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Setembro de 2017
Universidade de Coimbra
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores
Membros do Júri:
Setembro de 2017
Agradecimentos
Começo por agradecer ao meu orientador, Sérgio Manuel Ângelo da Cruz, pela paciência
e dedicação durante a realização do projeto, dispondo sempre do seu tempo e conhecimento.
Os meus agradecimentos estendem-se aos meus pais, pois esta vitória deve-se
inteiramente ao facto de nunca terem medido esforços para que aqui chegasse apoiando-me
incondicionalmente.
Por fim, não me devo esquecer do meu irmão, namorado, colegas, amigos e familiares
durante o curso e elaboração da tese serviram sempre de suporte e motivação para que
alcançasse os meus objetivos.
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Resumo
A presente dissertação teve como finalidade o estudo dos ensaios de dupla frequência em
motores de indução trifásicos, com o objetivo de avaliar este método para a determinação da
elevação da temperatura em motores de indução de grande potência.
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Abstract
This thesis deals with the two-frequency test applied to a three-phase induction motor,
with the purpose of analyzing and validating the use of this test for the measurement of
temperature rise in high-power induction motors.
Chapter 2 refers to the main tests for the determination of temperature rise in induction
motors, presenting their configurations and the conditions in which they are performed.
In Chapter 3, the theoretical concepts on which the two-frequency test is based are
explored. The various configurations that can be used in this test and the its main
characteristics are also addressed in this chapter. The main physical components for the
realization of this test are also characterized, noting their influence on the effectiveness of
the test.
Chapter 4 discusses the main results obtained with a simulation model developed in
MATLAB/Simulink environment. Among other aspects, the power flow between the
different tests components and the impact of frequency of the auxiliary power supply were
analyzed. The use of capacitors during the test was also explored in order to decrease the
rated power of the power supplies need for the test. Afterwards, the influence of the inertia
of the motor was also evaluated.
In Chapter 5 the experimental results obtained during the test are presented. For several
values of the frequency of the auxiliary power supply, the electrical results (voltages,
currents, power, etc.) are presented along with the results obtained for the elevation of the
temperature of the induction motor were presented.
The main conclusions drawer during this work are presented in chapter 6, as well as some
suggestions for future work in this domain.
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Índice
1. Introdução ................................................................................................................................................................. 1
6. Conclusão ................................................................................................................................................................ 57
Referências ................................................................................................................................................................. 60
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A.6. Sistema sem fios para medida e transmissão de temperatura .................................................. 67
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Índice de Figuras
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Figura 23 - Ensaio de dupla frequência para f2=45 Hz, mv=0.69: Corrente do rotor referida
aos enrolamentos estatóricos. ......................................................................................................................... 33
Figura 24 - Ensaio de dupla frequência para f2=45 Hz, mv=0.69: (a) Velocidade do rotor do
motor; (b) Binário eletromagnético; (c) Potência instantânea fornecida pelo inversor; (d)
Potência instantânea absorvida pelo motor. ............................................................................................. 34
Figura 25 - Fluxo de potência reativa durante o ensaio de dupla frequência. ............................ 37
Figura 26 - Esquema com os condensadores em paralelo com a fonte principal. ..................... 40
Figura 27 – Ensaio para f2=45 Hz, mv= 0.69: Correntes em alguns componentes do sistema:
(a) Sem os condensadores; (b) com os condensadores. ....................................................................... 41
Figura 28 - Ensaio para f2=40 Hz, mv= 0.223: Corrente da fonte principal: (a) Sem os
condensadores; (b) com os condensadores. .............................................................................................. 42
Figura 29 - Resultados para J=0.0120 kg. m2, mv=0.794, f2=45 Hz. ............................................... 43
Figura 30 - Resultados para J=0.5 kg. m2, mv=0.6145, f2=45 Hz. .................................................... 44
Figura 31 - Resultados para J=2 kg. m2, mv=0.69, f2=45 Hz. ............................................................. 44
Figura 32 - Resultados para J=0.0120 kg. m2, mv=0.41, f2=40 Hz. .................................................. 45
Figura 33 - Resultados para J=2 kg. m2, mv=0.386, f2=40 Hz. ........................................................... 45
Figura 34 – Montagem experimental do ensaio à carga nominal. .................................................... 47
Figura 35 - Curva da elevação de temperatura do motor de indução à carga nominal. ......... 48
Figura 36 - Montagem experimental. ............................................................................................................ 49
Figura 37 – Ensaio de dupla frequência para f2 = 45 Hz e mv = 0.7: (a) Corrente absorvida
pelo motor; (b)Tensão aos terminais do motor. ...................................................................................... 51
Figura 38 - Ensaio de dupla frequência para f2 = 45 Hz e mv = 0.7: (a) Corrente absorvida
pelo inversor; (b) Tensão aos terminais do inversor. ............................................................................ 51
Figura 39 - Ensaio de dupla frequência para f2 = 45 Hz e mv = 0.7: (a) Potência
instantânea absorvida pelo inversor, (b) Potência instantânea absorvida pelo motor. ......... 52
Figura 40 - Resultados para f2 = 35 Hz e mv = 0.2: (a) Corrente absorvida pelo motor, (b)
Tensão aos terminais do motor, (c) Corrente absorvida pelo inversor, (d) Tensão aos
terminais do inversor. ......................................................................................................................................... 53
Figura 41. Resultados para f2 = 40 Hz e mv = 0.329: (a) Corrente absorvida pelo motor,
(b) Tensão aos terminais do motor, (c) Corrente absorvida pelo inversor, (d) Tensão aos
terminais do inversor. ......................................................................................................................................... 53
Figura 42 - Relação entre mv e f2 no ensaio de dupla frequência. ................................................... 54
Figura 43 - Curvas de elevação de temperatura dos diferentes ensaios realizados. ................ 55
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Figura 44 - Gráfico do desvio da elevação de temperatura obtida durante os ensaios de
dupla frequência. ................................................................................................................................................... 56
Figura 45 - Inversor de potência trifásico. .................................................................................................. 65
Figura 46 - Circuito de medição e acondicionamento de sinais. ....................................................... 65
Figura 47 - Painel de ligação de entradas e saídas da plataforma de controlo. .......................... 66
Figura 48 - Painéis de controle das grandezas elétricas(à esquerda) e da temperatura(à
direita). ....................................................................................................................................................................... 66
Figura 49 - Painel construído no ControlDesk. ......................................................................................... 67
Figura 50 - WSN da NI para aquisição da temperatura em tempo real. ........................................ 68
Figura 51 - Painel construído em LAbView para a aquisição das temperaturas. ...................... 68
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Lista dos símbolos
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𝑅′6 Resistência do enrolamento do secundário do transformador W
referida ao primário
𝑅′F Resistência do enrolamento do rotor do motor W
𝑅E Resistência do enrolamento estatórico do motor W
s Deslizamento do motor
𝑠: Deslizamento nominal do motor
S Potência aparente fornecida ao motor VA
𝑇G Binário eletromagnético desenvolvido pelo motor N.m
𝑢E Tensão instantânea aplicada ao estator do motor V
𝑈5 Fasor da tensão da fonte principal V
𝑈6 Fasor da tensão da fonte auxiliar V
𝑈E Fasor da tensão aplicada ao motor V
𝑈RI Tensão de Thévenin V
𝑈23 Tensão do barramento DC do inversor trifásico V
𝑋CC Reactância de curto-circuito do transformador W
𝑋T5 Reactância de fugas dos enrolamentos do primário do W
transformador
𝑋′T6 Reactância de fugas dos enrolamentos do secundário do W
transformador referida ao primário
𝑋K Reactância de magnetização W
𝑋′F Reactância dos enrolamentos do rotor do motor W
𝑋E Reactância dos enrolamentos do estator do motor W
𝑍CC Impedância de curto-circuito do transformador W
𝛽 Posição angular elétrica do fasor do fluxo magnético total graus
λ Razão entre os valores das frequências das tensões principal e
auxiliar
𝜑 Ângulo de desfasamento entre a tensão e a corrente graus
𝜓5 Fasor do fluxo magnético gerado pela fonte principal Wb
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𝜔6 Velocidade angular elétrica do fluxo magnético criado pela rad
fonte auxiliar
𝜔: Velocidade angular elétrica nominal do motor rad
𝜔E Velocidade angular elétrica do fluxo magnético total criado pelas rad
fontes principal e auxiliar
rad
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Lista de tabelas
Tabela 1. Ensaio à carga nominal. ................................................................................................................... 29
Tabela 2. Perdas obtidas durante o ensaio de dupla frequência com f2= 45 Hz e mv=0.69. 34
Tabela 3. Dados das tensões e correntes da fonte principal. .............................................................. 35
Tabela 4. Potências fornecidas/absorvidas por cada elemento do sistema quando f2=45 Hz.
........................................................................................................................................................................................ 36
Tabela 5. Potências fornecidas/absorvidas por cada elemento do sistema quando f2=40 Hz.
