Você está na página 1de 15

OCORRÊNCIA DE ARQUÉTIPOS

MÍTICOS EM ESTUDANTES DE DOIS


CURSOS DE GRADUAÇÃO DE UMA
UNIVERSIDADE PÚBLICA*

Antonio Waldimir Leopoldino da Silva**


Marinilse Netto***
Francisco Antonio Pereira Fialho****

Resumo: este trabalho visou avaliar a ocorrência de arquétipos míticos em


estudantes de Enfermagem (E) e Engenharia de Alimentos (EA) da Universidade
do Estado de Santa Catarina (UDESC). Uma amostra de 209 estudantes (91 E, 118
EA), de três fases de cada Curso, responderam o teste “Índice de Mitos Heroicos”.
O arquétipo mais frequente foi Explorador (35,9% dos alunos). Houve efeito da
fase cursada pelo estudante na ocorrência dos arquétipos Amante, Inocente e Órfão
(decrescente, apenas EA), Criador, Governante e Sábio (crescente, apenas EA),
Explorador e Inocente (crescente, apenas E) e Caridoso (decrescente, ambos os
Cursos). Menos de 5% dos estudantes apresentaram uma maior soma de pontos
em arquétipos da Preparação (Ego), contra 53% (E) e 68% (EA) em arquétipos do
Retorno (Self).

Palavras-chave: Arquétipo. Estudantes Universitários. Mito. Psicologia Junguiana.

Até onde conseguimos discernir, o único propósito da existên-


cia humana é acender uma luz na escuridão da mera existência.
(Carl Gustav Jung)

“M ito é algo que nunca existiu, mas que existe sempre”. A frase,
atribuída ao renomado mitólogo Joseph Campbell (GLIESER,
2010), sintetiza a força dos elementos míticos em nosso meio. Arqué-
tipos, tais quais os mitos, compõem uma essência que todos compar-
tilhamos e uma imagem carregada de significado e de possibilidades
transformadoras (CONDE, DUQUE, 2003). Ainda que comuns a toda
humanidade, as figuras arquetípicas provocam diferentes respostas nas
pessoas, e tal efeito pode indicar importantes características ou quali-
dades da personalidade (FABER, MAYER, 2009; MUNTEANU et al.,
2010). Assim, para Feinstein e Krippner (1994), cada um de nós vive
de acordo com a sua mitologia pessoal, que atua à semelhança de uma
lente através da qual vemos o mundo.

, Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jul./dez. 2012. 339


Lévi-Strauss (2010) e Morin (2008) mostram que, mesmo histo-
ricamente separadas, ciência e mitologia podem e devem se aproximar
e apoiarem-se mutuamente. Isso inclui, sem dúvida, colocar um “olhar
científico” sobre a mitologia, reconhecendo-a e aceitando-a como um
componente real não apenas do mundo dos sonhos e das fantasias, como
também de nossa vida cotidiana. No campo da educação os mitos podem
encontrar grande repercussão. O processo de ensino é normalmente reali-
zado em grupo, mas é preciso considerar que um grupo é sempre formado
por indivíduos e individualidades. Conhecer o universo humano e suas
tipologias é fundamental para obter êxito quando se busca formar e trans-
formar pessoas, atuando, pois, nas subjetividades que lhes são próprias.
Nesse contexto, o presente trabalho objetiva identificar e descre-
ver a ocorrência de arquétipos míticos – a partir do teste apresentado
por Pearson (1995) – em estudantes de dois cursos de graduação de uma
universidade pública situada em Santa Catarina, procedendo análises
comparativas entre cursos e entre fases (séries) de cada curso. Inicial-
mente, apresenta-se uma abordagem conceitual sobre arquétipos e sobre
mitos pessoais. A seguir, detalha-se a metodologia empregada na pes-
quisa, bem como seus resultados e conclusões.

ARQUÉTIPOS: AS IMAGENS PRIMORDIAIS DA HUMANIDADE

Na Psicologia Junguiana, o conceito de arquétipo tem uma impor-


tância fundamental. Jung (2002) considera que arquétipos são formas ou
imagens preexistentes na psique, que estão presentes em todo o tempo e
em todo o lugar, compondo o inconsciente coletivo, e que só secundaria-
mente podem tornar-se conscientes, ou seja, são conteúdos do inconsciente
coletivo comuns a toda a humanidade (BOECHAT, 2008). Para Conde e
Duque (2003), arquétipos são personagens ou figuras universais, presentes
em todas as culturas e em todas as geografias do mundo, que se manifes-
tam nas distintas atitudes que assumimos diante das dificuldades e opor-
tunidades da existência, dando formas concretas à nossa história pessoal.
Silveira (2006) destaca que os arquétipos, ao postularem a existência
de uma base psíquica comum a todos os seres humanos, podem ter duas
origens: como resultado do depósito de impressões deixadas por certas
vivências fundamentais, comuns a todos os seres humanos, repetidas
incontavelmente através de milênios; e/ou seriam disposições inerentes à
estrutura do sistema nervoso, conduzindo à produção de representações
sempre análogas ou similares, por meio de uma tendência herdada.

