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TECNOLOGIA

EMPRESAS
GESTÃO
NEGÓCIOS

01 julho 2016 trimestral

(Re)desenhando as
regras do jogo das
organizações e dos
recursos humanos

OPINIÃO
TIM VIEIRA

COMPETITIVIDADE
CARLOS PAZ

TECNOLOGIA
MICROSOFT
TOP DOX

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EDITORIAL 3

OPINIÃO ENTREVISTA 22 VANESSA CRUZ


Os team buildings, são assim
4 TIM VIEIRA 12 VASCO GASPAR tão importantes para as
Empreendedores em mares nunca Mindfulness organizações?
dantes navegados
24 MARISA OLIVEIRA
Salário Emocional
TEMA DE CAPA
COMPETITIVIDADE
14 INÊS VACAS
6 CARLOS PAZ (Re)desenhando as Regras do TECNOLOGIA
Querem ser competitivos? Jogo das Organizações e dos
Não compitam. Colaborem! Recursos Humanos 26 TOPDOX
As Regras do Jogo Mudaram.
8 CARLOS CORREIA Bem-vindo à era Pós-PC.
Game Changer? Back to Basis
RECURSOS HUMANOS 28 MICROSOFT
11 GABRIEL AUGUSTO The Booming Cloud opportunity
Uma marca sem propósito é uma 19 SÓNIA ALVES
estátua de bronze com pés de Agentes de Mudança 30 RUMOS BI
barro nos Recursos Humanos A Importância do Business
Intelligence para as organizações
20 LURDES CALISTO
A Morte das Equipas

É com um enorme sentimento de missão cumprida que colocamos esta


primeira edição da Game Changer nas suas mãos, materializando também
em formato de publicação periódica o nosso desígnio de potenciar o
Edição
GALILEU
Sucesso das Pessoas e das Organizações, pela qual regemos a nossa
atividade há 25 anos em Portugal.
Colaboradores
Carlos Correia
Para nós, ser Game Changer é viver a atualidade que nos desafia à
Carlos Paz permanente transformação. É uma atitude que se pauta pela procura
Constança Mascarenhas constante de um novo horizonte. É o momento em que criamos novas
Gabriel Augusto
Inês Vacas oportunidades únicas. É a magia transformacional que eleva uma organização
Lurdes Calisto para além do seu potencial. É a diferença entre a norma e o excecional.
Marisa Oliveira
É certo que não encontrará a fórmula para lá chegar nestas páginas. Mas
Nelson Pereira
Pedro Tavares temos a ambição de contribuir para o seu momento game changing, na
Sónia Alves sua realidade empresarial. Nada mais natural, portanto, que a dedicação
Teresa Virgínia
Tim Vieira
desta primeira edição ao tema que dá nome a esta publicação.
Vanessa Cruz De forma a desenvolver este tema, contamos com a colaboração de vários
Vasco Gaspar Agentes de mudança do mercado nacional, que partilham, nas páginas
Impressão e Acabamento que se seguem, as suas opiniões e visões sobre aquilo que consideram um
A3 | Artes Gráficas, Lda Game Changer para as organizações, nas mais variadas vertentes da gestão.
Propriedade
GALILEU
Terminamos este primeiro editorial com um sentido agradecimento a
Tiragem todos os que aceitaram o nosso desafio de colaboração e, a si, o nosso
3000 exemplares
compromisso de um Até Já, até à próxima edição da Game Changer. 
Periodicidade
trimestral

Depósito Legal
412259/16
Gabriel Augusto
Nº da Edição 01 Diretor

julho 2016 GAME CHANGER


4 OPINIÃO TIM VIEIRA

Empreendedores em mares
nunca dantes navegados
“Neste mundo nada pode ser tido como certo, exceto a não têm o mesmo valor. E é precisamente sobre esta matéria
morte e os impostos”. A frase é atribuída a Benjamin Franklin. que a mentalidade dos portugueses é muito fechada e foi
Mas arrisco a escrever que, no contexto do empreendedo- assim durante muito tempo, mas está felizmente a mudar.
rismo em Portugal, a poderíamos completar:
Aliás, esta mentalidade está a mudar em todo o
mundo. Todos os anos surgem no mercado novos
Neste mundo produtos, novos gadgets… inovações. No último ano
foram os drones e a realidade virtual. Depois virão
nada pode ser outras invenções, enfim… é necessário estar sempre
tido como certo, na linha da frente da concorrência e isso depende das
pessoas e de quem está à sua volta!
exceto a morte, Neste sentido, há oportunidades que estão a ser bem
agarradas e outras que não. Os bons exemplos chegam-
os impostos e a -nos das camadas mais jovens que já não pensam só
urgência de pensar nos apoios e subsídios, mas que arregaçam as mangas
e emigram e isto não é necessariamente mau. Quem
out of the box” emigra aprende mais, cresce, ganha experiência e apli-
ca-a depois no seu país.

Estamos a atravessar um período muito interessante em Os números não mentem! Todos os anos saem das
que os portugueses se propõem a lutar pelas ideias em que Universidades Portuguesas milhares de jovens qualifica-
acreditam. Há muitas pequenas empresas com sangue novo dos e com competências de trabalho, que falam inglês,
que, apesar da dimensão, pensam na sua internacionalização. são competitivos a nível internacional e fazem história lá
Todas juntas acabam por fazer muito e ajudam a mudar o fora. São jovens com menos de 30 anos cheios de talento
paradigma atual. Por isso, acho que 2016 será um bom ano que estão a mudar o mundo! São os líderes do futuro, cujas
para todos! histórias são motivadoras, inspiram e abrem portas a outras
empresas portuguesas.
É certo que a crise veio obrigar a pensar mais e com
cautela, mas também é verdade que trouxe oportunidades Precisamos de conhecer mais histórias de sucesso como
para novos negócios. Há um novo espírito nas pessoas que estas, de criar condições para atrair capital, pessoas, talento,
querem ter sucesso. Antes pensava-se em comprar carro abrir mercados e romper limitações administrativas para testar
e casa e só depois em investir num negócio. Hoje há um o que é novo. Os portugueses precisam de aproveitar a van-
pensamento diferente: quem quer criar um negócio fá-lo tagem da língua portuguesa que permite avançar para outros
antes de adquirir todos os outros bens. grandes mercados como o brasileiro, angolano, moçambica-
O segredo também já não é a alma do negócio. Agora no…e de acabar com a dualidade Lisboa e Porto.
temos networking, sinergias e parcerias. Quanto mais cedo Não podemos fechar os empreendedores do Porto no Porto
o promotor de uma ideia começar a falar do seu negócio e os de Lisboa em Lisboa. Temos de falar, trocar ideias e parti-
com clientes, parceiros, empresários, melhor será a execução lhar projetos a nível nacional. A competitividade internacional
da ideia, melhor será o seu modelo de negócio e maior a que temos não é exclusiva de uma só cidade. É Portuguesa!
probabilidade de sucesso. Por isso, ganhamos em partilhar esta luta para colocar Portugal
Costumo dizer que o dinheiro não está nas nossas mãos, no mapa do empreendedorismo global.
mas sim nas ideias, nos projetos, nas mentes criativas e na
realização correta dessas ideias. Quem tem uma boa ideia Do que é que estamos à espera? Se as ideias precisam
e uma boa equipa para a pôr em prática tem dinheiro. Entre de capital, então é preciso encontrar capital para financiá-
a boa ideia e o dinheiro há somente o tempo de execução las - hoje em dia temos formas mais fáceis de ter acesso ao
e de adaptação ao mercado. investimento, como o crowfounding, fundos de investimento e
No entanto, esta adaptação deve ser constante, porque há investidores dedicados - ; se a ideia precisa de espaço, então
mercados que podem valer muito num ano e no seguinte já é preciso encontrar espaço onde ela se possa desenvolver;

GAME CHANGER julho 2016


TIM VIEIRA OPINIÃO 5

Por:
TIM VIEIRA
CEO da Special Edition Holding
(África) & Bravegeneration (Europa)

se essa ideia precisa de ‘mentoring’, Portugal está atualmente no peia e quem sabe mundial, onde circu-
então é preciso ir buscar o ‘mentoring’ centro do movimento empreendedor lam e se cruzam talento, conhecimento,
para ela se desenvolver. europeu. Depois de ter sido a Capital mentores e financiamento.
Europeia do Empreendedorismo, Ora, esta capacidade de reunir
A sociedade portuguesa tem de Lisboa prepara-se para receber nos todos estes fatores de promoção
abandonar o discurso pessimista próximos três anos o Web Summit. Por do empreendedorismo só pode dar
de “não consigo”, “é difícil” e de seu turno, o Governo lançou recente- bons resultados, desde que estejamos
penalizar muito o insucesso. Não há mente a Estratégia Nacional para o prontos para embarcar, fazer a diferen-
problema nenhum em falhar uma, Empreendedorismo, Startup Portugal, ça e “navegar por mares nunca dantes
duas, três, quatro vezes. O problema que visa apoiar o ecossistema. navegados”.  
é não agarrarmos as oportunidades O país tem tudo para funcionar
que nos são dadas. como uma plataforma à escala euro-

julho 2016 GAME CHANGER


6 COMPETITIVIDADE CARLOS PAZ

Querem ser
competitivos?
Não compitam.
Colaborem!
Por: Carlos Paz
Professor no ISG e docente no FT MBA GALILEU

