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0.

INTRODUÇÃO
Vivemos em uma nova era! A era moderna e dinâmica. Segundo Vieira e Santos
(2005, apud CASTELLS, 1999), o conhecimento e a informação são as forças mais
imponentes da nova época, a era informacional. De acordo com Luchesi (2012), os
fenômenos econômicos e sociais de alcance mundial, como a globalização da economia e a
generalização do uso da tecnologia da informação, são responsáveis pela reestruturação do
ambiente e do modo de vida, porém a gestão do conhecimento tem uma função relevante no
ponto de vista estratégico.

Vieira (2005, apud HEEMAN, 1997) afirma que a “informação poderia ser vista como um
conjunto de dados relacionados com a finalidade de transmitir conhecimento”. Atualmente
o conhecimento passa a ser um fator de extrema relevância quando se trata de poder
monetário, razão pela qual, atualmente a luta entre a divergência de interesses está
centralizada na detenção da informação (conhecimento).

No mundo da Globalização e da Sustentabilidade, a Gestão do Conhecimento torna-


se cada vez mais importante para todas as organizações, esta ferramenta vem sendo um
activo inovador no mundo corporativo. O papel das organizações é proporcionar às pessoas
contextos favoráveis ao processo de criação de conhecimento no ambiente intra -
organizacional (NONAKA e TAKEUCHI, 1997). O objetivo é fazer da gestão do
conhecimento uma ferramenta econômica de rápida resposta às demandas do mercado, ou
de desenvolvimento de novos produtos (DAVENPORT e PRUSAK, 1998).

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1. GESTÃO DE CONHECIMENTO E VISÃO
ESTRATÉGICA.
1.1. GENERALIDADES.
O conhecimento pode ser interpretado como algo impossível de ser totalmente
estruturado ou mesmo capturado, pois “está presente somente na mente das pessoas”
(DAVENPORT e PRUSAK, 1998).

O conhecimento em outras palavras é uma mistura fluida de experiências, valores,


informação contextual e intuição, formando um framework (um painel) na mente de uma
pessoa que a habilita a avaliar e obter novas experiências e informações. O conhecimento é
a consequência mental de angariar informações e, em sua forma mais desenvolvida,
apresenta-se como a capacidade de chegar a novas descobertas com base no aprendizado e
na experiência.

1.1.1. GESTÃO DE CONHECIMENTO.


Segundo Davenport e Prusak (1998) “a gestão do conhecimento é uma colecção de
processos que governa a criação, disseminação e utilização de conhecimentos”. Por outro
lado, Silva (apud FLEURY e OLIVEIRA, 2001, p.19), defendem que “a gestão do
conhecimento é a tarefa de identificar, disseminar e actualizar o conhecimento relevante para
a empresa, seja por meio de processos internos, seja por meio de processos externos às
empresas”.

A gestão do conhecimento, do inglês KM (Knolledge Management) constitui uma


estratégia de ampliação da capacidade competitiva e da sustentabilidade diante de um
mercado extremamente dinâmico.

Trata-se de uma área na qual são envolvidos diversos sectores da organização,


principalmente a gestão estratégica, a teoria das organizações e o sistema de informação,
promovendo com esta interação uma visão integrada, a partir do gerenciamento e
compartilhamento do conhecimento adquiridos por pessoas, pois são elas que tomam
decisões, criam e conduzem a as empresas rumo a seus objectivos.

1.1.2. VISÃO ESTRATÉGICA.


Pode-se comparar a visão com uma viagem mental do conhecido para o
desconhecido. A visão estratégica articula as decisões e as ações de uma empresa,

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organizações ou pessoas em particular para atingir aos objetivos pretendidos numa
perspetiva realista. A visão compartilhada é obtida por meio de objetivos claros e comuns
do Planejamento Estratégico; da participação ampla no processo de planejamento, da
tradução da visão individual em visão compartilhada; da identificação de objetivos comuns
ao grupo e do compromisso e envolvimento de cada integrante da organização.

