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Definição de Internacionalização

Segundo Martins (2014, p. 15), "os países têm um incentivo em especializar-se em inovações
distintas, difundindo o conhecimento tanto através d comércio, como da troca de ideias e gerando
maior efeito no bem-estar". Nesta sequência, Dias (2007, p. 6), ressalta que a internacionalização
não pode ser considerada um fenómeno dos nossos dias, se tivermos em atenção que as trocas
entre nações se perdem no tempo. Acreditamos que manter-se no mercado resume-se a aceitação
das mudanças. No plano do comércio internacional, as mesmas ocorrem com a liberalização e
internacionalização das empresas.
Numa perspetiva bem diferente das anteriores, Freire (1997) entende que a internacionalização
empresarial é uma extensão das estratégias de produtos-mercados e de integração vertical para
outros países e a qual se traduz na réplica, total ou parcial, da cadeia operacional. Apresentando-
se também o conceito com base da ideologia de Hollensen (2011), que define a
internacionalização como um processo que ocorre quando a empresa cresce ao nível da I&D,
produção, vendas e outras atividades de negócio nos mercados internacionais.
Num primeiro momento, é fundamental analisar qual a real situação do mercado
doméstico, optando somente pela internacionalização caso se verifique a saturação. Em muitos
casos, as empresas já assumiram uma posição de liderança que permite exportar os seus ideais
para outros mercados. Segundo alguns autores como Welford e Prescott (1994), a definição de
uma estratégia de crescimento anexa sempre um plano de expansão. No entanto, para Fernández
e Nieto (2005), a complexidade das estratégias deve albergar a dimensão internacional, onde a
avaliação das políticas e riscos ganha destaque.
Todavia, já nas décadas passadas, o autor Simões (1997), citado por Dias (2007),alertava para a
expansão (da internacionalização) devido à influência da globalização. A existência de várias
definições, deve-se aos diversos estudos realizados, contudo, há duas dicotomias essenciais. A
primeira apontava para a oposição micro-macro, que confrontava a visão da empresa com a da
economia nacional. Sendo importante aproveitar as vantagens encontradas nos mercados, em
muitos casos o plano de expansão da empresa pode ser dificultado pelas políticas dos Estados
(que criam barreiras para o desenvolvimento de projetos).
Em Segundo, salientava a importância das transações, afirmando que ocorrem de duas formas, é
nesta linha de pensamento que também encontramos Monteiro (2016), reforçando que as
transações podem ser inward-outward (de dentro para fora). Estando perante questões ligadas ao
investimento no exterior através de exportações e licenciamento. No que se refere as operações
de outside-inside "de fora para dentro", estas albergam o investimento estrangeiro e as
aquisições. De modo que, podemos ter no mesmo mercado uma organização a desenvolver as
duas metodologias de trabalho (importação e exportação).
Numa outra perspetiva, temos Meyer (1996), que afirmava que a internacionalização é um
processo que permite as empresas desenvolverem atividades de valor fora da sua origem. Na
generalidade, "as empresas tendem a explorar mercados que conhecem melhor e onde a incerteza
e o risco são menores, ampliando gradualmente as suas atividades no exterior à medida que
aumentam o seu conhecimento acerca dos mercados" (Monteiro, 2016).
Nesta ótica de interpretação, consideramos relevante expor um quadro apresentando os principais
parâmetros da internacionalização (figura).

Acreditamos que na estratégia de atuação das organizações, seja fundamental responder as


