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TECNOLOGIA

EMPRESAS
GESTÃO
NEGÓCIOS

07 dezembro 2018 trimestral

JOSÉ BANCALEIRO
ISABEL CARLA SILVA
VANESSA CRUZ
INÊS SIMÕES
INÊS REIS SANTOS
INÊS ALVES
MARIA PALHA

BY
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04 JOSÉ BANCALEIRO TEMA DE CAPA 18 INÊS REIS SANTOS
Cultura e Futebol (Re)Alinhar a comunicação e a
12 EQUIPA GALILEU cultura organizacional durante
06 ISABEL CARLA SILVA The Culture Map: O jogo processos de aquisição e fusão de
A Comunicação Interna como que transforma a cultura empresas
motor fundamental para a organizacional
transformação cultural 21 INÊS ALVES
O papel da responsabilidade
09 VANESSA CRUZ social corporativa na
Cultura organizacional e liderança transformação da cultura
caminham lado a lado? organizacional

10 INÊS SIMÕES 24 MARIA PALHA


Que desafios para a comunicação Humanos ou Recursos Humanos:
de uma cultura organizacional, De que fibra somos feitos?
num mundo digital?

Olhar para dentro, para a cultura das nossas organizações, é o que propomos nesta
Game Changer #7.
Edição
GALILEU A Cultura Organizacional é o Bilhete de Identidade de uma organização: diz-nos
Colaboradores quem é, no que acredita, o que defende, como funciona e como, tendencialmente,
Constança Mascarenhas encara determinadas situações. Por tudo isto, efetuar mudanças de fundo na Cultura
Inês Alves
Inês Reis Santos Organizacional não é tarefa fácil… Sem a devida preparação e o envolvimento de
Inês Simões todos, uma mudança na Cultura Organizacional pode ser mal recebida pelos diversos
Isabel Carla Silva
stakeholders ou fazer com que pouco tempo depois tudo volte ao ponto inicial.
José Bancaleiro
Maria Palha
Marisa Oliveira É precisamente das mudanças na Cultura Organizacional (e do processo da mudança)
Pedro Tavares
Vanessa Cruz que falamos neste número - afinal de contas tem na sua mão a Game Changer!

Impressão e Acabamento
A3 | Artes Gráficas, Lda E há diversos objetivos que podem despoletar uma mudança na Cultura Organizacional:
melhorar o relacionamento entre os colaboradores, tornar as equipas mais produtivas
Propriedade
GALILEU
e empreendedoras, otimizar processos, atrair e reter talentos, alterar a perceção
do público sobre a Empresa, adotar medidas que respondem a preocupações dos
Tiragem
stakeholders (medidas sociais, ecológicas ou outras).
2000 exemplares

Periodicidade Mudar a Cultura Organizacional pode ser um enorme desafio. Mas se for bem
trimestral
pensado, planeado, comunicado e executado terá certamente um payoff proporcional.
Depósito Legal
412259/16
Pedro Tavares
Nº da Edição 07 Editor
4 JOSÉ BANCALEIRO

Cultura
e futebol
Escrevo sobre cultura organizacional em
pleno campeonato mundial de futebol de
2018, na Rússia. Por isso, nada melhor
do que começar com uma afirmação
(contestável, como todas) relacionada
com este tipo de competição. Há quem
diga (Dave Ulrich, por exemplo) que
“é o goleador que marca o golo, mas
é a equipa que ganha o jogo”! Eu,
concordando, acrescentaria que “é a
cultura que vence o campeonato”.
José Bancaleiro
Managing Partner
Stanton Chase International - Your Leadership Partner

Paixões clubísticas à parte, refiro


um clube que dominou, durante
cerca de vinte anos, o futebol na-
cional. Os clubes concorrentes
investiram durante esses anos na
compra de inúmeros “craques”
para reforçarem as suas equipas.
Esses “talentos” chegavam a
esses clubes (recordar-se-ão de
alguns vindos da Rússia) e, inva-
riavelmente, passados poucos
meses, revelavam-se autênti-
cos fiascos. Indisciplinados em
campo, notívagos, arrastavam-se
nos treinos e nos jogos, passa-
vam rapidamente de bestiais
a bestas, i.e., de esperanças a
dispensáveis. Readquiridos (ao
preço da chuva) pelo tal clube
ganhador, esses talentos eram
integrados num ambiente de
rigor, exigência, orientação para
resultados e espírito vencedor,
que rapidamente embebiam,
e tornavam-se jogadores com
desempenhos completamente
diferentes.

GAME CHANGER dezembro 2018


JOSÉ BANCALEIRO 5

Mas será que podemos alterar


os aspetos de uma cultura ou
criar uma cultura com o perfil
que gostaríamos de ter? Existe
(creio eu, com base na minha ex-
periência) uma ideia generaliza-
da, entre os gestores de Recursos
Incontestavelmente que esse Humanos (RH), de que a cultura é
clube teve grandes “goleado- algo que existe vindo do passado
res”, indubitavelmente que e com a qual temos de viver.
possuiu “equipas” fortes, bem Eu, pelo contrário, tenho uma
organizadas e lideradas, mas se- visão interventiva da cultura,
guramente que foi a “cultura” (a considerando-a uma ferramen-
que alguns chamavam mística) ta de gestão de RH com forte
que fez a diferença e que fez esse impacto na forma como é exer-
clube ter sucesso durante tantos cida a atividade da organização
campeonatos. Sintetizando, os e, consequentemente, nos seus
talentos podem ser determinan- resultados. O tipo de cultura
tes para a criatividade, eficácia de uma organização deve ser
e resultados de uma equipa ou pensado e trabalhado profissio-
empresa, mas dificilmente brilha- nalmente (top down), orientado
rão se essa equipa ou empresa pelos objetivos e condicionantes
não lhes proporcionar a lideran- de longo prazo do negócio, valo-
ça e os processos necessários rizando e assentando naquilo que
para aproveitar a sua energia e são as suas tradições positivas.
criatividade, bem como se não
estiverem envolvidos por uma Neste enquadramento, podemos
cultura que potencie as suas optar por “intervir” e contribuir
competências. para uma forma de fazer coisas
marcada pela ética, rigor, orienta-
São inúmeras as formas de definir ção para os clientes, valorização
cultura organizacional, mas, até das pessoas, etc. Ou “assistir”
hoje, a que considero mais conse- ao crescimento e consolidação
guida é a que foi usada há muitos de uma forma de fazer as coisas
anos pelo CEO da ICL, que a con- que origine o “deixa andar”, falta
siderou “the way we do things de qualidade e desrespeito pelos
around here”, isto é, como sendo clientes e pelas pessoas.
a “forma como fazemos as coisas
por aqui”. Gosto particularmen- Esta ideia é ainda mais importan-
te desta definição, não só pela te quando todos sabemos que,
sua simplicidade mas, principal- independente do setor, as nossas
mente, porque ela nos permite organizações vão ter de enfren-
compreender a razão pela qual tar, nos próximos anos, alterações
a cultura é tão importante para radicais nos mercados em que
qualquer empresa. Na verdade, atuam. As organizações vão ter
se a forma normal como se fazem de investir fortemente em lide-
as coisas numa organização (i.e., rança e em estratégias que lhes
fizer parte do seu ADN) for orien- permitam antecipar e aprovei-
tada para o cliente e para a qua- tar as ameaças e oportunidades
lidade, focada em resultados e que os novos tempos lhes trarão.
com respeito pelas suas pessoas, Contudo, não há estratégia É por isso que os
que possa ter sucesso se não
anglo-saxónicos
então a cultura é um fator po-
tenciador do negócio. Se, pelo estiver alinhada com a cultura.
contrário, a forma normal de
atuar na empresa for burocráti-
Nenhuma empresa consegue, a
título de mero exemplo, imple-
costumam dizer
ca, laxista, sem objetivos e sem mentar uma estratégia de inova- “culture eats strategy
preocupação pela qualidade, ção, se não tiver uma cultura de
então a cultura está a prejudicar abertura e de aceitação do risco
for breakfast”.
gravemente o negócio. e do direito à diferença. Pense nisso!

