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Portugalglobal
METALURGIA
E METALOMECÂNICA
NÚMERO UM
DAS EXPORTAÇÕES
ENTREVISTA // A
NÍBAL JOSÉ DA COSTA CAMPOS
PRESIDENTE DA AIMMAP
MERCADOS // BÉLGICA
EMPRESAS // ADEGA DE BORBA
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sumário
Portugalglobal nº114
novembro 2018
6
Destaque [6]
Qualidade, inovação e fiabilidade caracterizam a indústria da
Metalurgia e Metalomecânica, o maior setor exportador de
Portugal com presença em mais de 200 mercados.
Entrevista [22]
Aníbal José da Costa Campos, presidente da AIMMAP -
Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e 22
Afins de Portugal.
Mercados [28]
A Bélgica é um dos principais parceiros económicos de
Portugal, esperando-se que este relacionamento de longa
data seja reforçado em consequência da recente visita que os
Reis dos belgas realizaram ao nosso país.
Os testemunhos da Casais, do Infarmed, da IrRADIARE, da Noesis
e da PortugalFoods, com presença na Bélgica, e dos investidores
belgas em Portugal Ageas, Monliz, Schréder e Solvay. 28
Empresas [62]
Adega de Borba.
Bookmarks [76]
4 EDITORIAL Portugalglobal nº114
As opiniões expressas nos artigos publicados são da responsabilidade dos seus autores A aceitação de publicidade pela revista Portugalglobal não implica qualquer
e não necessariamente da revista Portugalglobal ou da aicep Portugal Global. compromisso por parte desta com os produtos/serviços visados.
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6 DESTAQUE Portugalglobal nº114
METALURGIA E
METALOMECÂNICA
A INDÚSTRIA MAIS EXPORTADORA
EM PORTUGAL
Com um volume de negócios de cânica exporta para 202 mercados. tais de base. Em relação aos principais
22.083 milhões de euros em 2016, va- Este número tem crescido nos últimos mercados de importação, podemos
lor que tem crescido nos últimos anos, anos, já que, em 2013, a indústria ex- indicar os seguintes: Espanha, Alema-
a indústria nacional da metalurgia e portava apenas para 197 mercados. nha, França e Itália.
da metalomecânica é constituída por Os principais mercados de exportação
diferentes grupos de produtos, mais desta indústria situam-se na União Eu- Além de ser o setor mais exportador
especificamente os metais de base; os ropeia: Espanha, Alemanha, França, da economia nacional, a metalurgia
produtos metálicos e transformados, Reino Unido e Itália. e metalomecânica entrou também no
exceto máquinas e equipamentos; os radar do investimento estrangeiro. Só
equipamentos elétricos; as máquinas Apesar de o mercado europeu con- nos últimos dois anos, mais de duas
e equipamentos; os veículos automó- tinuar a ser o principal cliente desta dezenas de empresas internacionais
veis, reboques, semirreboques e com- indústria, as empresas portuguesas instalaram-se em Portugal, especial-
ponentes para veículos automóveis; e estão cada vez mais ativas e a traba- mente nos distritos de Viana do Cas-
outros equipamentos de transporte. lhar na diversificação dos seus mer- telo, Porto e Aveiro. Provenientes de
todos os cantos do mundo, desde
Esta indústria é composta por cerca de a Galiza até à Índia, estas empresas
14.891 empresas e 171.646 colabora- "Só nos últimos dois são especializadas em diferentes seg-
dores. Desde 2012 que o número de anos, mais de duas mentos de produtos, como o fabrico
trabalhadores tem crescido conside- dezenas de empresas de peças para automóveis ou sanitá-
ravelmente, uma vez que, nesse ano, internacionais rios em inox.
eram apenas 159.003 colaboradores.
instalaram-se
Relativamente aos recursos humanos,
em Portugal,
Em 2017, as exportações totais desta este setor necessita de milhares de
indústria foram de 16,4 mil milhões
especialmente nos trabalhadores qualificados, sendo que
de euros, sendo a indústria portu- distritos de Viana deve ser realizada uma maior aposta
guesa mais exportadora. A maioria do Castelo, Porto e na formação, com o objetivo de col-
das exportações diz respeito aos veí- Aveiro." matar esta lacuna.
culos automóveis, reboques, semirre-
boques e componentes para veículos O bom desempenho e a evolução po-
automóveis, seguidos dos produtos cados de exportação, com o intuito sitiva do volume de negócios e das
metálicos e transformados, equipa- de abrir novas portas. Assim, fora da exportações da indústria metalúrgica
mentos elétricos e máquinas e equi- União Europeia, exportam essencial- e metalomecânica deve-se essencial-
pamentos. Assim, os produtos menos mente para Angola e para os Estados mente aos esforços de promoção in-
exportados foram os metais de base Unidos da América. ternacional do setor e das suas po-
e outros equipamentos de transpor- tencialidades por parte das várias as-
te. Desde 2013, tem-se registado um Por sua vez, em relação às importa- sociações do setor, como a AIMMAP
crescimento significativo das exporta- ções, tem-se verificado um crescimen- – Associação dos Industriais Metalúr-
ções desta indústria. to desde 2013, sendo os produtos gicos, Metalomecânicos e Afins de
mais importados os veículos automó- Portugal e a ANEME - Associação Na-
Relativamente ao número de merca- veis, reboques, semirreboques e com- cional das Empresas Metalúrgicas e
dos externos de exportação, a indús- ponentes para veículos automóveis; as Electromecânicas, especialmente fora
tria da metalurgia e da metalome- máquinas e equipamentos; e os me- dos mercados europeus.
8 DESTAQUE Portugalglobal nº114
ANEME
O apoio às empresas portuguesas na
internacionalização para os mercados externos
Desde o início dos anos 80, a ANEME - Associação Nacional das Empresas
Metalúrgicas e Electromecânicas tem apoiado as empresas portuguesas do setor na
sua abordagem aos vários mercados externos, cumprindo duas vertentes essenciais
da sua atuação: a representação e o serviço.
CATIM
A inovação como suporte
de crescimento das exportações
Em 2017, o setor da metalurgia e metalomecânica exportou 16,4 mil milhões
de euros, um crescimento de 12 por cento que confirma esta indústria como
a mais exportadora da economia portuguesa, valores que devem ser
ultrapassados em 2018.
"As empresas,
associações e
entidades do setor
constituem uma
rede de sucesso, com
relevância na atração
do investimento
estrangeiro, de
grande importância
na sustentabilidade CENFIM
do crescimento das
exportações."
A formação e o mercado
internacional
cesso, com relevância na atração do
investimento estrangeiro, de grande O setor da Metalurgia e Metalomecânica é o maior
importância na sustentabilidade do exportador em Portugal e a reconhecida carência de
crescimento das exportações.
mão-de-obra qualificada é o principal elemento que
poderá afetar o seu contínuo crescimento.
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equipando
de aprendizagem, e requalifica adul- vanca da competitividade das empre-
tos de outros setores, permitindo a sas, o que lhes permite valorizá-los e
ambos, pela qualidade que lhes é
reconhecida, terem uma empregabi-
qualificá-los como fatores determinan-
tes para o reconhecimento da qualida- a indústria
lidade superior a 90 por cento. Não
obstante, estes são apenas 50 por
de dos seus produtos, seja a nível na-
cional, seja nos mais exigentes merca- com fábricas
cento dos cerca de 12 mil formandos
por ano, provenientes dos nossos 13
dos internacionais. Apostar na forma-
ção profissional é sem dúvida garantir do futuro
Núcleos de Formação, uma vez que a sustentabilidade do negócio.
os remanescentes seis mil são oriun-
dos das empresas que nos procuram www.cenfim.pt
A fileira das tecnologias
de produção assume um
posicionamento chave
nas diversas cadeias
de valor industriais.
Enquanto fornecedora de
equipamentos industriais,
software e soluções
de engenharia para a
indústria, esta fileira
dota os demais setores
industriais de efetivas
capacidades de produção.
Assim, é promotora dos elevados ní- de todo o mundo. É uma oferta eclé- informação crítica, por exemplo sobre
veis de produtividade e eficiência e tica que compreende soluções para o mercados e tendências. Por outro lado,
das capacidades de resposta às soli- setor aeroespacial e automóvel, pas- atuamos ao nível da capacitação e da
citações dos mercados e de inovação sando pela indústria da moda, eletro- cooperação estratégica na indústria.
das empresas. domésticos e outros bens de consu-
mo, do setor agroindustrial às indús- Paralelamente, e alavancando o ex-
A fileira tem efeitos de arrastamento trias extrativas, da indústria química celente trabalho que as associações
ao conjunto da economia nacional, à farmacêutica, e da metalomecânica desenvolvem ao nível da internacio-
sendo que o setor Metalúrgico e Me- à engenharia, incluindo a própria in- nalização, temos vindo a atuar na
talomecânico assume um papel dual. dústria de bens de equipamento. exploração de complementaridades e
Por um lado, enquanto setor chave na em abordagens conjuntas que visam
indústria transformadora nacional, in- Este perfil resulta das suas capacida- promover de forma integrada a filei-
corpora nos seus processos produtivos des de inovação, de adaptação às ten- ra, ao nível de soluções para a mo-
tecnologias de produção, sendo, nes- dências e requisitos do mercado, do dernização da indústria. E, não me-
te sentido, cliente da fileira. Por outro estabelecimento de parcerias estraté- nos importante nesta estratégia, te-
lado, é fornecedor e integra uma par- gicas e da oferta de soluções competi- mos vindo a promover a participação
te nuclear da fileira das tecnologias de tivas internacionalmente. da fileira em redes internacionais de
produção, nomeadamente os produ- inovação, na internacionalização das
tores de bens de equipamento. É neste preciso enquadramento que fontes de conhecimento, dos proje-
a PRODUTECH, entidade gestora do tos de I&D e da inovação.
Do ponto de vista da internacionali- Cluster das Tecnologias de Produção,
zação, a fileira tem um perfil forte- promove a sua atividade visando o Neste sentido, a principal missão da
mente exportador, detendo presen- crescimento, consolidação e qualifica- PRODUTECH é robustecer a eficiência
ças relevantes e parcerias internacio- ção da base empresarial; a mobiliza- coletiva e a inteligência estratégica
nais. De facto, desde os domínios dos ção para a I&D e Inovação; o acesso a ao serviço da expansão, do alarga-
equipamentos para diversos setores informação estratégica; e o reforço da mento e da qualificação da fileira em
industriais, das ferramentas especiais visibilidade e internacionalização. áreas fortemente dinâmicas e ino-
aos sistemas logísticos, passando pe- vadoras, bem como promover a sua
las soluções de robótica, energia e Estes eixos reforçam-se mutuamente oferta e imagem a nível nacional e
ambiente, da automação e sistemas e criam bases para a competitividade internacional.
de informação, as soluções portu- futura. De facto, por um lado promo-
guesas estão presentes em fábricas vemos o desenvolvimento e acesso a www.produtech.org
14 DESTAQUE Portugalglobal nº114
FIMEL
Uma aposta constante na qualidade e inovação
dos seus produtos
Fundada em 1982 em Águeda, a Fimel é especialista no fabrico de equipamentos
para pintura industrial e tratamento de superfícies. A aposta no desenvolvimento
de soluções inovadoras e ajustadas à realidade do mercado nacional e internacio-
nal, torna-a numa referência no setor.