........................................................................................................................................................................................ 37
Tabela 6. Potência do motor para os 3 casos analisados. ..................................................................... 38
Tabela 7. Perdas no motor para diferentes valores de inércia. ......................................................... 46
Tabela 8. Alguns valores obtidos para os ensaios realizados s diferentes frequências
auxiliares. .................................................................................................................................................................. 53
Tabela 9. Resultados dos ensaios realizados. ............................................................................................ 55
Tabela 10. Parâmetros do motor de indução ............................................................................................ 63
Tabela 11. Parâmetros do transformador trifásico. ............................................................................... 64
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1. Introdução
Os ensaios de aumento de temperatura realizados em motores de indução são muito
importantes tanto para os fabricantes quanto para os utilizadores. Os fabricantes procuram
otimizar o desenho dos motores de modo a que o produto seja competitivo, enquanto que os
utilizadores estão interessados em obter produtos cuja temperatura à plena carga não
exceda o limite estabelecido pela respetiva classe de isolamento. Isto teria um impacto
negativo na vida útil do motor, causando custos significativos [1].
O método convencional é muito importante, uma vez que simula na perfeição as condições
nominais de funcionamento do motor. Contudo, é muitas vezes difícil de executar ou mesmo
impossível [3]:
• A potência da fonte de energia tem de ser maior ou pelo menos do mesmo valor que
a potência do motor em ensaio e quando se trata de motores de grande potência, o
espaço necessário e os custos tornam-se elevados.
• Para diferentes máquinas, o tamanho dos veios varia e vários tipos de acoplamentos
são necessários.
• Motores verticais ou motores com veios inacessíveis normalmente não podem ser
ensaiados em carga numa linha de ensaios.
• O processo de montagem, alinhamento e acoplamento pode ser demorado,
acrescentando a duração do ensaio, o qual torna-se demasiado longo.
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• A energia consumida pela carga durante o ensaio é elevada e maioritariamente
dissipada sob forma de calor. Esta energia, calculada através da potência do motor
multiplicada pelo tempo de duração do ensaio (tempo suficiente para que a
temperatura estabilize), pode levar a consequências graves como o
sobreaquecimento dos equipamentos.
Os pontos acima mencionados justificam a necessidade de se desenvolverem métodos
alternativos para determinar a elevação da temperatura da máquina à carga nominal, com a
maior exatidão e economia possíveis. Muitas propostas foram desenvolvidas para tentar
introduzir um teste que permitisse o ensaio de motores de indução sem cargas
mecanicamente acopladas. A Figura 1 congrega os principais ensaios existentes.
Acoplamento
Por oposição
directo Ensaio de dupla
frequência
A resposta da indústria tem sido o ensaio de dupla frequência, proposto por Ytteberg [4],
um dos mais adequados para a determinação da elevação da temperatura em motores de
indução uma vez que pode ser realizado tanto em motores com o rotor em gaiola de esquilo
como em motores de rotor bobinado e permite que a temperatura dos enrolamentos seja
medida diretamente à carga nominal com a corrente e tensão nominais. Este também poupa
tempo e trabalho, uma vez que não é necessário acoplar o motor em teste a uma carga
mecânica. No caso de motores verticais, é a única forma de fazer com que o motor funcione
às condições nominais em ambiente laboratorial [2].
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Durante muitos anos os ensaios foram realizados com o auxílio de motores DC. Com o
avanço tecnológico, os semicondutores de potência começaram a suportar tensões e
correntes nominais cada vez maiores e os conversores de potência são cada vez mais
compactos. O controlo digital veio, ainda, permitir uma regulação precisa da tensão e da
frequência dos inversores, fazendo com que os testes se tornem mais fiáveis e precisos, com
um custo mais baixo.
Desde 1921 até à presente data, alguns autores desenvolveram métodos semelhantes ao
ensaio descrito por Ytteberg e vários estudos foram realizados para tentar otimizar o ensaio
e torná-lo mais preciso e fácil de realizar. Apesar disso, os trabalhos realizados até ao
momento têm como foco o funcionamento do motor de indução durante o ensaio e pouca
informação acerca dos restantes elementos necessários para a realização do próprio ensaio
é dada, dificultando o projeto e dimensionamento dos restantes elementos necessários a este
ensaio, evitando assim a popularização do mesmo no mercado.
A presente dissertação tem como objetivo fazer um estudo do ensaio de dupla frequência,
analisando aspetos que auxiliem o entendimento do método bem como a sua realização. Será
feita uma análise detalhada não apenas ao funcionamento do motor de indução durante o
ensaio, mas também dos outros elementos que constituem a montagem laboratorial, para
garantir um dimensionamento otimizado dos equipamentos a serem utilizados. Aspetos
importantes como a influência do motor a testar durante o ensaio e a potência total
necessária para o ensaio foram também alvo de análise por forma a obter um melhor
entendimento de como minimizar a energia ativa e/ou reativa necessária durante o ensaio.
Com o objetivo de realizar o ensaio em motores de muito grande potência, estes aspetos são
cruciais para que haja a possibilidade de redução significativa não só dos gastos necessários
para a compra e montagem laboratorial, mas para que haja também uma redução das
dificuldades eletromecânicas intrínsecas ao método.
A avaliação dos resultados obtidos foi feita através da comparação dos resultados dos
ensaios de dupla frequência e do ensaio com carga acoplada. Procurou-se desta forma
analisar criteriosamente as dificuldades, imprecisões e exigências do método para facilitar e
melhorar a utilização do ensaio em motores de indução de grande potência.
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2. Ensaios de aumento de
temperatura
Neste capítulo são apresentados os principais ensaios que existem para avaliação do
aquecimento dos motores de indução com recurso a pelo menos duas máquinas.
Para motores de grande potência, acima de 500 hp [7, 8], realizar este tipo de ensaio
torna-se muito dispendioso uma vez que todo o equipamento a ser utilizado tem de ter
potência nominal igual ou superior à do motor a testar.
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Os laboratórios de ensaios, por norma, trabalham com sistemas de regeneração de
energia para diminuir a energia elétrica necessária à realização do ensaio.
Energia
MI
Gerador assíncrono em teste
Inversor
com
Perdas Regeneração
Rede
Trifásica
Gerador
MI síncrono
Inversor
Energia
Figura 2 - Ensaio realizado com regeneração de energia para potências até 2MW [5].
A Figura 2 esquematiza como o ensaio em laboratórios com potência até 2 MW pode ser
realizado. São geradores assíncronos com inversores de frequência com regeneração de
energia [5].
Energia
Perdas
Gerador
Motor síncrono Gerador DC Motor DC Síncrono
Rede
Trifásica
Gerador DC MI em teste
Energia
Figura 3 - Ensaio realizado com regeneração de energia para potências superiores a 2 MW. [5]
Nos ensaios apresentados, os geradores que servem de carga mecânica ao motor em teste,
geram energia para realimentar as máquinas dos sistemas dos ensaios. Portanto o sistema
de alimentação externo só fornece cerca de 20 % da potência nominal do motor em teste [9].
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Ensaio em oposição
• Os motores são alimentados através de duas fontes independentes em que cada fonte
deve ter uma potência nominal igual ou maior que a potência nominal do respetivo
motor e as frequências são ajustadas de modo a que uma máquina funcione como motor
e a outra como gerador. Esta configuração está representada na Figura 4.
Energia Energia
Figura 4 - Ensaio em oposição com recurso a duas fontes de alimentação.
• A segunda forma de realizar o teste encontra-se representada na Figura 5. Neste caso as
máquinas são acopladas através de uma caixa de velocidades epicíclica.
Esta segunda configuração permite que as duas máquinas de indução, mesmo que rodem
a velocidades diferentes, ao funcionarem como geradores ou motores, possam ser acopladas
e alimentadas pela mesma fonte. A caixa epicíclica possui uma razão de rotação dos eixos de
acoplamento variável e que é ajustada para que o motor de indução a testar funcione nas
condições de deslizamento nominal, impondo à outra máquina um funcionamento como
gerador. A fonte fornece a potência necessária para satisfazer as perdas nas duas máquinas
e as perdas mecânicas da caixa de velocidades.
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Rede
Trifásica
Perdas
Energia Energia
Caixa de velocidades
epicíclica
MI MI em teste
Energia Energia
Figura 5 – Ensaio em oposição realizado com recurso a caixa epicíclica.
Esta opção pode ser considerada mais económica à exceção do investimento inicial na
caixa de velocidades.
Teste de curto-circuito
Este método foi desenvolvido com o objetivo de criar métodos alternativos às medições
convencionais, que não se adequavam aos motores de cada vez maior potência [12]. Há mais
de 50 anos que o teste é usado para testar máquinas com potência nominal superior a 21
MW [13]. A Figura 6 representa a configuração deste teste.
O teste consiste em levar o motor a testar à velocidade nominal através de uma máquina
auxiliar que tem uma velocidade nominal menor que a velocidade nominal do motor. A
máquina em teste é alimentada através de um alternador ou uma fonte cuja tensão e
frequência são diferentes dos valores nominais, normalmente inferiores, que são ajustados
de modo a obter a corrente à plena carga no estator do motor em teste.
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Fonte
Fonte
DC
AC
MI em teste Motor
DC
Figura 6 - Configuração do ensaio de curto-circuito.
O motor a testar comporta-se como motor ou gerador dependendo de a frequência de
alimentação ser maior ou menor que a frequência nominal. Portanto, uma das fontes
utilizadas para alimentar as máquinas durante o teste deve ser regenerativa [5].
