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ANATOMIA DA ATM

Introdução
O Sistema Estomatognático é constituído por tecidos e
órgãos que compreendem estruturas
ósseas, dentes, músculos, articulações, glândulas e siste
mas vasculares linfáticos e nervosos, todos associados e
podem dividir-se desde o ponto de vista funcional como:
Estruturas passivas ou estáticas.
São representas por dois ossos bases, um superior fixo
chamado maxilar e outro móvel denominado mandíbula,
os quais se relacionam entre si através das ATMs, assim
como por seus respectivos arcos dentários.
Aos componentes ósseo-articulares temos que adicionar
o osso hióide e certos ossos craniais, que correspondem
em conjunto a estruturas sem motricidade própria.
Estruturas ativas ou dinâmicas
Estas estruturas correspondem aos músculos esqueléticos
ou voluntários com seu comando nervoso (componente
neuromuscular), que representam aos verdadeiros
motores do sistema. Ao entrar em atividade contráctil,
põe em movimento as estruturas passivas
potencialmente móveis (a mandíbula), através dos
músculos mandibulares ou mastigatórios (conjunto
muscular mandibular) e o hióide, através dos músculos
infra e supra-hioideos (conjunto muscular hióideo). Além
do mais existem grupos musculares localizados tanto por
fora dos arcos ósseo-dentários (lábios e bochechas) como
por dentro (língua), os quais desempenham um trabalho
mui importante nas diferentes funções que desenvolve o
Sistema Estomatognático (conjunto muscular língua-
lábio-bochecha).
Também se deve mencionar os músculos do
pescoço (especialmente o grupo posterior), estes
são msculos anti-gravitacionais que ajudam à adaptação
postural do crânio sobre a coluna cervical durante as
diferentes atividades funcionais do sistema (conjunto
muscular crânio-cervical).
Estruturas anexas
Correspondem às glândulas salivares, assim como aos
componentes vasculares e linfáticos associados.
Como se pode perceber trata-se de um sistema biológico
caracterizado por uma heterogeneidade de tecidos e
órgãos, que apresentam diferente composição histológica
e embrionária, assim como distintas funções. No entanto,
mais importante que considerar o funcionamento
isolado de cada componente ou estrutura, é o enfoque
integrativo de todo o sistema, que constitui uma
unidade morfofuncional bem organizada e
sincronizada. Esta ação de integração está a cargo do
sistema nervoso mediante suas complexas vias e
mecanismos de integração e controle.
 

Funcionalmente então, se deve reconhecer o Sist.


Estomatognático como uma unidade morfofuncional que
é perfeitamente definível e indivisível com respeito ao
resto do organismo e que, como tal, se deve
compreender, diagnosticar e tratar.
O Sist. Estomatognático cumpre uma série de funções,
entre as quais se podem citar quatro principais:
· Mastigação
· Deglução
· Respiração
· Fonoarticulação
 

A mandíbula é capaz de realizar uma série de


movimentos que são produtos da atividade sinérgica de
diferentes fascículos musculares mandibulares,
regulados e coordenados pelo sistema nervoso central.
Estes movimentos, não obstante, são guiados
pelas articulações temporomadibulares com seus
ligamentos, as aponeuroses musculares, os tendões, a
tonicidade dos músculos inseridos na mandíbula e os
contatos entre as peças dentárias (oclusão) com seus
respectivos ligamentos periodontais.

vídeo que segue abaixo ilustra bem os movimentos mandibulares.


 

É possível, então, afirmar que os movimentos


mandibulares funcionais, especialmente durante
a mastigação e deglutição, estão controlados e dirigidos
por meio de quatro componentes fisiológicos básicos:
· Componentes neuromusculares
· Articulações temporomandibulares
· Oclusão
· Articulações alvéolo-dentárias
Quando todos estes componentes são compatíveis e
existe harmonia morfofuncional entre eles, o resultado é
uma função normal do Sist. Estomatognático. Existindo
harmonia, as funções se realizam com uma máxima
eficiência e com o mínimo gasto energético. Dessa forma,
a própria função normal preserva e cria as condições que
favorecem a normal integridade morfológica dos
diferentes componentes do Sist. Estomatognático e se
estimula o funcionamento ótimo do sistema.
 

ANATOMIA DA ATM

A articulação temporomandibular é a articulação da


mandíbula com o crânio, especificamente o processo
condilar da mandíbula com o osso temporal.
 