dezembro 2018 GAME CHANGER


6 ISABEL CARLA SILVA

A COMUNICAÇÃO
INTERNA
COMO MOTOR
FUNDAMENTAL
PARA A Isabel Carla Silva
Internal Communication Senior Manager

TRANSFORMAÇÃO
CULTURAL
O contexto atual
de mudança

O papel da Comunicação Interna nas


empresas é cada vez mais crítico para
o sucesso, devido ao ambiente de
mudança acelerada que hoje se vive
em todos os mercados. Criar cultu-
ras ágeis, flexíveis e com grande
capacidade de adaptação tornou-se
fundamental para a competitivida-
de das organizações. Daí que muitas
empresas passem por transformações
culturais que advêm de readaptações
a novos contextos competitivos.

Os colaboradores das empresas são


impactados por novas regras, novos
processos, alterações de estrutura,
projetos diversos em que se veem en-
volvidos e tudo isto cria uma sensação
de desorientação e de esforço, que
pode ter impacto na performance dos
colaboradores e, consequentemente,
nos resultados das empresas.

GAME CHANGER dezembro 2018


ISABEL CARLA SILVA 7

A Comunicação Interna A Comunicação Interna quer atingir, dando-lhes um reason


como enabler da durante o processo
why consistente, assente num pro-
pósito maior, criando uma narrativa
transformação cultural de mudança cultural motivadora que reduza a resistência
à mudança e os impactos negativos
desta na performance dos indivíduos
(há estudos que estimam que o am-
Neste contexto, já por si de mudança Uma mudança cultural é uma trans- biente de mudança reduz 5pp a per-
constante, a identificação da necessi- formação profunda, na medida em formance dos colaboradores).
dade de mudança cultural parte de um que implica sempre mudanças de
processo pensado, que começa por comportamento, ou seja, formas Assim, durante o processo de transfor-
estabelecer o reason why e a cultura diferentes de trabalhar e agir. Para mação, a Comunicação Interna deve
desejada que deve suportar a estra- mudar comportamentos, precisamos ser um enabler, desenvolvendo ativi-
tégia da empresa, para que depois se de entrar em dimensões de atuação dades para obter o commitment dos
faça um diagnóstico à cultura existente. que tocam no emocional das pessoas. colaboradores e, consequentemente,
É neste aspeto que reside o maior papel uma performance desejada, passando
O trabalho prévio é, pois, caracterizar da Comunicação Interna, que tem de pelas seguintes fases:
a cultura desejada, os valores que a promover o commitment das pessoas,
1. Informar os colaboradores
suportam e os comportamentos que não só com os objetivos estratégicos
sobre o que está a acontecer
fazem com que se torne realidade; que suportam a mudança, mas também
e quando irá acontecer;
perceber o gap existente e definir um com as alterações que decorrem da
plano de ação para a mudança. mudança, para que esta se torne reali- 2. Explicar aos colaboradores o racional
Em todo o processo de diagnóstico, a dade. Não basta definir um novo propó- para a mudança, o que motiva
Comunicação Interna tem o papel de sito ou ambição, uma nova estratégia, as mudanças de comportamento
e formas de trabalhar e o
envolver os colaboradores da empresa novos processos e novas ferramentas.
que impacta em cada um;
com a necessidade de mudança, Temos de garantir que as pessoas
através de uma comunicação clara e adequam os seus comportamentos a 3. Envolver os colaboradores no
transparente. Todos têm de conhecer tudo o que está a ser definido, pois só desenho das mudanças e enfatizar
os objetivos estratégicos, estarem assim se opera a transformação. Muitos os inputs dos colaboradores
alinhados e comprometidos com as projetos de mudança estrutural falham perante toda a empresa.
transformações necessárias. porque não se trabalha o commitment
com a mudança, nem se promovem as Desta forma, a Comunicação Interna
A Comunicação Interna tem, neste alterações comportamentais necessá- contribuirá para podermos contar
processo de diagnóstico e na comu- rias. Por exemplo, uma empresa que com a compreensão, abertura e
nicação dos resultados desta fase, quer ser mais ágil e mais inovadora não suporte dos colaboradores durante
um papel fundamental, ao definir um pode ter colaboradores que não desa- o processo de transformação.
plano de comunicação para garantir o fiam, que não questionam e que não
alinhamento e envolvimento dos cola- têm empowerment.
boradores neste momento inicial. Para Identificar os targets
isso, tem de identificar os targets da
Comunicação, trabalhar as mensagens
A definição das áreas de atuação e in-
tervenção para a transformação cultural
diferenciados que
e os canais adequados, partindo de devem ser identificadas e podem ser possam existir dentro
uma orientação de que queremos que transversais à empresa, indo desde o da organização
as pessoas sintam a urgência, pensem processo de recrutamento à experiên-
que são capazes e ajam como con- cia dos colaboradores no seu dia-a-dia
tribuidores para a transformação ne- de trabalho, aos modelos de avaliação,
cessária. A Comunicação deve conter determinando a forma como se espera A identificação dos diferentes públi-
mensagens positivas, recorrer a “vitó- que se comportem e se relacionem, cos-alvo é determinante para uma
rias” passadas e ao que fomos capazes até às ferramentas e aos processos Comunicação eficaz. Identificar as dife-
de fazer, bem como à importância de que usam. rentes expetativas e obstáculos é o ponto
cada um no sucesso da transformação. de partida. Todas as pessoas da organi-
Durante este processo, é importante A atuação em todas estas frentes exige zação são impactadas da mesma forma?
a energização das equipas e das suas que a Comunicação Interna funcione Existem receios diferentes? Existem
lideranças. É desejável criar iniciativas como o acelerador da transformação papéis diferentes? Estas são algumas
dentro da empresa que estimulem cultural, definindo planos de comu- das perguntas que devemos fazer, ao
sentimentos positivos e criem laços e nicação para todas as iniciativas que tentar identificar os diferentes públicos.
experiências fortes entre as pessoas, derivam do plano de mudança, ga- Este exercício permite, depois, identificar
que favoreçam um ambiente de união rantindo que são percebidas como as mensagens mais adequadas, bem
propício à mobilização para a mudança. parte de algo maior que a empresa como os canais mais apropriados.