As estratégias constituem a essência da inteligência. São a forma como organizamos


nossos pensamentos e comportamentos para dar cabo de um objetivo. Diferentes objetivos
requerem diferentes estratégias: os comportamentos para relaxar são diferentes dos usados
para aprender; o que se faz para arrumar um emprego pode não servir para conseguir uma
namorada. Quanto mais apropriadas forem as estratégias, melhores serão os resultados.

1.2. O QUE É A GESTÃO DE CONHECIMENTO E VISÃO ESTRATÉGICA.


A Gestão Estratégica do Conhecimento é uma ferramenta capaz de desenvolver a
organização e promover capacidade competitiva através de novos conhecimentos,
(MATTOS, 2010). Empresas no mundo desenvolvem esta ferramenta para o crescimento da
organização e como estratégia para o mercado competitivo (ibidem). Muitos
produtos/serviços são criados e desenvolvidos com a combinação dos conhecimentos
(ibidem).

Na criação de uma empresa existem questões (que traduzem a estratégia e os valores


da empresa) que todo empreendedor deve levar em consideração como:
1. Em que sector a empresa vai atuar;
2. O posicionamento no mercado e a oferta;
3. A visão estratégica;
4. Qual será a sua filosofia de atuação.
A visão estratégica engloba quatro elementos:
a. A finalidade ou razão de ser da Empresa;
b. Estratégia;
c. Os valores, que consistem nos princípios éticos que norteiam a atuação da Empresa;
d. Os padrões de atuação esperados dos seus colaboradores.

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As definições estratégicas definem o sucesso de uma organização, pois “o
gerenciamento do intelecto humano e sua conversão em produtos e serviços úteis
transforma-se rapidamente na habilidade executiva crítica de nossa era” (MATTOS, 2010).

Devido a competitividade do mercado atual, as organizações não podem manter-se


estáticas, ou seja, quem não revolucionar as antigas formas de trabalho ficará preso no tempo
e no espaço (ultrapassado).

A gestão de conhecimento e visão estratégica implica pensar e raciocinar em relação


ao futuro, destacando metas e objetivos a longo prazo. Trata-se de uma maneira diferente de
ver partes internas e externas do mercado, a partir de uma visão do todo, uma visão holística,
e não apenas das partes integrantes, procurando coordenar ações futuras que solucionem
problemas da empresa ou pessoas em particulares.

A imagem que a organização tem a respeito de si mesma e do seu futuro corresponde


à sua visão estratégica. Toda organização deve ter uma visão adequada de si mesma, dos
recursos de que dispõe (em particular, o conhecimento), do tipo de relacionamento que
deseja manter com seus clientes e fornecedores, de como irá atingir os seus objetivos
organizacionais, das oportunidades e desafios que deve enfrentar.

1.3. VANTAGEM SOBRE O MERCADO E CONCORRÊNCIA.


No mundo moderno, a estabilidade no mercado, assim como a qualidade dos serviços
apresentados por uma organização dependem maioritariamente dos ativos intelectuais. O
conhecimento passou a ter um valor reconhecido e atualmente nas organizações ele passa a
ser um ativo muito precioso e indispensável. Segundo Stewart (1998, p.13):

“O capital intelectual é a soma do conhecimento de todos em uma empresa, o


que lhe proporciona vantagem competitiva. Ao contrário dos ativos, com os
quais os empresários e contabilistas estão familiarizados - propriedade,
fábricas, equipamento, dinheiro, o capital intelectual é intangível. Constitui a
matéria intelectual: conhecimento, informação, propriedade intelectual,
experiência, que pode ser utilizada para gerar riqueza”.