Embora existam várias estruturas ósseas implicadas no funcionamento da ATM o
nome dessa articulação refere-se às relações entre os ossos temporal e mandibular. 

Comecemos, pois, com a 

ANATOMIA DA MANDÍBULA

Podemos dividir o osso mandibular em duas porções:

O corpo da mandíbula que é retangular, mais comprido que alto. 

O ramo da mandíbula é também retangular e é mais alto do que largo e com


obliqüidade póstero lateral evidente.

O corpo da mandíbula é ainda constituído de duas regiões que são denominadas


de base (porção inferior) e processo alveolar (porção superior). A divisão entre
estas não é nítida. No indivíduo que perde todos os dentes (desdentado) o
processo alveolar sofre reabsorção total ficando apenas a base.
 

O Canal da mandíbula (canal mandibular) é uma parte da mandíbula que nasce


no forame da mandíbula (forame mandibular), situado na face medial do ramo, e
atravessa o corpo do osso com obliqüidade ântero-inferior, até a região dos dentes
pré-molares; aí se bifurca:

Uma de suas bifurcações termina no forame mental (a palavra ‘mento’ quer


dizer queixo); e a

Outra se ramifica na região anterior (dentes caninos e incisivos), com difícil


identificação anatômica.

O forame da mandíbula é uma abertura do canal da mandíbula. O forame é a entrada


do canal; é por ele que passam os vasos e o nervo alveolar inferior, antes de entrarem
no canal da mandíbula.

O canal se estende desde o forame da mandíbula até o forame mental (forame


mentoniano). Daí o nervo alveolar inferior se divide em dois, um ramo mental (ramo
mentoniano), que emerge pelo forame mental (inerva gengiva e lábio inferior) e outro
que continua pelo interior da mandíbula, com o nome de nervo incisivo (inerva os
incisivos, caninos e primeiros pré-molares).

O forame mental, na grande maioria dos casos, localiza-se entre os pré-molares


inferiores e é usado como referência em técnicas anestésicas, como o bloqueio do
nervo incisivo e do próprio nervo mental.

Nota: a figura seguinte deve servir de guia para a descrição dos acidentes anatômicos
que se seguem. 

Côndilo da mandíbula é uma eminência arredondada na extremidade do osso


mandibular, que forma a articulação temporomandibular (vide figura acima).
No côndilo podemos discernir: a) a cabeça (caput) que representa a superfície
articular; b) processo condilar que compreende a cabeça e a parte imediatamente
abaixo que se estreita até formar o c) colo que é a região mais estreita do côndilo; d)
a fóvea (ou depressão) pterigóidea é uma parte da mandíbula, onde se insere o
músculo pterigóideo lateral (este músculo, que será retomado mais abaixo, é
abaixador da mandíbula). 

A Incisura da Mandíbula (ou Chanfradura Sigmóide) é uma região da mandíbula, de


aspecto semilunar com concavidade superior. É uma via de comunicação entre as
regiões massetéricas e zigomática.

A Língula (espinha de Spix) da mandíbula é uma elevação, uma crista, próxima à


entrada ao forame da mandíbula e aí se insere o ligamento esfeno-mandibular.

O Processo coronóide é uma eminência triangular achatada do osso mandibular, em


cujas margens (interna e externa) se insere o feixe superficial do tendão do músculo
temporal.
A Linha oblíqua (também chamada de linha oblíqua externa) é uma estrutura
anatômica localizada externamente na porção mais inferior do processo coronóide,
bem próxima à distal dos terceiros molares e que se dirige anteriormente com direção
descendente.

Nela se inserem alguns músculos da expressão facial, como o abaixador do lábio


inferior e o abaixador do ângulo da boca.

A Linha milo-hióidea é uma estrutura


anatômica localizada na porção interna
da mandíbula, próxima à língula e ao
forame da mandíbula. Tem esse nome,
pois é desta linha que se origina o
músculo, com o mesmo nome, músculo
miloioideo (veja figura ao lado). Este
músculo forma o assoalho da boca.

Ramo da mandíbula: já vimos que o


ramo é uma das divisões da mandíbula.
Interessa-nos agora chamar atenção para algumas particularidades dessa região.

Cada um dos dois ramos da mandíbula possui duas faces (lateral e medial) e


quatro margens (anterior, posterior, inferior e superior).