dezembro 2018 GAME CHANGER


8 ISABEL CARLA SILVA

Definir mensagens esclarecer todos os próximos passos e A Comunicação Interna é, hoje, um


instrumento fundamental na criação
positivas e
de que forma as pessoas terão conhe-
cimento do desenrolar do processo. de equipas de elevada performance
mobilizadoras em contexto de mudança constante,
porque promove o comprometimen-
to e alinhamento dos colaboradores
A mudança cultural com a estratégia da empresa e entre
Definidos os objetivos das atividades a é um processo longo co-workers e contribui, ainda, para a
levar a cabo com vista ao commitment capacitação dos colaboradores.
dos colaboradores e identificados os
diferentes targets, é importante definir Por fim, algo que me tem acompanha-
as mensagens que vamos usar ao longo Um processo de mudança cultural, do é a evolução do conhecimento da
das iniciativas que desenvolvemos para porque implica alterações comporta- mente, que faz das emoções o motor
informar, explicar e envolver os colabo- mentais, é um processo longo. Implica da ação. Temos de tocar as emoções
radores. São estas mensagens que vão um plano de comunicação de longo das pessoas de uma forma autêntica
criar a tal narrativa positiva que ener- prazo, que trabalhe “o que queremos e credível. Mudar, seja o que for, não
giza. Devemos pensar em mensagens ser”, para depois trabalhar “o que se faz por mandato.
claras e transparentes, que respon- somos”. Qualquer que seja a ambição
dam ao objetivo de Comunicação de da transformação, a comunicação
cada atividade/iniciativa, que devem tem de estar definida no longo prazo,
estar ao serviço de um propósito maior, acompanhando todos os milestones e
aquele que explica a necessidade de momentos de celebração de achieve-
mudança, uma ambição. Identificando ments, definindo métodos e métricas
uma mensagem-chave, devemos de avaliação da cultura e um processo
adequar, se houver necessidade, aos de feedback dos colaboradores.
diferentes públicos.
Na definição das mensagens, é funda- Para além de informar, explicar e en-
mental perceber o que se mantém da volver, considero críticos os ingredien-
cultura desejada e o que já são com- tes-chave adicionais:
portamentos enraizados que queremos
manter, pois este pode ser um elemen- • Comprometimento inicial das
to presente na mensagem que todos chefias: têm de ser os primeiros
reconheçam. a adotar os comportamentos
desejados e devem ter os
instrumentos necessários para
suportar as suas equipas;
Escolher os canais
de comunicação • Capacitação das pessoas:
garantir que as pessoas
conhecem e têm acesso a toda
a informação e instrumentos
A Comunicação Interna tem à sua dis- de que precisam para serem
posição vários meios dentro das em- capazes de executar processos,
presas que pode usar como canais de procedimentos e usar ferramentas
comunicação. A seleção dos canais a novas, caso existam estes
usar nos processos de transformação impactos da transformação;
cultural depende da abrangência e de
um conhecimento prévio dos canais • Existência de um ambiente
com maior impacto e eficácia junto de de confiança intra e inter
cada target identificado. A comunica- equipas em todos os
ção presencial é muito eficaz, como níveis organizacionais;
ponto de partida, para a explicação
do reason why e da ambição para • Ouvir os colaboradores e medir
a transformação, principais milesto- resultados para poder corrigir.
nes e impactos durante o percurso. Um plano vencedor é um plano
Presencialmente e com os gestores vivo, porque é dinâmico e porque
de topo. Nesta sessão ou sessões, o se ajusta sempre que necessário.
espaço para esclarecer e responder a
perguntas é critico, bem como é crítico

GAME CHANGER dezembro 2018


VANESSA CRUZ 9

CULTURA
ORGANIZACIONAL Vanessa Cruz
Training Manager

E LIDERANÇA
GALILEU

CAMINHAM
LADO A LADO?
A cultura organizacional foi, e continua Mas, afinal, o que um líder pode
a ser, um assunto bastante importante; fazer para manter a motivação da
porém nem todos os CEO’s e Líderes sua equipa e otimizar os resultados
reconhecem a sua importância no seio da organização?
da organização.
A cultura organizacional é criada pelas
Mais do que um conceito, a cultura orga- ações dos líderes. Se os princípios de-
nizacional deve ser praticada, refletindo monstram ser disfuncionais, a lideran-
o que é importante para a organização. ça é o caminho para ajudar a equipa a
Mais importante do que a missão, visão desaprender certas suposições cultu-
e valores estarem escritos num qualquer rais ineficientes e absorver novos pa-
local ou no site da empresa, é a reflexão radigmas. Por outro lado, sem a figura
do quanto cada um dos colaboradores de um líder que unifique a equipa, os
vive de acordo com o departamentos não
que está descrito. conseguem adaptar-
MAS, AFINAL, O QUE -se às mudanças ne-
A cultura de uma UM LÍDER PODE FAZER cessárias. Assim, os
organização é de- PARA MANTER A mesmos valores anti-
monstrada pelos MOTIVAÇÃO DA SUA quados continuam a
comportamentos e EQUIPA E OTIMIZAR persistir e a organiza-
atitudes que os co- OS RESULTADOS DA ção não se adapta às
laboradores viven- ORGANIZAÇÃO? novas condições es-
ciam, principalmen- tratégicas. Continuar
te os líderes. com os mesmos po-
sicionamentos diante de um mercado
Em qualquer área, a produtividade é que está em constante evolução é um
indissociável da motivação dos cola- erro fatal. Tempos tecnológicos, como
boradores. Por isso, a cultura organiza- estes, exigem fluidez nas informações,
cional e liderança devem-se preocupar agilidade nos processos e capacidade
em manter os colaboradores desafia- adaptativa. Essas são as características
dos e incentivados nas suas atividades essenciais que fazem uma boa liderança.
diárias. Parte de uma cultura organiza- O líder inovador deve se capaz de iden-
cional eficiente envolve uma liderança tificar desafios, ter insights da cultura
que exerça influência positiva sobre e dos pontos que exigem otimização.
toda a equipa e, por isso, o papel dos Mas não é fácil, porque para ter uma
líderes é essencial para a formação perceção das amplitudes possíveis, o
desta cultura. profissional, estando na posição de
gestor, tem de estar ciente das suas
Existem vários motivos que levam os próprias limitações e conhecer as limi-
líderes a querer transformar a cultura tações e talentos da sua equipa. Assim,
organizacional. Para que as mudanças mantendo abertos os canais de co-
na cultura organizacional funcionem, municação com os colaboradores, o
todos os elementos sujeitos à transfor- gestor identifica o que cada um deles
mação devem participar ativamente, necessita para se manter envolvido nas
pois desta forma as mudanças serão suas atividades.
acompanhadas de apoio e não de
resistência. A liderança é, de facto, o fator ace-
lerador de qualquer transformação
organizacional bem-sucedida.

dezembro 2018 GAME CHANGER


10 INÊS SIMÕES

Que desafios
para a
comunicação
de uma cultura
organizacional,
num mundo
digital? Inês Simões
Head of Corporate Communication and Brand
Grupo Ageas Portugal

As novas tecnologias redesenham os


cenários organizacionais e impactam
as culturas de trabalho. A essas trans-
formações, podemos juntar ainda a
abertura dos mercados, através da
globalização, e as novas formas de
trabalhar.

Basicamente, estamos a falar de um


ritmo de mudança constante, pelo
que a sua gestão é também contínua
e exige que os gestores e profissionais
estejam preparados para antecipar ten-
dências e fazer face aos desafios. E é
neste contexto que é essencial haver
uma preocupação ainda maior com
as Pessoas.