O core business da Fimel centra-se A Fimel aposta na qualidade e na ino- cia, tendo como base a máxima ine-
no fabrico de máquinas e aparelhos vação dos seus produtos, garantindo rente: prestar o melhor dos serviços.
elétricos para a indústria em geral, a satisfação dos clientes. Este fator Desde que começou a fabricar máqui-
sendo reconhecida, em território na- distingue-a da concorrência, uma vez nas para os seus clientes, a inovação é
cional e internacionalmente, pelo seu que se apresenta como um parceiro uma das palavras de ordem da Fimel,
conhecimento na instalação de linhas de negócios e não como um simples da qual não se pretende distanciar.
de pintura. A empresa possui assim fornecedor de máquinas.
as competências necessárias no que Com uma forte presença nos mer-
diz respeito a soluções de tratamento Com efeito, a empresa aposta ininter- cados internacionais, a Fimel tem
de superfícies, como o aquecimento ruptamente em tecnologia de ponta, clientes como a Mercedes no Brasil, a
e tratamentos específicos, de acordo fundamentalmente necessária para o Volkswagen e a Simoldes na Polónia,
com as necessidades dos clientes. seu bom funcionamento e sobrevivên- a Sodecia na China e na Índia, a Ac-
novembro 2018 DESTAQUE 15
FUNDIÇÃO ÉVORA
recebido encomendas de diferentes
setores de atividade, como a robótica,
do concelho de Évora,
a empresa considera
Espanha o seu
principal mercado de
exportação."
I.M.P.L.
Uma empresa familiar reconhecida
internacionalmente
A I.M.P.L. – Mecânica de Precisão dedica-se à maquinação de peças de precisão
para a indústria aeronáutica e a metalomecânica em geral (indústria eletrónica
e indústria alimentar). Criada em junho de 1999, a empresa situa-se em Pombal,
ocupando uma área coberta de 1.925 metros quadrados.
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18 DESTAQUE Portugalglobal nº114
www.mangualtecnica.com
novembro 2018 DESTAQUE 19
O FELIZ
Um Grupo português reconhecido globalmente
Com um volume de negócios de 43 milhões de euros em 2017, o crescimento do
Grupo O FELIZ tem sido sustentado pela aposta na internacionalização para diver-
sos mercados externos, nomeadamente Espanha, França, Benelux, Itália, Angola,
Argélia, Marrocos, Senegal, Colômbia, Brasil, Bolívia e Costa Rica.
Com mais de seis décadas de experiên- de euros em 2018, o que configura um tos da mais avançada tecnologia e a
cia no mercado, O FELIZ é um Grupo crescimento de 10 por cento, muito su- aposta em colaboradores altamente
do setor metalomecânico especializado portado pelos mercados externos. qualificados e de elevada competência
no desenvolvimento, fabrico e constru- permitem dispor de uma capacidade
ção de estruturas metálicas; perfilagem O FELIZ encara a transformação digital produtiva e de uma resposta imediata
de chapa e enformados a frio; corte e como um processo global de adapta- às exigências dos mercados onde opera.
quinagem de chapa; corte a laser; fa- ção ao universo digital e uma forma
brico de colunas de iluminação e torres de aumentar a performance, através No que respeita à área da inovação,
metálicas; serralharia em aço inox; caixi- da alteração e melhoria da relação e com o objetivo de facilitar a tare-
lharias de alumínio; fachadas de vidro e com os clientes. Assim, espera au- fa dos engenheiros de estruturas e
fachadas ventiladas em painel compó- mentar a eficiência do negócio, dispo- arquitetos, O FELIZ lançou a plata-
sito de alumínio; mecânica de precisão; nibilizando o acesso à informação, es- forma “PRODUCT LAB”. Trata-se de
e fabrico de painel sanduiche para a ar- tabelecendo vantagens competitivas e uma plataforma user friendly, que
quitetura, construção e câmaras de frio. criando novas oportunidades. disponibiliza o acesso a toda a infor-
mação dos produtos e possibilita ao
Atualmente, as suas empresas empre- Todas as empresas do Grupo O FELIZ utilizador simular qual a solução mais
gam mais de 250 colaboradores em são objeto de investimentos estratégi- eficiente para o seu projeto, ofere-
Portugal e 150 em Angola. Em 2017, cos contínuos, quer em equipamentos cendo uma solução otimizada e uma
alcançou um volume de negócios de produtivos, quer na digitalização dos memória de cálculo completa no que
43 milhões de euros, estando previsto fluxos de informação. A política de in- diz respeito ao cálculo estrutural de
um volume de negócios de 47 milhões vestimento contínuo em equipamen- acordo com os Eurocódigos.
20 DESTAQUE Portugalglobal nº114
TECNISATA
Uma aposta na
internacionalização
para França e
O desenvolvimento desta plataforma, empresas serem competitivas em toda
Marrocos
que resulta de um trabalho interno de a cadeira de valor. A alternativa passa
promoção permanente da inovação e pela especialização e pelo desenvol- Composta por uma equi-
em linha com as necessidades do mer- vimento de sinergias com outras em- pa de 112 colaboradores,
cado, facilita o acesso à informação por presas que se situem a montante e a a Tecnisata tem como
parte dos clientes, melhora a eficiência jusante da cadeira de valor. Esta neces-
objetivo continuar o cres-
dos processos e permite apresentar sidade de cooperação e partilha de ris-
uma solução competitiva, inovadora e co é particularmente relevante para os
cimento de forma susten-
verdadeiramente diferenciadora. processos de internacionalização. tável nos mercados inter-
nacionais, com principal
A estratégia de crescimento assenta na Relativamente aos desafios do setor foco em França e Marro-
internacionalização do negócio, sem- metalomecânico em Portugal, a em- cos. Atualmente, as suas
pre sustentado na solidez financeira. presa aponta a escassez de mão-de-
exportações representam
O Grupo exporta para diversos países -obra qualificada no setor, o que po-
e dispõe de uma unidade industrial em derá constituir uma limitação ao cres-
mais de 70 por cento das
Angola, que garante uma capacidade cimento das organizações e que tem
vendas.
produtiva e oferta de soluções capazes afetado de forma significativa a ativi-
de responder às solicitações daquele dade do grupo. Para alcançar o cres-
mercado e dos mercados limítrofes. cimento sustentado pretendido, é ne-
cessário uma alteração da mentalidade
O FELIZ tem vindo a diversificar os esfor-
organizacional. As empresas deverão
ços de penetração noutros mercados.
implementar um verdadeiro espírito de
Na Europa tem procurado diversificar a
learning organizations, assente na re-
carteira de clientes internacionais, no-
tenção do talento, na formação qualifi-
meadamente em Espanha, França, Be-
cada dos colaboradores, na dissemina-
nelux e Itália. Para além de Angola, tem
ção interna do conhecimento empre-
também atividade no norte de África,
sarial e no investimento continuo em
nomeadamente na Argélia, Marrocos e
Senegal, países para os quais tem, para novos produtos, processos e soluções.
além de visitas comerciais e participação
Para o triénio 2018-2021, os grandes
em feiras internacionais, exportado re-
objetivos da empresa passam pela in-
gularmente. A ambição internacional
ternacionalização do negócio, intensi-
do grupo chega também à América
ficando e dinamizando a atividade co-
Central e do Sul, com projetos na Co-
mercial nos mercados externos, e pelo
lômbia, Brasil, Bolívia e Costa Rica.
reforço das competências distintivas.
Num mundo e numa economia globa- Para alcançar estes desígnios, as novas
lizados, é necessário que as empresas tecnologias, a indústria 4.0 e a trans-
sejam capazes de produzir para um formação digital são absolutamente
único mercado global, mas que sejam cruciais e devem estar presentes em
também capazes de adaptarem os seus toda a linha de pensamento estratégi-
produtos e bens ao mercado específi- co e alinhamento organizacional.
co onde pretendem atuar. É também
essencial considerar a dificuldade das www.ofeliz.com
novembro 2018 DESTAQUE 21
ANÍBAL JOSÉ
DA COSTA CAMPOS
Presidente AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos,
Metalomecânicos e Afins de Portugal
a conceção, promoção e execução (16 por cento), França (15 por cento), cento. No presente ano é importante
de projetos de internacionalização; a Reino Unido (oito por cento) e Itália fazer notar a evolução negativa das
organização de stands coletivos em (três por cento). Fora da União Euro- exportações para o Reino Unido, a
feiras internacionais de referência; a peia, os principais destinos foram os qual, no entanto, tem sido compen-
realização de missões empresariais; a Estados Unidos da América (três por sada com o aumento das vendas para
disseminação de boas práticas; a rea- cento), Angola (três por cento), China outros países, como a Áustria, a Aus-
lização de ações de formação, através trália, o Chile e a Roménia.
da Academia de Internacionalização;
a identificação de novas oportunida- Na sua opinião, quais são os fa-
“A AIMMAP assume tores que mais contribuem para a
des comerciais, divulgadas junto das
um papel de enorme competitividade e reconhecimen-
empresas; a atração de compradores
importância no apoio to internacional do setor? Qual o
estrangeiros; a criação de antenas no
exterior para apoio aos exportadores;
às empresas deste peso de Portugal no mercado in-
setor nos domínios ternacional?
e a gestão de uma marca agregadora,
designada “Metal Portugal”. da promoção das O setor é muito vasto e heterogéneo,
exportações e da sendo assim possível que os fatores
determinantes nesse âmbito não se-
Quais são os principais mercados internacionalização.”
jam exatamente os mesmos em todos
externos de exportação do setor?
os segmentos e subsetores. De igual
O setor exportou em 2017 cerca de modo, é também provável que não
16,4 mil milhões de euros para um (dois por cento), Brasil (dois por cento) sejam os mesmos em todos os desti-
total de 202 mercados. A União Eu- e Marrocos (dois por cento). nos geográficos. De todo o modo, é
ropeia é o destino responsável por possível identificar algumas marcas
cerca de 77 por cento das vendas ao Nos primeiros oito meses de 2018, as identitárias ou características diferen-
exterior, com especial destaque para exportações do setor registaram um ciadoras que são transversais a todos
Espanha (23 por cento), Alemanha crescimento homólogo de 16,6 por os subsetores. Nesse contexto é im-
novembro 2018 ENTREVISTA 25
“É importante registar
que o Metal Portugal
tem uma sólida
reputação de excelente
relação entre qualidade
e preço. Nesta indústria,
a imagem de Portugal
está associada a
qualidade, inovação,
fiabilidade e capacidade
de adaptação.”
BÉLGICA
Pequeno em dimensão mas economicamente desenvolvido e estrategicamente
localizado no centro da Europa, a Bélgica é um principais clientes de Portugal e
um investidor de relevo no nosso país. Apesar do importante relacionamento entre
os dois países, há espaço para reforçar a presença das empresas portuguesas na
Bélgica e, igualmente, de empresas belgas em Portugal.
Saúde, economia digital, aeroespacial, plásticos, têxtil e alimentar são setores
de oportunidade para as empresas nacionais, além daqueles onde já estão
representados no mercado belga, incluindo os serviços cuja balança comercial
bilateral é favorável ao nosso país.
novembro 2018 MERCADOS 29
Comerciantes portugueses estabelece- rem duas vezes por ano e só uma de-
ram-se então em Bruges, onde consti- las na Europa, constituem as grandes
tuíram a nação portuguesa, merecedo- ações coordenadas, envolvendo as
ra de inúmeros privilégios que ajudaram diversas componentes regionais e co-
ao desenvolvimento das trocas entre munitárias do país. Sob condução de
Portugal e aquele condado a partir do política federal, elas permitem agregar
século XIII. Ali tiveram a nossa primeira a política comercial, que é competên-
feitoria ou entreposto comercial. cia das regiões, e a dimensão cultural,
que pertence às Comunidades.