O nome do ensaio provém do facto da resistência efetiva do rotor ser muito pequena,
sendo uma aproximação de um curto-circuito.
Quando comparado com o ensaio à plena carga direto, as perdas por efeito de Joule no
estator são as mesmas. As perdas no ferro são mais baixas enquanto que as perdas por efeito
de Joule no rotor são maiores [14].
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O ensaio de dupla frequência consiste em impor ao motor de indução, sem carga acoplada,
uma tensão de alimentação com duas frequências distintas. A aplicação das duas frequências
resulta num campo magnético girante no entreferro, que nada mais é do que a soma dos dois
campos independentes criados pelas duas fontes de alimentação (principal e auxiliar). O
campo magnético total é, então, a soma dos dois campos magnéticos que rodam a
velocidades distintas (Figura 7).
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!"
!"
ω"
$"
!" ≈
jω"
ω"
$"
!" ≈
! jω"
Figura 7 - Diagrama fasorial dos fluxos magnéticos [18].
As condições de realização deste teste implicam a aplicação simultânea de duas
frequências no motor a testar. Isto é possível ligando duas fontes de tensão em série com o
motor. Uma das fontes com frequência fixa 𝑓5 (frequência nominal do motor que se quer
ensaiar), denominada fonte principal, e outra fonte com uma frequência 𝑓6 (diferente),
menor que 𝑓5 , denominada fonte auxiliar.
As fontes de alimentação têm a sua tensão e frequência ajustadas até que o motor a testar
funcione com tensão e corrente nominais.
A oscilação de frequência imposta ao motor faz com que este, mesmo operando sem carga
mecânica, opere com corrente e tensão nominais. Por isso, quer as perdas no ferro quer as
perdas no cobre da máquina, serão próximas daquelas que a máquina apresenta quando
funciona, efetivamente, com uma carga mecânica nominal acoplada ao seu veio. Deste modo,
a elevação da temperatura, aquando, da realização deste ensaio, será próxima da que ocorre
quando o motor funciona realmente à plena carga.
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A tensão aplicada aos terminais do motor (𝑢E ) resulta da soma de suas tensões (𝑢5 e 𝑢6 )
com amplitudes e frequências diferentes [18]:
𝑢5 = 𝑈5 e\]^ _ (3.1)
𝑢6 = 𝑈6 e\]` _ (3.2)
𝑢E = 𝑢5 + 𝑢6 (3.3)
O fluxo resultante criado pela tensão 𝑢E está representado na Figura 7. As tensões 𝑢5 e 𝑢6
criam dois fluxos que giram a velocidades angulares diferentes, ω5 e ω6 , respectivamente.
𝑢5 (3.4)
𝜓5 =
𝑗ω5
𝑢6 (3.5)
𝜓6 =
𝑗ω6
O fluxo resultante será igual à soma dos dois fluxos parciais, sendo, portanto, igual a:
6 6 (3.7)
𝑈5 𝑈6 𝑈5 𝑈6
𝜓E = cos(𝜔5 𝑡) + cos(𝜔6 𝑡) + sin(𝜔5 𝑡) + sin(𝜔6 𝑡)
𝜔5 𝜔6 𝜔5 𝜔6
O ângulo 𝛽, que representa a posição do fluxo resultante relativamente ao eixo real, pode
ser encontrado através da expressão:
𝑈5 𝑈 (3.8)
sin(𝜔5 𝑡) + 6 sin(𝜔6 𝑡)
𝜔5 𝜔6
𝛽 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑖𝑛
𝜓E
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A equação (3.7) pode ainda ser manipulada, sendo obtido:
6 6
6 𝑈5 𝑈6 𝜔5 6 𝜔5 𝑈6 (3.9)
𝜓E = 6 1+ 6 6 +2 cos 𝜔5 𝑡 + 𝜔6 𝑡
𝜔5 𝜔6 𝑈5 𝑈5 𝜔6
Pode-se agora definir 𝛼 como:
𝜔5 𝑈6 (3.10)
𝛼= .
𝜔6 𝑈5
O fluxo total resultante pode ainda ser expresso através de:
𝑈5 (3.11)
𝜓E = 1 + 𝛼 6 + 2𝛼 cos 𝜔5 𝑡 − 𝜔6 𝑡
𝜔5
O fluxo resultante roda a uma velocidade angular elétrica que também varia no tempo,
obtida através de:
𝑑𝛽 (3.12)
𝜔E =
𝑑𝑡
A velocidade angular do fluxo é dada por:
𝜔5 + 𝛼 6 𝜔6 + 𝛼 𝜔5 + 𝜔6 cos 𝜔5 𝑡 − 𝜔6 𝑡 (3.13)
𝜔E = 6
𝜔5
𝜓E
𝑈5
A inércia do rotor faz com que o fluxo resultante, a rodar a uma velocidade angular
variável cause a ação motor-gerador, aumentando o valor da corrente que circula nos
enrolamentos do motor.
A amplitude do fluxo resultante criado pela tensão total aplicada ao motor, bem como a
velocidade a que este fluxo gira, dependerá da amplitude e frequência angular das tensões
aplicadas ao motor.
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A Figura 8 mostra a variação da velocidade do fluxo resultante com a variação da
amplitude da tensão auxiliar 𝑈6 , sendo 𝑓5 = 50 Hz e 𝑓6 = 40 Hz. Ao aumentar a amplitude
da tensão auxiliar, a variação de velocidade é também maior, resultando em correntes e
binário maiores. As oscilações de velocidade do fluxo resultante têm uma frequência
depende apenas da diferença entre as frequências 𝑓5 e 𝑓6 e é independente da amplitude das
tensões.
1.12
U2=0.3*U1
Velocidade angular do fluxo(p.u)
1.1 U2=0.25*U1
U2=0.2*U1
1.08
U2=0.15*U1
1.06 U2=0
1.04
1.02
0.98
0.96
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09 0.1
Tempo (s)
Figura 8 - Frequência angular do fluxo resultante para vários níveis de tensão auxiliar [18].
f2=35 Hz
1.2
f2=40 Hz
Velocidade Angulr do Fluxo (p.u.)
1.15
f2=45 Hz
f2=50 Hz
1.1
1.05
0.95
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09 0.1
Tempo (segundos)
Figura 9 - Velocidade angular do fluxo resultante para vários níveis de frequência da tensão auxiliar.
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Portanto a velocidade angular do fluxo resultante é variável no tempo, sendo dada por
[20]:
𝜔5 (1 + 𝑚9 𝑚? ) 𝜔5 (1 − 𝑚9 𝑚? ) (3.14)
< 𝜔E <
1 + 𝑚? 1 − 𝑚?
onde:
𝑈2
• 𝑚? = Índice de modulação da tensão
𝑈1
𝜔` 9
• 𝑚9 = = ` Índice de modulação da frequência
𝜔^ 9^
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3.2. Modos de realização do ensaio
Dois Um alternador e
Inversor alternadores um inversor
Figura 10 - Esquema das possíveis alimentações do ensaio de dupla frequência [1, 19].
O estudo experimental realizado na presente dissertação teve como base para a produção
da tensão de alimentação do motor, duas fontes distintas, onde a tensão principal é obtida
através da rede, sendo regulada por um autotransformador, e a segunda é obtida com o
auxílio de um inversor de potência. Tal como ilustra a Figura 11, para este caso é necessário
um transformador trifásico que tem como papel principal isolar eletricamente as fontes e
permitir uma ligação em série, do ponto de vista do motor. A caracterização do
transformador de isolamento será feita numa fase mais avançada do trabalho.
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Transformador
Fonte principal Máquina em teste Fonte principal Fonte auxiliar Máquina em teste
Fonte auxiliar
Figura 11 - Configurações do ensaio com duas fontes de tensão [19].
Existem 4 casos do ensaio de dupla frequência. O primeiro caso refere-se ao ensaio com
duas fontes, englobando, portanto, o principal caso a ser estudado e os outros 3 são casos em
que a tensão de alimentação do motor foi obtida através de uma única fonte com o auxílio de
um inversor de potência. A diferença entre os 4 casos está no tipo de modulação, se é
modulada a frequência, a tensão ou os dois parâmetros em simultâneo.
x^ ex` 9^ e9`
Os principais parâmetros do ensaio são: 𝑚9 , 𝑚? 𝑒 𝜆= = .
x^ 9^
• Caso 1: duas fontes:
𝑢E (𝑡) = 𝑈5 sin 𝜔5 𝑡 + 𝑈6 sin 𝜔6 𝑡 (3.15)
Uma vez que 𝑈6 e 𝜔6 vão ser menores relativamente a 𝑈5 𝑒 𝜔5 , a equação 3.15 pode ser
escrita na forma:
• Caso 4: Modulação da frequência e da tensão
𝑢E (𝑡) = 𝑈5 𝛼(𝑡) sin(𝜃 𝑡 ) (3.21)
onde:
𝑑𝜃 𝑡 (3.22)
= 𝜔5 𝛼 𝑡 → 𝛼 𝑡 = 1 + 𝑚? cos 𝜆𝜔5 𝑡
𝑑𝑡
|
𝜃 𝑡 = 𝜔{ 1 + 𝑚9 cos 𝜆𝜔5 𝑡 𝑑𝑡
{
E, portanto:
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3.3. Modulação da tensão e frequência
Tal como exposto nas secções anteriores, o ensaio de dupla frequência tem como
parâmetros variáveis a amplitude da tensão e a frequência da fonte auxiliar, ou seja,
independentemente do caso escolhido para o ensaio de dupla frequência, os parâmetros a
serem escolhidos passam sempre pelo valor da modulação da tensão 𝑚? e o valor da
frequência 𝑓6 da onda auxiliar.