As áreas de Comunicação e de Recursos


Humanos, a par com a área da Gestão,
assumem um papel determinante nesta
antecipação e adaptação a novas rea-
lidades e contextos.

E quando se trata de gerir Pessoas,


tudo faz a diferença, principalmente a
Comunicação: a forma como nos ex-
pressamos, o tom que damos (pode
ser positivo e construtivo, mesmo por
detrás de uma situação mais crítica,
na perspetiva do Colaborador), a
forma como damos orientações e
explicamos o propósito, a emoção e
envolvimento genuínos, ou simples-
mente a preocupação em assegurar

GAME CHANGER dezembro 2018


INÊS SIMÕES 11

que há compromisso mútuo. Depois, substituir por inteiro a comunicação


obviamente, é essencial que haja uma de proximidade, o contacto pessoal
estratégia e que a mesma seja clara, e a interação direta. Equilíbrio, bom
bem percebida e una, em toda a or- senso e muita atenção ao perfil do
ganização, de forma a que se consiga nosso público alvo e ao timing devem
maximizar todos os benefícios que permanecer como fatores chave de
podem resultar de uma boa gestão decisão no momento em que há ne-
ao nível comunicacional. cessidade de comunicar.

A comunicação Independentemente do canal e da


forma, a Comunicação deve impulsio-

deixou de ser nar a Organização, assegurar o total ali-


nhamento com a sua Cultura e Valores,

unidirecional que assentam numa forma de estar e


na forma como quer ser percebida, e

(e ainda bem), como pretende envolver e desenvolver


as suas Pessoas.
os canais e
os públicos É, pois,
foram-se fundamental,
diversificando. investir nas
Pessoas para
construir um
E se, por um lado, o digital facilita
muito a vida aos Comunicadores e às

espírito coeso
Organizações, nos dias de hoje, por
outro lado traz também perigos que

e orientado
outrora não existiam. Julgo que o
segredo de uma boa gestão comuni-

para o sucesso.
cacional está no equilíbrio e na dose
certa entre a intenção, a estratégia
e a sua materialização, através dos
diversos canais possíveis. E aqui reside Os Colaboradores valorizam quando
um eixo chave para o sucesso: a escolha são surpreendidos, mas sobretudo
dos canais certos, mediante os objeti- quando se conseguem identificar com
vos definidos, o propósito, os targets, o o projeto onde estão inseridos.
time to market. A comunicação digital
é, de facto, um facilitador: de forma O resultado de tudo isto determinará
global, pode ajudar a desenvolver uma a atitude e consistência de toda uma
cultura organizacional mais participativa, Organização perante os seus stakehol-
envolvente, colaborativa (é o caso da ders externos - Clientes, Parceiros e
utilização de redes sociais internas e das Mercado: uma organização que trans-
intranets com ferramentas de trabalho mite de forma sólida e coerente o seu
colaborativas); de forma mais tática e propósito e que transpira confiança,
estratégica, o digital pode assumir o através de cada contacto ou interação.
formato ideal para criar momentos
de comunicação diferenciadores, mais A evolução da Comunicação Digital
criativos e disruptivos, mesmo quando é, sem dúvida, uma oportunidade
os temas são, de certa forma, mais insti- ainda maior quando a Comunicação
tucionais (é o caso do recurso ao vídeo e Organizacional redescobriu (finalmen-
infografias, ou a plataformas interativas te) o seu papel nas culturas empresa-
e gamification). riais. De dia para dia, está a ocupar o
seu espaço, dando às empresas novas
Defendo, no entanto, que todas as valias que contribuem para os resulta-
tecnologias que temos disponíveis, e dos, para a performance e para o forta-
que são hoje essenciais, não devem lecimento da Cultura da Organização.

dezembro 2018 GAME CHANGER


12 TEMA DE CAPA EQUIPA GALILEU

The culture map


O JOGO QUE TRANSFORMA
A CULTURA ORGANIZACIONAL

Durante um processo de transformação da


cultura organizacional, é frequente que surjam
dificuldades no que diz respeito à definição
da estratégia, implementação de ações e
obtenção de resultados concretos.
OBJETIVO
Embora seja habitual os colaboradores atribuírem JOGO
importância à cultura da organização em que
trabalham, esta é, muitas vezes, uma área difícil
de objetivar. É frequente que as iniciativas de
transformação da cultura organizacional resultem
num conjunto de exercícios que criam a sensação
Ajudar os líderes e gestores das organizações
de mudança, mas que acabam por não alcançar os no processo de avaliação, mapeamento e
resultados pretendidos. Para contornar esta situação, transformação da cultura organizacional,
Dave Gray e a empresa STRATEGYZER criaram, em através de uma reflexão sobre os desafios
2015, o The Culture Map, um jogo que visa ajudar que colocam aos colaboradores e a
os líderes e gestores das organizações a avaliar, forma como gerem a organização.
mapear e transformar a cultura organizacional.
Fornecer um conjunto de insights importantes
aos gestores e líderes das organizações,
Posto isto, tais como o suporte executivo e orçamento
vamos jogar? necessários para minimizar os riscos e
maximizar as oportunidades de sucesso
desta iniciativa de mudança de cultura.

Pode ser jogado individualmente Cerca de 15 minutos,


ou por grupos de 5 a 6 elementos DURAÇÃO se o jogo for individual,
NÚMERO com a mesma função (por
exemplo, elementos da equipa de
JOGO e cerca de 90 minutos,
se o jogo for em grupo.
JOGADORES Recursos Humanos, Help Desk ou
Gestão de Topo), que trabalham
juntos e que se conhecem bem,
de forma a que dele resultem
outputs sinceros e construtivos,
que não sejam condicionados
pela presença da chefia.

GAME CHANGER dezembro 2018


EQUIPA GALILEU TEMA DE CAPA 13

MATERIAL
NECESSÁRIO O jogo funciona melhor quando o tabuleiro se encontra
impresso em grande formato e afixado na parede.
Como tal, o ideal é dispor dos seguintes materiais:

The culture map


The Culture Map, impresso
RESULTADOS idealmente em formato A0

NTOS
COMPORTAME

ES
E BLOQUEADOR
FACILITADORES Marcadores para flipchart

Post-it’s
de cores diferentes

Máquina fotográfica para


registar os resultados

O The Culture Map pode ser jogado de várias


COMO formas. Iremos descrever a forma de mapear

JOGAR? a cultura numa organização, embora também


seja possível jogar com o objetivo de mapear
a cultura desejada da organização ou a cultura
de outra organização, concorrente da mesma
indústria, ou a concorrentes aspiracionais.

Resultados
são os frutos da cultura, aquilo que vemos e que

1 queremos colher do jardim, ou seja, as metas que


queremos alcançar com a mudança de cultura;

Comportamentos
são o coração da cultura, ou seja, as ações
Olhe para a cultura positivas ou negativas dos colaboradores, das
quais irá resultar uma boa ou má colheita;
da sua organização
como se fosse
Facilitadores e Bloqueadores
um jardim: são os fertilizantes e as ervas daninhas,
ou seja, os elementos que fazem com
que a cultura dê ou não frutos.

dezembro 2018 GAME CHANGER


14 TEMA DE CAPA EQUIPA GALILEU

Comece pelos Comportamentos,


2 que por serem recorrentes
do dia-a-dia, são mais
fáceis de discutir.
Utilize as perguntas-guia para ter ideias, escreva
um comportamento num post-it e coloque no mapa.
Tente que seja o mais concreto e específico possível
e, se necessário, recorra a exemplos concretos.

