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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Património
Demonstrações Financeiras

Almeida Vasco Marcizar e 708170429

Curso: Administração Pública


Disciplina: Contabilidade Geral
Ano de Frequência: 2º

Pemba, Outubro, 2020


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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Património

Demonstrações Financeiras

Almeida Vasco Marcizar e 708170429

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Contabilidade Geral
referente ao primeiro semestre
curso de Administração Pública.

Curso: Administração Pública


Disciplina: Contabilidade Geral
Ano de Frequência: 2º

Pemba, Outubro, 2020


Introdução

O presente trabalho da cadeira de Contabilidade Geral visa fazer uma análise profunda e
pormenorizada do seguinte tema: o património e as demonstrações financeiras, como nota
introdutória convêm ter presente que o património é o objecto de estudo da Contabilidade. Ou
seja, sem património não há Contabilidade. O termo património, em um primeiro momento,
reflecte a ideia de “quantidade de bens” que uma pessoa ou empresa possui. Porém, património
na contabilidade é mais do que isso, pois abrange bens, direitos e obrigações.

Relactivamente, a questão ligada as demonstrações financeiras é relevante saber que As


demonstrações financeiras constituem um importante instrumento de apoio à tomada de decisão
nas organizações, permitindo o conhecimento da situação financeira e económica. Talvez por
essa razão, as demonstrações financeiras divulgadas pelas entidades têm sido objecto de diversos
estudos. São uma apresentação normalizada da situação financeira de uma organização ou
indivíduo. As empresas são obrigadas a prestar contas anualmente através das demonstrações
financeiras.

Objectivo Geral:

 Analisar o património e as demonstrações financeiras

Objectivos específicos:

 Trazer o conceito de património;


 Trazer o conceito de demonstrações financeiras;
 Trazer os possíveis tipos de património e demonstrações financeiras;
 Trazer a importância destes elementos no âmbito da contabilidade geral.

Quanto aos métodos usados na pesquisa é o método dedutivo, uma vez que visa descobrir
conhecimentos particulares através do conhecimento geral, é um processo de análise de
informação que nos leva a uma conclusão.
1. O PATRIMÓNIO E DEMOSTRAÇÕES FINANCEIRAS
2. PATRIMÓNIO
2.1 Conceito de Património

Património é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa ou a uma


entidade. É o objecto de estudo da contabilidade. Abrange tudo aquilo que a pessoa tem (bens e
direitos) e tudo aquilo que a pessoa deve (obrigações). Do ponto de vista contábil, são
considerados apenas os bens, direitos e obrigações que podem ser avaliados em moeda.
Os bens e direitos constituem a parte positiva do Património, chamada Activo.
As obrigações representam a parte negativa do Património, chamada Passivo. (Rosillón, N. &
Alejandra, M. 2009)

O património é o objecto de estudo da Contabilidade. Ou seja, sem património não há


Contabilidade. O termo património, em um primeiro momento, reflecte a ideia de “quantidade de
bens” que uma pessoa ou empresa possui. Porém, património na contabilidade é mais do que isso,
pois abrange bens, direitos e obrigações. (Silva, 2013).

O património constitui uma universalidade e é indivisível, não podendo ser desmembrado.


Não se admite pluralidade de patrimónios na mesma pessoa, e isso porque, fundamentalmente, se
fosse facultado a cada sujeito, a seu exclusivo critério, separar bens do património e, com eles,
formar massas patrimoniais separadas que não possam ser visadas pelos seus credores em geral,
seria possível desfalcar impunemente seu património. (Dantas, E. B. 2013).

Em direito, "bem" é, por vezes, um sinónimo de "património". O inventário seria o


primeiro procedimento jurídico para se levantar o património de uma pessoa (o segundo seria
o balanço patrimonial, para as pessoas jurídicas). Assim, no âmbito das pessoas físicas,
património pode ser aquilo que foi deixado por alguém por herança. (Dantas, E. B. 2013).

