Você está na página 1de 13

Unir as pessoas por um mundo melhor através da tecnoogia

Programa Start Tech

Reciclan

by

Arthur Petrone Brasil Fernandes

Junho de 2021
Introdução

O grande processo de industrialização e urbanização do mundo desde o século XX e, no


Brasil, principalmente desde a década de 50, trouxe consigo padrões de consumo insus-
tentáveis. Na década de 90, a Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento alertava:
“Com grande frequência, o desenvolvimento urbano se associa a efeitos des-
trutivos sobre o meio ambiente físico e sobre a base de recursos necessária
ao desenvolvimento sustentável. A poluição ambiental das áreas urbanas está
associada a níveis excessivos de insalubridade e mortalidade”.
Poluição essa que se dá de várias formas, mas, se por um lado a poluição gasosa dos carros
e a dos resíduos líquidos industrias são vilões declarados, por outro há um grande vilão que
acaba por ser, a certa medida, menosprezado: o descarte irresponsável de resíduos sólidos
urbanos, que é extremamente prejudicial ao ambiente. O descarte indevido de resíduos
sólidos têm feito dos oceanos “grandes lixões”. Inclusive o estudo “A nova economia
do plástico, repensando o futuro do plástico” de 2013, realizado pela Fundação Ellen
MacArthur, diz: “... até 2025 haverá 1 tonelada de plástico para cada 3 toneladas de
peixe e mais plásticos do que peixes (em peso) até 2050”. De acordo com a Agenda 21:
“Não menos de 5,2 milhões de pessoas, entre elas 4 milhões de crianças menores
de cinco anos, morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas com os
resíduos. As consequências para a saúde são especialmente graves no caso da
população urbana pobre”.
Afinal o que são resíduos sólidos? Basicamente, os resíduos sólidos urbanos são consti-
tuídos por resíduos domiciliares, limpeza pública e de estabelecimentos comerciais. As
cidades, empresas e famílias têm como sua responsabilidade lidar com os resíduos por
eles produzido. Essa conscientização sobre o lixo que produz e sobre reaproveitar o ma-
terial descartado teve início não muito tempo atrás. É apenas em 1992, na Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro
(Eco-92), que começa-se a falar disso com profundidade, como destaca a Katia Penteado1
no documentário “O Lixo Nosso de Cada Dia”. Na Eco-92 é desenvolvida e assinada por
diversos países a Agenda 21, que apresenta uma série de programas de ação focando no
desenvolvimento sustentável. Aqui no Brasil o grande marco do tratamento de resíduos
sólidos é no ano de 2010 com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº
12.305/2010, que estabelece princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão
1
Secretária do Meio ambiente de São José do Rio Preto, especializada em Planejamento e Gestão
Ambiental.

1
e gerenciamento destes resíduos, além de apontar as responsabilidades dos geradores, do
poder público, e dos consumidores. Vale destacar que uma das mais importantes contri-
buições da PNRS foi o reconhecimento e integração dos catadores de material reciclável
como parte importante da solução do tratamento dos resíduos sólidos. Mesmo com esse
reconhecimento legal, a sociedade civil e as empresas custam a entender a importância e
a colaborar com a reciclagem e com o descarte correto. Reflexo disso é que a porcentagem
de destinação inadequada caiu apenas 3 pontos entre os anos de 2010 e 2019, de acordo
com o Panorama dos resíduos sólidos de 2020 feito pela Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). Conforme o gráfico abaixo.

