Na realidade, nunca sofri nenhum tipo de discriminação por minha opção
religiosa, mas percebo que em nossa sociedade, ainda há muita intolerância, mesmo que o Brasil seja livre para manifestação das mais diversas religiões. Percebe-se que ainda há visões distorcidas sobre questões espirituais incutidas por algumas religiões. O Brasil, em sua maioria é um país cristão, e por esse fato, outras religiões mesmo permitidas, não são tão bem aceitas como o Cristianismo Católico ou o Cristianismo Protestante. Há religiões interpretadas por muitos como a prática do mal, por não entenderem os significados das simbologias apresentadas e pela realização de trabalhos espirituais envolvendo objetos para alcance de alguma finalidade. Outro fator a se destacar é o misticismo existente em muitas religiões que também causa controvérsias entre o “crer” e “não crer”. Muitos acham crendices desnecessárias e menosprezam a fé que o outro aplica a um objeto, ou a qualquer tipo de idolatria. Nota-se que ainda há muitas divergências entre Umbanda e Candomblé e a invocação da espiritualidade para que sessões religiosas aconteçam e de fato, essas religiões ainda são as que mais sofrem preconceito por aparentarem, para algumas pessoas, a intenção de fazer mal a outra pessoa. Enfim, tratar de religião no Brasil ainda é algo muito polêmico. Tal fato vimos no Carnaval este ano, onde determinada escola de samba, usou a figura de Jesus Cristo sendo chicoteada por Satanás, na representação de que o “mal vencia o bem”, o que trouxe enorme polêmica e revoltou a maioria da população brasileira que é cristã. Vejo que há não só intolerância como um desrespeito a fé alheia, o que gera conflitos de proporções maiores se as situações não forem bem conduzidas.