considerações apresentadas. No entanto, o desenvolvimento de mecanismos de cooperação, pode
auxiliar a fazer frente aos desafios e oportunidades, dado que o processo de internacionalização
não é simples nem corresponde a uma tarefa isolada. É preciso ter uma atitude competitiva
(Carvalho, 2014).
Tendo em conta o foco da internacionalização, Bartlett e Goshal (1992) referem que, quando
iniciam o processo, as empresas passam por quatro fases: internacional, multinacional, global e
transnacional. Contudo, é com os seguintes autores Doz; Santos e Williamson (2001), que temos
melhor entendimento, sendo que estes acrescentam uma fase denominada meta-nacional.
Assim sendo, em cada etapa a empresa assume um nome. De modo que, no período internacional
a empresa (internacional) apresenta um caráter etnocêntrico (uma organização etnocêntrica
considera as normas e valores da sua própria cultura melhor do que as das outras culturas. O que
significa que apresenta uma mentalidade doméstica, apoiando-se essencialmente no mercado
interno e considera o externo uma extensão do interno (Botelho, 2015).
Na segunda etapa, já enquanto multinacional, a empresa apresenta um cariz policêntrico.
Significa que nesta fase, a empresa vê o mundo como um agrupamento de mercados nacionais e
concebe uma estratégia que tem em consideração as diferenças nacionais (Botelho, 2015).
Na terceira etapa do processo de internacionalização, a empresa assume o estatuto de global e
tem uma natureza mista, ou seja, apresenta um cariz com traços egocêntricos e policêntricos.
Onde o mundo é visto como um mercado global e a sua estratégia é abastecê-lo (com base na
centralização das operações num único país). Pode também optar por abastecer-se no mercado
global, e posteriormente, fornecer aos seus canais de distribuição no mercado doméstico.
(Botelho, 2015, p. 37)
Na fase seguinte do processo, já enquanto transnacional, a empresa apresenta
uma natureza geocêntrica e, apesar de ter uma visão global, tem em conta as semelhanças e as
diferenças entre os mercados nacionais (Botelho, 2015). A principal caraterística, é que "está
presente em diversos países, faz a ligação entre os recursos e os mercados globais e constrói as
suas vantagens competitivas" (Botelho, 2015, p. 37).
Por fim, a quinta e mais recente fase identificada no processo de internacionalização, é a meta-
nacional. Para Botelho (2015), a empresa é aquela que ganha uma vantagem competitiva através
da identificação, acesso, mobilização e utilização do conhecimento difundido, tendo como ponto
de partida diversos pontos disseminados pelo mundo. Todavia, deve reunir três competências
essenciais:
 A capacidade de identificar e captar conhecimentos emergentes em todo o mundo;
 Estruturar e mobilizar todo o saber captado;
 Transformar este "saber" em inovação, criando valor através de uma
produção, marketing e distribuição eficientes a nível mundial (Botelho, 2015, p. 37).
A Internacionalização e as suas Linhas Teóricas
Tal como já anteriormente referenciado, não existe uma única definição para o
processo de internacionalização, tampouco para o seu modelo e teoria. Neste sentido, Dib e
Carneiro (2006), entendem que as teorias ou modelos de internacionalização,
propostos por diferentes correntes teóricas, podem ser organizados em dois grupos: uma
abordagem com critérios económicos, e outra com base na evolução comportamental.
Contudo, esta linha de pensamento também é defendida por Oliveira e Martinelli
(2005). que salientam que o plano comportamental. tem por preferência a analise de
comportamento dos agentes e as estratégias das organizações, ainda que encontremos algumas
considerações as políticas estatais. Este ponto de vista, também é partilhado por Carreira (2015),
que dá relevância ao funcionamento da empresa como resultado dos interesses dos vários grupos,
principalmente o dos gestores (Carreira, 2015).
Formas e Estratégias de Internacionalização
Uma empresa só deve avançar com o seu processo de internacionalização e expansão, quando já
conhece os seus recursos financeiros e os seus limites e está bem estruturada e consolidada no
seu país de origem. Pois, só quando esta tiver vantagem competitiva sobre os seus concorrentes
internos é que deve avançar para o mercado externo (Porter, 1990).
As estratégias de internacionalização são adotadas pelas empresas, de modo a
fortalecer a sua posição competitiva. No entanto, também podem ser utilizadas com o objetivo de
garantir a sua sobrevivência ou apenas para estimular a sua expansão (Sousa, 1997; Welford &