340 , Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jun./dez. 2012.


Tendo nascido como parte da estrutura biológica-natural-instintiva da
espécie humana (CAMARGO, 2007), as imagens ou temas arquetípicos
são impessoais e universalmente compartilhados (MUNTEANU et al.,
2010), bem como são considerados tão próprios de nossa vida quanto o
comportamento de comer, dormir e reproduzir (BYINGTON, 2003). Para
Jung (2002, p. 58), “há tantos arquétipos quantas situações típicas na vida”,
ao passo que Boechat (2008) ressalta que, independente de raça ou origem
cultural, todos os seres humanos possuem os mesmos arquétipos.
Faber e Mayer (2009) apresentam a chamada “teoria neo-arque-
típica”, que distingue os arquétipos por meio de cinco elementos: (a) são
personagens genéricos de histórias; (b) são psicologicamente represen-
tados como modelos mentais, através de esquemas e protótipos de si
mesmo ou dos outros; (c) frequentemente provocam intensas respostas
emocionais quando identificados; (d) operam em nível automático ou
inconsciente; e (e) são culturalmente duradouros, de modo a serem facil-
mente aprendidos e amplamente reconhecidos. Destacados pelos autores
como importantes componentes da personalidade, os arquétipos exer-
cem efeito sobre o nosso modo de pensar, sentir e agir. Pearson (1995, p.
20) refere que tal influência é reconhecida inclusive por “acadêmicos e
outros racionalistas”, para quem os arquétipos são “padrões invisíveis da
mente que controlam o modo como percebemos o mundo”. Assim, nas
palavras de Munteanu et al. (2010, p. 2276), “nosso universo racional e o
mundo da intuição são governados pela força dos arquétipos”.

MITOS

Uma expressão bem conhecida dos arquétipos são os mitos, con-


siderados por Jung (2002) como manifestações da essência da alma,
ou, para Pascutti (2005), como a linguagem que mais se aproxima do
funcionamento da psique. Mitos são arquetípicos por natureza, ainda
que nem todos os arquétipos sejam míticos. Para Jung (2011, p. 459),

A imagem primordial que também chamei de “arquétipo” é sem-


pre coletiva, ou seja, é, no mínimo, comum a todos os povos e
tempos. Provavelmente são comuns também a todas as raças e
épocas os principais motivos mitológicos.

Boechat (2008, p. 21) entende que o mito sempre ocupou um


papel central e estruturante na sociedade humana e que a mitologia,

, Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jul./dez. 2012. 341


como expressão básica de nossa alma, é absolutamente essencial. Dian-
te disso, conclui: “mito não é algo falso, fabuloso ou uma estória apenas
agradável de se ouvir, mas um poderoso catalisador de mudanças indi-
viduais e sociais”. Concordando, Feinstein e Kripper (1994) destacam
que os mitos não são lendas ou falsidades, nem tampouco devem ser
compreendidos como verdadeiros ou falsos, certos ou errados. Os mi-
tos, segundo Silveira (2006), constituem modelos exemplares de todas
as atividades humanas significativas, encarnando o ideal de todo ser hu-
mano – a conquista da própria individualidade. Para Campbell (2011),
mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana.
Nesse mesmo sentido, Morin (2008, p. 192-3) enfatiza:

Por toda a parte onde se pensou poder expulsá-lo, o pensamen-


to simbólico/mítico/mágico reapareceu sub-repticiamente ou em
força. A evacuação total do simbólico e do mítico parece im-
possível pois insuportável de viver; significaria esvaziar o nosso
intelecto da existência, da afetividade, da subjetividade, deixan-
do lugar apenas para as leis, equações, modelos, formas. Seria
retirar todo o valor das idéias por retirar-lhes os valores. Seria
dessubstancializar a realidade. Certo, nem tudo é Mito, mas pa-
rece que realmente o mito ajuda a tecer não apenas a malha
social, mas também o tecido do que chamamos real.