𝑓7 = 𝑓5 − 𝑓6 (3.24)
Se a frequência da fonte auxiliar se mantiver próxima da frequência da fonte principal, a
frequência de batimento será pequena o que causará mais vibrações mecânicas durante o
ensaio. Se a frequência da tensão auxiliar for muito pequena, o efeito da modulação é menos
sentido e consequentemente será necessária uma potência bem maior vinda da fonte auxiliar
para fazer com que a corrente absorvida pelo motor seja a nominal.
A escolha das amplitudes das tensões principal e auxiliar tem de ser tal que:
6 6 6
𝑈: = 𝑈5 + 𝑈6 (3.25)
Portanto, para realizar o teste fixa-se uma frequência escolhida, ajustando em seguida a
amplitude das tensões principal e auxiliar de forma a que a corrente absorvida pelo motor
seja a nominal. A frequência da fonte auxiliar 𝑓6 é tipicamente cerca de 80% a 120% da
frequência nominal e a amplitude da tensão auxiliar 𝑈6 ronda os 20% 30% da tensão
nominal, segundo a norma internacional IEC 60034-29.
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3.3.1. Binário eletromagnético
X’lr
Rs Xls
+
!" !′#
RFe Xm
R’r/s
!"
3𝑈RI 6 𝑅} F 1 (3.26)
𝑇G = 6
𝑅} F 6
𝑠 ΩE
𝑅RI + + (𝑋RI + 𝑋′TF )
𝑠
2𝜋𝑓E
onde ΩE = .
𝑝
Durante o teste, o rotor da máquina ao tentar seguir a variação da velocidade do campo
resultante criado pelas tensões aplicadas, fica limitado apenas pelas suas próprias perdas de
atrito e ventilação e também pela sua própria inércia uma vez que o veio não está acoplado
a nenhuma carga. O valor médio do binário eletromagnético não será zero, apesar de ser
muito próximo disso para compensar tais perdas. O rotor vai, alternadamente, acelerar e
desacelerar e o seu ponto de funcionamento vai oscilar na zona da curva do binário
assinalada na Figura 13.
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Figura 13 - Curvas do binário eletromagnético desenvolvido pelo motor em função da velocidade.
𝑇G ∝ 𝑈RI 6 ∝ 𝑈E 6 ↔ 𝑇G = 𝑘5 𝑈E 6 , (3.27)
onde 𝑘5 é uma constante.
Derivando o binário em ordem à tensão, obtém-se
𝑑𝑇G (3.28)
= 2𝑘5 𝑈E
𝑑𝑈E
Conclui-se que uma pequena variação Δ𝑈E na tensão de alimentação, se vai traduzir numa
variação Δ𝑇G do binário e que estas variações relacionam-se através de:
Δ𝑇G 𝑇G Δ𝑇G 2Δ𝑈E (3.29)
= 2𝑘5 𝑈E = 2 ⟹ = = 2 m?
Δ𝑈E 𝑈E 𝑇G 𝑈E
Página | 20
𝑇G (3.30)
m? =
2𝑈E
Por outro lado, na zona de funcionamento em que deslizamento é baixo e o binário varia
linearmente com o deslizamento:
∆𝑓 ΔΩE (3.33)
m9 = ⟹ = Δs
𝑓 ΩE
• Se 𝑓′6 > 𝑓5 (curva a amarelo) a fonte auxiliar fornece potência ativa ao sistema.
• Se 𝑓6 < 𝑓5 (curva a vermelho) a fonte auxiliar absorve potência ativa do sistema.
Página | 21
3.3.2. Perdas durante o ensaio de dupla frequência
As perdas por efeito de Joule no estator obtidas através do ensaio são semelhantes às que
seriam obtidas num ensaio à plena carga pois o valor eficaz da corrente do estator é a mesma.
Por outro lado, as perdas no ferro (𝑃<= )dependem da distribuição do campo magnético
no motor. As perdas no ferro podem ser separadas em: perdas por histerese (𝑃I ), perdas por
correntes de Foucault (𝑃GH ), e perdas adicionais (𝑃BH ), apresentadas em [22, 23].
Página | 22
P<= = PI + PGH + PBH (3. 35)
6 6
𝑈: = 𝑈5 + (𝑚? 𝑈5 )6 (3.37)
onde 𝑈: é a amplitude da tensão nominal do.
Por outro lado, as perdas mecânicas dependem apenas da velocidade do rotor do motor.
Como durante o ensaio a velocidade do rotor oscila em torno da velocidade média do motor
e esta é próxima da velocidade nominal, se as oscilações forem pequenas como acontece
durante o teste, a condição para que as perdas mecânicas sejam equivalentes é dada por [23]:
Ω = Ω: 1 − s: , (3.38)
onde Ω é a velocidade média do rotor, Ω: é a velocidade angular nominal do motor e s: o
deslizamento nominal do motor.
Página | 23
3.4. Transformador de isolamento
O transformador usado para o ensaio tem como principal objetivo permitir a ligação em
série da fonte auxiliar à fonte principal e tem ainda o benefício adicional de permitir o
isolamento elétrico do inversor do sistema. Como podemos observar pela Figura 15, tal como
o motor, o transformador também tem perdas que são maiores quanto maior for 𝑍CC . Uma
vez que a corrente que circula pelo ramo de magnetização é pequena, o fluxo de potência vai
ser no sentido da figura e, portanto, a queda de tensão introduzida pelo transformador deve
ser um fator a ter em conta.
Zcc
R1 Xl1 X’l2
R’l2
U2
Uinv
𝑍CC = 𝑅5 + 𝑅′T6 + 𝑗𝑋T5 + 𝑗𝑋′T6 = 𝑅CC + 𝑗𝑋CC (3.39)
Em transformadores de grande potência, 𝑋CC ≫ 𝑅CC , e, portanto, quanto maior 𝑍CC melhor
será a forma de onda saída do mesmo em termos de harmónicos, obtendo-se uma onda 𝑈6
mais sinusoidal. Assim sendo, embora um transformador com impedância 𝑍CC grande
signifique uma queda de tensão maior, e maiores perdas, esse fator pode ser vantajoso
devido aos efeitos filtrantes que um transformador com esta característica possui.
Página | 24
3.5. Análise do fluxo de potências
Neste ponto será feita uma análise do fluxo de potência ativa e energia reativa trocadas
entre os componentes durante o ensaio. A convenção utilizada para as medições durante o
trabalho está representada no diagrama da Figura 16.
Pinv, Qinv, f2
V1,f1
P2, Q2, f2
MI
V2,f2
Iin Is
Ps, Qs
P1, Q1, f1
Figura 16 – Diagrama de perdas do sistema em estudo.
Os quatro pontos principais do sistema são: fonte principal, saída do inversor, secundário
do transformador e entrada do motor.
Na secção 3.4.1 foi explicado que a fonte auxiliar tanto pode fornecer como absorver
potência ativa do sistema, dependendo da frequência 𝑓6 ser maior ou menor que 𝑓5 .
Como a tensão auxiliar provém de um inversor e como o motor tem correntes e tensões
não sinusoidais, a potência aparente (S) fornecida ao motor não dependerá apenas da
potência ativa(P) e reativa (Q), verificando-se que 𝑆 6 ≥ 𝑃6 + 𝑄6 . A potência aparente será
dada por:
𝑆= 𝑃6 + 𝑄6 + 𝐷6 (4.1)
Página | 25
Portanto as potências ativa e reativa podem ser calculadas através das equações:
’
(4.2)
𝑃= 𝑈‘ 𝐼‘ cos 𝜑‘
‘“5
’
𝑄= ‘“5 𝑈‘ 𝐼‘ sin 𝜑‘ , (4.3)
Por outro lado, a potência ativa de entrada do motor representa as perdas por efeito de
Joule totais do motor podendo também ser representada através da equação que se segue:
6
𝑃 = 3𝑅E 𝐼E 6 + 3𝑅′F 𝐼′F + 𝑃<= , (4.4)
onde 𝐼E é a corrente que percorre os enrolamentos estatóricos, que possuem uma resistência
𝑅E , e 𝐼′F a corrente que circula nos enrolamentos do rotor, que possuem uma resistência
𝑅′F quando referida ao estator. 𝑃<= representa as perdas no ferro do motor.
À luz de (4.2), e uma vez que a tensão aos terminais do motor apenas terá componentes
às frequências 𝑓5 e 𝑓6 , as perdas do motor podem ser vistas, então, como a contribuição das
potências resultantes da influência de cada uma das frequências separadamente, pelo que o
valor da potência ativa pode ser dado através de:
𝑃 = 𝑃9^ + 𝑃9` = 3𝑈9^ 𝐼9^ cos 𝜑9^ + 3𝑈9` 𝐼9` cos 𝜑9` . (4.5)
De forma análoga, a potência reativa pode ser dada através de:
𝑄 = 𝑄9^ + 𝑄9` = 3𝑈9^ 𝐼9^ sin 𝜑9^ + 3𝑈9` 𝐼9` sin 𝜑9` , (4.6)
onde 𝐼9^ e 𝐼9` representam os valores eficazes das correntes absorvidas pelo motor às
frequências principal e auxiliar, respetivamente. Já 𝑈9^ e 𝑈9` representam os valores eficazes
das tensões aos terminais do motor à frequência principal e auxiliar, respetivamente.