Prescott, 1994). Pois, como salienta Dias (2007, p. 6), "num mundo em constante mutação, com
a progressiva liberalização do comércio mundial, a expansão internacional tem sido a resposta
das empresas ao aumento generalizado da concorrência e às ameaças à sua sobrevivência".
De acordo com Lorga (2003), existem três modos de entrada nos mercados internacionais
 Exportação, que pode ser indireta ou direta;
 Contratação, que se pode traduzir em licenciamento, contrato de gestão e subcontratação
internacional;
 Investimento direto, que se refere ao joint-venture, alianças estratégicas e propriedade
total.
Já Ferreira, Reis e Serra (2011), consideram a existência de seis estratégias de
internacionalização, entre elas:
 Exportação;
 Licenciamento;
 Franchising;
 Contrato de gestão;
 Join-ventures;
 Aquisições parciais;
 Investimentos de raiz.
Tendo por base o que foi mencionado por Lorga (2003) e por Ferreira, Reis e
Serra (2011), em seguida passa-se a apresentar cada uma das estratégias mencionadas.
A exportação é a principal forma de internacionalização, mas para uma empresa que não atua de forma
permanente no mercado externo. A exportação torna-se mais complicada, e deve-se à falta de
conhecimento sobre os mercados, e a falta de poder de negociação.
A dimensão das organizações também pode influenciar a entrada, sendo que quando se trata de uma
empresa de menores dimensões, pode usufruir de duas grandes vantagens e as quais as empresas de
maiores dimensões não usufruem Brito, 1993):
 A flexibilidade e rapidez de reação no aproveitamento de oportunidades de negócio;
 Uma maior personalização nos contactos que sustentem relacionamento a longo prazo baseado na
confiança;
Ainda que a exportação seja uma das formas mais rápidas das empresas se internacionalizarem, este
processo pode implicar algumas complicações, nomeadamente a nível logístico, o qual tem que ver com
as operações administrativas, e ao nível de redes de distribuição
Cooperação Empresarial
O mercado e a vida das empresas estão em constante mudança, estando cada vez mais competitivos, pelo
que o estabelecimento de alianças estratégicas entre organizações, concorrentes ou não, é uma escolha
pela qual as organizações têm vindo a optar com frequência nos últimos anos (Freitas, 2001). Na opinião
de Alves, Marques e Saur (2004, p. 29), o atual contexto económico é caracterizado por contínuas
mudanças tecnológicas. Contudo, também consta a incerteza dos mercados, e a elevada competitividade
em praticamente todos os setores de atividade, que levantam novos desafios para os sistemas económicos.
As empresas são obrigadas a desenvolver num período cada vez mais curto, produtos novos e
diferenciados face aos seus concorrentes. Este facto estimula e promove os relacionamentos de
cooperação, tendo em vista a diminuição dos custos ao longo da cadeia e garantir melhores níveis de
serviços para os clientes.
Cooperação Empresarial Internacional
A cooperação empresarial é uma aliança estratégica e a qual possibilita a diminuição de custos de
transação, simplificando as condições de operação das empresas envolvidas no processo, melhorando a
sua rentabilidade.Enquanto estratégia. a cooperação entre empresas surge numa posição intermédia entre
a atuação isolada e a criação de subsidiárias aliando os beneficios destas duas formas de
internacionalização (Hennart, 1989).
Segundo Brito (1993), a cooperação empresarial apresenta diversas vantagens ao nível operacional e
estratégico. As vantagens operacionais fazem-se sentir no ambiente interno da empresa, estando
associadas à eficiência com que a sua atividade é desenvolvida e correspondem a
 Menos e melhores meio de financiamento;
 Redução de custos;
 Novos métodos de gestão;
 Redução de risco.
Por seu lado, as vantagens estratégicas que decorrem da cooperação entre empresas, ou seja, que reforçam
a posição competitiva e estratégica das organizações envolvidas no acordo assentam: no reforço das
vantagens competitivas e na atuação sobre o nível de concorrência do setor.
Já no entender de Amato Neto (1999), a cooperação empresarial gera diversos benefícios para as
empresas envolvidas no processo, sendo elas:
 Combinação das melhores competências de ambas;
 Divisão de riscos e custos relativos a exploração de novas oportunidades de negócio e pesquisas
tecnológicas;
 Lançamento de uma linha de produtos mais completa e diversificada;
 Troca e partilha de recursos, sobretudo dos menos utilizados por ambas;
 Fortalecimento do poder de compra:
 Maior capacidade de internacionalização;
 Reforço da força competitiva;