Portanto, pode-se afirmar que existem vários sentidos para o termo "património": pode ser
o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade; pode ser o conjunto de bens de uma
entidade; ou pode ser o conjunto de bens de uma actividade, como no caso de património
arquitectónico, património

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2.1 Sentidos do conceito de património

Podemos, então, perceber o conceito de património na Contabilidade a partir de dois


olhares: Por um lado, o património significa o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma
pessoa ou empresa (MARION, 2015);

Por outro lado, além dos bens e direitos, também devemos considerar as obrigações a serem
pagas.

2.1.1 Património contábil: Bens

Bens, no âmbito da Contabilidade, são as coisas úteis, capazes de satisfazer as


necessidades das pessoas e das empresas (MARION, 2015). Em uma visão ampla, podemos
classificar os bens como:

Bens tangíveis: “palpáveis”, corpóreos. Alguns exemplos são veículos, imóveis, estoques


de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios, ferramentas, entre outros.

Bens intangíveis: são bens incorpóreos, não palpáveis, como é o caso das marcas e
patentes.

Bens imóveis: vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição ou danos –
edifícios, construções, árvores (consideram-se aqui árvores cujo fruto será utilizado ou
comercializado, pois as árvores destinadas para corte são denominadas bens móveis por
antecipação), entre outros, conforme explica Marion (2015).

Bens móveis - são bens que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas:
animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias, entre outros, segundo Marion
(2015).

Seguem mais exemplos de bens:

 Dinheiro;
 Mercadorias estocadas param utilização futura;
 Imóveis;
 Instalações;
 Veículos;
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 Móveis e utensílios.

2.1.2 Património contábil: Direitos (valores a receber)

Em Contabilidade, direito, ou “direito a receber”, é o poder de exigir alguma coisa. São


valores a receber, títulos a receber, contas a receber, entre outros. ( Dantas, E. B. 2013).

Um trabalhador, por exemplo, após um mês trabalhado, possui o direito de receber seu
salário como forma de pagamento. Além disso, dinheiro depositado em conta corrente ou em
investimentos realizados em conta bancária ou em corretoras também representam direitos.
Madeiros, F. S. B., Ribeiro.

No contexto corporativo, o direito a receber mais comum vem das vendas a prazo. Nesse
caso, a empresa emite um documento comprobatório da venda, chamado factura. Da factura,
pode ser extraída uma ou mais duplicatas. No entanto, uma duplicata não pode se referir a mais
de uma factura. O direito de receber esses títulos de crédito (as duplicatas) é chamado duplicatas
a receber. (Silva 2011).

A empresa pode emitir uma duplicata para cada factura ou pode, também, emitir uma série
de duplicatas para uma factura, como, por exemplo, emitir uma duplicata para cada prestação a
ser paga. Exemplos de outros direitos são: aluguéis a receber, promissórias a receber, acções a
receber.

3. Demonstrações Financeiras
3.1 Conceito de demonstrações Financeiras

São uma apresentação normalizada da situação financeira de uma organização ou indivíduo.


As empresas são obrigadas a prestar contas anualmente através das demonstrações financeiras.

As demonstrações financeiras constituem um importante instrumento de apoio à tomada de


decisão nas organizações, permitindo o conhecimento da situação financeira e económica. Talvez
por essa razão, as demonstrações financeiras divulgadas pelas entidades têm sido objecto de
diversos estudos.

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Silva e Souza (2011, p. 69) afirmam que: “as demonstrações financeiras também são
chamadas de relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de
base, inclusive para avaliar possíveis investimentos”. Para Ribeiro (2003) as demonstrações
financeiras são relatórios ou quadros técnicos que contêm dados extraídos dos livros, registos e
documentos que compõem o sistema contabilístico de uma entidade.