Da porcentagem que tem a destinação final adequada, pouco tem coleta seletiva e me-
nos ainda se é reciclado, a maioria dos materiais recicláveis vão para os aterros
sanitários. Como ressalta a ABRELPE:
“No que se refere à coleta seletiva, as iniciativas que estavam presentes em
56,6% dos municípios em 2010, agora foram registradas em mais de 73% das
cidades, mas ainda são bastante incipientes, e a falta de separação dos resíduos
reflete na sobrecarga do sistema de destinação final e na extração de recursos
naturais, muitos já próximos do esgotamento. A consequência direta disso são
os índices de reciclagem que, nesses dez anos da Lei Federal, permanecem em
patamares inferiores a 4% na média nacional”.
Ou seja, fica claro que, apesar de presente em muitas cidades as iniciativas têm pouca
visibilidade e apoio da sociedade civil. No ritmo atual só acabaremos com o descarte
inadequado no Brasil em 55 anos. Isso deve-se à opção política dos estados e municípios
de priorizar o “negócio do lixo”, que concede às empresas de limpeza publica recursos e
prioridade na gestão dos resíduos sólidos, mesmo que na PNRS seja priorizada a partici-
pação dos catadores.
O simples cumprimento da lei de 2010, de acordo com Gina Rizpah Bazen2 em seu livro
“A questão da coleta seletiva formal”, romperia com a lógica de gestão de resíduos em que
predominam práticas voltadas para a coleta, transporte, tratamento e disposição final de
2
Doutora em Saúde Pública pela USP.
resíduos e construiria sistemas de gestão mais sustentáveis. A questão notada pela PNRS
e que merece nossa atenção é que os grandes heróis do tratamento dos resíduos
sólidos são os catadores de materiais recicláveis, eles são a base da cadeia de re-
ciclagem. Os catadores autônomos levam seu material para as cooperativas ou vendem
para pequenas sucatas, ambos muitas vezes na informalidade e que, por sua vez, vendem
-quase sempre sem a possibilidade de emissão de nota fiscal- para organizações com maior
capacidade de processamento e armazenamento. Essas organizações podem ainda vender
o material para outros intermediários ou para empresas recicladoras que são responsáveis
pela transformação e venda diretamente para as industrias. Infelizmente, eles lutam por
uma sociedade que pouco olha para eles, como explicitado pelo mestre em ciências sociais
Sandro Miranda em seu site Sustentabilidade e Democracia no artigo “O PROBLEMA
DOS RESÍDUOS SÓLIDOS: uma necessária mudança de cultura e a importância dos
catadores”:
“Historicamente discriminados e afastados dos espaços deliberativos, quando
não sofriam a criminalização do mercado de resíduos, dominado por grandes
conglomerados de limpeza urbana, nas últimas décadas, é possível observar em
várias partes do mundo um processo de organização do segmento de trabalha-
dores informais da reciclagem de resíduos sólidos em cooperativas e associações
catadores que, em muitos casos, vêm se engajando em diversos projetos dentro
do setor em parceria com administrações locais, sendo o Brasil um dos países
onde o reconhecimento formal dos catadores ganhou maior peso, especialmente
pela criação do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis e
Reutilizáveis – MNCR.”.
Mas recentemente o último estudo profundo e abrangente sobre a situação social das
catadoras e catadores foi feito em 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA) com base nos dados do último censo demográfico feito em 2010 pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, que apesar de algumas imprecisões com os dias
atuais devido ao modelo de estudo e da distância temporal, nos permite traçar algumas
características do perfil dos heróis da reciclagem. De acordo com o IPEA as catadoras e
catadores são em sua maioria pretos e pardos, maiores de 35 anos, de baixa escolaridade,
de pouco acesso a tecnologia, recebem 517,56 reais em média, quase sua totalidade vive
nas cidades. De acordo com o MNCR, existem 800 mil catadores dentre os quais 70% são
mulheres e o dinheiro proveniente da reciclagem sustenta 700 mil crianças. Importante
ressaltar que para além da função socioambiental que esses profissionais desempenham, a
coleta de material reciclável é seu ganha-pão, mas que devido ao grau informalidade do
catador individual e ao fato de que a maioria do catadores estão à margem da sociedade
esse trabalho acaba tendo péssimas condições e sendo despido de muitos diretos. Como
ressalta a pesquisa feita em lixão no Distrito Federal e publicada em 2018 na revista Brasil
Epidemiologista através do artigo “Acidentes de trabalho e condições de vida de catadores
de resíduos sólidos”:
“Observou-se que a maioria dos catadores já se acidentou no trabalho (55,5%),
tem noção da periculosidade do ambiente de trabalho (95,0%) e alega não
receber equipamento de proteção individual (51,7%). Dentre outros achados,
55,8% já comeu alimentos encontrados no lixo, 50,0% vivenciava insegurança
alimentar em seus domicílios e 44,8% recebia Bolsa Família”.
O IPEA ainda nos traz que apenas 10% dos catadores fazem parte de cooperativas ou as-
sociações, números tão inexpressivos na interação entre os catadores é um prejuízo enorme
para a classe e para os indivíduos, como explica a Tereza Marta Pagliotto, coordenadora
da cooperativa Cooperlagos, no documentário “O Lixo Nosso de Cada Dia”:

“O ideal é que todos os catadores pudesse estar inseridos em grupos organizados


onde eles possam ter uma melhor representatividade, se articularem melhor,
serem reconhecidos, no sentido de pertencimento. Quando está aqui no grupo
isso é possível![...] o valor do produto na comercialização tem um outro custo,
porque se comercializa em grande escala, então ele melhora seu potencial na
venda também. [...] esse é o desafio do Brasil inteiro quando falamos de
inclusão social, geração de ocupação e renda e preservação ambiental [...] esses
três pés são o desafio mundial nesse mundo contemporânio”.