3
Siga para os Resultados.
Com as perguntas-guia e, correspondendo a cada
Comportamento, associe um Resultado. Escreva-o,
cole o post-it junto do respetivo Comportamento
e com um marcador, desenhe uma linha que ligue
o Comportamento ao respetivo resultado.

Avance para os Facilitadores


4 e Bloqueadores.
Com a ajuda das perguntas-guia, e para
cada Comportamento, escreva num
post-it um Facilitador e um Bloqueador e
cole-o junto do Comportamento respetivo.
Desenhe uma linha que ligue o Facilitador e
Bloqueador ao Comportamento associado.

Passe por cada uma das 3


5 secções e examine o mapa
individualmente ou em grupo.
As relações estabelecidas fazem sentido? Os
Comportamentos estão suficientemente detalhados? A
discussão fez surgir outros Comportamentos, Resultados,
Facilitadores e Bloqueadores? Se sim, adicione-os
ao mapa, garantindo que um Comportamento tem só
um Resultado e um Facilitador e Bloqueador, mesmo
que seja necessário voltar a discutir e melhorar.

GAME CHANGER dezembro 2018


EQUIPA GALILEU TEMA DE CAPA 15

6 Depois da sessão, coloque


o The Culture Map num espaço visível.
Para que possa ser visto e lembrado por todos e para que possa ser
tido em conta nas decisões que venham a ser tomadas no futuro.

The culture map

RESULTADOS

COMPORTAMENTOS

FACILITADORES E BLOQUEADORES

Olhe para o The Culture Map como um todo


7 e garanta que este é um documento dinâmico.
Avalie de forma constante se a cultura organizacional se encontra a ser transferida do
estado atual para o desejado. De que forma é que a cultura atual está a promover os
Facilitadores, que resultaram em Comportamentos e Resultados desejados? De que
forma é que os Bloqueadores foram removidos da cultura organizacional? Poderá reunir
de novo a equipa que realizou o jogo a cada trimestre ou semestre, por exemplo, para
avaliar e desenvolver a cultura da organização ao longo do tempo e de acordo com o que
foi definido. Este documento deve também ser integrado nos procedimentos da equipa.

O processo de separação dos Resultados,


Comportamentos, Facilitadores e Bloqueadores
permite analisar e avaliar os elementos da cultura
que se devem manter ou ser removidos.
Para que mais facilmente se perceba a dinâmica do jogo, apresentamos
o seguinte exemplo daquilo que pode ser o The Culture Map, jogado
por uma equipa de trabalho de uma qualquer organização. Deixamos
um espaço em branco para que possa, também, começar a jogar!

dezembro 2018 GAME CHANGER


16 TEMA DE CAPA EQUIPA GALILEU

The culture map Desenhado para: Desen


Uma ferramenta de
gestão da mudança

RESULTADOS
RESULTADOS
Resultados tangíveis, expressos em termos de tempo e dinheiro

De que resultados estamos à procura?


O que acontece devido ao nosso comportamento?
O que está a ser feito?
Qual é o impacto?

COMPORTAMENTOS
Comportamentos são específicos, concretos, tangíveis e observáveis.

O que faz com que um dia seja bom na organização?


O que faz com que um dia seja mau na organização?
De que forma fazemos as coisas na organização?
O que é um exemplo específico de um comportamento típico?
Se fosse uma cena de filme, de que forma os descreveria?
Como contaria uma história sobre um padrão de comportamento típico?
Como é que isso o faz sentir?

FACILITADORES E BLOQUEADORES
Facilitadores facilitam comportamentos, bloqueadores bloqueiam comportamentos.
Alguns são formais e explícitos, como regras, incentivos e procedimentos.
Outros são informais e implícitos, como regras não escritas, hábitos e rotinas.

Porque nos comportamos de determinada maneira?


O que causa ou influencia os nossos comportamentos?
O que é que é dito ou feito pelos líderes e que possibilita estes comportamentos?
De que forma é que as pessoas são compensadas pelos seus comportamentos (positivos e negativos)?
Como é que a força de trabalho física facilita determinados comportamentos?
Que necessidades são conhecidas por estes comportamentos?
O que nos bloqueia a comportarmo-nos de maneira diferente?
Quais são as regras não escritas?
Quais os hábitos ou rotinas mais fáceis de mudar? Porquê?

Faça download do mapa em tamanho original em www.galileu.pt/theculturemap

GAME CHANGER dezembro 2018


EQUIPA GALILEU TEMA DE CAPA 17

nhado por: Data: Versão:

Adaptado de: Strategyzer AG e Dave Gray (2015)

dezembro 2018 GAME CHANGER


18 INÊS REIS SANTOS

(re)alinhar a
comunicação e a
cultura organizacional
durante processos
de aquisição e Inês Reis Santos
Marketing GALILEU

fusão de empresas
Transformar a cultura Quando planeada e trabalhada de televisão corporativa, placard de
forma eficaz, a comunicação constitui avisos, grupo privado em redes sociais,
organizacional um dos maiores aliados à transforma- entre outros). Este plano deve fazer
em empresas que ção da cultura organizacional, tanto a passar informação verdadeira, clara,
nível interno como externo. adequada e atempada, de acordo com
atravessam processos a fase do processo de mudança pelo
de aquisição e fusão Apostar em comunicação qual a organização atravessa. As várias
interna para transformar funções e responsabilidades devem
é, na maioria dos estar claramente identificadas no plano
a cultura organizacional
casos, um requisito e a comunicação deve ser transversal a
toda a empresa, fomentando um bom
essencial. A mudança Inevitavelmente, durante um proces-
ambiente de trabalho aos colaborado-
so de aquisição e fusão de empresas,
que caracteriza estes dá-se uma fusão de culturas organiza- res. Este tipo de comunicação pode
processos requer cionais distintas. Um clima laboral favo- mesmo ser planificada, em determi-
rável irá permitir atenuar este choque nadas situações, de forma a assumir
que as organizações entre culturas e, posteriormente, a for- um caráter informal, que fomente o
adaptem algumas das mação de uma nova cultura e identi- diálogo e o relacionamento entre os
dade institucional. Esta transição, para colaboradores e, por inerência, a acei-
suas áreas-chave, para que seja bem-sucedida, necessita de tação da nova estrutura organizacional.
que se possam manter um tempo de adaptação e aceitação,
Rebranding enquanto
e crescer de forma uma vez que não deve ser imposta. A
estratégia de comunicação
comunicação interna pode ser a chave
sólida e sustentável. de sucesso de processos desta natu- da aquisição e fusão
reza, ao permitir gerir as mensagens organizacional
a comunicar aos colaboradores da or-
Uma dessas ganização de forma estrategicamente Uma vez estruturada e alinhada a co-
áreas-chave é a planeada. municação interna e sedimentada a
reestruturação organizacional, há que
comunicação. O plano de comunicação interna é pensar em comunicar este processo
uma ferramenta que permite definir de fusão aos vários stakeholders da
e implementar estratégias de comu- organização.
nicação entre a gestão de topo e os
colaboradores da organização, através
dos mais variados meios e canais de co-
municação internos (mailing list interna,