Face lateral (externa): é plana, com certa rugosidade (tuberosidade massetérica) para


a fixação (inserção) do músculo masseter.
Face medial (interna): nas proximidades de seu centro, com algumas variações,
encontra-se o forame da mandíbula, cuja margem anterior é coberta pela língula
(espinha de Spix) da mandíbula. 

Esse forame é limitado, abaixo, pelo sulco milo-hióideo e constitui (como já vimos) a


porta de entrada do extenso canal da mandíbula, percorrido pelo feixe vásculo-nervoso
destinado à irrigação e inervação dos dentes inferiores.

 
Margem Anterior: é delgada, desce do processo coronóide e é continuada pela linha
oblíqua.

Margem posterior: é romba e espessa, em


forma de S; relaciona-se com a glândula
parótida.

Margem inferior: com a margem parotídea,


delimita o ângulo
 da mandíbula ou gônio, obtuso nas crianças e
nos idosos e quase reto nos adultos.

Margem superior: com o processo coronóide, a


incisura da mandíbula e a cabeça da mandíbula.

Nota: com relação à conformação interna, a


mandíbula é composta por duas camadas
de osso compacto: uma lateral (externa) e uma
medial (interna). Entre essas camadas há uma quantidade variável de tecido
esponjoso, segundo a região que se considere: escasso no processo coronóide e
abundante na cabeça da mandíbula, que é coberta por uma delgada lâmina de tecido
compacto.

Protuberância mental (ou mentoniana): é uma elevação, como o próprio nome diz,


uma protuberância na região mental (aí se insere o músculo mental – ou mentoniano). 

 Sínfise da mandíbula (ou Sínfise mandibular): é uma estrutura anatômica


que divide a mandíbula em duas partes – direita e esquerda - segundo o
plano sagital. Uma crista suave na linha mediana. Localizada na região
mental. 

Trígono retromolar: é uma região anatômica da mandíbula localizada


posteriormente (atrás) do último molar. Possui um formato triangular. Os
terceiros molares (dente do siso) geralmente se localizam nesta região.
 

Tubérculo geniano ou (Espinha geniana ou espinha mental) é uma


elevação, pontiaguda, localizada na face interna da mandíbula, na região
anterior. Aí se inserem algumas estruturas como os músculos genioglosso
e geniohióideo (figua abaixo).

Tuberosidade pterigoidea (ou pterigóide) é uma estrutura anatômica, formada por


várias rugosidades e se localiza na face interna do ramo da mandíbula. Essas
rugosidades são devido à inserção do músculo pterigóide medial (figura abaixo).

ANATOMIA DO OSSO TEMPORAL


É um osso par (direito e esquerdo), muito complexo, é importante porque no seu
interior encontra-se o aparelho auditivo. É um osso irregular e situa-se ínfero-
lateralmente.

Situa-se na região lateral e inferior do crânio, constituem as paredes laterais do crânio


e na sua cavidade timpânica localizam-se os três ossos do ouvido médio. A saliência
óssea atrás da orelha chama-se Apófise Mastóide.
Divide-se em três partes: Escamosa, Timpânica e Petrosa.
 

Parte Escamosa
A porção escamosa forma a região superior e ântero-lateral do osso temporal. É
delgada e em formato de concha, sendo constituída por uma lâmina óssea vertical que
apresenta uma face medial cerebral e outra lateral temporal. Na sua parte ântero-
inferior tem origem a apófise zigomática, que juntamente com o osso zigomático dará
origem ao arco zigomático (local de inserção do músculo masseter).

Processo Zigomático - longo arco que se projeta da parte inferior da escama.

Fossa Mandibular (cavidade ou fossa glenóide)- articula-se com o côndilo da


mandíbula formando a ATM (figura abaixo).  
Parte Timpânica
Meato Acústico Externo

Parte Petrosa (Pirâmide)
Processo Estilóide - espinha aguda localizada na face inferior do osso temporal.  Na
face lateral do petroso está localizado o processo estilóide, que se dirige ântero-
inferiormente e mede aproximadamente 2,5 cm.

O processo estilóide é uma porção óssea fina que nasce abaixo do osso
timpânico, sendo que três músculos apresentam origem neste processo: estiloióide,
estiloglosso e estilofaríngeo. Este acidente anatômico apresenta grande variação
anatômica e pode chegar a atingir o osso hióide.

Processo Mastóide (ou Apófise mastóide) - projeção crônica (em forma de mama, daí


o nome) que pode variar de tamanho e forma.