Página | 26
4. Simulação computacional
Para simular o sistema em estudo, foi construído um modelo de simulação computacional
em ambiente MATLAB/Simulink com o objetivo de estudar o comportamento do sistema que
posteriormente foi testado experimentalmente.
O modelo implementado teve por base a configuração do primeiro caso do ensaio de dupla
frequência, ou seja, foram usadas duas fontes separadas, onde a principal é um
autotransformador ligado à rede, enquanto que para gerar a tensão auxiliar foi usado um
conjunto retificador-inversor trifásico (Figura 17).
Com esta configuração, a tensão principal é puramente sinusoidal, enquanto que a auxiliar
não o é, pois foi obtida através de um inversor de potência.
g
C
g
C
Tm [Te]
R
A1+ A2+
[w]
m [is_b]
S
+
B1+ B2+ B
CDC Rbus [g2] [g4] [g6]
[ir_b]
iinv_c B1 B2
i2_c is_c C [vs_q]
T
C1+ C2+
g
C
g
C
g
C
C1 C2
Rede Rfe Rfe Rfe
E
U1A
i1_a
[g1]
f2 f2
[g2]
U1B
i1_b
[g3]
Discrete, -C-
Ts = 1e-05 s. u2 Pulsos
i1_c
[g4]
U1C
powergui
[g5]
[Udc] Udc [g6] U1
CONTROLO
Figura 17 - Modelo de simulação para o estudo do ensaio de dupla frequência.
Página | 27
O modelo do transformador isolador usado foi da Toolbox Simscape Power Systems do
Simulink, ajustando apenas os parâmetros para que correspondessem aos parâmetros do
transformador que foi utilizado no ensaio de dupla frequência experimental, que se
encontram no anexo A.2.
O motor de indução trifásico usado no modelo de simulação teve como base o modelo do
Simulink com algumas adaptações. Uma das adaptações deveu-se ao facto do modelo do
motor de indução do Simulink não ter em conta as perdas no ferro. Uma vez que o ensaio a
ser realizado centra-se nas perdas totais do motor, estas perdas não podiam deixar de ser
tidas em consideração, optou-se pela ligação, em paralelo com o motor, de um conjunto de
três resistências ligadas em estrela. O conjunto modelo do motor mais resistências foi então
ajustado separadamente de modo a que a tensão aos terminais do modelo bem como a
corrente absorvida pelo mesmo fossem iguais às do motor usado nos ensaios experimentais,
quando a funcionar às condições nominais. Para o efeito ensaiou-se o motor existente no
laboratório, calcularam-se as perdas no ferro e depois ajustou-se o valor da resistência 𝑅<=
da simulação até que a potência de perdas aí dissipada correspondesse às perdas no ferro
do motor. Com este propósito, obteve-se um valor de 1500 W para esta resistência. A inclusão
de 𝑅<= permitiu ainda obter um ponto neutro que permitiu visualizar as tensões simples do
motor.
Do lado do sistema que permite gerar a tensão auxiliar, a inclusão da resistência 𝑅7DE foi
imprescindível para a simulação (e para os ensaios experimentais) uma vez que como
explicado anteriormente, o fluxo de potência da fonte auxiliar tanto pode ser no sentido de
fornecer potência ativa como de a absorver. Uma vez que os ensaios realizados foram para
frequências auxiliares menores que 50 Hz, 𝑅7DE permitiu manter a tensão do barramento DC
estável mesmo com as oscilações de velocidade do motor. Foi usado um condensador 𝐶2C de
valor 4700 µF, o mesmo valor utilizado no ensaio experimental.
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4.2. Resultados obtidos
?
1440*(2*pi)/60
Velocidade angular
is_a i's_a w [Te]
R [w]
A
B
S i's_c [ir_b]
is_c C [vs_q]
T
+
Rede
Discrete,
Ts = 0.0001 s.
powergui
Figura 18 – Ensaio do motor à carga nominal.
𝑰𝒔 (A) 𝑰′𝒓 (A) 𝑷𝒕𝒐𝒕𝒂𝒊𝒔 (W) 𝑷𝒄𝒖𝒔 (W) 𝑷𝒄𝒖𝒓 (W) 𝑷𝑭𝑬 (W) 𝑸𝒔 (VAr)
Ensaio à carga 6.15 4.918 426.6 196.7 124.2 105.8 2737.8
nominal
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4.2.2. Ensaio de dupla frequência
Foram realizadas simulações para diferentes frequências auxiliares. Ao escolher uma
frequência, ajustou-se o índice de modulação da tensão até que os valores de tensão e
corrente fossem os nominais. A seguir, são apresentados os resultados para 𝑓6 =45 Hz e
𝑚? =0.69. Foi escolhida essa frequência para analisar o comportamento do sistema por ser o
ensaio que na prática apresentou melhores resultados.
Figura 19 – Ensaio de dupla frequência para 𝑓6 =45 Hz, 𝑚? =0.69: (a) corrente e tensão do estator; (b) respetivos espetros.
A corrente que percorre a fonte de tensão principal, os enrolamentos do secundário do
transformador e a corrente absorvida pelo motor (𝑖5 , 𝑖6 , 𝑖E , respetivamente) é a mesma. De
facto, a fonte principal e o enrolamento do secundário do transformador estão ligados em
série com o motor. Os valores eficazes da corrente e da tensão no estator do motor
correspondem então aos valores nominais do motor, 6.15 A e 230 V, respetivamente, e têm
como frequência de batimento 5 Hz, expectável, pois é a diferença entre as frequências da
fonte principal e auxiliar. Além das componentes espectrais às frequências 𝑓5 e 𝑓6 , o espectro
de frequência da corrente apresenta ainda harmónicos noutras frequências como 55 Hz e 40
Página | 30
Hz. 𝑢E tem duas componentes espectrais distintas fazendo com que haja uma modulação em
amplitude.
Na Figura 20 está representada a corrente do inversor 𝑖J:? e a tensão 𝑢J:? . A tensão 𝑢J:?
é simples, medida entre uma fase de saída da ponte do inversor relativamente ao ponto
neutro do transformador, que simultaneamente é a tensão simples aplicada ao primário do
transformador de isolamento. A corrente absorvida pelo inversor é afetada pela corrente de
magnetização do transformador que por ser pequena faz com que a corrente absorvida pelo
inversor seja praticamente igual à corrente que percorre o sistema, afetada pela razão
transformação do transformador, 3.
Figura 20 - Ensaio de dupla frequência para 𝑓6 =45 Hz, 𝑚? =0.69: (a) corrente e tensão do inversor; (b) respetivos
espetros.
As tensões simples dos restantes componentes do sistema estão representadas na Figura
21. A tensão 𝑢5 é a tensão da fonte principal e 𝑢6 a queda de tensão do lado secundário do
transformador. Por fim, a tensão do barramento DC, 𝑢23 ,está representada na Figura 22.
Página | 31
Figura 21 - Ensaio de dupla frequência para 𝑓6 =45 Hz, 𝑚? =0.69: (a) tensão da fonte principal e da fonte auxiliar
(secundário do transformador); (b) respetivos espetros de frequência.
Figura 22 - Ensaio de dupla frequência para 𝑓6 =45 Hz, 𝑚? =0.69: tensão do barramento DC.
A tensão 𝑢6 possui uma pequena oscilação em amplitude que se deve ao facto de a tensão
auxiliar não ser puramente sinusoidal. Aliás, a tensão auxiliar 𝑢6 apresenta uma forma
ligeiramente mais próxima a um sinal sinusoidal comparativamente à tensão originada pelo
inversor. Isto deve-se aos efeitos filtrantes do transformador que acabam por eliminar
alguns harmónicos da tensão aplicada ao primário.
Página | 32
Através da simulação foi possível observar a corrente do rotor, 𝑖′F , do motor referida aos
enrolamentos estatóricos e o respetivo espetro de frequência como se pode observar na
Figura 23. Esta corrente apresenta uma forma de onda muito dependente dos parâmetros
de cada ensaio. Isto deve-se ao facto da corrente absorvida pelo motor possuir harmónicos
além dos correspondentes às frequências 𝑓5 e 𝑓6 , fazendo com que o rotor tenha um período
que varia de ensaio para ensaio. Apesar disso, para os vários ensaios realizados, o valor eficaz
medido foi de 5.5 A, independentemente da forma de onda obtida.
Figura 23 - Ensaio de dupla frequência para 𝑓6 =45 Hz, 𝑚? =0.69: corrente do rotor, afetada da razão transformação de
tensão do motor.
Página | 33
Figura 24 - Ensaio de dupla frequência para 𝑓6 =45 Hz, 𝑚? =0.69: (a) binário eletromagnético; (b) velocidade do rotor do
motor; (c) Potência instantânea absorvida pelo motor; (d) Potência instantânea fornecida pelo inversor.
