Você está na página 1de 78

Nº114 | novembro 2018

www.portugalglobal.pt

Portugalglobal

METALURGIA
E METALOMECÂNICA
NÚMERO UM
DAS EXPORTAÇÕES
ENTREVISTA // A
 NÍBAL JOSÉ DA COSTA CAMPOS
PRESIDENTE DA AIMMAP
MERCADOS // BÉLGICA
EMPRESAS // ADEGA DE BORBA
MOTOR DE BUSCA DE LOCALIZAÇÃO
EMPRESARIAL EM PORTUGAL
www.portugalsiteselection.pt
COMO FUNCIONA?
Ajuda o investidor a encontrar 1.
O INVESTIDOR INSERE OS
uma localização em Portugal
REQUISITOS DO SEU PROJETO
que responda aos requisitos
e necessidades do seu negócio, 2.
A PLATAFORMA PORTUGAL
através de análises multicritério
SITE SELECTION MOSTRA AS
LOCALIZAÇÕES DISPONÍVEIS
EM PORTUGAL
DISPONIBILIZA INFORMAÇÃO SOBRE:
Municípios, Parques Empresariais,
Parques de Ciência & Tecnologia,
Lotes e Office Spaces

SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SUA


CONSULTA EM:
helpdesk@portugalsiteselection.pt

powered by

SERVIÇO PÚBLICO E GRATUITO


DE APOIO AO INVESTIDOR

Portugal Site Selection, Serviços de Procurement e Consultadoria - Apoiamos a instalação de empresas em Portugal
sumário
Portugalglobal nº114
novembro 2018

6
Destaque [6]
Qualidade, inovação e fiabilidade caracterizam a indústria da
Metalurgia e Metalomecânica, o maior setor exportador de
Portugal com presença em mais de 200 mercados.

Entrevista [22]
Aníbal José da Costa Campos, presidente da AIMMAP -
Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e 22
Afins de Portugal.

Mercados [28]
A Bélgica é um dos principais parceiros económicos de
Portugal, esperando-se que este relacionamento de longa
data seja reforçado em consequência da recente visita que os
Reis dos belgas realizaram ao nosso país.
Os testemunhos da Casais, do Infarmed, da IrRADIARE, da Noesis
e da PortugalFoods, com presença na Bélgica, e dos investidores
belgas em Portugal Ageas, Monliz, Schréder e Solvay. 28

Empresas [62]
Adega de Borba.

Factos & Tendências [66]


Pela Direção de Produto da AICEP.

Análise de risco por país - COSEC [68]


Veja também a tabela classificativa de países. 62
Estatísticas [71]
Economia, investimento e comércio externo.

AICEP Rede Externa [74]

Bookmarks [76]
4 EDITORIAL Portugalglobal nº114

O “número um” das exportações nacionais


Sabia que o setor da e economicamente relevante. A Bélgica está no
Metalurgia e da Meta- “top 10” dos nossos principais clientes de bens
lomecânica nacional é e serviços, é o nosso 7º maior fornecedor e um
a indústria mais expor-
investidor de algum relevo em Portugal.
tadora da economia
portuguesa, vendendo
para mais de 200 mer- A excelente delegação empresarial com que os
cados e atingindo um valor de exportação que, Reis se fizeram acompanhar é prova do interes-
em 2017, ascendeu a 16,4 mil milhões de euros? se que Portugal tem vindo a despertar junto dos
belgas, e irá certamente contribuir para o incre-
Mas além de ser o setor mais exportador da
mento do relacionamento económico bilateral.
nossa economia, a metalurgia e metalome-
cânica entraram também no radar do investi-
mento estrangeiro, com mais de duas dezenas Uma última nota neste editorial para informar
de empresas internacionais a fixarem a sua que a AICEP em Lisboa vai mudar de instalações
produção em Portugal, principalmente nos dis- já a partir do próximo dia 19 de novembro, dei-
tritos de Viana do Castelo, Porto e Aveiro. xando a casa que “habitou” durante mais de 40
anos, na avenida 5 de Outubro. Ficaremos pró-
A riqueza e o emprego gerados por esta in-
ximos desta morada, na rua de Entrecampos,
dústria são, consequentemente, ativos funda-
nº 28, onde continuaremos a apoiar com em-
mentais para o país, cuja competitividade tem
vindo sistematicamente a aumentar nos mer- penho e profissionalismo as empresas que nos
cados internacionais. procuram – grandes, médias e pequenas, os in-
vestidores e todos aqueles que têm na Agência
Um dossier a ter em atenção nesta edição da um verdadeiro parceiro para o desenvolvimento
Portugalglobal.
de negócios e da economia nacional.

A recente visita dos Reis da Bélgica a Portugal fez


virar as atenções para este pequeno, mas mui- Esperamos por todos vós!
to importante, país do centro da Europa com LUÍS CASTRO HENRIQUES
quem Portugal tem uma longa relação histórica Presidente do Conselho de Administração da AICEP

Revista Portugalglobal Conselho de Administração Fotografia e ilustração Colaboram neste número


Av. 5 de Outubro, 101 Luís Castro Henriques (presidente), ©Pixabay, Rodrigo Marques. Amândio Santos, Aníbal José da Costa
1050-051 Lisboa António Silva, Campos, António Alves Machado,
Tel.: +351 217 909 500 João Dias, Paginação e programação Direção Comercial da AICEP,
Madalena Oliveira e Silva, Rodrigo Marques Direção de Produto da AICEP,
Fax: +351 217 909 578
rodrigo.marques@portugalglobal.pt Direção Internacional da COSEC,
Maria Manuel Serrano (vogais).
Fernando Manuel Fernandes de Sousa,
Hildebrando Vasconcelos, João Rodeia,
Propriedade Projeto gráfico
Diretora José de Oliveira Guia,
aicep Portugal Global Rodrigo Marques - aicep Portugal Global
Ana de Carvalho Marcos António Nogueira,
Rua Júlio Dinis, 748, 9º Dto
ana.carvalho@portugalglobal.pt Maria Manuel Branco, Steven Trypsteen,
4050-012 Porto Publicidade
Vitor Dias
Tel.: +351 226 055 300 Cristina Valente Almeida
Fax: +351 226 055 399 Redação cristina.valente@portugalglobal.pt
NIFiscal 506 320 120 Cristina Cardoso
cristina.cardoso@portugalglobal.pt Secretariado
Rafaela Pedroso Cristina Santos
ERC: Registo nº 125362 rafaela.pedroso@portugalglobal.pt cristina.santos@portugalglobal.pt

As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal não implica qualquer
e não necessariamente da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global. compromisso por parte desta com os produtos/serviços visados.
Abrimos
portas a quem
exporta.
No NOVO BANCO os clientes sabem que podem contar
com o conhecimento e a competência de uma equipa de
gestores dedicados a levar a sua empresa ainda mais longe.
Fale connosco e conheça os mercados estratégicos e os
instrumentos mais adequados à exportação da sua empresa.
Saiba mais em novobanco.pt/empresas

Para mais informações, contacte a nossa


rede de agências ou:

707 200 300


Horário de atendimento personalizado:
7 dias por semana das 8h às 24h

Do estrangeiro: +351 218 557 753


MEO: 965 999 910
Vodafone: 912 200 560
NOS: 935 500 010

www.novobanco.pt/empresas
empresas@novobanco.pt
6 DESTAQUE Portugalglobal nº114

METALURGIA E
METALOMECÂNICA
A INDÚSTRIA MAIS EXPORTADORA
EM PORTUGAL

O setor da Metalurgia e da Metalomecânica nacional caracteriza-se por ser a


indústria mais exportadora da economia portuguesa, o que demonstra que a alta
qualidade e a diversidade dos produtos deste setor são cada vez mais reconhecidos
internacionalmente.

Devido ao elevado reconhecimento internacional e à forte capacidade


exportadora, os produtos portugueses desta indústria estão presentes em
diferentes mercados externos, nomeadamente em Espanha, Alemanha, França,
Reino Unido, Itália, Angola e Estados Unidos da América.
novembro 2018 DESTAQUE 7

Com um volume de negócios de cânica exporta para 202 mercados. tais de base. Em relação aos principais
22.083 milhões de euros em 2016, va- Este número tem crescido nos últimos mercados de importação, podemos
lor que tem crescido nos últimos anos, anos, já que, em 2013, a indústria ex- indicar os seguintes: Espanha, Alema-
a indústria nacional da metalurgia e portava apenas para 197 mercados. nha, França e Itália.
da metalomecânica é constituída por Os principais mercados de exportação
diferentes grupos de produtos, mais desta indústria situam-se na União Eu- Além de ser o setor mais exportador
especificamente os metais de base; os ropeia: Espanha, Alemanha, França, da economia nacional, a metalurgia
produtos metálicos e transformados, Reino Unido e Itália. e metalomecânica entrou também no
exceto máquinas e equipamentos; os radar do investimento estrangeiro. Só
equipamentos elétricos; as máquinas Apesar de o mercado europeu con- nos últimos dois anos, mais de duas
e equipamentos; os veículos automó- tinuar a ser o principal cliente desta dezenas de empresas internacionais
veis, reboques, semirreboques e com- indústria, as empresas portuguesas instalaram-se em Portugal, especial-
ponentes para veículos automóveis; e estão cada vez mais ativas e a traba- mente nos distritos de Viana do Cas-
outros equipamentos de transporte. lhar na diversificação dos seus mer- telo, Porto e Aveiro. Provenientes de
todos os cantos do mundo, desde
Esta indústria é composta por cerca de a Galiza até à Índia, estas empresas
14.891 empresas e 171.646 colabora- "Só nos últimos dois são especializadas em diferentes seg-
dores. Desde 2012 que o número de anos, mais de duas mentos de produtos, como o fabrico
trabalhadores tem crescido conside- dezenas de empresas de peças para automóveis ou sanitá-
ravelmente, uma vez que, nesse ano, internacionais rios em inox.
eram apenas 159.003 colaboradores.
instalaram-se
Relativamente aos recursos humanos,
em Portugal,
Em 2017, as exportações totais desta este setor necessita de milhares de
indústria foram de 16,4 mil milhões
especialmente nos trabalhadores qualificados, sendo que
de euros, sendo a indústria portu- distritos de Viana deve ser realizada uma maior aposta
guesa mais exportadora. A maioria do Castelo, Porto e na formação, com o objetivo de col-
das exportações diz respeito aos veí- Aveiro." matar esta lacuna.
culos automóveis, reboques, semirre-
boques e componentes para veículos O bom desempenho e a evolução po-
automóveis, seguidos dos produtos cados de exportação, com o intuito sitiva do volume de negócios e das
metálicos e transformados, equipa- de abrir novas portas. Assim, fora da exportações da indústria metalúrgica
mentos elétricos e máquinas e equi- União Europeia, exportam essencial- e metalomecânica deve-se essencial-
pamentos. Assim, os produtos menos mente para Angola e para os Estados mente aos esforços de promoção in-
exportados foram os metais de base Unidos da América. ternacional do setor e das suas po-
e outros equipamentos de transpor- tencialidades por parte das várias as-
te. Desde 2013, tem-se registado um Por sua vez, em relação às importa- sociações do setor, como a AIMMAP
crescimento significativo das exporta- ções, tem-se verificado um crescimen- – Associação dos Industriais Metalúr-
ções desta indústria. to desde 2013, sendo os produtos gicos, Metalomecânicos e Afins de
mais importados os veículos automó- Portugal e a ANEME - Associação Na-
Relativamente ao número de merca- veis, reboques, semirreboques e com- cional das Empresas Metalúrgicas e
dos externos de exportação, a indús- ponentes para veículos automóveis; as Electromecânicas, especialmente fora
tria da metalurgia e da metalome- máquinas e equipamentos; e os me- dos mercados europeus.
8 DESTAQUE Portugalglobal nº114

ANEME
O apoio às empresas portuguesas na
internacionalização para os mercados externos
Desde o início dos anos 80, a ANEME - Associação Nacional das Empresas
Metalúrgicas e Electromecânicas tem apoiado as empresas portuguesas do setor na
sua abordagem aos vários mercados externos, cumprindo duas vertentes essenciais
da sua atuação: a representação e o serviço.

Inicialmente, a ANEME começou por O reconhecimento desta atividade


trabalhar os mercados dos países da traduziu-se em solicitações de apoio
CPLP (Angola, Moçambique, Cabo por parte de entidades estatais e pri-
Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné- vada, ligadas à indústria. Por exemplo,
-Bissau) de uma forma estruturada e a associação ganhou um concurso
organizada. Iniciou-se o contacto com do Banco Mundial em Moçambique,
estes mercados através da aproximação devido à definição da estratégia do
às associações empresariais, passando setor metalúrgico e metalomecânico
de seguida ao levantamento e caracte- de Moçambique, em consórcio com a
rização das empresas industriais, o que >POR JOSÉ DE OLIVEIRA GUIA, Mundiconsulting. Além disso, o Esta-
permitiu conhecer a realidade empre- PRESIDENTE DA DIREÇÃO do português convidou a ANEME, em
sarial e industrial dos mercados.
DA ANEME parceria com o IEFP e a UGT, para ou-
torgar os dois únicos acordos triparti-
De salientar que foram realizadas, países, o que permitiu aos empresá- dos de cooperação portuguesa: o pro-
isoladamente ou em conjunto com rios portugueses uma primeira abor- jeto do Centro de Formação da Meta-
outras associações, mais de duas cen- dagem orientada, sistematizada e es- lomecânica de Maputo (Moçambique)
tenas de missões empresariais a estes truturada a estes mercados. e o projeto do Centro de Formação
novembro 2018 DESTAQUE 9

de Budo-Budo (São Tomé e Príncipe).


Esta participação permitiu capacitar os
recursos humanos locais e internacio-
nalizar as empresas portuguesas.

Os múltiplos acordos com entidades


associativas destes mercados têm per-
mitido um maior e melhor apoio às
empresas portuguesas na abordagem
aos mesmos. Além disso, com o obje-
tivo de melhor servir as empresas por-
tuguesas nas ações de lobby e coope-
ração industrial, a ANEME integra os
órgãos sociais da CE-CPLP.

Todas estas ações permitiram um co-


nhecimento efetivo da realidade in-
dustrial, um maior apoio às entidades
públicas e privadas ligadas à indústria,
a realização de missões empresariais,
a participação em feiras industriais lo-
cais e o apoio às empresas no estabe-
lecimento de condições para o recru-
tamento de mão-de-obra local.

Hoje em dia, a ANEME aposta numa


estratégia semelhante no mercado do
-Leste, França, Itália, Espanha, Ale- Portugal, Angola, Moçambique, Cabo
Gana, tendo realizado uma missão
manha, Inglaterra, Suécia, Finlândia, Verde, São Tomé e Príncipe, Timor-Les-
empresarial e recebido a embaixadora
Costa do Marfim, Holanda, Bélgica, te, Guiné-Bissau e Brasil.
do Gana em Paris.
Roménia, Namíbia, Brasil, Equador,
Uruguai, Colômbia e Argélia. A articulação com a AICEP, que co-
Quanto aos mercados da América
Latina, a ANEME abordou de uma meçou no final dos anos 80, tem-
forma estruturada os mercados do -se traduzido em ações concretas: a
realização de estudos de caracteriza-
Chile, Argentina e Peru. No Chile, em "Foram realizadas mais
articulação com o governo chileno e ção da indústria dos PALOP; a par-
de duas centenas de ticipação em certames; e a criação
com a congénere chilena da ANEME
missões empresariais de sinergias com os serviços nacio-
(ASIMET – Asociación de Industrias
aos mercados da nais e as delegações internacionais
Metalúrgicas y Metalmecánicas), rea-
lizaram-se vários estudos de mercado,
CPLP, o que permitiu da AICEP, com vista à resolução de
para além de várias missões empresa- aos empresários questões inerentes à atividade ex-
riais. Na Argentina e no Peru, foi rea- portugueses uma portadora das empresas.
lizado um trabalho de levantamento primeira abordagem
Não podemos também deixar de re-
das empresas industriais do setor e orientada,
das oportunidades de negócio. ferir que a participação da ANEME
sistematizada e
no Grupo das Multilaterais é um ele-
estruturada." mento de apoio efetivo às empresas
Contudo, a atividade de internaciona-
lização da ANEME não se resumiu a nas suas interações com as várias
estes mercados, tendo realizado mis- entidades Multilaterais - Banco Mun-
De referir ainda que a ANEME, em con- dial, Banco Africano de Desenvolvi-
sões empresariais e institucionais e
dinamizado a participação em feiras junto com a AIDA - Associação Indus- mento, ONU, Banco Associativo, en-
internacionais em países tão diversos trial de Aveiro, possui uma plataforma tre outros.
como a África do Sul, Marrocos, Tu- de negócios, onde estão inseridas um
nísia, Egipto, Guiné-Equatorial, Timor- conjunto alargado de empresas de www.aneme.pt
10 DESTAQUE Portugalglobal nº114

CATIM
A inovação como suporte
de crescimento das exportações
Em 2017, o setor da metalurgia e metalomecânica exportou 16,4 mil milhões
de euros, um crescimento de 12 por cento que confirma esta indústria como
a mais exportadora da economia portuguesa, valores que devem ser
ultrapassados em 2018.

passando distâncias e barreiras téc- riscos associados e ganha valor acres-


nicas; desenvolvendo soluções cus- centado, know-how e tecnologia.
tomizadas, no caso das máquinas e
equipamentos; associando o design, A produção representa cada vez me-
a inovação e a qualidade, no caso nos valor acrescentado, que vai cres-
da louça metálica e das cutelarias; e cendo nas fases de desenvolvimento
integrando o projeto, a produção e e instalação/pós-venda, onde a inova-
a capacidade de instalação, no caso ção e a engenharia agregam serviços
das estruturas metálicas e dos equi- mais sofisticados.
pamentos para a indústria alimentar
>POR HILDEBRANDO e de processo. O CATIM é um Centro de Interface
VASCONCELOS,
Tecnológico parceiro das empresas
DIRETOR-GERAL DO CATIM
Já no caso dos fabricantes de peças do setor na área da inovação, quali-
técnicas sobressai a aposta na inte- dade, tecnologia e internacionaliza-
Sendo um setor muito diverso, o cres- gração em cadeias de valor globais ção. Neste último caso, com especial
cimento das exportações resulta do (automóvel e aeronáutica), sendo que relevância na avaliação da conformi-
dinamismo das PME na abordagem a empresa passa a participar no de- dade e certificação de produtos e na
a mercados muito diversos, ultra- senvolvimento das peças, assume os aceleração dos ciclos de inovação.
novembro 2018 DESTAQUE 11

Inovar para adequar o produto a um


novo mercado exige frequentemente
avaliação da conformidade por enti-
dade reconhecida e norma local, e a
proximidade do CATIM pode contri-
buir para o sucesso na inovação incre-
mental, nomeadamente no “time to
market”, tão importante para as PME.
As empresas, associações e entidades
do setor constituem uma rede de su-

"As empresas,
associações e
entidades do setor
constituem uma
rede de sucesso, com
relevância na atração
do investimento
estrangeiro, de
grande importância
na sustentabilidade CENFIM
do crescimento das
exportações."
A formação e o mercado
internacional
cesso, com relevância na atração do
investimento estrangeiro, de grande O setor da Metalurgia e Metalomecânica é o maior
importância na sustentabilidade do exportador em Portugal e a reconhecida carência de
crescimento das exportações.
mão-de-obra qualificada é o principal elemento que
poderá afetar o seu contínuo crescimento.
www.catim.pt

-valia aos seus produtos e assim tornar-


-se um setor ainda mais competitivo,
capaz de se posicionar nos mercados
externos mais competitivos.

As empresas orientadas para o futuro


reconhecem que a principal dificulda-
de de crescimento não está centra-
da no equipamento ou nos espaços,
>POR VITOR DIAS, sendo que o elemento diferenciador
DEPARTAMENTO DE e mais difícil de se obter é a referida
FORMAÇÃO DO CENFIM mão-de-obra qualificada, que hoje é
comumente reconhecida como o fa-
tor chave da mudança.
Este setor ultrapassou a crise apostan-
do no mercado externo como principal É neste contexto que as associações
veículo de crescimento. Contudo, iden- do setor, a AIMMAP – Associação dos
tificou que só apostando na Formação Industriais Metalúrgicos, Metalomecâ-
Profissional, poderia acrescentar mais-
12 DESTAQUE Portugalglobal nº114

nicos e Afins de Portugal e a ANEME para ações de curta duração, visan-


– Associação Nacional das Empresas do a atualização de conhecimentos
Metalúrgicas e Eletromecânicas, con- e especialização tecnológica dos
tinuam a apoiar de forma contunden-
te o CENFIM – Centro de Formação
seus operadores e quadros técnicos.
Estas ações são ministradas tanto
PRODUTECH
Profissional da Indústria Metalúrgica e
Metalomecânica, o seu principal “for-
nas nossas instalações como dese-
nhadas para serem desenvolvidas no
Fileira
necedor” de mão-de-obra qualificada. seio das empresas. nacional das
Por sua vez, o CENFIM diferencia a Assim, a formação é a chave para a tecnologias
aquisição de competência dos recursos
de produção:
sua oferta de longa duração, através
da formação de jovens pelo sistema humanos, que por sua vez são a ala-

equipando
de aprendizagem, e requalifica adul- vanca da competitividade das empre-
tos de outros setores, permitindo a sas, o que lhes permite valorizá-los e
ambos, pela qualidade que lhes é
reconhecida, terem uma empregabi-
qualificá-los como fatores determinan-
tes para o reconhecimento da qualida- a indústria
lidade superior a 90 por cento. Não
obstante, estes são apenas 50 por
de dos seus produtos, seja a nível na-
cional, seja nos mais exigentes merca- com fábricas
cento dos cerca de 12 mil formandos
por ano, provenientes dos nossos 13
dos internacionais. Apostar na forma-
ção profissional é sem dúvida garantir do futuro
Núcleos de Formação, uma vez que a sustentabilidade do negócio.
os remanescentes seis mil são oriun-
dos das empresas que nos procuram www.cenfim.pt
A fileira das tecnologias
de produção assume um
posicionamento chave
nas diversas cadeias
de valor industriais.
Enquanto fornecedora de
equipamentos industriais,
software e soluções
de engenharia para a
indústria, esta fileira
dota os demais setores
industriais de efetivas
capacidades de produção.

>POR FERNANDO MANUEL


FERNANDES DE SOUSA,
PRESIDENTE DO CONSELHO
DE ADMINISTRAÇÃO
DA PRODUTECH
novembro 2018 DESTAQUE 13

Assim, é promotora dos elevados ní- de todo o mundo. É uma oferta eclé- informação crítica, por exemplo sobre
veis de produtividade e eficiência e tica que compreende soluções para o mercados e tendências. Por outro lado,
das capacidades de resposta às soli- setor aeroespacial e automóvel, pas- atuamos ao nível da capacitação e da
citações dos mercados e de inovação sando pela indústria da moda, eletro- cooperação estratégica na indústria.
das empresas. domésticos e outros bens de consu-
mo, do setor agroindustrial às indús- Paralelamente, e alavancando o ex-
A fileira tem efeitos de arrastamento trias extrativas, da indústria química celente trabalho que as associações
ao conjunto da economia nacional, à farmacêutica, e da metalomecânica desenvolvem ao nível da internacio-
sendo que o setor Metalúrgico e Me- à engenharia, incluindo a própria in- nalização, temos vindo a atuar na
talomecânico assume um papel dual. dústria de bens de equipamento. exploração de complementaridades e
Por um lado, enquanto setor chave na em abordagens conjuntas que visam
indústria transformadora nacional, in- Este perfil resulta das suas capacida- promover de forma integrada a filei-
corpora nos seus processos produtivos des de inovação, de adaptação às ten- ra, ao nível de soluções para a mo-
tecnologias de produção, sendo, nes- dências e requisitos do mercado, do dernização da indústria. E, não me-
te sentido, cliente da fileira. Por outro estabelecimento de parcerias estraté- nos importante nesta estratégia, te-
lado, é fornecedor e integra uma par- gicas e da oferta de soluções competi- mos vindo a promover a participação
te nuclear da fileira das tecnologias de tivas internacionalmente. da fileira em redes internacionais de
produção, nomeadamente os produ- inovação, na internacionalização das
tores de bens de equipamento. É neste preciso enquadramento que fontes de conhecimento, dos proje-
a PRODUTECH, entidade gestora do tos de I&D e da inovação.
Do ponto de vista da internacionali- Cluster das Tecnologias de Produção,
zação, a fileira tem um perfil forte- promove a sua atividade visando o Neste sentido, a principal missão da
mente exportador, detendo presen- crescimento, consolidação e qualifica- PRODUTECH é robustecer a eficiência
ças relevantes e parcerias internacio- ção da base empresarial; a mobiliza- coletiva e a inteligência estratégica
nais. De facto, desde os domínios dos ção para a I&D e Inovação; o acesso a ao serviço da expansão, do alarga-
equipamentos para diversos setores informação estratégica; e o reforço da mento e da qualificação da fileira em
industriais, das ferramentas especiais visibilidade e internacionalização. áreas fortemente dinâmicas e ino-
aos sistemas logísticos, passando pe- vadoras, bem como promover a sua
las soluções de robótica, energia e Estes eixos reforçam-se mutuamente oferta e imagem a nível nacional e
ambiente, da automação e sistemas e criam bases para a competitividade internacional.
de informação, as soluções portu- futura. De facto, por um lado promo-
guesas estão presentes em fábricas vemos o desenvolvimento e acesso a www.produtech.org
14 DESTAQUE Portugalglobal nº114

FIMEL
Uma aposta constante na qualidade e inovação
dos seus produtos
Fundada em 1982 em Águeda, a Fimel é especialista no fabrico de equipamentos
para pintura industrial e tratamento de superfícies. A aposta no desenvolvimento
de soluções inovadoras e ajustadas à realidade do mercado nacional e internacio-
nal, torna-a numa referência no setor.