A internacionalização e seu impacto nas empresas

As estratégias de internacionalização começaram a ser utilizadas pelas empresas


como ferramenta de sobrevivencia aos efeitos causados pelo aumento da concorrencia e
consequentemente, do risco associado à dependência exclusiva do mercado doméstico.
As organizações começaram a apostar na abertura comercial para crescerem e conseguirem
assegurar, mais facilmente, as suas atividades (Sousa, 1997; Bastos, Silva,Carmo & Frade,
2019).

A deterioração do mercado doméstico, o desenvolvimento das Tecnologias de informação e


comunicação (TIC), a evolução tenológica e o progresso dos transportes forçam as PME a
ampliar e direcionar as suas estratégias para novos mercados (Brouthers, Nakos,
&Hadjimarcou, 2009; Simões, Esperança & Simões, 2013).

O processo registou um ritmo mais acelerado desde meados de século XX, tendo um
papel cada vez mais relevante nas estratégias das PME (Belu, Popa & Filip, 2018).
Os fatores de sucesso para a internacionalização de uma empresa, segundo Dalla Costa &
El Alam (2019), são: obtenção de conhecimento do novo mercado, fortalecer a sua
capacidade financeira, empreendedora e inovadora para oferecerem ao cliente um produto
com mais valor, diferenciado e mais competitivo que os seus concorrentes. Rodrigues,
Maccari &Riscarolli (2007) destacam, ainda, a relevância do investimento constante na
pesquisa e no desenvolvimento (I&D), uma vez que permite a identificação das novas 4

necessidades do mercado e, consequentemente, possibilita tornar a oferta mais adaptada


à procura e, por sua vez, mais valiosa para o consumidor. O estudo efetuado por
Prozczinski &Steinbruch (2014), conclui que, apesar do investimento em I&D assegurar
o sucesso de uma organização, as 49 PME de setores distintos que foram estudadas no
ano de 2014, investiam muito pouco neste departamento, cerca de 20% do lucro obtido
(Prozczinski & Steinbruch, 2014). Para conseguirem dar uma resposta rápida e eficiente
aos consumidores, as empresas têm de ser mais flexíveis e devem adaptar a estrutura
empresarial à nova realidade (Bastos et al., 2019).
Internacionalizar é essencial para um crescimento empresarial sustentável, principalmente
para as PME. O processo oferece às empresas a oportunidade de operarem num mercado
global. Contudo, é uma realidade mais próxima das empresas de grande dimensão, uma
vez que estas se encontram mais capacitadas que as de pequena dimensão . As PME
encaram o processo de uma forma mais receosa e desafiante (Prozczinski & Steinbruch,
2014).

O caminho de internacionalização empresarial é bastante complexo e com


diversos modos de entrada, o que também permite à empresa avaliar e escolher, de
acordo com as suas capacidades, dimensão e os seus objetivos (Dalla Costa & El Alam,
2019)
Hollensen, Boyd & Dyhr Ulrich (2011) defendem que a estratégia de entrada em novos
mercados pode apresentar dois tipos: a de baixo controlo (exportação) e as estratégias de
alto controlo (investimento direto no estrangeiro), sendo que, quanto mais alto for o
controlo, maior é a exposição da empresa ao risco. A exportação é o modo de entrada
mais comum a ser usada pelas PME, uma vez que o investimento inicial é mais reduzido,
quando comparado aos outros modos de entrar, existe uma menor exposição ao risco,
permite a entrada de uma forma mais rápida nos novos mercados e desta forma e
conseguem adquirir mais rapidamente experiência internacional (Root. 1994:Nachum &
Zaheer, 2005; Dalla Costa & El Alam, 2019). Os autores Kim, Hwang & Burgers,
(1993);
Brito & Lorga (1999), acrescentam, ainda que, apesar das PME serem associadas a
empresas menos capacitadas, estas conseguem mais facilmente beneficiar da exportação
do que uma empresa de grande dimensão, já que, por serem empresas de menor
dimensão, acabam por apresentar maior flexibilidade e capacidade de responder mais
rapidamente às variações dos mercados. Por outro lado, quando uma empresa entra num
novo mercado via exportação, acaba por ficar dependente das tarifas e quotas, como
também das alterações das taxas de câmbio entre moedas, o que poderá impactar
negativamente no lucro (Tavares, 2005)
Lu & Beamish (2001), defendem que, apesar de o investimento direto no estrangeiro
(IDE implicar um investimento inicial maior e a exposição a um risco elevado, as PME, a
longo prazo, com o desenvolvimento do conhecimento do mercado e
da melhora das capacidades, conseguirão arrecadar melhores resultados que via
exportação.
A marca também é importante quando uma empresa está num processo de
internacionalização, pois funciona como "etiqueta" que identifica o produto ou a empresa.