Ao longo do século XV, por razões >POR ANTÓNIO ALVES
geográficas e políticas, a comunida- MACHADO, EMBAIXADOR Após várias diligências, com a anuên-
de portuguesa transferiu-se para An- DE PORTUGAL NA BÉLGICA cia das nossas autoridades, formalizei o
tuérpia, cidade ligada ao Ducado de convite a Sua Majestade o Rei dos bel-
Brabante (que, entretanto, tal como ção e armamento, contribuindo para o gas. Em março de 2017, em visita oficial,
o Condado da Flandres, foi integrado desenvolvimento do nosso país. Sua Excelência o Presidente da Repúbli-
na Casa de Borgonha, aliada a Portu- ca reiterou-o. As negociações duravam
gal pelo casamento do Duque, Filipe o Na atualidade, a Bélgica ocupa um lu- há cerca de um ano e a aceitação do
Bom, com a Infanta Isabel, filha de D. gar importante como (9º) cliente das convite foi-me informalmente transmi-
João I), onde a sua Feitoria e Consu- exportações portuguesas e (7º) forne- tida pelo Palácio em maio de 2017. A
lado vieram apoiar o desenvolvimento cedor a nível mundial. E a comunida- visita teria lugar no outono de 2018. Era
das trocas comerciais. de portuguesa, composta de cerca de imperativo acelerar os preparativos.
70 mil pessoas, está muito bem inte-
Com o apogeu dos descobrimentos, grada e em crescimento. O primeiro impulso foi dado pela vi-
por ali passaram grandes comercian- sita oficial de S. Exa. o Ministro dos
tes, intelectuais e diplomatas, que Há, no entanto, potencial para explo- Negócios Estrangeiros à Bélgica, dias
deixaram em Antuérpia uma imagem rar. Nesse sentido, desde que assumi 22 e 23 de janeiro de 2018. Nela se
ainda hoje bem presente de Portugal funções como embaixador em 2015, incluiu um almoço de trabalho, para
e uma abertura ao intercâmbio com fixei como objetivo a dinamização das o qual convidei dirigentes e represen-
os portugueses. relações económicas e tentei encontrar tantes das principais associações em-
formas de o realizar. Tudo me parecia presariais e comerciais belgas e portu-
Apesar disso, foi preciso esperar pelo disperso e complicado, dada a descen- guesas neste país, com o objetivo de
séc. XIX para que esse relacionamento tralização do país e as variantes linguís- dar a conhecer a situação económica
se incentivasse e, desta vez, pela entra- ticas. Percebi que a melhor forma de o e financeira de Portugal, atrair inves-
da em Portugal de inúmeras empresas fazer seria tentar organizar uma visita timento externo e incrementar as tro-
belgas (a revolução industrial fez da de Estado dos Reis a Portugal. cas comerciais entre ambos os países.
Bélgica o segundo país mais rico da Eu-
ropa) nos setores mineiro, ferroviário, No âmbito da ação externa do Estado Estiveram presentes o secretário de
do gás e eletricidade, tabaco, constru- belga, as visitas de Estado, que ocor- Estado para Comércio Externo, o
30 MERCADOS Portugalglobal nº114
embaixador belga em Portugal, o gica para ações de divulgação sobre a da AICEP viesse à Bélgica para divul-
Gabinete do Rei, altos funcionários economia portuguesa. Sob o pano de gar o mercado português e transmitir
diplomáticos, dirigentes da Federação fundo de uma visita de Estado, tudo às empresas belgas a forma como a
das Empresas da Bélgica (FEB), Câ- AICEP as poderia receber no contexto
mara de Comércio Belgo-Portuguesa da visita de Estado e eventualmente
(CCBP), Federação dos Empresários “Pareceu-me também apoiar em investimentos futuros. Isso
Portugueses na Bélgica, Federação veio a acontecer em junho de 2018,
importante que o
Horeca/Bruxelas, Agência para o Co- em coordenação com a Agência Fede-
mércio Externo (ACE), Câmara de
presidente da AICEP
ral para o Comércio Externo e a des-
Comércio e União das Empresas de viesse à Bélgica para locação do Dr. Luís Castro Henriques
Bruxelas (BECI), “Agence wallonne à divulgar o mercado teve resultados evidentes.
l’Exportation et aux Investissements português e transmitir
étrangers” (AWEX), “Bruxelles Invest às empresas belgas A quota estabelecida para a participa-
& Export” (BI&E), “Flanders Invest- a forma como a ção de CEO na comitiva oficial era de
ment & Trade” (FIT), “Union Wallonne
AICEP as poderia 50 e a Portugal deslocaram-se 61 em-
des Entreprises” (UWE) e da Rede Fla- presários (nas visitas anteriores a mé-
menga de Empresas “Vlaams Netwerk
receber no contexto
dia foi 30), entre 22 e 24 de outubro.
van Ondernemingen” (VOKA). da visita de Estado e
A grande maioria ainda não presente
eventualmente apoiar no mercado português, uma das ca-
Nessa tarde, o senhor ministro, Prof. em investimentos racterísticas da componente económi-
Augusto Santos Silva, reuniu na sede de futuros.” ca das Visitas de Estado.
duas grandes empresas belgas implan-
Entretanto, as autoridades belgas
abriram uma página na internet,
https://belgianstatevisit.be, com o ob-
jetivo de divulgar toda a informação
relevante sobre o intenso programa
e a numerosa delegação oficial que
acompanharia a visita.
tadas em Portugal, a Solvay e a Ageas, tinha outra visibilidade. O interesse era Estou certo de que esta visita de Estado
que poderiam ser divulgadoras das po- crescente e deveria ser aproveitado. Ao terá permitido consolidar e incremen-
tencialidades do investimento no nosso mesmo tempo íamos transmitindo para tar as relações económicas e empresa-
país. Os encontros foram concertados Portugal as vantagens que uma comiti- riais entre Portugal e a Bélgica, fazendo
com o Serviço Público Federal belga va de empresários de peso poderia ter com que o peso da história comum se
para os Negócios Estrangeiros. para os nossos agentes económicos. concretize num relacionamento vivo
entre dois povos modernos e dinâmi-
Ao longo de meses, acompanhado pela Pareceu-me também importante que, cos que se conhecem de há muito e se
delegada da AICEP, percorremos a Bél- num momento posterior, o presidente estimam genuinamente.
novembro 2018 MERCADOS 31
O REINO DA BÉLGICA
A SMALL OPEN ECONOMY
O Reino da Bélgica é um importante país da Europa, com ligações históricas e
comerciais antigas com Portugal. Apelidado por muitos como “uma pequena
economia aberta” para evidenciar o contraste entre o seu tamanho e a sua posição
ao nível internacional, a Bélgica integra a lista das 25 nações mais competitivas
do globo, tendo obtido a 17ª posição mundial e a 10ª posição europeia
(Competitiveness Report, WEF 2016-2017).
©Presidência da República
O Rei Philippe e a Rainha Mathilde
vieram acompanhados de uma vas- res de investimento e as oportunida-
ta comitiva institucional e empresa- des de negócio entre os dois países.
rial, num total de 146 participantes. A delegação empresarial contou
com 61 empresas belgas.
No âmbito desta visita, foram rea-
lizados vários eventos de caráter Refira-se que a título preparatório
empresarial, tendo o presidente desta visita de Estado, o presidente da
da AICEP sido orador em dois mo- AICEP efetuou uma deslocação a Bru-
mentos diferentes do programa: xelas, em junho de 2018, para parti-
no dia 22 de outubro, dirigiu-se à cipar num Seminário sobre Portugal,
delegação empresarial na Câmara dirigido à comitiva empresarial, orga-
Municipal de Lisboa, e no dia 23 nizado pela delegação da AICEP na África – 3,4 por cento), com destaque
de outubro, no Seminário Econó- Bélgica em cooperação com a Ageas, para os EUA, Índia e China.
mico Luso-Belga, organizado pela uma das empresas belgas com uma
Fédération des Entreprises Belges presença relevante em Portugal. A economia caracteriza-se por uma for-
(FEB) e pela CIP – Confederação da
Indústria Portuguesa, na Fundação te indústria transformadora mas tam-
Foram realizadas reuniões bilaterais bém por um crescimento notório dos
Calouste Gulbenkian. com várias empresas belgas, tanto serviços. Em 2017, estes representaram
em Bruxelas, no âmbito da referida
Luís Castro Henriques apresentou o 77,5 por cento do PIB, a indústria 21,8
Missão de Angariação de investi-
contexto económico atual do nosso por cento e a agricultura 0,7 por cento.
mento, como em Lisboa, durante
país, destacando os principais seto- Como na maioria dos países industria-
a visita de Estado. Sublinhe-se que
lizados, o setor terciário desenvolveu-
©Presidência da República importantes empresas belgas estão
-se enormemente nos últimos 20 anos,
presentes em Portugal em diversos
nomeadamente nas áreas comerciais,
setores de atividade, nomeadamente
financeira, turismo, transportes, comu-
a Solvay, Ardo, D’Arta, BNP Paribas,
nicações, seguros e saúde.
Sobinco, Hersal, Sibelco, Indaver,
Schreder, Etex e Ageas.
Sem prejuízo do desenvolvimento nos
serviços, importa referir que a produção
Ainda de referir que a visita dos
industrial tem vindo a crescer, o que re-
Reis da Bélgica a Portugal foi acom-
presenta uma tendência contrária à do
panhada pelo embaixador de Por-
panorama geral europeu. Neste aumen-
tugal em Bruxelas, António Vasco
to da produção industrial destacam-se
Alves Machado.
os setores químico e farmacêutico; o
fabrico e a exportação de automóveis,
Mais informações em Visita de Estado
de máquinas e equipamentos, assim
a Portugal. Pode também consultar o
como de derivados do petróleo – par-
documento Oportunidades e Dificul-
ticularmente os plásticos –, a produção
dades no mercado que a AICEP Bru-
e exportação de produtos metálicos e a
xelas recentemente preparou.
transformação de metais básicos.
novembro 2018 MERCADOS 33
Setores de forma regular e crescente, resul- montante, 907 milhões de euros fo-
de continuidade tando das tendências de procura do ram exportados em serviços.
próprio mercado, já que os primeiros
As empresas portuguesas devem conti-
nuar a intensificar as trocas comerciais
cinco grupos de produtos importados Sectores de destaque
pela Bélgica no internacionalmente são Saúde, economia digital, aeroespacial,
em setores como o químico e petro-
os produtos químicos, equipamento de plásticos, têxtil e alimentar são setores
químico, o automóvel (componentes e
transporte, máquinas e equipamentos, que devem merecer a atenção das em-
montagem), equipamentos de transpor-
te e logística. Os produtos que lideraram produtos minerais e metais. presas e instituições portuguesas. Ten-
a lista de produtos exportados pelas do em conta o seu desenvolvimento
empresas portuguesas para a Bélgica Igualmente relevantes são as expor- e crescimento, estes seis setores estão
(2017) foram precisamente as máquinas tações de serviços. Contrariamente a ser tratados com prioridade, pelo
e aparelhos (13 por cento), o químico à balança comercial de bens, o saldo governo federal e pelas entidades pú-
(12,6 por cento), plásticos e borracha da balança comercial de serviços de blicas, mediante a implementação de
(9,3 por cento) combustíveis minerais Portugal com a Bélgica é positivo e as políticas e investimentos públicos.