O core business da Fimel centra-se A Fimel aposta na qualidade e na ino- cia, tendo como base a máxima ine-
no fabrico de máquinas e aparelhos vação dos seus produtos, garantindo rente: prestar o melhor dos serviços.
elétricos para a indústria em geral, a satisfação dos clientes. Este fator Desde que começou a fabricar máqui-
sendo reconhecida, em território na- distingue-a da concorrência, uma vez nas para os seus clientes, a inovação é
cional e internacionalmente, pelo seu que se apresenta como um parceiro uma das palavras de ordem da Fimel,
conhecimento na instalação de linhas de negócios e não como um simples da qual não se pretende distanciar.
de pintura. A empresa possui assim fornecedor de máquinas.
as competências necessárias no que Com uma forte presença nos mer-
diz respeito a soluções de tratamento Com efeito, a empresa aposta ininter- cados internacionais, a Fimel tem
de superfícies, como o aquecimento ruptamente em tecnologia de ponta, clientes como a Mercedes no Brasil, a
e tratamentos específicos, de acordo fundamentalmente necessária para o Volkswagen e a Simoldes na Polónia,
com as necessidades dos clientes. seu bom funcionamento e sobrevivên- a Sodecia na China e na Índia, a Ac-
novembro 2018 DESTAQUE 15

ciona em Espanha, e a Autoeuropa,


a Riablades/Senvion e a MGI Coutier/
Avon Automotive em Portugal. Além
disso, já colaborou com outras empre-
sas de referência no passado, como a
Bosch, a Sanitana, a Teka e a TAP.

Na última década, as energias reno-


váveis, nomeadamente a eólica, têm
sido uma forte aposta da empresa,
que tem desenvolvido máquinas e
programas à medida do cliente. Nes-
ta área, a automatização de proces-
sos é um desafio diário. A intenção é

"Com uma forte


presença nos mercados
internacionais, a Fimel
conta com clientes de
referência no Brasil,
Polónia, China, Índia e
Espanha."

ajudar os clientes a tornarem os seus


processos mais leves e autónomos,
disponibilizando um serviço não só de
excelência mas também de assistência
profissional, a qualquer hora do dia.

Desta forma, e com o objetivo de criar


soluções globais para os seus clientes,
a Fimel dotou-se internamente da ca-
pacidade de automatizar os processos
e desenvolver soluções ao nível da
indústria 4.0. Estas características tor-
nam as suas soluções completamente
automatizadas, contando com o auxí-
lio de quatro linhas de pintura. A empresa aposta constantemente na no futuro. Neste sentido, celebrou re-
formação dos seus 120 colaborado- centemente uma parceria com a Sie-
Com o objetivo de aumentar a sua res, procurando pessoas com conhe- mens, o que revela a sua boa relação
visibilidade e reconhecimento, a Fi- cimentos técnicos capazes de respon- não só com clientes, mas também
mel marca regularmente presença der ao cliente mais exigente em todas
ENERGY com fornecedores.
na feira nacional EMAF e pontual- as fases do processo.
mente em feiras internacionais de
MISSION OF TODAY
No futuro, o objetivo é continuar na
máquinas. Com a entrada no setor A Fimel www.fimel.pt
procura estabelecer parcerias
linha da frente, garantindo uma cons-
eólico, estas presenças revelam-se proveitosas para ambas as partes, ao
cada vez mais prementes, sobretudo aliar e agregar sinergias, uma vez que tante inovação e qualidade.
quando são direcionadas para este acredita que este é o segredo para
ramo de atividade. estabelecer mais e melhores negócios www.fimel.pt
16 DESTAQUE Portugalglobal nº114

Fundição Évora destina-se à indústria


automóvel. Contudo, a empresa tem

FUNDIÇÃO ÉVORA
recebido encomendas de diferentes
setores de atividade, como a robótica,

Peças de alumínio portuguesas


a saúde e o mobiliário de interiores.

conquistam mercados europeus O investimento na inovação é uma


constante no dia-a-dia da empresa,
que tem uma equipa de engenharia e
desenvolvimento para acompanhar os
Especializada no fabrico de peças em alumínio
clientes no desenvolvimento do seu pro-
por fundição injetada sob pressão, a Fundição Évora
duto. Esta aposta permite dar resposta
exporta cerca de 90 por cento do seu volume ao forte crescimento do mercado.
de faturação para diversos mercados externos,
como Espanha, Bélgica, Alemanha, Hungria Desde a sua fundação, a Fundição
e República Checa. Évora tem conquistado o devido re-
conhecimento no fabrico de peças
com uma elevada exigência ao nível
Fundada em 1986 pelo belga M. No último ano, a Fundição Évora pro-
de especto, sendo capaz de responder
Schréder e pelo português Pinheiro duziu 2300 toneladas de unidades,
Torres, a Fundição Évora conta com sendo que mais de 80 por cento se às necessidades dos setores da ilumi-
115 colaboradores e um volume de destinaram à iluminação pública e de nação pública (exterior e interior), do
exterior, um negócio que tem crescido mobiliário urbano, do equipamento
consideravelmente. médico e industrial, entre outros.
"Considerada uma das
maiores exportadoras Cerca de 10 por cento da produção da www.aluthea.com

do concelho de Évora,
a empresa considera
Espanha o seu
principal mercado de
exportação."

negócios de 13 milhões de euros, sen-


do que 90 por cento são exportados
para diferentes mercados internacio-
nais. Considerada uma das maiores
exportadoras do concelho, a empre-
sa considera Espanha o seu principal
mercado de exportação.

No ano de 2004, a entrada do grupo


francês Aluthea na empresa permitiu
a triplicação para nove do número de
células de fundição injetada, sendo
oito robotizadas. Esta aposta exigiu o
investimento de um milhão de euros
por cada célula, que inclui diferentes
máquinas, como um forno, uma pren-
sa horizontal de injeção, uma prensa
vertical de corte, um alimentador, um
lubrificador e um robô.
novembro 2018 DESTAQUE 17

I.M.P.L.
Uma empresa familiar reconhecida
internacionalmente
A I.M.P.L. – Mecânica de Precisão dedica-se à maquinação de peças de precisão
para a indústria aeronáutica e a metalomecânica em geral (indústria eletrónica
e indústria alimentar). Criada em junho de 1999, a empresa situa-se em Pombal,
ocupando uma área coberta de 1.925 metros quadrados.

Composta por uma equipa de 12


colaboradores, a I.M.P.L. é uma em-
presa familiar, que detém um eleva-
do know-how e reconhecimento do
setor, resultantes dos conhecimentos
técnicos especializados e da experiên-
cia do fundador da empresa, João Pe-
dro Baptista, adquirida em França.

Com instalações modernas e equi-


pamentos de tecnologia avançada, a
empresa é especialista na maquinação
de titânios, alumínios e aços.

Os principais clientes da I.M.P.L. são


empresas francesas do ramo aeronáu-
tico, que representam cerca de 70 por
cento da sua atividade. Apesar disso,
conta também com clientes em Portu-
gal e na Suíça.

Neste mercado muito exigente, a


I.M.P.L. tem um sistema de gestão de
qualidade “NP EN ISO 9001:2015”
implementado e está aprovada pela
OGMA – Indústria Aeronáutica de
Portugal para a maquinação de peças
para aeronaves.

www.impl.pt
18 DESTAQUE Portugalglobal nº114

Fundada em 1978, a Mangualtécnica


começou por se dedicar à produção
de candeeiros e artigos de iluminação.
MANGUALTÉCNICA Posteriormente apostou na caixilharia
de alumínio. Em 1986, iniciou uma
Uma referência internacional nova fase de atividade, com a produ-
ção de componentes metálicos para a
na transformação de metais indústria, através de corte, quinagem,
estampagem a frio e soldadura de
chapa. Assim, consolidou a sua pre-
A Mangualtécnica é uma empresa industrial sença no mercado de componentes
especialista na transformação de metais, metálicos, focando-se no fornecimen-
disponibilizando produtos e serviços de elevada to para a indústria automóvel, indús-
qualidade aos seus clientes. Com as exportações a tria de frio e de termodomésticos e
energia solar.
representar 40 por cento do seu volume de negócios,
os seus principais mercados de exportação são França, Especialista em corte, estampagem a
Alemanha, Reino Unido, Holanda, Itália, Polónia, frio, quinagem e soldadura, a Man-
Turquia, Brasil e Angola. gualtécnica dispõe de equipamento
industrial que permite a produção de
uma gama muito alargada de com-
ponentes metálicos, dos quais se des-
tacam as prensas mecânicas até 315
toneladas, podendo receber ferra-
mentas progressivas até 2,5 metros de
comprimento, guilhotina, quinadeiras
elétricas e hidráulicas, prensas de sol-
dadura, máquinas de roscar automáti-
cas e centro de maquinação.

As exportações representam atual-


mente 40 por cento do volume de ne-
gócios da Mangualtécnica, sendo os
seus produtos vendidos para França,
Alemanha, Reino Unido, Holanda, Itá-
lia, Polónia, Turquia, Brasil e Angola.

O elevado grau de exigência dos seus


clientes, como a PSA, Bosch, PUREVER
Industries, entre outros, obrigam a
uma permanente atualização dos seus
equipamentos e métodos de trabalho,
bem como a uma maior aposta na for-
mação dos colaboradores e na mais ri-
gorosa qualidade.

Apostando decisivamente na melhoria


contínua e em práticas de Lean Man-
agement, a Mangualtécnica prosse-
guirá o seu projeto de redução de cus-
tos, de maior incorporação tecnológi-
ca e de subida na cadeia de valor.

www.mangualtecnica.com
novembro 2018 DESTAQUE 19

O FELIZ
Um Grupo português reconhecido globalmente
Com um volume de negócios de 43 milhões de euros em 2017, o crescimento do
Grupo O FELIZ tem sido sustentado pela aposta na internacionalização para diver-
sos mercados externos, nomeadamente Espanha, França, Benelux, Itália, Angola,
Argélia, Marrocos, Senegal, Colômbia, Brasil, Bolívia e Costa Rica.

Com mais de seis décadas de experiên- de euros em 2018, o que configura um tos da mais avançada tecnologia e a
cia no mercado, O FELIZ é um Grupo crescimento de 10 por cento, muito su- aposta em colaboradores altamente
do setor metalomecânico especializado portado pelos mercados externos. qualificados e de elevada competência
no desenvolvimento, fabrico e constru- permitem dispor de uma capacidade
ção de estruturas metálicas; perfilagem O FELIZ encara a transformação digital produtiva e de uma resposta imediata
de chapa e enformados a frio; corte e como um processo global de adapta- às exigências dos mercados onde opera.
quinagem de chapa; corte a laser; fa- ção ao universo digital e uma forma
brico de colunas de iluminação e torres de aumentar a performance, através No que respeita à área da inovação,
metálicas; serralharia em aço inox; caixi- da alteração e melhoria da relação e com o objetivo de facilitar a tare-
lharias de alumínio; fachadas de vidro e com os clientes. Assim, espera au- fa dos engenheiros de estruturas e
fachadas ventiladas em painel compó- mentar a eficiência do negócio, dispo- arquitetos, O FELIZ lançou a plata-
sito de alumínio; mecânica de precisão; nibilizando o acesso à informação, es- forma “PRODUCT LAB”. Trata-se de
e fabrico de painel sanduiche para a ar- tabelecendo vantagens competitivas e uma plataforma user friendly, que
quitetura, construção e câmaras de frio. criando novas oportunidades. disponibiliza o acesso a toda a infor-
mação dos produtos e possibilita ao
Atualmente, as suas empresas empre- Todas as empresas do Grupo O FELIZ utilizador simular qual a solução mais
gam mais de 250 colaboradores em são objeto de investimentos estratégi- eficiente para o seu projeto, ofere-
Portugal e 150 em Angola. Em 2017, cos contínuos, quer em equipamentos cendo uma solução otimizada e uma
alcançou um volume de negócios de produtivos, quer na digitalização dos memória de cálculo completa no que
43 milhões de euros, estando previsto fluxos de informação. A política de in- diz respeito ao cálculo estrutural de
um volume de negócios de 47 milhões vestimento contínuo em equipamen- acordo com os Eurocódigos.
20 DESTAQUE Portugalglobal nº114

TECNISATA
Uma aposta na
internacionalização
para França e
O desenvolvimento desta plataforma, empresas serem competitivas em toda
Marrocos
que resulta de um trabalho interno de a cadeira de valor. A alternativa passa
promoção permanente da inovação e pela especialização e pelo desenvol- Composta por uma equi-
em linha com as necessidades do mer- vimento de sinergias com outras em- pa de 112 colaboradores,
cado, facilita o acesso à informação por presas que se situem a montante e a a Tecnisata tem como
parte dos clientes, melhora a eficiência jusante da cadeira de valor. Esta neces-
objetivo continuar o cres-
dos processos e permite apresentar sidade de cooperação e partilha de ris-
uma solução competitiva, inovadora e co é particularmente relevante para os
cimento de forma susten-
verdadeiramente diferenciadora. processos de internacionalização. tável nos mercados inter-
nacionais, com principal
A estratégia de crescimento assenta na Relativamente aos desafios do setor foco em França e Marro-
internacionalização do negócio, sem- metalomecânico em Portugal, a em- cos. Atualmente, as suas
pre sustentado na solidez financeira. presa aponta a escassez de mão-de-
exportações representam
O Grupo exporta para diversos países -obra qualificada no setor, o que po-
e dispõe de uma unidade industrial em derá constituir uma limitação ao cres-
mais de 70 por cento das
Angola, que garante uma capacidade cimento das organizações e que tem
vendas.
produtiva e oferta de soluções capazes afetado de forma significativa a ativi-
de responder às solicitações daquele dade do grupo. Para alcançar o cres-
mercado e dos mercados limítrofes. cimento sustentado pretendido, é ne-
cessário uma alteração da mentalidade
O FELIZ tem vindo a diversificar os esfor-
organizacional. As empresas deverão
ços de penetração noutros mercados.
implementar um verdadeiro espírito de
Na Europa tem procurado diversificar a
learning organizations, assente na re-
carteira de clientes internacionais, no-
tenção do talento, na formação qualifi-
meadamente em Espanha, França, Be-
cada dos colaboradores, na dissemina-
nelux e Itália. Para além de Angola, tem
ção interna do conhecimento empre-
também atividade no norte de África,
sarial e no investimento continuo em
nomeadamente na Argélia, Marrocos e
Senegal, países para os quais tem, para novos produtos, processos e soluções.
além de visitas comerciais e participação
Para o triénio 2018-2021, os grandes
em feiras internacionais, exportado re-
objetivos da empresa passam pela in-
gularmente. A ambição internacional
ternacionalização do negócio, intensi-
do grupo chega também à América
ficando e dinamizando a atividade co-
Central e do Sul, com projetos na Co-
mercial nos mercados externos, e pelo
lômbia, Brasil, Bolívia e Costa Rica.
reforço das competências distintivas.
Num mundo e numa economia globa- Para alcançar estes desígnios, as novas
lizados, é necessário que as empresas tecnologias, a indústria 4.0 e a trans-
sejam capazes de produzir para um formação digital são absolutamente
único mercado global, mas que sejam cruciais e devem estar presentes em
também capazes de adaptarem os seus toda a linha de pensamento estratégi-
produtos e bens ao mercado específi- co e alinhamento organizacional.
co onde pretendem atuar. É também
essencial considerar a dificuldade das www.ofeliz.com
novembro 2018 DESTAQUE 21

A diversificação e o aprofundamento ferramentas de estampar. Através do Neste momento, as principais áreas de


da internacionalização dos negócios contacto com os clientes em Portugal, negócio do Grupo Tecnisata assentam
têm delineado a estratégia da Tecni- a maioria multinacionais, a empresa em grandes grupos:
sata e proporcionado a expansão das entrou nos mercados internacionais.
•
Fornecimento de peças/conjuntos
vendas nos mercados externos em
para incorporação nos produtos fi-
setores diversificados, automóvel, ali- Posteriormente, adquiriu a Micronor- nais dos clientes (peças maquinadas
mentar e aeronáutico. ma, empresa produtora de ferramen- e estampadas);
tas especiais e soluções de processo
Em multinacionais de renome como • Dispositivos e máquinas para a in-
para a indústria, e fundou a Toolpres-
Renault, Grupo Gestamp, Aptiv e Ya- dústria (desde ferramentas de es-
se, dedicada à estampagem de peças
zaki, residem os principais clientes da tampar até jigs de controlo);
metálicas, capitalizando assim o seu
Tecnisata, com exportações para os
know-how na construção de ferra- • Desenvolvimento de soluções tailor-
mais diversos destinos.
mentas de estampagem. -made para o processo (células de
Em 1974, a Tecnisata iniciou a sua ati- montagem / controlo / robótica).
vidade com a produção de produtos e Fruto das sinergias entre estas três
componentes industriais, cunhos e cor- empresas, surgiu o Grupo Tecnisata, Em paralelo às suas atividades indus-
tantes, passando depois para as ferra- com a missão de ser uma referência triais, e com o claro objetivo de se man-
mentas especiais da indústria de cabla- internacional, disponibilizando solu- ter na vanguarda tecnológica, a Tecni-
gens e respetivas peças de substituição. ções para toda a cadeia de valor dos sata participa ativamente em diversos
seus clientes. projetos de investigação e desenvolvi-
Com o crescimento do mercado de mento; adquire novos conhecimentos
componentes automóveis em Portu- Em 2016, fundaram a joint-venture e ferramentas; e integra canais associa-
gal, em particular com a construção Toolpresse-TJ, em Marrocos, concreti- tivos como a ANEME, a CEFAMOL, o
da Autoeuropa, nos anos 90, a Tec- zando a estratégia de internacionaliza- CENTIMFE e o POOL-NET.
nisata apostou neste setor, tornando- ção do grupo, no exigente fornecimen-
-se uma referência nacional na área de to de componentes para um OEM. www.tecnisatagroup.com
22 ENTREVISTA Portugalglobal nº114

ANÍBAL JOSÉ
DA COSTA CAMPOS
Presidente AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos,
Metalomecânicos e Afins de Portugal

A sólida reputação internacional


do setor metalúrgico
e metalomecânico português

O setor da Metalurgia e da Metalomecânica nacional tem registado um


crescimento sólido e significativo a nível nacional e internacional, sendo o setor
português que mais contribui para as exportações do nosso país.
Em entrevista à Revista Portugalglobal, o presidente da AIMMAP - Associação dos
Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, Aníbal José da Costa
Campos, confidencia que, no ano passado, este setor registou um novo recorde
absoluto de vendas ao exterior, tendo atingido um total de 16,4 mil milhões de
euros. Os mercados da União Europeia são o principal destino das exportações desta
indústria, nomeadamente Espanha, Alemanha, França, Reino Unido e Itália.
De acordo com o presidente da AIMMAP, na indústria metalúrgica e metalomecânica,
a imagem de Portugal está associada a qualidade, inovação, fiabilidade e capacidade
de adaptação. Assim, esta indústria é altamente reconhecida internacionalmente pela
sua excelente relação entre a qualidade e o preço.
novembro 2018 ENTREVISTA 23

Como avalia a evolução do setor da indústria transformadora. Relativa-


metalúrgico e metalomecânico “Em 2017, o setor mente ao comércio internacional, ne-
português? registou um novo nhum outro setor português contribui
O nosso setor tem registado uma recorde absoluto de tanto como o “Metal Portugal” para
notável expansão ao longo desta vendas ao exterior, os excelentes resultados obtidos nos
década, com especial ênfase nos últimos anos.
tendo atingido um total
três últimos anos. As empresas con- de 16,4 mil milhões
ceberam e implementaram estraté- Este setor é responsável por 32 por
de euros. Tal facto cento das exportações totais de bens
gias de crescimento bem definidas,
apostando assertivamente na qua-
evidencia a capacidade de Portugal no ano corrente. Em 2017,
lidade e na abordagem aos merca- de superação do setor registou um novo recorde absoluto de
dos mais exigentes e de maior valor e de alavancagem dos vendas ao exterior, tendo atingido um
acrescentado. Consequentemente resultados económicos total de 16,4 mil milhões de euros. Tal
têm conseguido crescer nas mais de Portugal.” facto evidencia a capacidade de supe-
diferentes vertentes. ração do setor e de alavancagem dos
resultados económicos de Portugal.
As vendas ao exterior aumentaram Qual a importância desta indústria
de forma fulgurante, o número de no quadro da economia portugue- Qual o papel da AIMMAP na pro-
trabalhadores cresceu em 2017, o sa, designadamente no mercado moção internacional do setor?
investimento em inovação é o mais das exportações? A AIMMAP assume um papel de enor-
forte no universo da indústria trans- O setor tem uma relevância indiscu- me importância no apoio às empresas
formadora nacional e os fatores de tível no panorama económico portu- deste setor nos domínios da promoção
diferenciação em geral têm aqui uma guês e é responsável por uma terça das exportações e da internacionaliza-
presença muito superior à verificada parte do tecido empresarial, da força ção. E são inúmeras as vertentes em
noutros setores de atividade. de trabalho e do volume de negócios que esse trabalho se desdobra, como
24 ENTREVISTA Portugalglobal nº114

a conceção, promoção e execução (16 por cento), França (15 por cento), cento. No presente ano é importante
de projetos de internacionalização; a Reino Unido (oito por cento) e Itália fazer notar a evolução negativa das
organização de stands coletivos em (três por cento). Fora da União Euro- exportações para o Reino Unido, a
feiras internacionais de referência; a peia, os principais destinos foram os qual, no entanto, tem sido compen-
realização de missões empresariais; a Estados Unidos da América (três por sada com o aumento das vendas para
disseminação de boas práticas; a rea- cento), Angola (três por cento), China outros países, como a Áustria, a Aus-
lização de ações de formação, através trália, o Chile e a Roménia.
da Academia de Internacionalização;
a identificação de novas oportunida- Na sua opinião, quais são os fa-
“A AIMMAP assume tores que mais contribuem para a
des comerciais, divulgadas junto das
um papel de enorme competitividade e reconhecimen-
empresas; a atração de compradores
importância no apoio to internacional do setor? Qual o
estrangeiros; a criação de antenas no
exterior para apoio aos exportadores;
às empresas deste peso de Portugal no mercado in-
setor nos domínios ternacional?
e a gestão de uma marca agregadora,
designada “Metal Portugal”. da promoção das O setor é muito vasto e heterogéneo,
exportações e da sendo assim possível que os fatores
determinantes nesse âmbito não se-
Quais são os principais mercados internacionalização.”
jam exatamente os mesmos em todos
externos de exportação do setor?
os segmentos e subsetores. De igual
O setor exportou em 2017 cerca de modo, é também provável que não
16,4 mil milhões de euros para um (dois por cento), Brasil (dois por cento) sejam os mesmos em todos os desti-
total de 202 mercados. A União Eu- e Marrocos (dois por cento). nos geográficos. De todo o modo, é
ropeia é o destino responsável por possível identificar algumas marcas
cerca de 77 por cento das vendas ao Nos primeiros oito meses de 2018, as identitárias ou características diferen-
exterior, com especial destaque para exportações do setor registaram um ciadoras que são transversais a todos
Espanha (23 por cento), Alemanha crescimento homólogo de 16,6 por os subsetores. Nesse contexto é im-
novembro 2018 ENTREVISTA 25

portante registar que o “Metal Por-


tugal” tem uma sólida reputação de
excelente relação entre qualidade e
preço. Ao contrário do que sucedia no
passado em muitos setores de ativida-
de, na indústria metalúrgica e metalo-

“É importante registar
que o Metal Portugal
tem uma sólida
reputação de excelente
relação entre qualidade
e preço. Nesta indústria,
a imagem de Portugal
está associada a
qualidade, inovação,
fiabilidade e capacidade
de adaptação.”

mecânica a imagem de Portugal está


associada a qualidade, inovação, fia-
bilidade e capacidade de adaptação.