Desta forma, a marca torna-se um ativo que permite agregar valor e que, quando bem
trabalhada, torna-se um fator que possibilita a diferenciação da concorrência. Segundo o
estudo efetuado por Couto & Ferreira (2017), as PME têm "orientação da marca muito
limitada", sendo considerado, muitas vezes, como um fator não essencial para o sucesso
(Kennedy & Wright, 2016; Couto & Ferreira, 2017)
A internacionalização organizacional não é só proveitosa para as empresas, como
também para as economias. na medida em que promovem o aprimoramento de fatores
intrínsecos de um estado-nação e como resultado o desenvolvimento do nível de
competitividade e maior capacidade de atrair investimento estrangeiro (Ludovico, 2018;
Martins, 2011). Maciel & Lima (2002) assegura que as relações comerciais com o
exterior são fatores básicos que sustentam e promovem o progresso de qualquer nação.

Motivações da Internacionalização

O estudo das principais motivações que levam uma empresa a tomar a iniciativa
de se aventurar em novos mercados foi objeto de desenvolvimentos diversos. Oesterle,
Richta & Fisch (2013), defendem que as motivações mais comuns são a procura de
melhoria da flexibilidade operacional, a obtenção de maior conhecimento para a
organização e a diversificação do risco. Já Hitt, Tihanyi, Miller & Connelly (2006)
complementam afirmando que a necessidade de novos recursos e o conhecimento de
novos Stakeholders, para ampliação da rede de contactos, são igualmente essenciais para
a expansão. Os clientes e os concorrentes tornam-se também diretamente responsáveis
por motivarem as empresas, pois, se forem internacionalmente diversificados, obrigam as
empresas a investir também na sua internacionalização e inovação (Hitt et. al,
2006;Nachum & Zaheer, 2005).
Já Dunning (20011, 988) e Dunning & Lundan (2008) reconhecem que a procura
de recursos é determinante e estimulador do investimento e expansão para mercados
externo, principalmente se forem recursos dificeis de serem encontrados ou de
fracaqualidade no mercado doméstico. A matéria-prima e a mão-de-obra qualificada,
recursos fundamentais para o bom funcionamento organizacional são imensamente
procuradospara aumento da competitividade organizacional. assim como os recursos
estratégicos, como por exemplo a reputação, o conhecimento, as redes de contactos,
recursos físicos, essenciais de serem alocados na oferta a fim de a tornar mais, inovadora,
valiosa e competitiva. Em contrapartida, os autores Belu, Popa & Filip (2018) afirmam
que não é por uma empresa conseguir ter mais recursos do que outra, que a primeira irá
ter uma prestação melhor, visto que a forma como são geridos e combinados é o que fará
a diferença (Belu et al. 2018).
A procura de maior eficiência motiva, da mesma forma, a existência do
fenómeno, as empresas preocupam-se em aperfeiçoar a forma como atuam e recorrem
aoexterior para otimizar e robustecer a sua estrutura organizacional, tanto a montante
como a jusante, facilitando a obtenção de economias de escala e, por sua vez, a redução
de riscos e custo.
.
Mwiti, Ofafa & Mkim (2013) afirmam que os motivos derivam, principalmente,
de fatores internos da empresa como de fatores exógenos à mesma. Desta maneira, os
autores subdividem os fatores motivacionais em três grandes grupos: fatores internos pró-
ativos, fatores internos relativos e fatores organizacionais.

Fatores internos pro ativos, Fatores internos reativos, Fatores


Organizacionais.

Tamanho organizacional
Alcance de economias de
Gestão de ordens
escala
Interesse especial dos
órgãos de gestão
Potencial para crescimento adicional
acumuladas
Utilizar capacidade de produção em excesso
Manter a venda de produtos sazonais
Idade da organização
Produção de bens com
características únicas
Posse de vantagem
Competitiva
Reduzir a dependência de
mercados domésticos
Contrabalançar estagnação
as vendas conesncas

Tabela 2- Fatores motivacionais Internacionalização

As oportunidades variam de mercado para mercado sendo que os mercados


emergentes sao mais potencializadores da existencia dessas mesmas oportunidades
(Colapinto, Gavinelli, Zenga & Di Gregorio, 2015).