Ainda no mesmo documentário, Vilson Rodrigues da Luz, catador de recicláveis, coloca


muito bem que: “[...] a maior dificuldade hoje que a gente tem é levar o catador a [...]
entender que ele tem direitos, que ele tem leis que embasam ele, que ele faz um trabalho
social, que ele faz um trabalho ambiental e que ele faz um trabalho de saúde pública”.
Tendo em vista a importância dos catadores, os desafios de suas condições de vida e de
trabalho, como exposto aqui na introdução, é preciso juntar pessoas dispostas a ajudá-los
a melhorar o mundo. AmBev unindo os heróis da reciclagem para mudar a vida de quem
muda o mundo.
Objetivos

• Objetivo geral: Criar um ambiente online acessível com o foco nos catadores e
na reciclagem, permitindo interação entre os catadores, ações sociais, empresas,
sociedade civil e do próprio Estado. Ambiente esse que, além de fomentar tais
interações, possa trazer dinamismo a elas.

• Objetivos específicos:

– Inclusão digital dos catadores;


– Dar visibilidade à importância do cuidado com os resíduos sólidos e também
ao fato dos catadores facilitarem e serem os protagonistas nesse processo;
– Fomentar maior interação e articulação entre os catadores e cooperativas de
todo o Brasil, para empoderá-los;
– Facilitar e fomentar o descarte correto por parte das empresas, empreendimen-
tos comerciais e sociedade civil como um todo;
– Espalhar iniciativas e ações sociais locais que apoiem os catadores e a recicla-
gem para todo Brasil.

5
Desenvolvimento

A ideia, a priori, é unir os interessados na reciclagem em uma rede social, a solução foi criar
uma voltada só para a reciclagem, denominada Reciclan. Montou-se o case olhando para
uma proposta de implantação iniciada em Fortaleza-CE, pois dentre os estados, registrou
um dos piores números de coleta, de acordo com o IPEA.

Justificativa
Durante as pesquisas sobre a questão dos resíduos sólidos urbanos, após perceber que
os grandes heróis da reciclagem são os catadores o passo seguinte foi buscar entender
as questões que permeiam o dia-a-dia desses profissionais, com o objetivo de moldar
o Reciclan para ser uma ferramente que os ajude e evidencie seu protagonismo. Foi
feito contato com alguns catadores e/ou de associações de catadores de Fortaleza, cujas
informações, apesar de escassas, foram obtida online através do seguinte documento feito
pela Prefeitura.

6
Após tentar contato com todos os números para conversar e saber a opinião dos coor-
denadores das associações, grupos e rede de catadores, verificou-se que alguns números
não batem mais, bem como algumas dessas pessoas não são mais coordenadoras de as-
sociações. O desenrolar da solução trouxe obstáculos e demandas adicionais. Abaixo se
encontram as justificativas para os objetivos anteriormente elencados afim de esclarecer
quem são os agentes dessas relações, suas nuances e as possibilidades.
1. Dar visibilidade a importância do cuidado com os resíduos sólidos e a como os
catadores facilitam e são os protagonistas nesse processo;
Isso para, mais uma vez, mostrar a dimensão do problema dos resíduos sólidos e que
as soluções ao alcance de cada um não requerem esforços tão grandes pelo trabalho
dos catadores.
2. Fomentar maior interação e articulação entre os catadores e cooperativas de todo o
Brasil, para empoderá-los;
Isso, como já mencionado na introdução, é muito importante para que possam com-
partilhar informações, aprender conjuntamente e para que possam se articular para
ter e entender sua relevância política, social e de negociação. Unidos podem eliminar
um ou dois intermediários nas negociações e assim arrecadar mais com suas coletas.
Unidos podem pressionar o poder público a dar mais atenção à sua causa. Unidos
e organizados podem conquistar um maior reconhecimento da sociedade e abrir os
olhos da mesma para a reciclagem.
3. Facilitar e fomentar o descarte correto por parte das empresas, empreendimentos
comerciais e sociedade civil como um todo;
Muitas vezes, apesar de saber-se da necessidade da reciclagem e do papel do catado-
res, opta-se por fazer o descarte inadequado por comodidade, para evitar o trabalho
de juntar os recicláveis e deixar em algum ponto de reciclagem. Mas uma possibi-
lidade é apenas separar o seco do orgânico e chamar um catador para combinar a
coleta. O objetivo aqui é que a rede social seja um lugar que tenha as informações
necessárias para essa relação, desde fazer entender que é fácil até podendo trazer o
contato de um catador que mora e/ou trabalha por perto.