Meato Acústico Interno - dá passagem ao nervo facial, acústico e intermediário e ao


ramo auditivo interno da artéria basilar.

Forame estilomastóide - localiza-se entre o processo mastóide e estilóide


O osso temporal articula-se com cinco ossos: occipital, parietal, zigomático, esfenóide
e mandíbula.

A anatomia do osso temporal não é fácil de ser compreendida em virtude do grande


número de estruturas e funções agrupadas nesse pequeno espaço ósseo, inexistente
em qualquer área no corpo humano. Portanto, deve-se adquirir o conhecimento
teórico, acompanhado do estudo prático, realizado em cadáveres, para o domínio
desta estrutura.

O osso temporal é um osso par que contribui para a parede lateral e para a base do
crânio, formando parte da fossa média e posterior do crânio.

Morfologicamente, o osso temporal difere segundo a idade. No feto, o osso temporal


pode ser dividido em três porções: escamosa (ocupa a parte anterior e superior do
osso e é constituída de uma lâmina delgada irregularmente
circular), petrosa (posterior e internamente a porção escamosa apresentando paredes
resistentes, e que pode ser descrita como uma pirâmide cuja base forma parte da
superfície exterior do crânio, com ápice que se dirige interna e anteriormente),
e porção timpânica (situada inferiormente à porção escamosa, externamente à
porção petrosa, com a forma de um círculo).
Com o desenvolvimento do feto ocorre a fusão entre as porções escamosa e petrosa,
desaparecendo a fissura petroescamosa, desenvolvendo-se póstero-inferiormente e
dando origem à porção mastóidea do osso temporal. O osso timpânico cresce
medialmente, desaparecendo a fissura petrotimpânica, formando um canal
semicircular com concavidade superior, que posteriormente irá formar as paredes
anterior, inferior e posterior do conduto auditivo externo, sendo sua parede superior
formada pela porção escamosa.

Uma vez terminado seu desenvolvimento, o osso temporal é absolutamente indivisível,


sendo necessário conhecer suas transformações para encontrar suas três porções
primitivas. Didaticamente pode-se dividí-lo em cinco
porções: mastóidea e petrosa (derivadas da porção petrosa), porção
escamosa, porção timpânica e processo estilóide.

O meato acústico externo pode ser visualizado como ponto de referência


anatômica, desta forma a porção escamosa se dirige superiormente, a mastóidea
posteriormente, a timpânica ântero-inferiormente e a petrosa medialmente.

COMPONENTES LIGAMENTARES DA ATM

            Os movimentos condilares dentro da articulação são limitados pelos


ligamentos articulares. Estes ligamentos são: a cápsula articular (ligamento capsular),
o ligamento temporomandibular, o ligamento esfenomandibular e o ligamento
estilomandibular.
O texto que segue descrevendo os ligamentos deve ser lido acompanhado da figura
acima:

A cápsula articular é uma membrana fibrosa que se estende desde o colo do


côndilo (mandíbula) até a periferia da cavidade glenóide (osso temporal).

O ligamento temporomandibular insere-se na superfície lateral do arco


zigomático e, dirigindo-se para baixo, insere-se na face lateral do colo do côndilo.

Estes dois ligamento (capsular e temporomandibular) cobrem e reforçam a


estrutura articular em si, prevenindo o deslocamento anterior, posterior e lateral
exagerados do côndilo.

O ligamento esfenomandibular insere-se na espinha do esfenóide e dirige-se


para baixo e para o lado até a língula (espinha de Spix).

O ligamento estilomandibular da apófise estilóide do osso temporal até a


região do ângulo mandibular.

MÚSCULOS DA ATM
 

Os músculos da ATM que agem diretamente são os abaixadores e elevadores da


mandíbula.  Os elevadores são o Pterigóideo medial, o masseter e o temporal.
Os abaixadores diretos são o pterigóideo lateral e o digástrico. É claro que os músculos
supra-hioideos são também abaixadores, mas não diretamente e exercem função
secundária neste quesito. Dentre os supra-hioideos inclui-se, além do digástrico, o
miloioideo, o genioglosso e o genioideo.