Barreiras à Internacionalização

O processo de internacionalização de uma empresa é um procedimento que,


quando bem estruturado e planeado, pode trazer diversas vantagens as organizaçoes
Porém, também exige um grande esforço por parte das empresas, principalmente para as
PME que necessitam de um esforço suplementar, procedente da maior exposição a
possíveis adversidades e possivelmente, da falta de capacidade de resposta rápida e
eficiente como uma concorrente de maior dimensão, atendendo à falta de recursos,
conhecimento, experiência e orçamento (Ilhéu, 2009; Musteen, Francis & Datta, 2010;
Tang, 2011).
A concorrência, principalmente derivada dos grandes players, torna-se assim, uma
das principais barreiras para as PME, tanto a nível da entrada, como no seu
desenvolvimento em novos mercados. Os grandes players já estão capacitados com
recursos preciosos, a experiência/conhecimento do mercado, o reconhecimento por parte
dos clientes (posicionamento) e uma maior flexibilidade interna para acompanhar as
tendências, modas e novas necessidades do mercado (Sebrae, 2006).

Q uando uma empresa decide internac io na li zar, geralme nte encontra- se num
ambiente sob pressão, incerteza e instabilidade. É necessário ter em conta que se trata de
um processo incerto, de elevado investimento e, tal como anteriormente referido, a
empresa terá que enfrentar inúmeras dificuldades inerentes a este procedimento, que são
resultado de fatores comportamentais, políticos, económicos, financeiros e ambientais.
Dalla Costa & El Alam (2019) salientam que os acordos comerciais previamente
existentes nos mercados alvo assumem-se como uma das principais complexidades a
enfrentar e a ter em conta durante todo o processo.
Os fatores internos organizacionais podem, igualmente, gerar barreiras, como a falta de
recursos financeiros, dificuldade em estabelecer parcerias com stakeholders, falta de
conhecimento do mercado e capacidades de gestão e marketing limitadas (Prozczinsk i
&Steinbruch, 2014).
Simões (1997) agrupa as barreiras à entrada e, tal como os autores anteriormente
referidos, acredita que elas existem devido a fatores diretamente relacionados com a
empresa ou com o ambiente onde esta se encontra inserida. Simões (1997) subdividiu os
entraves à internacionalização em quatro grupos: fatores internos da empresa (dimensão,
recursos, capacidade empreendedora, entre outros), relaciona me nto da empresa com
parceiros de negócio (divergências culturais do país e organizacional), a envolvente do
país de origem (poucos apoios e fundos de investimento, falta de informação, falta de
opções que permitam a cobertura do risco) e, finalmente, o fator externo à empresa,
referente ao ambiente do país onde esta pretende entrar (instabilidade politica- social,
concorrência, legislação, cambio moedas, cultura, entre outros).

As transações comerciais entre diferentes países estão diretamente dependentes da


performance politica, regulamentar e legal dos países, o que acaba igualmente por
influenciar a qualidade das indústrias e empresas. Costa & Carvalho (2016) afirmam que
os governos têm de ter em atenção a qualidade industrial, dessa forma os governos são
pressionados a criar organizações que consigam promover o desenvolvimento do tecido
empresarial. A maioria dos países apresentam Associações Industriais e Câmaras do
comércio que se tornam intermediárias e facilitadoras do sucesso das atividades
internacionais e com a capacidade de agregarem valor à cadeia de valor dos negócios
internacionais. Este tipo de organizações prestam diversos serviços, destacando a
consultoria, apoio jurídico e até apoio na elaboração de uma estratégia de marketing.
(Costa & Carvalho, 2016)

Estratégia de internacionalização
Uma empresa encara como estratégia de desenvolvimento a internacionalização dos seus
negócios, ela tem basicamente três grandes opções possíveis: a actuação isolada
independente, a criação de subsidiárias no estrangeiro ou a colaboração com outras
empresas.

Em cenários de recessão econômica, as empresas devem pensar em decisões inteligentes


para promover o crescimento do negócio mesmo em um cenário desfavorável. As
estratégias de internacionalização são uma opção para ampliar o negócio e ainda contar
com o câmbio da moeda de maneira positiva

Atuação Isolada

A exportação é o modo mais directo de internacionalização da actividade. Para uma


pequena empresa que não opere no mercado externo é, por vezes, difícil iniciar uma
actividade normal de exportação devido ao reduzido conhecimento sobre os mercados, à
falta de experiência nos contactos externos, à escassez de recursos humanos qualificados,
ao fraco poder negocial, etc. Contudo, não se pode deixar de reconhecer que exactamente
pelo facto de ser pequena ela poderá apresentar duas grandes vantagens em relação às
unidades de maior dimensão:
- a flexibilidade e rapidez de reacção no aproveitamento de oportunidades de negócio;
- uma maior personalização nos contactos que sustentem um relacionamento a longo
prazo baseado na confiança.