GAME CHANGER dezembro 2018


INÊS REIS SANTOS 19

Primeiramente, importa definir o que Rebranding parcial e total


fará mais sentido para a empresa em
termos de estratégia de branding: O processo de rebranding pode ser
levado a cabo de forma parcial ou total.
Se a empresa adquirida deve
adotar, por inerência, a marca O rebranding parcial ocorre quando
da empresa que a adquiriu; apenas é necessário fazer um refresh à
imagem corporativa, ou seja, quando
Se as empresas devem manter se mantêm os principais elementos que
as respetivas marcas, passando compõem a marca, sendo ligeiramente
a pertencer ao mesmo grupo alterados e atualizados, por forma a
empresarial (neste caso, poderá que a mudança de foco da organização
fazer ou não sentido comunicar transpareça através da marca renovada.
esta fusão com o exterior);
O rebranding total é um requisito es-
Se se deve iniciar um processo sencial nos casos em que existe a ne-
de rebranding, que consiste cessidade de comunicar uma imagem
na alteração de um ou mais corporativa distinta da anterior. Este
elementos da marca - nome, cenário verifica-se quando existem mu-
logótipo, slogan, símbolos, danças estruturais, que implicam uma
entre outros -, com o objetivo mudança profunda no negócio, nos
de atribuir novos significados objetivos e no rumo da organização.
à marca e de os comunicar Neste caso, pode mesmo ser necessá-
aos stakeholders. rio mudar os elementos que compõem
a marca, até mesmo o nome.
Foquemo-nos neste último cenário. O
rebranding poderá fazer sentido se o
processo de fusão originar uma rede-
finição da missão, visão, valores, ob-
jetivos e posicionamento da empresa
e, por inerência, uma nova identidade
corporativa. Esta será ainda a melhor
solução, caso o propósito seja alavan-
car uma nova era e mudança estra-
tégica na organização, que exija uma
redefinição dos produtos ou serviços
oferecidos aos clientes, do público-al-
vo, do mercado ou mesmo do rumo
que a organização irá tomar. Neste
caso, é necessária uma reformulação
ou renovação dos elementos da marca,
tais como o nome, logótipo, slogan,
website, entre outros, de acordo com
o novo ciclo de vida que a organização
irá tomar, bem como o novo mercado
e público-alvo a que a empresa se
passará a dirigir.

dezembro 2018 GAME CHANGER


20 INÊS REIS SANTOS

Rebranding e mudança da e identificam com a cultura organiza-


cultura organizacional cional e incutir, logo desde a fase de
acolhimento dos novos colaboradores,
Um processo de rebranding pode, em a nova missão e valores da organização.
si mesmo, contribuir para sedimentar Desta forma, a organização está a
a cultura da organização. O mesmo se fomentar uma mudança cultural, que
verifica de uma perspetiva inversa, ou não só parte dos quadros superiores
seja, uma cultura organizacional sólida para os demais colaboradores, como
pode contribuir para consubstanciar a também que parte dos colaboradores
própria estratégia de rebranding. para a gestão de topo.

Há que começar por fazer uma Assim, há que olhar para o rebranding
análise profunda à cultura organiza- como um aliado da transformação da
cional existente. É necessário começar cultura organizacional. Por um lado,
por perceber de que forma os cola- o rebranding deve ser visto como
boradores olham para a organização. uma oportunidade que permite que
Essencialmente, é importante obter os coladores assimilem de forma mais
respostas sinceras por parte dos cola- natural e clara a nova cultura e que, por
boradores e garantir que os mesmos sua vez, se sintam mais motivados e
não se sentem, de alguma forma, predispostos a inovar. Por outro lado,
constrangidos nas respetivas respos- colaboradores motivados são colabo-
tas. Uma análise SWOT, que avalie radores satisfeitos, que vão falar da
as forças, fraquezas, oportunidades e organização ao exterior e fazer passar
ameaças relativamente à cultura or- a nova mensagem de forma natural,
ganizacional existente pode ser um entusiasmada e positiva, contribuindo
instrumento de avaliação muito útil. assim para reforçar toda a estratégia de
rebranding levada a cabo.
De seguida, torna-se crucial definir, de
forma clara, a nova cultura e iden-
tidade organizacional, com base na
nova missão e valores. Igualmente re-
levante será definir a nova mensagem
a comunicar, que deve estar alinhada
com a estratégia e cultura organiza-
cional. Porque a cultura e o ambien-
te de trabalho não se formam de um
momento para o outro, é importante
que a mensagem permita clarificar os
colaboradores quanto à importância
do papel de cada um na organização
e quais são as prioridades da mesma.
Porque a cultura não se cria de um
dia para o outro, é importante encon-
trar estratégias e oportunidades que
permitam colocar a missão e valores
em prática, de forma a que os cola-
boradores se sintam parte integrante
da organização e familiarizados com a
nova cultura. Uma atividade de team
building pode ser uma excelente opor-
tunidade para o efeito.

Daí em diante, nos processos de re-


crutamento e seleção, há que perce-
ber se os candidatos se enquadram

GAME CHANGER dezembro 2018


INÊS ALVES 21

O papel da
responsabilidade
A VERTENTE EXTERNA
Na vertente externa, a organização

social corporativa
tem um olhar atento para com a
comunidade onde está inserida, es-
tabelecendo com ela uma relação

na transformação da
de interdependência. As comuni-
dades beneficiam da presença das
empresas fixadas no seu território,

cultura organizacional
que proporcionam aos seus habi-
tantes oportunidades de emprego,
benefícios e impostos. A relação da
empresa com a comunidade deve ser
sensível às consequências da forma
Inês Alves como atua: o ruído, a luz, a poluição
Técnica de Responsabilidade das águas, dos solos e do ambien-
Social Corporativa te, o transporte e a eliminação de
Quem são as organizações resíduos, sendo estes, muitas vezes,
e como se caracterizam fatores condicionantes para a fixação
das populações.
Cada organização possui características A empresa deve, também, estabe-
lecer laços solidários com a comuni-
únicas, que a tornam inconfundível. É
dade local, fazendo da sua presença
definida, em primeiro lugar, pelos seus uma mais-valia. É importante analisar
valores, missão e visão, que pautam os contextos sociais e económicos da
o seu comportamento para o exterior, comunidade, para que a interven-
constituindo o principal pilar da cons- ção seja multidimensional e, neste
trução de uma cultura organizacional. sentido, mais sustentável, com vista
Esta construção vai para além da missão, à criação de uma consciência social
visão e valores criados. As organizações generalizada.
são também compostas por outras ma- O trabalho em parceria é essencial
nifestações como, por exemplo, sím- para dar uma resposta coerente e
bolos, palavras, pessoas, gestos ou adequada às necessidades, proble-
imagens e atividades coletivas. São mas sociais e situações de exclusão,
rituais e características que completam
A responsabilidade que visa atingir objetivos comuns.
a organização e imprimem um ritmo e social e o seu papel Mas, para ser eficaz, é necessário
identidade, construindo modelos com- nas organizações que as atividades e o modo de agir
portamentais, muitas vezes promovidos estejam em consonância.
Com isto, as ações devem ser levadas
por pessoas de referência na organiza- A crescente pressão sobre as empresas,
a cabo, não de forma apenas assis-
ção, que constituem um exemplo de pelo impacto da sua ação na socie-
tencialista, garantindo o mínimo para
características com valor social para os dade, principalmente a nível social, a subsistência humana, mas indo um
que dela fazem parte. proporcionou o aparecimento de prá- pouco mais longe, ao contribuir para
Para além disso, a maior particula- ticas de responsabilidade social que uma sociedade mais consciente e
ridade de cada organização são os foram reconhecidas pela Comissão educada relativamente à utilização
colaboradores, pessoas com com- das Comunidades Europeias no “Livro dos recursos internos e ambientais
petências e vivências diferentes. As Verde”, em 2001. A responsabilida- disponíveis. Num plano macro, pre-
organizações são desafiadas, constan- de social, vista pela União Europeia, tende-se ainda despertar a consciên-
temente, a satisfazer as necessidades define que as empresas devem ter cia dos indivíduos e organizações
para a importância de exercer direitos
individuais de cada um, mediante a um conjunto de preocupações que
e deveres, tendo um papel ativo na
fase do ciclo de vida em que se encon- assumem, num plano ambiental e
sociedade.
tram. O sucesso da construção sólida e social, a sua ação relacionada com
constante passa também pela identifi- a comunidade, inserida na sua ati-
cação dos colaboradores com a forma vidade comercial, em conjunto com
de atuação da organização. as partes interessadas
Toda a estrutura tem pressupostos e de forma voluntária.
fundamentais estabelecidos, sendo Esta atitude socialmente
a cultura organizacional um proces- responsável das empresas
so em permanente construção, que pode ser trabalhada em
orienta o comportamento diário no duas vertentes: externa e
local de trabalho. interna.