Para Pascutti (2005), mito pessoal é o conjunto de mitos que se


entrelaçam e organizam o sentido de realidade, podendo-se, através de-
les, interpretar o passado e compreender o presente, orientando os atos
de cada indivíduo. Pearson (1995) explica que, em nossa jornada heroi-
ca como seres humanos, somos ajudados por arquétipos míticos (guias
interiores). Cada um ilustra uma maneira de ser, tem uma lição a nos
ensinar e preside uma etapa da jornada, sendo, ao mesmo tempo, um
guia na jornada e um de seus estágios. Nenhum é mais importante do
que o outro, e todos são importantes no processo de individuação, mas
o modo como vemos o mundo é definido pelo arquétipo que estiver do-
minando nossos pensamentos e ações. Para a autora, a jornada do herói,
que todos enfrentamos, é dividida em três estágios.
No primeiro estágio, “Preparação”, somos preparados para a jor-
nada e desafiados a provar nossa competência, coragem, humanidade e
fidelidade a ideais elevados. É um estágio marcado por quatro arquéti-
pos míticos: Caridoso, Guerreiro, Inocente e Órfão. O segundo estágio,

342 , Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jun./dez. 2012.


chamado “Jornada”, é a etapa de busca de nosso verdadeiro Self e, ao
mesmo tempo, de sua transformação, sepultando antigos conceitos e
alcançando nosso crescimento interior. O estágio envolve os arquétipos
Amante, Criador, Destruidor e Explorador. Por fim, no terceiro estágio,
“Retorno”, voltamos ao nosso mundo, preparados para modificá-lo para
melhor, momento em que nos tornamos bem sucedidos, conhecedores
dos mistérios da alma, capazes de expressar nossos dons e de viver em
harmonia com outras pessoas. Nesta fase manifestam-se os arquétipos
Bobo, Governante, Mago e Sábio.
A jornada é contínua e acontece em espiral, ou seja, após o último
estágio de uma jornada, ela recomeça no primeiro estágio de uma nova
jornada, mas em um nível mais elevado do que no ciclo anterior (PEAR-
SON, 1995). Munteanu et al. (2010) consideram que os arquétipos do pri-
meiro estágio ajudam-nos a sobreviver, os do segundo estágio representam
a tentativa de encontrar e explorar nossos recursos interiores, ao passo que
os do terceiro estágio promovem um apoio à nossa vida, estimulando o
desenvolvimento pessoal e coletivo. Já Conde e Duque (2003) classificam
os arquétipos míticos de Pearson em três grupos: Amante, Bobo, Caridoso
e Órfão compõem os “arquétipos do amor”; Explorador, Inocente, Mago
e Sábio são “arquétipos do conhecimento”; e Criador, Destruidor, Gover-
nante e Guerreiro constituem o grupo dos “arquétipos do poder”.
Boechat (2008) salienta que, na visão de Jung, cada pessoa
deveria descobrir o seu mito pessoal para compreender seu papel no
mundo e seu destino. Deste modo, o conhecimento do arquétipo mítico
dos estudantes de uma turma ou Curso pode favorecer o processo
ensino-aprendizagem, através do emprego de técnicas e metodologias
adequadas ao perfil da classe, buscando desenvolver as potencialidades
e corrigir ou superar as deficiências individuais e do grupo.

(...) seus mitos pessoais se relacionam com seu passado, com seu
presente e com seu futuro, bem como com sua identidade e propó-
sito de vida. Eles atuam de maneira típica, além de sua percepção,
mas exercem poderoso efeito sobre seus sentimentos, pensamentos
e atitudes. Eles são influenciados pelas experiências acumuladas
por você, pela orientação que a sua sociedade fornece e pelas vi-
sões de sua mente inconsciente. Os mitos pessoais refletem os mi-
tos da sua cultura, apesar de serem relativamente independentes
em relação a eles. No âmago de um mito pessoal, encontra-se um
motivo que dá forma às suas percepções, orienta o seu desenvol-

, Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jul./dez. 2012. 343


vimento, determina o seu papel na sociedade e o ajuda a encon-
trar significado e conexão espiritual. Sua mitologia o abastece de
emoções e talha suas crenças. Com a compreensão dos princí-
pios através dos quais sua mitologia pessoal funciona, você terá
condições de participar conscientemente do desenvolvimento dela
(FEINSTEIN; KRIPPNER, 1994, p. 37).

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada nos Cursos de Enfermagem e Engenharia


de Alimentos da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
oferecidos pelo Campus Oeste nos Municípios de Palmitos e Pinhalzi-
nho, respectivamente.
Para formação do público amostral, optou-se por estudantes que
se encontrassem no início, meio e final do respectivo Curso. A matriz
curricular de Enfermagem apresenta um total de oito fases, sendo as
duas últimas correspondentes a estágio realizado em locais externos à
Universidade, o que levou à escolha da primeira, terceira e sexta fase.
No caso do Curso de Engenharia de Alimentos, são dez fases, com es-
tágio externo na última. Em vista disso, foram escolhidas a primeira,
quinta e nona fase para a pesquisa. O número de estudantes participan-
tes representou 29,1% e 33,9% do total de acadêmicos matriculados em
Enfermagem e Engenharia de Alimentos, respectivamente. A caracteri-
zação do público amostral é apresentada no Quadro 1.