Desde a publicação, em meados da década de 80 do Todos sabemos que a atual situação económica e financeira
século passado, de um célebre artigo académico de Michael dos Países da OCDE não é sustentável. Mais tarde ou mais
Porter, que as Empresas (os Estados e até as pessoas) têm cedo, os Governos dos vários Países industrializados vão ter
perseguido ideais de competitividade e desenvolvido estra- de assumir políticas, mais ou menos radicais, de incentivo ao
tégias de diferenciação competitiva. desenvolvimento económico. Por outras palavras: o futuro
existe e as oportunidades de desenvolvimento do negócio
Com que resultados? Para a generalidade das Empresas, das Empresas serão uma realidade.
os resultados foram bons em horizontes de curto prazo.
No médio-longo prazo, a verdade é que os resultados são O problema é que as soluções políticas irão tardar alguns
muito questionáveis. anos a ser implementadas e a produzir resultados para a
economia. Ou seja: as Empresas têm de conseguir sobre-
A crise financeira de 2007, seguida pela crise económica de viver por um período ainda mais ou menos longo, de forte
2008, que ainda hoje atravessamos, é prova disso. É verdade pressão económica e financeira, antes de se concretizarem
que ambos os ciclos de crise (o financeiro e o económico) as oportunidades de crescimento e desenvolvimento que
tiveram a sua origem em fatores muito diversos, especialmente se anteveem.
na incapacidade de regular e supervisionar a atuação do setor
financeiro ao nível Global. Mas, também é verdade, que a
generalidade das empresas tem demonstrado uma imensa
dificuldade em garantir a sustentabilidade dos seus negócios,
com o prolongamento das duas crises globais. Pode parecer estranho
O problema é que as Empresas ao terem apostado, todas,
em estratégias semelhantes, de diferenciação competitiva,
que, depois de décadas
acabaram por ficar com argumentos estratégicos muito se-
melhantes. Ou seja: ironicamente a aposta em estratégias
de enaltecimento da
(similares) de diferenciação acabou por conduzir as Empresas competitividade das
(os seus produtos, os seus processos, os seus sistemas, os seus
métodos, a sua gestão ou as suas abordagens aos mercados) Empresas, dos Países,
a uma situação de igualização.
dos territórios, das
Esta situação conduz a uma enorme pressão sobre os cidades, das pessoas,
fatores económicos das Empresas: menores custos para
reduzir preços (infelizmente este é o único fator imediato etc…, apareça alguém
de diferenciação que ainda prevalece). O problema é que
a pressão sobre a redução de custos tem um limite de elas- a dizer, literalmente:
ticidade: é impossível continuar estratégias de competição
baseada em preços e custos, sem perder as garantias de
“não compita”
sustentabilidade dos negócios a médio prazo.

GAME CHANGER julho 2016


CARLOS PAZ COMPETITIVIDADE 7

Conjugando: As Empresas, com Colaboração através da partilha


dificuldades de sustentabilidade, têm de meios, da associação de compe-
de sobreviver por um período alar- tências, da integração vertical ou ho-
gado de tempo, quando já estão nos rizontal dos negócios, dos acessos
limites da elasticidade de preços e conjuntos ao financiamento ou à aqui-
custos. Por outras palavras: Missão, sição de serviços especializados…
quase, Impossível!
A resposta clássica de “explorar Resumindo: Colaboração para ga-
as vantagens competitivas”, já não é rantir a máxima eficiência económica
válida. Para uma imensa maioria das de todos os processos de negócio, sem
Empresas já não há diferenciação com- pressionar para além do aceitável as
petitiva ou fatores competitivos para tradicionais alavancas de redução de
continuar a competir. custos (força de trabalho, lucros e sus-
Pode parecer estranho que, depois tentabilidade dos negócios).
de três décadas de enaltecimento da
competitividade das Empresas, dos Este novo paradigma - o da
Países, dos territórios, das cidades, das colaboração - vai exigir muito das
pessoas, etc…, apareça alguém a dizer, Empresas, dos seus proprietários, dos
literalmente: “não compita”. É preciso seus gestores, dos seus colaboradores,
um novo modelo, um novo conceito, em dos políticos, dos consultores,
suma: um novo paradigma! dos formadores e, principalmente,
das instituições de associativismo
Na atual situação da economia, as empresarial que terão de deixar de ser
Empresas para serem competitivas meros instrumentos de pressão política
têm de deixar de competir e passar a ou de promoção de individualidades
colaborar. É este o novo paradigma: para serem, de facto, instrumentos de
colaboração! promoção da colaboração empresarial.
Serão, certamente, tempos comple-
Colaboração entre as Empresas e xos e trabalhosos. Mas, em simultâneo
os seus fornecedores ou os seus clien- será, para todos, um privilégio o poder
tes, ou os seus concorrentes ou outras fazer parte da consolidação de um novo
empresas da mesma geografia ou que paradigma da gestão: a colaboração …
explorem os mesmos mercados, ou para um futuro melhor!
usem as mesmas tecnologias, etc…

Colaboração para minimizar todas


as ineficiências de funcionamento: fi-
nanceiras, logísticas (espaço e transpor-
tes), técnicas, comerciais, de marketing,
administrativas, legais, de pesquisa e
desenvolvimento, entre outras…

julho 2016GAME
julho2016 GAMECHANGER
GANGER
8 COMPETITIVIDADE CARLOS CORREIA

GAME
CHANGER
BACK TO BASIS ?! por: Carlos Correia
Consultor e Docente Universitário

A
pesar das inúmeras queixas uma melhor performance comercial. De Não gostaria nem posso obviamente
vindas de quase todos os referir que são dois grandes espaços generalizar estas duas ocorrências para a
setores relativamente ao comerciais de prestígio e pelo menos realidade de todo um setor. Elas são infe-
impacto que o ambiente com aparente sucesso. lizmente maus exemplos do modo como
macroeconómico tem na ainda subsistem (neste e noutros setores)
situação das empresas, somos diaria- modelos de funcionamento e profissio-
mente confrontados com empresas e/ nais de vendas incapazes de capturar o
Frequentemente estes
ou comerciais que continuam a atuar potencial do mercado. Os tempos para
tipos de situações devem-
no mercado de modo completamente este tipo de comerciais está a esgotar-se.
desajustado. -se a uma combinação de As empresas têm de garantir que dotam
Esta reflexão vem a propósito da fatores, nomeadamente: as suas equipas comerciais de supervi-
recente necessidade de um familiar são, ferramentas, processos de trabalho
próximo em adquirir uma viatura para Ausência de “apetite comercial” e competências de gestão adequadas a
utilização pessoal. Solicitou-me que traduzida numa atitude displicente um desempenho de excelência.
contactasse dois stands em Lisboa e despreocupada de quem acha Tudo começa nos aspetos mais ele-
de duas marcas concorrentes que que tem um produto que vende mentares do processo da venda que con-
eram potenciais fornecedores, uma por si. Esta situação pode ser tinuam e continuarão a ser essenciais.
vez que representavam as marcas dos potenciada pela ausência ou Disponibilidade para ouvir, compreender
falta de ambição nos objetivos.
dois modelos que correspondiam à a necessidade do cliente, honrar os com-
sua preferência. promissos, dar seguimento às propostas
Em ambos os casos a experiência Acompanhamento e Supervisão e criar relação com o cliente ajudando-o
foi desastrosa. Atitude displicente dos deficiente que não deteta este no processo da tomada de decisão, são
comerciais, prazos de envio da proposta tipo de comportamentos nem tem elementos imprescindíveis que têm que
que não foram respeitados (num dos mecanismos diretos ou indiretos continuar a fazer parte das boas práticas
casos só enviou após insistência), pro- implementados que permitam corrigir de todos os comerciais.
rapidamente práticas indesejadas.
postas que não correspondiam aos
acessórios solicitados e finalmente, au- Bons Negócios!
sência total de seguimento comercial. Ferramenta de CRM - Customer
Obviamente perderam o negócio para Relationship Management inexis-
um concessionário concorrente! tente ou implementada, mas não
usada permitindo que a gestão do
Não conhecendo a realidade espe- pipeline comercial seja efetuada
de forma reativa a reboque das
cífica de cada uma das empresas em
solicitações dos clientes e não
concreto podemos, no entanto, tentar
por iniciativa do comercial.
especular relativamente ao que está a
impedir estas duas empresas de terem