(7,9 por cento), veículos e outro material exportações de serviços têm aumenta-
de transporte (7,8 por cento). do todos os anos, tendo registado um Também em Portugal, estes mesmos
crescimento de 11,4 por cento. Em setores têm sido altamente valoriza-
Falamos dos produtos que integram as 2017, Portugal exportou para a Bél- dos e reconhecidos, pelo que enten-
trocas comerciais entre os dois países, gica 2.166 milhões de euros e, deste demos estarem reunidas as condi-
SABIA QUE…
1. A Bélgica foi o país mais globalizado do mundo em melhorar seu respectivo desempenho.
2018, de acordo com o KOF Globalisation index, que https://lpi.worldbank.org/international/global
avalia as dimensões económica, social e política da
globalização. 6. A Bélgica está classificada em 16º lugar nos “Growth
www.kof.ethz.ch/en/forecasts-and-indicators/indica- Promise Indicators” da KPMG. Trata-se de um estudo
tors/kof-globalisation-index.html que a consultura realiza anualmente, avaliando o po-
tencial de crescimento em 180 países. A pontução da
2. A Bélgica foi o 11º exportador mundial de bens em Bélgica foi de 7,42/10 pontos.
2017, segundo a Organização Mundial de Comércio. https://home.kpmg.com/uk/en/home/insi-
www.wto.org/english/news_e/pres18_e/pr820_e.htm ghts/2018/01/growth-promise-indicators.html
3. 84 por cento dos diamantes brutos (não lapidados) 7. Antuérpia é o 2º porto da Europa.
são comercializados atraves de Antuérpia. A maior www.europeish.com/largest-ports-europe/
cidade da região da Flandres na Bélgica é conhecida
por ser o coração da indústria global dos diamantes. 8. Em Zeebrugge está em construção o maior terminal
www.awdc.be/en/diamond-trade-and-industry para automóveis no mundo.
https://focusonbelgium.be/en/business/port-zeebru-
4. A Bélgica apresenta um enorme potencial no mundo gge-receive-worlds-largest-car-terminal
do digital. Na disponibilidade e utilização do digital,
ocupa o 5º lugar do ranking dos Estados-membros 9. A Bélgica tem três restaurantes na lista dos “World’s
da UE e a 14ª posição nas 140 economias do Fórum 50 Best Restaurants”.
Económico Mundial. https://focusonbelgium.be/en/lifestyle/belgian-restau-
www.amcham.be/blog/2016/08/belgium-ranks-digi- rants-among-best-world
tal-economy
10. A
Bélgica ocupou o 3º lugar no “World Talent Rank-
5. A Bélgica ocupa o 3º lugar do “Logistics Performance ings” de 2017 do IMD World Competitiveness Center.
Index” do Banco Mundial de 2018, que identifica os www.imd.org/wcc/world-competitiveness-center-
desafios e as oportunidades que os países enfrentam em -rankings/talent-rankings-2017
matéria de logística comercial e o que podem fazer para
novembro 2018 MERCADOS 35
“A visita de Estado
do Reis dos belgas a
Portugal, em outubro,
demonstrou bem o
reforço que se quer
atribuir à relação
bilateral a todos
os níveis - politico,
a Eupportunity, três sessões (anuais) Saúde
de “Innovation Sessions” que pre- A Bélgica detém uma posição de lide-
económico e académico, tendem promover as competências rança na Europa ao nível da produção
e os 146 participantes nacionais junto das instituições eu- e exportação de medicamentos e va-
na comitiva são ropeias, com a presença de empre- cinas, produtos biofarmacêuticos, in-
a prova disso.” sas e entidades de vários Estados- vestimentos em I&D, empregabilidade
-membros da União Europeia, per- de investigadores, ensaios clínicos, e é
mitindo estabelecer contactos entre destino de investimento das multina-
Em alguns destes setores de desta- cionais do setor.
múltiplas “bandeiras”, mas com
que, a delegação de AICEP na Bélgi-
interesses comuns, no mesmo setor: A produção belga de medicamentos
ca organizou, em colaboração com
a CIP - Confederação da Industria Aeronáutico e Energia Renovável representa cerca de 5,3 por cento da
Portuguesa, a ANI - Agência Nacio- (2016), Digitalização da Indústria e produção total europeia, encontrando-
nal de Inovação e GPPQ – Gabinete Mobilidade urbana (2017) e setor da -se nos primeiros lugares como produ-
Promoção dos Programas Quadro e Saúde e Terapias de Futuro (2018). tor de medicamentos e vacinas per ca-
pita. Também nos ensaios clínicos tem
uma posição de destaque na Europa.
EVOLUÇÃO DOS SETORES QUÍMICO, PLÁSTICOS E FARMACÊUTICO
O sucesso explica-se pelo contexto fa-
vorável, que agrega 15 sedes de em-
presas farmacêuticas, 14 centros de
I&D, 32 unidades produtivas, 12 uni-
versidades e centros de investigação,
14 bioincubadoras e sete hospitais uni-
versitários. Este ecossistema diverso,
em 30,528 km2, permite uma colabo-
ração entre todos os agentes.
No início de 2018, foi criado o O Health Cluster Portugal e os seus O próprio “Baromètre de la So-
HealthTechBelgium, uma parceria en- diversos agentes podem explorar par- ciète de l´Information 2017” (SPF
tre o governo, a indústria, e as asso- cerias/negócios, tanto ao nível dos Economie,P.M.E, Classes moyennes et
ciações nacionais e regionais, com o hospitais e centros de investigação e Energie), que se insere no plano “Digi-
objetivo de promover o setor, atrair in- desenvolvimento, bem como das em- tal Belgium”, permite concluir que este
vestimentos, aumentar a componente presas farmacêuticas, dos dispositivos setor abre duas grandes oportunidades
digital na indústria e nos demais atores médicos, serviços digitais. às empresas portuguesas: fornecimen-
do sistema de saúde. Pretende-se que to de serviços por empresas com com-
esta iniciativa seja aberta aos players Economia Digital petências digitais avançadas, uma vez
do setor nacionais e estrangeiros. A Bélgica ocupa o 6º lugar no índi- que é apontado um défice nos serviços
públicos online e nas competências em
ce “Digital Economy and Society In-
matérias de ciência, engenharia, tecno-
dex, 2017”, da Comissão Europeia.
logia e matemática; e contratação de
“A Bélgica ocupa O governo belga tem investido no
quadros qualificados, dado que o nú-
a 9ª posição como crescimento deste setor, no âmbito
mero de empresas com cargos vagos e
do plano “Digital Belgium” que visa
cliente de Portugal e difíceis de preencher, nestas áreas, cres-
promover a economia digital em dife-
a 7ª posição enquanto rentes componentes: infraestruturas,
ceu 59 por cento de 2015 para 2016.
fornecedor, o que Também o número de fraudes bancárias
competências e emprego, confiança e
na internet e o número de queixas rela-
prova a importância segurança dos consumidores e imple-
tivas a práticas comerciais na economia
daquele país para o mentação nos poderes públicos.
comércio internacional
Pretende atingir três objectivos até
português.” “As empresas
2020: integrar o top 3 no digital, na
classificação “Digital Economy and So- portuguesas devem
ciety Index” (europeu), criar 1.000 no- continuar a intensificar
Destacamos ainda o BioWin, o polo
de competitividade da Saúde da Va-
vas startups e 50.000 novos postos de as trocas comerciais em
trabalho associados ao digital, em dife- setores como o químico
lónia, criado em 2006, no domínio da
rentes setores. A internet de ultra velo-
biotecnologia da saúde e das tecno- e petroquímico,
cidade é outra das prioridades belgas,
logias médicas. Esta entidade integra mediante o lançamento de novas tec- o automóvel
164 empresas (incluindo líderes como nologias, reduzindo os custos e a carga (componentes
a Baxter, Eurogentec-Kaneka, GSK, administrativa, para que os operadores e montagem),
IBA, IRE, UCB et Zoetis), 400 unidades possam implementar uma infraestrutu- equipamentos de
de investigação e cinco universidades. ra de banda larga mais competitiva.
transporte e logística.”
Aeroespacial
A Bélgica tem uma indústria aeroes-
pacial responsável por mais de 10
novembro 2018 MERCADOS 37
Alimentar
“Small country. Great food” – o slo-
gan da marca Food.be destaca a diver-
sidade e qualidade do setor alimentar
belga. Para além dos produtos famo-
sos, como o chocolate e a cerveja, a
indústria tem aumentado em diversifi-
cação de produtos e inovação. Impor-
ta referir que os belgas são grandes
consumidores de produtos biológicos.
Este setor é um pilar fundamental da
imagem do país e tem observado um
crescimento significativo: a indústria
alimentar é o primeiro empregador na
Bélgica, com 89.000 empregos diretos
neste mercado, nomeadamente com o a eletrónica e mobiliário, dispositivos e 138.000 indiretos. As exportações
Skywin, o polo de competitividade do médicos, entre outros. totalizaram 24 mil milhões de euros.
setor Aeronáutico e Espacial.
Têxtil Para Portugal, o setor agroalimentar
Plásticos Em 2017, as exportações portuguesas
(produtos agrícolas e alimentares) tem
uma enorme importância nas exporta-
A indústria dos plásticos na Europa tem do setor atingiram os 5.215 milhões
ções. Estas atingiram os 6.332 milhões
um volume de negócios de cerca de 350 de euros (9,5 por cento exportações
de euros, em 2017, representando cer-
mil milhões de euros e 60.000 empre- total de bens). Portugal exportou para
ca de 11,5 por cento das exportações
sas, e existem estratégias europeias cla- a Bélgica cerca de 59 milhões de euros
totais de bens. As exportações do setor
ras para o desenvolvimento do setor, de em vestuário e 42 milhões de euros
para a Bélgica atingiram, em 2017, 154
acordo com o Relatório da Plastics Euro- em matérias têxteis.
milhões de euros, registando um cresci-
pe 2017 (Plastics – the Facts 2017).
mento de cerca de 10,8 por cento relati-
Na Bélgica, em especial na região da
vamente ao ano anterior.
A Bélgica, apesar da sua pequena di- Flandres, este setor também teve um
mensão, representa, a nível europeu, desenvolvimento aliado a um elevado
Tendo em consideração o crescimento
10 por cento do total da produção de grau de inovação, devido à colabo-
registado, poderíamos ter optado por
matérias plásticas e 5 por cento de ração das empresas e dos centros de
considerar o agroalimentar como setor
matérias plásticas transformadas. investigação, para apresentar novas
de continuidade, mas não o fizemos
soluções para o vestuário de proteção
Na Europa, as preocupações associa- e segurança, as embalagens, o auto-
das à economia circular, como “plastic móvel, o desporto e a saúde.
zero”, segurança e saúde, “marine lit-
ter”, eficiência de recursos, tratamen- Sublinhe-se que a Flandres acolhe um
to e reciclagem, promovem a inova- dos maiores clusters do têxtil da Eu-
ção e o desenvolvimento de negócio ropa e que conta com diversos atores
nas empresas que cada vez mais criam essenciais para a criação de um am-
soluções adaptadas a diferentes seto- biente propício para a indústria têxtil,
res e novas parcerias. tais como centros de conhecimento
e investigação (Centexbel e Flandres
Ligando as preocupações europeias às Make), clusters (Fedustria e Unitex) e
capacidades de Portugal e da Bélgi- incubadoras de negócios (TIO3 e TIC).
ca neste domínio, consideramos que
existe possibilidade para intensificar Apesar das significativas exportações
as exportações de plásticos para este portuguesas do setor para o mercado
mercado, uma vez que são inúmeros belga, o seu crescimento poderia ser
os clientes desta indústria e abrangem superior nos próximos anos, ainda mais
as embalagens, a construção, o au- com as quebras que a Bélgica possa vir
tomóvel e transportes, a reciclagem, a sofrer com os efeitos do Brexit.
novembro 2018 MERCADOS 39
PORTUGAL NA BÉLGICA
Pastelaria Garcia
Avenue de la Couronne 75-77,
Estação 1050 Ixelles (Bruxelles)
Pastelaria
de Metro Forcado
de Maalbeek Chaussée de Charleroi 196,
1060 Saint-Gilles (Bruxelles)
Painel de Azulejos
da Viúva Lamego
La Quincaillerie Actitude.pt
Rue du Page 45, Rue de la Madeleine 41,
1050 Ixelles (Bruxelles) 1000 Bruxelles
La petite
portugaise
Chaussée de Wavre n°214B
1050 Ixelles (Bruxelles)
D’Almeida
House of Socks
Chaussée de Charleroi 170A,
1060 Saint-Gilles (Bruxelles)
Librairie
Filigranes
fotografia do exterior
Avenue des Arts 39,
1040 Bruxelles
L´usine
des Chapeaux
Rue du Marché aux Herbes, 66
1000 Bruxelles
42 MERCADOS Portugalglobal nº114
RELACIONAMENTO
PORTUGAL – BÉLGICA
A Bélgica é um importante parceiro económico de Portugal, quer a nível comercial
quer no que respeita ao investimento direto estrangeiro, quer ainda enquanto
mercado emissor de turistas para o nosso país.