            Embora as inserções mandibulares de todos estes músculos já tenham sido


vistas, lembremos que entre os elevadores:

a)     O músculo masseter com suas partes superficial e profunda estende-se do


arco zigomático à maior parte da face lateral do ramo da mandíbula.
b)    O músculo temporal insere-se em leque na fossa temporal e alcança, com o
seu tendão, o contorno e as faces medial e lateral do processo coronóide da
mandíbula.
c)     O músculo pterigoideo medial estende-se da fossa pterigóide à face medial
do ângulo da mandíbula.

O movimento de elevação da mandíbula é realizado pela ação coordenada do


masseter, temporal e pterigoideo medial. As atividades equilibradas destes
músculos, bilateralmente, são fundamentais para elevar a mandíbula com
suavidade, levando os dentes inferiores à oclusão com os dentes superiores.
Naturalmente que os músculos elevadores têm, também, a função de fechar a
boca.
 

 
O vídeo a seguir mostra os músculos em ação

Entre os músculos abaixadores da mandíbula, temos


o pterigoideo lateral e os supra-hióideos.
a) O músculo pterigoideo lateral, embora este
     

músculo seja classificado como abaixador da


mandíbula, possui dois feixes de fibras cada um
trabalhando de maneira diferente durante a
abertura mandibular.  Este (em especial seu feixe
inferior) estende-se da lâmina lateral do processo
pterigóide do esfenóide à fóvea do processo
condilar da mandíbula e à articulação
temporomandibular. É o músculo principal que
realiza a abertura. O feixe superior do pterigoideo
lateral leva o disco articular e o côndilo para
frente, ajudando a abertura. 
O movimento de protusão da mandíbula é
conseguido pela contração bilateral simultânea
dos músculos pterigóideos laterais,
A retrusão da mandíbula é efetuada
pela contração do feixe posterior do temporal  e
também pela ação do digástrico e outros
músculos supraioideos.
O movimento de lateralidade, essencial para se
triturar os alimentos, é efetuado pela ação do
pterigoideo medial e lateral no lado de
trabalho e pelo temporal no lado de balanceio.

OSSO HIÓIDE
            É claro que a musculatura infra-hióidea também
participa da abertura da mandíbula pelo menos
indiretamente na medida em que impede a ascensão do
osso hióide por ocasião da contração da musculatura
supra-hióidea.  Entretanto limitaremos nossa discussão
aos músculos supra-hióidea não só porque estes tem uma
participação mais direta como também para não tornar
este texto demasiadamente enfadonho.                    

                                                       

Os músculos supra-hioideos estão dispostos acima


do osso hióide, na parte ântero-superior do pescoço.
Unem o osso hióde à mandíbula e à base do
crânio, movimentam o osso hióide e a mandíbula. Em
conjunto, essa musculatura supra-hióidea constitui o
assoalho da boca: sustenta o hioide, fornecendo uma
base para a língua, e tem relação com a deglutição e
produção do som.
São eles:
 

Músculo digástrico: formado por dois ventres unidos


entre si por uma pequena junção tendinosa, que desce
em direção ao hioide, estendendo-se da apófise mastóide
(aí se insere o ventre posterior) à face interna do corpo da
mandíbula nas fóveas digástricas, próximo ao plano
sagital mediano. O tendão mediano é preso ao osso
hióide por uma alça fibrosa.
As duas projeções, anterior e posterior, tem origem
embriológica distinta: respectivamente, são provenientes
da musculatura relacionada ao 1° e 2° arcos faríngeos.
Por esse motivo, não são inervadas pelo mesmo nervo
craniano.
Inervação: Nervo Facial (ventre posterior) e Nervo
Mandibular (ventre anterior)

Músculo miloioideo: constitui com seu homônimo


do lado oposto o assoalho muscular da cavidade
bucal. Insere-se na face interna do corpo da mandíbula,
no corpo do osso hióide e em uma rafe (linha ou crista de
junção de duas partes homólogas) fibrosa, mediana, que
se estende da espinha mentoniana ao osso hióide.
Inervação: Nervo Mandibular (Ramo do nervo Trigêmeo -
V par craniano) 
Músculo genioideo: situado profundamente à
porção mediana do músculo miloideo, estendendo-se da
espinha mentoniana ao corpo do osso hióide (figura
abaixo).
Inervação: Nervo Hipoglosso (XII par de nervo
craniano).
A articulação temporomandibular normal  move-se com
liberdade, sem esforços intensos e sem dor. O caráter
básico do movimento da articulação é o de rotação em
bisagra (dobradiça). Na abertura da boca os côndilos
rodam em torno de um eixo horizontal e,
concomitantemente, projetam-se para frente. A rotação
do côndilo para trás fecha a mandíbula. Em oclusão
cêntrica (dentes em relação dentária intercuspídea) a
parte posterior do côndilo repousa contra a parte central
do menisco. O tecido retrodiscal atua como uma
almofada elástica no movimento mandibular. Mesmo
durante o movimento mais retrusivo da mandíbula, o
côndilo não alcança a parte mais posterior da cavidade
glenóide. 
 