Naturalmente, tratando-se este de plementares e cooperar com outras


um setor gigantesco que inclui partes empresas dessas potências.
substanciais de clusters de elevada
dimensão, como o automóvel, o ae- Quantas empresas nacionais in-
roespacial, o ferroviário ou as tecno- tegram o setor? Como funciona o
logias em geral, os principais players universo inovador dessas empresas?
estão localizados nas grandes potên- Os últimos dados do INE revelam
cias económicas como a Alemanha, que existem 21.323 empresas no
os Estados Unidos da América, a Chi- setor, apesar de, segundo as nossas
na ou o Japão, ou em países emer- contas, as empresas ativas serem
gentes como a Coreia do Sul, a Tur- cerca de 15 mil.
quia e a Índia. Consequentemente,
em termos meramente estatísticos, Cerca de 75 por cento das empresas
os números da indústria metalúrgica do setor apresentam atividades de
e metalomecânica nacional não são inovação, seja de produto ou de pro-
propriamente muito significativos no cesso. O impacto no volume de ne-
contexto do comércio global. gócios da introdução de inovação de
produto é substancialmente maior nas
Não obstante, é de sublinhar que as atividades relacionadas com a fabrica-
nossas empresas conseguem competir ção de máquinas e equipamentos e de
com sucesso em muitos nichos, su- material de transporte (podendo atin-
plantando empresas daqueles países. gir cerca de 35 por cento do volume
Para além disso, conseguem ser com- de negócios dessas atividades econó-
26 ENTREVISTA Portugalglobal nº114

Mas independentemente do envolvi-


mento da AIMMAP, as empresas do
setor estão fortemente motivadas e
mobilizadas neste domínio. Como já
referi, o investimento em inovação
neste setor tem vindo a crescer de for-
ma muito significativa. Naturalmente,
para esse efeito, a ligação à ciência, à
tecnologia e à investigação tem sido
verdadeiramente fundamental.

Quais são as perspetivas de cresci-


mento futuras do setor?
Relativamente ao comércio interna-
cional, as perspetivas do setor são de
crescimento robusto. A manutenção
da evolução atual no último quadri-
mestre de 2018 ditará a ascensão ao
patamar dos 19 mil milhões de euros
nas exportações. Este facto consubs-
tanciará um crescimento de 65 por
cento nos últimos dez anos.

Em 2019, esperamos continuar uma


trajetória fortemente ascendente, ain-
da que tenhamos consciência de que
a economia mundial é cada vez mais
imprevisível e que estejamos preocu-
pados com a atual dificuldade com
que nos confrontamos na contratação
micas). As despesas totais com ativi- dos recursos humanos indispensáveis
dades em inovação no ano de 2016 “Relativamente ao para preencherem os postos de traba-
atingiram aproximadamente 600 mi- comércio internacional, lho que temos em aberto.
lhões de euros.
as perspetivas do setor
Que análise faz do desempenho da
Considera que a ligação das em- são de crescimento AICEP na promoção internacional
presas ao sistema científico e tec- robusto. A manutenção deste setor? Como se articulam a
nológico, designadamente às uni- da evolução atual no AIMMAP e a AICEP neste processo?
versidades, é fundamental para a
último quadrimestre de O trabalho desenvolvido pela AICEP
evolução do setor?
2018 ditará a ascensão tem sido muito importante na promo-
Trata-se de uma questão vital e críti-
ao patamar dos 19 mil ção internacional do país em geral e
ca. As nossas empresas estão cada vez
deste nosso setor em particular. Temos
mais relacionadas com universidades, milhões de euros nas
uma excelente relação com a AICEP e
institutos politécnicos, instituições de exportações.” o maior apreço pelo respetivo traba-
interface e centros tecnológicos.
lho. E tem sido muito importante para
A AIMMAP dá o exemplo, articulan- as empresas do nosso setor a forma
do-se em diferentes domínios com as dadora de entidades como o INEGI e o inteligente com que a AIMMAP e a AI-
principais universidades portuguesas, CATIM, mantém-se ativa na respetiva CEP têm criado e desenvolvido siner-
mas também com as entidades do gestão, procurando articular a respeti- gias e complementaridades.
sistema científico e tecnológico nacio- va atividade com as necessidades e os
nal. Mais ainda depois de ter sido fun- interesses das empresas. www.aimmap.pt
28 MERCADOS Portugalglobal nº114

BÉLGICA
 Pequeno em dimensão mas economicamente desenvolvido e estrategicamente
localizado no centro da Europa, a Bélgica é um principais clientes de Portugal e
um investidor de relevo no nosso país. Apesar do importante relacionamento entre
os dois países, há espaço para reforçar a presença das empresas portuguesas na
Bélgica e, igualmente, de empresas belgas em Portugal.
Saúde, economia digital, aeroespacial, plásticos, têxtil e alimentar são setores
de oportunidade para as empresas nacionais, além daqueles onde já estão
representados no mercado belga, incluindo os serviços cuja balança comercial
bilateral é favorável ao nosso país.
novembro 2018 MERCADOS 29

AS RELAÇÕES ENTRE PORTUGAL


E A BÉLGICA E A VISITA DE ESTADO
DOS REIS DOS BELGAS A PORTUGAL
Antigas de séculos, as relações entre a Bélgica e Portugal ter-se-ão iniciado com
o apoio de cruzados da Flandres e do Brabante à reconquista e o subsequente
casamento de uma filha de D. Afonso Henriques, Matilde, com o Conde da
Flandres, Filipe de Alsácia, em 1183.

Comerciantes portugueses estabelece- rem duas vezes por ano e só uma de-
ram-se então em Bruges, onde consti- las na Europa, constituem as grandes
tuíram a nação portuguesa, merecedo- ações coordenadas, envolvendo as
ra de inúmeros privilégios que ajudaram diversas componentes regionais e co-
ao desenvolvimento das trocas entre munitárias do país. Sob condução de
Portugal e aquele condado a partir do política federal, elas permitem agregar
século XIII. Ali tiveram a nossa primeira a política comercial, que é competên-
feitoria ou entreposto comercial. cia das regiões, e a dimensão cultural,
que pertence às Comunidades.
Ao longo do século XV, por razões >POR ANTÓNIO ALVES
geográficas e políticas, a comunida- MACHADO, EMBAIXADOR Após várias diligências, com a anuên-
de portuguesa transferiu-se para An- DE PORTUGAL NA BÉLGICA cia das nossas autoridades, formalizei o
tuérpia, cidade ligada ao Ducado de convite a Sua Majestade o Rei dos bel-
Brabante (que, entretanto, tal como ção e armamento, contribuindo para o gas. Em março de 2017, em visita oficial,
o Condado da Flandres, foi integrado desenvolvimento do nosso país. Sua Excelência o Presidente da Repúbli-
na Casa de Borgonha, aliada a Portu- ca reiterou-o. As negociações duravam
gal pelo casamento do Duque, Filipe o Na atualidade, a Bélgica ocupa um lu- há cerca de um ano e a aceitação do
Bom, com a Infanta Isabel, filha de D. gar importante como (9º) cliente das convite foi-me informalmente transmi-
João I), onde a sua Feitoria e Consu- exportações portuguesas e (7º) forne- tida pelo Palácio em maio de 2017. A
lado vieram apoiar o desenvolvimento cedor a nível mundial. E a comunida- visita teria lugar no outono de 2018. Era
das trocas comerciais. de portuguesa, composta de cerca de imperativo acelerar os preparativos.
70 mil pessoas, está muito bem inte-
Com o apogeu dos descobrimentos, grada e em crescimento. O primeiro impulso foi dado pela vi-
por ali passaram grandes comercian- sita oficial de S. Exa. o Ministro dos
tes, intelectuais e diplomatas, que Há, no entanto, potencial para explo- Negócios Estrangeiros à Bélgica, dias
deixaram em Antuérpia uma imagem rar. Nesse sentido, desde que assumi 22 e 23 de janeiro de 2018. Nela se
ainda hoje bem presente de Portugal funções como embaixador em 2015, incluiu um almoço de trabalho, para
e uma abertura ao intercâmbio com fixei como objetivo a dinamização das o qual convidei dirigentes e represen-
os portugueses. relações económicas e tentei encontrar tantes das principais associações em-
formas de o realizar. Tudo me parecia presariais e comerciais belgas e portu-
Apesar disso, foi preciso esperar pelo disperso e complicado, dada a descen- guesas neste país, com o objetivo de
séc. XIX para que esse relacionamento tralização do país e as variantes linguís- dar a conhecer a situação económica
se incentivasse e, desta vez, pela entra- ticas. Percebi que a melhor forma de o e financeira de Portugal, atrair inves-
da em Portugal de inúmeras empresas fazer seria tentar organizar uma visita timento externo e incrementar as tro-
belgas (a revolução industrial fez da de Estado dos Reis a Portugal. cas comerciais entre ambos os países.
Bélgica o segundo país mais rico da Eu-
ropa) nos setores mineiro, ferroviário, No âmbito da ação externa do Estado Estiveram presentes o secretário de
do gás e eletricidade, tabaco, constru- belga, as visitas de Estado, que ocor- Estado para Comércio Externo, o
30 MERCADOS Portugalglobal nº114

embaixador belga em Portugal, o gica para ações de divulgação sobre a da AICEP viesse à Bélgica para divul-
Gabinete do Rei, altos funcionários economia portuguesa. Sob o pano de gar o mercado português e transmitir
diplomáticos, dirigentes da Federação fundo de uma visita de Estado, tudo às empresas belgas a forma como a
das Empresas da Bélgica (FEB), Câ- AICEP as poderia receber no contexto
mara de Comércio Belgo-Portuguesa da visita de Estado e eventualmente
(CCBP), Federação dos Empresários “Pareceu-me também apoiar em investimentos futuros. Isso
Portugueses na Bélgica, Federação veio a acontecer em junho de 2018,
importante que o
Horeca/Bruxelas, Agência para o Co- em coordenação com a Agência Fede-
mércio Externo (ACE), Câmara de
presidente da AICEP
ral para o Comércio Externo e a des-
Comércio e União das Empresas de viesse à Bélgica para locação do Dr. Luís Castro Henriques
Bruxelas (BECI), “Agence wallonne à divulgar o mercado teve resultados evidentes.
l’Exportation et aux Investissements português e transmitir
étrangers” (AWEX), “Bruxelles Invest às empresas belgas A quota estabelecida para a participa-
& Export” (BI&E), “Flanders Invest- a forma como a ção de CEO na comitiva oficial era de
ment & Trade” (FIT), “Union Wallonne
AICEP as poderia 50 e a Portugal deslocaram-se 61 em-
des Entreprises” (UWE) e da Rede Fla- presários (nas visitas anteriores a mé-
menga de Empresas “Vlaams Netwerk
receber no contexto
dia foi 30), entre 22 e 24 de outubro.
van Ondernemingen” (VOKA). da visita de Estado e
A grande maioria ainda não presente
eventualmente apoiar no mercado português, uma das ca-
Nessa tarde, o senhor ministro, Prof. em investimentos racterísticas da componente económi-
Augusto Santos Silva, reuniu na sede de futuros.” ca das Visitas de Estado.
duas grandes empresas belgas implan-
Entretanto, as autoridades belgas
abriram uma página na internet,
https://belgianstatevisit.be, com o ob-
jetivo de divulgar toda a informação
relevante sobre o intenso programa
e a numerosa delegação oficial que
acompanharia a visita.

Com o apoio dos dois Chefes de Es-


tado, vários seminários e conferências
económicas envolveram todos estes
participantes, em Lisboa e no Porto. Em
áreas como economia circular, aprovei-
tamento de águas, desenvolvimento
urbano, empreendedorismo, investi-
mento, “off-shore energy” e “building
information modeling”, empresários
belgas e portugueses puderam trocar
experiências e delinear acordos, parce-
rias e investimentos. Foram assinados
dez acordos entre empresas.

tadas em Portugal, a Solvay e a Ageas, tinha outra visibilidade. O interesse era Estou certo de que esta visita de Estado
que poderiam ser divulgadoras das po- crescente e deveria ser aproveitado. Ao terá permitido consolidar e incremen-
tencialidades do investimento no nosso mesmo tempo íamos transmitindo para tar as relações económicas e empresa-
país. Os encontros foram concertados Portugal as vantagens que uma comiti- riais entre Portugal e a Bélgica, fazendo
com o Serviço Público Federal belga va de empresários de peso poderia ter com que o peso da história comum se
para os Negócios Estrangeiros. para os nossos agentes económicos. concretize num relacionamento vivo
entre dois povos modernos e dinâmi-
Ao longo de meses, acompanhado pela Pareceu-me também importante que, cos que se conhecem de há muito e se
delegada da AICEP, percorremos a Bél- num momento posterior, o presidente estimam genuinamente.
novembro 2018 MERCADOS 31

O REINO DA BÉLGICA
A SMALL OPEN ECONOMY
O Reino da Bélgica é um importante país da Europa, com ligações históricas e
comerciais antigas com Portugal. Apelidado por muitos como “uma pequena
economia aberta” para evidenciar o contraste entre o seu tamanho e a sua posição
ao nível internacional, a Bélgica integra a lista das 25 nações mais competitivas
do globo, tendo obtido a 17ª posição mundial e a 10ª posição europeia
(Competitiveness Report, WEF 2016-2017).

A Bélgica alicerçou o desenvolvimento exportador mundial, o 13º importador


da sua economia numa força de tra- e tem um dos melhores desempenhos
balho altamente produtiva, numa so- (10º) em termos do peso das exporta-
fisticada infraestrutura de transportes ções no PIB (82,9 por cento).
e telecomunicações, numa relação co-
mercial de proximidade com países al- Em 2017, a Europa foi o principal
tamente industrializados e num multi- destino das suas exportações (77 por
culturalismo particularmente presente cento), embora se tenha registado al-
na grande região de Bruxelas Capital. guma tendência para a diversificação
>POR MARIA MANUEL do comércio internacional com países
É um dos países fundadores da União BRANCO, DELEGADA fora da União Europeia (Ásia - 10,6
Europeia, sede de várias instituições eu- DA AICEP NA BÉLGICA por cento, América – 7,4 por cento e
ropeias, e de numerosas instituições in-
ternacionais, tais como a OTAN e mais
INDICADORES DE COMÉRCIO EXTERNO
de 2.300 empresas multinacionais.

Tem uma localização estratégica: situa-


da no coração da Europa, os seus prin-
cipais parceiros económicos são países
competitivos como a Alemanha, Fran-
ça, Holanda, Reino Unido e Itália, por
esta ordem de importância. A sua ver-
tente exportadora é reconhecida nas Exportações
listas dos melhores do mundo: é o 11º Importações Fonte: Eurostat Unidade: Mil milhares de euros
32 MERCADOS Portugalglobal nº114

Visita a Portugal dos Reis da Bélgica


A convite do Presidente da Repúbli-
ca, e com o objetivo de promover o
incremento das relações económicas
entre Portugal e a Bélgica, os Reis da
Bélgica realizaram uma visita de Esta-
do de três dias a Portugal, a Lisboa e
ao Porto, entre 22 e 24 de outubro.

©Presidência da República
O Rei Philippe e a Rainha Mathilde
vieram acompanhados de uma vas- res de investimento e as oportunida-
ta comitiva institucional e empresa- des de negócio entre os dois países.
rial, num total de 146 participantes. A delegação empresarial contou
com 61 empresas belgas.
No âmbito desta visita, foram rea-
lizados vários eventos de caráter Refira-se que a título preparatório
empresarial, tendo o presidente desta visita de Estado, o presidente da
da AICEP sido orador em dois mo- AICEP efetuou uma deslocação a Bru-
mentos diferentes do programa: xelas, em junho de 2018, para parti-
no dia 22 de outubro, dirigiu-se à cipar num Seminário sobre Portugal,
delegação empresarial na Câmara dirigido à comitiva empresarial, orga-
Municipal de Lisboa, e no dia 23 nizado pela delegação da AICEP na África – 3,4 por cento), com destaque
de outubro, no Seminário Econó- Bélgica em cooperação com a Ageas, para os EUA, Índia e China.
mico Luso-Belga, organizado pela uma das empresas belgas com uma
Fédération des Entreprises Belges presença relevante em Portugal. A economia caracteriza-se por uma for-
(FEB) e pela CIP – Confederação da
Indústria Portuguesa, na Fundação te indústria transformadora mas tam-
Foram realizadas reuniões bilaterais bém por um crescimento notório dos
Calouste Gulbenkian. com várias empresas belgas, tanto serviços. Em 2017, estes representaram
em Bruxelas, no âmbito da referida
Luís Castro Henriques apresentou o 77,5 por cento do PIB, a indústria 21,8
Missão de Angariação de investi-
contexto económico atual do nosso por cento e a agricultura 0,7 por cento.
mento, como em Lisboa, durante
país, destacando os principais seto- Como na maioria dos países industria-
a visita de Estado. Sublinhe-se que
lizados, o setor terciário desenvolveu-
©Presidência da República importantes empresas belgas estão
-se enormemente nos últimos 20 anos,
presentes em Portugal em diversos
nomeadamente nas áreas comerciais,
setores de atividade, nomeadamente
financeira, turismo, transportes, comu-
a Solvay, Ardo, D’Arta, BNP Paribas,
nicações, seguros e saúde.
Sobinco, Hersal, Sibelco, Indaver,
Schreder, Etex e Ageas.
Sem prejuízo do desenvolvimento nos
serviços, importa referir que a produção
Ainda de referir que a visita dos
industrial tem vindo a crescer, o que re-
Reis da Bélgica a Portugal foi acom-
presenta uma tendência contrária à do
panhada pelo embaixador de Por-
panorama geral europeu. Neste aumen-
tugal em Bruxelas, António Vasco
to da produção industrial destacam-se
Alves Machado.
os setores químico e farmacêutico; o
fabrico e a exportação de automóveis,
Mais informações em Visita de Estado
de máquinas e equipamentos, assim
a Portugal. Pode também consultar o
como de derivados do petróleo – par-
documento Oportunidades e Dificul-
ticularmente os plásticos –, a produção
dades no mercado que a AICEP Bru-
e exportação de produtos metálicos e a
xelas recentemente preparou.
transformação de metais básicos.
novembro 2018 MERCADOS 33

A visita de Estado do Reis dos belgas serviços e a exportações para o impor-


a Portugal, em outubro, demonstrou tante mercado belga. Ao selecionar
bem o reforço que se quer atribuir à setores que podem ser potenciadores
relação bilateral a todos os níveis – poli- desse crescimento, tivemos em linha
tico, económico e académico, e os 146 de conta as tendências da economia
participantes na comitiva são a prova belga, ilustradas pela evolução regis-
tada nas importações, as reconheci-
disso. A AICEP acompanhou a prepa-
das competências portuguesas em
ração desta visita, tendo dado infor-
diversas áreas de negócio, bem como
mação à comitiva empresarial, antes e
as actividades em curso das empresas
durante a visita, através de seminários
portuguesas no mercado em apreço.
e reuniões bilaterais, sobre as oportu-
nidades de negócio em Portugal, bem Assim, as empresas portuguesas de-
como os setores de destaque.Diria que vem equacionar as oportunidades
se trata de um momento crucial e úni- neste mercado pensando em dois
co nas relações entre os dois países. grandes grupos:
•S
 etores de continuidade - setores
O feedback recebido das empresas fundamentais do comércio externo
belgas relativamente ao que viram e belga onde as empresas portugue-
ouviram em Portugal foi muito positi- sas já estão presentes.
vo e as empresas portuguesas devem • Setores de destaque – aqueles aos
aproveitar este efeito potenciador. quais a Bélgica atribui elevado po-
tencial e que correspondem a áreas
de negócio onde é internacional-
mente reconhecida a competência
Portugal e a Bélgica “A economia da Bélgica
das empresas portuguesas.
A Bélgica está entre os dez maiores
caracteriza-se por
mercados clientes e fornecedores de uma forte indústria Os setores de destaque terão priorida-
Portugal. Importantes empresas inves- transformadora mas de nesta análise.
tiram em Portugal em diversos setores também por um
de atividade, nomeadamente a Solvay, crescimento notório
Ardo, D’Arta, BNP Paribas, Sobinco,
dos serviços.” BÉLGICA
Hersal, Sibelco, Indaver, Schréder, Etex, dados económicos
Ageas. E também empresas portu-
guesas têm investimentos na Bélgica, • PIB: 493,7 mil milhões de dólares
A Bélgica ocupa a 9ª posição como
designadamente o Grupo Casais, Vi- • Crescimento do PIB: 1,7 por cento
cliente de Portugal e a 7ª posição
sabeira, TDGI – Teixeira Duarte Gestão
enquanto fornecedor, o que prova • PIB per capita: 43.198 dólares
de Imóveis, a Glintt, Linkare e Noesis,
a importância daquele país para o
Caixa Geral de Depósitos, Eupportunity •
Taxa de desemprego: 7,1 por
comércio internacional português.
e a Magellan. cento
Mas no sentido inverso há muito es-
paço para melhorar, porque Portugal •
Peso das exportações (bens &
No 1º semestre de 2018, o stock de
é apenas o 27º cliente e o 37º for- serviços) no PIB: 82,9 por cento
investimento da Bélgica em Portugal
necedor da Bélgica. Portugal poderá (2016 - Banco Mundial)
(princípio direcional) atingiu 2.053 mi-
lhões de euros, o que constituiu um certamente ter um papel mais rele- •
Bélgica enquanto recetora de
crescimento de 1,3 por cento face ao vante junto ao mercado belga, como Investimento Direto Estrangeiro
mesmo período do ano anterior. As em- o tem, por exemplo, a Espanha que (IDE): 33.103 mil milhões de dó-
presas belgas têm demonstrado maior é o seu 11º fornecedor. lares em 2016 (14ª posição)
abertura a Portugal, nos últimos anos, •
Bélgica enquanto emissora de
conforme podemos verificar pela ativi- Consideramos que existe uma real IDE: 18.269 mil milhões de dó-
dade da Delegação da AICEP em Bruxe- margem para as empresas portugue- lares em 2016 (21ª posição)
las e, sobretudo, pelas Missões de An- sas, tanto no comércio como no inves-
gariação de Investimento que a Agência timento, para incrementar negócios Fonte: EIU, 2017
organiza todos os anos ao mercado. e reforçar o fornecimento de bens e
34 MERCADOS Portugalglobal nº114

Setores de forma regular e crescente, resul- montante, 907 milhões de euros fo-
de continuidade tando das tendências de procura do ram exportados em serviços.
próprio mercado, já que os primeiros
As empresas portuguesas devem conti-
nuar a intensificar as trocas comerciais
cinco grupos de produtos importados Sectores de destaque
pela Bélgica no internacionalmente são Saúde, economia digital, aeroespacial,
em setores como o químico e petro-
os produtos químicos, equipamento de plásticos, têxtil e alimentar são setores
químico, o automóvel (componentes e
transporte, máquinas e equipamentos, que devem merecer a atenção das em-
montagem), equipamentos de transpor-
te e logística. Os produtos que lideraram produtos minerais e metais. presas e instituições portuguesas. Ten-
a lista de produtos exportados pelas do em conta o seu desenvolvimento
empresas portuguesas para a Bélgica Igualmente relevantes são as expor- e crescimento, estes seis setores estão
(2017) foram precisamente as máquinas tações de serviços. Contrariamente a ser tratados com prioridade, pelo
e aparelhos (13 por cento), o químico à balança comercial de bens, o saldo governo federal e pelas entidades pú-
(12,6 por cento), plásticos e borracha da balança comercial de serviços de blicas, mediante a implementação de
(9,3 por cento) combustíveis minerais Portugal com a Bélgica é positivo e as políticas e investimentos públicos.
(7,9 por cento), veículos e outro material exportações de serviços têm aumenta-
de transporte (7,8 por cento). do todos os anos, tendo registado um Também em Portugal, estes mesmos
crescimento de 11,4 por cento. Em setores têm sido altamente valoriza-
Falamos dos produtos que integram as 2017, Portugal exportou para a Bél- dos e reconhecidos, pelo que enten-
trocas comerciais entre os dois países, gica 2.166 milhões de euros e, deste demos estarem reunidas as condi-

SABIA QUE…
1. A Bélgica foi o país mais globalizado do mundo em melhorar seu respectivo desempenho.
2018, de acordo com o KOF Globalisation index, que https://lpi.worldbank.org/international/global
avalia as dimensões económica, social e política da
globalização. 6. A Bélgica está classificada em 16º lugar nos “Growth
www.kof.ethz.ch/en/forecasts-and-indicators/indica- Promise Indicators” da KPMG. Trata-se de um estudo
tors/kof-globalisation-index.html que a consultura realiza anualmente, avaliando o po-
tencial de crescimento em 180 países. A pontução da
2. A Bélgica foi o 11º exportador mundial de bens em Bélgica foi de 7,42/10 pontos.
2017, segundo a Organização Mundial de Comércio. https://home.kpmg.com/uk/en/home/insi-
www.wto.org/english/news_e/pres18_e/pr820_e.htm ghts/2018/01/growth-promise-indicators.html

3. 84 por cento dos diamantes brutos (não lapidados) 7. Antuérpia é o 2º porto da Europa.
são comercializados atraves de Antuérpia. A maior www.europeish.com/largest-ports-europe/
cidade da região da Flandres na Bélgica é conhecida
por ser o coração da indústria global dos diamantes. 8. Em Zeebrugge está em construção o maior terminal
www.awdc.be/en/diamond-trade-and-industry para automóveis no mundo.
https://focusonbelgium.be/en/business/port-zeebru-
4. A Bélgica apresenta um enorme potencial no mundo gge-receive-worlds-largest-car-terminal
do digital. Na disponibilidade e utilização do digital,
ocupa o 5º lugar do ranking dos Estados-membros 9. A Bélgica tem três restaurantes na lista dos “World’s
da UE e a 14ª posição nas 140 economias do Fórum 50 Best Restaurants”.
Económico Mundial. https://focusonbelgium.be/en/lifestyle/belgian-restau-
www.amcham.be/blog/2016/08/belgium-ranks-digi- rants-among-best-world
tal-economy
10. A
 Bélgica ocupou o 3º lugar no “World Talent Rank-
5. A Bélgica ocupa o 3º lugar do “Logistics Performance ings” de 2017 do IMD World Competitiveness Center.
Index” do Banco Mundial de 2018, que identifica os www.imd.org/wcc/world-competitiveness-center-
desafios e as oportunidades que os países enfrentam em -rankings/talent-rankings-2017
matéria de logística comercial e o que podem fazer para
novembro 2018 MERCADOS 35

ções para um aprofundamento das


relações entre Portugal e a Bélgica,
mediante um melhor conhecimento
mútuo, eventuais parcerias institucio-
nais com Centros Tecnológicos e Uni-
versidades, um reforço do comércio
e investimento, incluindo com vista a
aceder a mercados africanos que são
do interesse mútuo destes dois pe-
quenos países.