Cooperação com outras empresas

A formação de redes interorganizacionais pode ser considerada a primeira onda de


cooperação entre pequenas empresas. Recentemente, um novo movimento vem tomando
forma por meio de estratégias de intercooperação, como parcerias e alianças entre redes
de empresas, o objetivo deste estudo é explorar e compreender os antecedentes, etapas de
desenvolvimento e os resultados da formação de uma parceria entre redes de empresas,
usando como base a Teoria da Dependência de Recursos.
Franchising ou franquia
Franquia ou franchising empresarial é o sistema pelo qual o franqueador (dono da
franquia) cede ao franqueado (pessoa com o desejo de abrir a franquia) o direito de uso
da marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de
produtos ou serviços.
A franquia é um modelo de negócio muito interessante para os empreendedores, pois
permite o uso de uma marca já consolidada, testada e padronizada, diminuindo assim os
riscos e problemas de administração.
O principal objetivo do franchising é obter sucesso: como ter uma expansão bem-
sucedida, de forma sustentável e tendo uma boa administração da empresa. Quando se
tem a entrega do mesmo serviço em formatos internacionais (ou nacionais), as dimensões
de crescimento da marca são inimagináveis.
Um bom meio de decidir se uma franquia é a melhor opção de negócio é conhecendo
suas vantagens e desvantagens. Por isso, trouxemos detalhadamente para você essas
informações, explicando cada uma delas.
Subcontratação
A subcontratação é uma possibilidade valiosa nas licitações públicas quando se trata da
contratação para obras e serviços. Há um caminho amplo para a sua utilização, porém, é
necessário entender e compreender sobre a sua aplicação e detalhes, e é isso que
compartilharemos neste artigo. A finalidade da subcontratação nas licitações se resume
na possibilidade da empresa contratada através do certame licitatório “quarteirizar” parte
dos serviços já terceirizados à Ela. Todavia, essa quarteirização possui algumas
peculiaridades e regras a serem seguidas. Por exemplo, a empresa subcontratada poderá
atuar apenas de forma parcial em relação ao objeto contratado. Sendo assim, um exemplo
claro de subcontratação na licitação pública: contratação de empresa especializada para
manutenção de sistemas de ar-condicionado. O sistema de ar-condicionado possui torres
de resfriamento a água, o que incide no tratamento especializado na área química dessas
torres. Ou seja, como não é o objeto principal da execução do objeto ora licitado, a
empresa contratada poderá subcontratar uma empresa especializada na área química para
a realização do serviço específico. Vale frisar que o serviço realizado deve ser específico
e parcial. Mas é importante destacar que todas as exigências, inclusive no que tange
principalmente a subcontratação, deve constar no edital de licitação e seus anexos.
Fases da internacionalização
A internacionalização das empresas desenvolve-se geralmente em 4 fases:
internacionalização, multinacional, global e transnacional, sendo certo que nem todos os
casos se desenvolvem exactamente segundo essa sequência.
Algumas empresas saltam da fase internacionalização para a fase global, da
multinacional para transnacional, sendo a sua posição dependente da indústria, da sua
posição estratégica específica, da diversidade de necessidade do país de destino e de
variedade de outros factores.
Fase da empresa internacional- tem uma forma de fazer negócios, mesmo fora das suas
fronteiras que se baseia no tipo de clientes, práticas e concorrência semelhantes ao seu
mercado interno.
Fase da empresa multinacional- tem uma orientação policentrica .
Para a empresa multinacional o mundo é um conjunto de mercados nacionais e como
consequência desenvolve a sua estratégia procurando satisfazer as necessidades dos
clientes, atendendo às suas diferenças nacionais.
Fase da empresa global- tem uma orientação mista, não é totalmente etnocêntrica, o
mundo é visto como um mercado global e a empresa desenvolve a sua estarei
abastecendo esse mercado a partir de um único país onde centraliza qs operações ou
abastece-se nesse mercado global para fazer a distribuição através dos seus canais de
mercado interno.
Fase da empresa transnacional- corresponde a última fase de desenvolvimento da
internacionalização, é muito mais que uma empresa com vendas, investimentos e
operações em muitos países.
Tem orientação geocêntrica, isto é, reconhece as semelhanças e diferenças e adopta uma
visão global, é a empresa do futuro que <<pensa globalmente e actua localmente >>
A empresa transnacional pretende dar aa três questões fundamentais que se levantam
actualmente para competir no mercado global: necessidade de eficiência( economia de
escala, liderança pelo custo) motivada pela força que o ambiente exerce para a integração
global;
Necessidade de adaptação local ( diferenciação) motivada pela força exercida para a
diferenciação;
Necessidade de aprendizagem que é originada pela força para motivação.

