A e B é uma reta vertical,
portanto paralela à componente Ry, da força resultante, que deve ser eliminada. Na opção b) a equação
∑ Fx = 0 elimina a componente Rx da força resultante, a equação ∑
M B = 0 elimina o momento resultante
1) Um cilíndro, figura (1), pesa 2 KN e é suspenso por um par de tenazes conforme esquema.
Determine as forças exercidas sobre a tenaz BCD nos pontos D e C.
37,5
A B
200 mm
150 mm
C
300 mm
D E
2 kN
250 mm
2) A figura (2) apresenta um esquema simplificado de uma prensa. Para este esquema
determine as reações nos pontos A e D. Determine também a força que atua na barra BD.
300 360 N
B C
45
D
A
Figura (2)
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1m 1m
A D B
5 kN
1m
E
4m
1m
F
1m
C G
300 200
B
Figura (4) A
175
D (mm)
125
50
C
225 225