Para o ensaio de dupla frequência com 𝑓6 = 45 Hz foram obtidas perdas totais de 445.9 W.
Foram realizadas simulações para outras frequências e os resultados das perdas no cobre do
estator e do rotor, no ferro e totais encontram-se na Tabela 2:
𝑰𝒔 (A) 𝑰′𝒓 (A) 𝑷𝒕𝒐𝒕𝒂𝒊𝒔 (W) 𝑷𝒄𝒖𝒔 (W) 𝑷𝒄𝒖𝒓 (W) 𝑷𝑭𝑬 (W)
Ensaio de dupla 6.15 5.375 445.9 194 145.4 106.5
frequência
(50/45)
Ensaio de dupla 6.152 5.358 445.9 194.2 144.4 107.2
frequência
(50/42.5)
Ensaio de dupla 6.15 5.292 443 194 140.9 108.1
frequência
(50/40)
Ensaio de dupla 6.15 5.271 442.3 194 139.8 108.6
frequência
(50/35)
Comparando os resultados do ensaio à carga nominal e de dupla frequência, foi possível
concluir que as perdas encontradas através do ensaio de dupla frequência são maiores do
que as encontradas no ensaio à carga nominal. Isso deve-se principalmente ao facto da
corrente que circula no rotor ser bem maior, originando perdas no cobre maiores quando
comparadas com as obtidas no ensaio com carga nominal acoplada.
Página | 34
A corrente total absorvida pelo motor, além das componentes espetrais devido às fontes
de tensão principal e auxiliar, que dão origem às correntes à frequência 𝑓5 e à frequência 𝑓6 ,
vai também, conter outros harmónicos devido às oscilações de velocidade, como será visto
posteriormente.
𝒇𝟏 =50 Hz 𝒇𝟐 =45 Hz
Valor eficaz(V) Fase inicial (°) Valor eficaz(V) Fase inicial (°)
𝒊𝟏 /𝒊𝟐 /𝒊𝟐 4.21 255.30 4.42 258.00
𝒊𝒊𝒏𝒗 2.43 255.30 2.54 260.88
𝒗𝟏 205.00 309.27 0.00 --
𝒗𝟐 6.36 97.59 88.72 47.75
𝒗𝒊𝒏𝒗 0.71 247.50 145.90 44.13
A tensão da fonte principal tem harmónicos apenas à frequência de 50 Hz, uma vez que a
fonte de alimentação da simulação é ideal. Na prática, tratando-se da rede, a situação não é
ideal e o aparecimento de uma pequena tensão seria o expectável. Já a tensão gerada pelo
inversor de potência, ao contrário do ideal, além da tensão aos 45 Hz programados, contém
uma tensão residual aos 50 Hz. Esta tensão, que apesar de pequena contribui para a potência
gerada pelo inversor, pode ser consequência de vários fatores como os erros introduzidos
pelo modulador.
𝑃 = 𝑃9^ + 𝑃9` = 3𝑈§{ 𝐼§{ cos 𝜑§{ +3𝑈¨§ 𝐼¨§ cos 𝜑¨§ (4.1)
𝑄 = 𝑄9^ + 𝑄9` = 3𝑈§{ 𝐼§{ sin 𝜑§{ +3𝑈¨§ 𝐼¨§ sin 𝜑¨§ (4.2)
Página | 35
Através das equações, chegamos à tabela seguinte, que compila o fluxo de potências pelo
sistema:
Tabela 4. Potências fornecidas/absorvidas por cada elemento do sistema quando 𝑓6 =45 Hz.
𝒇𝟏 =50 Hz 𝒇𝟐 =45 Hz
𝑃9^ (W) 𝑄9^ (VAr) 𝑆9^ (VA) 𝑃9` (W) 𝑄9` (VAr) 𝑆9` (VA)
Fonte principal 1522.95 2093.85 2589.00 0.00 0.00 0.00
Saída do 5.10 -0.69 5.61 -890.70 665.10 1111.74
inversor
Secundário do 74.43 30.48 80.43 1016.10 -592.65 1176.00
transformador
Entrada do MI 1452.30 2067.00 2530.20 -1016.01 592.50 1176.00
Os esquemas das Figura 25 e Figura 26, respetivamente, resumem as conclusões retiradas
do balanço de potência tanto para a energia ativa como reativa. As trocas de potência
efetuadas no sistema mostram que apesar de absorver energia ativa, o inversor fornece
energia reativa que, posteriormente, é absorvida pelo motor.
A potência ativa fornecida pela fonte principal foi de 1522.95 W enquanto que a potência
de perdas (𝑃9^ + 𝑃9` )corresponde a 436.29 W. Uma parte da potência ativa fornecida pela
fonte principal é devolvida pelo motor à 45 Hz, fazendo com que a potência ativa fornecida
pela fonte principal seja maior que a potência de perdas do motor.
Ps_50
P1_50 MI
Fonte
principal P2_50
P2_45
Ps_45
Fonte auxiliar
Figura 25 - Fluxo de potência ativa durante o ensaio de dupla frequência.
A potência ativa absorvida pelo motor, que constitui as perdas nominais totais do mesmo,
são fruto do balanço entre o que a fonte principal fornece e o inversor consome. A potência
reativa que o motor necessita é muito grande e é fruto da soma da potência reativa da fonte
principal e da fonte auxiliar. Quanto maior for a oscilação de velocidade a que se submete o
Página | 36
motor durante o ensaio maior será também a energia reativa que o mesmo precisará
absorver, aumentando a potência aparente total necessária para o ensaio.
Qs_50
Fonte Q1_50 MI
principal
Qs_45
Q2_45 Q2_50
Fonte auxiliar
Figura 25 - Fluxo de potência reativa durante o ensaio de dupla frequência.
Tabela 5. Potências fornecidas/absorvidas por cada elemento do sistema quando 𝑓6 =40 Hz.
𝒇𝟏 =50 Hz 𝒇𝟐 =40 Hz
𝑃9^ (W) 𝑄9^ (VAr) 𝑆9^ (VA) 𝑃9` (W) 𝑄9` (VAr) 𝑆9` (VA)
Fonte principal 848.70 2188.05 2346.87 0.00 0.00 0.00
Saída do inversor 2.88 -0.39 2.92 -738.27 490.89 549.51
Secundário do 167.58 20.22 59.40 1102.23 -445.71 577.62
transformador
Entrada do MI 2379.87 2167.83 2308.41 -1102.23 445.20 580.02
A diminuição da frequência auxiliar teve um grande impacto na potência ativa absorvida
pelo motor, e a potência aparente que as fontes auxiliares necessitam de fornecer/absorver
é bem menor. A potência ativa fornecida pela fonte principal passou de 1522.95 W para
848.70 W. Embora as potências absorvidas/fornecidas pelas fontes principal e auxiliar
tenham diminuído, a energia reativa que a fonte principal tem de fornecer ao sistema
aumenta compensando o facto de a potência da fonte auxiliar absorver mais potência reativa.
Página | 37
A escolha da frequência auxiliar é determinante para a realização do ensaio e os
resultados de simulação foram mais satisfatórios para uma frequência de 40 Hz, pois este
caso não obriga as fontes a despenderem muita energia quando comparada com a do ensaio
realizado com 45 Hz.
Tabela 6. Potências totais do motor (potência ativa de perdas) para os 3 casos analisados.
Página | 38
4.2.3. Compensação da energia reativa
O motor durante o ensaio consome apenas as perdas totais que consumiria caso estivesse
à carga nominal. Apesar de durante o ensaio de dupla frequência o motor consumir apenas
tais perdas, a potência aparente durante o ensaio é muito grande e equipara-se à potência
aparente com o motor à plena carga. De facto, na secção 4.2.2 pudemos ver que no caso de
𝑓6 =45 Hz, o motor consome 2737.80 VAr à plena carga enquanto que durante o ensaio de
dupla frequência, que é um ensaio realizado sem carga, o valor é a soma de 2067 VAr e 592.5
VAr, ou seja, 2659.5 VAr. Mesmo mudando para uma frequência menor, a potência ativa
diminuiu significativamente, mas o mesmo não aconteceu à potência reativa que passou a
ser 2613 VAr. Portanto, através da análise do fluxo de potências foi possível observar que a
energia reativa necessária no ensaio de dupla frequência para magnetizar o motor faz com
que a potência aparente necessária para o ensaio seja grande.
𝑄5 (4.3)
𝐼5 = 3
𝑈5
𝑈5 (4.4)
𝑋C =
𝐼5
Página | 39
Com o valor da energia reativa que se encontra na Tabela 4 e pelo valor eficaz da tensão
da fonte principal que se encontra na Tabela 1, chega-se ao valor pretendido:
697.95
𝐼5 = = 3.4 A
205
205
𝑋C = = 60.2 Ω
3.4
1 1
𝐶 = = = 53 𝜇F
2𝜋×𝑓5 ×𝑋C 2𝜋×50×60.2
I1_a
I1_b
I1_c
Fonte principal
Ic_a Ic_b Ic_c
+
Condensadores
Figura 26 - Esquema com os condensadores em paralelo com a fonte principal.