Quadro 1: Caracterização do público amostral


Número de Mulheres / Solteiros /
Idade (anos) *
estudantes homens casados
ENFERMAGEM
1a Fase 27 18,33 ± 2,86 25 / 2 25 / 2
3a Fase 39 19,64 ± 2,03 31 / 8 38 / 1
6a Fase 25 21,60 ± 3,29 23 / 2 21 / 4
Total/média 91 19,79 ± 2,92 79 / 12 84 / 7
ENGENHARIA DE ALIMENTOS
1a Fase 43 19,05 ± 2,74 35 / 8 41 / 2
5a Fase 57 21,56 ± 2,76 39 / 18 52 / 5
9a Fase 18 22,39 ± 1,61 8 / 10 18 / 0
Total/média 118 20,77 ± 2,92 82 / 36 111 / 7
Legenda: * Média ± desvio padrão
Fonte: Gráfico elaborado pelos pesquisadores com os dados obtidos na investigação
empírica.

344 , Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jun./dez. 2012.


A pesquisa consistiu na aplicação do Teste “Índice de Mitos He-
róicos”, apresentado por Pearson (1995). O Teste compreende a aná-
lise de 72 frases ou afirmativas, as quais devem ser analisadas quanto
ao grau de pertinência que apresentam em relação ao modo de ser do
respondente, que atribui, a cada uma delas, pontos que vão de 1 a 5,
os quais, pela ordem, representam os extremos “quase nunca se aplica
a mim” e “quase sempre se aplica a mim”. Cada arquétipo é caracte-
rizado por seis daquelas perguntas, de forma que a soma de pontos
obtidos nestas perguntas constitui a pontuação da pessoa em termos
do referido arquétipo. O arquétipo de maior pontuação é considerado
o arquétipo dominante naquele momento da vida.
O Teste foi aplicado durante o mês de abril de 2009, em sala
de aula, durante o transcurso de uma disciplina da fase em questão.
Antes de terem acesso ao instrumento, os estudantes foram informa-
dos acerca do objeto e do objetivo, sendo-lhes permitido optar pela
participação ou não. Aos que responderam positivamente ao convite,
foi solicitado que lessem e assinassem o chamado “Termo de Consen-
timento Livre e Esclarecido”. Somente após, recebiam o questionário,
não havendo limite de tempo ou horário para conclusão e entrega.
Os estudantes foram orientados a não registrar qualquer identificação
pessoal no instrumento de pesquisa, preservando o necessário sigilo.
Os questionários, porém, eram numerados. Assim, os participantes
receberam a instrução de anotar o número do instrumento que pre-
encheram para, posteriormente, tendo acesso ao respectivo resultado,
conhecerem o seu arquétipo (mito) pessoal.
Os dados assinalados pelos estudantes foram conferidos e con-
tabilizados, buscando garantir a exatidão nas somas que definiriam
os resultados finais. Cada participante foi classificado de três formas:
(a) pelo arquétipo dominante, ou seja, aquele de maior pontuação; (b)
pelo arquétipo de menor pontuação; e (c) pelo somatório total de pon-
tos (STP) obtidos nos arquétipos da etapa de Preparação, de Jornada
e de Retorno (escores do Ego, da Alma e do Self, respectivamente),
na forma estabelecida por Pearson (1995), procedendo-se o enquadra-
mento no grupo de maior pontuação. No caso dos critérios (a) e (b),
ocorrendo igual pontuação entre dois arquétipos, o estudante foi con-
siderado um tipo misto, situação em que ambos os arquétipos foram
computados. Em caso de mesmo STP entre dois grupos, o estudante
foi enquadrado no grupo mais avançado.

, Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jul./dez. 2012. 345


RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Quadro 2 apresenta o índice de ocorrência dos arquétipos míti-


cos, em percentual, por fase, por Curso e no total geral.

Quadro 2: Índice de ocorrência (%) dos arquétipos míticos, por fase, por Curso e no
total geral de participantes

ARQUÉTIPO ENG. DE
ENFERMAGEM – Turma Total
ALIMENTOS – Turma
Geral
MÍTICO 1a 3a 6a Total 1a 5a 9a Total
Amante 11,1 20,5 12,0 15,4 18,6 15,8 11,1 16,1 15,8
Bobo 14,8 10,3 12,0 12,1 16,3 5,3 16,7 11,0 11,5
Caridoso 22,2 7,7 8,0 14,0 14,0 5,3 0 7,6 9,6
Criador 22,2 15,4 20,0 18,7 7,0 12,3 22,2 11,9 14,8
Destruidor 0 2,6 0 1,1 0 0 0 0 0,5
Explorador 25,9 25,6 48,0 31,9 34,9 45,6 27,8 39,0 35,9
Governante 0 0 0 0 7,0 7,0 33,3 11,0 6,2
Guerreiro 7,4 10,3 8,0 8,8 7,0 14,0 11,1 11,0 10,0
Inocente 0 7,7 8,0 5,5 4,6 1,8 0 2,5 3,8
Mago 7,4 7,7 4,0 6,6 4,6 7,0 0 5,1 5,7
Órfão 0 0 0 0 2,3 0 0 0,8 0,5
Sábio 7,4 20,5 12,0 14,3 11,6 19,3 33,3 18,6 16,7