Segundo Mattos (2010, p.25 apud Porter, 1985) a Vantagem Competitiva ajudou
a tornar a estratégia mais concreta e viável. Por serem o que as empresas fazem, as
atividades são observáveis, tangíveis e podem ser gerenciadas. A visão estratégica procura

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eliminar a improvisação, promovendo um processo de aprendizagem contínua, buscando,
desse modo, vantagens competitivas. Esse processo de aprendizagem permite resultados
essenciais ao negócio, tais como:

 Melhor interpretação do ambiente em condição de turbulência;

 Um tempo de antecipação cada vez mais rápido;

 Respostas cada vez mais ajustadas.

O levantamento de informações relevantes, necessárias e precisas proporcionará


novos conhecimentos, que auxiliarão de uma maneira mais adequada as visões e ações
estratégicas, objetivando projeções mais seguras dos cenários e ambientes futuros e
assegurando melhor posição no mercado.

As organizações lançam mão do Planejamento Estratégico como forma de delinear


os rumos a serem seguidos em um cenário de crise e mudanças. No entanto, pesquisas
indicam que a maioria das organizações faz um bom trabalho de Planejamento, mas nem
sempre consegue alcançar igual sucesso na implantação da Estratégia.

Os projetos frequentemente falham na fase de Execução. A execução representa o


elo perdido entre as aspirações do projeto e os seus resultados, porque embora a finalidade
do planejamento estratégico seja melhorar a execução, na maioria das vezes, o esforço de
planejamento não é seguido de empenho semelhante na fase de Execução que é a finalidade
de todo o processo.

Vivemos na era do conhecimento e só permanece/domina o mercado quem for


detentor do mesmo, segundo Malundo (2017,p.8):

“A globalização da economia significa que a concorrência tanto nos pode


surgir do Japão, como do México, da China ou da Alemanha, como da fábrica
que opera ao nosso lado. As organizações de sucesso serão as que conseguirem
dar uma resposta mais eficaz à concorrência ou se anteciparem-se, de forma
sustenta. Serão rápidas, capazes de desenvolver novos produtos e de
comercializá-los em tempo recorde. Serão flexíveis, baseando-se em ciclos de
produção curtos e num permanente fluxo de novos produtos e serviços”.

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CONCLUSÃO.
Este trabalho esboça acerca da importância da gestão de conhecimento e visão
estratégica dentro de uma organização, enfatizando o conhecimento (do ponto de vista
estratégico) como uma peça fundamental para a competição no mercado global e de acordo
com (NONAKA e TAKEUCHI, 1997) novos conhecimentos têm que ser criados
continuamente para que uma empresa sobreviva no mercado acirrado atual.

Deste modo, a Gestão Estratégica do Conhecimento é de extrema relevância para a


supremacia de uma organização. Entretanto, conhecimento passa a ser um recurso de
extrema relevância, e a boa gestão do mesmo garante uma melhor visão estratégica para a
sobrevivência no atual mercado (traiçoeiro e muito acirrado).

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REFERÊNCIAS.

 Mônica Rodriguês Da Silva (2016). Gestão do Conhecimento Estratégia para


competividade nas organizações. XII Congresso Nacional De Excelência Em Gestão.
 Eunice Soares Franco Luchesi (2012). Gestão Do Conhecimento Nas Organizações.
São Paulo: CET - Companhia de Engenharia de Trafego. Disponível em:
http://www.cetsp.com.br/media/117897/nota%20tecnica%20221.pdf.
 Luciano Aparecido De Mattos (2010). Gestão Estratégica Do Conhecimento: Um
Estudo De Caso: Curitiba. FAE.
 Nelson Malundo (2017). Matéria De Gestão Do Conhecimento Para Estudantes Do
4º Ano Do Curso De Engenharia Informática Da Universidade Kimpa Vita. Inédito.
 Ikujiro Nonaka; Hirotaka Takeuchi (1997). Criação do conhecimento na empresa:
como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação.2.ed. Rio de Janeiro:
Campus.
 STEWART, T. A. (2002) A riqueza do conhecimento - o capital intelectual e a
organização do século XXI.Rio de Janeiro: Campus.
 Thomas H. Davenport, Laurence Prusak (1998). Conhecimento Empresarial: como
as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus.

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