GAME CHANGER julho 2016


Focus on Success
GABRIEL AUGUSTO COMPETITIVIDADE 11

UMA MARCA SEM


PROPÓSITO É UMA
ESTÁTUA DECOM
BRONZE
PÉS DE BARRO
por: Gabriel Augusto, GALILEU

Num mundo hipercompetitivo com cada vez menos espaço nização e dos seus destinatários. É, acima de tudo, a intenção
para o consumo inconsciente, as marcas necessitam de uma que dá sentido à sua existência.
razão de ser relevante e diferenciadora, um ethos na base Sem propósito, uma marca não é mais do que uma casa
de toda a sua atividade que vai para além do seu posicio- construída em terreno arenoso, incapaz de se sustentar no
namento, dos seus objetivos de negócio e dos benefícios tempo. Sem propósito, uma marca não consegue transmitir
do seu portefólio de produtos. autenticidade, sendo apenas o reflexo de ações levianas e
O conceito de Propósito de Marca, ou Brand Purpose, não movidas exclusivamente por necessidades pontuais e imedia-
é novo. É, no entanto, a palavra de ordem para as marcas tas. Sem propósito, uma marca não terá lugar na memória e,
atuais. É o foco cons- muito menos, na con-
tante e impermeável Sabemos que vivemos no “país do triste sideração das pessoas.
que sustenta a sua es- É, neste sentido,
tratégia. É a inspiração fado”, que nem sempre faz o uso devido da que celebramos o
que conduz todos os cultura do Sucesso. Sabemos, também, que nosso 25º Aniversário
que dela fazem parte com uma campanha
(interna e externamen- por cá o Sucesso é muitas vezes visto com nacional que tem por
te). É o cruzamento desinteresse e que quem o procura é muitas base a assunção do
da cultura, missão e nosso Propósito de
valores de uma orga-
vezes apelidado de “pato bravo” Marca, o Propósito
GALILEU.
Sabemos que vivemos no “país do triste fado”, que nem
sempre faz o uso devido da cultura do Sucesso. Sabemos,
também, que por cá o Sucesso é muitas vezes visto com
desinteresse e que quem o procura é muitas vezes apelidado
de “pato bravo”.
Contudo, também sabemos que Portugal é um país em
mutação, aberto ao mundo, e com uma nova cultura em-
presarial a florescer, com agentes que dão cartas a nível
mundial. Há, pois, uma nova geração de portugueses que
valoriza o Sucesso e, mesmo que haja quem ainda não o
faça, comprometemo-nos a fazer esta defesa.
Assim, com base na nossa missão de inspirar e ajudar
todas as pessoas e empresas a atingirem o Sucesso, com-
prometemo-nos a continuar a defender o culto do Sucesso,
em contraposição à falta de ambição. Acreditamos que só
um país com profissionais realizados e felizes, e empresas
bem-sucedidas, será um país preparado para o futuro.
O foco na nossa atividade é o Sucesso. O Sucesso das
organizações que confiam na GALILEU o desenvolvimento do
seu maior ativo – as suas pessoas. O Sucesso das pessoas que
nos elegem como o seu parceiro privilegiado de formação,
transformação e evolução. E, claro, o Sucesso do País onde
nascemos e contribuímos há 25 anos.

Portugal virou a página. Nós ajudamos


a que consiga também.
GALILEU, Focus on Success.

julho 2016 GAME CHANGER


12 ENTREVISTA VASCO GASPAR

INDFULNESS
Entrevista a:
VASCO GASPAR
Human Flourishing Facilitator e autor
do livro “Aqui e Agora: Mindfulness”

Fala-se tanto de Mindfulness atualmente, afinal o que só o mindfulness que entra, mas também o yoga, o desporto,
é, e que benefícios traz? a qualidade do sono, a alimentação, o que consumimos nos
Mindfulness em si, como o gosto de ver, é uma capacidade que media, etc. É por aí que creio que caminharemos.
todos nós já temos, de estarmos presentes, atentos e receptivos
à nossa experiência interior (corpo, emoções, pensamentos) e Como é que respirar melhor nos pode ajudar a enviar
exterior (relação com o mundo e com as outras pessoas). Essa melhores emails?
capacidade pode ser cultivada de muitas formas (ex. yoga, tai- Mindfulness nada tem a ver com respirar melhor, sendo esse
chi, qi gong, preces centradas, etc.), sendo a principal e mais um mito comum. A respiração é apenas um dos “objetos” que
falada atualmente a prática da meditação (que neste contexto são usados para focar e treinar a mente mas o objetivo não é
não significa mais do que treino mental), especificamente a manipular a respiração ou respirar melhor. É simplesmente focar
meditação mindfulness (nota: existem centenas de tipos de a atenção na respiração (ou noutro “objeto”, como as sensações
meditações, e mesmo dentro do mundo do mindfulness existem do corpo ou os pensamentos) e permitir que a nossa atenção
diversos protocolos, como o MBSR - Mindfulness Based Stress repouse aí. Ao fim de pouco tempo a mente vai-se distrair e
Reduction, o Search Inside Yourself, entre outros). Sobre os be- pensar em algo, o que é perfeitamente normal, e é aí que o
nefícios, existem literalmente milhares de artigos científicos com “core” da prática reside: notar que nos distraímos e voltarmos
revisão de pares a mostrar o impacto da meditação mindfulness a colocar a atenção na respiração (ou noutro objecto). Com
a vários níveis. Os mais falados e estudados cientificamente a prática repetida, como quem vai ao ginásio, ficamos mais
estão relacionados com a área da saúde e com a gestão de conscientes dos nossos processos mentais, com uma mente
estados de sofrimento elevados (ex. ansiedade, depressão, mais clara e mais focada, o que nos vai permitir não só enviar
dor crónica, etc.). No entanto cada vez mais estudos apontam melhores emails, mas também desempenhar melhor todas
evidências de como o mindfulness contribui também no mundo as outras atividades que envolvem a nossa mente (o que se
organizacional não só a nível do indivíduo (ex. maior inteligência resumem basicamente a... tudo).
emocional, capacidade de concentração, capacidade de lide-
rança, clareza mental, gestão do stress, bem-estar, criatividade Porque investem empresas como a Google em
e produtividade), mas também a nível das equipas (ex. melhor programas de Mindfulness?
capacidade de comunicação, resolução de conflitos, etc.) e a Num mundo cada dia mais rápido, complexo e volátil a pressão
nível organizacional (ex. redução do turnover, maior produtivi- está cada vez maior, o que faz com que seja cada dia seja mais
dade, menor absentismo, etc.). difícil ter uma mente clara, presente e tranquila. Isso afecta a
capacidade de pensar, tomar decisões, liderar, ser, fazendo com
É apenas uma tendência ou está para ficar? que a procura por práticas como o mindfulness surjam. Essa
Essa é daquelas perguntas que só o tempo poderá dar respos- necessidade associada ao suporte de várias áreas do saber (ex.
ta. Creio que o mindfulness faz parte de uma revolução que neurociência, psicologia, medicina, management, entre outras)
se está a passar a nível da saúde pública mundial. Ou seja, de e impulsionada pelos media (ex. Time Magazine, Huffingon
um paradigma emergente de que é tão importante cultivar e Post, Harvard Business Review, The Economist, etc.) faz com
tratar da mente como é cultivar e tratar do corpo, e aqui não é que a prática de mindfulness esteja cada vez a chegar a mais