Fonte: Gráfico elaborado pelos pesquisadores com os dados obtidos na investigação


empírica.
Nota: em cada faixa de análise (fase, total do Curso ou total geral), os percentuais
ultrapassam 100% em função da ocorrência de estudantes com arquétipo duplo
(misto de dois arquétipos de igual pontuação), situação em que ambos os arquétipos
foram computados.

No Curso de Enfermagem, alguns arquétipos apresentaram um


índice de frequência semelhante nas três fases, como ocorreu com os
arquétipos Bobo e Guerreiro. Outros arquétipos, entretanto, foram par-
ticularmente abundantes em uma turma específica - Caridoso na pri-
meira fase (22,2%), Amante e Sábio na terceira fase (20,5% cada um)
e Explorador na sexta fase (48,0%). Os arquétipos Governante e Órfão
não foram verificados no Curso.

346 , Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jun./dez. 2012.


Por outro lado, verificou-se efeito da sequência de fases sobre
os arquétipos Caridoso e Mago, cuja frequência foi inversamente
proporcional ao tempo de estudo no Curso, e sobre os arquétipos
Explorador e Inocente, os quais sofreram efeito contrário. Cabe res-
saltar o caso do arquétipo Caridoso, que foi o segundo mais fre-
quente na primeira fase e apenas o sexto, na sexta fase. Este arqué-
tipo mantém estreita relação com o ato humano do cuidado. Para
Pearson (1995, p.133), “o Caridoso está presente sempre que uma
pessoa cuida de outra ou contribui para o seu desenvolvimento”.
Assim, seria e é natural que o arquétipo se apresentasse em nível
elevado em um Curso que está ancorado na vocação de cuidar do
próximo (RIBEIRO et al., 2006). Ao que parece, no entanto, esta
visão “romântica” da Enfermagem vai, ao longo do Curso, perdendo
espaço para a formação técnica, especializada e, não raro, cartesia-
na (SILVA et al., 2006).
O efeito da fase cursada sobre a ocorrência dos arquétipos foi
mais evidente no Curso de Engenharia de Alimentos. O Quadro 2
mostra que nas fases mais avançadas diminui a presença dos arqué-
tipos Amante, Caridoso, Inocente e Órfão, o que, no caso dos três
últimos, é perfeitamente compreensível, pois são arquétipos da etapa
de Preparação e, portanto, característicos de pessoas mais jovens
e/ou imaturas. Por outro lado, os arquétipos Criador, Governante
e Sábio aumentaram sua participação com o transcorrer do Curso.
Nesse sentido, cabe ressaltar que Governante e Sábio são arquétipos
da última etapa da jornada heroica (PEARSON, 1995) e, por conse-
quência, típicos de pessoas em estágios mais avançados de vida e de
maior desenvolvimento psicológico e emocional. Os arquétipos Ex-
plorador, Guerreiro e Mago foram mais abundantes na turma inter-
mediária (quinta fase), o contrário ocorrendo com o arquétipo Bobo,
ao passo que o arquétipo Destruidor não foi observado.
Na comparação entre os dois Cursos, verifica-se que a En-
fermagem apresenta maiores índices de ocorrência dos arquétipos
Caridoso, Criador, Inocente e Mago, enquanto a Engenharia de Ali-
mentos apresenta maiores percentuais de Explorador, Governante,
Guerreiro e Sábio (Figura 1). Há similaridade entre os Cursos no que
tange aos arquétipos Amante, Bobo, Destruidor e Órfão.

, Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jul./dez. 2012. 347


Figura 1: Comparativo entre os índices de ocorrência (%) de arquétipos míticos
nos Cursos de Enfermagem e de Engenharia de Alimentos
Fonte: Gráfico elaborado pelos pesquisadores com os dados obtidos na investigação
empírica.

Pode-se observar que o arquétipo de maior ocorrência – em cada


um dos Cursos e no geral – foi o Explorador, com 31,9% e 39,0% de
estudantes de Enfermagem e Engenharia de Alimentos, respectivamen-
te. A predominância deste arquétipo não surpreende. Ao descrevê-lo,
Pearson (1995, p. 149) assinala:

Embora o chamamento para a busca possa ocorrer em qualquer


idade, ele se manifesta de forma mais nítida no final da adoles-
cência e no início da idade adulta. Esta é a fase da exploração
– exploração de novas terras, de novas idéias, de novas expe-
riências – a fase de aprender coisas a respeito do mundo. É a
época de viajar, de estudar, de experimentar coisas novas. (...)
A nova aventura pode ser um curso universitário, um emprego,
um casamento, o serviço militar, viagens ou praticamente qual-
quer coisa que ofereça a oportunidade de se fazer algo realmente
novo, algo que a pessoa tenha escolhido por si mesma.