3.2 Objectivos e importância das demonstrações financeiras

De acordo com Silva e Souza (2011, p. 68) “as demonstrações financeiras são utilizadas pela
gestão da entidade para prestar contas e levar informações sobre o aspecto económico-financeiro
aos accionistas, credores, governo e outros interessados … e apresentam informações úteis que
revelam suas operações durante um determinado período de tempo, e quando analisadas facilitam
a detenção dos pontos fortes e fracos encontrados na realização da sua actividade quer
operacional ou não operacional”.

Os autores (Silva e Souza, 2011, p. 69) afirmam, ainda, que as “demonstrações financeiras
são os instrumentos utilizados pela contabilidade para expor a situação económico-financeira da
empresa e prover aos diversos utentes internos e/ou externos as informações que servem de base
para a tomada de decisões”.

No mesmo sentido, segundo Martins (2011 p. 17), as demonstrações financeiras têm como
finalidade: “Proporcionar informação útil aos utilizadores; Avaliar a capacidade da entidade gerar
dinheiro e equivalentes de dinheiro e da tempestividade e certeza da sua geração; Informar sobre
os recursos económicos controlados pela entidade, estrutura financeira, liquidez e solvência”.

Assim, o objectivo das demonstrações financeiras é proporcionar informação acerca da


posição e do desempenho financeiro e dos fluxos de caixa de uma empresa que seja útil a uma
vasta gama de utentes na tomada de decisão económica; mostram ainda os resultados As
demonstrações financeiras também mostram os resultados da condução, por parte do órgão de
gestão, dos recursos a ele confiados. Madeiros, F. S. B., Ribeiro (2012).

3.2 Importância das demonstrações financeiras

É através das demonstrações financeiras de uma empresa que a equipe de finanças, um


investidor em potencial e os sócios podem tomar decisões mais seguras.

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É por meio da análise das informações contidas nas demonstrações financeiras que as
organizações conseguem aprovar financiamentos, pois ali estão discriminados os recursos
disponíveis em caixa e sua capacidade de pagamento. As demonstrações financeiras são capazes
de discriminar todos os gastos, o retorno sobre investimentos e o facturamento previsto.

3.3 Os tipos de demonstrações financeiras

Existem seis tipos de demonstrações financeiras: Balanço Patrimonial, Demonstração de


Resultados do Exercício (DRE), Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Fluxo de
Caixa, Demonstração do Valor Adicionado e o complemento de Notas Explicativas. (Silva 2011).

3.3.1 Balanço Patrimonial


Talvez considerada a principal demonstração financeira, o Balanço Patrimonial é o
documento no qual a empresa consegue mostrar como está seu património, explicando a posição
financeira actual da empresa. É geralmente realizado ao final do ano, para realizar o
acompanhamento do negócio de Janeiro a Dezembro. Seu objectivo é equilibrar o património,
analisando activos, passivos e o património líquido. Nesta demonstração financeira, o objectivo é
identificar os itens que geram benefícios económicos, como as aplicações.

O Balanço Patrimonial apresenta duas colunas, uma para o activo e outra para o passivo.
Na primeira, estão descritos os direitos e bens de uma organização, que é tudo o que gera valor
para a empresa. Na coluna do passivo, são descritas as obrigações da empresa, como os valores a
serem pagos. ( Rosillón, N. & Alejandra, M. 2009)

A diferença entre o activo e o passivo é o património líquido. Se o activo é positivo,


indica que a empresa está apta a arcar com seus compromissos. Caso contrário, é o cenário de
“passivo a descoberto”, que indica que a empresa deve mais do que é capaz de pagar.

3.3.2 Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)


A Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) apresenta de forma vertical e
resumida o resultado apurado em relação às operações realizadas em um determinado período,
geralmente de 12 meses.

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A DRE precisa discriminar:

 A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os


impostos;
 A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o
lucro bruto;
 As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas
gerais e administrativas e outras despesas operacionais;
 O lucro ou prejuízo operacional;
 O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
 O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por acção do capital social.

3.3.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)


A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados indica as alterações ocorridas no
saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados, no património Líquido. A DLPA é obrigatória
para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas, conforme a legislação do Imposto de
Renda. A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados deve discriminar (Minayo, M.C.S.
2007).