GAME CHANGER julho 2016


VASCO GASPAR ENTREVISTA 13

pessoas e mesmo aos sítios mais improváveis . Este ano por tecnológicas sem se deixar perder ou assoberbar por elas.
exemplo, à semelhança do anterior, todos os dias do Fórum Basicamente consegue usá-las em vez de ser usado por elas.
Económico Mundial de DAVOS começaram com uma sessão Talvez por essa razão muito do movimento mindfulness a nível
de 30 minutos de mindfulness, algo que seria impensável há 4 das organizações tenha surgido nas próprias empresas que
ou 5 anos atrás. É apenas um sinal de que até as pessoas mais muitas vezes apontamos como responsáveis por estes avanços
poderosas e bem pagas do mundo têm percebido os benefícios tecnológicos, como a Google, o Facebook, o LinkedIn, entre
de investir tempo a cuidar da coisa mais preciosa que temos e outras. Elas perceberam rapidamente que se as mentes das
que nos serve de base a praticamente tudo - a nossa mente. suas pessoas não estivessem centradas seria muito fácil que
se perdessem e fossem “engolidas” pelas tecnologias que
Que impactos a implementação de um programa elas próprias criavam.
de Mindfulness pode trazer para uma organização E, claro, não esquecer que hoje também já temos centenas
ou empresa? de apps que podemos usar como suporte à prática da própria
Os impactos são imensos mas também há que ver que o mind- meditação mindfulness, como é o caso da HeadSpace ou da
fulness não é nenhuma “bala de prata” que vai resolver todos Insight Timer, sendo este é um bom exemplo da tecnologia
os problemas. Não faz sentido treinar as pessoas para estarem “material” de mãos dadas com a tecnologia “social”.
mais focadas, por exemplo, e depois aumentar o volume de
trabalho. Esse não é o propósito. Na raiz destas práticas está Numa época cada vez mais digital e tecnológica
(ou deve estar) uma forte componente ética, sendo que estas recomenda a utilização de alguma aplicação de
práticas devem servir, a meu ver, principalmente um bem maior, Mindfulness?
de contribuir para que as pessoas que as praticam se tornem Diria que o melhor mesmo é a pessoa primeiro fazer um curso
melhores pessoas, mais ligadas aos seus valores, mais respei- presencial com um professor certificado no tema e que lhe
tosas de quem as rodeia, incluindo o meio-ambiente. A maior possa dar umas bases sólidas. Depois dessa fundação sólida as
consciência que vem com estas práticas deve permitir melhores aplicações poderão servir e ser úteis à prática diária. Não quer
resultados que sirvam a todos, não apenas aos próprios ou aos dizer com isto que uma pessoa não possa começar a praticar
acionistas. Quem pensar o contrário não só está redondamente com uma aplicação ou um curso online (no meu caso tenho um
equivocado como acredito que terá uma “bomba” que lhe que ofereço, por exemplo, http://bit.ly/programazbhd) mas a
vai explodir a prazo nas mãos, pois pessoas mais conscientes certa altura será sempre aconselhável fazer um curso presencial
também conseguem mais facilmente perceber que estão no sítio ou um retiro, de forma a ter umas boas fundações na sua prática.
errado e mudar de organização, caso sintam, por exemplo, que
o que move a entrada destas práticas na organização se prende Que dicas nos deixa para começar a praticar o
apenas com mais ganância do que com uma real preocupação Mindfulness no dia a dia?
com o bem-estar dos colaboradores. Não creio que haja uma “fórmula” que sirva a toda a gente
para lá chegar. Diria que é uma escolha acima de tudo pessoal
Onde tem vindo a trabalhar e que tipos de programas e voluntária (cada um tem que escolher praticar), de nos que-
implementa? rermos conhecer melhor e cultivar uma mente mais clara, mais
Tenho vindo a trabalhar com organizações em Portugal, presente e mais humana. De tratarmos da mente como trata-
Alemanha, Espanha e Estados Unidos da América. No meu caso mos do corpo. Se lavo todos os dias os dentes e tomo banho,
desenvolvo 3 tipos de abordagens: programas de clarificação do porque não devo ter o mesmo tipo de práticas de “higiene”
tema (curta duração - ex. palestras, workshops de introdução); para com a minha mente?
programas intensivos (ex. workshops de dois dias presenciais Deixo, ainda assim, alguns possíveis passos. O primeiro será o
seguidos de 4 a 8 semanas online) e programas de longo prazo de um questionar honesto sobre o porquê de querer praticar,
(sessões presenciais de 1h30 ao longo de 9 semanas). Dentro sendo que se a resposta for porque está na moda diria que vale
dessas abordagens tenho também à disposição dois protocolos mais nem começar. Se a intenção for de facto um crescimento
de base diferentes: o ZBHD, programa desenvolvido em 2013 pessoal, para nos tornarmos melhores pessoas e melhores pro-
e atualmente já realizado por perto de 2.000 pessoas a nível fissionais, diria que tudo o resto se resume a três outros simples
mundial; e o Search Inside Yourself, programa de liderança e passos: praticar, praticar, praticar. Tudo vem da prática. De nos
inteligência emocional baseado em mindfulness e neurociência sentarmos todos os dias e de cultivarmos a nossa mente com
que foi desenhado e desenvolvido na Google, sendo que tenho dedicação, paciência e carinho. Muitas pessoas acham “piada”
a felicidade e sorte de ser dos poucos professores certificados à ideia do mindfulness mas não tanto à ideia da prática em si,
a nível mundial para o entregar fora da Google. pois se ela for realmente bem feita confronta-nos com partes
de nós que nem sempre queremos ver. E há dias que é difícil. E
A tecnologia pode estar ao serviço do Mindfulness, há alturas que não apetece. Mas é na prática diária, faça chuva
ou são paradoxais? ou faça sol, que com o tempo começamos a ver os resultados.
A meditação mindfulness em si própria é uma tecnologia social Sugiro a todos que pratiquem de forma honesta pelo menos
que nos permite estar mais conscientes e presentes. Sobre outras durante 8 semanas diariamente para poderem fazer um juízo
tecnologias (ex. email, telemóvel, redes sociais, etc.) de facto com conhecimento de causa. Se no final for útil, basta conti-
elas poderão ser um fator de distração, mas uma mente que nuar. Se não for, é porque a prática não era para eles (e isso
esteja centrada consegue facilmente utilizar essas maravilhas também está bem).

julho 2016 GAME CHANGER


14 TEMA DE CAPA INÊS VACAS

(Re)desenhando as Regras do
Jogo das Organizações
e dos Recursos Humanos
POR: INÊS VACAS MARKETING GALILEU

Para uma empresa se posicionar na o meio laboral. Este cenário acarreta mento em tudo o que está acessório,
linha da frente não é apenas suficiente muitos desafios, mas também oportu- como em metodologias, ferramentas,
jogar bem o jogo vigente. Depois de nidades para as empresas se estas con- formação, entre outros”.
soado o apito inicial, a melhor estraté- seguirem comunicar e lidar com a nova “Engagement”, “motivação” e
gia pode ser aquela que muda o jogo cultura emergente. “A tecnologia é um “integração” das pessoas nas orga-
em prol da vantagem competitiva da veículo fulcral para incorporar novos nizações foram outros fatores apon-
empresa e dos seus colaboradores. modelos de comunicação”. Ana Paula tados como forma de alcançar metas
Se lhe perguntassem qual será, na Vasconcelos, diretora no Banco BPI, individuais e coletivas. É imperativo
sua perspetiva, aquele elemento uma “consciencialização do
fulcral que irá conseguir mexer impacto de cada um dos co-
com as regras do jogo e fazer laboradores nos resultados da
com que a sua empresa saia das “Hoje em dia tudo custa empresa, pois todos são impor-
quatro linhas para colocá-la na tantes para chegar ao objetivo
linha da frente, o que responde-
dinheiro, as pessoas custam comum” afirma Sara Alberto,
ria? O que é preciso para quebrar dinheiro às empresas e responsável de RH na MONLIZ.
as regras, construir propostas de é, por isso, necessário Para atingir esse objetivo comum,
valor divergentes, inovar? os colaboradores devem estar,
fazer investimentos. E o assim, entrosados e motivados
Quais serão os fatores game mais importante para o por forma a empenharem-se ao
changer que irão influenciar a máximo na prossecução de tal
mudança e a transformação das
departamento de RH das resultado.
empresas e das pessoas? empresas é saber o retorno
Foi esta a questão levantada do investimento nas pessoas” Para uma melhor leitura das
pela GALILEU na 15ª edição da respostas partilhadas no evento
Expo RH, que aconteceu nos dias e, sobretudo, para memória
16 e 17 de março e que levou futura, todas as ideias lançadas
mais de 2000 profissionais de Recursos reforça que “a era digital veio mudar pelos profissionais do sector que pas-
Humanos ao Centro de Congressos tudo” e por isso tem que existir “uma saram pelo espaço da GALILEU, foram
do Estoril. De entre os fatores apon- capacidade de adaptação das pessoas graficamente registadas, em tempo
tados - uns mais semelhantes, outros à tecnologia”. real. O graphic recording permite dar
díspares entre si - houve uma ideia forma às ideias, e aos assuntos discu-
que ficou claramente vincada entre as “Cálculo do Employer’s Return on tidos, através de desenhos, tornando
respostas dadas pelos profissionais: é, Investment (EROI)” foi outro fator des- mais fácil a perceção da mensagem.
sem dúvida, necessário caminhar para tacado, por François Coentro, diretor O resultado? Uma colorida ilustração,
uma “quebra de paradigmas”. comercial na META4. “Hoje em dia em dois painéis de dois metros, sobre o
César Ramalho, diretor regional na tudo custa dinheiro, as pessoas custam estado atual dos Recursos Humanos em
INFOS, relevou a importância de uma dinheiro às empresas e é, por isso, ne- Portugal, as tendências deste sector nos
“mudança dos paradigmas do relacio- cessário fazer investimentos. E o mais próximos anos e, claro, fatores game
namento”. Há uma nova geração de importante para o departamento de changer, identificados durante os dois
profissionais, associada à “transforma- RH das empresas é saber o retorno do dias do evento, que poderão contribuir
ção digital”, que está a trazer diferentes investimento nas pessoas”, justificou, para mudar as regras do jogo nos RH e
valores, expectativas e perspetivas para “e isso é o que vai fomentar o investi- nas organizações.  