Desse movimento participa o compartimento superior
da ATM. O menisco desloca-se com rapidez para
frente e percorre uma distância maior que o côndilo.
Isto porque o feixe superior do pterigoideo lateral, que
traciona o menisco em direção anterior, contrai-se antes
que o feixe inferior do mesmo músculo, o qual,
basicamente, desloca o côndilo para diante e para
baixo.
Esse fenômeno da contração em tempos diferentes dos
feixes do pterigoideo lateral foi demonstrado por
eletromiografia.
Em abertura bucal máxima, o côndilo encontra-se
normalmente abaixo da parte mais convexa da
eminência articular.
            Em certos casos, o côndilo desliza para frente da
eminência, fora da cavidade glenóide, de maneira que a
face posterior do côndilo situa-se pela frente da vertente
anterior da eminência. Quando ocorre essa situação uni
ou bilateralmente e é reversível pela ação do próprio
paciente, caracteriza-se a chamada subluxação.
            Quando ocorrem alterações na ATM, afetam
em graus variados a mobilidade articular, bem como a
relação espacial entre o menisco e o côndilo. Em
movimentos normais de mandíbula os feixes, superior e
inferior, do pterigoideo lateral atuam
harmoniosamente. Havendo rompimento de harmonia
da função, o côndilo pode chocar-se com a borda do
menisco, ao começar o fechamento e abertura
mandibular, ou ao final do movimento. Nestas
alterações, podem produzir o ruído da ATM (vídeo
abaixo).

Diferentemente da maioria das articulações, as


superfícies articulares da ATM não estão cobertas por
cartilagem hialina, mas sim por tecido fibroso avascular,
que contém uma quantidade variável de células
cartilaginosas.
            A ATM se difere das demais articulações do corpo
humano por:
1. É uma articulação dupla. Desde que a articulação
     

esquerda e direita são extensões posteriores da


mandíbula, uma não pode funcionar sem a outra.
2. É uma articulação de pressão. Isso é indicado pela
     

presença de tecido fibroso avascular cobrindo a


superfície articular e do disco fibroso articular.
3. Há uma interdependência funcional da ATM pela
     

tríade formada pela articulação esquerda e direita,


pelo contato dentário (oclusão) e pelo sistema
neuromuscular correlato. A oclusão dentária é o
“ponto final” do limite mecânico de fechamento
da articulação e é uma fonte importante de
propriocepção mandibular (através das fibras
nervosas do periodonto).
1. Não é uma verdadeira articulação fossa-côndilo
     

(glena). A profundidade da fossa articular é


funcional. Na realidade, a relação mais
importante é a do côndilo com a eminência
articular, sendo as partes funcionais da
articulação: a superfície articular do côndilo e as
vertentes posterior e anterior da eminência
articular do temporal.

O COMPONENTE FIBROSO DA ATM


            O menisco ou disco articular é uma estrutura fibrosa, macia, unida ao côndilo
por dois ligamentos curtos, inseridos nas suas extremidades medial e lateral. A parte
central do disco, geralmente fina e avascular, algumas vezes em forma de cela, é
chamada zona intermediária.

            O disco possui anteriormente um segmento espesso, e outro mais ainda


posteriormente.

            Por trás do segmento posterior está a zona bilaminar, descrita, algumas vezes,
como almofada retrodiscal. É uma zona de tecido conjuntivo contendo vasos
sanguíneos. A parte medial do menisco é mais espessa do que a lateral.

            A parte anterior continua com a cápsula articular, com a qual está firmemente
inserido.
            Descreve-se frequentemente o disco como sendo um “separador” do
espaço articular em dois compartimentos: um superior para movimento
translação; e um inferior, para movimentos de rotação. Na realidade, como vimos, o
côndilo é capaz de ambos os movimentos. Alguns autores sugerem que a finalidade do
menisco é suportar as pressões durante os movimentos mandibulares.

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