GAME CHANGER dezembro 2018


22 INÊS ALVES

A articulação entre as vertentes externa das capacidades de liderança que, em


A VERTENTE INTERNA e interna, uma análise da estratégia da caso de serem utilizadas, devem ser
A vertente interna foca-se no bem-
empresa e a sua natureza, permitem direcionadas para o bem do outro. Ser
-estar dos colaboradores no plano construir um plano de ação que vá ao solidário é uma atitude que, no contex-
da saúde, na segurança, na valoriza- encontro das necessidades da comu- to da responsabilidade social, remete
ção do capital humano e na gestão nidade e dos colaboradores. para a solidariedade com as gerações
da mudança. Nesta vertente, con- passadas, presentes e vindouras.
templa-se ainda a preocupação com Complementarmente, é também tra-
as práticas ambientais responsáveis
ligadas às atividades da empresa, e
Cidadania corporativa balhado o desenvolvimento social.
Esta última dimensão contempla o
dos recursos naturais que são explo- e serviço social desenvolvimento de competências
rados. Pretende-se que estes aspetos
do indivíduo relativamente à gestão
promovam o desenvolvimento social A perspetiva da responsabilidade social
e, através destes, uma competitivida-
da diversidade existente nas socieda-
interna surge associada ao papel do
de reforçada da empresa no mercado. des, nomeadamente a diversidade de
serviço social, de forma transversal,
género, a multiculturalidade, a hetero-
A responsabilidade social assume nomeadamente na educação para a
cronia da mudança e o caleidoscópio
um compromisso complexo e, numa cidadania, no processo de planeamen-
de gerações vivas. Também é neces-
perspetiva ética, a atitude deve to e intervenção e nas relações sociais
sário o foco no quadro de valores da
ser orientada para o benefício do estabelecidas.
outro, reconhecendo que se esta- democracia, que é conveniente fazer
No contexto de uma dimensão micro,
belece uma relação de interdepen- cumprir quotidianamente, a nível cívico
a educação para a cidadania pretende
dência entre os indivíduos e o meio, e de direitos humanos.
transmitir aos indivíduos um conjun-
contribuindo para o bem comum, em
to de direitos e deveres que devem
três dimensões:
exercer e, assim, ter um papel proac-
Meso é assumido um com-
tivo na sociedade em que se inserem,
promisso com os stakeholders
contribuindo simultaneamente para
internos e externos na pro-
moção do seu bem-estar; a construção da sua própria história.
O desenvolvimento pessoal é concreti-
Macro a perspetiva adotada
não se foca no indivíduo em
zado através de duas competências: a
particular, mas na promoção do autonomia e a solidariedade. A atitude
bem-estar dos indivíduos perten- autónoma reflete-se na capacidade que
centes a uma comunidade. Neste os indivíduos têm para orientar a sua
plano, a atuação é caracterizada vida pessoal, centrada num conjunto
pela sua visão alargada, direcio- de valores basilares. Também o papel
nada para o impacto nos países
em todas as suas dimensões e
no plano internacional como, por
exemplo, o voluntariado, a coo-
peração e o apoio humanitário;
Micro relacionada com o plano
interpessoal e grupal dos cola-
boradores, na medida em que
se considera ser uma atitude de
responsabilidade cívica assu-
mida de forma individual, que
tem como base o agir numa
atitude de serviço aos outros,
quer de forma informal, quer
através de ações organizadas.

GAME CHANGER dezembro 2018


INÊS ALVES 23

Como promover a mudança A vertente externa contribui para a


na cultura? O que muda? possibilidade de a comunidade ter
uma mais-valia com a sua presença.
A responsabilidade social é, assim, Os colaboradores têm a oportunidade
um instrumento de provocação positi- de contribuir, com o seu tempo e o seu
va nas organizações. Pretende a trans- know-how, para melhorar a qualidade
formação das pessoas, das relações e de vida da comunidade. Estas iniciati-
da realidade, quando estas precisam vas promovem também um espírito so-
de ser transformadas ou melhoradas. lidário, fortalecendo laços entre os co-
laboradores e o trabalho em equipa. O
O grau de comprometimento da orga- contacto com a realidade comunitária
nização define, em muito, o impacto proporciona aos colaboradores uma
da responsabilidade social na cultura realidade e experiência diferente do
organizacional. A adoção de políticas habitual, despertando o sentido de
que estejam totalmente alinhadas e cidadania cooperativa e uma maior
incorporadas na estratégia da organi- consciência social.
zação e o estimular do envolvimento
dos stakeholders permitem alcançar, Assim, o investimento na responsabili-
de forma eficaz e eficiente, os objeti- dade social promove um crescimento
vos a que se propõem. A visibilidade pessoal e profissional dos colaborado-
da atitude responsável da empresa res, contribui para uma cultura organi-
promove uma maior legitimidade da zacional consciente e, posteriormente,
mesma perante a sociedade e a co- para uma sociedade mais solidária.
munidade onde está inserida.