“A visita de Estado
do Reis dos belgas a
Portugal, em outubro,
demonstrou bem o
reforço que se quer
atribuir à relação
bilateral a todos
os níveis - politico,
a Eupportunity, três sessões (anuais) Saúde
de “Innovation Sessions” que pre- A Bélgica detém uma posição de lide-
económico e académico, tendem promover as competências rança na Europa ao nível da produção
e os 146 participantes nacionais junto das instituições eu- e exportação de medicamentos e va-
na comitiva são ropeias, com a presença de empre- cinas, produtos biofarmacêuticos, in-
a prova disso.” sas e entidades de vários Estados- vestimentos em I&D, empregabilidade
-membros da União Europeia, per- de investigadores, ensaios clínicos, e é
mitindo estabelecer contactos entre destino de investimento das multina-
Em alguns destes setores de desta- cionais do setor.
múltiplas “bandeiras”, mas com
que, a delegação de AICEP na Bélgi-
interesses comuns, no mesmo setor: A produção belga de medicamentos
ca organizou, em colaboração com
a CIP - Confederação da Industria Aeronáutico e Energia Renovável representa cerca de 5,3 por cento da
Portuguesa, a ANI - Agência Nacio- (2016), Digitalização da Indústria e produção total europeia, encontrando-
nal de Inovação e GPPQ – Gabinete Mobilidade urbana (2017) e setor da -se nos primeiros lugares como produ-
Promoção dos Programas Quadro e Saúde e Terapias de Futuro (2018). tor de medicamentos e vacinas per ca-
pita. Também nos ensaios clínicos tem
uma posição de destaque na Europa.
EVOLUÇÃO DOS SETORES QUÍMICO, PLÁSTICOS E FARMACÊUTICO
O sucesso explica-se pelo contexto fa-
vorável, que agrega 15 sedes de em-
presas farmacêuticas, 14 centros de
I&D, 32 unidades produtivas, 12 uni-
versidades e centros de investigação,
14 bioincubadoras e sete hospitais uni-
versitários. Este ecossistema diverso,
em 30,528 km2, permite uma colabo-
ração entre todos os agentes.

Indústria química Indústria farmacêutica Plásticos e borrachas


A Associação Essenscia passou recen-
temente a ser responsável por agregar
os dados do setor químico, farmacêu-
tico e dos plásticos. O crescimento do
setor farmacêutico evidencia-se clara-
Fonte: DG Statistics, baseado nas receitas de IVA: Nace-Bel 2008 Unidade: Mil milhares de euros mente (ver gráfico).
36 MERCADOS Portugalglobal nº114

No início de 2018, foi criado o O Health Cluster Portugal e os seus O próprio “Baromètre de la So-
HealthTechBelgium, uma parceria en- diversos agentes podem explorar par- ciète de l´Information 2017” (SPF
tre o governo, a indústria, e as asso- cerias/negócios, tanto ao nível dos Economie,P.M.E, Classes moyennes et
ciações nacionais e regionais, com o hospitais e centros de investigação e Energie), que se insere no plano “Digi-
objetivo de promover o setor, atrair in- desenvolvimento, bem como das em- tal Belgium”, permite concluir que este
vestimentos, aumentar a componente presas farmacêuticas, dos dispositivos setor abre duas grandes oportunidades
digital na indústria e nos demais atores médicos, serviços digitais. às empresas portuguesas: fornecimen-
do sistema de saúde. Pretende-se que to de serviços por empresas com com-
esta iniciativa seja aberta aos players Economia Digital petências digitais avançadas, uma vez
do setor nacionais e estrangeiros. A Bélgica ocupa o 6º lugar no índi- que é apontado um défice nos serviços
públicos online e nas competências em
ce “Digital Economy and Society In-
matérias de ciência, engenharia, tecno-
dex, 2017”, da Comissão Europeia.
logia e matemática; e contratação de
“A Bélgica ocupa O governo belga tem investido no
quadros qualificados, dado que o nú-
a 9ª posição como crescimento deste setor, no âmbito
mero de empresas com cargos vagos e
do plano “Digital Belgium” que visa
cliente de Portugal e difíceis de preencher, nestas áreas, cres-
promover a economia digital em dife-
a 7ª posição enquanto rentes componentes: infraestruturas,
ceu 59 por cento de 2015 para 2016.
fornecedor, o que Também o número de fraudes bancárias
competências e emprego, confiança e
na internet e o número de queixas rela-
prova a importância segurança dos consumidores e imple-
tivas a práticas comerciais na economia
daquele país para o mentação nos poderes públicos.
comércio internacional
Pretende atingir três objectivos até
português.” “As empresas
2020: integrar o top 3 no digital, na
classificação “Digital Economy and So- portuguesas devem
ciety Index” (europeu), criar 1.000 no- continuar a intensificar
Destacamos ainda o BioWin, o polo
de competitividade da Saúde da Va-
vas startups e 50.000 novos postos de as trocas comerciais em
trabalho associados ao digital, em dife- setores como o químico
lónia, criado em 2006, no domínio da
rentes setores. A internet de ultra velo-
biotecnologia da saúde e das tecno- e petroquímico,
cidade é outra das prioridades belgas,
logias médicas. Esta entidade integra mediante o lançamento de novas tec- o automóvel
164 empresas (incluindo líderes como nologias, reduzindo os custos e a carga (componentes
a Baxter, Eurogentec-Kaneka, GSK, administrativa, para que os operadores e montagem),
IBA, IRE, UCB et Zoetis), 400 unidades possam implementar uma infraestrutu- equipamentos de
de investigação e cinco universidades. ra de banda larga mais competitiva.
transporte e logística.”

digital, aumentaram respetivamente 68


por cento e 51,1 por cento, pelo que as
competências em segurança digital são
atualmente necessárias.

Existem várias entidades que podem


representar oportunidades de colabo-
ração a explorar pelas empresas, entre
as quais o do IMEC, uma incubadora
de inovação, no domínio das nanotec-
nologias aplicáveis a nanotecnologia e
tecnologia digital. Tem sede em Leu-
ven, mas escala internacional.

Aeroespacial
A Bélgica tem uma indústria aeroes-
pacial responsável por mais de 10
novembro 2018 MERCADOS 37

programas de investigação e desen-


volvimento no espaço.

É um setor de elevada exportação (as


empresas exportam cerca de 90 por cen-
to dos seus produtos e serviços) e mui-
tas das empresas listadas no top 100 do
aeroespacial têm sucursais na Bélgica. A
Boeing, a Airbus, a Lockheed Martin, a
United Technologies e a Northrop Grum-
man estão presentes em Bruxelas. Neste
âmbito, os principais clientes da Bélgica
são o Reino Unido, a Alemanha, a Fran-
ça e os Estados Unidos.

Em junho de 2008, a Agência Federal


para o Comércio Externo (ACE) produ-
ziu um estudo sobre o setor que po-
derá ter interesse para o cluster portu-
mil empregos diretos e um valor es- o remanescente na região Bruxelas- guês de aeronáutica, espaço e defesa
timado em 2,5 mil milhões de euros, -Capital. Tem também um dos maio- (AED), que tem sido muito dinâmico
com a seguinte repartição pelas três res orçamentos espaciais per capita em projectos internacionais, sobretudo
regiões: 1,4 mil milhões na Valónia, do mundo e é um dos países que com os investimentos da Embraer, e
mil milhões na Região da Flandres e maior percentagem do PIB afeta aos poderá pretender explorar as relações

SETORES DE DESTAQUE - Links úteis


Saúde Associação para o e-commerce: Têxtil
www.becommerce.be/fr
Associação Indústria Associação FEDUSTRIA:
do Medicamento: IMEC: www.fedustria.be/fr
https://pharma.be www.imec-int.com/en/what-we-offer
Feiras: Intirio + MoOD
Essenscia: Feiras: InfoSecurity Belgium
www.essenscia.be/en/who_are_we
Alimentar
Cluster BioWin: Aeroespacial Associações: Food.be | FEVIA
www.biowin.org Estudo da Agência Federal para www.fevia.be
IMEC: o Comércio Externo, junho 2018:
Clusters:
www.imec-int.com/en/home BELGIAN AEROSPACE
Flander’s Food
Feiras: Health Care Skywin:
www.flandersfood.com
http://clusters.wallonie.be/skywin-fr
Wagralim (Valónia)
Economia Digital www.wagralim.be
Digital Belgium: Plásticos Feiras: Seafood ; Megavino ;
http://digitalbelgium.be/fr Essenscia: Salon Bio Best
Baromètre de la Sociète www.essenscia.be/en/who_are_we
de l´Information: AGORIA:
https://economie.fgov.be/fr/publica- www.agoria.be
tions/barometre-de-la-societe-de-3 Plastics Europe:
AGORIA: www.plasticseurope.org/en
www.agoria.be Cluster Plastwin (Valónia):
http://clusters.wallonie.be/plastiwin-fr/
38 MERCADOS Portugalglobal nº114

Alimentar
“Small country. Great food” – o slo-
gan da marca Food.be destaca a diver-
sidade e qualidade do setor alimentar
belga. Para além dos produtos famo-
sos, como o chocolate e a cerveja, a
indústria tem aumentado em diversifi-
cação de produtos e inovação. Impor-
ta referir que os belgas são grandes
consumidores de produtos biológicos.
Este setor é um pilar fundamental da
imagem do país e tem observado um
crescimento significativo: a indústria
alimentar é o primeiro empregador na
Bélgica, com 89.000 empregos diretos
neste mercado, nomeadamente com o a eletrónica e mobiliário, dispositivos e 138.000 indiretos. As exportações
Skywin, o polo de competitividade do médicos, entre outros. totalizaram 24 mil milhões de euros.
setor Aeronáutico e Espacial.
Têxtil Para Portugal, o setor agroalimentar
Plásticos Em 2017, as exportações portuguesas
(produtos agrícolas e alimentares) tem
uma enorme importância nas exporta-
A indústria dos plásticos na Europa tem do setor atingiram os 5.215 milhões
ções. Estas atingiram os 6.332 milhões
um volume de negócios de cerca de 350 de euros (9,5 por cento exportações
de euros, em 2017, representando cer-
mil milhões de euros e 60.000 empre- total de bens). Portugal exportou para
ca de 11,5 por cento das exportações
sas, e existem estratégias europeias cla- a Bélgica cerca de 59 milhões de euros
totais de bens. As exportações do setor
ras para o desenvolvimento do setor, de em vestuário e 42 milhões de euros
para a Bélgica atingiram, em 2017, 154
acordo com o Relatório da Plastics Euro- em matérias têxteis.
milhões de euros, registando um cresci-
pe 2017 (Plastics – the Facts 2017).
mento de cerca de 10,8 por cento relati-
Na Bélgica, em especial na região da
vamente ao ano anterior.
A Bélgica, apesar da sua pequena di- Flandres, este setor também teve um
mensão, representa, a nível europeu, desenvolvimento aliado a um elevado
Tendo em consideração o crescimento
10 por cento do total da produção de grau de inovação, devido à colabo-
registado, poderíamos ter optado por
matérias plásticas e 5 por cento de ração das empresas e dos centros de
considerar o agroalimentar como setor
matérias plásticas transformadas. investigação, para apresentar novas
de continuidade, mas não o fizemos
soluções para o vestuário de proteção
Na Europa, as preocupações associa- e segurança, as embalagens, o auto-
das à economia circular, como “plastic móvel, o desporto e a saúde.
zero”, segurança e saúde, “marine lit-
ter”, eficiência de recursos, tratamen- Sublinhe-se que a Flandres acolhe um
to e reciclagem, promovem a inova- dos maiores clusters do têxtil da Eu-
ção e o desenvolvimento de negócio ropa e que conta com diversos atores
nas empresas que cada vez mais criam essenciais para a criação de um am-
soluções adaptadas a diferentes seto- biente propício para a indústria têxtil,
res e novas parcerias. tais como centros de conhecimento
e investigação (Centexbel e Flandres
Ligando as preocupações europeias às Make), clusters (Fedustria e Unitex) e
capacidades de Portugal e da Bélgi- incubadoras de negócios (TIO3 e TIC).
ca neste domínio, consideramos que
existe possibilidade para intensificar Apesar das significativas exportações
as exportações de plásticos para este portuguesas do setor para o mercado
mercado, uma vez que são inúmeros belga, o seu crescimento poderia ser
os clientes desta indústria e abrangem superior nos próximos anos, ainda mais
as embalagens, a construção, o au- com as quebras que a Bélgica possa vir
tomóvel e transportes, a reciclagem, a sofrer com os efeitos do Brexit.
novembro 2018 MERCADOS 39

porque as empresas portuguesas e os


importadores pretendem intensificar as
exportações para a Bélgica, não apenas
nos supermercados e mercearias por-
tuguesas, mas sobretudo nas grandes
cadeias belgas de hipermercados onde
os produtos portugueses estão (ainda)
pouco representados.

Em resumo, vastas oportunidades es-


peram as empresas portuguesas que
queiram apostar na Bélgica, bem como
as associações, institutos, centros de in-
vestigação e hospitais, seja para iniciar
negócio, seja para o intensificar. Na Bél-
gica, como plataforma europeia, ou na
Bélgica, através de parcerias para acesso
a mercados mais longínquos. Para ex-
portar, para investir ou apenas colaborar.
Nos bens ou nos serviços. A conjuntura
é favorável entre Portugal e a Bélgica,
pelas razões já indicadas e pelo Brexit CONHECER A BÉLGICA
que obrigará a diversificar fornecedores
e clientes. A União Europeia e a OTAN, É CONHECER AS SUAS REGIÕES
com os seus programas e concursos, é
um caminho difícil, mas cada vez mais
empresas e instituições portuguesas o
A Bélgica tem três regiões – Flandres, A Região da Flandres
Valónia e Bruxelas capital – e três lín-
fazem. Não é impossível.
guas oficiais – holandês, francês e ale-
mão – sendo que a área de Bruxelas
A AICEP em Bruxelas está disponível
é bilingue.
para apoiar as empresas nesse proces-
so de entrada no mercado belga.
As Regiões na Bélgica apresentam
características diferentes e para com-
aicep.brussels@portugalglobal.pt
preender as oportunidades neste país
federal é fundamental saber distinguir
as tendências económicas e setoriais
das mesmas.

PIB Responsável por 59 por cento do PIB


do país em 2016 (466,6 mil milhões
Região da Flandres: de dólares) e por cerca de 85 por cen-
229.577 milhões de euros to das exportações.
Região da Valónia:
90.520 milhões de euros Antuérpia, além de capital de lapida-
Região de Bruxelas: ção de diamantes, acolhe o segundo
69.019 milhões de euros porto europeu (e 5º mundial) e o 1º
cluster químico europeu; e o Porto
PIB per capita de Zeebrugges representa o 1º porto
Região da Flandres: 38.288 euros mundial em exportação e importação
Região da Valónia: 27.220 euros de automóveis novos.
Região de Bruxelas: 63.790 euros
Esta região tem-se revelado extrema-
(Dados 2016) mente desenvolvida em diversos do-
40 MERCADOS Portugalglobal nº114

mínios, como o da saúde, da logística, Os principais setores de atividade na


dos químicos, da área digital, alimen- Valónia são a aeronáutica e espacial,
tar, sustentabilidade e agricultura. ciências da vida e biotecnologias, trans-
porte e logística, agroalimentar, mecâ-
Um dos pontos fortes na Flandres é a nica de precisão e nanotecnologias.
combinação entre investigação acadé-
mica e indústria, que contribui para Existem também sete Parques Cien-
um ambiente inovador de negócios. tíficos na Valónia (Louvain-la-Neuve
Science Park; Aeropole - Charleroi;
Crealys - Namur; Initials - Mons; Liege
Existem, na região, cinco universidades
Science Park; Qualitis (Enghien) e No-
altamente posicionadas nos rankings eu-
valis - Marche-en-Famenne), cada um
ropeus e importantes centros de investi-
com a sua especialidade, que consti-
gação, de entre os quais se destacam o
tuem igualmente um fator relevante
VIB (Instituto para a biotecnologia que
na economia da região. O objetivo
combina conhecimento de excelência
principal dos Parques Científicos é cer-
sobre ciências da vida com uma das in-
tificarem-se que a investigação resulta
fraestruturas mais desenvolvidas a nível
em novas atividades industriais, ou
global), o IMEC (Instituto para a nano-
seja, incentivar a fixação e desenvolvi-
tecnologia e para as tecnologias digitais
mento de empresas de alta tecnologia
que tem o objetivo de criar novos pro-
e estimular a articulação entre as mes-
dutos em parceria com o setor privado),
mas e as universidades, fornecendo
o VITO (Centro de desenvolvimento de
um amplo conjunto de serviços.
soluções tecnológicas para desafios nas
áreas da sustentabilidade e da energia) A região tem promovido uma política lhe confere um ambiente propício
e a Flanders Make (Centro de pesquisa de clusters cujo objetivo é transformar para os negócios.
onde especialistas no campo da produ- a Valónia numa região mais competi-
ção tecnológica trabalham para desen- tiva a nível industrial com Clusters de Esta região é também o local de de-
volver a indústria de forma inovadora) Negócios e os Clusters de Competitivi- senvolvimento de setores de referên-
dade, que integram diversas redes de cia, tais como o das Ciências da Vida
A FIT - Flanders Investment & Trade é indústria e de negócios. (nomeadamente nas atividades de
a agência que promove o comércio e biotecnologia e farmacêutica, que
o investimento na região da Flandres. A Wallonia Export-Investment Agency contam com a cooperação entre uni-
é a agência responsável por fornecer versidades e indústria) e Tecnologias
informação a empresas internacionais de Informação e Comunicação. Bruxe-
e promover o investimento estrangeiro. las congrega um dos maiores centros
A Região da Valónia de organizações internacionais, ONG,
associações industriais, grupos de in-
teresse e missões diplomáticas.
A região
de Bruxelas-Capital Bruxelas é considerado um mercado
de teste ideal, uma vez que se trata
de uma cidade internacional onde os
nacionais de cada um dos Estados-
-membro da União Europeia estão
representados, assim como diversos
cidadãos de outros países a nível mun-
dial, sendo um local ideal para testar o
nível de aceitação de bens e serviços.
A Valónia é a região situada a sul da
Bélgica e apresenta uma localização A Brussels Invest & Export é a agência
geográfica de excelência, ou seja, en- que fornece serviços de consultoria
contra-se a poucas horas de distância a empresas que estejam interessadas
de cidades importantes como Frank- A região de Bruxelas-Capital integra em estabelecer o seu negócio na re-
furt, Londres, Paris e Amsterdão. a capital da União Europeia, o que gião de Bruxelas-Capital.
novembro 2018 MERCADOS 41

PORTUGAL NA BÉLGICA
Pastelaria Garcia
Avenue de la Couronne 75-77,
Estação 1050 Ixelles (Bruxelles)
Pastelaria
de Metro Forcado
de Maalbeek Chaussée de Charleroi 196,
1060 Saint-Gilles (Bruxelles)
Painel de Azulejos
da Viúva Lamego

La Quincaillerie Actitude.pt
Rue du Page 45, Rue de la Madeleine 41,
1050 Ixelles (Bruxelles) 1000 Bruxelles

La petite
portugaise
Chaussée de Wavre n°214B
1050 Ixelles (Bruxelles)

D’Almeida
House of Socks
Chaussée de Charleroi 170A,
1060 Saint-Gilles (Bruxelles)

Librairie
Filigranes
fotografia do exterior
Avenue des Arts 39,
1040 Bruxelles
L´usine
des Chapeaux
Rue du Marché aux Herbes, 66
1000 Bruxelles
42 MERCADOS Portugalglobal nº114

RELACIONAMENTO
PORTUGAL – BÉLGICA
A Bélgica é um importante parceiro económico de Portugal, quer a nível comercial
quer no que respeita ao investimento direto estrangeiro, quer ainda enquanto
mercado emissor de turistas para o nosso país.

A balança comercial de bens e serviços o aumento das importações foi de 8,8 tante no relacionamento com Portu-
entre Portugal e a Bélgica é relativa- por cento. No ano passado, o saldo da gal, situando-se entre os dez princi-
mente equilibrada, embora desde 2015 balança comercial foi desfavorável a Por- pais parceiros (9º cliente e 7º fornece-
apresente um saldo desfavorável ao nos- tugal em 227,4 milhões de euros. dor em 2017).
so país. No período entre 2013 e 2017,
as exportações portuguesas para a Bél- No que respeita ao comércio de bens, Os dados referentes ao período de ja-
gica cresceram 3,1 por cento, enquanto a Bélgica mantém uma posição impor- neiro a agosto de 2018 indicam um

BALANÇA COMERCIAL DE BENS DE PORTUGAL COM A BÉLGICA

2013 2014 2015 2016 2017 Var % 17/13a 2017 jan/jul 2018 jan/jul Var % 18/17b
Exportações 19.000 22.614 23.573 22.643 27.717 10,4 14.990 17.994 20,0
Importações 90.193 121.338 120.093 136.993 149.061 14,1 86.618 90.023 3,9
Saldo -71.193 -98.724 -96.520 -114.351 -121.344 -- -71.629 -72.029 --
Coef. Cob. 21,1 18,6 19,6 16,5 18,6 -- 17,3 20,0 --
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2013-2017 (b) Taxa de variação homóloga 2017-2018
(2013 a 2016: resultados definitivos; 2017: resultados provisórios; 2018: resultados preliminares)
novembro 2018 MERCADOS 43

aumento das exportações de bens da Bélgica, em 2017, os cinco princi- ríodo entre 2013-2017, em média, as
para o mercado belga de 8,2 por cen- pais grupos de produtos – químicos, exportações de serviços com destino
to face ao período homólogo do ano veículos e outro material de transpor- ao mercado belga cresceram 11,4 por
anterior, enquanto as importações cento. No ano passado, Portugal ex-
cresceram 9,7 por cento. portou serviços para a Bélgica no va-
“Nos serviços, a balança lor de 907 milhões de euros, contra
Os principais grupos de produtos ex- 496,1 milhões de euros de importa-
comercial com a Bélgica
portados por Portugal para este mer- ções, tendência que se mantinha nos
cado, em 2017, foram as máquinas e é muito favorável primeiros oito meses de 2019.
aparelhos (13,1 por cento do total), os a Portugal, tendo a
produtos químicos (12,6 por cento), os taxa de cobertura das As viagens e turismo (47,8 por cento
plásticos e borracha (9,3 por cento), os importações pelas do total), os outros serviços forneci-
combustíveis minerais (7,9 por cento) dos por empresas, os transportes e a
exportações sido
e os veículos e outro material de trans- construção foram os tipos de serviços
porte (7,8 por cento). Este ano, de ja-
de 182,8 por cento que mais contribuíram para o saldo
neiro a agosto, mantiveram-se os cinco em 2017.” positivo da balança de serviços entre
principais grupos de produtos exporta- os dois países.
dos embora com alterações de posição,
surgindo os veículos e outro material te, máquinas e aparelhos, plásticos e No investimento, segundo dados do
de transporte no início da tabela com borracha e metais comuns – concen- Banco de Portugal, em termos de po-
12,8 por cento do total exportado, traram 66,5 por cento do total, uma sição de investimento direto com o
exterior, o stock de investimento dire-
to da Bélgica no nosso país (passivo)
registava, no final de dezembro de
2017, cerca de 3,4 mil milhões de eu-
ros, e mais de 3,5 mil milhões de euros
no final de junho de 2018.