GAME CHANGER julho 2016


Focus on Success
GAME CHANGER junho 2016
Focus on Success
SÓNIA ALVES RECURSOS HUMANOS 19

Agentes Em 1900, o conhecimento duplicava a cada 50


anos; 50 anos depois, duplicava a cada 10 anos.
de Mudança Em 2020, daqui a menos de 4 anos, estima-se que a
duplicação do conhecimento ocorra a cada 73 dias -
nos Recursos - sim, leu bem… 73 dias!

Humanos Se estes dados mais não são do


que isso mesmo, dados, não deixam
a mudança numa organização acontece
apenas com e através, das suas pessoas
também de ser reveladores que e do capital de talento que conseguem
vivemos e viveremos cada vez mais atrair, desenvolver e reter. Todas estas
em ambientes VUCA - Voláteis, Incertos transformações têm contribuído para
(Uncertain) Complexos e Ambíguos. E que os papéis tradicionalmente asso-
este contexto global, fortemente com- ciados à Gestão de Recursos Humanos
petitivo, com ciclos tecnológicos e es- se encontrem em mutação de um papel
tratégicos cada vez mais curtos, implica essencialmente operacional para um
novos contextos e novas abordagens papel estratégico. Diria, por isso, que
para encarar um mundo em perma- o principal agente de mudança para a
nente mudança. O principal desafio gestão de recursos humanos reside pri-
para as organizações é a capacidade mordialmente na capacidade de contri-
de mudar, transformando a mudança buir para que esse ritmo acelerado de
- ainda – numa vantagem competitiva, transformação dentro das organizações
mas que brevemente se transformará seja uma realidade. Como parceiros
num imperativo de sobrevivência. estratégicos, o foco nos objetivos e
estratégias do negócio, mais do que
lvce s
S ó n i aA e urso
s
As organizações do futuro serão uma necessidade, é um imperativo
por: d e R principalmente as que tenham a ca- crítico, aliado à consideração perma-
ra OJA
Direto upo S
Gr
nos do pacidade para permanentemente an- nente não só do contexto interno, mas
Huma
tecipar, aprender, adaptar, mudar … e também do ambiente externo, em que
as organizações atuam. Contribuir para
o estímulo e reconhecimento da inova-
ção dentro das empresas, mantendo o
conhecimento e aprendizagem como
uma corrente ininterrupta, cooperar
para um contexto organizacional em
que a aprendizagem é uma experiência
permanente, tendo a capacidade de
construir relações de confiança, trans-
parentes e justas com e entre stakehol-
ders; procurar, descobrir e disseminar
as melhores práticas de gestão de
pessoas; aconselhar a gestão para a
melhoria de condições que tenham
a capacidade de influenciar positiva-
mente os objetivos e resultados do
negócio e aconselhando ações que
possam impactar positivamente para
um ambiente saudável e construtivo
dentro das organizações. Em suma,
contribuir decisivamente para que o
equilíbrio na balança das necessida-
des do negócio e das pessoas que o
fazem acontecer, possa ser, dentro das
organizações, uma realidade.

julho 2016 GAME CHANGER


20 RECURSOS HUMANOS LURDES CALISTO

A MORTE
DAS EQUIPAS

A
s organizações do presente
não possuem fronteiras. Nem
funcionais, nem geográficas.
É certo que alguns agentes ainda não
perceberam isso e continuam a operar
numa lógica de um modelo económico
que já não existe, esperando resulta-
?
dos que nunca alcançarão. Muitos,
pelo contrário, já reconheceram que
estamos há vários anos na economia
em rede.
As redes de organizações assentam,
muitas vezes, em modelos complexos
de alianças, cadeias de fornecimento e
outros sistemas, com elevado número
de membros que interagem multilate-
ralmente. Contudo, esta situação não Por: Vice Presidente da APG
se refere apenas a grandes empresas. Lurdes Calisto e docente do FT MBA GALILEU
Refere-se a qualquer organização, de
qualquer setor, de qualquer dimensão.
Por um lado estamos a falar de cadeias
de valor cada vez mais integradas e
interdependentes. É cada vez mais
difícil distinguir uma organização, das mento da rede: colaboração e partilha líder, com objetivos definidos ou um
organizações que lhe fornecem bens de conhecimento. projeto atribuído que deve completar
e serviços. Cada vez mais os clientes Se a organização deixa de ter fron- num determinado prazo. Uma rede,
agem como produtores e cocriadores. teiras claras e estáveis, então isso sig- pelo contrário abrange muito mais
Por outro lado, temos organizações nifica que a malha da rede atravessa pessoas, que agem simultaneamen-
que estendem a sua rede de contactos o interior (muitas vezes artificialmente te de forma individual e em colabo-
a todos os continentes e, mesmo que definido) da mesma. Isto é, existe uma ração, com um leque abrangente de
o não façam, todas estão expostas aos parte da rede que é interna a cada conhecimentos e experiências diferen-
sobressaltos económicos, financeiros, organização. Visualizar o interior de ciadas. Não possui necessariamente
sociais, políticos e outros que acon- uma organização como uma rede, e um líder, nem está necessariamente
teçam em qualquer parte do mundo. não como uma pirâmide de unidades organizada de modo formal. Na com-
Nas redes de organizações, as de- funcionalmente (ou de outra forma) paração destas definições breves de
cisões são habitualmente tomadas definidas, traz vários desafios à gestão equipa e rede, podemos já vislumbrar
por vários membros em conjunto e o e, em particular à gestão de recursos algumas das vantagens das redes: a
poder de cada membro, individual- humanos. Depois de anos de aposta no abrangência e diversidade de conhe-
mente, decresce por causa da interde- conceito de ‘equipa’, as organizações cimento que pode levar a soluções
pendência. A questão fundamental é podem ter agora que repensar esse mais inovadoras do que as geradas
que cada organização deve ser capaz modelo para não excluir os benefícios por equipas focadas; a necessidade de
de co-construir com os seus parceiros da abordagem em rede. menos níveis de coordenação, já que
(clientes, fornecedores, financiadores, Uma equipa define-se habitualmen- a autossuficiência da rede em muitos
sindicatos, cidadãos,…) e duas pala- te como um conjunto relativamente aspetos leva a que sejam necessários
vras-chave caracterizam o funciona- limitado de pessoas, incluindo um menos gestores para dar resposta às

GAME CHANGER julho 2016


LURDES CALISTO RECURSOS HUMANOS 21

necessidades dos membros da rede equipas. Porque a rede não tem fron- volvimento. Exigirá também gestores
do que os necessários para dar res- teiras estanques (estendendo-se muitas de projetos que façam a ‘alquimia’ da
postas às necessidades específicas de vezes a colaboradores de organizações rede. É um papel muito desafiante.
cada equipa. As redes poderão ainda parceiras), a capacidade da organiza- O líder tradicional de equipas tem
revelar a importância de indivíduos que ção ‘sentir’ a envolvente é maior. de ‘saber para onde a equipa deve
agem como ‘distribuidores’ na rede – caminhar’. O líder da rede têm de
apresentam pessoas, fazem pontes, As implicações desta lógica para a ‘saber como utilizar a expertise dos
dinamizam temas. Individualmente não gestão de recursos humanos podem seus membros’. Este novo tipo de líder
seriam identificados como high perfor- significar por exemplo: a existência de tem de ser simultaneamente empático
mers no modelo convencional, mas ferramentas tecnológicas como redes (perceber a rede e os seus conflitos),
neste contexto contribuem de forma sociais internas com os perfis dos pragmático (transformar ideias em
definitiva para os resultados alcançados membros da rede, alimentada também ações) e adaptativo (estar atento ao
pela rede. O facto de uma rede não pelos próprios, que facilitem aos ges- mundo percebendo os sinais, mesmo
instigar a perceção de barreiras (i.e., tores de projetos selecionar quem na que fracos, da mudança).
quem faz parte, quem não faz parte), rede melhor pode contribuir para um
tal como acontece com as equipas, determinado projeto; maior aposta no
faz com que fiquem menos sujeitas a coaching e no mentoring intrarrede;
alguns dos problemas identificados em sistemas de gestão do desempenho
equipas, como a baixa recetividade a que valorizem competências ligadas à
ideias externas ou à partilha com outras participação na rede e ao seu desen-