Página | 40
As formas de onda da corrente fornecida pela fonte principal 𝑖5 , absorvida pelo inversor
𝑖J:? , a que percorre os condensadores 𝑖C , antes e depois da introdução dos condensadores e
que é absorvida pelo motor 𝑖E , estão representadas na Figura 27.
Figura 27 – Ensaio para 𝑓6 =45 Hz, 𝑚? = 0.69: (a) correntes sem os condensadores; (b) correntes com os condensadores.
Página | 41
A principal diferença centra-se no facto do valor eficaz da corrente da fonte principal e da
corrente absorvida pelo motor já não ser a mesma: o valor eficaz da corrente fornecida pela
fonte principal passou de 6.15 A para 5.154 A. O valor diminuiu porque a componente reativa
da corrente desta fonte é agora suprida pelos condensadores e não pela fonte de tensão.
729.35
𝐼5 = = 3.25 𝐴
224.15
224.15
𝑋C = = 68.96 Ω
3.25
1 1
𝐶 = = = 46.2 𝜇F
2𝜋×𝑓5 ×𝑋C 2𝜋×50×68.96
Figura 28 - Ensaio para 𝑓6 =40 Hz, 𝑚? = 0.223: (a) corrente sem os condensadores; (b) corrente com os condensadores.
De forma semelhante ao caso anterior, houve uma diminuição do valor eficaz da corrente
da fonte principal: o valor passou de 6.15 A para 5. 210 A.
Página | 42
4.2.4. Influência da inércia
Outro aspeto importante objeto de análise foi a influência da inércia do rotor do motor
durante o teste, uma vez que motores com uma dada potência podem ter rotores com
inércias distintas, e avaliar as alterações que podemos ter no teste com o facto de incluir um
volante de inércia acoplado ao motor. Portanto, antes de passar à fase experimental, foi
importante analisar se o ensaio poderia ser realizado independentemente do valor da inércia
do motor e que influência prática esta teria nos índices de modulação de tensão e frequência
do ensaio de dupla frequência.
A seguir são apresentados os resultados obtidos para três valores distintos do momento
de inércia do rotor do motor. No primeiro caso (Figura 29) a inércia é pequena, semelhante
à inércia do rotor usado nos ensaios experimentais.
Figura 29 - Resultados para J=0.0120 kg. 𝑚6 , 𝑚? =0.794, 𝑓6 =45 Hz.
Página | 43
Ao aumentar valor da inércia do motor (Figura 30), o índice de modulação da tensão do
ensaio diminuiu. A oscilação da velocidade diminuiu, apresentando uma forma mais
sinusoidal.
Figura 30 - Resultados para J=0.5 kg. 𝑚6 , 𝑚? =0.6145, 𝑓6 =45 Hz.
Ao continuar a alterar a inércia do motor para valores cada vez maiores, o índice de
modulação da tensão deixa de diminuir e volta a aumentar, com binário a oscilar tal como
mostra a Figura 31.
6
Figura 31 - Resultados para J=2 kg. 𝑚 , 𝑚? =0.69, 𝑓6 =45 Hz.
Página | 44
Fazendo a mesma análise para 𝑓6 =40 Hz, o comportamento do motor foi semelhante. Os
resultados para uma inércia muito pequena e grande apresentam-se a seguir:
6
Figura 32 - Resultados para J=0.0120 kg. 𝑚 , 𝑚? =0.41, 𝑓6 =40 Hz.
6
Figura 33 - Resultados para J=2 kg. 𝑚 , 𝑚? =0.386, 𝑓6 =40 Hz.
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Apesar das diferentes formas como o rotor responde às oscilações de velocidade, as
perdas obtidas durante os ensaios de dupla frequência foram semelhantes, como se pode
observar através da tabela que se segue.
Tabela 7. Perdas no motor para diferentes valores de inércia.
J (kg.𝐦𝟐 ) 𝒎𝒗 𝑷𝒔 (W)
Ensaio em carga 0.120 - 426.6
2 0.692 443.8
0.5 0.6145 442.7
Ensaio de dupla
frequência 0.120 0.687 445.9
(50 Hz/45Hz)
0.0120 0.794 444.1
2 0.386 444.2
0.5 0.371 441.6
Ensaio de dupla
frequência 0.120 0.223 443.1
(50 Hz/40 Hz)
0.0120 0.41 442.6
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5. Resultados experimentais
Para que pudesse posteriormente servir de referência, o primeiro ensaio realizado foi o
ensaio do motor em carga.
Figura 34 – Montagem experimental do ensaio à carga nominal.
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Elevação da temperatura
Durante o ensaio foram adquiridos dados relativos à temperatura nos enrolamentos do
estator e a temperatura ambiente de 2 em 2 minutos, até que o motor atingisse o equilíbrio
térmico – situação em que a variação da temperatura foi igual ou inferior a 1°C num intervalo
de tempo de 30 minutos. A curva da elevação de temperatura do motor em ensaio está
representada na Figura 35.
Figura 35 - Curva da elevação de temperatura do motor de indução à carga nominal.
Para cada amostra, foi calculada a elevação da temperatura através da diferença entre a
temperatura máxima medida pelo sensor e a temperatura ambiente medida no mesmo
instante.
Depois de efetuar o ensaio à plena carga, o motor foi desacoplado e foi realizada a
montagem laboratorial para a realização dos ensaios de dupla frequência.
S
6
Circuito de
isolamento
Auto-transformador 2 Plataforma dsSPACE 1103
6
VDC
Rede +
vbc
Cbus Rbus
vca
- ia
ib
Medição e
acondicionamento
Auto-transformador 1
Rede
Motor
Medição
e
acondicio
-namento
de sinais
Transformador isolador
WSN
Para obter a tensão da fonte auxiliar foi usado um inversor trifásico (ponte inversora de
2 níveis) constituído por 6 IGBTs com os respetivos díodos em anti-paralelo. A tensão
contínua à entrada do inversor foi obtida através de um retificador constituído por uma
ponte trifásica de díodos. Em paralelo com o barramento DC do inversor foi ligado um banco
de condensadores 𝐶7DE de valor 4700 𝜇F com o intuito de limitar a tensão do barramento DC.
A resistência 𝑅7DE tem como função dissipar a energia proveniente do inversor durante as
acelerações e desacelerações do motor que ocorrem durante o ensaio. Os parâmetros do
inversor trifásico encontram-se no anexo A.3.
O ensaio foi realizado ligando primeiro a fonte de tensão principal, ligando a tensão
auxiliar em seguida, e aumentando de forma gradual estas tensões até que o valor da
corrente eficaz de alimentação do motor, bem como a tensão, fossem os nominais. Foram
realizados ensaios para diferentes frequências de forma a analisar o impacto deste
parâmetro nos resultados obtidos.
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Figura 37 – Ensaio de dupla frequência para 𝑓6 = 45 Hz e 𝑚? = 0.7: (a) Corrente absorvida pelo motor; (b)Tensão aos
terminais do motor.
A corrente e a tensão à saída do inversor estão representadas na Figura 38. A corrente
absorvida pelo inversor seria a mesma que a consumida pelo motor a testar não fosse o facto
de percorrer antes o transformador isolador, estando deste modo afetada pela razão de
transformação do transformador.
Figura 38 - Ensaio de dupla frequência para 𝑓6 = 45 Hz e 𝑚? = 0.7: (a) Corrente absorvida pelo inversor; (b) Tensão aos
terminais do inversor.
Os ensaios foram realizados com frequências auxiliares menores que a principal, e por
isso, a fonte auxiliar durante os ensaios absorveu potência ativa, resultando em potências
médias negativas. Já a potência média absorvida pelo motor é próxima do valor das perdas
do motor à carga nominal.
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A Figura 39 mostra as formas de onda da potência consumida pelo motor e da potência
do inversor obtidas durante o ensaio. Sobrepostas a tais ondas encontram-se as mesmas
potências filtradas. As potências médias absorvidas pelo motor e pelo inversor têm os
valores de 417.8 W e -529 W, respetivamente.
Figura 39 - Ensaio de dupla frequência para 𝑓6 = 45 Hz e 𝑚? = 0.7: (a) Potência instantânea absorvida pelo inversor, (b)
Potência instantânea absorvida pelo motor.
Foram realizados ensaios para outras frequências inferiores a 45 Hz. Quanto menor era a
frequência da fonte auxiliar menor era o índice de modulação da tensão necessário ao ensaio,
ou seja, quanto menor a frequência auxiliar menor é a potência que tem de ser absorvida
pelo inversor. As Figuras 40 e 41 mostram os resultados para o ensaio efetuado com
frequências auxiliares de 35 Hz e 40 Hz, respetivamente. Para estes casos a potência média
do inversor foi de -222 W e -318 W, respetivamente.
Para os 35 Hz, a oscilação da tensão do inversor é bem menos notável que no caso anterior
e a tensão auxiliar necessária foi apenas de 20% da tensão principal.
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Figura 40 - Resultados para 𝑓6 = 35 Hz e 𝑚? = 0.2: (a) Corrente absorvida pelo motor, (b) Tensão aos terminais do
motor, (c) Corrente absorvida pelo inversor, (d) Tensão aos terminais do inversor.
Figura 41. Resultados para 𝑓6 = 40 𝐻𝑧 e 𝑚? = 0.329: (a) Corrente absorvida pelo motor, (b) Tensão aos terminais do
motor, (c) Corrente absorvida pelo inversor, (d) Tensão aos terminais do inversor.