4. Espalhar iniciativas e ações sociais que apoiem os catadores e a reciclagem por todo
Brasil;
Existem diversas iniciativas locais de apoio aos catadores, tal como o Pimp My
Carroça. Para estes e para que qualquer grupo ou empresa que queira apoiar a
reciclagem e/ou os catadores o Recicla serviria como um ambiente fértil para a
divulgação dessas iniciativas já existentes.

5. Inclusão digital dos catadores;


Um dos principais obstáculos encontrado foi o acesso a tecnologia por parte dos
catadores. Como foi mencionado na introdução, vale lembrar aqui também que a
coleta de materiais recicláveis é o trabalho deles, portanto as associações se equipa-
ram a empresas nesse sentido. Em conversa por telefone com o Cícero, coordenador
da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis do Genibaú, quando pergun-
tado sobre a adesão dos catadores se fosse ofertado um curso de inclusão digital ele
me respondeu: “É claro! Todos estamos sempre atrás de de informação, hoje em dia
todas as empresas estão nas mídias sociais [...] eu gostaria também de saber usar
uma planilha e/ou manter uma rede social”.

Abaixo seguirá o modelo de aplicação do projeto. A aplicação foi separada em algumas


partes mas apenas para fins de apresentação.

Aplicação
Criação do Reciclan
Reciclan é uma rede social acessível que contará com diferentes layouts para os diferen-
tes usuários, além é claro, da possibilidade de todos terem em seus perfis informações
particulares, como contato e endereço. Além disso, poderão postar fotos, vídeos, textos,
comentários e seguir outros perfis.

• Catador, funções específicas como: raio de proximidade por onde ele passa e perfis
próximos, se é ou não vinculado a algum grupo de catadores e os cursos que ele fez.
Também haverá a possibilidade de avaliação das empresas no quesito reciclagem.

• Grupos, associações e redes de catadores, haverá espaço para indicar quem são
os colaboradores, empresas parceiras, se são auxiliada por alguma iniciativa social
e se eles tem acordos com empresas e/ou com prefeituras. Além disso espaço para
indicar o material com que trabalham, quais são os bairros que cobrem, o volume
médio de material reciclado e os projetos em que estão inseridos.
• Empresas, haverá espaço para colocar os dias em que terá recicláveis disponíveis
para coleta, se eles têm acordos com cooperativas ou com catadores, a quanto tempo
fazem a separação do material e quanto de seu resíduo sólido é reciclado.

• Para demais perfis será um modelo comum de rede social. Terão acesso a diversos
informativos e dicas sobre reciclagem mas, diferente de uma rede social convencional,
os algoritmos priorizarão os posts de perfis de catadores num raio de proximidade.

Uma pergunta natural é “Se queremos dar visibilidade aos catadores, por que não inseri-
los nas mídias sociais tradicionais ao invés de criar uma nova?”.
Em entrevista com Rafaela Gomes3 , ela alerta que, nas mídias sociais é necessário um bom
volume de postagens e bom trato nas publicações para que o perfil não sofra diminuição
do seu alcance pelos algoritmos desses aplicativos. Como já mencionado, o foco desse
projeto é trazer protagonismo aos catadores. Além do Recilan servir a esse propósito,
pode funcionar como local de aprendizado sem desestimular a criação de conteúdo, assim,
após se acostumar a utiliza o Reciclan, migrar para outras plataformas pode se mostrar
mais fácil.