As equipas
não morrerão;
continuarão a
existir equipas
nas organizações
do futuro. O
desafio está em
fazer coexistir os
dois modelos

julho 2016 GAME CHANGER


22 RECURSOS HUMANOS VANESSA CRUZ

OS
TEAM BUILDINGS
SÃO ASSIM TÃO IMPORTANTES
PARA AS ORGANIZAÇÕES
Atualmente, o êxito das organizações depende
da sua capacidade em diferenciar-se; o que
significa deixar que os talentos, a criatividade
e a inteligência coletiva na empresa sejam
valorizados. Está provado cientificamente
que aprendemos 20% do que ouvimos, 30%
do que vemos e 70% do que fazemos e
experimentamos. Isto vem comprovar que
através de team building, a equipa pode
testar, experimentar e até cometer erros.

texto por:
VANESSA CRUZ
Gestora de Formação GALILEU

GAME CHANGER julho 2016


VANESSA CRUZ RECURSOS HUMANOS 23

Independentemente da dimensão das organizações e dos considerarem seriamente a ideia de agrupar os seus colabora-
seus desafios, todas necessitam de equipas empenhadas e dores em equipas de trabalho eficazes e, até hoje, ainda são
motivadas para atingir os resultados esperados. Todas as considerações importantes para as organizações. Uma das
organizações têm o seu resultado comprometido quando as conclusões mais importantes das experiências é que após a
suas equipas não sabem trabalhar em conjunto. sua conclusão, quando todos os privilégios desapareceram,
Então, qual a solução? Uma das soluções são as ativi- a produtividade continuou a aumentar. Nas décadas que se
dades de team building que agora são amplamente aceites seguiram, os empregadores tornaram-se conscientes da impor-
nas organizações, mas na realidade a tância da manutenção de uma cultura de
sua história é relativamente curta. Antes trabalho e relacionamento positivo com
Com as atividades
da ideia de tais atividades chegar a ser os trabalhadores e isto levou ao apare-
implementada, o conceito de equipa teve de teambuilding cimento de exercícios de team building,
de ser formado. É algo interessante e útil “rompemos” os círculos para ajudar as organizações a alcançar o
sabermos como aconteceu. que estamos habituados, desempenho esperado das suas equipas.
O aparecimento do conceito de equipa proporcionando a A mudança de ambiente que ocorre no
surgiu na década de 1920 com os estudos possibilidade de iniciar um team building atrai a atenção dos participan-
já clássicos de Hawthorne. Estes envol- tes e o paralelismo com o trabalho, propi-
veram atividades de investigação des-
processo de “ampliação dos ciado pelas atividades, passa a fazer sentido
tinadas a analisar o que aconteceu com nossos mapas” por eliminar para eles. Abertas a novos conhecimentos
um grupo de trabalhadores sob várias os fatores que roubam e instigadas à reflexão, as equipas poderão
condições. Elton Mayo, um dos investi- a nossa atenção diária. colocar em prática novas estratégias e ex-
gadores, apontou certas condições críti- perimentar o sucesso dos resultados.
cas que foram identificadas para o desenvolvimento de uma Mas os Team buildings são sempre iguais? Não! Quando
equipa de trabalho eficaz. Descobriu-se que o desempe- as empresas destinam intervalos de tempo reduzidos para a
nho de um trabalhador é afetado por questões sociais e que dinamização de team buildings geralmente têm como ob-
grupos informais dentro da fábrica de trabalho influenciam os jetivo transformar esse tempo num momento de integração
hábitos e atitudes dos trabalhadores. Constatou-se também e descontração. Como o foco não é desenvolver equipas, a
que, para os trabalhadores, aspetos como reconhecimento solução passa por intervenções mais criativas, lúdicas, que criam
pelo seu trabalho, sentimentos de segurança e de pertença sinergias entre os participantes, alinham e energizam o grupo
são mais importantes que as condições físicas de trabalho. com a temática do evento. No entanto, é importante refletir
Estes resultados da investigação estimularam as empresas a sobre o quanto as organizações investem nestas atividades e
com que ferramentas é possível gerar um verdadeiro impacto
nos profissionais que ali se encontram.

Na GALILEU preocupamo-nos em que o desenvolvi-


mento das atividades de team building seja apenas um dos
momentos de todo um processo que desenhamos para os
nossos parceiros, visto que os processos de mudança sob
este enfoque são curtos em tempo e as pessoas regressam
aos seus hábitos antigos de comportamento caso o processo
termine no final daquele dia bem passado. Cada dinâmica
que construímos é única pois vai ao encontro dos objetivos
estabelecidos com cada cliente. Temos sempre presente a
importância de estimular a confiança e o espírito de equipa,
desenvolver ou potenciar a liderança, estimular a cooperação
e a tomada de decisão, motivar o compromisso, potenciar
a capacidade de delegação, fomentar a comunicação, criar
foco,… tudo desenvolvido com muita criatividade e foco nos
objetivos a serem alcançados e estabelecidos previamente.
Com as atividades de teambuilding “rompemos” os círcu-
los que estamos habituados, proporcionando a possibilidade
de iniciar um processo de “ampliação dos nossos mapas”
por eliminar os fatores que roubam a nossa atenção diária.
Já dizia Einstein: “Nunca encontrarás a solução para o teu
problema no mesmo nível mental que o criaste”!
Algumas organizações implementam atividades de team-
building simplesmente porque está na moda, mas agora
que sabemos a sua origem, vamos ser capazes de organizar
melhor os nossos eventos de equipa que têm um propósito
claro que é alcançar resultados tangíveis!

julho 2016 GAME CHANGER


24 RECURSOS HUMANOS MARISA OLIVEIRA

nação. Assim, o cálculo da “riqueza” Até então a relação laboral das em-
deve considerar outros aspetos além presas com os colaboradores tinha sido
do desenvolvimento económico, como predominantemente económica: O em-
a conservação do meio ambiente e a pregado traz os seus conhecimentos e
qualidade da vida das pessoas. esforço na realização do seu trabalho
O FIB é baseado na premissa de que e a empresa paga por isso. A análise
o objetivo principal de uma sociedade conjunta do PIB com o FIB, mostra-nos
não deveria ser somente o crescimento que a riqueza material na maioria dos
económico, mas a integração do desen- países desenvolvidos tem crescido muito
volvimento material com o psicológico, nas últimas décadas e tem conduzido
o cultural em harmonia com o planeta a um aumento da felicidade, embora
Terra. Várias comissões para estudar nem sempre se possa encontrar uma
o tema foram desde então criadas, relação de causa efeito entre a primeira e
algumas presididas por prémios Nobel a segunda. Ser mais rico não é sinónimo
como Joseph Stiglitz, da Universidade de de ser mais feliz.
Por: Marisa Oliveira
Business Developer - GALILEU Columbia, que analisam pontos como: Não obstante, Veenhoven (soció-
Questões clássicas do PIB; Qualidade de logo holandês que criou uma fórmula
Vida; e Sustentabilidade do Bem-estar. para medir a felicidade) refere nos seus
Será possível criar laços afetivos entre A mudança de paradigma não sig- estudos: “A busca da felicidade sempre
os colaboradores e a empresa? Podem nifica que se abandone a análise do existiu, contudo atualmente as pessoas
esses laços contribuir para o compromis- PIB, apenas sustenta que os anteriores são mais responsáveis pela sua própria
so e fidelização de um colaborador face sistemas de medida focam-se apenas felicidade, pois têm mais alternativas
à organização onde presta serviços? na produção económica, descorando o quanto ao rumo que querem dar às suas
bem-estar das pessoas. Os resultados vidas e estão mais conscientes das pos-
Seguramente que sim. Atualmente destes estudos têm de facto contribuído sibilidades de alcançarem a felicidade”.
as organizações preocupam-se com para o conhecimento das dimensões que Ou seja, no que toca às organiza-
o bem-estar dos colaboradores, no- influenciam os índices de felicidade dos ções hoje temos colaboradores mais
meadamente com seu o equilíbrio indivíduos e a criação de laços emocio- conscientes das suas opções profis-
entre a vida profissional e pessoal, nais positivos. sionais e de que rumos podem tomar
implementam medidas que valorizam Temas que estão completamente para aumentar níveis de satisfação com
o capital humano de cada colabora- interligados com as políticas e medidas o trabalho que desempenham.
dor e a sua felicidade no trabalho. Em de Salário Emocional praticadas pelos
suma, investem na criação de ligações principais grupos económicos interna- O paradigma está a mudar, num
afetivas, na retribuição emocional que cionais. O índice de felicidade interno mercado cada vez mais dinâmico, exi-
cada colaborador aufere ou seja o seu bruto comporta dimensões como o gente e competitivo é essencial reter
salário emocional. bem-estar psicológico (a satisfação do Talentos, até porque a tecnologia fa-
Quando abordamos o salário emo- individuo com a sua vida), o padrão de cilmente se replica e a principal van-
cional é quase que obrigatório referir vida, o uso do tempo, a educação e tagem competitiva são os recursos
o conceito de Felicidade Interna desenvolvimento, a utilidade da vida humanos. Implementar medidas de
Bruta (FIB). O FIB surge em 1972 num comunitária, a cultura e a saúde. O Salário Emocional contribui para a re-
pequeno país do Butão, nos Himalaias, desempenho e as condições laborais tenção de talentos é muitas das vezes a
criado pelo rei Butanês, com o apoio do afetam largamente estas dimensões no- chave para consolidar a competitividade
PNUD (Programa das Nações Unidas meadamente: a qualidade do tempo; e a produtividade. Como resultados o
para o Desenvolvimento). Este Conceito o stress; a perceção de competência; salário emocional traz compromisso e
e a sua prática atraiu a atenção do resto o reconhecimento; o desenvolvimento aumenta o bem estar a satisfação e níveis
do mundo pela nova fórmula de medir de competências e claro diretamente o de Felicidade.
o progresso de uma comunidade ou padrão e a qualidade de vida.