 O saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores;


 As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
 As transferências param reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao
capital e o saldo ao fim do período.

3.3.4 Fluxo de Caixa


O Fluxo de Caixa é a demonstração financeira que indica a posição financeira da empresa
dentro de um determinado período, seja diário, semanal, mensal ou anual.

É nesse registro que é possível avaliar quanto de dinheiro entrou e saiu da empresa em
período de tempo específico, de acordo com análise do caixa interno, das aplicações financeiras e
das contas bancárias. O fluxo de caixa permite saber exactamente onde os recursos financeiros
foram aplicados e quais as suas origens, oferecendo melhor controle sobre o fluxo financeiro.

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3.3.5 Demonstração do Valor Adicionado
A Demonstração do Valor Adicionado informa quais foram as riquezas geradas durante
um período específico de movimentação financeira da empresa. Essa demonstração avalia o papel
da organização na geração de riquezas, ao analisar a forma que ela contribuiu para o
desenvolvimento social e a economia de maneira geral. ( Dantas, E. B. 2013).

A Demonstração do Valor Adicionado compara os valores de entradas e saídas com base


no princípio de responsabilidade social, mensurando o quanto essa riqueza esteve ligada ao bem
social. Nesse documento, além de importar o lucro da empresa, é avaliado se ele esteve
relacionado positivamente às causas sociais.

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Conclusão

Ao findar o presente trabalho, convém ter presente que, este trabalho mostrou brevemente
o conceito de património no âmbito da Contabilidade. Este é um tema introdutório, mas de suma
importância, pois é a base para compreender diversos outros temas, como: balanço
patrimonial, DRE, indicadores financeiros, entre outros.

Por fim, o património na Contabilidade é composto por bens, direitos e obrigações. Esta
ideia é a base para a posterior divisão das contas em activo, Passivo Exigível e património
Líquido, temas para outra potagem.

As demonstrações financeiras são a melhor maneira de obter informações sobre a posição


patrimonial e financeira empresa, bem como entender o fluxo financeiro, dados que são
indispensáveis para que um gestor tome decisões mais conscientes.

Além das demonstrações financeiras, outra alternativa muito útil para avaliar a saúde financeira
da empresa e tomar decisões mais assertivas é realizar um diagnóstico financeiro.

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Bibliografia

Collis, J. e Hussey, R. (2005). Pesquisa em Administração: Um guia para alunos de graduação e


pós-graduação. (2ª Ed). Porto Alegre: Bookman editora.

Dantas, E. B. (2013). A importância da pesquisa para a tomada de decisões. Brasília: Universidad


de Brasília.

Silva, K. R & Souza, P. C. (2011) Análise das demonstrações financeiras como instrumento para
tomada de decisões. INGEPRO – Inovação, Gestão e Produção.

Silva, M. A. & Prado, R. A. D. P. (2013). Factores que influenciam o processo de tomada de


decisões financeiras de graduados dos cursos de Administração e Ciências Contábeis: estudo
exploratório-descritivo sob a óptica das Finanças Comportamentais. IX Convibra Administração
– Congresso Virtual Brasileiro de Administração .

Rosillón, N. & Alejandra, M. (2009) Análises financeiro: una herramienta clave para una gestión
financeira eficiente. Revista Venezolana de Gerência.

Madeiros, F. S. B., Ribeiro, M. O., Boligon, J. A. R., Denardin, E. S. & Murini, L. T. (2012).
Análise nos demonstrativos contábeis através de indices financeiros e econômicos. O caso de um
escritório de advocacia. IX Convibra Administração.

Maura, D. G. L. (2012). Método de Ensino para Estudantes da Geração Y: um Estudo de Caso no


Curso de Turismo da Faculdade Santa Helena. Recife-PE. Tese de mestrado. Recife: universidade
boa viagem-dever

Minayo, M.C.S. (2007). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. (29ª ed). Petrópolis, Rio
de Janeiro: Vozes.

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