Em sentido contrário, o stock de inves-


timento direto de Portugal na Bélgica
(ativo) totalizava perto de 1,6 mil mi-
lhões de euros em dezembro de 2017.
Em junho de 2018, o valor registado foi
próximo de 1,5 mil milhões de euros.

No que se refere ao turismo, a Bélgica


é um importante mercado emissor de
turistas para Portugal. Salienta-se que,
no período de 2013-2017, tanto as re-
ceitas geradas por turistas belgas como
as dormidas registaram um crescimento
médio anual muito relevante, de 14,9
por cento e 9,3 por cento, atingindo,
em 2017, 433,3 milhões de euros e
880,3 mil dormidas, respetivamente. O
número de hóspedes aumentou 10,6
logo seguidos pelos produtos químicos estrutura que se mantinha no período
por cento no período em referência.
e pelas máquinas e aparelhos. de janeiro a agosto de 2018.

No período de janeiro a agosto deste


Em 2017, o INE – Instituto Nacional Nos serviços, a balança comercial com
ano verificou-se um aumento de 15,9
de Estatística, contabilizou 2.402 em- a Bélgica é muito favorável a Portu- por cento das receitas face a idêntico
presas portuguesas com vendas para o gal, tendo a taxa de cobertura das período de 2017, registando-se, po-
mercado belga contra 2.144 em 2013. importações pelas exportações sido rém, ligeiros decréscimos em termos
Em relação aos produtos importados de 182,8 por cento em 2017. No pe- de hóspedes e dormidas.
44 MERCADOS Portugalglobal nº114

O TURISMO ATIVO E DE NATUREZA


NA BÉLGICA
A Bélgica é um país que ama a natureza e aproveita regularmente momentos de
tempo livre para se dedicar a longos passeios a pé ou de bicicleta, com a família ou
amigos, pelos recantos mais recônditos do país e frequentemente no estrangeiro.
A bicicleta é um meio de transporte comum, essencialmente no norte do país
(Flandres) e tornou-se igualmente, nas últimas décadas, o centro de atenção de um
desporto nacional muito popular, o ciclismo.

A promoção de Portugal e das suas cificidades, a cultura nacional, a sua


sete regiões na Bélgica enquanto gastronomia e vinhos, as suas festas
destino de turismo ativo e de natu- e romarias, os seus festivais e arraiais
reza é, portanto, uma consequência populares, as suas paisagens diversi-
lógica, aproveitando esta procura no ficadas, a sua costa única.
mercado belga de produtos turísticos
com uma componente importan- Portugal detém uma imagem mui-
te de atividade ao ar livre, ao sol de to positiva na Bélgica e cerca de
que o país carece. Enquanto anda a 250.000 belgas visitam o nosso país
>POR JOÃO RODEIA,
COORDENADOR DA EQUIPA pé ou pedala, o turista belga desco- anualmente, correspondendo a cerca
DE TURISMO NA BÉLGICA bre simultaneamente as diferentes de um pouco menos de 900.000 dor-
E NA HOLANDA regiões portuguesas e as suas espe- midas na hotelaria portuguesa. Trata-
novembro 2018 MERCADOS 45

L’ÉCHAPÉE BELGE
EM PORTUGAL
Em 2017 foi igualmente dada especial
atenção a Portugal no sul do país (Való-
nia) através da promoção do nosso país
associada a “Le Beau Vélo de Ravel”,
uma verdadeira instituição na Bélgica
que incita os belgas, há 20 anos, a uti-
lizar regularmente a bicicleta. Todos os
anos, uma série de eventos semanais
propõe à população estabelecer um
percurso de alguns quilómetros em
determinada região belga, escolhendo
em cada etapa um vencedor que se
deslocará no fim da época ao destino

-se de um mercado que procura todas vivências que os seus clientes pode- “Portugal detém uma
as regiões portuguesas, distribuindo- rão ter e avançar para a constituição imagem muito positiva
-se de um modo relativamente equili- de programas específicos. na Bélgica e cerca de
brado por entre as principais regiões
FIETS EN 250.000 belgas visitam
turísticas portuguesas. É igualmente
um importante mercado em termos WANDEL BEURS o nosso país anual-
de gasto per capita e o turista belga A presença portuguesa na feira de
mente, corresponden-
é considerado um bom cliente, com turismo ativo ‘Fiets en Wandelbeurs’ do a cerca de um pou-
gastos acima da média na hotelaria, que tem lugar em Gante no mês de co menos de 900.000
nos restaurantes e bares, nos museus fevereiro é uma das âncoras da pro- dormidas na hotelaria
e palácios, nas diferentes atividades moção, coordenando o Turismo de portuguesa.”
que desenvolve por todo o país. Portugal a presença de quase todas as
regiões de turismo portuguesas: Porto
A promoção de Portugal neste mer- e Norte, Centro de Portugal, Alente-
pré-selecionado para a grande final.
cado relativamente a este produto jo, Algarve, Açores e Madeira. Não só
Deslocaram-se assim ao Sul de Portu-
específico focaliza-se no apoio a estão presentes as Agências Regionais
gal, com o apoio das Agências Regio-
operadores de nicho que o comer- de Promoção Turística como também
nais de Promoção Turística do Alentejo
cializam, através da organização de alguns dos seus membros que desen-
e Algarve, 12 concorrentes seguidos
visitas de estudo às diferentes re- volvem produtos e comercializam pa-
pela imprensa belga e pela televisão
giões, com o intuito de experienciar cotes neste segmento.
francófona (programa “L’Échappée
Belge”), tendo descoberto em bicicleta
as duas regiões com início em Évora e
chegada ao Cabo de São Vicente. Esta
ação promocional teve um retorno
de investimento em televisão, rádio e
imprensa escrita de aproximadamente
350.000 euros.

O Turismo de Portugal continuará a


desenvolver ações de promoção des-
te produto no mercado belga onde
acreditamos existir potencial de cres-
cimento nos próximos anos.

joao.rodeia@turismodeportugal.pt
46 MERCADOS - OPINIÃO Portugalglobal nº114

ING FOCUS – PORTUGAL


A sólida recuperação é um facto,
mas é necessário continuar as reformas
para eliminar todas as vulnerabilidades
Durante a última década, Portugal navegou por águas conturbadas. Devido à crise
financeira global de 2008 e à crise da Zona Euro em 2011, o país mergulhou numa
grave recessão e teve de ser resgatado em 2011. Em troca do apoio financeiro,
Portugal teve de cortar na despesa e implementar reformas. Hoje, a economia está
muito melhor e estruturalmente mais forte. No entanto, ainda existem algumas
áreas de vulnerabilidade, como a elevada dívida pública e um setor bancário débil.
Continuar com as reformas continua a ser importante.

Os recentes dados da economia por- Coelho, viu a crise como uma oportu-
tuguesa são surpreendentes. O cres- nidade para implementar reformas que
cimento económico subiu em mea- governos anteriores adiaram, suavizan-
dos de 2016 e, pela primeira vez após do a sua aplicação. E apesar da altera-
a crise, podemos falar de uma sólida ção no governo, mantém-se elevado o
recuperação. Em 2017, a economia apoio à UE. Atualmente, 57 por cento
cresceu 2,7 por cento, tendo sido a da população confia na União Euro-
taxa de crescimento anual mais rápi- peia, a segunda percentagem mais alta
da em 17 anos. O mercado de traba- logo a seguir à Lituânia. Em Espanha,
lho também continua a recuperar-se >POR STEVEN TRYPSTEEN, este índice é de apenas 42 por cento e
do grande golpe sofrido durante a ECONOMISTA DO ING THINK na Grécia, de 27 por cento.
crise. Em 2013, a taxa de desempre- ECONOMIC AND FINANCIAL
ANALYSIS PARA ESPANHA
go atingiu o pico de 17,5 por cento, Uma observação importante, no en-
E PORTUGAL
mas agora é inferior a 8 por cento, tanto, é o facto de que muitos indica-
ou seja, encontra-se perto dos níveis dores estruturais já estavam a desen-
anteriores à crise e abaixo da média Portanto, os principais indicadores volver-se na direção certa bem antes
da zona euro. macroeconómicos caminham na di- do programa de resgate de três anos
reção certa. Mas e quanto aos indi- que começou em 2011, sendo, por
As finanças públicas também avan- cadores mais estruturais? Bem, aqui isso, incorreto atribuir a melhoria es-
çam na direção certa. O défice fiscal também há razões para ser otimista. trutural da economia apenas às refor-
e a dívida pública mantêm uma ten- mas que foram então introduzidas. De
dência de queda devido às reformas Devido à crise e ao programa de res- facto, Portugal já entendeu que uma
económicas desenvolvidas e à eco- gate, Portugal teve de implementar reforma estrutural é necessária para
nomia forte. Esta melhoria permitiu reformas estruturais e cortar na despe- um crescimento forte e sustentável.
a Portugal sair do Procedimento dos sa. A economia e as finanças públicas
Défices Excessivos da Comissão Euro- estão hoje mais saudáveis. E um aspeto A melhoria do capital humano, que é
peia em maio de 2017. A melhoria da importante é que havia apoio político um indicador crucial para as empresas
execução orçamental também levou para estas reformas. O primeiro-mi- na sua decisão de investir no exterior,
as agências de rating a melhorar a nistro do governo de direita durante é um bom exemplo disso. A propor-
classificação de Portugal. o programa de resgate, Pedro Passos ção de pessoas com educação supe-
novembro 2018 MERCADOS - OPINIÃO 47

rior tem aumentado desde o início dos 6,2 pp em 2017. Evidentemente que mentou, mas que também há melho-
anos 2000, de cerca de 8 por cento ainda é elevado, mas isso está relacio- rias na qualidade. Os resultados das
para 22 por cento em 2017 (gráfico nado com o legado das gerações mais avaliações do PISA2 mostram que os
1). Além disso, a diferença na popu- velhas que possuem níveis de educa- resultados para Portugal estão em ten-
lação com educação terciária entre ção mais baixos. O hiato da qualifica- dência ascendente e, na última sonda-
Portugal e a Europa está a esbater-se ção terciária tornou-se efetivamente gem de 2015, Portugal ficou mesmo
rapidamente (gráfico 2). positivo para a população mais jovem acima da média da OCDE em todas as
(18-24 anos) em 2013. áreas (ciência, leitura e matemática).
O hiato de qualificação terciária que
era de menos 9,3 pontos percentuais Há também evidências de que não só Embora os atuais indicadores econó-
em 2002, foi reduzido para menos o número de pessoas qualificadas au- micos sejam motivo de otimismo, ain-
da há desafios pela frente. É verdade
que as finanças públicas estão mais
PERCENTAGEM DA POPULAÇÃO (15-64 ANOS) COM EDUCAÇÃO TERCIÁRIA saudáveis atualmente, mas a elevada
dívida pública deixa o país vulnerável
a crises económicas. A dívida pública
em percentagem do PIB era de 126
por cento em 2017, a terceira maior
da zona euro depois da Grécia e da
Itália, sendo necessária a sua redução.
O desafio para Portugal nos próximos
dois anos será encontrar o equilíbrio
entre reduzir a dívida e proteger o
atual momento económico.

Uma segunda área em que é neces-


sário maior investimento é o fortale-
cimento do sistema bancário. Bancos
fortes são cruciais para o bom funcio-
Fonte: Eurostat namento da economia, pois ajudam
a alocar capital de maneira eficiente,
DIFERENCIAL DE QUALIFICAÇÃO POR IDADE o que, por sua vez, ajuda a produtivi-
dade. Mas como o valor de todos os
empréstimos vencidos ainda represen-
ta 13,3 por cento do total de emprés-
timos, a intermediação bancária tem
sido um pouco prejudicada.

Podemos concluir que a atual situa-


ção económica em Portugal melhorou
muito em comparação com há alguns
anos. O país conseguiu reformar a
economia, no seguimento do que es-
tava já sendo desenvolvido antes do
programa de resgate. No entanto,
ainda existem alguns problemas onde
é necessário apostar e investir para
Fonte: Eurostat
reduzir a vulnerabilidade. Se Portugal
conseguir fazer isso, então o país está
claramente a preparar-se para uma
Nota: O diferencial de qualificação é definido como a diferença da percentagem de po-
pulação com educação terciária entre Portugal e a União Europeia. Um diferencial positivo economia mais forte.
significa que Portugal tem uma percentagem mais elevada de população com educação
terciário do que a UE.
Steven.Trypsteen@ing.com
48 MERCADOS Portugalglobal nº114

EMPRESAS PORTUGUESAS
 
NA BÉLGICA
Os testemunhos da Casais, IrRADIARE, Noesis, PortugalFoods e Infarmed, algumas
das empresas e entidades portuguesas com interesse no mercado belga.

GRUPO CASAIS
Presença emblemática
e sólida no mercado belga
Grupo de referência na área da engenharia
e construção, a Casais tem na Bélgica um dos
seus principais mercados de atuação, através do
desenvolvimento de vários projetos emblemáticos
onde se destaca a recente participação na execução
da fase de estrutura do projeto de construção da nova
sede do Porto de Antuérpia.

Com 60 anos de atividade, o grupo O grupo está presente no mercado bel-


Casais iniciou o seu processo de inter- ga desde 2001, trabalhando com do-
nacionalização em 1994, tendo atual- nos de obra locais e grandes empresas
mente uma relevante presença em 16 de construção civil e engenharia para
mercados externos, designadamente clientes reconhecidos internacional-
na Bélgica. mente. De acordo com fonte da em-
executado trabalhos diversificados,
presa, as “exigências de segurança e
O grupo emprega globalmente 3.264 qualidade são de alto nível”, impulsio- incluindo grandes reabilitações de
colaboradores nos vários mercados onde nando a elevada formação técnica e a edifícios. Entre as mais recentes con-
se encontra, dos quais 960 em Portugal, especialização dos seus colaboradores. cretizações e adjudicações, destacam-
844 expatriados e 1.460 trabalhadores -se, na cidade de Antuérpia, o MAS
locais, fazendo uma gestão da mobili- “Apostamos na formação continua (Museu sobre o Rio), o Havenhuis
dade destes recursos com o objetivo de em prevenção e segurança e promo- (Porto de Antuérpia), o Provinciehuis
responder aos desafios que vai enfren- vemos, anualmente, um encontro de e o Handelsbeurs, e na cidade de Bru-
tando nos países em que opera. Segurança para todos os colaborado- xelas, a sede da NATO, o BOZAR e o
res”, frisa a mesma fonte. Palácio de Justiça.
Na Bélgica o sucesso da empresa por-
tuguesa é partilhado com a atividade A construção de estruturas em betão “A adjudicação destas grandes obras
da CNT Europe e da Carpincasais, armado e a conceção, produção e ins- demonstra que temos a confiança dos
bem como o estaleiro e carpintaria, talação de carpintarias é a especiali- donos de obra e dos empreiteiros ge-
localizados em Zaventem. dade da Casais, mas a empresa tem rais neste mercado. Isto só é possível
novembro 2018 MERCADOS 49

INFARMED VISITA
CONGÉNERE BELGA
Com o objetivo de conhecer a realidade da
investigação clínica na Bélgica, nomeadamente a sua
capacidade reconhecida de atração de ensaios clínicos,
o Conselho Diretivo do INFARMED - Autoridade
Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.
(INFARMED) realizou no passado dia 21 de junho
uma visita de trabalho à agência do medicamento
congénere daquele país, a Federal Agency for
Medicines and Health Products (FAMHP).

Durante o acolhimento à delega- chado e Sofia Oliveira Martins, presi-


ção portuguesa, a diretora-geral de dente e vogal do Conselho Diretivo do
“PRE authorisation” da FAMHP, Greet INFARMED, respetivamente, tiveram
através do empenho, determinação e
Musch, apresentou as razões do su- oportunidade de fazer uma apresen-
qualidade das nossas equipas”, refor- cesso da Bélgica relativo ao crescente tação da realidade atual da investiga-
ça a mesma fonte. número de ensaios clínicos realizados. ção clínica realizada em Portugal, sa-
A rede estabelecida entre a agência lientando as oportunidades de investi-
A Casais é ainda a primeira empresa reguladora, promotores, centros de mento e competitividade que o nosso
de construção portuguesa associa- investigação e a facilidade de recruta- país encerra, para além de identificar
da da Confederação da Construção mento, aliada ao facto de as principais as oportunidades de trabalho conjun-
belga (Confédération Construction e maiores empresas da indústria far- to e partilha de boas práticas entre as
| Construction, Énergie & Environne- macêutica estarem sedeadas na Bél- duas agências.
ment), desde agosto de 2018, reflexo gica, foram apontados como fatores
da responsabilidade e da aposta assu- relevantes do desenvolvimento da in- A recente adesão de Portugal à Rede
midas pela empresa naquele mercado, vestigação clinica naquele país. EATRIS, rede europeia de investiga-
conclui a mesma fonte. ção clínica e de medicina translacio-
Na reunião mantida com os respon- nal, foi outro tema abordado durante
www.casais.pt sáveis da FAMHP, Maria do Céu Ma- a visita, onde foram apontadas as
50 MERCADOS Portugalglobal nº114

oportunidades de atração de mais aspetos valorizados no encontro foi


investigação para Portugal, através a forma inovadora da criação e de-
dos centros especializados na área,
hospitais e centros académicos clíni-
senvolvimento da atividade da AICIB,
a qual resulta de um financiamento IRRADIARE,
cos portugueses. Os reflexos positi-
vos desta adesão, nomeadamente a
partilhado entre o Estado (Fundação
para a Ciência e Tecnologia e INFAR- SCIENCE FOR
EVOLUTION
integração das melhores práticas, o MED) e o setor privado (Health Clus-
incremento da prestação de serviços ter Portugal e APIFARMA), de modo a
científico-tecnológicos, o aumento atingir um orçamento anual de inves-
do acesso a fundos internacionais
de Investigação & Desenvolvimento,
timento de, pelo menos, 15 milhões
de euros até 2023.
Inovação
a criação de emprego qualificado ou
melhoria no acesso pelos cidadãos a
em municípios
Tendo em conta a atualidade legis-
terapias inovadoras foram evidencia-
dos durante a visita.
lativa europeia, foram ainda abor- e regiões
Ainda na esfera do desenvolvimento
dados diferentes temas relativos ao
novo Regulamento europeu dos en- portuguesas
saios clínicos e a forma como os dois
do apoio à investigação de translação
países têm vindo a preparar-se para
e à investigação clínica em Portugal, o
a nova realidade que se avizinha no Fundada em 1995
Conselho Diretivo do INFARMED teve
oportunidade de apresentar junto dos
contexto europeu. como spin-off da
responsáveis da FAMHP a recente- Universidade Técnica
mente criada Agência de Investigação Organizada pela delegação local da de Lisboa, a IrRADIARE,
AICEP, a visita contou ainda com a
Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), Science for Evolution
que tem como objetivo colocar Por- presença de responsáveis do Health
Cluster Portugal (HCP).
trabalha com regiões,
tugal entre os países mais atrativos
para a condução de estudos clínicos
cidades, universidades
na União Europeia até 2020. Um dos www.infarmed.pt e clusters para reforçar
a sua capacidade de
intervenção na defesa
dos seus interesses,
através da proximidade
institucional com as
principais instituições,
órgãos e organismos
da União Europeia,
instituições públicas
e privadas e outras
representações de
Estados e Regiões
sedeadas em Bruxelas.
No mercado da Bélgica,
a empresa destaca a
importância do evento
“Cities for Excellence”.

O testemunho de Marcos
António Nogueira,
Managing Partner
da IrRADIARE.
novembro 2018 MERCADOS 51

ciação beneficia, nesse contexto, da


oferta da IrRADIARE.

Às empresas portuguesas que estão a


iniciar o seu processo de abordagem
ao mercado belga, sugerimos inova-
ção permanente e disruptiva, associa-
da a uma predisposição para a lide-
rança de cadeias de inovação.

É fundamental uma visão competitiva


orientada para a escala europeia e um
compromisso ininterrupto com a ex-
celência nos serviços ou produtos.

Um forte exemplo da atividade da IrRA-


DIARE Science for Evolution em Bruxe-
las, é o evento “Cities For Excellence”.
O “Cities for Excellence” foi uma das
principais ações de networking estra-
tégico que decorreu em Bruxelas, du-
rante a Semana Europeia das Regiões e
Cidades, em outubro de 2018.

“A economia na Bélgica é orientada a paixão pela integração e construção O evento, acolhido por Portugal e Lituâ-
essencialmente para os serviços. O se- europeia, partilhada pela cidadania e nia, nas respetivas Representações Per-
tor terciário representa 77 por cento do autoridades belgas, que a IrRADIARE manentes, teve como objetivo incenti-
PIB e emprega a mesma proporção da define a sua oferta. var a formação de consórcios, platafor-
população ativa. Bruxelas acolhe diver- mas e redes para projetos FP9 / Horizon
A IrRADIARE, Science for Evolution tra- Europe, liderados por cidades e regiões
sas instituições europeias, representa-
balha com regiões, cidades, universida- em parceria com Universidades, clusters,
ções diplomáticas assim como diferen-
des e clusters para reforçar a sua capa- institutos de investigação, organizações
tes grupos de interesse, com um gran-
cidade de intervenção na defesa dos culturais e entidades sociais. No evento
de enfoque na economia e serviços.
seus interesses, através da proximidade estiveram presentes sete grandes cida-
Cada vez mais, a presença junto de institucional com as principais institui-
des comprometidas com estratégias
organismos europeus, redes, repre- ções, órgãos e organismos da União Eu-
de inovação e smart cities. No total, 12
ropeia, instituições públicas e privadas e
sentações, associações e plataformas projetos Smart City aprovados e mais de
das demais representações de Estados e
localizadas em Bruxelas é determi- 200 projetos H2020 entre as entidades
Regiões sedeadas em Bruxelas.
nante para potenciar parcerias inter- participantes estiveram representados.
nacionais. Esta presença contínua em O trabalho desenvolvido pela IrRADIA- Mais de 500 PME foram também repre-
Bruxelas permite a ativação de opor- RE, Science for Evolution centra-se na sentadas pelos clusters intervenientes.
tunidades de investimento, captação inovação das cidades, das regiões e dos O evento contou com a dinamização de
de recursos, valorização de ativos re- territórios, nomeadamente o desenvol- cinco mesas de debate alusivas a diver-
sultantes de uma projeção continua- vimento de parcerias globais, o desen- sos temas: ambientes digitais, mobilida-
da junto dos centros de decisão e um volvimento de projetos que fomentem de, clima, energia e cultura.
alinhamento eficaz com as cadeias de o estabelecimento de cadeias de ino-
valor e de inovação emergentes no vação com impacto europeu e global O evento “Cities for Excellence” é um
panorama europeu. ou a proximidade à resposta inovadora exemplo da capacidade de mobilização
aos desafios globais e comuns. de agentes e de partilha de soluções que
Destacamos, da nossa experiência, o a IrRADIARE Science for Evolution dispo-
carácter aberto, generoso e acolhedor Há uma forte potencialidade no de- nibiliza para as cidades e regiões, nacio-
do povo belga, assim como a simplici- senvolvimento de plataformas híbri- nais na sua maioria, em Bruxelas.”
dade de processos na administração e das de cooperação e competição en-
nos serviços. É também considerando tre cidades e territórios, cuja diferen- www.irradiare.com
52 MERCADOS Portugalglobal nº114

NOESIS
Bélgica é mercado estratégico
A aposta no mercado internacional está na génese da Noesis, uma consultora de
inovação tecnológica de referência a nível nacional e internacional, que oferece
serviços e soluções vocacionados para apoiar os clientes no desenvolvimento dos
seus negócios. A Bélgica, onde está presente desde 2012, é um dos mercados de
eleição para a sua estratégia de internacionalização.