A balança comercial de bens e serviços o aumento das importações foi de 8,8 tante no relacionamento com Portu-
entre Portugal e a Bélgica é relativa- por cento. No ano passado, o saldo da gal, situando-se entre os dez princi-
mente equilibrada, embora desde 2015 balança comercial foi desfavorável a Por- pais parceiros (9º cliente e 7º fornece-
apresente um saldo desfavorável ao nos- tugal em 227,4 milhões de euros. dor em 2017).
so país. No período entre 2013 e 2017,
as exportações portuguesas para a Bél- No que respeita ao comércio de bens, Os dados referentes ao período de ja-
gica cresceram 3,1 por cento, enquanto a Bélgica mantém uma posição impor- neiro a agosto de 2018 indicam um
2013 2014 2015 2016 2017 Var % 17/13a 2017 jan/jul 2018 jan/jul Var % 18/17b
Exportações 19.000 22.614 23.573 22.643 27.717 10,4 14.990 17.994 20,0
Importações 90.193 121.338 120.093 136.993 149.061 14,1 86.618 90.023 3,9
Saldo -71.193 -98.724 -96.520 -114.351 -121.344 -- -71.629 -72.029 --
Coef. Cob. 21,1 18,6 19,6 16,5 18,6 -- 17,3 20,0 --
Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2013-2017 (b) Taxa de variação homóloga 2017-2018
(2013 a 2016: resultados definitivos; 2017: resultados provisórios; 2018: resultados preliminares)
novembro 2018 MERCADOS 43
aumento das exportações de bens da Bélgica, em 2017, os cinco princi- ríodo entre 2013-2017, em média, as
para o mercado belga de 8,2 por cen- pais grupos de produtos – químicos, exportações de serviços com destino
to face ao período homólogo do ano veículos e outro material de transpor- ao mercado belga cresceram 11,4 por
anterior, enquanto as importações cento. No ano passado, Portugal ex-
cresceram 9,7 por cento. portou serviços para a Bélgica no va-
“Nos serviços, a balança lor de 907 milhões de euros, contra
Os principais grupos de produtos ex- 496,1 milhões de euros de importa-
comercial com a Bélgica
portados por Portugal para este mer- ções, tendência que se mantinha nos
cado, em 2017, foram as máquinas e é muito favorável primeiros oito meses de 2019.
aparelhos (13,1 por cento do total), os a Portugal, tendo a
produtos químicos (12,6 por cento), os taxa de cobertura das As viagens e turismo (47,8 por cento
plásticos e borracha (9,3 por cento), os importações pelas do total), os outros serviços forneci-
combustíveis minerais (7,9 por cento) dos por empresas, os transportes e a
exportações sido
e os veículos e outro material de trans- construção foram os tipos de serviços
porte (7,8 por cento). Este ano, de ja-
de 182,8 por cento que mais contribuíram para o saldo
neiro a agosto, mantiveram-se os cinco em 2017.” positivo da balança de serviços entre
principais grupos de produtos exporta- os dois países.
dos embora com alterações de posição,
surgindo os veículos e outro material te, máquinas e aparelhos, plásticos e No investimento, segundo dados do
de transporte no início da tabela com borracha e metais comuns – concen- Banco de Portugal, em termos de po-
12,8 por cento do total exportado, traram 66,5 por cento do total, uma sição de investimento direto com o
exterior, o stock de investimento dire-
to da Bélgica no nosso país (passivo)
registava, no final de dezembro de
2017, cerca de 3,4 mil milhões de eu-
ros, e mais de 3,5 mil milhões de euros
no final de junho de 2018.
L’ÉCHAPÉE BELGE
EM PORTUGAL
Em 2017 foi igualmente dada especial
atenção a Portugal no sul do país (Való-
nia) através da promoção do nosso país
associada a “Le Beau Vélo de Ravel”,
uma verdadeira instituição na Bélgica
que incita os belgas, há 20 anos, a uti-
lizar regularmente a bicicleta. Todos os
anos, uma série de eventos semanais
propõe à população estabelecer um
percurso de alguns quilómetros em
determinada região belga, escolhendo
em cada etapa um vencedor que se
deslocará no fim da época ao destino
-se de um mercado que procura todas vivências que os seus clientes pode- “Portugal detém uma
as regiões portuguesas, distribuindo- rão ter e avançar para a constituição imagem muito positiva
-se de um modo relativamente equili- de programas específicos. na Bélgica e cerca de
brado por entre as principais regiões
FIETS EN 250.000 belgas visitam
turísticas portuguesas. É igualmente
um importante mercado em termos WANDEL BEURS o nosso país anual-
de gasto per capita e o turista belga A presença portuguesa na feira de
mente, corresponden-
é considerado um bom cliente, com turismo ativo ‘Fiets en Wandelbeurs’ do a cerca de um pou-
gastos acima da média na hotelaria, que tem lugar em Gante no mês de co menos de 900.000
nos restaurantes e bares, nos museus fevereiro é uma das âncoras da pro- dormidas na hotelaria
e palácios, nas diferentes atividades moção, coordenando o Turismo de portuguesa.”
que desenvolve por todo o país. Portugal a presença de quase todas as
regiões de turismo portuguesas: Porto
A promoção de Portugal neste mer- e Norte, Centro de Portugal, Alente-
pré-selecionado para a grande final.
cado relativamente a este produto jo, Algarve, Açores e Madeira. Não só
Deslocaram-se assim ao Sul de Portu-
específico focaliza-se no apoio a estão presentes as Agências Regionais
gal, com o apoio das Agências Regio-
operadores de nicho que o comer- de Promoção Turística como também
nais de Promoção Turística do Alentejo
cializam, através da organização de alguns dos seus membros que desen-
e Algarve, 12 concorrentes seguidos
visitas de estudo às diferentes re- volvem produtos e comercializam pa-
pela imprensa belga e pela televisão
giões, com o intuito de experienciar cotes neste segmento.
francófona (programa “L’Échappée
Belge”), tendo descoberto em bicicleta
as duas regiões com início em Évora e
chegada ao Cabo de São Vicente. Esta
ação promocional teve um retorno
de investimento em televisão, rádio e
imprensa escrita de aproximadamente
350.000 euros.
joao.rodeia@turismodeportugal.pt
46 MERCADOS - OPINIÃO Portugalglobal nº114
Os recentes dados da economia por- Coelho, viu a crise como uma oportu-
tuguesa são surpreendentes. O cres- nidade para implementar reformas que
cimento económico subiu em mea- governos anteriores adiaram, suavizan-
dos de 2016 e, pela primeira vez após do a sua aplicação. E apesar da altera-
a crise, podemos falar de uma sólida ção no governo, mantém-se elevado o
recuperação. Em 2017, a economia apoio à UE. Atualmente, 57 por cento
cresceu 2,7 por cento, tendo sido a da população confia na União Euro-
taxa de crescimento anual mais rápi- peia, a segunda percentagem mais alta
da em 17 anos. O mercado de traba- logo a seguir à Lituânia. Em Espanha,
lho também continua a recuperar-se >POR STEVEN TRYPSTEEN, este índice é de apenas 42 por cento e
do grande golpe sofrido durante a ECONOMISTA DO ING THINK na Grécia, de 27 por cento.
crise. Em 2013, a taxa de desempre- ECONOMIC AND FINANCIAL
ANALYSIS PARA ESPANHA
go atingiu o pico de 17,5 por cento, Uma observação importante, no en-
E PORTUGAL
mas agora é inferior a 8 por cento, tanto, é o facto de que muitos indica-
ou seja, encontra-se perto dos níveis dores estruturais já estavam a desen-
anteriores à crise e abaixo da média Portanto, os principais indicadores volver-se na direção certa bem antes
da zona euro. macroeconómicos caminham na di- do programa de resgate de três anos
reção certa. Mas e quanto aos indi- que começou em 2011, sendo, por
As finanças públicas também avan- cadores mais estruturais? Bem, aqui isso, incorreto atribuir a melhoria es-
çam na direção certa. O défice fiscal também há razões para ser otimista. trutural da economia apenas às refor-
e a dívida pública mantêm uma ten- mas que foram então introduzidas. De
dência de queda devido às reformas Devido à crise e ao programa de res- facto, Portugal já entendeu que uma
económicas desenvolvidas e à eco- gate, Portugal teve de implementar reforma estrutural é necessária para
nomia forte. Esta melhoria permitiu reformas estruturais e cortar na despe- um crescimento forte e sustentável.
a Portugal sair do Procedimento dos sa. A economia e as finanças públicas
Défices Excessivos da Comissão Euro- estão hoje mais saudáveis. E um aspeto A melhoria do capital humano, que é
peia em maio de 2017. A melhoria da importante é que havia apoio político um indicador crucial para as empresas
execução orçamental também levou para estas reformas. O primeiro-mi- na sua decisão de investir no exterior,
as agências de rating a melhorar a nistro do governo de direita durante é um bom exemplo disso. A propor-
classificação de Portugal. o programa de resgate, Pedro Passos ção de pessoas com educação supe-
novembro 2018 MERCADOS - OPINIÃO 47
rior tem aumentado desde o início dos 6,2 pp em 2017. Evidentemente que mentou, mas que também há melho-
anos 2000, de cerca de 8 por cento ainda é elevado, mas isso está relacio- rias na qualidade. Os resultados das
para 22 por cento em 2017 (gráfico nado com o legado das gerações mais avaliações do PISA2 mostram que os
1). Além disso, a diferença na popu- velhas que possuem níveis de educa- resultados para Portugal estão em ten-
lação com educação terciária entre ção mais baixos. O hiato da qualifica- dência ascendente e, na última sonda-
Portugal e a Europa está a esbater-se ção terciária tornou-se efetivamente gem de 2015, Portugal ficou mesmo
rapidamente (gráfico 2). positivo para a população mais jovem acima da média da OCDE em todas as
(18-24 anos) em 2013. áreas (ciência, leitura e matemática).
O hiato de qualificação terciária que
era de menos 9,3 pontos percentuais Há também evidências de que não só Embora os atuais indicadores econó-
em 2002, foi reduzido para menos o número de pessoas qualificadas au- micos sejam motivo de otimismo, ain-
da há desafios pela frente. É verdade
que as finanças públicas estão mais
PERCENTAGEM DA POPULAÇÃO (15-64 ANOS) COM EDUCAÇÃO TERCIÁRIA saudáveis atualmente, mas a elevada
dívida pública deixa o país vulnerável
a crises económicas. A dívida pública
em percentagem do PIB era de 126
por cento em 2017, a terceira maior
da zona euro depois da Grécia e da
Itália, sendo necessária a sua redução.
O desafio para Portugal nos próximos
dois anos será encontrar o equilíbrio
entre reduzir a dívida e proteger o
atual momento económico.