Características Internacionalização Multinacional Global


organizacionais

Activos e capacidades Centralização das fontes de Descentralizada e auto- Centralizad


competências chave ; suficiente em termos escalada
Descentralização das outras nacionais.

Operações no estrangeiro Adaptação e alavancagem Detectando e explorando Implement


das competências da oportunidades locais da empresa
empresa mãe

Desenvolvimento e difusão Conhecimento desenvolvido Conhecimento desenvolvido Conhecime


do conhecimento no centro e transferido para e retido em cada unidade e retido no
as unidades no exterior
Características da gestão Gestão funcional Gestão geográfica Gestão do n

Vantagens da internacionalização e cooperação


Entre as principais vantagens da internacionalização de uma empresa evidenciamos as
seguintes:
Fortalecimento da posição comercial da empresa
A internacionalização vai permitir maximizar as vendas da emresa, o que significa que
também os seus lucros acabam por aumentar. Uma posição dominante no mercado
internacional vai também permitir à empresa beneficiar de economias de escala e de
experiência.
Diminuição da dependência do mercado interno
Através da exportação dos seus produtos, a empresa acaba por ficar menos dependente
dos resultados conseguidos no mercado interno. Deixa de estar tão vulnerável a
mudanças drásticas e às necessidades específicas que podem ocorrer também nesse
mercado.
Diminuição da dependência da sazonalidade
Com a exportação a empresa pode facilmente diminuir a sua dependência em relação à
sazonalidade dos seus produtos. Por exemplo, se fabricar produtos relacionados com o
Inverno, pode vender para outros países, evitando desta forma a época de queda das
vendas no seu mercado interno.
Localização dos elementos da cadeia de valor
Uma empresa que internacionaliza a sua actividade pode localizar os vários elementos da
sua cadeia de valor – investigação e desenvolvimento, produção, montagem final e
distribuição
Desvantagens da internacionalização e cooperação
Principais desvantagens da internacionalização.
Custos elevados e retorno demorado
A entrada no palco internacional tem o seu preço e o retorno não é imediato, bem pelo
contrário: pode demorar muito a compensar o investimento da empresa.
Burocracias
A empresa tem de responder a padrões internacionais, diferentes dos que está habituada.
Os regimes fiscais e as licenças a obter podem gastar recursos importantes da empresa.
Adaptação de processos
Para responder às novas necessidades, há que adaptar os esquemas da empresa. Alguns
produtos, por exemplo, requerem a criação de novas infraestruturas para o seu transporte.
Obstáculos legais
Ao tentar internacionalizar o seu negócio poderá vir a deparar-se com um vasto número
de obstáculos legais que poderão contribuir para dificultar imenso todo o processo. A
empresa necessitará de se certificar que todos os seus produtos e serviços se encontram
em devida conformidade com as regulamentações dos países onde pretende operar, e este
é, geralmente, um processo muito demorado e burocrático, que nem sempre tem os
resultados desejados.
Adaptar os produtos aos mercados internacionais
Em certos casos, poderá haver a necessidade de adaptar o seu produto a outros mercados,
de modo a que possam mais eficazmente suprimir as necessidades de clientes
internacionais. Este processo de adaptação pode, por sua vez, dar origem a diversos
custos extra.
Contratação de mais pessoal: Um processo eficaz de internacionalização está, muitas
vezes, dependente da contratação de novos funcionários com conhecimentos
especializados, que possam auxiliar a empresa a adaptar-se da forma mais eficiente
possível às exigências dos mercados internacionais. A contratação de novo pessoal
resultará num aumento significativo dos gastos, o que, numa fase mais inicial, pode
revelar-se bastante problemático para empresas cuja margem de manobra de investimento
seja limitada.
Limitações de exportação
A verdade é que nem todos os produtos podem ser sujeitos a exportação. Produtos mais
frágeis, por exemplo, poderão originar grandes obstáculos a todo o processo de
exportação, tornando assim a sua comercialização internacional inviável.

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