Sobre as potencialidades do mercado


belga para as empresas portuguesas,
Eduardo Vilaça aponta o facto de se
tratar de uma das regiões mais prós-
peras da Europa, com numerosas
instituições comunitárias (Parlamento
Europeu, Comissão Europeia, entre
outras) e internacionais (NATO, entre
outras) e com uma grande capacidade
de inovação. “Na Bélgica, particular-
mente, verifica-se uma grande multi-
culturalidade, o que facilita a entrada
de novos ‘players’ internacionais neste
mercado, e existe um projeto de inves-
Criada em 1995, a Noesis desenvolveu como da aproximação resultante da timento na digitalização da economia,
uma estratégia que aposta na inova- reconhecida presença de portugueses ou seja, uma oportunidade significati-
ção e nas novas tecnologias, alocando nos mais variados órgãos comunitá- va para organizações de IT”, defende
anualmente parte significativa do seu rios”, explica o responsável. o fundador da Noesis.
investimento ao R&D (Research & De-
velopment). A aposta no mercado inter- A Noesis está na Bélgica desde 2012 Relativamente à abordagem ao mer-
nacional está igualmente na génese da e, ao longo dos anos, tem vindo a cado, o responsável da Noesis consi-
empresa, constituindo um dos caminhos conquistar clientes no setor público, dera que a Bélgica se encontra numa
estratégicos para o seu crescimento. nas indústrias de logística e de ener- área geográfica “de enorme recetivi-
gia belgas, com soluções de low-code dade”, mas defende que uma orga-
Como refere Eduardo Vilaça, Chair- e de professional services, sendo que nização que planeie expandir as suas
man & Founder da Noesis, a cultura esta aposta ainda se mantém.
operações para este mercado tenha
de inovação, conhecimento e susten-
em consideração as diferenças cultu-
tabilidade que define a Noesis sempre Neste sentido, o projeto de expansão
rais e económicas existentes ao definir
transcendeu as fronteiras portugue- iniciado nesse país permitiu à Noesis
a abordagem e a estratégia. “Trata-se
sas, e sendo a internacionalização um estabelecer-se neste mercado, bem
de uma região altamente tecnológi-
dos fatores de maior importância na como em toda a região do Benelux,
ca, onde os clientes esperam grandes
organização, é inevitável destacar a conduzindo assim a uma crescente
índices de qualidade no serviço apre-
região Benelux a nível europeu. especialização. Este projeto propor-
cionou à Noesis a experiência e capa- sentado e um acompanhamento de
“Foi precisamente na Bélgica que se cidade para expandir a sua presença excelência por parte dos consultores”,
iniciou a aposta nesta área geográfi- também para o território holandês, acrescenta Eduardo Vilaça.
ca, por consequência de um panora- onde tem uma operação local e uma
ma tecnológico muito favorável, bem oferta bastante consolidada. www.noesis.pt
novembro 2018 MERCADOS 53

consumidores internacionais reconhe-


cerem cada vez mais a oferta agroa-
limentar portuguesa, uma aposta na
comunicação da marca Portugal e
seus atributos é ainda fundamental.

Com efeito, são vários os compradores


belgas que têm visitado Portugal ao
abrigo das ações promovidas pela Por-
tugalFoods. Estas ações têm-se mostra-
do promissoras uma vez que permitem
aos compradores percecionar a quali-
dade e segurança alimentar dos produ-
tos nacionais, assim como constatar a
capacidade do tecido industrial nacio-
nal para competir com outros fornece-
dores europeus, não pelo preço, mas
sim pela qualidade e diferenciação.

O mercado agroalimentar belga A “Nuit de Portes Ouvertes” no MA-

A visão da PORTUGALFOODS
BRU - Mercado Abastecedor de Bruxe-
las, organizada pela PortugalFoods, em
parceria com a AICEP em Bruxelas, na
madrugada do dia 16 de setembro de
Aquando da elaboração da Estratégia de 2017, permitiu promover uma oferta
Internacionalização do Setor Agroalimentar 2012-2017 integrada de produtos portugueses,
– “Portugal Excepcional”, a PortugalFoods analisou desde vinhos, fruta, compotas até quei-
o panorama internacional, definiu dez prioridades jos, azeite, charcutaria, entre outros,
demonstrando que Portugal é, de facto,
estratégicas e o respetivo modelo de implementação.
um país fornecedor de excelência.
Identificou igualmente os mercados prioritários,
mercados onde Portugal deveria consolidar posições, Por forma a elevar a imagem e perce-
bem como mercados a apostar seletivamente. A ção do consumidor sobre os produtos
implementação desta estratégia reflete-se nas ações portugueses, a PortugalFoods promo-
de promoção internacional desenhadas e dinamizadas verá, em 2019, novamente em parce-
ria com a AICEP, uma ação promocio-
pela PortugalFoods ao longo dos anos.
nal numa cadeia de retalho bastante
conhecida em Bruxelas. O objetivo
de produtos agroalimentares. A tradi- desta ação é o aumento das vendas
ção do “saber fazer” aliada à inovação, de produtos portugueses para esta ca-
resulta na diferenciação dos produtos deia e, mais uma vez, colocar o produ-
nacionais. As empresas têm vindo a to nacional com um posicionamento
reinventar-se através de uma aposta ao mais elevado na cadeia de valor.
nível da inovação e comunicação dos
A PortugalFoods tem vindo assim a
seus produtos e processos, garantindo
promover os produtos agroalimen-
uma oferta de qualidade diferenciada
tares nacionais no mercado belga
sem comprometer a sua competitivida-
através de uma oferta integrada num
>POR AMÂNDIO SANTOS, de e crescimento sustentável.
conceito one-stop-shop, isto é, uma
PRESIDENTE DO CONSELHO
plataforma onde os compradores po-
DE ADMINISTRAÇÃO DA Esta evolução é indispensável para tra-
PORTUGALFOODS derão identificar oferta de produtos
balhar mercados maduros e exigentes nacionais nos mais variados posicio-
como a Bélgica. Atualmente, Portugal namentos e/ou categorias de produ-
A estratégia da PortugalFoods passa é já reconhecido como fornecedor de tos agroalimentares.
pela consolidação e aumento da posi- excelência e como marca de qualida-
ção de Portugal enquanto fornecedor de no mercado global. Apesar de os www.portugalfoods.org
54 MERCADOS Portugalglobal nº114

EMPRESAS BELGAS
 
EM PORTUGAL
Conheça os casos de sucesso de alguns dos grandes investidores belgas
em Portugal: Ageas, Monliz, Schréder e Solvay.

AGEAS
EXPANSÃO SUSTENTADA EM PORTUGAL
O grupo segurador belga Ageas entrou em Portugal em 2005, através de
uma joint-venture com o Millennium bcp, que envolveu um investimento
de 510 milhões de euros. A compra da AXA Portugal, em 2015, permitiu ao
grupo consolidar a sua presença no nosso país em todas as áreas de negócio,
posicionando a Ageas Portugal numa trajetória ascendente que deverá
manter-se nos próximos anos.

Após o investimento inicial em Por-


tugal, no âmbito da parceria estabe-
lecida com o Millennium bcp, e que
permitiu chegar a todas as áreas de
negócios neste setor (Vida, Pensões,
Não Vida e Saúde), a Ageas reforçou a
sua posição ao comprar, em 2014, por
123 milhões de euros, a totalidade das
áreas de Não Vida e Médis (Saúde) ao
Millennium bcp. Apesar desta aquisi-
ção, nas empresas de seguros de Vida
e de Pensões a parceria manteve-se,
continuando a ser detida pelo Millen-
nium bcp (49 por cento) e pelo Grupo
Steven Braekeveldt, CEO Ageas Europa Continental e CEO Grupo Ageas Portugal,
Ageas (51 por cento).
e Bart de Smet, CEO do Grupo Ageas.

Um outro marco do investimento da “Estamos orgulhosos das posições cores Ageas”, afirma Steven Braeke-
Ageas em Portugal foi a compra da que conquistámos em Portugal: so- veldt, CEO do Grupo Ageas Portugal.
AXA Portugal, em 2015, investindo mos os primeiros em Pensões, os se-
mais 264 milhões de euros no país. Este gundos em Vida e em Saúde e os ter- O nível de educação de “enorme qua-
novo investimento consolidou a presen- ceiros em Não Vida, o que resulta na lidade” dos portugueses, com uma ex-
ça do grupo belga em Portugal como segunda posição do ‘ranking’ global, periência que marca a diferença, foram
empresa integrada, com diferentes mar- ou seja, 18,6 por cento da quota do os principais fatores-chave que levaram
cas, em todas as áreas de negócio. mercado global em Portugal tem as a Ageas a escolher Portugal para o seu
novembro 2018 MERCADOS 55

investimento de expansão, beneficiando


igualmente das oportunidades de cresci-
mento que se verificavam numa fase de
recuperação da economia portuguesa.

Sendo Portugal atualmente o segundo


MONLIZ
mercado base da Ageas, faz sentido,
para o grupo segurador, fortalecer a
Um caso de sucesso
posição num mercado que conhece há
mais de uma década e que se tornou
na congelação
central para o grupo a nível interna-
cional. Portugal tem vindo a conquis-
de produtos agrícolas
tar uma importância crescente para
o grupo e a Ageas acredita que esta
trajetória se irá manter nos próximos
anos. O país tem sido uma referência
para o grupo, e o sucesso registado em
Portugal tem levado o Grupo Ageas a
alargar a presença no país e a manter
a aposta como um dos países estraté-
gicos de desenvolvimento no presente
e para o futuro. Este é um objetivo que
parece bem encaminhado a avaliar
pelos resultados de 2017: 99 milhões
de euros líquidos. Para 2018, segun-
do Steven Braekeveldt, é fundamental
manter a rentabilidade do grupo e re-
forçar a relação e a parceria com a rede
de distribuição e parceiros de negócio,
nas diferentes marcas: Ageas Seguros,
Médis, Ocidental e Seguro Direto. “A
Ageas quer crescer no mercado portu-
guês e está atenta a novas oportunida-
des de negócio”, reforça o responsável.

Os objetivos do Grupo Ageas Portu-


gal para o futuro são claros. Steven
Braekeveldt defende que o país “tem o O clima, a existência de áreas de produção agrícola com
potencial para desenvolver uma cultura elevada produtividade e de mão-de-obra qualificada,
de arte, tecnologia e inovação, que seja a par da estabilidade cambial, social e política são os
a base para uma mentalidade e uma principais fatores que levaram as empresas belgas
estrutura confiante e proativa. Do pon- ARDO e CROP’S a investir em Portugal, através da
to de vista do negócio, a nossa missão
aquisição da MONLIZ, empresa dedicada à congelação
é clara: proporcionar uma experiência
de seguros emocional e significativa
de produtos hortícolas. Um investimento de sucesso que
na vida das pessoas. Porque vemos o a empresa pretende expandir, apostando no mercado
‘seguro’ como um compromisso que interno além da exportação.
estabelecemos com os nossos clientes,
um compromisso de transparência, Inicialmente localizada na região de Lei- zação, através da comercializando dos
disponibilidade, assistência, proximida- ria, a MONLIZ – Produtos Alimentares do seus produtos no mercado externo. A
de, aconselhamento. Um compromisso Mondego e Liz, S.A. foi criada em 1980, MONLIZ produzia, então, ervilha, feijão
com o presente e com o futuro”. dedicando-se exclusivamente à conge- e fava para o mercado local, tendo uma
lação de produtos hortícolas, iniciando capacidade produtiva anual de 14.000
www.ageas.pt posteriormente a sua internacionali- toneladas de hortícolas congelados.
56 MERCADOS Portugalglobal nº114

nuar a investir em Portugal são, entre


outros, o clima, que consideram ser
o ideal para as culturas que utiliza no
seu processo produtivo (pimento, bró-
colo, ervilha, fava, courgette); o fácil
acesso a zonas agrícolas com possibi-
lidade de irrigação como a Bacia do
Tejo, Mondego e empreendimento de
fins múltiplos de Alqueva; e a existên-
cia de áreas de produção próximas e
localizadas em zonas com elevada
produtividade, existindo uma relação
de confiança e duradoura com os pro-
dutores agrícolas que permite minimi-
zar o impacto do mercado do fresco.

Além destes fatores, na decisão dos


grupos belgas pesou igualmente a
existência em Portugal de mão-de-
-obra com elevados níveis de qualifi-
cação, boa capacidade linguística e a
um custo mais baixo do que em outros
países da União Europeia, além do fac-
to de Portugal pertencer à zona euro,
eliminando assim o risco de flutuação
cambial. A estabilidade política e social
Em março de 2000 os grupos belgas timento, tendo a nova unidade ficado do país e o forte apoio ao investimento
ARDO N.V. e CROP’S N.V. assumiram concluída a 17 de julho de 2005. Re- estrangeiro foram outros fatores tidos
o controlo acionista da empresa e re- fira-se que o investimento foi apoiado em linha de conta, tendo ainda o custo
forçaram a aposta estratégica na con- no âmbito do Programa AGRO, através do terreno para a construção sido com-
gelação de produtos de origem nacio- da sua Medida 2 - Transformação e Co- petitivo e os apoios à implantação da
nal, estruturando-se o capital social mercialização de Produtos Agrícolas. unidade muito atrativos, como reforça
em 50 por cento para cada. A MONLIZ Em junho de 2007 a MONLIZ concluiu a mesma fonte da MONLIZ.
apresentava como produtos principais a transferência total dos departamen-
o pimento, o brócolo, a courgette, tos para a nova unidade fabril, em Al- O sucesso deste investimento levou já
a beringela e o tomate, produtos co- piarça, com objetivo de atingir elevados a empresa a considerar a possibilida-
mercializados pelos grupos ARDO e índices de produtividade e rentabilizar de de entrar e desenvolver vendas no
CROP’S mas em que eram deficitários os recursos operacionais, encerrando mercado nacional, com a produção da
em termos de fornecimento. Como o assim a antiga unidade fabril. O contí- MONLIZ, mas também com a produ-
mercado começava a apresentar cada nuo crescimento das vendas dos Gru- ção de ambos os grupos em produtos
vez maiores e rigorosas exigências pos ARDO e CROP’S impulsionaram um em que Portugal é deficitário.
higieno-sanitárias, apresentando-se novo investimento em 2011 e 2012, no
essas exigências como um fator crítico valor de 18 milhões de euros, apoiado Ainda de referir que, atualmente, a
para a empresa, a solução encontrada pela medida 2.1.1 - SI Inovação/Inova- MONLIZ produz cerca 45 mil tonela-
para ultrapassar esta situação foi inves- ção Produtiva do QREN, que permitiu das por ano e tem um volume de ne-
tir num novo estabelecimento agroin- duplicar a capacidade instalada e con- gócios aproximado de 64 milhões de
dustrial, com as condições necessárias tinuar a responder às crescentes neces- euros, dos quais cerca de 80 por cento
para produzir produtos com elevada sidades. Atualmente, o investimento estão ligados à exportação.
segurança alimentar, dando desta for- na unidade de Alpiarça atinge os 53
ma resposta ao solicitado pelo merca- milhões de euros.
www.facebook.com/pages/category/
do, segundo relata fonte da MONLIZ.
De acordo com a mesma fonte, as Industrial-Company/Monliz-produ-

Alpiarça, distrito de Santarém, foi a principais razões que levaram e levam tos-alimentares-do-Mondego-e-Liz-
localização escolhida para este inves- os grupos ARDO e CROP’S a conti- -SA-206759489873311/
novembro 2018 MERCADOS 57

SCHRÉDER ILUMINAÇÃO
Aposta segura em Portugal há mais de 60 anos
Em Portugal desde 1956, o grupo belga Schréder, especialista em soluções de
iluminação, investiu e expandiu a sua atividade no nosso país ao longo dos
anos, onde, além da atividade industrial de produção de luminária que exporta
para 40 países, apostou na criação de um avançado centro de investigação e
desenvolvimento.

A Schréder Iluminação SA, à época É nas instalações de Carnaxide que peças em alumínio injetado das suas
Construções Elétricas Schréder, iniciou funciona a sede administrativa e a luminárias adjudicada a uma empresa
a sua atividade em Portugal no dia 1 atividade industrial da empresa, pro- portuguesa participada da Schréder, a
de Julho de 1956, numa pequena ins- duzindo luminárias que são exporta- Fundição Évora, em Évora.
talação em Lisboa. Em 1973, mudou- das para mais de 40 países em todo o
-se para Carnaxide, onde investiu em mundo. Esta estrutura é complemen- No âmbito da sua aposta e investimen-
instalações próprias: 8.000 metros qua- tada com uma unidade industrial de to em Portugal, a Schréder tem nas
drados de área total, com 3.710 metros produção de Apoios de Iluminação, suas instalações de Carnaxide um dos
quadrados de área coberta. O cresci- localizada em Alverca, e com uma de- centros mundiais de R&D do Grupo
mento contínuo da produção levou ao legação comercial no Porto. Schréder. Neste centro opera uma vas-
aumento da área coberta para 6.300 ta equipa de engenheiros, designers e
metros quadrados no ano de 2002. A empresa tem ainda a produção de desenhadores no desenvolvimento de
58 MERCADOS Portugalglobal nº114

novos produtos, soluções e sistemas Sobre o investimento que há mais de


onde são aplicadas as tecnologias mais 60 anos iniciou em Portugal, a Schré-
inovadoras, como é o caso do Shuffle. der aponta o recurso a mão-de-obra

Segundo fonte da empresa, o Shuffle


especializada e a profissionais qualifi-
cados que, desde o início, catapultou SOLVAY
é um conceito totalmente virado para
as Smart Cities e para a mobilidade,
a empresa para um papel de destaque
e reconhecimento no setor da ilumi-
Investimento
combinando num único equipamen-
to iluminação com câmaras de CCTV,
nação pública em Portugal, sendo lí-
der neste segmento no nosso país.
antigo assente
altifalantes, intercomunicador, carre-
gador de veículos elétricos, Wi-Fi ou Por outro lado, Portugal é também
no presente
monotorização da qualidade do ar. “uma porta aberta” para um mercado
de 250 milhões de consumidores que
e virado para
Igualmente, com a tecnologia IoT, a falam português, o que proporcionou o futuro
Schréder tem apostado na mudança e um aumento das exportações da em-
irá continuar a inovar e trazer novos presa para esse mercado. “A nossa ca-
conceitos para o mercado. Explica a pacidade em produzir luminárias LED A presença do grupo
mesma fonte que “as soluções inte- de elevado valor acrescentado tem belga Solvay em Portugal
ligentes da Schréder podem interagir levado a um aumento sustentável nas data de 1934 e o fio
nossas exportações, sendo que atual-
com os indivíduos e sensores para for- do tempo testemunha
necer cenários de iluminação que te- mente mais de 70 por cento da nossa
uma relação de grande
nham em conta a atividade humana, produção se destina a esse mercado”,
conclui a mesma fonte.
proximidade e serviço
bem como aproveitar a infraestrutura
à indústria nacional,
de iluminação para novas aplicações
de IoT – Smart Cities”. www.schreder.com/pt-pt/produtos
bem como de apoio
ao desenvolvimento
económico e social do
país. A instalação em
Portugal, em 2005,
do primeiro centro
internacional Solvay de
serviços partilhados veio
reforçar a aposta do
grupo belga no nosso
país, num investimento
do presente vocacionado
para o futuro.

Como relata Luís Saldanha da Gama,


administrador-delegado da Solvay, a
cronologia de 84 anos de atividade é
muito rica e foi feita de crescimento, di-
versificação, desenvolvimento das pes-
soas, introdução de novas tecnologias,
investigação & desenvolvimento e lide-
rança na sustentabilidade. “É todo um
roteiro da química de base às matérias
plásticas, da saúde humana à veteriná-
ria ou da alimentação aos materiais de
construção, em que a transformação
nos negócios predomina”, afirma.
novembro 2018 MERCADOS 59

tendo a capital portuguesa sido eleita


em razão do apoio prestado pelas auto-
ridades à viabilização do investimento,
por dispor da infraestrutura tecnológica
necessária e por oferecer pessoas quali-
ficadas, com competências em idiomas
e grande capacidade de adaptação.

A Solvay Business Services (SBS), à


época 3S Solvay Shared Services, con-
solidou-se e, uma década após a sua
instalação em Carnaxide (Oeiras), des-
taca-se como referência europeia nos
e-services. Atrai, por isso, numerosos
parceiros internacionais, que visitam
o centro para descobrirem o modelo
de organização e funcionamento, e o
tomarem como exemplo para o seu
próprio estabelecimento em Portugal.

“A SBS tem crescido de forma consis-


tente, contribuindo para a emprega-
Na atualidade, as operações indus- modelo pioneiro de serviços partilhados bilidade de jovens licenciados e para
triais da Solvay em Portugal concen- para suporte financeiro, de compras, a economia do país. O ambiente de
tram-se nos peróxidos, mais propria- gestão de clientes e recursos humanos, trabalho é dinâmico e multicultural,
mente na produção (única no país) às unidades de negócio Solvay. contando com cerca de 400 colabo-
e na comercialização de clorato de radores e 21 nacionalidades (falam-
sódio e peróxido de hidrogénio (água Assim, de entre mais de 90 cidades -se 13 idiomas e a língua oficial de
oxigenada), substâncias essenciais às em todo o mundo, a região de Lisboa trabalho é o inglês)”, conclui o res-
indústrias fortemente exportadoras da acabou por ser a selecionada para a ins- ponsável da Solvay.
Pasta e Papel, entre outras. talação, em 2005, do primeiro centro
internacional Solvay de shared services, www.solvay.pt
Se, na origem, as matérias-primas di-
taram a escolha da Póvoa de Santa Iria
para a sua instalação, também hoje a
localização privilegiada é uma mais-
-valia do Solvay Business Park, projeto
que se posiciona como plataforma de
inovação e sustentabilidade – um new
business criado com um número cres-
cente de empresas parceiras na área
tecnológica e industrial (entre as quais
a A4F Algae for Future e a Chartwell
Actives), que exploram as sinergias da
sua co-localização com a Solvay.

De acordo com o administrador-dele-


gado da empresa, a expansão geográ-
fica e a modernização do grupo Solvay
haviam sugerido a oportunidade de
explorar a nova indústria dos e-services,
através de um primeiro (mas decisivo)
passo, que se traduziu na criação de um
60 MERCADOS Portugalglobal nº114

Bélgica em ficha
maio de 2014; as próximas eleições estão
MAR DO NORTE NETHERLANDS previstas para maio de 2019.
Zeebrugge
Turnhout
Oostende
Bruges Antwerp
ANTWERP Capital: Bruxelas (1,2 milhões de habitantes)
Nieuwpoort Eeklo St Niklaas Hoboken
eR .
eld
Veurne Torhout Lokeren
Ghent Dendermonde Sch
Boom
LIMBURG Outras cidades importantes: Antuérpia (1,0
.

Mechelen
eR

WEST FLANDERS Lei


Roeselare
EAST FLANDERS
Aaslat Vilvoorde
Aarschot
FLEMISH BRABANT Hasselt
milhões hab.); Liège (613 mil hab.); Gent (550
Leuven
Ieper
Menen
Kortrijk
der
R.
BRUSSELS
Tienen
mil hab.); Lovaina (499 mil hab.); Turnhout
Den

Halle
(453 mil hab.); Charleroi (431 mil hab.).
WALLOON BRABANT Herstal
Ath Eupen
Tournai Soignies Nivelles BELGIUM Seraing
Verviers
GERMANY
Huy
Me
use
R.
Religião: Cerca de 75 por cento da população

.
eR
Spa
Mons Namur
é católica romana; 25 por cento professa

th
HAINAUT Jumet

Our
Charleroi

NAMUR
Dinant
outras religiões.
Marche-en-Famenne
Philippeville es
se
L

Língua: As línguas oficiais são o neerlandês


R. Rochefort

LUXEMBOURG
Caminhos de Ferro Principais
Estradas Principais Bastogne ou flamengo (falado por quase 60 por cento
Fronteiras Internacionais
Fronteiras Regionais
Aeroportos Principais FRANÇA
Neufchateau
da população), o francês (cerca de 40 por
Capital
Cidades Principais
Outras Cidades LUXEMBOURG cento) e o alemão (menos de um por cento).
0 km 15 30 45 60
Semoi s
R.
Arlon
rlon
Francês na Valónia; flamengo na Flandres;
Messancy
Virton
0 miles 15 30
francês e flamengo em Bruxelas.