GAME CHANGER julho 2016


MARISA OLIVEIRA RECURSOS HUMANOS 25

Quais são as medidas


mais populares entre as empresas:
Horário flexível Cumprir as horas de trabalho sem horários fixos de entrada e saída,
ajustar o horário de acordo com as necessidades e com os objetivos. Até porque hoje
sabemos que cumprir um horário não é sinal de ser produtivo.

Trabalhar à distância As novas gerações valorizam este trabalho aproveitando as


novas tecnologias e é também muito valorizado pelas mães e pais pois permite
ajustar às necessidades familiares.

Ajudas no desenvolvimento da carreira profissional As organizações mais avançadas


capitalizam o potencial humano, investem na formação dos seus colaboradores e
ajudam com os investimentos financeiros e facilitam horários para que os colabora-
dores possam frequentar novas formações e cursos;

Apoio para os filhos mais pequenos, por exemplo nas férias escolares;

Dias Livres para acompanhamento a familiares e compreensão em momentos de


perda ou desafios familiares;
Na GALILEU defendemos
Benefícios sociais Seguros de saúde, abonos de transporte, alimentação, planos que Salário Emocional vai
de educação, etc.; muito além dos benefícios,
até porque implementar be-
Espaços de Lazer Locais de distração na organização, salas de jogo, jardins, giná-
sios, por forma a descontrair e criar espaço tranquilos que potenciam o bem estar nefícios sem análise à cultura
e a criatividade; organizacional, sem customiza-
ção a cada departamento e a
Formação diretamente ligada com a área de trabalho Idiomas, ferramentas informáticas; cada colaborador pode trazer
resultados contrários aos pre-
Atividades de Voluntariado Ajudar os outros a sentirem-se úteis, criar espírito de
equipa, ligação e afeto aumentam os níveis de satisfação no local de trabalho au- tendidos e com impactos ne-
mentando o compromisso e engagment com a organização; gativos. Implementar medidas
de Salário Emocional implica
Reconhecimento Além do monetário, o reconhecimento por palavras, gestos e
atitudes contribui exponencialmente para o bem-estar.
uma análise prévia à cultura
organizacional (missão, pro-
E claro um conjunto de medidas criativas que aumentam a qualidade de vida pósito da marca, valores), im-
dos colaboradores, desde facultar fruta; água; comida saudável; workshops de plementação de ferramentas
ginástica e yoga entre outros. Então, podemos afirmar que Salário Emocional é que permitam conhecer cada
um conjunto de benefícios que a entidade patronal oferece ao seu colaborador colaborador e cada departa-
além da remuneração? mento, desenho customiza-
do da intervenção e do plano
de comunicação do salário
Emocional de forma a poten-
ciar o compromisso; a ligação
emocional e a satisfação com o
trabalho de cada colaborador.

Concluindo, devemos
considerar o modelo de in-
tervenção ao nível do Salário
Emocional como um fator
crítico do desenvolvimento
da competitividade de cada
empresa, uma vez que atua
na retenção de Talentos e en-
gagement de colaboradores.

julho 2016 GAME CHANGER


26 TECNOLOGIA TOPDOX

AS REGRAS
DO JOGO MUDARAM
Bem-vindo à era pós-PC.

Em 2016, o mundo corporativo está a passar por um proces- Esta tendência tem impacto nas empresas a diver-
so de transformação semelhante ao vivido no final da década sos níveis. Um estudo feito pela empresa norte-a-
de 90, com a adoção generalizada da Internet. No entanto, mericana Citrix em 2012, identifica os 3 principais
desta vez, esta transformação está a ser provocada em grande benefícios de uma força de trabalho móvel:
medida pela penetração de dispositivos móveis nas empresas
e a migração para infra-estruturas cloud.
Esta penetração deve-se a melhorias significativas na Redução dos custos, relacionados com
performance de smartphones e tablets e também à genera-
lização de redes 3G, 4G e mais recentemente à introdução
benefícios dados aos trabalhadores;
de redes 5G.

Um questionário feito pela consultora McKinsey Uma força de trabalho mais ágil
& Company a CIO’s (Chief Information Officer) de e capaz de responder aos
algumas das mais importantes empresas do mundo desafios que vão surgindo;
revelou alguns factos muito interessantes:

Aumento da capacidade

56%
dos CIO’s revelam que os trabalhado-
res procuram suporte a um número da empresa de atrair e reter talento.
cada vez mais alargado de dispositi-
vos móveis;
Para os trabalhadores os benefícios
A maioria dos CIO’s questionados esperam também são facilmente identificados:
implementar mais de 25 aplicações móveis
nos próximos dois anos;
Aumento da flexibilidade
dos CIO’s acreditam que os computa- e produtividade;

30% dores portáteis poderão ser substituí-


dos por tablets, nos próximos anos.

Redução do tempo casa-trabalho-casa;


No entanto, a adoção de dispositivos móveis no mundo
corporativo está a ser atrasada por três problemas: segurança,
custo e governance, sendo que o problema da segurança é
o que coloca maiores barreiras. Melhor equilíbrio entre a vida
Independentemente da velocidade de adoção de dis- profissional e pessoal;
positivos móveis pelas empresas, o seu impacto já está a
ser sentido no dia-a-dia dos trabalhadores. Em 2012, a IDC
(International Data Corporation) projetava que em 2015,
1.3 mil milhões de trabalhadores seriam móveis. Hoje, já
Mais flexibilidade de horários,
se projeta que em 2020 o número de trabalhadores móveis resultante em trabalho por objetivos.
ultrapassará o número de trabalhadores clássicos.

GAME CHANGER julho 2016


TOPDOX TECNOLOGIA 27

Para além disto, a adoção de dispositivos móveis pelo vogados, médicos, entre outros, usam a TOPDOX para tirar
mundo corporativo está também a ter impacto no desenvol- o melhor partido do seu smartphone ou tablet e também das
vimento de aplicações. Se em 2013 e 2014 o número médio suas contas cloud. A TOPDOX permite a qualquer utilizador
de aplicações empresariais usadas era de 3,5, em 2015 o aceder aos seus documentos guardados na cloud (Google
número passou para 5,8 e espera-se que este número cresça Drive, Dropbox, Box e OneDrive) e ler, editar e partilhar
significativamente em 2016. Dúvidas em relação à segurança documentos Microsoft Office, OpenOffice e Documentos
atrasaram a adoção destas aplicações mas para John Jackson, Google. Desta forma, numa só aplicação podem fazer todas
investigador da IDC, as dúvidas estão a dissipar-se pois as as tarefas relacionadas com documentos, tornando-se mais
empresas começam a perceber as vantagens e as poupanças produtivos sem o clássico PC.
de tempo resultantes destas aplicações. 2016 será o ano das
aplicações empresariais. Como nota final, é importante realçar que com a acelera-
ção do uso de dispositivos móveis nas empresas e com a
Após identificar as tendências acima referidas, migração para estruturas cloud, mais e mais em-
nasce em 2014, no Porto, a TOPDOX. Eu e presas poderão beneficiar da rapidez e flexi-
Miguel Jesus percebemos que smartpho- bilidade que estas estruturas apresentam.
nes com cada vez melhores capacidades No ambiente empresarial atual, ganhos
de processamento, com internet em de produtividade e eficiência podem
(quase) todo o lado e com a passa- ditar o sucesso de uma empresa.
gem dos documentos para a cloud, a
forma de trabalho dos profissionais
em todo o mundo iria mudar. Por:

Assim, hoje a TOPDOX é uma Nelson Pereira


plataforma móvel, usada por mais Co-fundador & CEO da TOPDOX
de 200.000 profissionais de empre-
sas como a Google, Siemens, Merck,
Exxon Mobile, Telefónica, entre muitas
outras, em mais de 180 países por todo
o mundo. Empresários, vendedores, ad-

julho 2016 GAME CHANGER


28 TECNOLOGIA MICROSOFT

The Booming
Cloud opportunity
A Microsoft, em parceria com a IDC - International Data Corporation, está a
lançar um conjunto de 5 estudos desenvolvidos para ajudar as empresas de TI a
percorrer a estrada do sucesso da Cloud. Queremos partilhar convosco as principais
conclusões do primeiro estudo, “The Booming Cloud Opportunity”, que mostra
a cloud como um verdadeiro Game Changer para as empresas. Embora o estudo
seja em grande parte vocacionado para as empresas de TI, tem conclusões extre-
mamente relevantes para todas as empresas, e é nessa ótica que o vamos abordar.