EMPRESAS PORTUGUESAS
NA BÉLGICA
Os testemunhos da Casais, IrRADIARE, Noesis, PortugalFoods e Infarmed, algumas
das empresas e entidades portuguesas com interesse no mercado belga.
GRUPO CASAIS
Presença emblemática
e sólida no mercado belga
Grupo de referência na área da engenharia
e construção, a Casais tem na Bélgica um dos
seus principais mercados de atuação, através do
desenvolvimento de vários projetos emblemáticos
onde se destaca a recente participação na execução
da fase de estrutura do projeto de construção da nova
sede do Porto de Antuérpia.
INFARMED VISITA
CONGÉNERE BELGA
Com o objetivo de conhecer a realidade da
investigação clínica na Bélgica, nomeadamente a sua
capacidade reconhecida de atração de ensaios clínicos,
o Conselho Diretivo do INFARMED - Autoridade
Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.
(INFARMED) realizou no passado dia 21 de junho
uma visita de trabalho à agência do medicamento
congénere daquele país, a Federal Agency for
Medicines and Health Products (FAMHP).
O testemunho de Marcos
António Nogueira,
Managing Partner
da IrRADIARE.
novembro 2018 MERCADOS 51
“A economia na Bélgica é orientada a paixão pela integração e construção O evento, acolhido por Portugal e Lituâ-
essencialmente para os serviços. O se- europeia, partilhada pela cidadania e nia, nas respetivas Representações Per-
tor terciário representa 77 por cento do autoridades belgas, que a IrRADIARE manentes, teve como objetivo incenti-
PIB e emprega a mesma proporção da define a sua oferta. var a formação de consórcios, platafor-
população ativa. Bruxelas acolhe diver- mas e redes para projetos FP9 / Horizon
A IrRADIARE, Science for Evolution tra- Europe, liderados por cidades e regiões
sas instituições europeias, representa-
balha com regiões, cidades, universida- em parceria com Universidades, clusters,
ções diplomáticas assim como diferen-
des e clusters para reforçar a sua capa- institutos de investigação, organizações
tes grupos de interesse, com um gran-
cidade de intervenção na defesa dos culturais e entidades sociais. No evento
de enfoque na economia e serviços.
seus interesses, através da proximidade estiveram presentes sete grandes cida-
Cada vez mais, a presença junto de institucional com as principais institui-
des comprometidas com estratégias
organismos europeus, redes, repre- ções, órgãos e organismos da União Eu-
de inovação e smart cities. No total, 12
ropeia, instituições públicas e privadas e
sentações, associações e plataformas projetos Smart City aprovados e mais de
das demais representações de Estados e
localizadas em Bruxelas é determi- 200 projetos H2020 entre as entidades
Regiões sedeadas em Bruxelas.
nante para potenciar parcerias inter- participantes estiveram representados.
nacionais. Esta presença contínua em O trabalho desenvolvido pela IrRADIA- Mais de 500 PME foram também repre-
Bruxelas permite a ativação de opor- RE, Science for Evolution centra-se na sentadas pelos clusters intervenientes.
tunidades de investimento, captação inovação das cidades, das regiões e dos O evento contou com a dinamização de
de recursos, valorização de ativos re- territórios, nomeadamente o desenvol- cinco mesas de debate alusivas a diver-
sultantes de uma projeção continua- vimento de parcerias globais, o desen- sos temas: ambientes digitais, mobilida-
da junto dos centros de decisão e um volvimento de projetos que fomentem de, clima, energia e cultura.
alinhamento eficaz com as cadeias de o estabelecimento de cadeias de ino-
valor e de inovação emergentes no vação com impacto europeu e global O evento “Cities for Excellence” é um
panorama europeu. ou a proximidade à resposta inovadora exemplo da capacidade de mobilização
aos desafios globais e comuns. de agentes e de partilha de soluções que
Destacamos, da nossa experiência, o a IrRADIARE Science for Evolution dispo-
carácter aberto, generoso e acolhedor Há uma forte potencialidade no de- nibiliza para as cidades e regiões, nacio-
do povo belga, assim como a simplici- senvolvimento de plataformas híbri- nais na sua maioria, em Bruxelas.”
dade de processos na administração e das de cooperação e competição en-
nos serviços. É também considerando tre cidades e territórios, cuja diferen- www.irradiare.com
52 MERCADOS Portugalglobal nº114
NOESIS
Bélgica é mercado estratégico
A aposta no mercado internacional está na génese da Noesis, uma consultora de
inovação tecnológica de referência a nível nacional e internacional, que oferece
serviços e soluções vocacionados para apoiar os clientes no desenvolvimento dos
seus negócios. A Bélgica, onde está presente desde 2012, é um dos mercados de
eleição para a sua estratégia de internacionalização.
A visão da PORTUGALFOODS
BRU - Mercado Abastecedor de Bruxe-
las, organizada pela PortugalFoods, em
parceria com a AICEP em Bruxelas, na
madrugada do dia 16 de setembro de
Aquando da elaboração da Estratégia de 2017, permitiu promover uma oferta
Internacionalização do Setor Agroalimentar 2012-2017 integrada de produtos portugueses,
– “Portugal Excepcional”, a PortugalFoods analisou desde vinhos, fruta, compotas até quei-
o panorama internacional, definiu dez prioridades jos, azeite, charcutaria, entre outros,
demonstrando que Portugal é, de facto,
estratégicas e o respetivo modelo de implementação.
um país fornecedor de excelência.
Identificou igualmente os mercados prioritários,
mercados onde Portugal deveria consolidar posições, Por forma a elevar a imagem e perce-
bem como mercados a apostar seletivamente. A ção do consumidor sobre os produtos
implementação desta estratégia reflete-se nas ações portugueses, a PortugalFoods promo-
de promoção internacional desenhadas e dinamizadas verá, em 2019, novamente em parce-
ria com a AICEP, uma ação promocio-
pela PortugalFoods ao longo dos anos.
nal numa cadeia de retalho bastante
conhecida em Bruxelas. O objetivo
de produtos agroalimentares. A tradi- desta ação é o aumento das vendas
ção do “saber fazer” aliada à inovação, de produtos portugueses para esta ca-
resulta na diferenciação dos produtos deia e, mais uma vez, colocar o produ-
nacionais. As empresas têm vindo a to nacional com um posicionamento
reinventar-se através de uma aposta ao mais elevado na cadeia de valor.
nível da inovação e comunicação dos
A PortugalFoods tem vindo assim a
seus produtos e processos, garantindo
promover os produtos agroalimen-
uma oferta de qualidade diferenciada
tares nacionais no mercado belga
sem comprometer a sua competitivida-
através de uma oferta integrada num
>POR AMÂNDIO SANTOS, de e crescimento sustentável.
conceito one-stop-shop, isto é, uma
PRESIDENTE DO CONSELHO
plataforma onde os compradores po-
DE ADMINISTRAÇÃO DA Esta evolução é indispensável para tra-
PORTUGALFOODS derão identificar oferta de produtos
balhar mercados maduros e exigentes nacionais nos mais variados posicio-
como a Bélgica. Atualmente, Portugal namentos e/ou categorias de produ-
A estratégia da PortugalFoods passa é já reconhecido como fornecedor de tos agroalimentares.
pela consolidação e aumento da posi- excelência e como marca de qualida-
ção de Portugal enquanto fornecedor de no mercado global. Apesar de os www.portugalfoods.org
54 MERCADOS Portugalglobal nº114
EMPRESAS BELGAS
EM PORTUGAL
Conheça os casos de sucesso de alguns dos grandes investidores belgas
em Portugal: Ageas, Monliz, Schréder e Solvay.
AGEAS
EXPANSÃO SUSTENTADA EM PORTUGAL
O grupo segurador belga Ageas entrou em Portugal em 2005, através de
uma joint-venture com o Millennium bcp, que envolveu um investimento
de 510 milhões de euros. A compra da AXA Portugal, em 2015, permitiu ao
grupo consolidar a sua presença no nosso país em todas as áreas de negócio,
posicionando a Ageas Portugal numa trajetória ascendente que deverá
manter-se nos próximos anos.
Um outro marco do investimento da “Estamos orgulhosos das posições cores Ageas”, afirma Steven Braeke-
Ageas em Portugal foi a compra da que conquistámos em Portugal: so- veldt, CEO do Grupo Ageas Portugal.
AXA Portugal, em 2015, investindo mos os primeiros em Pensões, os se-
mais 264 milhões de euros no país. Este gundos em Vida e em Saúde e os ter- O nível de educação de “enorme qua-
novo investimento consolidou a presen- ceiros em Não Vida, o que resulta na lidade” dos portugueses, com uma ex-
ça do grupo belga em Portugal como segunda posição do ‘ranking’ global, periência que marca a diferença, foram
empresa integrada, com diferentes mar- ou seja, 18,6 por cento da quota do os principais fatores-chave que levaram
cas, em todas as áreas de negócio. mercado global em Portugal tem as a Ageas a escolher Portugal para o seu
novembro 2018 MERCADOS 55
Alpiarça, distrito de Santarém, foi a principais razões que levaram e levam tos-alimentares-do-Mondego-e-Liz-
localização escolhida para este inves- os grupos ARDO e CROP’S a conti- -SA-206759489873311/
novembro 2018 MERCADOS 57
SCHRÉDER ILUMINAÇÃO
Aposta segura em Portugal há mais de 60 anos
Em Portugal desde 1956, o grupo belga Schréder, especialista em soluções de
iluminação, investiu e expandiu a sua atividade no nosso país ao longo dos
anos, onde, além da atividade industrial de produção de luminária que exporta
para 40 países, apostou na criação de um avançado centro de investigação e
desenvolvimento.
A Schréder Iluminação SA, à época É nas instalações de Carnaxide que peças em alumínio injetado das suas
Construções Elétricas Schréder, iniciou funciona a sede administrativa e a luminárias adjudicada a uma empresa
a sua atividade em Portugal no dia 1 atividade industrial da empresa, pro- portuguesa participada da Schréder, a
de Julho de 1956, numa pequena ins- duzindo luminárias que são exporta- Fundição Évora, em Évora.
talação em Lisboa. Em 1973, mudou- das para mais de 40 países em todo o
-se para Carnaxide, onde investiu em mundo. Esta estrutura é complemen- No âmbito da sua aposta e investimen-
instalações próprias: 8.000 metros qua- tada com uma unidade industrial de to em Portugal, a Schréder tem nas
drados de área total, com 3.710 metros produção de Apoios de Iluminação, suas instalações de Carnaxide um dos
quadrados de área coberta. O cresci- localizada em Alverca, e com uma de- centros mundiais de R&D do Grupo
mento contínuo da produção levou ao legação comercial no Porto. Schréder. Neste centro opera uma vas-
aumento da área coberta para 6.300 ta equipa de engenheiros, designers e
metros quadrados no ano de 2002. A empresa tem ainda a produção de desenhadores no desenvolvimento de
58 MERCADOS Portugalglobal nº114
Bélgica em ficha
maio de 2014; as próximas eleições estão
MAR DO NORTE NETHERLANDS previstas para maio de 2019.
Zeebrugge
Turnhout
Oostende
Bruges Antwerp
ANTWERP Capital: Bruxelas (1,2 milhões de habitantes)
Nieuwpoort Eeklo St Niklaas Hoboken
eR .
eld
Veurne Torhout Lokeren
Ghent Dendermonde Sch
Boom
LIMBURG Outras cidades importantes: Antuérpia (1,0
.
Mechelen
eR
Halle
(453 mil hab.); Charleroi (431 mil hab.).
WALLOON BRABANT Herstal
Ath Eupen
Tournai Soignies Nivelles BELGIUM Seraing
Verviers
GERMANY
Huy
Me
use
R.