Unidade monetária: Euro

Área: 30 528 Km 2
julho de 1993, a qual definiu o país como um “Ranking” em negócios:
Estado Federal.
População: 11,4 milhões de habitantes (2016) Risco geral - A (fevereiro 2017)
Principais partidos políticos: Democratas
Densidade populacional: 373 hab./Km (2016) 2
Liberais Flamengos (VLD); Movimento Risco de estrutura económica - A
Designação oficial: Reino da Bélgica Reformador (MR, francófono); Partido
Socialista Flamengo (SPA, flamengo); Risco político - BBB
Forma de Estado: Monarquia Constitucional Partido Socialista (PS, francófono); Centro
(AAA = risco menor; D = risco maior)
com uma estrutura política federal Humanista Democrata (CdH); Vlaams
Belang (partido flamengo de extrema Risco de crédito: País “não classificado”
Chefe do Estado: Rei Phillipe (acedeu ao direita); Frente Nacional (FN, extrema direita
trono em julho de 2013) na tabela risco da OCDE. Não é aplicável o
francófono); Nova Aliança Flamenga (N-VA);
sistema de prémios mínimos
Primeiro-ministro: Charles Michel Partido Verde (Groen); Partido Ecologista
Francófono (Ecolo). As últimas eleições
Data da atual Constituição: 7 de fevereiro para o Parlamento Federal (Câmara dos
de 1831. A última revisão ocorreu em 14 de Representantes e Senado) ocorreram em Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)

Endereços úteis
Embaixada da Bélgica Embaixada de Portugal Turismo de Portugal
em Portugal na Bélgica em Bruxelas
Rua Castilho 75, 4º Dt. - 1250-068 Lisboa Avenue Cortenbergh, 12 Avenue de Cortenbergh, 12 Kortenberglaan
Tel.: (+351) 21 3170510 1040 Bruxelles - Belgique 1040 Bruxelles - Belgique
Fax: (+ 351) 21 3561556 Tel.: (+32) 2 533 07 00 Tel.: (+32) 2 286 43 39
lisbon@diplobel.fed.be Fax: (+32) 2 539 07 73 joao.rodeia@turismodeportugal.pt
http://portugal.diplomatie.belgium.be/en bruxelas@mne.pt
Câmara de Comércio
Belgo-Portuguesa
Câmara de Comércio AICEP Bruxelas Bld Anspach 111
Luso-Belga-Luxemburguesa Avenue Cortenbergh, 12 Kortenberglaan 1000 Bruxelles - Belgique
Av. Duque d’Ávila, 203, 5.º - 1050 - 082 1040 Bruxelles - Belgique Tel: (+32) 2 230 83 23
Lisboa Tel: (+32) 2 286 43 40 Fax: (+32) 2 230 68 66
Tel.: (+351) 21 315 25 02/03 Fax: (+32) 2 231 04 47 info@ccb-portugal.be
Fax: (+351) 21 354 7738 aicep.brussels@portugalglobal.pt www.ccb-portugal.be
info@cclbl.com
www.cclbl.com
62 EMPRESAS Portugalglobal nº114

ADEGA DE BORBA
Forte aposta na internacionalização
Fundada em 1955 por iniciativa de um grupo de viticultores da região, a Adega
de Borba tem apostado na qualidade e na excelência das castas autóctones na
produção de vinho, que atinge atualmente os 12 milhões de litros por ano, a par
de uma modernização tecnológica que colocou a empresa no ranking dos dez
maiores produtores do setor em Portugal. No mercado externo, a Adega de Borba
exporta para mais de 30 países como exemplo a Rússia, França, EUA, Angola,
Moçambique, Brasil, Alemanha, China e Suíça, numa aposta estratégica que
pretende ver alargada a mercados não tradicionais mas com elevado potencial.

A Adega de Borba nasceu em 1995, por duz em média 12 milhões de litros Ao longo dos seus mais de 60 anos
iniciativa de um grupo de dinâmicos vi- por ano, e é um dos dez maiores de atividade, a empresa apostou so-
ticultores, com o objetivo de colocar o produtores do setor em Portugal. A bretudo na produção de vinhos de
vinho junto do consumidor e melhorar empresa conta com 300 viticultores qualidade e no valor e excelência
as margens de comercialização e obter associados, com uma equipa de 65 das castas autóctones, a par do in-
maior rentabilização na produção. colaboradores e com uma diversida- vestimento na modernização tecno-
de de castas muito rica, distribuída lógica, essencial para o salto qualita-
Atualmente, a Adega de Borba de- por 70 por cento de castas tintas e tivo que se pretendia atingir, e num
tém 2.200 hectares de vinha, pro- 30 por cento de castas brancas. ambicioso projeto de aproximação
novembro 2018 EMPRESAS 63

do viticultor à adega, incutindo


neste a paixão de fazer grandes vi-
nhos. Apostou também em recursos
humanos capazes, bem formados e
jovens que vieram dar uma dinâmica
muito importante à estrutura, como
relata Isabel Ramos, diretora de Ex-
portação da Adega de Borba.

“A Adega de Borba vem há sessenta


anos a respeitar os fatores de diferen-
ciação da Região e, embora tirando
partido da evolução tecnológica, co-
loca sempre como prioridade a tipi-
cidade que a Região pode oferecer
aos vinhos aqui produzidos. Como
só utiliza uvas dos seus viticultores na
Região, essa garantia de genuinidade
dos produtos é a chave do crédito que
tem acumulado junto dos seus consu-
midores”, frisa Isabel Ramos.

De acordo com a responsável, 2017 foi


um “ano excelente em termos comer-
ciais, com um crescimento bastante
acentuado, seguindo a curva positiva
que tem obtido nos últimos anos”.
Os mercados internacionais são uma
prioridade estratégica para a empresa
e onde tem conseguido crescer de for-
ma sustentada, tendo a exportação um
peso crescente de ano para ano. Para
2018 perspetiva-se a mesma tendên-
cia, resultado de um plano de trabalho
consistente de médio-longo prazo, que
a Adega de Borba traçou para o desen-
volvimento da área internacional.

Os principais mercados de expor-


tação são a Rússia, França, Estados
Unidos, Angola, Moçambique, Bra-
sil, Alemanha, China e Suíça, mas a
Adega de Borba pretende expandir
a sua internacionalização e chegar
a mercados considerados não tra-
dicionais mas que revelam elevado
potencial, situados em geografias
como a América Latina, Leste da Eu-
ropa e Sudeste Asiático. Colômbia,
México e Peru, Polónia, Eslováquia,
Países Bálticos, Republica Checa e
Roménia, Singapura, Indonésia, Fili-
pinas são mercados de aposta para a
Adega de Borba.
64 EMPRESAS Portugalglobal nº114

“Apesar da instabilidade sobejamente conhecida em


alguns mercados internacionais, destinos importantes
para o setor do vinho português, a Adega de Borba
tem conseguido superar, contornar essas vicissitudes
e crescer. A empresa aposta e acredita essencialmen-
te em parcerias de longo-prazo, olha para mercados
não tradicionais importantes com elevado potencial.
Muitas vezes, prefere um caminho mais difícil, mas
tendo a convicção que será esse que lhe trará frutos
duradouros”, aponta Isabel Ramos.

De sublinhar que a Adega de Borba foi a primeira em-


presa no seu setor a deter a certificação ISO 9001 e ISO
22000, tendo desenvolvido um sistema de Gestão da
Qualidade e Segurança Alimentar inovador. A empresa
tem um controle total do processo produtivo da vinha
até à garrafa, com análises laboratoriais rigorosas das
uvas e dos vinhos, e um sistema de gestão das vinhas
através do Sistema de Informação Geográfica pela tec-
nologia GPS. Pioneira neste domínio no Alentejo, a
Adega de Borba foi reconhecida como PME Excelência
e PME Líder durante vários anos consecutivos, devido
à sua performance. A empresa tem também desenvol-
vido constantes projetos na área da Responsabilidade
Ambiental e poupança energética.

“Os mercados internacionais são


uma prioridade estratégica para a
empresa e onde tem conseguido
crescer de forma sustentada, tendo
a exportação um peso crescente de
ano para ano.”

As marcas Adega de Borba e Montes Claros são os


produtos bandeira da empresa, ambas com uma
gama bastante diversificada, que oferecem produtos
de diferentes segmentos e perfis, para ir ao encontro
das exigências e gosto dos consumidores. O Adega de
Borba DOC é um dos vinhos mais vendidos em Portu-
gal, enquanto o Reserva Rótulo de Cortiça é um vinho
com mais de 50 anos de história e uma das referên-
cias do Alentejo. Montes Claros e Convento da Vila,
bem como a gama Senses (monovarietais) são outras
marcas de sucesso da Adega de Borba.

Refira-se que em 2017 os vinhos da Adega de Borba


somaram mais de 70 medalhas nos mais prestigiados
concursos nacionais e internacionais.

www.adegaborba.pt
66 FACTOS & TENDÊNCIAS Portugalglobal nº114

FACTOS & TENDÊNCIAS


“Autumn 2018 and Central Asia” – road map” - Asian
Economic Forecast” – International Monetary Development Bank,
European Commission, Fund, novembro 2018 outubro 2018
novembro 2018 O crescimento do Cáucaso e Ásia A publicação destaca o desempenho
As previsões económicas de outono Central superou as expectativas em do setor nas Filipinas, as restrições ao
da Comissão Europeia assinalam que a 2017 (4,1 por cento), mas o ritmo desenvolvimento, os planos e estra-
economia da UE está a entrar num pe- está a abrandar, de acordo com o mais tégias do governo, o apoio do Banco
ríodo de menor dinamismo, depois de recente Economic Outlook da região. Asiático de Desenvolvimento (ADB) e
cinco anos de crescimento contínuo. O relatório sublinha a importância de de outros parceiros e, ainda, a estraté-
O elevado grau de incerteza e interde- um crescimento mais robusto a médio gia para o futuro apoio do ADB no se-
pendência externa, bem como alguns prazo, sendo primordial políticas fis- tor de energia. Disponibiliza também
riscos internos, estão a contribuir para cais favoráveis, desenvolvimento do informações básicas do setor para
um cenário mais pessimista. As proje- setor privado e maior resiliência aos operações de investimento e assis-
ções apontam para um crescimento do choques externos. tência técnica. A avaliação é baseada
PIB na Zona Euro de 2,1 por cento em CONSULTAR numa revisão sistemática do setor de
2018, o qual deverá abrandar nos dois energia nas Filipinas e em consultas
anos seguintes (1,9 por cento em 2019 ao governo e a outros parceiros de
e 1,7 por cento em 2020). desenvolvimento do setor.
“Global Innovation CONSULTAR
CONSULTAR
Index 2018”
A edição deste ano do “Global In-

“Doing Business 2019: novation Index” é dedicada ao tema “Algeria - Dairy and
Training for Reform” –
da inovação energética. O estudo Products Annual”
World Bank,
faz uma análise prospetiva da inova- - USDA Foreign
ção energética na próxima década e
outubro 2018 Agricultural Service,
identifica possíveis avanços em termos
outubro de 2018
Segundo o relatório do Banco Mun- de produção, armazenamento, distri-
dial, as reformas económicas imple- buição e consumo de energia. Sin- De acordo com este estudo, nos pri-
mentadas em 128 mercados, entre gapura lidera a lista dos países mais meiros oito meses de 2018, as impor-
junho de 2017 e maio de 2018, trou- inovadores, seguida da Suíça, Suécia, tações argelinas de produtos lácteos
xeram benefícios para as PME, permi- Reino Unido e Finlândia. Este ranking representaram 16,4 por cento das
tindo a criação de novos empregos e abrange um universo de 126 países e importações de alimentos do país. O
estimulando o investimento privado. permite compreender quais as econo- consumo de lácteos da Argélia é o
Os 10 países que mais se destacaram mias e regiões que melhor respondem maior na África do Norte. O leite con-
na implementação de reformas foram aos desafios da inovação. Portugal tinua a ser o segundo alimento mais
o Afeganistão, Djibouti, China, Azer- posiciona-se em 32º, tendo caído um consumido, a seguir aos cereais. De
baijão, Índia, Togo, Quénia, Costa de lugar face ao anterior ranking. acordo com um estudo da Associação
Marfim, Turquia e Ruanda. CONSULTAR
Argelina de Produtores de Bebidas
(APAB), os produtos lácteos represen-
CONSULTAR
tam 8 por cento dos gastos das famí-
lias com alimentos. O leite pasteuriza-
“Philippines - Energy do em saco de plástico de um litro res-
“Regional Economic sector assessment, ponde por 39 por cento do consumo,
Outlook: Caucasus strategy, and o leitelho e leite concentrado por 29
novembro 2018 FACTOS & TENDÊNCIAS 67

por cento, e os restantes 32 por cen- das restrições existentes no acesso à de outubro os resultados do “Estudo
to correspondem a outros derivados, propriedade por parte dos promoto- dos Custos e Taxas relacionadas com a
como iogurtes e sobremesas. res externos nos Emirados Árabes Uni- Importação, Exportação e Trânsito de
CONSULTAR dos. Até à entrada em vigor da nova Mercadorias em Moçambique”. Em
legislação os investidores estrangeiros face dos elevados custos envolvidos
só podiam deter 100 por cento do ca- nos processos de importação (paga-
pital de uma sociedade nas Zonas de mento direitos aduaneiros e outras
“Market Insight Comércio Livre, tendo necessidade de taxas) e da respetiva burocracia alfan-
Factsheet: Chilled recorrer a um sócio local para o exer- degária, o responsável pela área do
Seafood in Multiple cício de várias atividades económicas. Comércio Externo admitiu que as no-
Retail (2018)” - Seafish, CONSULTAR vas taxas (acompanhadas da legisla-
setembro 2018 ção revista na matéria), irão introduzir
uma maior eficiência nas operações
Este documento analisa a evolução
de comércio externo.
recente do retalho do pescado refri-
Índia - Exportação de CONSULTAR
gerado no Reino Unido, as principais
Pera e Maçã - 29 de
tendências, desempenho (KPIs), seg-
mentos e espécies do setor. O pesca-
outubro 2018, DGAV
do refrigerado continua a conquistar De acordo com informação constan- Empresas
a maior fatia do retalho do setor no te no site da DGAV (Direção-Geral de em Portugal - 2017
mercado, com uma ampla gama de Alimentação e Veterinária), os produ-
segmentos e espécies e é o único com tores portugueses poderão dar início De acordo com dados provisórios, pu-
crescimento consistente de 2007 a à exportação de pera e maçã para a blicados pelo INE, das Estatísticas das
2017. No entanto, a queda de con- Índia, numa primeira fase a título ex- Empresas em Portugal, obtidos a par-
fiança dos consumidores e a redução perimental e que passará a ser uma tir do Sistema de Contas Integradas
do poder de compra tem levado à sua realidade após o envio com suces- das Empresas (SCIE), as sociedades
diminuição em 2018. so das oito a 10 primeiras remessas. não financeiras com perfil exportador
Os interessados em exportar pera ou representaram 32,4 por cento do VAB
CONSULTAR
maçã para aquele país deverão con- e 22,8 por cento do pessoal ao serviço
tactar a Direção Regional de Agricul- do total das sociedades não financei-
tura e Pescas territorialmente compe- ras, em 2017, mais 0,8 p.p. e menos
“EAU - President Issues tente (DSAVR/RA). 0,1 p.p. face a 2016, respetivamente.
Decree on Foreign CONSULTAR
CONSULTAR

Direct Investment” –
November 7, GulfNews
De acordo com o GulfNews, e na Moçambique - Estudo Direção de Produto
sequência de uma reforma essen- sobre Custos e Taxas manuela.arteaga@portugalglobal.pt
cial empreendida pelo Governo para de Importação - 9 de
melhorar o ambiente de negócios e
outubro, Ministério
estimular o crescimento económico
do país, foi publicado e já entrou em
da Indústria
vigor o Decreto-Lei n.º 19/2018, que e Comércio (MIC)
regula o novo regime legal de inves- Segundo informação disponibiliza-
timento estrangeiro (FDI Law). A prin- da no site do Ministério da Indústria
cipal novidade consiste na redução e Comércio, foram apresentados a 9
68 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS Portugalglobal nº114

COSEC Políticas de cobertura para mercados


de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices individuais


África do Sul* China* Guiné Equatorial Lituânia
C Aberta sem condições restritivas. C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso, numa base restritiva. C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária (decisão M/L Garantia bancária. M/L Garantia bancária.
casuística). M/L 
Clientes públicos e soberanos:
Colômbia caso a caso, mediante análise das Macau
Angola C Carta de crédito irrevogável. garantias oferecidas, desig- C Aberta sem condições restritivas.
C Caso a caso. M/L Caso a caso, numa base restritiva. nadamente contrapartidas do M/L Não definida.
M/L Garantia soberana. Limite total de petróleo. Clientes privados: caso
Costa do Marfim
responsabilidades. a caso, numa base muito restri-
C Caso a caso, com eventual Malásia
tiva, condicionada a eventuais
Arábia Saudita exigência de garantia bancária ou C Aberta sem condições restritivas.
contrapartidas (garantia de banco
C Carta de crédito irrevogável garantia soberana. Extensão do prazo M/L Não definida.
comercial aceite pela COSEC ou
(decisão casuística). constitutivo de sinistro para 12 meses.
contrapartidas do petróleo).
M/L Exigência de garantia bancária
M/L Caso a caso. Malawi
ou garantia soberana. Extensão do
Hong-Kong
C Caso a caso, numa base restritiva.
prazo constitutivo de sinistro de 3
Argélia M/L Clientes públicos: fora de co-
para 12 meses. C Aberta sem condições restritivas.
C Sector público: aberta sem res- bertura, excepto para operações
M/L Não definida.
trições. Sector privado: eventual de interesse nacional. Clientes
exigência de carta de crédito Costa Rica privados: análise casuística, numa
irrevogável. C Aberta sem condições restritivas. Iémen
base muito restritiva.
M/L Não definida. C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Em princípio. exigência de garan-
M/L Caso a caso, numa base muito
tia bancária ou garantia soberana. Marrocos*
restritiva.
Cuba C Aberta sem condições restritivas.
Argentina C Limite total por operação (1M€)
Índia
M/L Garantia bancária ou garantia
T Caso a caso.
enquadrável na Linha de Seguro soberana.
de Créditos de Curto Prazo. Limite
C Aberta sem condições restritivas.
Barein M/L Garantia bancária.
total de responsabilidades (10M€).
C Aberta sem condições restritivas. Martinica
M/L Fora de cobertura.
M/L Garantia bancária. Indonésia
C Aberta sem condições restritivas.
C Caso a caso, com eventual
M/L Não definida.
Benim Egipto
exigência de carta de crédito irre-
C Caso a caso, numa base muito C Carta de crédito irrevogável.
vogável ou garantia bancária. México*
restritiva. M/L Caso a caso.
C Aberta sem restrições.
M/L  aso a caso, numa base muito
C
M/L  aso a caso, com eventual exi-
C M/L E m princípio aberta sem restrições.
Emirados Árabes Unidos gência de garantia bancária ou A eventual exigência de garantia
restritiva, e com exigência de
garantia soberana ou bancária. C Aberta sem condições restritivas. garantia soberana. bancária, para clientes privados,
M/L Garantia bancária (decisão será decidida casuisticamente.
Brasil* casuística). Irão
C Aberta sem condições restritivas. Sanções em vigor.
Moçambique
Para mais informações, contactar a
M/L  lientes soberanos: Aberta sem
C Etiópia C C
 aso a caso, numa base restritiva
COSEC.
condições restritivas. Outros Clien- C Carta de crédito irrevogável. (eventualmente com a exigência de
tes públicos e privados: Aberta, caso M/L Caso a caso numa base muito carta de crédito irrevogável, garan-
a caso, com eventual exigência de restritiva. Iraque
tia bancária emitida por um banco
garantia soberana ou bancária. T Fora de cobertura.
aceite pela COSEC e aumento do
Filipinas prazo constitutivo de sinistro).
Cabo Verde Jordânia
C Aberta sem condições restritivas.
C Aberta sem condições restritivas. C Caso a caso.
M/L Não definida.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
M/L Aumento do prazo constitutivo
M/L  ventual exigência de garantia
E de sinistro. Sector privado: caso a
bancária ou de garantia soberana Gana caso numa base muito restritiva.
(decisão casuística). Koweit
C Caso a caso numa base muito Operações relativas a projectos
C Aberta sem condições restritivas.
restritiva. geradores de divisas e/ou que
Camarões M/L Garantia bancária (decisão
admitam a afectação prioritária
T Caso a caso, numa base muito casuística).
M/L Fora de cobertura. de receitas ao pagamento dos
restritiva.
créditos garantidos, terão uma
Líbano ponderação positiva na análise do
Cazaquistão Geórgia C Clientes públicos: caso a caso
risco; sector público: caso a caso
Temporariamente fora de cobertura. C Caso a caso numa base restritiva,
numa base muito restritiva. numa base muito restritiva.
privilegiando-se operações de Clientes privados: carta de crédito
Chile pequeno montante. irrevogável ou garantia bancária.
C Aberta sem condições restritivas. Montenegro
M/L  aso a caso, numa base muito
C C Caso a caso, numa base restritiva.
M/L  lientes públicos: Aberta sem
C
M/L  lientes públicos: fora de cober-
C
restritiva e com a exigência de tura. Clientes privados: caso a privilegiando-se operações de
condições restritivas. pequeno montante.
contra garantias. caso numa base muito restritiva.
Clientes privados: Em princípio,
aberta sem condições restritivas. M/L Caso a caso, com exigência de ga-
Eventual exigência de garantia Guiné-Bissau Líbia rantia soberana ou bancária, para
bancária numa base casuística. T Fora de cobertura. T Fora de cobertura. operações de pequeno montante.
novembro 2018 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS 69

No âmbito de apólices globais


Nigéria Senegal Na apólice individual está em causa a cobertura de uma
C Caso a caso, numa base restritiva C Em princípio. exigência de
(designadamente em termos de garantia bancária emitida por única transação para um determinado mercado, enquanto
alargamento do prazo consti- um banco aceite pela COSEC e a apólice global cobre todas as transações em todos os
tutivo de sinistro e exigência de eventual alargamento do prazo países para onde o empresário exporta os seus produtos
garantia bancária). constitutivo de sinistro.
ou serviços.
M/L E ventual alargamento do prazo
M/L  aso a caso, numa base muito
C
constitutivo de sinistro. Setor
restritiva, condicionado a eventuais
garantias (bancárias ou contraparti-
público: caso a caso, com exigên- As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem
das do petróleo) e ao alargamento
cia de garantia de pagamento e bens de consumo e intermédio, cujas transações envolvem
transferência emitida pela Auto-
do prazo contitutivo de sinistro.
ridade Monetária (BCEAO); setor créditos de curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo
privado: exigência de garantia um ano, e que se repetem com alguma frequência.
Oman bancária ou garantia emitida pela
C Aberta sem condições restritivas. Autoridade Monetária (preferência
M/L Garantia bancária (decisão ca- a projetos que permitam a aloca- Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices.
-suística). ção prioritária dos cash-flows ao a política de cobertura é casuística e, em geral, mais
reembolso do crédito).
flexível do que a indicada para as transações no âmbito
Panamá
C Aberta sem condições restritivas.
Singapura das apólices individuais. Encontram-se também fora de
M/L Não definida.
C Aberta sem condições restritivas.
cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque e S. Tomé e Príncipe.
M/L Não definida.