Entre 2012 e 2020, o universo digital que os CIOs e os seus profissionais TI gerem
atualmente, vai crescer exponencialmente, tornando-se também mais complexo.
As competências, a experiência e os recursos necessários para gerir todos os bits
de informação, vão ser muito mais específicos e mais difíceis de encontrar. Será
necessária uma nova infraestrutura TI, mais flexível e escalável, que se extenda
para além da empresa: uma infraestrutura Cloud. Por:
Teresa Virgínia
Diretora de Desenvolvimento
e Negócio de Parceiros,
Microsoft Portugal

Adoção e mercado Cloud


E a Cloud é já uma realidade nas SaaS, PaaS, IaaS, mas também todos
empresas: cerca de 80% das empresas os serviços de gestão, de software de
em todo o mundo usam-na, mesmo suporte e de hardware em torno da
que parcialmente. Um crescimento ex- tecnologia Cloud.
traordinário, se pensarmos que este Numa escala que mede a maturi-
valor era de 21% em 2014. dade das empresas a nível de Cloud,
Também o “Greater Cloud espera-se que, em apenas 2 anos, as
Spending” está a crescer exponen- empresas Cloud optimized, o máximo
cialmente, e vai ultrapassar os $500 nível de adoção e maturidade na
B já em 2020 – três vezes superior ao Cloud, aumente de 9.4% para 45.1%
que é hoje. E a receita dos serviços do total das empresas. Isto mostra
TI na Cloud Pública vão chegar aos uma enorme apetência por parte das
$141.2 B já em 2019 – seis vezes a empresas para migrarem rapidamente
atual taxa de crescimento do mercado para a Cloud, com níveis de adoção
total. Isto inclui não só os modelos muito mais profundos.

GAME CHANGER julho 2016


MICROSOFT TECNOLOGIA 29

As Novas Oportunidades
Até 2018, um terço do TOP 20 das empresas mundiais será ultrapassado pelas
empresas que operam na 3ª plataforma -Cloud, Big Data / Analytics, Mobility e
Social Business. Isto é fruto da transformação digital que estamos a assistir e que
já fez com que nomes, até há pouco desconhecidos, sejam hoje as referências
empresariais do momento: Uber, AirBnB, Netflix, e até a portuguesa Farfetch.

Olhando em detalhe para os 4 grandes vectores da 3ª


plataforma, as oportunidades são muitas e inovadoras:

CLOUD
As empresas estão não só a migrar os seus negócios para um
novo ambiente, mas também desenvolver novas competências.
Assim, 50% das aplicações e serviços Cloud endereçam negócios
ou necessidades novas

BIG DATA / ANALYTICS


Atualmente, as empresas usam a informação possível, como base
para tomadas de decisão e para definição de estratégias empre-
sariais. Até 2020, a quantidade de dados utilizada vai duplicar.

MOBILITY
Hoje em dia, os Smartphones e os Tablets, inexistentes há 12
anos atrás, constituem cerca de 4/5 de todos os computer
devices vendidos mundialmente. O boom daqui para a frente
será tão grande, que as apps empresariais para dispositivos
móveis vão quadruplicar até 2018. A grande maioria deste tipo
de aplicações nunca existiu em PCs.

SOCIAL BUSINESS
As empresas usam já as suas capacidades sociais para chegar
aos seus clientes, reunir informação de mercado e interagir
com os seus trabalhadores. Continuará a ser um mercado em
fortíssmo crescimento com os Millennials a reforçar esta ten-
dência no mercado de trabalho que cada vez mais interligam
à sua vida pessoal.

A mudança nunca é fácil, mas para garantir a lon-


gevidade das nossas empresas num longo prazo,
teremos de nos habituar a acompanhar múlti-
plos ciclos de transformação. Basta pensar
nalgumas empresas, como a Kodak ou
a Blockbuster, que simplesmente desa- E no seu caso,
pareceram pela negação da neces-
sidade de mudança.
qual vai ser a opção?
Mas, do outro lado, para quem É esse o desafio que aqui
tem a coragem de mudar e liderar lhe deixamos para pensar.
a transformação, o prémio poderá
ser imenso.

julho 2016 GAME CHANGER


30 TECNOLOGIA RUMOS BI

A IMPORTÂNCIA DO
BUSINESS INTELLIGENCE
PARA AS ORGANIZAÇÕES Por: Paulo Gonçalves
Consultor Business Intelligence

As grandes organizações há muito Sendo clara a perceção de valor pela a sua utilização democratizada a todos
que perceberam a importância dos adoção de soluções de suporte à decisão os utilizadores.
Sistemas de Suporte à Decisão, vul- pelas Organizações, devem estas deixar O aumento da adoção de cloud
garmente designados por Business de se questionar sobre o “porquê?”, por parte das Organizações e a de-
Intelligence (BI). Atualmente, e com para passarem a focar-se no “como?”. mocratização da utilização de soluções
a ajuda do advento do Big Data, o BI O “como”, invariavelmente, passará pelo analíticas, levantarão questões ao nível
ganha um novo fôlego no panorama envolvimento dos parceiros tecnológicos da integração, do armazenamento, da
Organizacional. que podem potenciar ou mesmo fazer fiabilidade dos dados e até de forma-
No entanto, é ainda legítimo uma acontecer. Devem as organizações fo- ção das pessoas.
Organização, questionar: “porque car-se nos elementos essenciais: dados, Os dados, seja pelo seu volume,
é que necessito de ter sistemas de modelos analíticos, ferramentas e um localização, estrutura ou formato,
Business Intelligence?” adequado parceiro TI. levam a que a integração se revele vital,
Existe um conjunto de assuntos, po- Independente da dimensão e setor de permitindo às Organizações terem um
tencialmente reveladores de que uma atuação, todas as Organizações poderão único repositório de verdade, indepen-
organização necessita de soluções de beneficiar de uma correta adoção de dentemente da fonte original, ou local
BI, tais como: soluções de BI. de armazenamento. Esta mudança de
Face a esta consciencialização, é paradigma, leva a que quem gere as
Temos dados, mas não expectável que aumente a adoção TI opte por arquiteturas diferentes das
temos informação deste tipo de soluções. Recentemente tradicionais. Criando repositórios de
a IDC, em dois dos seus estudos: “IDC dados totalmente residentes em solu-
É necessário integrar dados de FutureScape 2016” e”IDC CloudView ções de Cloud, ou híbridos, ganhando
diversas fontes internas e externas Survey 2016”, reforçou a importância agilidade, escalabilidade, tolerância à
à Organização (integração, da adoção de cloud e de data analytics falha e ainda otimizar o seu TCO.
integração, integração ...)
por parte das Organizações. Uma real O parceiro tecnológico revela-se
adoção do conceito de “Cloud First”. importante, cabendo a estes e à in-
Nem todos os departamentos
conseguem monitorizar Na imagem que se segue, poderemos dústria de TI, ajudar as Organizações
interna e externamente as ver que as soluções analíticas serão a acompanhar estes ciclos de transfor-
suas próprias operações cada vez mais trans- mação, capacitando-as, seja através de
versais à organi- produtos, consultoria ou forma-
Não sei como potenciar e zação, sendo ção, materializando a afirma-
fortalecer a relação com o cliente ção “data is the life blood of
digital economy”.
Será que os dados que
estou a consumir são fiáveis
e que a informação gerada
é a mesma para todos

Necessidade de analisar
o negócio em tempo real

Necessito que os utilizadores


não dependam das TI para
construírem os seus relatórios

Necessidade de ter uma


única fonte de verdade
dos dados e da informação
em vez de ter n versões de
1001 ficheiros de Excel.

GAME CHANGER julho 2016


#2

ARTIGO

ENTREVISTA

OPINIÃO

RECURSOS HUMANOS

MARKETING

TECNOLOGIA

O tema de capa da próxima GAME CHANGER GESTÃO


será Gestão de Talentos nas Organizações:
Atração, Desenvolvimento e Retenção.
VENDAS
Da Gestão de Pessoas ao Employer Branding, passando
pela Comunicação Interna ou pelas Tecnologias de
Informação iremos analisar, comentar e partilhar
diversos fatores que afetam e definem a forma como
as organizações vão gerir os seus talentos no futuro.
7 OUTUBRO LISBOA E PORTO

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