No somatório dos dois Cursos, o segundo lugar coube ao arqué-


tipo Sábio, que apareceu em 16,7% dos estudantes. A alta incidência

348 , Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jun./dez. 2012.


deste arquétipo no meio universitário é esperada, ainda que seja mais
frequente entre os educadores. Referindo-se aos sábios, Mark e Pear-
son (2001, p.95) observam que “eles querem ser livres para pensar por
si mesmos e sustentar suas próprias opiniões” e que “o exemplo mais
óbvio é o erudito, o pesquisador e o professor”. É oportuno apontar
que os dois arquétipos míticos mais frequentes pertencem ao grupo dos
“arquétipos do conhecimento” (CONDE e DUQUE, 2003). Para os au-
tores, o caminho do conhecimento é um caminho de busca, transforma-
ção interior e de exploração exterior.
A estes dois arquétipos líderes, seguiram-se os arquétipos Aman-
te (15,8%), Criador (14,8%), Bobo (11,5%) e Guerreiro (10,0%). Consi-
derando a faixa etária dos participantes da pesquisa, a grande presença
dos arquétipos Explorador (maior ocorrência) e Amante (terceira posi-
ção) é plenamente concordante com Pearson (1995, p. 278): “Da ado-
lescência até os vinte e poucos anos de idade o Explorador e o Amante
tomam a frente (...)”. Em um estudo com 100 estudantes universitários
da Romênia, Munteanu et al. (2010) verificaram maior pontuação mé-
dia nos arquétipos Amante e Bobo, seguidos dos arquétipos Governante
e Sábio, enquanto Explorador ficou apenas na oitava posição. Os dois
arquétipos de menor pontuação média foram Destruidor e Órfão, resul-
tados que se assemelham aos aqui verificados.
Outra abordagem relevante diz respeito ao arquétipo mítico que,
entre todos, tenha alcançado a mais baixa pontuação. Não resta dúvida
que, no processo de descoberta e conhecimento da mitologia pessoal,
esta característica reveste-se de grande importância. Os resultados mos-
tram que, no cômputo geral (total dos dois Cursos), 72,7% dos estudan-
tes tiveram o arquétipo Órfão como o menos pontuado. Seguiram-se os
arquétipos Destruidor (em 22,5% dos participantes), Inocente (7,6%),
Bobo (5,3%), Caridoso (2,9%), Mago (1,0%), e Amante, Governante,
Guerreiro e Sábio (0,5% cada um). Os arquétipos Explorador e Criador
não figuraram uma vez sequer na condição de menor escore. Para Pear-
son (1995), a atribuição de baixa pontuação a um dado arquétipo repre-
senta que ele está sendo reprimido ou negligenciado. A autora defende
que o reconhecimento dessas partes renegadas proporciona um maior
leque de alternativas para reagir a situações, reduzindo a probabilidade
de a pessoa vir a ser surpreendida por manifestações dos atributos me-
nos positivos do arquétipo.
O Quadro 3 mostra o percentual de estudantes, por fase e por
Curso, que obtiveram maior somatório total de pontos (STP) em

, Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jul./dez. 2012. 349


arquétipos da etapa de Preparação, Jornada ou Retorno. É possível
perceber que, em ambos os Cursos, o avançar das fases diminuiu
o número de acadêmicos com maior STP em arquétipos da etapa de
Preparação. Por outro lado, no decorrer do Curso de Engenharia de
Alimentos observa-se um aumento progressivo do índice de estudantes
com maior STP nos arquétipos do Retorno. Assim, pode-se perceber que
há uma relação direta entre tempo no Curso (e idade do pesquisado) com
a STP em arquétipos típicos da maturidade. Comparando os dois Cursos,
verifica-se que a Engenharia de Alimentos foi superada na proporção
de alunos com máximo STP nos arquétipos da etapa de Preparação e
da Jornada, mas destacou-se no percentual de acadêmicos com maior
STP em arquétipos da etapa do Retorno, representando que, em média,
os estudantes deste Curso encontram-se em fases mais avançadas de
seu processo de individuação ou, como descreve Pearson (1995), da sua
“jornada do herói”. Para a autora, pessoas que apresentam maior STP no
Self possivelmente estão em um momento de expressarem-se no mundo
ou de tornarem-se conscientes do seu próprio poder e vivenciar a sua
totalidade.