Religião: Cerca de 75 por cento da população
.
eR
Spa
Mons Namur
é católica romana; 25 por cento professa
th
HAINAUT Jumet
Our
Charleroi
NAMUR
Dinant
outras religiões.
Marche-en-Famenne
Philippeville es
se
L
LUXEMBOURG
Caminhos de Ferro Principais
Estradas Principais Bastogne ou flamengo (falado por quase 60 por cento
Fronteiras Internacionais
Fronteiras Regionais
Aeroportos Principais FRANÇA
Neufchateau
da população), o francês (cerca de 40 por
Capital
Cidades Principais
Outras Cidades LUXEMBOURG cento) e o alemão (menos de um por cento).
0 km 15 30 45 60
Semoi s
R.
Arlon
rlon
Francês na Valónia; flamengo na Flandres;
Messancy
Virton
0 miles 15 30
francês e flamengo em Bruxelas.
Área: 30 528 Km 2
julho de 1993, a qual definiu o país como um “Ranking” em negócios:
Estado Federal.
População: 11,4 milhões de habitantes (2016) Risco geral - A (fevereiro 2017)
Principais partidos políticos: Democratas
Densidade populacional: 373 hab./Km (2016) 2
Liberais Flamengos (VLD); Movimento Risco de estrutura económica - A
Designação oficial: Reino da Bélgica Reformador (MR, francófono); Partido
Socialista Flamengo (SPA, flamengo); Risco político - BBB
Forma de Estado: Monarquia Constitucional Partido Socialista (PS, francófono); Centro
(AAA = risco menor; D = risco maior)
com uma estrutura política federal Humanista Democrata (CdH); Vlaams
Belang (partido flamengo de extrema Risco de crédito: País “não classificado”
Chefe do Estado: Rei Phillipe (acedeu ao direita); Frente Nacional (FN, extrema direita
trono em julho de 2013) na tabela risco da OCDE. Não é aplicável o
francófono); Nova Aliança Flamenga (N-VA);
sistema de prémios mínimos
Primeiro-ministro: Charles Michel Partido Verde (Groen); Partido Ecologista
Francófono (Ecolo). As últimas eleições
Data da atual Constituição: 7 de fevereiro para o Parlamento Federal (Câmara dos
de 1831. A última revisão ocorreu em 14 de Representantes e Senado) ocorreram em Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)
Endereços úteis
Embaixada da Bélgica Embaixada de Portugal Turismo de Portugal
em Portugal na Bélgica em Bruxelas
Rua Castilho 75, 4º Dt. - 1250-068 Lisboa Avenue Cortenbergh, 12 Avenue de Cortenbergh, 12 Kortenberglaan
Tel.: (+351) 21 3170510 1040 Bruxelles - Belgique 1040 Bruxelles - Belgique
Fax: (+ 351) 21 3561556 Tel.: (+32) 2 533 07 00 Tel.: (+32) 2 286 43 39
lisbon@diplobel.fed.be Fax: (+32) 2 539 07 73 joao.rodeia@turismodeportugal.pt
http://portugal.diplomatie.belgium.be/en bruxelas@mne.pt
Câmara de Comércio
Belgo-Portuguesa
Câmara de Comércio AICEP Bruxelas Bld Anspach 111
Luso-Belga-Luxemburguesa Avenue Cortenbergh, 12 Kortenberglaan 1000 Bruxelles - Belgique
Av. Duque d’Ávila, 203, 5.º - 1050 - 082 1040 Bruxelles - Belgique Tel: (+32) 2 230 83 23
Lisboa Tel: (+32) 2 286 43 40 Fax: (+32) 2 230 68 66
Tel.: (+351) 21 315 25 02/03 Fax: (+32) 2 231 04 47 info@ccb-portugal.be
Fax: (+351) 21 354 7738 aicep.brussels@portugalglobal.pt www.ccb-portugal.be
info@cclbl.com
www.cclbl.com
62 EMPRESAS Portugalglobal nº114
ADEGA DE BORBA
Forte aposta na internacionalização
Fundada em 1955 por iniciativa de um grupo de viticultores da região, a Adega
de Borba tem apostado na qualidade e na excelência das castas autóctones na
produção de vinho, que atinge atualmente os 12 milhões de litros por ano, a par
de uma modernização tecnológica que colocou a empresa no ranking dos dez
maiores produtores do setor em Portugal. No mercado externo, a Adega de Borba
exporta para mais de 30 países como exemplo a Rússia, França, EUA, Angola,
Moçambique, Brasil, Alemanha, China e Suíça, numa aposta estratégica que
pretende ver alargada a mercados não tradicionais mas com elevado potencial.
A Adega de Borba nasceu em 1995, por duz em média 12 milhões de litros Ao longo dos seus mais de 60 anos
iniciativa de um grupo de dinâmicos vi- por ano, e é um dos dez maiores de atividade, a empresa apostou so-
ticultores, com o objetivo de colocar o produtores do setor em Portugal. A bretudo na produção de vinhos de
vinho junto do consumidor e melhorar empresa conta com 300 viticultores qualidade e no valor e excelência
as margens de comercialização e obter associados, com uma equipa de 65 das castas autóctones, a par do in-
maior rentabilização na produção. colaboradores e com uma diversida- vestimento na modernização tecno-
de de castas muito rica, distribuída lógica, essencial para o salto qualita-
Atualmente, a Adega de Borba de- por 70 por cento de castas tintas e tivo que se pretendia atingir, e num
tém 2.200 hectares de vinha, pro- 30 por cento de castas brancas. ambicioso projeto de aproximação
novembro 2018 EMPRESAS 63
www.adegaborba.pt
66 FACTOS & TENDÊNCIAS Portugalglobal nº114
“Doing Business 2019: novation Index” é dedicada ao tema “Algeria - Dairy and
Training for Reform” –
da inovação energética. O estudo Products Annual”
World Bank,
faz uma análise prospetiva da inova- - USDA Foreign
ção energética na próxima década e
outubro 2018 Agricultural Service,
identifica possíveis avanços em termos
outubro de 2018
Segundo o relatório do Banco Mun- de produção, armazenamento, distri-
dial, as reformas económicas imple- buição e consumo de energia. Sin- De acordo com este estudo, nos pri-
mentadas em 128 mercados, entre gapura lidera a lista dos países mais meiros oito meses de 2018, as impor-
junho de 2017 e maio de 2018, trou- inovadores, seguida da Suíça, Suécia, tações argelinas de produtos lácteos
xeram benefícios para as PME, permi- Reino Unido e Finlândia. Este ranking representaram 16,4 por cento das
tindo a criação de novos empregos e abrange um universo de 126 países e importações de alimentos do país. O
estimulando o investimento privado. permite compreender quais as econo- consumo de lácteos da Argélia é o
Os 10 países que mais se destacaram mias e regiões que melhor respondem maior na África do Norte. O leite con-
na implementação de reformas foram aos desafios da inovação. Portugal tinua a ser o segundo alimento mais
o Afeganistão, Djibouti, China, Azer- posiciona-se em 32º, tendo caído um consumido, a seguir aos cereais. De
baijão, Índia, Togo, Quénia, Costa de lugar face ao anterior ranking. acordo com um estudo da Associação
Marfim, Turquia e Ruanda. CONSULTAR
Argelina de Produtores de Bebidas
(APAB), os produtos lácteos represen-
CONSULTAR
tam 8 por cento dos gastos das famí-
lias com alimentos. O leite pasteuriza-
“Philippines - Energy do em saco de plástico de um litro res-
“Regional Economic sector assessment, ponde por 39 por cento do consumo,
Outlook: Caucasus strategy, and o leitelho e leite concentrado por 29
novembro 2018 FACTOS & TENDÊNCIAS 67
por cento, e os restantes 32 por cen- das restrições existentes no acesso à de outubro os resultados do “Estudo
to correspondem a outros derivados, propriedade por parte dos promoto- dos Custos e Taxas relacionadas com a
como iogurtes e sobremesas. res externos nos Emirados Árabes Uni- Importação, Exportação e Trânsito de
CONSULTAR dos. Até à entrada em vigor da nova Mercadorias em Moçambique”. Em
legislação os investidores estrangeiros face dos elevados custos envolvidos
só podiam deter 100 por cento do ca- nos processos de importação (paga-
pital de uma sociedade nas Zonas de mento direitos aduaneiros e outras
“Market Insight Comércio Livre, tendo necessidade de taxas) e da respetiva burocracia alfan-
Factsheet: Chilled recorrer a um sócio local para o exer- degária, o responsável pela área do
Seafood in Multiple cício de várias atividades económicas. Comércio Externo admitiu que as no-
Retail (2018)” - Seafish, CONSULTAR vas taxas (acompanhadas da legisla-
setembro 2018 ção revista na matéria), irão introduzir
uma maior eficiência nas operações
Este documento analisa a evolução
de comércio externo.
recente do retalho do pescado refri-
Índia - Exportação de CONSULTAR
gerado no Reino Unido, as principais
Pera e Maçã - 29 de
tendências, desempenho (KPIs), seg-
mentos e espécies do setor. O pesca-
outubro 2018, DGAV
do refrigerado continua a conquistar De acordo com informação constan- Empresas
a maior fatia do retalho do setor no te no site da DGAV (Direção-Geral de em Portugal - 2017
mercado, com uma ampla gama de Alimentação e Veterinária), os produ-
segmentos e espécies e é o único com tores portugueses poderão dar início De acordo com dados provisórios, pu-
crescimento consistente de 2007 a à exportação de pera e maçã para a blicados pelo INE, das Estatísticas das
2017. No entanto, a queda de con- Índia, numa primeira fase a título ex- Empresas em Portugal, obtidos a par-
fiança dos consumidores e a redução perimental e que passará a ser uma tir do Sistema de Contas Integradas
do poder de compra tem levado à sua realidade após o envio com suces- das Empresas (SCIE), as sociedades
diminuição em 2018. so das oito a 10 primeiras remessas. não financeiras com perfil exportador
Os interessados em exportar pera ou representaram 32,4 por cento do VAB
CONSULTAR
maçã para aquele país deverão con- e 22,8 por cento do pessoal ao serviço
tactar a Direção Regional de Agricul- do total das sociedades não financei-
tura e Pescas territorialmente compe- ras, em 2017, mais 0,8 p.p. e menos
“EAU - President Issues tente (DSAVR/RA). 0,1 p.p. face a 2016, respetivamente.
Decree on Foreign CONSULTAR
CONSULTAR
Direct Investment” –
November 7, GulfNews
De acordo com o GulfNews, e na Moçambique - Estudo Direção de Produto
sequência de uma reforma essen- sobre Custos e Taxas manuela.arteaga@portugalglobal.pt
cial empreendida pelo Governo para de Importação - 9 de
melhorar o ambiente de negócios e
outubro, Ministério
estimular o crescimento económico
do país, foi publicado e já entrou em
da Indústria
vigor o Decreto-Lei n.º 19/2018, que e Comércio (MIC)
regula o novo regime legal de inves- Segundo informação disponibiliza-
timento estrangeiro (FDI Law). A prin- da no site do Ministério da Indústria
cipal novidade consiste na redução e Comércio, foram apresentados a 9
68 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS Portugalglobal nº114
Paquistão Suazilândia
Temporariamente fora de cobertura. C Carta de crédito irrevogável.
M/L Garantia bancária ou garantia
Paraguai soberana.
Uruguai Advertência:
C Carta de crédito irrevogável.
Tailândia C arta de crédito irrevogável
C
M/L Caso a caso, numa base restritiva. A lista e as políticas de cobertura são
C Carta de crédito irrevogável (decisão casuística). indicativas e podem ser alteradas
(decisão casuística). sempre que se justifique. Os países
Peru
M/L Não definida.