Paquistão Suazilândia
Temporariamente fora de cobertura. C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia

Paraguai soberana.
Uruguai Advertência:
C Carta de crédito irrevogável.
Tailândia C  arta de crédito irrevogável
C
M/L Caso a caso, numa base restritiva. A lista e as políticas de cobertura são
C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). indicativas e podem ser alteradas
(decisão casuística). sempre que se justifique. Os países
Peru
M/L Não definida.
M/L Não definida. que constam da lista são os mais
C Aberta sem condições restritivas. Venezuela representativos em termos de consultas
M/L Clientes soberanos: aberta sem Taiwan e responsabilidades assumidas. Todas
C  lientes públicos: aberta caso
C
condições restritivas. Clientes C Aberta sem condições restritivas. as operações são objeto de análise e
a caso com eventual exigência
públicos e privados: aberta, caso M/L Não definida. decisão específicas.
de garantia de transferência ou
a caso, com eventual exigência de
soberana. Clientes privados: aberta
garantia soberana ou bancária. Tanzânia
caso a caso com eventual exigência
T Caso a caso, numa base muito Legenda:
Qatar de carta de crédito irrevogável e/ou
restritiva. C Curto Prazo
C Aberta sem condições restritivas. garantia de transferência.
M/L Garantia bancária (decisão Tunísia* M/L  berta caso a caso com exigência
A M/L Médio / Longo Prazo
casuística). C Aberta sem condições restritivas. de garantia soberana. T Todos os Prazos
M/L Garantia bancária.
Zâmbia
Quénia
Turquia C  aso a caso, numa base muito
C
C Carta de crédito irrevogável. * Mercado prioritário.
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva. restritiva.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana. M/L Fora de cobertura.
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual Ucrânia Zimbabwe
exigência de carta de crédito irrevo- C Clientes públicos: eventual C  aso a caso, numa base muito
C
gável ou garantia bancária emitida exigência de garantia soberana. restritiva.
por um banco aceite pela COSEC. Clientes privados: eventual M/L Fora de cobertura.
exigência de carta de crédito
M/L  berta caso a caso com exigência
A irrevogável.
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Ban- M/L  lientes públicos: eventual
C COSEC
co Central) ou garantia bancária. exigência de garantia soberana. Companhia de Seguro
Clientes privados: eventual de Créditos. S. A.
exigência de garantia bancária. Direcção Internacional
Rússia
Para todas as operações, o prazo
Sanções em vigor. constitutivo de sinistro é definido Avenida da Liberdade, 249 5º Piso
Para mais informações, contactar a caso a caso. 1250-143 Lisboa
COSEC. Tel.: +351 217 913 832
Uganda
Fax: +351 217 913 839
C Caso a caso, numa base muito
S. Tomé e Príncipe internacional@cosec.pt
restritiva.
C  nálise caso a caso, numa base
A www.cosec.pt
muito restritiva. M/L Fora de cobertura.
70 TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES Portugalglobal nº114

COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas- pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
sificativa de Países com a graduação dos mercados em função e o grupo 7 à maior.
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres- prémio aplicáveis.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Singapura * Arábia Saudita Bahamas África do Sul • Azerbaijão Albânia Afeganistão Libéria
Taiwan Botswana Barbados Argélia Bangladesh Angola Ant. e Barbuda Líbia
Brunei Bulgária Aruba Bolívia Argentina Belize Madagáscar
China • Costa Rica Barein Brasil • Arménia Bósnia e Herze- Malawi
EAUa Dep/ter Austr.b Colômbia Curaçau Benim govina Mali
Gibraltar Dep/ter Din.c Croácia El Salvador Bielorussia Burkina Faso Mauritânia
Hong-Kong Dep/ter Esp.d Dominicana. Rep. Fidji Butão Burundi Moçambique
Koweit Dep/ter EUAe Guatemala Honduras Cabo Verde Cent. Af. Rep. Moldávia
Macau Dep/ter Fra.f Namíbia Jordânia Camarões Chade Montenegro
Malásia Dep/ter N. Z.g Oman Macedónia Camboja Cisjordânia / Gaza Nicarágua
Dep/ter RUh Rússia Paraguai Cazaquistão • Congo Níger
Filipinas S. Vic. e Gren. Comores Congo. Rep. Dem. Paquistão •
Ilhas Marshall Santa Lúcia C. do Marfim Coreia do Norte Quirguistão
Índia Senegal Dominica Cuba S. Crist. e Nevis
Indonésia Sérvia Egipto Djibuti S. Tomé e Príncipe
Marrocos • Tunísia • Equador Eritreia Salomão
Maurícias Turquia Gabão Etiópia Serra Leoa
México • Vietname Gana Gâmbia Síria
Micronésia Geórgia Grenada Somália
Palau Guiana Guiné Equatorial Sudão
Panamá Irão Guiné. Rep. da Sudão do Sul
Peru Jamaica Guiné-Bissau • Tadjiquistão
Qatar Kiribati Haiti Tonga
Roménia Lesoto Iemen Ucrânia
Tailândia Maldivas Iraque • Venezuela
Trind. e Tobago Mongólia Kosovo Zimbabué
Myanmar
Uruguai Laos
Nigéria
Líbano
Nauru
Nepal
Papua–Nova Guiné
Quénia
Ruanda
Samoa Oc.
Seicheles
Sri Lanka
Suazilândia
Suriname
Tanzânia
Timor-Leste
Togo
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Zâmbia

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.


* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.
• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura

NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma f) G
 uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
b) Ilhas Norfolk Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
c) Ilhas Faroe e Gronelândia g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
d) Ceuta e Melilha h) A nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta. Hel-
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico ena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
novembro 2018 ESTATÍSTICAS 71

INDICADORES MACROECONÓMICOS,
INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO

INDICADORES MACROECONÓMICOS E INVESTIMENTO DIRETO


2018
PRODUTO INTERNO BRUTO 2013 2014 2015 2016 2017
1º Sem.
PIB (tvh %, real) -1,1% 0,9% 1,8% 1,9% 2,8% 2,3%
Exportações de Bens e Serviços (% do PIB, preços correntes) 39,5% 40,1% 40,4% 40,0% 42,7% 44,0%

2017 2018 1ºS 2018 (P)


PREVISÕES MACROECONÓMICAS
INE 09/18 INE 09/18 FMI 09/18 OCDE 05/18 CE 11/18 BP 10/18 MF 10/18
PIB 2,8% 2,3% 2,3% 2,2% 2,2% 2,3% 2,3%
Consumo Privado 2,3% 2,5% 1,9% 1,9% 2,3% 2,4% 2,3%
Consumo Público 0,2% 0,8% 1,9% 0,9% 0,9% 0,7% 1,0%
Formação Bruta de Capital Fixo 9,2% 4,0% 7,6% 5,9% 4,4% 3,9% 5,2%
Exportações de Bens e Serviços 7,8% 6,0% 6,2% 5,8% 5,5% 5,0% 6,6%
Importações de Bens e Serviços 8,1% 6,4% 6,8% 6,4% 6,0% 5,1% 6,9%
Unidade: tvh % (em volume)

Balança Corrente (% PIB) 0,5% -2,4% 0,2% -0,3% 0,0% 1,4% 0,0%
Taxa de Desemprego (%) 8,9% 6,8% 7,3% 7,5% 7,1% 7,0% 6,9%
Taxa de Inflação (%) 1,6% 2,0% 1,7% 1,1% 1,5% 1,4% 1,3%
Dívida Pública (% PIB) 124,8% 125,6% 120,8% 123,1% 121,5% n.d. 121,2%
Saldo Sector Público (% PIB) -3,0% -1,9% -0,7% -0,7% -0,9% n.d. -0,7%
Fontes: BP - Banco de Portugal CE - Comissão Europeia FMI - Fundo Monetário Internacional INE - Instituto Nacional de Estatística
MF - Ministério das Finanças OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
Siglas: M€ - Milhões de euros n,d, - não disponível P - Previsão da Comissão Europeia (Ameco) PPC - Paridade de Poder de Compra

ID DE PORTUGAL COM O EXTERIOR 2013 2014 2015 2016 2017


2017 2018
vh M€ 18/17
(FLUXOS) jan/Jun jan/Jun
ID de Portugal no Exterior (IDPE) -908 -391 5.025 2.455 -2.137 317 59 -257
ID do Exterior em Portugal (IDE) 2.035 2.260 6.245 5.704 6.164 5.224 2.576 -2.648
Saldo -2.943 -2.652 -1.220 -3.249 -8.301 -4.907 -2.517 2.391

IDPE IDE
ID POR SETOR DE ATIVIDADE
2017 jan/jun 2018 jan/jun vh M€ 18/17 2017 jan/jun 2018 jan/jun vh M€ 18/17
Indústrias transformadoras 48 98 49 -295 -139 156
Eletricidade, gás e água -365 225 590 -156 -24 132
Construção -118 -147 -30 256 247 -9
Serviços 745 -108 -852 4.597 1.486 -3.111
Outros setores de atividade 7 -8 -15 822 1.006 184

2017 2018 2017 2018


IDPE POR PAÍS DE DESTINO jan/jun jan/jun
vh M€ 18/17 IDPE POR PAÍS DE ORIGEM jan/jun jan/jun
vh M€ 18/17

Países Baixos -59 377 436 Luxemburgo 1.717 939 -778


Luxemburgo -277 200 477 Reino Unido 349 515 166
Polónia -12 88 100 Países Baixos 369 414 46
Espanha 271 59 -212 China 293 277 -16
Itália 44 31 -13 Bélgica 68 245 177

União Europeia 28 81 606 526 União Europeia 2.469 1.487 -983


Extra UE28 236 -547 -783 Extra UE 2.755 1.090 -1.665

ID DE PORTUGAL COM O EXTERIOR 2013 dez 2014 dez 2015 dez 2016 dez 2017 dez 2017 jun 2018 jun
vh M€ 18/17
(STOCK) jun/jun
ID de Portugal no Exterior (IDPE) 44.044 45.142 52.434 53.103 50.843 53.936 48.434 -5.502
ID do Exterior em Portugal (IDE) 90.690 99.024 108.454 110.633 119.768 117.579 119.002 1.423
Saldo -46.646 -53.881 -56.021 -57.530 -68.925 -63.644 -70.568 -6.924

Unidade: Milhões de euros (M€) Fonte: Banco de Portugal


72 ESTATÍSTICAS Portugalglobal nº114

COMÉRCIO INTERNACIONAL DE BENS


2017 tvh % 17/16 tvh % 18/17 tvc % 18/18
BENS (Exportação) jan/dez jan/dez
2017 jan/set 2018 jan/set tvh % 18/17
set/set set/ago
Exportações bens 55.029 10,0% 40.895 43.617 6,7% 1,7% 16,9%
Exportações bens UE 40.757 8,4% 30.315 33.161 9,4% 4,5% 29,2%
Exportações bens Extra UE 14.272 14,6% 10.580 10.457 -1,2% -7,1% -12,2%
Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE 74,1% -- 74,1% 76,0% -- -- --


Exportações bens Extra UE 25,9% -- 25,9% 24,0% -- -- --
Unidade: Milhões de euros

Exp. Bens - Clientes 2018 (jan/set) % Total tvh % 18/17 Exp. Bens - Var. Valor (18/17) M€ Cont. p. p.

Espanha 25,3% 6,5% Espanha 676 1,7


França 12,7% 9,1% França 465 1,1
Alemanha 11,7% 8,8% Alemanha 412 1,0
Reino Unido 6,2% -0,9% Itália 384 0,9
EUA 5,2% 5,2% Áustria 174 0,4
Itália 4,1% 27,0% EUA 111 0,3
Países Baixos 3,9% 3,0% Angola -199 -0,5

Exp. Bens - Produtos 2018 (jan/set) % Total tvh 17/16 Exp. Bens - Var. Valor (18/17) M€ Cont. p.p.

Máquinas e aparelhos 14,2% -1,4% Veículos, out. mat. transporte 1.515 3,7
Veículos e outro material de transporte 14,2% 32,2% Metais comuns 288 0,7
Metais e comuns 8,0% 9,0% Combustíveis minerais 255 0,6
Combustíveis minerais 7,5% 8,5% Ótica e precisão 202 0,5
Plásticos e borracha 7,4% 2,5% Agrícolas 165 0,4

2017 tvh % 17/16 tvh % 18/17 tvc % 18/18


BENS (Importação) 2017 jan/set 2018 jan/set tvh % 18/17
set/set set/ago
jan/dez jan/dez
Importações bens 69.489 13,1% 51.413 55.441 7,8% 0,5% 2,7%
Importações bens UE 53.110 11,1% 39.102 41.665 6,6% -2,0% 11,2%
Importações bens Extra UE 16.379 20,4% 12.311 13.776 11,9% 9,4% -17,3%
Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 76,4% -- 76,1% 75,2% -- -- --


Importações bens Extra UE 23,6% -- 23,9% 24,8% -- -- --
Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2018 (jan/set) % Total tvh 17/16 Imp. Bens - Var. Valor (18/17) M€ Cont. p. p.

Espanha 31,2% 4,8% Espanha 798 1,6


Alemanha 13,7% 9,0% Alemanha 631 1,2
França 7,5% 9,5% Angola 514 1,0
Itália 5,3% 5,5% França 361 0,7
Países Baixos 5,2% 5,2% Cazaquistão 355 0,7
China 3,1% 11,9% Rússia -270 -0,5
Bélgica 2,8% 10,9% Singapura -306 -0,6

Imp. Bens - Produtos 2018 (jan/set) % Total tvh 17/16 Imp. Bens - Var. Valor (18/17) M€ Cont. p. p.

Máquinas e aparelhos 17,3% 9,9% Combustíveis minerais 950 1,8


Veículos e outro material de transporte 13,5% 6,5% Máquinas e aparelhos 858 1,7
Combustíveis minerais 12,4% 16,0% Veículos, out. mat. transporte 455 0,9
Agrícolas 10,5% 4,7% Químicos 446 0,9
Químicos 10,1% 8,7% Metais comuns 433 0,8

Unidade: Milhões de euros (M€) Fonte: INE


novembro 2018 ESTATÍSTICAS 73

COMÉRCIO INTERNACIONAL DE SERVIÇOS


2017 tvh % 17/16 2017 2018 tvh % 18/17 tvc % 18/18
SERVIÇOS (Exportação) jan/dez jan/dez jan/ago jan/ago
tvh % 18/17
ago/ago ago/jul
Exportações bens 30.270 13,3% 19.752 21.119 6,9% 3,5% 1,2%
Exportações bens UE 21.581 12,4% 14.099 15.424 9,4% 7,7% 7,7%
Exportações bens Extra UE 8.689 15,5% 5.653 5.696 0,7% -8,4% -15,6%
Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE 71,3% -- 71,4% 73,0% -- -- --


Exportações bens Extra UE 28,7% -- 28,6% 27,0% -- -- --
Unidade: Milhões de euros

Exp. Serviços - Clientes 2018 (jan/ago) % Total tvh 18/17 Exp. Serviços - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.

França 15,9% 8,4% Reino Unido 359 1,8


Reino Unido 15,3% 12,5% França 259 1,3
Espanha 12,7% 4,6% Alemanha 240 1,2
Alemanha 9,8% 13,0% Brasil 141 0,7
EUA 6,3% 7,1% Espanha 117 0,6
Brasil 4,8% 16,3% EUA 88 0,4
Países Baixos 3,9% 3,5% Angola -132 -0,7

Exp. Serviços - Tipo 2018 (jan/ago) % Total tvh 18/17 Exp. Bens - Var. Valor (17/16) M€ Cont. p.p.

Viagens e turismo 52,6% 12,2% Viagens e turismo 1.207 6,1


Transportes 21,6% 6,4% Transportes 275 1,4
Outros serviços fornecidos por empresas 13,4% 0,4% Telecom., informação e informática 68 0,3
Telecomunicações, informação e informática 4,8% 7,1% Construção -69 -0,3
Manutenção e reparação 2,0% 8,4% Transf. recursos nat. de terceiros -128 -0,7

2017 tvh % 17/16 2017 2018 tvh % 18/17 tvc % 18/18


SERVIÇOS (Importação) jan/dez jan/dez jan/ago jan/ago
tvh % 18/17
ago/ago ago/jul
Importações bens 14.651 10,5% 9.710 10.225 5,3% 9,7% -0,4%
Importações bens UE 9.697 8,3% 6.459 6.928 7,3% 13,5% 0,5%
Importações bens Extra UE 4.954 15,0% 3.251 3.297 1,4% 2,8% -2,2%
Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 66,2% -- 66,5% 67,8% -- -- --


Importações bens Extra UE 33,8% -- 33,5% 32,2% -- -- --
Unidade: % do total

Imp. Serviços - Fornecedores 2018 (jan/ago) % Total tvh 18/17 Imp. Serviços - Var. Valor (17/16) M€ Cont. p. p.

Espanha 20,4% 9,6% Espanha 182 1,9


Reino Unido 10,0% 1,1% Alemanha 78 0,8
França 9,2% 8,3% França 72 0,7
Alemanha 8,4% 10,0% EUA 53 0,5
EUA 7,2% 7,7% Itália 41 0,4
Países Baixos 3,5% -0,7% Suíça -67 -0,7
Bélgica 3,3% 7,0% Brasil -83 -0,9

Imp. Serviços - Tipo 2018 (jan/ago) % Total tvh 18/17 Imp. Serviços - Var. Valor (17/16) M€ Cont. p. p.

Viagens e turismo 30,7% 8,1% Viagens e turismo 236 2,4


Transportes 24,8% 8,4% Transportes 196 2,0
Outros serviços fornecidos por empresas 21,7% 4,7% Outros serv. Forn. por empresas 101 1,0
Telecomunicações, informação e informática 6,2% -5,1% Direitos de Utilização -33 -0,3
Direitos de utilização 4,7% -6,4% Telecom., informação e informática -34 -0,3

Unidade: Milhões de euros (M€) Fonte: Banco de Portugal


Miguel Crespo
ALEMANHA
miguel.crespo@portugalglobal.pt

Miguel Porfírio
HOLANDA
aicep.thehague@portugalglobal.pt

Maria Manuel Branco


BÉLGICA
maria.manuel.branco@portugalglobal.pt

Inês Pacheco
FDI SCOUT EUROPA

REDE
ines.pacheco@portugalglobal.pt

Pedro Sousa
FDI SCOUT EUROPA
pedro.sousa@portugalglobal.pt

EXTERNA
Rui Almas
FRANÇA
aicep.paris@portugalglobal.pt

Noruega
Manuel Couto Miranda Rui Boavista Marques
EUA REINO UNIDO
aicep.newyork@portugalglobal.pt aicep.london@portugalglobal.pt
Haia
Raul Travado Irlanda
CANADÁ Manuel Martinez Bruxelas
Londres
aicep.toronto@portugalglobal.pt ESPANHA
aicep.barcelona@portugalglobal.pt
Paris Berna
Olga Benquerença Milão
FDI SCOUT EUA E CANADÁ Luís Moura
olga.benquerenca@portugalglobal.pt Toronto ESPANHA Barcelona
Nova Iorque aicep.madrid@portugalglobal.pt

EUA Madrid
S. Francisco Argel
aicep.s.francisco@portugalglobal.pt Tun
Rabat

João Renano Henriques Jorge Salvador


CUBA CABO VERDE Praia
joao.henriques@portugalglobal.pt aicep.praia@portugalglobal.pt

Álvaro Cunha Havana Rui Cordovil


MÉXICO MARROCOS
aicep.mexico@portugalglobal.pt Cidade do México aicep.rabat@portugalglobal.pt

Francisco Costa ARGÉLIA Senegal


VENEZUELA Caracas aicep.argel@portugalglobal.pt Bissau
francisco.s.costa@portugalglobal.pt
Panamá
Bogotá Tiago Bastos
António Aroso
GUINÉ BISSAU
COLÔMBIA
antonio.aroso@portugalglobal.pt
aicep.bissau@portugalglobal.pt Guiné Equatorial
Equador São Tomé

Fernando Carvalho SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE


BRASIL aicep.saotome@portugalglobal.pt
aicep.s.paulo@portugalglobal.pt

Peru José Junqueiro


ANGOLA
aicep.luanda@portugalglobal.pt

Rio de Janeiro
São Paulo

Sérgio Espadas
Luís Sequeira Santiago do Chile ÁFRICA DO SUL
CHILE aicep.pretoria@portugalglobal.pt
luis.sequeira@portugalglobal.pt Uruguai
Buenos Aires
Ana Rosas
Rui Pereira MOÇAMBIQUE
ARGENTINA aicep.maputo@portugalglobal.pt
rui.pereira@portugalglobal.pt
Carlos Moura
SUÉCIA
aicep.stockholm@portugalglobal.pt

Joaquim Pimpão
HUNGRIA
aicep.budapest@portugalglobal.pt

Pedro Macedo Leão


POLÓNIA
pedro.leao@portugalglobal.pt

Maria José Rézio


RÚSSIA
aicep.moscow@portugalglobal.pt

Luísa Lino
SUIÇA ÍNDIA
aicep.bern@portugalglobal.pt luisa.lino@portugalglobal.pt
Finlândia

Estocolmo João Falardo


CHINA
Moscovo joao.falardo@portugalglobal.pt
Dinamarca
Varsóvia
Berlim Patrícia Conceição
FDI SCOUT CHINA
República Checa
patricia.conceicao@portugalglobal.pt
Eslováquia
Budapeste
Áustria Miguel Garcia
Roménia FDI SCOUT JAPÃO E COREIA DO SUL
Azerbaijão Celeste Mota miguel.garcia@portugalglobal.pt
Ancara TURQUIA Pequim
aicep.ankara@portugalglobal.pt
Teerão Seul José Joaquim Fernandes
nes Atenas
Tóquio JAPÃO
aicep.tokyo@portugalglobal.pt
Líbia
Xangai
Kuwait
Joana Neves
Doha Nova Deli COREIA DO SUL
Riade joana.neves@portugalglobal.pt
Macau Hong Kong
Abu Vietname
Eduardo Souto Moura
Dhabi
ITÁLIA Myanmar Laos Mário Quina
aicep.milan@portugalglobal.pt CHINA
mario.quina@portugalglobal.pt
Banguecoque
TUNISIA Nuno Várzea
Cambodja Maria João Bonifácio
aicep.tunis@portugalglobal.pt IRÃO
nuno.varzea@portugalglobal.pt CHINA
Kuala Lumpur aicep.macau@portugalglobal.pt

ARÁBIA SAUDITA
Laurent Armaos
aicep.riyadh@portugalglobal.pt
GRÉCIA Pedro Aires de Abreu
aicep.athens@portugalglobal.pt Singapura TAILÂNDIA
pedro.airesdeabreu@portugalglobal.pt
Nuno Lima Leite
EAU QATAR Jacarta
aicep.abudhabi@portugalglobal.pt TIMOR-LESTE
Dili aicep.dili@portugalglobal.pt
Luanda

Mariana Oom
INDONÉSIA
aicep.jacarta@portugalglobal.pt

Namíbia
Pretória Carlos Pacheco
Botswana AUSTRÁLIA
Maputo Maria João Liew carlos.pacheco@portugalglobal.pt
MALÁSIA
aicep.kuala_lumpur@portugalglobal.pt
Sydney

AO SERVIÇO
DAS EMPRESAS
76 BOOKMARKS Portugalglobal nº114

Compro Bitcoin – O Guia Prático


Para Explorar Novos Investimentos
A bitcoin e as criptomoedas, mas der o funcionamento da bitcoin e
também os mecanismos de anga- da blockchain, enumerar as suas
riação de fundos propostos pelas controvérsias e saber quais são as
Initial Coin Offerins (ICO), consis- primeiras aplicações concretas.
tem em inúmeros investimentos Esta obra apresenta assim os con-
novos, com um potencial único. selhos necessários para investir nas
Nos últimos anos, o percurso da melhores condições, respondendo
bitcoin não tem parado de evo- às seguintes questões:
luir. Assistimos à emergência de • Como funcionam a bitcoin e as
uma nova tecnologia que está criptomoedas?
prestes a mudar, profundamente,
• Qual o seu real potencial?
a nossa economia.
•
Como comprar e armazenar
A bitcoin pode melhorar a rentabi-
criptomoedas em segurança?
lidade das nossas poupanças, mas
Autor: P
 hilippe Herlin também vai alterar o nosso uni- • Qual a fiscalidade existente?
Editora: Dom Quixote
verso profissional e a forma como Doutorado em Economia no Con-
Ano: 2018
fazemos negócios. servatoire National des Arts et Mé-
Nº de páginas: 152 pp.
Preço: 16,60€ Desta forma, para conseguir apro- tiers, Philippe Herlin é um econo-
veitá-la, é fundamental compreen- mista, cronista e autor francês.

Pôr em Prática o RGPD


A era digital e a privacidade pa- as respostas às mais prementes
recem paradoxas. Na verdade, a questões sobre como atingir a
era digital potencia a transmis- conformidade: com método, com
são de informação em tempo as pessoas certas nos lugares cer-
real para os quatro cantos do tos, com o empenho de quem di-
mundo, enquanto a privacidade, rige e a formação de quem nelas
de acordo com o novo RGPD, trabalha e, sempre, com aconse-
está em risco. As novas tecno- lhamento legal.
logias permitem inovar na forma Dirigido ao público em geral e a
de tratar dados, mas é impor- profissionais de dados, complian-
tante atentar nas repercussões ce e tecnologia em particular, o
para os indivíduos e para as em- livro dá a conhecer novos direitos
presas, que se deparam desde e deveres, explorando exemplos
25 de maio de 2018 com um concretos com a intenção de con-
Coordenação: L uís Antunes novo paradigma na sociedade. tribuir para o entendimento pro-
Editora: FCA
Na obra “Pôr em Prática o fundo deste tema, bem como a
Ano: 2018
RGPD”, tudo isto é explicado por- sua aplicabilidade.
Nº de páginas: 176 pp.
Preço: 16,65€
menorizadamente aos cidadãos, Licenciado em Engenharia Ele-
desde as definições e direitos dos trotécnica e com um MBA, Luís
titulares dos dados pessoais, até Antunes é Associate Partner de
aos limites e deveres, recorrendo uma consultora especializada
a exemplos concretos. em privacidade e proteção de
As PME encontram neste livro dados pessoais.
AICEP
INFORMAÇÃO ESPECIALIZADA ONLINE

Portugalnews
Promova a sua empresa junto de 20 mil destinatários em Portugal
e nos mercados externos.

NewsRoom
Para uma divulgação em mercados internacionais, conta com a
newsletter semanal em língua inglesa e/ou francesa.

Fique a par da actividade da Agência no país e no exterior, conheça


os casos de sucesso de empresas portuguesas e os artigos de
especialidade económica.

Esteja sempre informado com o clipping diário da imprensa


nacional e estrangeira.

Subscreva as nossas newsletters.


Registe-se!
QUER CHEGAR A MAIS
CLIENTES INTERNACIONAIS?
Inscreva-se no Buy from Portugal
Catálogo de Fornecedores Portugueses
e a AICEP promove a sua empresa
junto de Compradores, Importadores
e Distribuidores Estrangeiros.

Inscreva-se em
buyfromportugal.com

Você também pode gostar