Quadro 3: Percentual de estudantes, por fase e por Curso, que obtiveram maior
somatório total de pontos (STP) em arquétipos da etapa de Preparação
(Ego), Jornada (Alma) ou Retorno (Self)

Maior somatório total de pontos em arquétipos da etapa


Preparação (Ego) Jornada (Alma) Retorno (Self)
ENFERMAGEM
1 Fase
a
11,1 51,9 37,0
3a Fase 2,6 35,9 61,5
6a Fase 0,0 44,0 56,0
Total 4,4 42,9 52,7
ENGENHARIA DE ALIMENTOS
1a Fase 4,6 34,9 60,5
5a Fase 1,7 31,6 66,7
9 Fase
a
0,0 11,1 88,9
Total 2,5 29,7 67,8
Fonte: Quadro elaborado pelos pesquisadores com os dados obtidos na investigação
empírica.

Os resultados apresentados comprovam a ocorrência de uma


grande diversidade de arquétipos míticos nos estudantes dos dois Cur-

350 , Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jun./dez. 2012.


sos analisados. Mais do que buscar as possíveis causas para este fato,
torna-se relevante avaliar os prováveis efeitos pedagógicos que ele pode
determinar. Pascutti (2005, p. 72) considera que “a mitologia pessoal
só pode trazer benefícios ao indivíduo, tanto para se conhecer como
para saber lidar com os traumas e progressos, durante as várias eta-
pas da existência”. Nesse sentido, Boechat (2008, p. 21) complementa:
“A problemática básica do Oráculo de Delfos – conheça-te a ti mesmo
– encontra uma via de resposta nos mitos. Quem sou eu, qual o meu ca-
minho profissional, e outras questões básicas do existir não encontram
resposta simples pelo lado meramente racional” (itálico no original).
Portanto, se a mitologia pessoal dos estudantes for conhecida por
eles mesmos e por seus mestres, o processo educacional poderá estar
voltado aos interesses e aptidões do acadêmico, com os inegáveis e po-
sitivos reflexos daí decorrentes.

Esta constitui a principal contribuição de Jung (...) para a área


da educação, no que se refere aos métodos pedagógicos. Ir em
direção a uma cultura que supere o paradigma moderno implica
necessariamente desenvolver nas novas gerações a capacidade
de fantasiar, de narrar com imaginação, de fabular, de vivenciar
o lado poético-imagético da existência humana, enfim, de jogar
com o símbolo e o mito (CAMARGO, 2007, p. 128).

CONCLUSÕES

O presente estudo permitiu concluir que há marcantes semelhan-


ças e diferenças entre o perfil arquetípico mítico dos estudantes de En-
fermagem e de Engenharia de Alimentos da UDESC. Nos dois Cursos,
e em cinco das seis fases analisadas, o arquétipo Explorador foi o mais
frequente, sempre superando o índice de 25% dos acadêmicos. Segui-
ram-se, por ordem decrescente, os arquétipos Sábio, Amante, Criador,
Bobo e Guerreiro. Os arquétipos Governante e Órfão não foram verifi-
cados no Curso de Enfermagem, o mesmo ocorrendo com o arquétipo
Destruidor na Engenharia de Alimentos.
A ocorrência do arquétipo Caridoso sofreu evidente efeito da fase
cursada pelo estudante, diminuindo sua participação com o transcorrer
do Curso. O mesmo efeito, mas restrito ao Curso de Engenharia de Ali-
mentos, foi verificado com os arquétipos Amante, Inocente e Órfão. Por
outro lado, neste Curso, as fases mais avançadas apresentaram maiores

, Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jul./dez. 2012. 351


proporções dos arquétipos Criador, Governante e Sábio. A Enferma-
gem destacou-se nos arquétipos Caridoso, Criador, Inocente e Mago,
enquanto o Curso de Engenharia de Alimentos alcançou maiores per-
centuais de Explorador, Governante, Guerreiro e Sábio. Houve similari-
dade entre os Cursos no tocante aos demais arquétipos.
O suceder das fases diminuiu o índice de estudantes com maior
pontuação total nos arquétipos da etapa da Preparação, e, no caso de En-
genharia de Alimentos, levou a uma concentração maior de pontos nos
arquétipos da etapa do Retorno. No cômputo geral, este Curso apresentou
menos alunos com pontuação máxima nos arquétipos do Ego e obteve
supremacia no relativo aos pontos em arquétipos do Self. Os dados obser-
vados demonstram que os estudantes de Engenharia de Alimentos encon-
tram-se em uma etapa mais avançada de seu processo de individuação.

