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CAPÍTULO XXIII: ESTRANHA MORAL ITENS 9 a 13: NÃO VIM TRAZER A PAZ,
MAS A ESPADA
“Não julgueis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer-lhe paz, mas a
espada; porque vim separar o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a
nora contra sua sogra; e os inimigos do homem serão os seus mesmos
domésticos.”(Mateus, X: 34 a 36.)
Sendo um Espírito puro, sabia que seus ensinos provocariam nos que não
poderiam ou não quereriam aceitá-los, a revolta, a indignação, a perseguição, a
disputa, a imposição, o ódio, pela dificuldade que o homem tem de respeitar o outro
nas suas escolhas e determinações, e pela facilidade que tem de querer impor seus
pontos de vistas.
Quanto mais verdadeira for a ideia nova, mais incita oposição nos que se
sentem prejudicados e ameaçados nos seus interesses, nas suas posições, nas
suas posturas.
Nos textos acima, vê-se Jesus prevendo as divergências que seus ensinos
trariam aos homens, bem como no seio das famílias, pelas diferenças individuais,
causadas pelos diferentes graus evolutivos de cada um dos seus membros.
Mas, os que buscam entender e vivenciar essa moral divina, mesmo entre
pessoas que pensam de maneira diferente têm, nesses ensinos, o estímulo à
compreensão, à fraternidade, ao perdão, desfazendo as divergências pelas atitudes
cristãs que se esforçam por expressar, com sinceridade.
A ESPADA SIMBÓLICA
Ensina Jesus: “Não cuideis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a
espada.” — Jesus. (MATEUS, capítulo 10, versículo 34.)
O bom senso afirma em nossa consciência que O AMOR E A PAZ não se estabelecem
pela espada... então que espada é essa que afirma o Cristo de Deus ter trazido à Terra?
Emmanuel nos esclarece em seu livro CAMINHO VERDADE E VIDA na Lição 104 “A
Espada simbólica” começando em sua mensagem a nos elucidar acerca de nosso conceito
sobre A PAZ:
É ainda Emmanuel que esclarece: ”Na expressão comum, ter paz significa haver
atingido garantias exteriores, dentro das quais possa o corpo vegetar sem cuidados,
rodeando-se o homem de servidores, apodrecendo na ociosidade e ausentando-se dos
movimentos da vida”. Quanta razão! Confundimos mesmo paz com o “dulce far niente” de
ficar de papo pro ar esperando a morte chegar, com todos os desejos atendidos, apetites
saciados, mimos e frescurinhas reverenciados por quanto nos cerquem a ilusão de crianças
iludidas com uma paz que nada tem a ver com MATURIDADE ESPÍRITUAL! Casa na praia,
suquinho gelado, barriguinha cheia, sexo atendido, dinheirinho no banco, sogra no
cemitério, possuir, ter, consumir... nada disso é PAZ isso é ESTAGNAÇÃO TOTAL DE NOSSA
CAPACIDADE DE AGIR NO BEM! Jesus nos convidou para sua LAVOURA... para sua SEARA...
para sua OFICINA... nunca falou em COLÔNIA DE FÉRIAS!!! VAMOS ACORDAR MINHA
GENTE DESSE SONO HIPINÓTICO, DESSA BUSCA DESENFREADA PELO TER, TER, TER QUE
NOS CONSOME A ALMA QUE SÓ DESEJA NA VERDADE É SER.... SER FELIZ, SER BOA, SER
PACÍFICA, SER AMADA...
Aquela espada da valentia de decepar a sombra que demora em nossa alma, nos
impedindo de voar à plena luz do amor de Deus. Onde está o inimigo que a Espada do
Cristo deve combater e matar sem piedade nem dó?
Creio eu que está dentro de nós... É a nosso “eu sombra” conforme ensinou o
eminente Carl Gustav Jung, que nos ancora no sofrimento, no medo e na dor, impedindo o
EU VERDADEIFO – O SELF - de brilhar libertando-nos definitivamente das amarras do Ego
dominador.