Tabela 8. Alguns valores obtidos para os ensaios realizados a diferentes frequências auxiliares.
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O ensaio aplicado ao motor de indução usado nos ensaios experimentais, apresenta uma
função característica como a representada na Figura 38:
Figura 42 - Relação entre mµ e 𝑓6 no ensaio de dupla frequência.
A norma cita que o ensaio de dupla frequência deve ser realizado com um índice de
modulação de tensão e frequência que varie entre 20%-30% e 80%-120%, respetivamente.
Portanto, para o motor usado nos ensaios experimentais foi possível estar próximo destas
gamas quando o ensaio foi realizado com índice de modulação de 32.9 % e índice de
frequência de 80 %.
• Potência requerida para o ensaio: como mostra a curva da Figura 42 quanto menor
for a frequência de batimento, ou seja, maior 𝑓6 , maior é a potência absorvida pelo
inversor. Isto implica custos maiores tratando-se de motores de grande potência.
• Ruído durante o teste: o facto de estarem duas frequências envolvidas durante o teste
faz com que o mesmo emita muito ruído, ruído este que é tanto maior quanto menor
for a frequência de batimento da tensão aplicada ao motor.
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Elevação da temperatura
As elevações de temperatura obtidas durante os ensaios realizados encontram-se na
Figura 43. A Tabela 9 apresenta mais informações relativamente aos ensaios.
Figura 43 - Curvas de elevação de temperatura nos diferentes ensaios realizados.
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Através dos resultados é possível notar a proximidade entre o valor real da elevação da
temperatura e o obtido durante o ensaio. Para diferentes frequências o erro foi mais
acentuado para o caso em que a frequência auxiliar era de 40 Hz.
O resultado mais satisfatório e que melhor se aproximou do ensaio em carga foi o ensaio
realizado com 𝑓6 = 45 Hz, como podemos observar no gráfico representado na Figura 40, que
mostra o desvio da elevação das temperaturas obtidas através dos ensaios de dupla
frequência em relação à elevação de referência (a azul) que foi obtida através do ensaio em
carga.
Figura 44 - Gráfico do desvio da elevação de temperatura obtida durante os ensaios de dupla frequência.
A diferença da elevação de temperatura do ensaio de dupla frequência com maior erro,
em relação ao ensaio em carga, não chega aos 3 graus.
O facto de a temperatura ser maior que a situação de carga nominal também foi observado
nos resultados de simulação. Isto deve-se ao facto de a corrente no rotor do motor ser maior
do que o caso convencional, fazendo com que as perdas nos seus enrolamentos sejam
maiores. O efeito pelicular nas barras do rotor, também contribui para que as perdas sejam
maiores. Por estas razões, a elevação de temperatura dos enrolamentos do estator é afetada,
sendo normalmente alguns graus mais elevada da que ocorre durante o funcionamento do
motor à carga nominal [7].
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6. Conclusão
Ao longo desta dissertação, o princípio de funcionamento do ensaio de dupla frequência
foi estudado e as principais características foram apresentadas, explorando alguns pontos
críticos que influenciam a utilização deste ensaio na determinação da elevação da
temperatura de motores de indução.
Com o objetivo de diminuir a corrente fornecida pela fonte principal, ou seja, diminuir a
potência aparente da mesma, foram realizadas simulações com condensadores em paralelo
com a fonte principal. Os resultados obtidos com o uso de condensadores levaram a uma
diminuição da corrente que a fonte principal fornece ao sistema, mas tal diminuição não foi
muito significativa, o que leva a crer que para o caso de motores de grande potência, o custo
adicional do uso dos condensadores pode não compensar tal diminuição.
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Independentemente do valor momento de inércia do motor é possível realizar o ensaio,
não sendo imprescindível o uso do volante de inércia. Realizar o ensaio para o motor do
laboratório constitui uma boa aproximação ao que seria obtido caso o motor fosse de maior
potência e inércia. Verificou-se também que para uma dada frequência auxiliar, existe um
índice de modulação mínimo. Portanto, é possível ajustar a inércia do motor de modo a que
o ensaio despenda a energia mínima possível das fontes de tensão.
A vibração durante o ensaio é um fator preocupante durante o ensaio e que deve ser
controlado de forma a manter a integridade dos equipamentos e para que não influencie
substancialmente o ensaio.
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limitações técnicas sejam cada vez menos evidentes, fazendo com que este tipo de ensaio
seja cada vez mais utilizado no mercado.
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Referências
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eler avlastningsmaskin”, s.k. skakprov, Teknisktidskrift, 1921, S42-44.
[6] IEC. “Rotating electrical machines –Part 1: Ratings and performance.” IEC 60034-1.
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[10] N. Christofides and B. Adkins, "Determination of load losses and torques in squirrel-
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Proceedings of the Institution of, in Electrical Engineers, vol. 114, no. 8, pp. 1160-
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[13] S. D. Garvey, I. Colak and M. T. Wright, "`Variable inertia test' for full load
temperature rise testing of induction machines," in IEE Proceedings - Electric
Power Applications, vol. 142, no. 3, pp. 222-224, May 1995.
[14] D. H. Plevin, C. N. Glew and J. H. Dymond, "Equivalent load test for induction
machines-the forward short circuit test," IEEE Transactions on Energy Conversion,
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[17] J. Soltani, B. Szabados, and Gerry Hoolboom, “A New Synthetic Loading for Large
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Power System,” IEEE Transactions
on Energy Conversion, vol. 17, no. 3, pp. 1-7, September 2002.
[19] I. Çolak; G.Bal; Ç. Elmas, “Review of the Testing Methods for Full-Load Temperature
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[22] I. Boldea, L. Tutelea, N. Muntean, "A new approach to inverter-fed mixed frequency
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Frequency Indirect Temperature Rise Tests," International Conference on
Renewable Energies and Power Quality (ICREPQ'09), pp. 15-17, April 2009.
[26] IEC 60034-2-1, Rotating electrical machines – Part 2-1: Standard methods for
determining losses and efficiency from tests, International Electrotechnical
Commission, Geneva, 2007.
Página | 62
Parâmetro Valor
Potência nominal 3 kW
Tensão nominal 400 V
Velocidade nominal 1440 rpm
Binário nominal 20 N.m
Corrente nominal 6.15 A
Fator de potência nominal 0.8
Frequência nominal 50 Hz
Indutância de fugas dos enrolamentos do 13 mH
estator
Indutância de fugas dos enrolamentos do 13 mH
rotor, referida ao estator
Indutância de magnetização 215 mH
Momento de inércia do rotor 0.0120 Kg.m6
Resistência dos enrolamentos do estator 1.71 Ω
Resistência dos enrolamentos do rotor 1.677 Ω
referida ao estator
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A.2. Transformador de isolamento
Parâmetro Valor
Potência nominal 6 kVA
Tensões nominais 220/127 V
Corrente nominal dos enrolamentos do
primário/ secundário 9.05/15.75 A
Número de espiras do enrolamento do 220
primário
Número de espiras do enrolamento do 127
secundário
Razão de transformação do transformador 3
Valor da resistência do primário 1.134 Ω
Valor da resistência do secundário referida ao 1.135 Ω
primário
Indutância de fugas do enrolamento do 1.33 mH
primário
Indutância de fugas do enrolamento do 1.33 mH
secundário referida ao primário
Indutância de magnetização 5.13 H
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A.3. Inversor trifásico
A ponte inversora trifásica que gera a tensão auxiliar usada no ensaio, é do tipo
132GD120-DUL da SEMIKRON, encontrando-se representada na Figura 45.
Em paralelo com o barramento DC foi ligado um banco de condensadores com 4700 μF de
capacidade por forma a diminuir a oscilação da tensão do barramento DC. Foi também ligada
uma resistência de carga com 48.5 Ω em paralelo com o barramento DC para dissipar a
energia enviada pelo motor. Esta resistência evita assim o aumento da tensão do barramento
DC para níveis perigosos à integridade do inversor.
Figura 45 - Inversor de potência trifásico.
Figura 46 - Circuito de medição e acondicionamento de sinais.
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A.5. Plataforma de controlo
Figura 47 - Painel de ligação de entradas e saídas da plataforma de controlo.
Na Figura 48 é apresentado o painel de controlo utilizado durante os ensaios para
controlar e adquirir dados.
Figura 48 - Painéis de controle das grandezas elétricas (à esquerda) e da temperatura (à direita).
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A interação entre o utilizador e a plataforma de controlo do dSpace é feita através de um
painel construído em ControlDesk. Para além da possibilidade de controlo em tempo real de
variáveis do controlador, é também possível visualizar e capturar as variáveis do mesmo. O
painel construído em ControlDesk para a execução dos ensaios experimentais é mostrado
em pormenor na Figura 49.
Figura 49 - Painel construído no ControlDesk.
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Figura 50 - WSN da NI para aquisição da temperatura em tempo real.
Através de uma aplicação criada em ambiente LabView foi guardar os dados das
temperaturas ambiente e dos enrolamentos do estator, obtidas de 2 em 2 minutos. (Figura
21)
Figura 51 – Painel em LAbView para a aquisição das temperaturas.
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