OCCURRENCE OF MYTHICAL ARCHETYPES IN STUDENTS


OF TWO COURSES OF A PUBLIC UNIVERSITY

Abstract: This study aimed to evaluate the occurrence of mythical


archetypes in students of Nursing (N) and Food Engineering (FE) of
Santa Catarina State University – UDESC. A sample of 209 students (91
N, 118 FE), of three phases of each Course, answered the test called
“Heroic Myths Index”. The most frequent archetype was Explorer
(35,9% of students). There was effect of phase of student on occurrence of
archetypes Lover, Innocent and Orphan (decreasing, only FE), Creator,
Ruler and Sage (increasing, only FE), Explorer end Innocent (increasing,
only N) and Caregiver (decreasing, both Courses). Less than 5% of
students had higher sum of points in archetypes of Preparation (Ego),
against 53% (N) and 68% (FE) in archetypes of Return (Self).

Keywords: Archetype. Jungian Psychology. Myth. University students.

Referências

BOECHAT, Walter. A mitopoese da psique: mito e individuação. Petrópolis: Vozes,


2008. 213p.BYINGTON, Carlos A.B. A construção amorosa do saber: o fundamento e a
finalidade da Pedagogia Simbólica Junguiana. São Paulo: Religare, 2003. 367p.
CAMARGO, Daisy. Jung e Morin: crítica do sujeito moderno e educação. São Paulo:
Xamã, 2007. 143p.
CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. 28ª Ed. São Paulo: Palas Athena, 2011. 250p.
CONDE, Graciela Aldana de; DUQUE, Diego Parra. De arquetipos, cuentos y
caminhos. Bogotá: Creatividad e Innovación Ediciones, 2003.

352 , Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jun./dez. 2012.


FABER, Michael A.; MAYER, John D. Resonance to archetypes in media: There’s
some accounting for taste. Journal of Research in Personality, v. 43, p. 307-322, 2009.
FEINSTEIN, David; KRIPPNER, Stanley. Mitologia pessoal: como descobrir dua
história interior através de rituais, dos sonhos e da imaginação. 2ª Ed. São Paulo:
Cultrix, 1994. 251p.
GLEISER, Marcelo. Mito, ciência e religiosidade. Folha de São Paulo, São Paulo, 11
abr 2010.
JUNG, C.G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. 2ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
408p.
______. Tipos psicológicos. 4ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2011. 614p. (Obra Completa de
C.G. Jung, v.6).
LÉVI-STRAUSS, Claude. Mito e significado. Lisboa: Edições 70, 2010. 85p.
MARK, Margaret; PEARSON, Carol S. O Herói e o Fora-da-Lei: como construir
marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos. São Paulo: Cultrix, 2001. 376p.
MORIN, Edgar. O Método. 3. O conhecimento do conhecimento. 4ª Ed. Porto Alegre:
Sulina, 2008. 286p.
MUNTEANU, Anca; COSTEA, Iuliana; PALOS, Ramona; JINARU, Adrian. Entering
in the essences of personality – studies over archetypes. Procedia Social and Behavioral
Sciences, v. 5, p. 2272-2276, 2010.
PASCUTTI, Cristina. A busca do conhecimento de nossa mitologia-pessoal como
forma de nos entendermos no Cosmos. In: RAMOS, Celeste (Org.). Mitos: perspectivas
e representações. Campinas: Alínea, 2005. 128p. (Coleção Mitologia & Arte). p. 61-73.
PEARSON, Carol S. O despertar do herói interior: a presença dos doze arquétipos
nos processos de autodescoberta e de transformação do mundo. 2ª Ed. São Paulo:
Pensamento, 1995. 355p.
RIBEIRO, Anesilda Alves de Almeida; FALCON, Gladys Santos; BORENSTEIN,
Miriam Süsskind; PADILHA, Maria Itayra Coelho de Souza. A escolha profissional no
imaginário social – enfermeiras brasileiras e peruanas. Escola Anna Nery, v. 10, n. 2,
p. 241-250, ago. 2006.
SILVA, Laura Cristina da; TERRA, Marlene Gomes; CAMPONOGARA, Silviamar;
ERDMANN, Alacoque Lorenzini. Pensamento complexo: um olhar em busca da
solidariedade humana nos sistemas de saúde e educação. Revista Enfermagem UERJ, v.
14, n. 4, p. 613-619, out./dez. 2006.
SILVEIRA, Nise da. Jung – Vida e Obra. 20ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006. 169p.

* Recebido em: 27.06.2011. Aprovado em: 30.10.2011.


** Mestre. Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão
do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGEGC/UFSC).
Professor no Centro de Educação Superior do Oeste da Universidade do Estado de
Santa Catarina. E-mail: antonio@udesc.br
*** Mestre. Professora no Centro Universitário Leonardo da Vinci. E-mail: mari.
netto@hotmail.com
**** Doutor. Professor e Pesquisador do PPGEGC/UFSC. E-mail: fapfialho@gmail.com

, Goiânia, v. 15, n. 2, p. 339-353, jul./dez. 2012. 353

Você também pode gostar