Toda ociosidade e excessos de prazeres que julgamos ser A PAZ na verdade causam
em nós a estagnação das energias, as doenças degenerativas, os processos de morte do
corpo e da alma, trazendo o estado de coma do espírito num sono sem descanso recheado
de pesadelos.
PAZ é uma força dinâmica, que nos empurra para frente... Jesus, o Prícipe da Paz, nos
trouxe então uma espada?
Quem escolhe agir no mundo pela LEI DO AMOR não está isento de sofrimento, mas
encontra forças para tudo, não está absolvido de seus erros, mas lhes suporta serenamente
as consequências, não está com a estrada atapetada de flores, mas já respira as aragens
renovadoras da consciência tranquila...
Arremata Emmanuel nos ensinando a ser melhores: “É que Jesus começou o combate
de salvação para a Humanidade, representando, ao mesmo tempo, o sustentáculo da paz
sublime para todos os homens bons e sinceros”. Que Jesus nos sustente a espada da
libertação de nossas sombras, firme em nossas mãos, até o dia em que poderemos
finalmente devolver-lhe à bainha e estender ao Cristo Jesus as nossas mãos limpas e
calejadas no trabalho do autoaperfeiçoamento e dizer-lhe felizes: JESUS, ESTOU AQUI, O
QUE QUERES QUE EU FAÇA.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC CAPÍTULO XXIII: ESTRANHA
MORAL ITENS 7 E 8: DEIXAI OS MORTOS ENTERRAR OS SEUS MORTOS
“E a outro disse Jesus: Segue-me. E ele lhe disse: Senhor, permite-me que eu vá primeiro
enterrar meu pai. E Jesus lhe respondeu: Deixa que os mortos enterrem os seus mortos, e tu
vai, e anuncia o Reino de Deus. (Lucas, IX: 59 e 60)
Também neste texto evangélico, vemos Jesus impedindo um costume sagrado que é
o dos familiares enterrarem os seus mortos, como condição para aceitar alguém como seu
discípulo, o que não condiz com a sua doutrina de respeito, de amor ao próximo.
Se pensarmos bem no ato de enterrar um morto, sabemos que apenas um corpo sem
vida é enterrado. A alma, o ser espiritual que o habitava, ali não está, tendo sido expulso do
corpo, quando perdeu sua vitalidade orgânica.
O que se enterra é apenas um corpo sem vida, que merece consideração e respeito,
como um instrumento do Espírito, enquanto encarnado. Cumprida a sua tarefa, decompõe-
se nos seus elementos constitutivos, que irão formar outros corpos.
E o amor que se dedica a alguém não é ao corpo, mas ao ser inteligente que vive
nele, expressando-se, manifestando-se, agindo, através dele.
Assim compreendendo, percebe-se melhor esse ensino do Mestre, que quis chamar a
atenção para as coisas espirituais, para a vida futura, que é a verdadeira, porque é a eterna.
O respeito que se sente pelos mortos é sempre endereçado à pessoa que aqui viveu,
continuando a viver em outros planos, refazendo-se em novas experiências, num
aprendizado constante, evoluindo sempre em inteligência e moralidade.
Na Terra, se vive tantas vezes quantas forem necessárias, mas não será nela, mundo
material, que o Espírito viverá, quando o desenvolvimento alcançado lhe permitir viver em
planos mais elevados, até poder viver a plenitude da vida espiritual, sem necessidade de
viver em mundos materiais, a não ser em missões especiais.
Era isso que aquele homem não podia compreender por si mesmo.
Jesus lhe ensinou; dizendo: Não vos inquieteis com o corpo, mas pensai
antes no Espírito; ide pregar o Reino de Deus: ide dizer aos homens que
a sua pátria não se concentra na Terra, mas no Céu, porque somente lá é
que se vive a verdadeira vida.