O conjunto de todas as iniciativas pro-


movidas pela responsabilidade social,
na sua vertente interna, demonstra a
preocupação com o bem-estar pessoal
dos colaboradores. Contribui para pro-
mover redes e relações solidárias entre
os colaborardes e consegue alcançar a
satisfação de necessidades mais con-
cretas e individuais de cada um, sejam
elas materiais ou psicossociais.

dezembro 2018 GAME CHANGER


24 MARIA PALHA

Maria Palha
Senior Consultant designing Social Projects
Be Human Project Director

HUMANOS
OU RECURSOS
HUMANOS:
Por definição, o burnout é um esgotar de energias - mentais,
físicas e emocionais - e traduz-se em sintomas nestas três
áreas: físicos - dores físicas, problemas gastro intestinais,
insónias, aumento e/ou perda de apetite; mentais - perda

U E F I B R A de concentração, memória, capacidade de resolução de

DE Q FEITOS?
problemas e/ou prespetiva; emocionais - irritabilidade, im-
paciência, hiper-reatividade e/ou apatia. O segredo deste

SOMOS
síndrome é que tem cura e pode ser prevenido. Conhecer
os sinais de alerta, em conjunto com a auto-observação,
permite que, individualmente, se consiga saber o que fazer,
em que momento e quando pedir a ajuda mais especializada.
Numa empresa, ter uma elevada percentagem de burnout
mostra que há uma degradação do bem-estar geral vivido
pelos colaboradores, facto que se irá notar ao nível do en-
tusiasmo, criatividade, socialização entre colegas, união de
equipas, tipo de conflitos entre as pessoas e até nos estilos
Portugal está entre os dez países de liderança e objetivos cumpridos. Se os números mostram
da OCDE onde se trabalha mais que passamos muitas horas no nosso local de trabalho, e se
horas por ano (é o quarto país da é lá que estamos a adoecer, é porque, de facto, não somos
mais “Recursos Humanos”. Não somos consumíveis, reuti-
União Europeia no ranking) com uma lizáveis e muito menos descartáveis. Somos uma espécie
média de horas que ronda as 1900/ com características únicas, com fragilidades que nos tornam
produtivos (ou não) e com vulnerabilidades. Somos Humanos.
ano. Quando descobri estes valores
percebi o que podia estar na base do É urgente humanizar os locais de trabalho e geri-los como o
recente aumento de pessoas que me que são: lugares onde humanos passam maior parte do seu
procuram em consultório por motivos tempo útil de vida. Muitas pessoas chegam a partilhar: “o
meu local de trabalho é o único sítio onde tenho vida social,
de burnout, devido ao trabalho. Mais onde me sinto parte de um grupo, onde vivo em comunidade,
tarde, descobri que cerca de 13% e de onde retiro meu sentido de vida.”
da população portuguesa sofre de Uma proposta da Associação Be Human: Criar uma cultura
burnout laboral neste momento. empresarial com caráter Humano

GAME CHANGER dezembro 2018


25

1 3
MARIA PALHA

A Associação Be Human é uma as-


sociação, sem fins lucrativos, com
a missão de apoiar a formação das
futuras gerações a tornarem-se
emocionalmente mais competen-
tes. A Be Human acredita que é
possível viver em sociedades com
mais auto-conhecimento, melho-
res relaçoes entre as pessoas e
interações mais significativas com
o planeta.

@kids_behuman é o primeiro
projeto social da associação
O caráter é o que nos define e conta com a participação
como pessoas. É composto por de mais de 300 crianças do
valores. Os valores são princípios mundo inteiro, na criação de um
que orientam as nossas decisões e Em seguida, apresento alguns “kit de saúde emocional para
comportamentos/ações (face a nós valores e respetivas definições: Famílias”, a ser publicado em
mesmos, aos outros e ao mundo). livro e documentário em breve.
O maior benefício de reconhecer- Audácia: Vontade de continuar, Saiba mais sobre a Be Human
mos os nossos valores é que lhe independentemente dos desafios, e apoie esta associação em:
podemos recorrer quando nos ameaças ou dificuldades www.mariapalha.com
sentimos em crise, perdidos ou
esgotados. Por outro lado, uma Preserverança: Trabalhar arduamente
empresa com mais colaboradores para terminar o que se começou
com carater, vai fazer com que haja
Honestidade: Viver a vida de acordo
mais confiança e compreensão
com o que se acredita. Bem, na
entre as pessoas, logo mais
própria pele, de forma genuína
harmonia e, consequentemente,

2
mais produtividade. Entusiasmo: Abordar as coisas,
pessoas e situações com
energia e expontaneidade

Generosidade: Agir com o objetivo


de melhorar a vida de alguém

Empatia: Colocar-se nos pés


das outras pessoas e agir
compreensivamente

Lealdade: Apoiar os amigos e


pessoas que são importantes de
forma incondicional, protegendo,
defendendo e aliando-se

Perdão: ter a capacidade de


reconhecer que os outros
erram e que errar é humano

Humildade: Não procurar


ser o foco para ter o
reconhecimento dos outros

Criatividade: Dar soluções


alternativas e novas a
propostas que já existem

Família: Quando todas as


decisões têm como prioridade
o bem estar da família.

dezembro
dezembro 2018 GAME
2018 GAMECHANGER
CHANGER
FAST-TRACK MBA
MARKETING, ESTRATÉGIA
& CRIATIVIDADE 162h

LISBOA 24 JANEIRO 2019 3ª e 5ª 19h-22h PORTO 27 ABRIL 2019 sáb. 10h-17h

GABRIEL AUGUSTO ANA SOFIA VINHAS LUIS MADUREIRA GABRIEL AUGUSTO CRISTINA VERÍSSIMO PAULO CUNHA
Diretor Geral da FLAG Diretora de Comunicação CEO da Uberbrands Diretor Geral da FLAG Diretora de Marketing Gestor de Marketing Digita|
e Marca da EDP e Comunicação - Amorim Toyota Caetano Portugal, S.A.
Cork Composites

TERESA LAMEIRAS JOÃO NUNO PINTO JORGE COELHO JOSÉ PEDRO SILVA MÁRIO ALVES NELSON GOMES
Diretora de Marketing Diretor de Marketing Portugal Creative Director, Planner Marketing Brand Manager Brand Manager Still Senior Copywriter
e Comunicação da SEAT e Espanha da Sumol+Compal & Co-Founder da 5002 Special Beers and Sparkling Waters na CAETSU
Super Bock Group Super Bock Group Advertising Agency

JOÃO GOMES FILIPE MATA JOÃO VITÓRIA DIOGO PINHEIRO MARIA GARCÊS ANA LIMA
DE ALMEIDA Digital Account Director Creative Director Managing Partner Legendary Head of Publishing Senior Content Manager
BOSSiness & Chief Creative da iProspect da Mindshare People + Ideas @Wemystic no E-Konomista
Officer da Buzziness - Lisbon
Creative Consulters

DANIEL PALMA RICARDO PEREIRA VERA MAIA PEDRO MESQUITA BRUNO RENTE
Diretor Criativo na CEO da comOn Group Ecommerce Specialist Designer, Art Director, Executive Director
J. Walter Thompson Lisboa na Tudo sobre eCommerce Partner at This is Pacifica do Grupo Opal

WWW.GALILEU.PT/FTMBA_MEC

A GALILEU e a FLAG são reconhecidas pela DGERT


#8

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Clien Ser v
te iço
Proc
essos

Foco no cliente, foco no produto ou serviço ou foco nos processos… A verdade é que existem várias áreas em
que se podem focar estes dois grandes aliados, com o objetivo de melhorar os resultados das organizações.

A oitava edição da GAME CHANGER irá focar-se nas áreas de Marketing e Vendas, enquanto aliados para potenciar os resultados,
através da partilha de casos reais e de opiniões por parte de profissionais de organizações que operam nos mais variados setores
de atividade em Portugal.

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organização e surpreenda
os seus colaboradores.
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colegas, fazendo-os sentir uma verdadeira equipa,
parte de um todo, onde todos lutam pelo mesmo,
empenhadosno sucesso da marca!

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