Inclusão Digital
A exemplo da parceria feita entre a Ambev e a Prefeitura de São Paulo durante a pande-
mia do Covid-19, a ideia do presente projeto é fechar uma parceria com a Prefeitura de
Fortaleza. Parceria essa para fornecer cursos de inclusão digital, que poderão ser ofertados
nas regionais (sub-prefeituras), na rede CUCA (rede de proteção social e oportunidades
formada por três Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte), nas escolas e/ou
ainda nas associações dos catadores. Esses cursos podem ser ministrados por pessoas ou
grupos contratados para tal e/ou pelos voluntários do Ambev Voa. Uma das bases dessa
iniciativa é ensinar o uso do Reciclan, podendo os locais onde as aulas ocorrerão, servir
como um ponto de cadastro de catadores e ponto de apoio tecnológico continuado.

Estímulo à Participação no Projeto


Para que o Reciclan tenha a adesão das empresas, da sociedade civil e, principalmente,
dos catadores, é necessária uma estratégia de comunicação que se espalhe pelas ruas para
além da internet.

Estratégia de comunicação
No caso de Fortaleza, a comunicação deve iniciar nas escolas, na rede CUCA, nas regionais
e nas traseiras de ônibus. Isso, pois, como mencionado, a renda das coletas sustentam 700
mil crianças que, provavelmente, frequentam o ensino público e/ou a rede CUCA. Além
disso o local de trabalho dos catadores são, em sua maioria, as ruas e por isso seria efetiva a
comunicação nas traseiras dos ônibus. Além disso, é importante promover propagandas via
3
Pós-graduanda em Gestão em Comunicação Digital e Mídias Sociais e Fundadora da agência de
publicidade Verona Comunicação, empresa que faz gestão de mídias sociais para pequenas e médias
empresas e profissionais autônomos.
mídias sociais convencionais, considerando o número expressivo de seguidores da Ambev,
certamente será efetiva.

Incentivo a Reciclagem
Alé de todos os tópicos mencionados sobre a divulgação e a criação do Reciclan, para que
a reciclagem seja promovida ainda mais tanto pelas escolas quanto pelas empresas, num
objetivo de se alcançar a sociedade civil como um todo, o projeto inclui também uma
promoção via concurso.
Nas escolas se realizaria concursos promovidos pela Prefeitura em parceria com a Ambev,
no qual a escola do ensino público cadastrada no Reciclan que mais reciclar durante
o ano ganharia um prêmio de incentivo ao ensino de tecnologia, por exemplo alguns
computadores ou tablets. Para a medição dessa quantidade pode-se contar com a ajuda
dos catadores.
Para as empresas seria realizado um concurso nos mesmos termos que concederia a elas
o certificado de recicladora além da visibilidade recebida pela participação no concurso.
Vale lembrar que, como mencionado, toda empresa pode ser avaliada pelos catadores isso
para que se verifique o compromisso dela com a reciclagem.
Conclusão

Os rumos da sociedade, seu padrão de consumo e o modo como tratam os resíduos é, como
mostrado, algo que precisa ser mudado. Essas atitudes refletem diretamente na saúde da
terra, das pessoas e nosso bem-estar Muito já foi conversado, acordado

11
Referencias

ABRELPE. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.


Panorama dos resíduos sólidos no Brasil. 2020.
ONU. Conferencia das Nações Unidas. Agenda 21. 1992.
FUNDAÇÃO ELLEN MACARTHUR. A nova economia do plástico, repensando o
futuro do plástico. 2013.
HURÚCAN e CASA ROSA FILMES. O lixo nossa de cada dia. 2019. Disponível no
Youtube.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos. [recurso eletrônico]. 2. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições
Câmara, 2012.
BESEN, Gina Rizpah. A questão da coleta seletiva formal. 2012.
MIRANDA, Sandro. O PROBLEMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS: uma necessária
mudança de cultura e a importância dos catadores. 2015.
IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Diagnóstico dos Resíduos Sólidos
Urbanos. Relatório de pesquisa. Brasília, 2012.
MNCR. Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis. Mulheres são
maioria entre Catadores de Materiais Recicláveis. 2014. Disponível no site do
MNCR.
HOEFEL, Maria da Graça; CARNEIRO, Fernando Ferreira; SANTOS, Leonor Maria
Pacheco; GUBERT, Muriel Bauerman; AMATE, Elisa Maria; SANTOS, Wallace dos.
Acidentes de trabalho e condições de vida de catadores de resíduos sólidos
recicláveis no lixão do Distrito Federal. Revista Brasil Epidemiologista. 2018.

12

Você também pode gostar