M/L Não definida. que constam da lista são os mais
C Aberta sem condições restritivas. Venezuela representativos em termos de consultas
M/L Clientes soberanos: aberta sem Taiwan e responsabilidades assumidas. Todas
C lientes públicos: aberta caso
C
condições restritivas. Clientes C Aberta sem condições restritivas. as operações são objeto de análise e
a caso com eventual exigência
públicos e privados: aberta, caso M/L Não definida. decisão específicas.
de garantia de transferência ou
a caso, com eventual exigência de
soberana. Clientes privados: aberta
garantia soberana ou bancária. Tanzânia
caso a caso com eventual exigência
T Caso a caso, numa base muito Legenda:
Qatar de carta de crédito irrevogável e/ou
restritiva. C Curto Prazo
C Aberta sem condições restritivas. garantia de transferência.
M/L Garantia bancária (decisão Tunísia* M/L berta caso a caso com exigência
A M/L Médio / Longo Prazo
casuística). C Aberta sem condições restritivas. de garantia soberana. T Todos os Prazos
M/L Garantia bancária.
Zâmbia
Quénia
Turquia C aso a caso, numa base muito
C
C Carta de crédito irrevogável. * Mercado prioritário.
C Carta de crédito irrevogável.
M/L Caso a caso, numa base restritiva. restritiva.
M/L Garantia bancária ou garantia
soberana. M/L Fora de cobertura.
República Dominicana
C Aberta caso a caso, com eventual Ucrânia Zimbabwe
exigência de carta de crédito irrevo- C Clientes públicos: eventual C aso a caso, numa base muito
C
gável ou garantia bancária emitida exigência de garantia soberana. restritiva.
por um banco aceite pela COSEC. Clientes privados: eventual M/L Fora de cobertura.
exigência de carta de crédito
M/L berta caso a caso com exigência
A irrevogável.
de garantia soberana (emitida pela
Secretaria de Finanzas ou pelo Ban- M/L lientes públicos: eventual
C COSEC
co Central) ou garantia bancária. exigência de garantia soberana. Companhia de Seguro
Clientes privados: eventual de Créditos. S. A.
exigência de garantia bancária. Direcção Internacional
Rússia
Para todas as operações, o prazo
Sanções em vigor. constitutivo de sinistro é definido Avenida da Liberdade, 249 5º Piso
Para mais informações, contactar a caso a caso. 1250-143 Lisboa
COSEC. Tel.: +351 217 913 832
Uganda
Fax: +351 217 913 839
C Caso a caso, numa base muito
S. Tomé e Príncipe internacional@cosec.pt
restritiva.
C nálise caso a caso, numa base
A www.cosec.pt
muito restritiva. M/L Fora de cobertura.
70 TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES Portugalglobal nº114
COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas- pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
sificativa de Países com a graduação dos mercados em função e o grupo 7 à maior.
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres- prémio aplicáveis.
Singapura * Arábia Saudita Bahamas África do Sul • Azerbaijão Albânia Afeganistão Libéria
Taiwan Botswana Barbados Argélia Bangladesh Angola Ant. e Barbuda Líbia
Brunei Bulgária Aruba Bolívia Argentina Belize Madagáscar
China • Costa Rica Barein Brasil • Arménia Bósnia e Herze- Malawi
EAUa Dep/ter Austr.b Colômbia Curaçau Benim govina Mali
Gibraltar Dep/ter Din.c Croácia El Salvador Bielorussia Burkina Faso Mauritânia
Hong-Kong Dep/ter Esp.d Dominicana. Rep. Fidji Butão Burundi Moçambique
Koweit Dep/ter EUAe Guatemala Honduras Cabo Verde Cent. Af. Rep. Moldávia
Macau Dep/ter Fra.f Namíbia Jordânia Camarões Chade Montenegro
Malásia Dep/ter N. Z.g Oman Macedónia Camboja Cisjordânia / Gaza Nicarágua
Dep/ter RUh Rússia Paraguai Cazaquistão • Congo Níger
Filipinas S. Vic. e Gren. Comores Congo. Rep. Dem. Paquistão •
Ilhas Marshall Santa Lúcia C. do Marfim Coreia do Norte Quirguistão
Índia Senegal Dominica Cuba S. Crist. e Nevis
Indonésia Sérvia Egipto Djibuti S. Tomé e Príncipe
Marrocos • Tunísia • Equador Eritreia Salomão
Maurícias Turquia Gabão Etiópia Serra Leoa
México • Vietname Gana Gâmbia Síria
Micronésia Geórgia Grenada Somália
Palau Guiana Guiné Equatorial Sudão
Panamá Irão Guiné. Rep. da Sudão do Sul
Peru Jamaica Guiné-Bissau • Tadjiquistão
Qatar Kiribati Haiti Tonga
Roménia Lesoto Iemen Ucrânia
Tailândia Maldivas Iraque • Venezuela
Trind. e Tobago Mongólia Kosovo Zimbabué
Myanmar
Uruguai Laos
Nigéria
Líbano
Nauru
Nepal
Papua–Nova Guiné
Quénia
Ruanda
Samoa Oc.
Seicheles
Sri Lanka
Suazilândia
Suriname
Tanzânia
Timor-Leste
Togo
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Zâmbia
NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma f) G
uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
b) Ilhas Norfolk Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
c) Ilhas Faroe e Gronelândia g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
d) Ceuta e Melilha h) A nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta. Hel-
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico ena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
novembro 2018 ESTATÍSTICAS 71
INDICADORES MACROECONÓMICOS,
INVESTIMENTO e COMÉRCIO EXTERNO
Balança Corrente (% PIB) 0,5% -2,4% 0,2% -0,3% 0,0% 1,4% 0,0%
Taxa de Desemprego (%) 8,9% 6,8% 7,3% 7,5% 7,1% 7,0% 6,9%
Taxa de Inflação (%) 1,6% 2,0% 1,7% 1,1% 1,5% 1,4% 1,3%
Dívida Pública (% PIB) 124,8% 125,6% 120,8% 123,1% 121,5% n.d. 121,2%
Saldo Sector Público (% PIB) -3,0% -1,9% -0,7% -0,7% -0,9% n.d. -0,7%
Fontes: BP - Banco de Portugal CE - Comissão Europeia FMI - Fundo Monetário Internacional INE - Instituto Nacional de Estatística
MF - Ministério das Finanças OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
Siglas: M€ - Milhões de euros n,d, - não disponível P - Previsão da Comissão Europeia (Ameco) PPC - Paridade de Poder de Compra
IDPE IDE
ID POR SETOR DE ATIVIDADE
2017 jan/jun 2018 jan/jun vh M€ 18/17 2017 jan/jun 2018 jan/jun vh M€ 18/17
Indústrias transformadoras 48 98 49 -295 -139 156
Eletricidade, gás e água -365 225 590 -156 -24 132
Construção -118 -147 -30 256 247 -9
Serviços 745 -108 -852 4.597 1.486 -3.111
Outros setores de atividade 7 -8 -15 822 1.006 184
ID DE PORTUGAL COM O EXTERIOR 2013 dez 2014 dez 2015 dez 2016 dez 2017 dez 2017 jun 2018 jun
vh M€ 18/17
(STOCK) jun/jun
ID de Portugal no Exterior (IDPE) 44.044 45.142 52.434 53.103 50.843 53.936 48.434 -5.502
ID do Exterior em Portugal (IDE) 90.690 99.024 108.454 110.633 119.768 117.579 119.002 1.423
Saldo -46.646 -53.881 -56.021 -57.530 -68.925 -63.644 -70.568 -6.924
Exp. Bens - Clientes 2018 (jan/set) % Total tvh % 18/17 Exp. Bens - Var. Valor (18/17) M€ Cont. p. p.
Exp. Bens - Produtos 2018 (jan/set) % Total tvh 17/16 Exp. Bens - Var. Valor (18/17) M€ Cont. p.p.
Máquinas e aparelhos 14,2% -1,4% Veículos, out. mat. transporte 1.515 3,7
Veículos e outro material de transporte 14,2% 32,2% Metais comuns 288 0,7
Metais e comuns 8,0% 9,0% Combustíveis minerais 255 0,6
Combustíveis minerais 7,5% 8,5% Ótica e precisão 202 0,5
Plásticos e borracha 7,4% 2,5% Agrícolas 165 0,4
Imp. Bens - Fornecedores 2018 (jan/set) % Total tvh 17/16 Imp. Bens - Var. Valor (18/17) M€ Cont. p. p.
Imp. Bens - Produtos 2018 (jan/set) % Total tvh 17/16 Imp. Bens - Var. Valor (18/17) M€ Cont. p. p.
Exp. Serviços - Clientes 2018 (jan/ago) % Total tvh 18/17 Exp. Serviços - Var. Valor (17/16) Meur Cont. p. p.
Exp. Serviços - Tipo 2018 (jan/ago) % Total tvh 18/17 Exp. Bens - Var. Valor (17/16) M€ Cont. p.p.
Imp. Serviços - Fornecedores 2018 (jan/ago) % Total tvh 18/17 Imp. Serviços - Var. Valor (17/16) M€ Cont. p. p.
Imp. Serviços - Tipo 2018 (jan/ago) % Total tvh 18/17 Imp. Serviços - Var. Valor (17/16) M€ Cont. p. p.
Miguel Porfírio
HOLANDA
aicep.thehague@portugalglobal.pt
Inês Pacheco
FDI SCOUT EUROPA
REDE
ines.pacheco@portugalglobal.pt
Pedro Sousa
FDI SCOUT EUROPA
pedro.sousa@portugalglobal.pt
EXTERNA
Rui Almas
FRANÇA
aicep.paris@portugalglobal.pt
Noruega
Manuel Couto Miranda Rui Boavista Marques
EUA REINO UNIDO
aicep.newyork@portugalglobal.pt aicep.london@portugalglobal.pt
Haia
Raul Travado Irlanda
CANADÁ Manuel Martinez Bruxelas
Londres
aicep.toronto@portugalglobal.pt ESPANHA
aicep.barcelona@portugalglobal.pt
Paris Berna
Olga Benquerença Milão
FDI SCOUT EUA E CANADÁ Luís Moura
olga.benquerenca@portugalglobal.pt Toronto ESPANHA Barcelona
Nova Iorque aicep.madrid@portugalglobal.pt
EUA Madrid
S. Francisco Argel
aicep.s.francisco@portugalglobal.pt Tun
Rabat
Rio de Janeiro
São Paulo
Sérgio Espadas
Luís Sequeira Santiago do Chile ÁFRICA DO SUL
CHILE aicep.pretoria@portugalglobal.pt
luis.sequeira@portugalglobal.pt Uruguai
Buenos Aires
Ana Rosas
Rui Pereira MOÇAMBIQUE
ARGENTINA aicep.maputo@portugalglobal.pt
rui.pereira@portugalglobal.pt
Carlos Moura
SUÉCIA
aicep.stockholm@portugalglobal.pt
Joaquim Pimpão
HUNGRIA
aicep.budapest@portugalglobal.pt
Luísa Lino
SUIÇA ÍNDIA
aicep.bern@portugalglobal.pt luisa.lino@portugalglobal.pt
Finlândia
ARÁBIA SAUDITA
Laurent Armaos
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GRÉCIA Pedro Aires de Abreu
aicep.athens@portugalglobal.pt Singapura TAILÂNDIA
pedro.airesdeabreu@portugalglobal.pt
Nuno Lima Leite
EAU QATAR Jacarta
aicep.abudhabi@portugalglobal.pt TIMOR-LESTE
Dili aicep.dili@portugalglobal.pt
Luanda
Mariana Oom
INDONÉSIA
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Namíbia
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Botswana AUSTRÁLIA
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